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Economia do setor público

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Departamento de Economia – DEC/ Disciplina: SETOR PÚBLICO
Discente: Érika SSM
ESTUDO DIRIGIDO
O sistema federativo e o fenômeno da descentralização. In: ALÉM, A. C.; GIAMBIAGI, F. Finanças Públicas: Teoria e Prática no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1999 p 313-350.
1. Defina federalismo fiscal. (1,0 ponto)
É um conjunto composto por diversas instâncias de poder e agentes, onde há uma separação de fontes tributárias, que são responsáveis em discriminar os impostos de competência da união e do estado, com intuito de suprir os estados e municípios com recursos suficientes e distribuir de forma efetiva de modo a acomodar uma diversidade de demandas que necessitam ser satisfeitas dentro do país, exigindo assim das autoridades sabedoria para distribuir os tributos arrecadados, para que possam desempenhar suas funções sem prejudicar o crescimento do país como um todo, de forma a aceitar concessões aos interessados para que haja uma preservação da nação, sem prejudicar os interesses de cada estado ou município. São esferas governamentais e subnacionais voltadas a arrecadar tributos e distribuir de forma efetiva, de modo a suprir as necessidades de bens e serviços público a serem ofertados.
2. Apresente os argumentos favoráveis à descentralização fiscal. (1,0 ponto)
Fatores econômicos; a alocação de recursos de uma forma mais direcionada, nesse caso a descentralização compreende em determinar o responsável para administrar os impostos, os gastos, as transferências, a regulação, dentre outras funções públicas, a principal preocupação é definir qual os bens e serviços públicos que deveram ser fornecidos de uma forma centralizada e quais que poderão ser descentralizados de forma a obter ganhos de eficiência. Os defensores da descentralização dos gastos alegam que quanto mais próximos dos beneficiários encontrar-se as esferas de governo, maior será a eficiência dessas alocações de recursos. Desse modo as esferas de governos subnacionais estariam mais perto dos eleitores, consumidores e contribuintes, onde poderiam perceber de forma mais eficaz as preferencias e necessidades locais, tanto em relação aos impostos como dos serviços públicos a serem ofertados, proporcionando assim economias de escala.
Fatores culturais, políticos e institucionais: nesse caso a descentralização pode proporcionar uma maior integração social, envolvendo os cidadãos nas escolhas dos rumos de sua comunidade, trazendo maior transparência das ações governamentais, ocasionando uma maior autonomia dos governos subnacionais gerando uma maior política e desconcentraria o poder político. Isso também contribuiria para diminuir os riscos que um poder centralizado representa para a liberdade individual.
Fatores geográficos: quanto maior a área do território nacional, com a descentralização os ganhos de eficiências tendem a ser cada vez maiores, pois é mais fácil para os governos subnacionais administrar a demanda de certos tipos de bens e serviços públicos de uma população local, do que seria para um governo central.
	Uma vantagem da descentralização fiscal é que ela tende a gerar uma certa concorrência entre as esferas de governo, podendo ser vertical ou horizontal, a primeira acontece entre esferas de governo diferente, governo central e os governos subnacionais ou entre estados e municípios, e a segunda que envolve unidades referentes à mesma esfera de governo, ou seja, entre dois municípios ou entre dois estados. Dessa forma quanto maior a concorrência dentro do setor público mais equitativa e eficiente será a alocação de recursos, pois a concorrência entre as esferas de governos proporciona um aumento da eficiência do sistema.
3. Discuta sobre as críticas à descentralização fiscal. (1,0 ponto)
Os defensores da centralização mostram o fato da descentralização gerar um conflito entre as funções alocativa, distributiva e estabilizadora do setor público. Eles apontam que, no caso da função alocativa o fornecimento de determinados tipos de bens públicos básicos de forma insuficiente pode prejudicar no longo prazo o desenvolvimento do país gerando custos de eficiência; já no que se trata da função distributiva se as políticas redistributivas fossem de responsabilidades direta das esferas de governo subnacionais, poderia gerar uma movimento migratório de pessoas de menor nível de renda entre os municípios, buscando o município que adotasse uma política considerada mais generosa em relação aos demais municípios, tornando os programas redistributivos mais custosos e insustentáveis para tal município; e em relação a função estabilizadora as decisões de gasto das esferas subnacionais podem afetar a demanda agregada da economia, prejudicando os objetivos de estabilização macroeconômica do governo central, pois quanto maior for o nível dos gastos públicos de responsabilidade de esferas subnacionais maior é a necessidade de conscientização da importância dos ajustes fiscais. 
No que se refere aos dois modelos de descentralização, que são, o modelo do principal agente, o qual o problema é a falta de autonomia dos governos subnacionais e o modelo da eleição publica local, a crítica é que um grau maior de autonomia dos governos subnacionais pode prejudicar a execução de alguns objetivos nacionais. Dessa forma alguns países adotam uma combinação dos dois modelos para tentar conciliar os interesses locais com os nacionais.
4. Caracterize o descentralismo fiscal operado no Brasil. Em seguida discuta sobre os limites e perspectivas para a consecução dos objetivos da descentralização fiscal no Brasil. (2,0 pontos)
O processo de descentralização teve basicamente uma motivação política, que buscava o fortalecimento financeiro e político de estados e munícipios em detrimento do governo central, esse movimento de descentralização foi conduzida pelos estados juntamente com os municípios por seus representantes no legislativo federal. Como não teve planejamento esse processo foi marcado por descoordenação, distorção e conflitos.
Uma característica importante é sua tendência municipalista, com a Constituição de 1988 os municípios foram reconhecidos como membros da federação, passando a ter condição de igualdade com os estados no que se trata de direitos e deveres. As esferas subnacionais ampliaram sua participação e autonomia no que se refere ao total da receita tributária e ao total de gastos públicos, a descentralização ocorreu através de emendas constitucionais que aumentaram os percentuais dos fundos de participação tanto dos estados como para os municípios, e tem se baseado nesse aumento de transferências do governo federal para estados e municípios, através dos seus fundos de participação. De um modo geral os recursos transferidos não estão vinculados a gastos específicos, e é importante ressaltar que o aumento das transferências federais e estaduais para os municípios não desestimula o esforço de arrecadação própria.
Quanto as perspectivas para aquisição, no que diz respeito as receitas, existe um maior nível de descentralização em favor das esferas subnacionais, pois os municípios continuam tendo esforço para arrecadar e administrar seus recursos, para obter cada vez mais autonomia sobre como aplicar seus recursos de forma mais eficiente. 
Bom estudo.

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