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Teorias e Conceitos do Currículo na Educação Profissional

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CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 1 
 ......................................................................... 2 Aula 1: Teorias, conceitos e perspectivas
 ............................................................................................................................. 2 Introdução
 ................................................................................................................................ 4 Conteúdo
Teorias, conceitos e perspectivas ................................................................................... 4 
O que é uma teoria? .......................................................................................................... 5 
Teorias tradicionais ........................................................................................................... 5 
Teorias críticas do currículo ............................................................................................ 6 
Teorias pós-críticas do currículo .................................................................................... 7 
O que é currículo? ............................................................................................................. 8 
Conceito de currículo segundo Nilda Alves ............................................................... 10 
Numa acepção mais generalista e tradicional ........................................................... 11 
Visão política e crítica por Tomaz Tadeu da Silva .................................................... 12 
Considerações finais ....................................................................................................... 12 
Atividade proposta .......................................................................................................... 13 
 ....................................................................................................................... 14 Aprenda Mais
........................................................................................................................... 15 Referências
 ......................................................................................................... 15 Exercícios de fixação
Notas ........................................................................................................................................... 19 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 19 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 2 
 
Introdução 
Esta aula discutirá o que é currículo e as teorias que embasam sua 
conceituação. O que e por que estudar currículo? Por que estudamos esse ou 
aquele conteúdo? Quem define o que estudar? O que está por trás de tantos 
questionamentos? Essas questões são suficientes para, enfim, entrarmos nessa 
discussão? 
 
Sem que soubéssemos, o currículo foi o responsável, em grande parte, pela 
nossa formação. Mas por que, ainda hoje, equivocadamente, o consideramos 
apenas como um conjunto de disciplinas e conteúdos dispostos rigorosamente 
sob o formato de um sumário? 
 
Ao longo deste estudo, constataremos que a construção de um currículo 
demanda mais de uma teoria acerca do conhecimento escolar. 
Compreenderemos também que o currículo é produto de um processo de 
conflitos culturais dos diferentes grupos de educadores que o elaboram e, 
ainda, conheceremos os processos de escolha de um conteúdo, e não de outro. 
 
Metaforicamente, vamos olhar de fora o que não conseguíamos perceber 
quando estávamos dentro da escola, o que nos levava à questão: “para que 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 3 
estudar isso”? Perceba que, implicitamente, ali estava a disputa de poder pelos 
grupos. 
 
Objetivo: 
1. Refletir sobre as teorias que embasam a compreensão do que é currículo e 
como cada uma delas o definiu na caminhada de sua compreensão; 
2. Conceituar currículo como uma tentativa de comunicar os princípios e 
aspectos essenciais de um propósito educativo, de modo que permaneça aberta 
uma discussão crítica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 4 
Conteúdo 
 
Teorias, conceitos e perspectivas 
Muitas são as perguntas sobre currículo: 
• O que é? 
• Por que se deve desenhar um currículo? O que caracteriza um currículo? 
• Como formulá-lo? 
• O currículo adotado é o responsável pelo bom ou mau desempenho de um 
aluno? 
• Por que o currículo na educação profissional? 
 
São questões que atraem a atenção quando são divulgadas notícias sobre o 
que acontece com a educação no Brasil e com os resultados que nos colocam 
num patamar abaixo do esperado e desejado por todos aqueles que transitam 
pela educação. O que, no entanto, não podemos contestar é que o currículo 
nos leva à relação entre o ensino e a aprendizagem nos diferentes níveis e 
segmentos da educação – na escola, na educação profissional ou na educação 
corporativa. 
 
E por que isso? 
Conforme Brandão (2001), ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na 
igreja ou na escola, de um modo ou de outro, todos nós envolvemos pedaços 
da vida com ela para aprender, ensinar, saber, fazer, ser ou conviver. Todos os 
dias, misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação? 
Educações. 
 
Veremos que toda e qualquer atividade educacional voltada à construção do 
conhecimento e à constituição de competências passa, obrigatoriamente, pelo 
currículo, ou seja, pelo desenho que se quer dar a essa atividade. 
Vamos iniciar nosso estudo refletindo sobre onde tudo começa. 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 5 
O que é uma teoria? 
Uma teoria representa, reflete e espelha uma realidade. Também pode ser 
entendida como forma de pensar e entender algum fenômeno a partir da 
observação, e como o suporte para a conceituação de determinado fenômeno 
ou objeto. 
 
Teoria do currículo 
Podemos dizer que uma teoria a respeito de currículo se encontra em meio a 
determinadas perguntas, como: 
• O que os alunos devem aprender? 
• Por que certos conteúdos são priorizados em detrimento de outros? 
• O que as pessoas/alunos devem ser? 
• Em que eles devem se tornar? 
• Que implicações têm determinada teoria sobre o processo de ensino e de 
aprendizagem? 
 
Parafraseando Silva (2003), uma determinada teoria pensa sobre o que é o 
currículo. As definições de currículo não são utilizadas para captar o verdadeiro 
significado deste tema, mas para decidir quais delas mais se aproximam daquilo 
que realmente o currículo é. 
 
Assim, uma forma de distinguir as diferentes teorias do currículo é através da 
análise dos diferentes elementos contemplados. 
 
Teorias tradicionais 
O início das discussões sobre currículo parte do que classificamos de 
movimento das teorias tradicionais. São essas as teorias de caráter neutro, 
vazias de intencionalidade e que aceitavam o status quo, além de acatarem os 
conhecimentos e os saberes dominantes. Além disso, concentravam-se em 
questões técnicas e caracterizavam-se pelo foco na organização e na eficiência 
de modo que o sistema educacional fosse capaz de especificar quais resultados 
seriam alcançados. De certa forma, refletiam o movimento da administração 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 6 
científica ao proporem para a escola o modelo de organização considerado por 
Frederick Taylor, denominado tempos e movimentos. 
 
Outro movimento, mais progressista, surgiria para contrapor essa ideia, 
considerando a importância de a escola se voltar para os interesses e as 
experiências das crianças. Isso justifica o ato de pensar sobre a didática, 
mesmo que subliminarmente, e, assim, responder ao “como”. 
 
Elementos centrais das teorias tradicionais 
Ensino/aprendizagem/avaliação/metodologia/didática/organização/planejamento/eficiência/objetivos. 
 
Podemos, então, observar que essas teorias tinham o foco na organização dos 
conceitos pedagógicos de ensino e aprendizagem, embora defendessem a 
adoção do modelo de empresa pela escola. 
 
Teorias críticas do currículo 
As teorias críticas trouxeram à discussão o estudo da educação sob uma nova 
perspectiva, deslocando o foco dos conceitos pedagógicos para os conceitos de 
ideologia e poder. 
 
Essas teorias que se opõem às tradicionais colocam em pauta a desconfiança 
sobre o status quo, responsabilizando-o pelas desigualdades e injustiças sociais, 
e propondo questionamentos e transformações radicais, ou seja, propunham a 
ruptura do status quo. 
 
Para essas teorias, o importante não é desenvolver técnicas de como fazer um 
currículo, mas desenvolver conceitos que nos permitam compreender o que o 
currículo faz e o que ele proporciona à formação das pessoas. 
 
Elementos centrais das teorias críticas 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 7 
Ideologia/reprodução cultural e social/poder/conscientização/emancipação e 
libertação/resistência. 
 
O conceito de resistência surge quando essas teorias trazem à discussão uma 
contraposição ao empirismo e ao pragmatismo das teorias tradicionais, dando 
lugar à emancipação e à libertação, tão defendida por Paulo Freire em seu livro 
Pedagogia da Autonomia. 
 
Essas teorias caracterizam-se por uma organização participativa, democrática e 
comunitária, e por uma ação emancipadora. 
 
Teorias pós-críticas do currículo 
Do mesmo modo que as teorias críticas se opuseram às tradicionais, as pós-
críticas também ofereceram resistência às críticas, trazendo à discussão o 
conceito de discurso em vez de somente o de ideologia. 
 
Essas teorias trazem o conceito de multiculturalismo e o que nele está implícito: 
o respeito às diferenças e à formação da identidade social, com destaque para 
a diversidade das formas culturais da contemporaneidade. O multiculturalismo 
tem origem no movimento de reinvindicações dos grupos culturais dominados e 
na luta para terem suas formas culturais reconhecidas e representadas em um 
contexto maior. Assim, implicitamente ainda estaria circulando no âmbito 
dessas teorias e do currículo o conceito de poder, mas, sobretudo, o fato de 
que uma cultura não busca a extinção de outra, uma vez que o homem, na sua 
vertente social, tem uma relação de interação e dependência com o outro. 
 
Elementos centrais das teorias pós-criticas do currículo 
 
Identidade/alteridade/diferença/subjetividade/saber-poder/gênero, raça, etnia, 
sexualidade, multiculturalismo. 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 8 
Surge, dessa forma, a discussão sobre novos elementos, como a alteridade e o 
currículo. Passa, então, a ser visto como instrumento de libertação, buscando 
dar voz aos que então eram silenciados. 
 
À medida que percorremos as diferentes teorias do currículo, percebemos que 
os elementos centrais de cada uma delas foram úteis para compreendermos os 
conceitos que elas enfatizam respectivamente, mas, talvez, mais importante 
seja saber quais questionamentos uma teoria do currículo buscou responder 
para, assim, conceituar currículo. 
 
O que é currículo? 
Após abordarmos as principais teorias, que são “pano de fundo” para a 
conceituação de currículo, o que dizer sobre tal conceituação? 
 
Para conceituar currículo, não há como não recorrer aos eixos principais de 
suas teorias, o que nos induz ser ele um conceito inacabado e em constante 
construção, pois está sujeito a constantes modificações e demandas surgidas 
na sociedade; ele não se esgota em si mesmo, deixando, assim, antever um 
fenômeno inacabado e sempre dinâmico. 
 
Do ponto de vista etimológico, a palavra currículo deriva da palavra 
latina curros (carros, carruagem) e de suas variações (pista de corrida). 
Começou a ser empregada na literatura geral norte-americana em meados do 
século XIX para designar processo de vida e desenvolvimento. Podemos dizer 
que, no curso dessa “corrida” (currículo), acabamos por nos tornar quem 
somos. (SILVA, 2000). 
 
Nessa conceituação, encontra-se o sentido de circuito, direção, 
trajetória, percurso. 
 
No dia a dia, quando pensamos em currículo, pensamos apenas em 
conhecimento, esquecendo-nos que o conhecimento que constitui o currículo 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 9 
está envolvido naquilo que somos, naquilo que nos tornamos: na nossa 
identidade e na nossa subjetividade. 
 
Muito se tem discutido sobre ele, em busca de práticas inovadoras condizentes 
com as necessidades do atual contexto, já que entendemos que, por meio do 
currículo, as diferentes sociedades procuram desenvolver os processos de 
conservação e transformação dos conhecimentos historicamente construídos. 
Não há, dessa forma, como dissociar o estudo de currículo da escola, da 
História da Educação. 
 
Desde a origem da educação, entendida sob a prática formal escolar, discutiu-
se, mesmo sob outras nomenclaturas e não necessariamente usando o conceito 
de currículo, quais conhecimentos e conteúdos essa ou aquela instituição 
escolar deveria adotar (ou impor?) aos seus alunos. 
 
E por que essa indagação? 
Vimos, por meio das teorias, que o currículo é instrumento de poder intencional 
e, portanto, não é neutro. Através do percurso histórico, é possível constatar 
como as propostas curriculares foram se alterando nos seus fundamentos 
filosóficos, quanto aos ideais pedagógicos em relação à concepção de homem 
e, principalmente, no que diz respeito aos saberes a serem disseminados. Ora 
defendia-se uma formação mais humanística, ora os adeptos de uma formação 
mais científica destacavam-se. Cabe também, nesse retrospecto, a luta por uma 
formação mais generalista ou especializada. Hoje, entretanto, discute-se 
formação profissional, técnica, tecnológica e mercadológica. 
 
Para tornar claro como o currículo é produto, tomemos como exemplo, na 
história da educação brasileira, a ditadura militar, que ocupou o Estado em 
1964. Esse movimento fez profundas incursões na legislação, na organização 
escolar, nos currículos e nos fins a serem alcançados em diferentes níveis e 
modalidades de ensino. Daí, resultaram a Reforma Universitária (Lei nº 
5.540/68) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 5.692/71). 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 10 
Podemos, assim, esboçar uma consideração: o currículo é sempre produto de 
um contexto histórico que, tendencialmente, será alterado quando ocorrerem 
permanências ou mudanças da sociedade como um todo. 
 
As questões de currículo representam uma preocupação significativa das 
autoridades, que se responsabilizam pelas definições e decisões no campo da 
educação, ou seja, de professores que se deparam com a tarefa de 
implementar uma ação por vezes imposta e dos alunos que são atingidos pelas 
políticas e inovações que têm sido propostas. Tais reformas, entretanto, têm 
procurado flexibilizar as escolas, integrar conteúdos e desenvolver 
competências sensíveis ao mundo do trabalho. 
 
As primeiras definições de currículo apontam para um conceito que corresponde 
“a um plano de estudos ou a um programa muito estruturado e organizado na 
base de objetivos, conteúdos e atividades e de acordo com a natureza das 
disciplinas” (PACHECO, 2001), o que demonstra uma noção restrita de 
currículo, mas ainda recorrente. 
 
Para Santos e Moreira (1995), conhecimento escolar e experiências de 
aprendizagem são os dois sentidos mais usuais de currículo: 
1 – O conhecimento é visto como aquele tratado didaticamente pela escola a 
ser aprendido e aplicado pelo aluno, o que, de fato, o currículo deve conter, 
além das formas de organizá-lo; 
2 – O currículo passa a significar o conjunto de experiências de aprendizagem a 
serem vividas pelo aluno e, deste modo, remete à seleção e àsua organização. 
 
Conceito de currículo segundo Nilda Alves 
Para Nilda Alves (2004), o currículo não se resume àquilo que é determinado 
pela via oficial. Na verdade, existem elementos que se refletem na prática 
cotidiana da escola, na qual participam, sobretudo, professores e alunos, mas, 
também, outros atores da comunidade educativa, que ajudam a construir aquilo 
que denominamos por currículo praticado. 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 11 
Nessa concepção está o currículo, colocado como um saber que se constrói 
diariamente e a partir do interior da escola, mas que exige um constante 
diálogo entre os que decidem acerca dos objetivos educacionais. Desse modo, 
visto que os alunos não são iguais, e as condições em que o currículo é posto 
em prática também variam, não podemos pensar num currículo uniforme, mas, 
ao mesmo tempo, é de extrema importância que seja garantida uma unidade 
de princípios que não ponha em causa a unidade nacional. (FREITAS, 2000). 
Mas como manter a unidade nacional? O que é currículo oficial? 
 
Rotineiramente, referimo-nos ao currículo oficial como o currículo determinado 
oficialmente pela administração direta e responsável pelo sistema educacional 
decorrente da Lei de Diretrizes e Bases, dos decretos, despachos e dos próprios 
programas. (Ministério da Educação – MEC). 
 
Ainda sobre o conceito de currículo, temos: 
Segundo Pacheco (2000), o currículo, enquanto projeto educativo e 
didático, encerra três ideias-chave, a saber: de um propósito 
educativo planificado no tempo e no espaço em função de finalidades; 
de um processo de ensino/aprendizagem, com referência a conteúdos 
e atividades; de um contexto específico – da escola ou organização 
formativa. 
 
Entendendo melhor, podemos inferir que o currículo depende de um propósito 
(para quê?) da seleção de conteúdos (o quê?) e de um contexto temporal 
(onde? quando?). 
 
Numa acepção mais generalista e tradicional 
1 – A ideia de currículo incorpora o conjunto de conteúdos que ensina 
(organizados por disciplinas, temas e áreas de estudo) tal qual um plano de 
ação pedagógica, fundamentado e implementado num sistema, que pode se 
apresentar com o formato de um documento oficial prescritivo e como guia 
orientador do trabalho. (ZABALZA, 2002). 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 12 
2 – Um conjunto estruturado de matérias e programas de ensino num 
determinado nível de escolaridade, ciclo ou domínio de estudos. (RIBEIRO, 
1999). 
3 – Plano de estudos, ou um programa, muito estruturado e organizado na 
base de objetivos, conteúdos e atividades e de acordo com a natureza das 
disciplinas. (PACHECO, 2003). 
 
Visão política e crítica por Tomaz Tadeu da Silva 
1 – Instrumento de poder, o saber não está isento de intenções e efeitos de 
poder, pois implica dominação. Daí, afirmar que currículo e poder estão 
mutuamente implicados na medida em que o currículo está inscrito através das 
divisões, inclusões/exclusões entre saberes e narrativas. 
2 – O currículo é a constituição de nós mesmos como sujeitos, uma vez que 
não está envolvido em transmissão, mas em um processo de constituição e de 
posicionamento: somos capazes, nós mesmos, de nos definirmos como sujeitos 
de um determinado tipo e responsáveis pelos múltiplos posicionamentos no 
interior das diversas divisões sociais. 
3 – O currículo é constituído de múltiplas narrativas, pois conta histórias sobre 
nós e o mundo que nos ajudam a dar sentido a nossa existência. É através de 
histórias sobre o passado que podemos dar sentido ao presente, construí-lo e 
imaginar outro futuro. 
4 – É documento de identidade, pois é o relato de experiências vividas por nós 
e que nos diferencia dos outros. É autobiografia e é no currículo que se forja 
nossa identidade. 
 
Considerações finais 
O currículo não pode ser entendido como algo predeterminado, isto é, como um 
“produto” a ser disponibilizado segundo regras e normas específicas. 
 
Deve ser contemplado como um projeto, cujo processo de construção e 
desenvolvimento é interativo, que implica unidade, continuidade e 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 13 
interdependência entre o que se decide no nível do plano normativo ou oficial e 
ao nível do plano real ou do processo de ensino e aprendizagem. 
 
É uma prática pedagógica que resulta na interação e confluência de várias 
estruturas (políticas, administrativas, econômicas, culturais, sociais, escolares…) 
na base das quais existem interesses concretos e responsabilidades partilhadas. 
(PACHECO, 2001). 
 
Este estudo, ao abordar o tema currículo, estende as questões e elementos 
nele discutidos para além da escola, ou seja, refere-se a perguntas que 
procurem responder “o quê?”, “como?” também para estruturação de cursos 
voltados para a educação profissional e para os segmentos da educação 
corporativa. 
 
Ao se pensar na elaboração de toda e qualquer proposta educativa, há que se 
pensar no currículo como o desenho dessa proposta. 
 
Atividade proposta 
Pare e reflita! 
Através do convívio social, você, provavelmente, já pode constatar que alunos 
de um mesmo curso, mas de diferentes instituições, apresentam discursos 
distintos sobre realidade ou pensamento. 
 
Já se perguntou por que isso acontece? E a que isso se deve? 
 
Chave de resposta: Você deve ter reparado que essa é uma questão 
reflexiva. Portanto, se respondeu que tal fato se deve ao currículo, está correta 
a sua resposta. Ele é o responsável por essa identidade, que torna esses alunos 
diferentes entre si. Alguns deles têm um discurso mais politizado; outros, mais 
conservador, mais técnico em função dos componentes curriculares que foram 
desenhados pela instituição e que os fazem intervir na realidade de forma 
diferente. 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 14 
O currículo é o responsável por essa identidade, e cada instituição, ao ter claros 
seus objetivos, propósitos, missão e valores, os transfere aos seus alunos, que, 
por sua vez, assumem tal identidade. 
 
Aprenda Mais 
 
Material complementar 
 
 
Para saber mais sobre a relação tempo e movimento, assista ao filme Tempos Modernos, de 
Charles Chaplin. O longa mostra, com clareza, a relação “tempos e movimentos” ao colocar o 
empregado sob a pressão de repetir mais movimentos num tempo cada vez menor e, assim, 
expressar o que a teoria tradicional defendia: a eficiência; ou seja, o resultado de uma 
atividade (a racionalidade técnica). 
 
Para saber mais sobre o tema da aula, acesse a 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L9394.htm 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei nº 9.394/96, que 
define e regulariza o sistema de educação brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L9394.htm
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 15 
Referências 
MOREIRA, A. F.; SILVA, Tomaz Tadeu da. (Org). Currículo, cultura e 
sociedade. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2001. 
 
PACHECO, José Augusto. Políticas Curriculares: referenciais para análise. 
Porto Alegre: Artmed, 2003. 
 
ZABALZA, Miguel. Do Currículo ao Projecto de Escola. In: CANÁRIO, R. (ORG.) 
Inovação e Projecto Educativo de Escola. Lisboa: Educa, 2002. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
As teorias pós-críticas contribuíram para a evolução do conceito de currículo ao 
trazerem para a discussão categorias como: 
a) Identidade e subjetividade 
b) Ensino e identidade 
c) Organização e multiculturalismo 
d) Organização e eficiência 
 
Questão 2 
As teorias críticas opunham-se às tradicionais porque: 
I – Pregavam a ruptura do status quo. 
II – Interpretavam o currículo voltado para a emancipação. 
III – Propunham o modelo de empresa para a escola. 
As opções corretas são: 
a) Todas as alternativas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas IIIestá correta. 
d) Nenhuma alternativa está correta. 
 
 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 16 
Questão 3 
Segundo os primeiros ensaios das teorias tradicionais de currículo, a forma de 
organizar o currículo é a organização: 
a) Por temas geradores 
b) Por experiências 
c) Interdisciplinar 
d) Por conteúdo 
 
Questão 4 
Relacione a coluna da esquerda com a da direita de forma a ligar as teorias 
sobre currículo às suas características. 
1. Teorias tradicionais 
2. Teorias críticas 
3. Teorias pós-críticas 
( ) Consideravam o esforço de ensinar como se todos tivessem o mesmo ritmo. 
( ) Defendiam que indivíduo se desenvolve através de suas experiências e da 
convivência com o outro. 
( ) Buscavam a definição do “o que” e “por que ensinar”. 
( ) Faziam crítica à reprodução não expressa no currículo oficial, mas 
manifestada pelas relações sociais na e da escola. 
( ) Traziam a discussão sobre a compreensão do “para quem” se constrói o 
currículo (formação de identidades). 
A sequência correta é: 
a) 1, 2, 2, 3, 1 
b) 2, 3, 1, 2, 3 
c) 1, 3, 2, 2, 3 
d) 3, 1, 2, 2, 2 
 
Questão 5 
Marque a alternativa que afirma por que as teorias críticas e pós-criticas 
estavam preocupadas com as conexões entre saber, identidade e saber. 
a) Porque acrescentavam ao “o quê?” o “por quê?”. 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 17 
b) Porque se preocupavam com questões técnicas. 
c) Porque ignoravam a questão do poder. 
d) Porque focavam no planejamento e no ensino. 
 
Questão 6 
Analise a seguinte citação de Leonardo Boff: “Cada um lê com os olhos que tem 
e interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um 
ponto.” 
Assinale agora a alternativa que apresenta o conceito de currículo contido nessa 
citação. 
a) Currículo é apenas instrumento de poder. 
b) Currículo é resultado de nossas experiências. 
c) Currículo auxilia na seleção dos conteúdos. 
d) Currículo é instrumento de poder. 
 
Questão 7 
Os estudiosos de currículo o consideram um conceito em construção porque, 
metaforicamente, ele: 
a) Apresenta características de uma grade curricular. 
b) Privilegia os resultados de uma ação educacional. 
c) Traduz a ideia de viagem, percurso e trajetória. 
d) Concebe a ideia de organização e seleção. 
 
Questão 8 
Quando conceituamos currículo numa perspectiva crítica, damos o foco em 
determinados conceitos, como ideologia e autonomia. 
Em função do que apresenta a afirmativa, assinale certo ou errado. 
a) Certo 
b) Errado 
 
 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 18 
Questão 9 
Analise o fragmento de texto abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que 
melhor o relaciona ao conceito de currículo. 
“Tem uma educação que vira o destino do homem, não vira? Ele entra com um 
destino e sai com outro. Quem fez? O estudo, foi estudo regular: um saber 
completo. Ele entra dum tamanho e sai do outro (...)”. (SOUZA apud 
BRANDÃO, 2002). 
a) O currículo e a escola são responsáveis pela mudança do homem. 
b) O currículo define as disciplinas que colaboram para a educação do homem. 
c) No currículo, estão previstos os objetivos a serem alcançados na educação. 
d) O currículo contempla os conteúdos, objetivos e as experiências de vida. 
 
Questão 10 
Analise as afirmativas sobre o conteúdo: 
1 – Por trás da elaboração do currículo, está a concepção de ser humano em 
desenvolvimento. 
2 – Não há currículo ingênuo, uma vez que sempre implica em uma definição 
do que seria o processo de humanização. 
3 – O estudo de currículo propõe dissociá-lo da história da educação por não 
ter relação com as teorias educacionais. 
4 – O currículo oficial buscar garantir a unidade nacional definida pelo Mistério 
da Educação, de acordo com a Constituição Federal. 
A sequência correta é: 
a) V, V, F, V 
b) F, V, V, V 
c) V, V, V, V 
d) V, F, F, V 
 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 19 
status quo: Estado atual das coisas, independentemente do momento em que 
se encontram. 
 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - A 
Justificativa: As teorias pós-críticas introduziram ao estudo de currículo 
conceitos que o colocavam como instrumento de libertação e respeito às 
diferenças, elemento contrário à organização, eficiência e ensino, que são bases 
das teorias tradicionais. 
 
Questão 2 - B 
Justificativa: As opções I e II traduzem as ideias das teorias críticas enquanto 
se opunham ao status quo e traziam a ideia de emancipação para o currículo. A 
opção III refere-se ao movimento das teorias tradicionais de currículo. 
 
Questão 3 - C 
Justificativa: As teorias tradicionais priorizavam questões como “o que se deve 
ensinar” por defenderem a relação dos conteúdos que davam ênfase aos 
conceitos simplesmente pedagógicos de ensino e de aprendizagem. 
 
Questão 4 - C 
Justificativa: (1) As teorias tradicionais, ao focarem nos conceitos de ensino e 
de aprendizagem e por terem recebido influência da administração 
científica/Revolução Industrial, acreditavam que todos fossem capazes de 
reproduzir os mesmos conceitos/movimentos num mesmo tempo. 
(3) A resposta apresenta o conceito de alteridade presente na teoria pós-crítica 
do currículo. 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 20 
(2) As teorias críticas, ao discutirem sobre o que ensinar, voltavam-se ao “por 
que ensinar” como resposta ao que o currículo faz, o que proporciona a 
formação das pessoas. 
(2) As teorias críticas, ao oferecerem resistência a uma organização defendida 
pelas tradicionais, valorizavam a questão da ideologia. 
(3) As teorias pós-críticas tratavam o currículo como construção da identidade. 
 
Questão 5 - A 
Justificativa: As teorias críticas e pós-criticas do currículo acrescentaram o “por 
quê?” à pergunta “o quê?” por desejarem saber por que um conhecimento e 
não outro. Quais interesses fazem com que esse conhecimento e não outro 
esteja contemplado no currículo? 
 
Questão 6 - B 
Justificativa: A opção B é a que responde acertadamente sobre currículo, pois, 
nela, está implícito que somos sujeitos de nós mesmos e, assim, através de 
nossas experiências, formamos nosso ponto de vista e reaprendemos a olhar 
um mesmo objeto sob diferentes ângulos. 
 
Questão 7 - C 
Justificativa: O conceito de currículo em construção traduz-se pela ideia de 
viagem, percurso em que fatos e experiências mudam ou se adequam às 
contingências do momento, trazendo para a realidade educacional, de acordo 
com as mudanças da sociedade e das demandas do mercado, as propostas 
curriculares que delineiam suas ações. 
 
Questão 8 - A 
Justificativa: A afirmativa está correta, pois a ideologia e autonomia delineiam o 
currículo de forma a possibilitar que o indivíduo questione e tenha liberdade de 
expressar e defender suas ideias. 
 
 
 
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Questão 9 - D 
Justificativa: A melhor opção é a D, pois reconhece que, no currículo, estão 
previstos os objetivos, os conteúdos e as experiências de vida responsáveis 
pelo saber completo. Um não exclui o outro; pelo contrário, complementam-se 
como conceitos fundamentais na elaboração de um currículo voltado para a 
transformação do homem. 
 
Questão 10 - A 
Justificativa: As opções 1, 2 e 4 são verdadeiras, pois: 
1 – Reafirma que o ser humano está sempre se adequando à realidade e, por 
isso, o currículo coloca-se em condição dinâmica. 
2 – Todo currículo tem uma intenção: dirige-se ao que se deseja da condição 
humana. 
4 – O currículo oficial, através dos órgãos oficiais e da implantação do sistema 
educacional, garante os componentes a serem desenvolvidos no âmbito 
nacional e, assim, defende a normatividade curricular. 
A opção 3 é falsa, pois o currículo como produto é também resultado da 
história da educação e dos seus fatos relevantes.

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