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Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. 
7. A Função Social do Contrato: É um conceito aberto e indeterminado, impossível 
de se delimitar aprioristicamente. 
 
O contrato deixa de ser considerado, unicamente, um instrumento de circulação de 
riquezas e passa a ser considerado um instrumento de desenvolvimento social. 
Sem o contrato a economia e a sociedade se estagnariam por completo, fazendo com 
que retornássemos a estágio menos evoluída da civilização humana. 
Não se trata de repelir a autonomia privada ou a obrigatoriedade, mas temperá-los, 
tornando-os mais vocacionados ao bem estar comum, sem prejuízo ao progresso 
patrimonial pretendido pelos contratantes. 
 
Deve o contrato atender a Constituição da República, bem como, a dignidade humana. 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
a) Princípio da autonomia da vontade: É a ampla liberdade que tem os 
contratantes de disciplinar seus interesses mediante acordo de vontades. Tem as 
partes a faculdade de celebrar ou não contratos, sem qualquer interferência do 
Estado, podendo ser nominados ou fazer combinações, dando origem a contratos 
inominados. A avença faz lei entre as partes, assegurando o cumprimento. 
Ex: Art.421,CC. 
Serve de fundamento para a celebração dos contratos atípicos (art.425,CC). 
 
Contrato atípico: É o que resulta do acordo de vontades não regulado no ordenamento 
jurídico, mas gerado pelas necessidades e interesses das partes. 
 
b) Princípio da supremacia da ordem pública: O interesse da coletividade deve 
prevalecer sobre o interesse individual. O princípio da autonomia da vontade não é 
absoluto, é limitado pelo princípio da supremacia da ordem pública. 
 
Obs: Cabe aos Tribunais verificar em cada caso se a ordem pública está ou não em 
jogo. 
 
Bons Costumes: Moralidade social. 
 
 
 
Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. 
A ampla liberdade de contratar provoca desequilíbrios e a exploração do 
economicamente mais fraco, fato este constatado na crescente industrialização. EX: 
Lei da Ususra, do inquilinato, o CDC. 
A intervenção do Estado é tão intensa em determinados campos (telecomunicações, 
consórcios, seguros, sistema financeiro, etc.) que se configura um verdadeiro dirigismo 
contratual. 
Art. 17, LICC. 
 
(Silvio Rodrigues): Ordem Pública: (...) é constituída por aquele conjunto de interesses 
jurídicos e morais que incumbe à sociedade preservar. Por conseguinte, os princípios 
da ordem pública não podem ser alterados por convenção entre particulares. Jus 
publicum privatorum pactis derrogare non potest” 
 
Ordem pública: 
Organização da Família casamento, filiação, adoção, alimentos 
As que estabelecem ordem de sucessão hereditária e a sucessão testamentária 
As que pautam as organizações políticas e administrativas do Estado 
Os preceitos fundamentais do Direito do Trabalho 
Cânones basilares da estrutura social, política e econômica da Nação 
 
c) Princípio do consensualismo: Para o aperfeiçoamento do contrato basta o 
acordo de vontades, contrapondo-se ao formalismo e ao simbolismo. O contrato 
resulta do consenso das partes com ou sem a entrega da coisa. 
Art. 481, CC: A questão da compra e venda. 
 
Loysel (jurista da idade média): O boi se prende pelo chifre, o homem pela palavra. 
 
Os contratos, são, pois, em regra consensuais, alguns poucos, no entanto, são reais 
(do latim, res: coisa), porque somente se aperfeiçoam com a entrega do objeto, 
subseqüente ao acordo de vontades. Este, por si, não basta. 
 
d) Princípio da relatividade dos efeitos dos contratos: Os efeitos dos contratos 
só se produzem em relação às partes, aqueles que manifestaram a sua vontade, não 
sendo afetado terceiros. 
 
 
 
Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. 
Exceções: Art. 436 e 438. 
 Seguro de vida; Acordo coletivo de trabalho. 
 
O novo CC, não reconhece mais os contratos apenas como instrumento de satisfação 
pessoal, devendo sempre observar a função social, neste caso, o princípio da 
relatividade foi atenuado pelas cláusulas gerais, devido conter normas de ordem 
pública, não se destinando a proteger, unicamente, o interesse particular das partes, 
mas tutelar o interesse da coletividade. 
 
e) Princípio da obrigatoriedade dos contratos (intangibilidade ou princípio da 
força vinculante dos contratos): Representa a força vinculante das convenções. 
Ninguém é obrigado a contratar, entretanto, se o fizerem, sendo o contrato válido e 
eficaz, devem cumpri-lo, não cabe ao juiz preocupar-se com a severidade das 
cláusulas aceitas, que não podem ser atacadas sobre o princípio da equidade. 
 
Fundamentos: 
a) A necessidade de segurança nos negócios, se os contratantes pudessem não 
cumprir a palavra empenhada. 
b)a intangibilidade ou imutabilidade do contrato, decorrente da convicção de que o 
acordo de vontade faz lei entre as partes (pacta sunt servanda). Qualquer alteração 
deverá ser bilateral. 
Inadimplemento: Art. 389, CC 
Após a 1ª Guerra Mundial – 1914/1918: Verificou-se, em alguns casos, uma 
onerosidade excessiva para um dos contratantes. Surgimento de movimentos sociais 
sob a alegação de que o detentor do poder econômico acarretava exploração dos 
mais fracos. Não podendo, mais se falar em absoluta obrigatoriedade dos contratos. 
Começa a ser aceita a possibilidade de intervenção do Estado. 
CC; Art. 389. 
Caso fortuito ou força maior: Art. 393, parágrafo único do CC. 
 
f) Princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva: 
 
Originou-se na Idade Média, opõe-se ao princípio da obrigatoriedade, pois permite aos 
contratantes recorrerem ao judiciário para obterem alteração da convenção e 
condições mais humanas em determinadas situações. 
 
 
 
Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. 
REBUS SIC STANTIBUS: Presume-se nos contratos comutativos, de trato sucessivo 
e de execução diferida, a existência implícita de uma cláusula pela qual a 
obrigatoriedade de seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade da situação de fato. 
Se esta, no entanto, modifica-se em razão de acontecimentos extraordinário (uma 
guerra), que tornem excessivamente oneroso ao devedor o seu adimplemento, poderá 
esta requerer ao Juiz que o isente da obrigação total ou parcialmente. 
França: Lei Faillot de 1918. 
Inglaterra: Frustration of adventure. 
Brasil: Teoria da Imprevisão - Requisito: Imprevisibilidade. 
Obs: O caso dos juros aplicados pelas instituições financeiras. 
 
a) Princípio da boa-fé e da probidade: 
 
Boa-fé (art. 421,CC): As partes devem se comportar de forma correta durante as 
tentativas, formação e o cumprimento do contrato. Ninguém pode se beneficiar da 
própria torpeza. Deverá agir com probidade, lealdade e honestidade. 
Probidade (art. 422,CC): A honestidade de proceder ou a maneira criteriosa de 
cumprir todos os deveres, que são atribuídos ou cometidos à pessoa. 
* Distinção entre boa-fé objetiva e subjetiva 
 
g.1) Boa-fé Subjetiva (concepção psicológica): Diz respeito ao conhecimento ou a 
ignorância da pessoa relativamente a certos fatos. A pessoa pensa que está agindo de 
acordo com o direito, apesar de ser outra realidade. Aplicada nos direitos reais. 
Entendimento equivocado, um erro que enreda o contratante. 
 
g.2) Boa-fé objetiva (concepção ética da boa-fé): Um norma jurídica que fundada em 
um princípio geral do direito, segundo o qual todos devem comporta-se de boa-fé nas 
relações recíprocas. É a regra de conduta. FORMA DE COMPORTAMENTO. 
Honestidade, lealdade, consideração para com o interesse do outro contratante. 
 
CC: Art. 422, 113 e 187. 
Crítica: Somente aparece na execução do contrato. (Antônio Junqueira de Azevedo), 
porém, mesmo que insuficiente, está presente nas tratativas preliminares, bem como, 
nas obrigações derivadas.Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. 
a) Função da boa-fé: Deveres de lealdade e confiança recíproca 
Dever de assistência 
Dever informação 
Dever de sigilo ou confidencialidade 
 
b) Princípio da equivalência material: 
 
Paulo Luiz Netto Lôbo: Busca realizar e preservar o equilíbrio real dos direitos e 
deveres no contrato, antes, durante, e após a sua execução, para harmonização dos 
interesses. 
Serve para preservar a equação e o justo equilíbrio contratual, seja para manter a 
proporcionalidade inicial entre os direitos e obrigações, ou corrigir distúrbios 
supervenientes, não podendo acarretar vantagem excessiva para uma das partes. 
É um desdobramento da função Social do contrato e da boa-fé objetiva. 
 
Gagliano, Pablo Stolze. Filho, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil, Vol. IV, 
tomo 1: teoria geral. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 
Gonçalves, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. III. Contratos e atos unilaterais. 
7 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

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