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AD1 2020 1respondida

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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
AVALIAÇÃO À DISTÂNCIA – AD1
Período - 2020/1º
Disciplina: Turismo e Patrimônio
Coordenador: Prof. Dr.Euler David de Siqueira
Aluno: Mateus Pereira dos Santos / Polo: Angra dos Reis /
Matricula: 19215100093
Questão 01 – (Valor até 2,5 pontos)
Após ler com muita atenção o texto do historiador José Menezes intitulado:
“olhares sobre a memória: monumento histórico e turismo. In: Historia e turismo
cultural. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. p.31-40, discorra com suas próprias palavras
sobre a importância que o Romantismo teve para a construção do turismo moderno.
R: O Romantismo foi um importante fator que permitiu uma reflexão por outro ângulo
acerca dos monumentos históricos. No decorrer do século XIX não havia muito
interesse dos historiadores pela preservação de edificações antigas como forma de
patrimônios históricos, estavam ocupados com os fatos políticos formadores das nações
e supervalorizavam documentos escritos, a preservação monumental ficava por conta de
antiquários e dos interessados em história da arte.
O olhar romântico do século XIX buscou nos monumentos do passado a valorização da 
arte, a ideia romântica de identidade e revelação de saberes e fazeres humanos, sob o 
olhar romântico as edificações antigas são obras insubstituíveis e perdê-las seria um 
dano irreparável à história da humanidade, tendo esse olhar colaborado para a 
preservação das edificações que conhecemos hoje como patrimônios históricos, 
enquanto a revolução industrial ao mesmo tempo, marcava uma sensação de mudança 
nos tempos onde as construções do passado eram inspirações para construir coisas 
melhores no futuro.
A literatura romântica contribuiu para uma visão valorativa das construções do passado
e da história, dessa forma, em meio a revolução industrial, o desenvolvimento de novas
técnicas e equipamentos, a evolução dos meios de transporte e comunicação, o processo
de urbanização, a divisão social do trabalho permitindo horários livres e em meio
também a um ambiente romântico de descobertas e de construção de valores que
buscavam memorizar o passado, lembrá-lo e aprendê-lo, surge o turismo moderno e
romantismo faz nascer essencialmente o turismo cultural, sendo ainda nos dias de hoje
os patrimônios históricos atrativos turísticos, artísticos, históricos e culturais.
Questão 2 - (valor até 2,5 pontos)
Em seu artigo intitulado: “Patrimônio intangível: considerações iniciais. In:
Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. Regina Abreu; Mário Chagas (orgs.)
2ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2009. p.80-83, o antropólogo gaúcho Ruben Oliven
discute aspectos importantes acerca da natureza do patrimônio imaterial. Oliven
também analisa a Lei n° 3.551 de 04 de agosto de 2000, responsável por instituir o
Registro de Bens Culturais de natureza imaterial. De acordo com Oliven, a separação
entre material e imaterial não é pacífica: o que o autor quer dizer com isso? Afinal, o
patrimônio pode ser divido entre material e imaterial ou mesmo o dito patrimônio
material possui algo de imaterial, nos obrigando a pensá-lo como uma totalidade?
R: Quando o autor fala que a distinção entre bens materiais e imateriais não é pacífica,
ele quer dizer que existem conflitos de interesses entre os agentes envolvidos em
disputas simbólicas dos bens imateriais e que o Estado tem a possibilidade de atuar na
área de patrimônio cultural a um custo menor que o envolvido em zelar pelos bens
culturais físicos.
A divisão do patrimônio em material e imaterial gera uma situação complexa pois
enquanto o patrimônio material deve ser preservado para que permaneça exatamente
como foi construído, não podemos fazer o mesmo com os saberes, as celebrações as
formas de expressão e os lugares, registrando as informações em livros e tornando-as
fixas porque é sabido que tais conhecimentos se modificam com o tempo. Além disso
cada patrimônio histórico material já traz consigo os saberes, celebrações, formas de
expressão dos lugares em cada tempo, necessitando assim o patrimônio material e
imaterial serem pensados então como uma totalidade.
Questão 3 - (valor até 5,0 pontos)
Antropólogo, Renato Ortiz nos brindou com um texto formidável para refletir
sobre a cultura popular. O texto em questão é o n° 03: ORTIZ, Renato. Estado, cultura
popular e identidade nacional. In: Cultura brasileira identidade nacional. São Paulo:
Brasiliense, 1994. p.127-148. Após ler atentamente ao texto de Ortiz podemos dizer que
a cultura popular é homogênea a ponto de se confundir com a Identidade Nacional ou,
ao contrário, heterogênea, particular e concreta? 
R: A cultura popular não é homogênea e sim heterogênea pois está diretamente ligada 
ao grupo social ao qual cada pessoa está vinculada e como sabemos existem diferentes 
grupos sociais e consequentemente diferentes culturas populares. Tampouco podemos 
confundir cultura popular com identidade nacional pois a cultura popular está ligada a 
memória coletiva, que é da ordem da vivência, enquanto a identidade nacional está 
ligada a história que transcende os sujeitos e não se concretiza imediatamente no seu 
cotidiano, ou seja, a cultura popular é produzida pela memória coletiva, se aproxima do 
mito e se manifesta ritualmente, enquanto a identidade nacional é da ordem ideológica, 
produto de uma história social e não da ritualização e da tradição. O mito é encarnado 
pelo grupo social restrito, enquanto a ideologia se estende a sociedade como um todo.
Boa avaliação, Euler David de Siqueira
	Questão 01 – (Valor até 2,5 pontos)

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