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Resumo Saude Mental Grifado

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Acadêmica de enfermagem: Ana Carolina Silva de Souza 
Aula 1 - O louco, a loucura e a sociedade 
 
Loucura 
 
 Expressa ou guarda? 
 Consigo julgar? Medo do julgamento? 
 Padrões me fazem enxergar com anorma-
lidades (senso comum). 
 Fazer diferente é loucura? 
 Sociedade com crenças e valores. Lem-
brando que as famílias são diferentes. 
 Só passa a ser loucura quando causa so-
frimento. 
 Causa perturbação, prejuízo nas relações. 
 Não conseguem separar real do irreal = 
louco. 
 Ideias=ideações=pensamentos. 
 Funções do aparelho mental=funções men-
tais. 
 
 ID- interno; mundo interno; oculto; tudo aquilo que me leva a temer! 
 EGO(EU)-barreira que separa o real do irreal; avalia o ID. 
 SUPER EGO-Sociedade; cobranças; crenças; 
 
 
O EU sofro com o ID e o SUPER EGO, por pressões, pois não vive o que deseja e adoece. 
Mecanismos de defesas são lançados, nos ajudam a lidar com situações sem ferir. 
 
Denominações sobre o Louco... 
 
Possuídos por espíritos; 
Sofrimento da alma; 
Louco, lunático, lelé, maniático, tansa, vesano, 
demente; 
Alienado, insano. 
 
Afinal, o que é Loucura? 
 
Designa-se por louco aquele indivíduo 
cuja maneira de ser é “diferente” em 
comparação com uma outra maneira de 
ser considerada pela sociedade como 
“normal”. 
 
 
 Porém com as diferenças: culturais, sociais, éticas, filosóficas, religiosas existentes, como se poderia 
definir. 
 Importantes para a história, Carlos VI, Germânico, Van Gogh, faltava compreensão, estudos nesta 
época. 
 Acreditava-se que ao administrar doses altas de insulina, com a hipoglicemias, ocorria a desorienta-
ção que levava ao rebaixamento severo do nível de consciência, haveria uma reorganização cere-
bral quando o individuo restabelecesse o mesmo. 
 
A loucura na Grécia antiga... 
 
 Pessoas que acreditavam tinham poderes divinos eram extremamente respeitadas pela sociedade, 
eram consideradas deuses. 
 Esses deuses eram cultuados e não eram considerados loucos, era algo divino. 
 Hipócrates cita fatores do enlouquecimento, que adoecia por desregulação de líquidos corporais. 
Como o hidroeletrolítico, com minerais, sódio, potássio, etc... Com olhar organicista, onde se forma o 
olhar do sujeito louco como doente, doença causada por desregulações humorais. Começa esse mo-
vimento médico. 
 Acreditava-se, que o eletrochoque reorganizava as sinapses cerebrais e os sintomas desapareceriam! 
O problema é que na época era dado sem anestesia e era dado por qualquer um. 
 Hoje a eletroconvulsoterapia é feito em CC, com anestesia e junto da família. Para pacientes que 
não respondem a medicamentos. 
 
 
ID 
EGO – C/E 
 SUPER EGO 
Sociedade - família 
Denominações sobre o Louco... 
 
Possuídos por espíritos; 
Sofrimento da alma; 
Louco, lunático, lelé, maniático, tansa, vesano, 
demente; 
Alienado, insano. 
 
Afinal, o que é Loucura? 
 
Designa-se por louco aquele indivíduo cuja 
maneira de ser é “diferente” em comparação 
com uma outra maneira de ser considerada 
pela sociedade como 
“normal”. 
 
Resumão Saúde Mental 
 
Época renascentista (Europa – XIV – XVI). 
Recai contra a loucura - uma condenação de cunho moral; O louco vivia solto, fazia parte das paisagens da 
cidade; Leprosos – Doenças Venéreas – Loucos – Internamento; Embarcações – acorrentadas, presas a gi-
gantes pedras, dentro de celas. “Nau dos Loucos” embarcações que jogavam os loucos no oceano; 
 
Época Clássica 
 
No século XVII, a loucura foi inscrita no universo da desrazão, estabelecendo articulações com o universo 
da marginalidade social... Michel Foucault (1926-1984), no livro a História da Loucura na Idade Clássica nos 
mostra como a loucura substituiu a lepra como principal objeto de exclusão e supressão de elementos desta 
sociedade. Precisava-se de outro que seria seu novo “bode expiatório”. Loucos= marginais por crimes.
 
Na época clássica e renascentista... 
 
A opinião era diferente, o ser estava possuído pelo demônio (espírito maligno). 
 
Mercantilismo...Sec. XVII 
 
Criação de instituições que acolhem e mantém pessoas excluídas da sociedade. Ideia era que seria corrigida 
pelas normas e formas de tratamento com modelo moral. Casas de Internamento – Acolhimento – Correção e 
Reclusão; não obedecia a critérios médicos, mas à ordem da razão! 
 
O louco não tinha voz até Pinel... 
 
Felipe Pinel, médico revolucionário na dec. Dec. 60 aproximadamente ele desacorrentava as pessoas doentes 
psiquicamente nas santas casas nos porões, teve a ajuda de um enfermeiro chamado Pucin, de colocá-las em 
enfermarias. 
 O final do século XVII, com as ideias do iluminismo, os princípios da Revolução Francesa, a Declara-
ção dos Direitos do Homem nos Estados Unidos, viu crescer o movimento de denúncias contra as inter-
nações arbitrárias dos doentes mentais, seu confinamento em promiscuidade com toda espécie de 
marginalizados sociais e as torturas, disfarçadas ou não sob a forma de tratamentos médicos, de que 
eram vítimas. 
 Manicômio- deposito de pessoas anormais. 
 Nesta época, a enfermagem servia de guarda, controlando o ambiente, com cassetetes e administra-
va medicamentos. 
 Teve um movimento para mudar isto, na França, Itália e EUA (psiquiatria democrática, de setor e co-
munidade), para melhorar condições de tratamento. 
 Percebeu-se que o modelo hospitalar da época não era o melhor e o melhor era ser perto de sua 
comunidade(família) e logo eles melhoravam. 
 Sintomas residuais – persistentes com o tratamento. 
 Doença – desequilíbrio biopsicossocial e espiritual. 
 Após toda esta reviravolta com Pinel, só no sec. XVIII, começou-se a ter conhecimento cientifico das 
Santas Casas de misericórdia. 
 Antes disso Hipócrates e Romero achavam que a loucura era de cunho orgânico(humores). 
 Mas o tratamento mesmo após Pinel desacorrentar os loucos era moral ainda, pois os loucos ainda 
estavam nas instituições. 
 
Para Esquirol: Acertou em pensar que ... 
 
Garantir a segurança pessoal dos loucos e de suas 
famílias; 
Liberá-los das influências externas; 
Vencer suas resistências pessoais; 
Submetê-los a um regime médico; 
Impor-lhes novos hábitos intelectuais e morais; 
 
Assim, o asilo é o lugar do tratamento moral; é, 
também, por si próprio, o tratamento moral. 
 
 
O tratamento moral perdeu força em meados do 
século XIX, até totalmente SER abandonado na se-
gunda metade do século, DEVIDO: 
 
A chegada de imigrantes estrangeiros para os 
EUA. 
Deterioração das condições de vida das cidades, 
pela superlotação. 
Aumento da população internada dos hospitais 
psiquiátricos. 
Críticas à instituição asilar na Europa Ocidental. 
 
 
Principais propostas de mudanças... 
 
 Psiquiatria Organicista/Biológica 
 Psiquiatria Psicoterápica 
 Psiquiatria Social: 
Comunidade Terapêutica (Inglaterra) 
Psicoterapia Institucional (França) 
Psiquiatria Preventiva (EUA) 
 Psiquiatria de Setor (França) 
 Antipsiquiatria (Inglaterra) 
 Psiquiatria Democrática (Itália) 
 
 
 
 
Após PINEL... 
 Instituições vistas diferentes. 
 O porquê de estar sendo internado. 
 O porquê do modelo de tratamento. 
 Saber psiquiátrico começou a fazer parte 
do tratamento. 
 
Comunidade terapêutica 
 
Grupos terapêuticos, para reflexão de perceber sobre si e sobre o outro. 
Originaram dos grupos operativos. 
Precursores: Maxwell Jones e Hermann Simon em 1920. 
Assume o papel de falar sobre ele, ouvir o outro e refletir. 
A ideia foi boa pois deu voz ao alienado/louco. 
 
Psicoterapia Institucional 
 
Proporcionar a instituição hospitalar uma função terapêutica (como já deveria ser). 
Humanizar a instituição. 
Começar com a instituição e o profissional. 
Surgiu que o poder não era mais centralizado no médico e agora também no enfermeiro, assistente social, 
psicólogo...) 
Poder só em conhecimento e ser respeitado. 
Respeita o conhecimento entre as classes para somar. 
Valorizou-se o tratamento através dos grupos coordenados por não médicos, o que mais coordenava era o 
enfermeiro. 
A família era vista como a grande causadorada doença antes, mas na PI, a família é inserida e ouvida. 
Mas a família ainda não questiona o porquê o louco está na instituição psiquiátrica. 
 
 
Psiquiatria de setor 
 
Levar a população, tratar a pessoa no próprio meio. 
Não manter internado. 
Necessita estudar, trabalhar e se tratar. 
Foi adotado como política social de saúde mental na França em 1960. 
*CAPS- trata na própria comunidade. 
Construção de diversas instituições nas comunidades. 
Criados para atender antes, durante e depois as IP. 
O objetivo era tentar diminuir as internações. 
Mas no final de tudo, identificava e internava. 
 
Psiquiatria Preventiva ou Comunitária 
 
Solucionar problemas da assistência psiquiátrica, mas também os problemas americanos. 
Pensou em prevenção do adoecimento no governo Kennedy. 
Pensou em prevenção em níveis...1°,2° e 3°. 
Criou aumento da demanda por causa da guerra do Vietnã e também com o stress pós-traumático. 
1° - Visa reduzir taxas de novos casos de internação, antes que provocasse distúrbios mentais. Identificação 
precoce. 
2° - Intervenção que busca diagnóstico e tratamento imediato para cessar a evolução. Não deixar se pro-
pagar. Já ocorre intervenção de cuidado. 
3° - Busca de readaptação do sujeito. Pós-tratamento. Reinserção social. 
Parte negativa – Buscam apenas grupos com doença mental como foco. 
O modelo trouxe a prevenção só em crises. Não antes das mesmas. 
 
Começou a ter um novo olhar como: 
 
Um novo objeto: a saúde mental. 
Um novo objetivo: a prevenção da doença mental. 
Um novo sujeito de tratamento: a coletividade. 
Um novo agente profissional: as equipes comunitárias. 
Um novo espaço de tratamento: a comunidade. 
Uma nova concepção de personalidade: a unidade biopsicossocial – fatores que podem levar a saú-
de/doença. 
 
Houve desospitalização, ficaram desassistidos e abandonados. 
Criou uma rede difusa de serviços. 
Aumentou a taxa de andarilhos e moradores de rua. 
Surgiu novos casos para os hospitais. Superlotação, alimentado pelo modelo preventista. 
 
Antipsiquiatria 
 
Anos 60, na Inglaterra, um grupo de psiquiatras questionaram as relações entre a psiquiatriaXsociedade. 
Passou-se a se perguntar sobre saber-conhecimento. 
Questionamento sobre os hospitais, cessa ou produz loucura? 
A sociedade que adoecia por causa do funcionamento do mesmo. 
A família adoecia também. 
Não se propõe medicamentos já que não se sabia sobre efeitos e onde atuavam o remédio. 
Valorizou o delírio do sujeito, com a escuta ativa. 
Ajudou a compreender a loucura, compreensão melhor do processo de adoecimento. 
IP serve para excluir e cronificar a loucura. 
A família é responsável, mas a família também sofre. 
 
Psiquiatria Democrática 
 
É o modelo mais presente na psiquiatria atual. 
Na Itália, Franco Basaglia que contribuiu. 
A reforma psiquiátrica da Itália aconteceu antes do Brasil. 
Busca fechamento dos hospitais e abertura de centros de saúde mental na comunidade terapêutica. 
Lei 180, 1978 assegurava o fechamento dos HP. 
Empatia – colocar-se no lugar do paciente. 
Para mudar a psiquiatria tinha que mudar a instituição. 
 
Em Gorizia, uma série de transformações foi introduzida: 
Não conter mais o paciente. 
Reuniões entre médico-paciente e toda a equipe. 
O direito da palavra é de TODOS, usa-se os grupos. 
Em Trieste, entre 1971 e 1978, Basaglia e sua equipe assumiram a administração do manicômio dessa cida-
de, colocando em prática a experiência acumulada em Gorizia, com a intenção de construir algo totalmente 
novo. 
Proposta: Mudar a ideia do louco ser desvalorizado. A mudança depende dos profissionais ao lidar e pen-
sar sobre o louco. 
Sair do hospital mais continuar preso a instituição. Desinstitualização é diferente de Desospitalização. 
BASAGLIA criou: 7 hospitais com funcionamento 24 horas por dia, 7 dias na semana. 
Abertura de grupos-apartamentos para os sem casas. 
Virou um movimento político em 1973. 
Ouve revogação da legislação vigente. 
Suspendeu absoluta de toda e qualquer forma de controle institucional sobre os loucos e a loucura. 
A “lei Basaglia” foi aprovada. (180,19780). Serviu de referencia para muitos países. 
Lei do Brasil, 10.216 de 2001. Lei de Paulo Delgado. 
Intervenção na Casa Anchieta em Santos. 
Surgimento do 1° CAPS (LUÍS CERQUEIRA/ITAPEVA EM SP). 
 
Aula 2 - Atenção Psicossocial – do 1 CAPS ao RAPS 
 
 Brasil começa a ter denúncias. 
 Construção de grandes asilos, loucos são 
tratados como objetos 
 Houve revolta de profissionais e familiares. 
 Política é uma ciência que garante direitos. 
 Política de Saúde mental garante o trata-
mento. 
 Paciente psicótico, quer dizer que este pa-
ciente está com alucinações e/ou delírios. 
 Em um local com menos de 20.000 pessoas 
não abre CAPS. 
 Antes da déc. de 80, o Bow maior foi após 
88, pois veio o SUS com a reforma sanitá-
ria e logo a reforma da psiquiatria onde 
estas duas reformas ocorreram simultane-
amente. 
 Sistema ambulatorial: vem e vai embora! 
 
 Em 1987 – 1° conferência Nacional de Saúde mental 
 Não teve participação dos usuários, profissionais e nem dos familiares. 
 Foi realizada no RJ. 
 Organizada pela coordenação de SM do MS com um congresso psiquiátrico. 
 Criação de ambulatórios (que só aumentou a demanda) de especialidades diferentes, origem do 
CAPS. 
 
Assim obteve dois marcos históricos relacionados: 
 
1° - Criação do 1° CAPS (1987), chamado de Prof. Luiz da Rocha Cerqueira ou Itapeva. 
2° - Intervenção na casa de saúde Anchieta (1989). 
 
 
 Casa Anchieta, houve uma visita da prefeita após muitas denúncias de cuidado desumano. Todos 
eram tratados da mesma forma, sem tratamento individualizado, era o mesmo medicamento para 
todos. Pensavam que a família trazia o adoecimento e não é assim! 
 
 Residência terapêutica assistida pelo CAPS, onde não tem como ir para outro local, pois é no próprio 
bairro. 
 Antes do CAPS era o NAPS. 
 
 
O que é o CAPS? – CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL. 
O que acontece por lá? – é um serviço de território que atende na comunidade. Possui modalidades e tipos. 
A ideia do CAPS é a “clínica ampliada”, multiprofissional. Que o olhar sobre o sujeito seja feito por diferen-
tes profissionais, esta é a proposta do CAPS. Todos estão no mesmo nível, mas com intervenções diferentes. 
 
 
A Reforma Psiquiátrica 
 
 Projeto de lei 3.657/89 de Paulo Delgado, que foi homologado só em 2001 em 06/04/2001, pela 
lei 
 10.216, que direciona ao modelo de assistência ao paciente e família em SM. 
 Modelos substitutivos – antimanicomiais. 
 Não fazer mais manicômios. 
 Obrigatoriedade de comunicar as internações compulsórias às autoridades judiciais. 
Lei 10.216 - Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redire-
ciona o modelo assistencial em saúde mental: 
 
Sem discriminação; com direitos (informação, sigilo, humanização, meios comunitários e menos invasivos) 
 
“A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra hospitalares se 
mostrarem insuficientes.” (Art. 4º) 
 
A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado que caracterize os 
seus motivos (Art. 6º) 
 
O término da internação voluntária dar-se-á por solicitação escrita do paciente ou por determinação do 
médico assistente (Art. 7º) 
 
 
Lei 10.216 
Portaria 336/2002 – Reg. do CAPS. 
Portaria 3088/2011 – RAPS – Rede de atenção psi-
cossocial. 
 
 A internação pode acontecer quando todos os outros recursos se mostrarem insuficientes. 
 
 
Portaria 336/2002: 
CAPS I 20.000 a 70.000 habitantes – 8 às 18 horas, em 2 turnos. 5 
dias por semana. Segunda à sexta – 8 horas por dia – médicos, 
enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, técnicos em enferma-
gem. 
CAPS II 70.000 a 200.000 habitantes – 8 às 18h, 5 dias na semana, 
podendo comportar um terceiro turno até as 21h. 
CAPS III Acima de 200.000 habitantes, 24h/dia, incluindo feriados e 
finais de semana. 
CAPS i Para crianças e adolescentes. Pode ser um CAPS II ou um CAPS 
III.CAPS AD Para transtornos relativos ao uso abusivo de 
álcool/outras drogas. Pode ser um CAPS II ou um CAPS AD. 
 Ou seja, em municípios com menos de 70.000 habitantes, toda a clientela é atendida no CAPS I (embora 
haja restrição quanto a promover atividades juntando crianças/adolescentes e adultos). 
 
 Em todos os CAPS, menos o I, o enfermeiro deve ser especialista em SM. 
 Equipe mínima e atividades também vão variar conforme o tipo de CAPS, ou seja, conforme o número de 
habitantes; 
 
 Também estabelece que o NAPS deve virar CAPS, e que estes devem estar capacitados para três modali-
dades de atendimento, definidas pelo grau de complexidade: 
 
I. Intensiva: dos que necessitam de atendimento diário no momento; 
 
II. Semi - intensiva: “necessitam de acompanhamento frequente, fixado em seu projeto terapêutico, mas 
não precisam estar diariamente no CAPS”, 
 
III. Não-intensiva: “é o atendimento que, em função do quadro clínico, pode ter uma frequência menor”. 
 
 
Internação voluntária – quer se internar 
Internação involuntária – acordo médico – família. 
Internação compulsória – Junto do juiz. 
 
 
 
 
 
Após 10 anos de experiência com o CAPS, veio a RAPS, 
com a portaria 3088/2011, institui a “Rede de Atenção 
Psicossocial, cuja finalidade é a criação, ampliação e 
articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas 
com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades 
decorrentes do uso de álcool e drogas, no âmbito do 
Sistema Único de Saúde”; 
 
Esta proposta Resposta à crítica do modelo “capscêntrico” e do CAPS como “novo manicômio”: Perspectiva 
do cuidado em rede (o usuário não é do profissional, nem do serviço, mas responsabilidade conjunta de toda a 
rede, incluindo a si mesmo – “encaminhamento implicado”). 
 
Objetivo da RAPS: 
 
 Ampliar o acesso; 
 Garantir a articulação do cuidado no território, 
com a circulação dos usuários em vez da sua res-
trição a um 
 único espaço; 
 
 
Pontos de Atenção da RAPS: 
 
1) Atenção básica em Saúde; 
2) Atenção psicossocial especializada; 
3) Atenção de urgência e emergência; 
4) Atenção residencial de caráter transitório; 
5) Atenção hospitalar; 
6) Estratégias de Desinstitucionalização; 
7) Reabilitação Psicossocial. 
 
Que atividades são oferecidas nos pontos de atenção da RAPS, incluindo os CAPS? 
 
Atividades realizadas em conjunto: Oficinas Terapêuticas; Grupos de Fala; Sala de Espera em Saúde; Ativi-
dades de Convivência; Atividades no território; Recepção de Novos Casos; Técnico de Referência; Grupo 
Informativo; Grupo de Familiares; Assembleia de usuários; Reunião multidisciplinar semanal; Gestão e coor-
denação técnica da unidade (não é mais só o médico que pode gerir); Articulação em rede (dentro e fora 
da RAPS); Matriciamento, Participação em reuniões fora da unidade. 
 
Dentre estas atividades, quais são desempenhadas por enfermeiros? 
 
Atividades específicas do Enfermeiro (Avaliação, Orientação, Cuidados ...); 
 
Aula 3 – Atenção psicossocial e as urgências em Saúde mental 
 
 
 
 
 
 
 
O que esta por trás do sofrimento? 
 
 Todas as manifestações podem ser de origem psicóticas, onde rompe a barreira do real/irreal, muitas vezes 
precisa de atendimento imediato; 
 
 Pode acontecer da natureza da crise ser de fundo orgânico, como doenças renais e hepáticas, por exemplo; 
 
 Surto psicótico só com transtornos mentais (todos). Ex: depressão, esquizofrenia. Caracterizado por alucina-
ções e delírios. 
 
 
O que é Alucinação? 
 
Alteração da sensopercepção (sentidos). Comuns: 
Alucinações visuais e auditivas. Podendo ser com-
binada, + de 1 tipo. 
 
O que é delírio? 
 
Alteração do pensamento (conjunto de ideias), que 
não são reais. Falsa ideia, sem base de realidade, 
pode ser também uma crença falsa. 
 
Crise - Fenômeno onde ocorrem expressões emocionais que você esteja vivendo, e naturalmente você não con-
segue lidar. Com manifestações psicóticas e/ou físicas. Pode estar relacionado a traumas, desejos e etc... 
Se está em crise, tem fator de risco. 
O que é delirium 
 
Rebaixamento do nível de consciência. Comum em 
abstinência alcoólica e/ou de medicamentos. 
 
Em quais quadros a crise/urgência/emergência em SM pode acontecer? 
 
 Em transtornos mentais: 
Transt. Afetivo bipolar – mania; 
Esquizofrenia – surto psicótico; 
Transt. de personalidade – Instabi-
lidade emocional; 
Transt. Ansiosos graves; 
Intoxicação por subst. psicótica. 
 Em não concordâncias: 
Não aceitação da necessidade de 
tratamento; 
Pressão de família para realizar o 
tratamento; 
Não aceitação de diagnóstico psi-
quiátrico recente. 
 Doenças da clínica geral: 
Doença renal e hepática; 
Doença neurológica; 
Dor e politrauma geral; 
Doenças endócrinas e outras. 
 
 
 
Violência... 
Auto agressivo – agressão a minha pessoa. Hétero agressivo – agressão a terceiros. 
 
Quais são os serviços que atendem crises em SM? 
 
UPA’s; SAMU; CAPS; ESF; Hospital geral, entre outros... 
 
 Nosso olhar deve ser biopsicossocial e espiritual, tentando observar o todo. 
 
Política Nacional de Saúde Mental 
 
 Antes da Reforma Psiquiátrica: 
Cuidado centrado na internação em hospital psi-
quiátrico; 
Isolamento; 
Normatização dos sujeitos; 
Lógica da instituição total; 
Violação dos direitos humanos. 
 Depois da Reforma psiquiátrica: 
Criação de ampla rede de cuidado em saúde; 
Territorial; 
Complexificação do objeto de cuidado; 
Ampliação das práticas e saberes; 
Corresponsabilidade pelo cuidado. 
 
Tríade de cuidados... 
 
Entrevista – Escuta ativa, não ser robotizado, momento rico. Quais são os fatores que desencadeiam esse 
sofrimento? 
A avaliação diagnostica – deve incluis SSVV, riscos, conhecimento técnico. (junto ao médico). 
Atenção – explicar que é para o bem do mesmo. 
 
 
Graus de suicídio... 
 
Leve – fala sobre, mas não pensa como. 
Moderado – pensou, tem material, dia. 
Alto – pós-suicídio, já tentou 
 
 
 
 
 
 
Substâncias psicoativas 
= drogas. São capazes 
de alterar o funciona-
mento cerebral. 
 
Álcool causa rebai-
xamento severo do 
SNC 
Condições orgânicas são 
diferentes de condições 
patológicas. 
 
 Paciente deprimido Grave 
 
 Sempre indagar sobre ideias suicidas; 
 Permite ao médico estabelecer as condutas; 
 Falar sobre suicídio não vai ser um gatilho; 
 Preservar ao máximo a privacidade, com uma boa avaliação adequada (mínimo 20 min.); 
 Na tentativa de suicídio: tentar reconstruir os eventos que o desencadearam; 
 Deprimidos tem a consciência lenta, assim a conversa fica lenta também. 
 
 Paciente com tentativa de suicídio 
 
 A ideação de morte é ambivalente, tem desejo de morrer/viver; 
 Perguntas sobre o desejo de não viver mais; 
 Perguntar como se desenvolve o pensamento suicida; 
 Preservar empatia; 
 Preservar sigilo e discrição; 
 Jamais menosprezar a ideação ou um relato de tentativa; 
 
Investigar histórico e suporte atual... 
Tem algum transtorno? Fatores de risco? 
Há suporte familiar adequado? 
Tem tentativas anteriores? 
O paciente estabelece plano para executar a 
tentativa? Qual? 
 
Identificar fatores de risco importantes... 
Perda de emprego, perda social; 
Perda de apoio familiar; 
Traumas: físico/mentais ou abuso sexual prévio; 
Doença física grave ou crônica; 
Falta de controle de impulsos e etc... 
 
Encaminhamento devido: 
Internação – sem suporte adequado extrafamiliar. 
Plano suicida + fatores de risco. 
Liberação(alta) – Suporte adequado e concordân-
cia com tratamento prolongado. Ideação sem pla-
no. 
 
Se liberação... 
Cuidador próximos por 48 horas; 
Não deixar de conversar sobre o assunto; 
Medicações com cuidados em posse; 
Ampliar rede de suporte, se possível; 
Retomar ao serviço se necessário; 
 Pacientes psicóticos 
 
Manejo: Conteúdo do delírio, desconfiança, ame-
aça. Linguagem objetiva, claras e curtas, devo 
fazer perguntas já pensando em condutas. Se 
ocorrer delírio, acalmá-lo, aceitar o delírio e lhe 
passar confiança. Entrevista com a família, escla-
recer a extensão do problema, deixa-lo falar.Fale só o necessário, qualquer problema, volte 
depois. Sempre ser calmo e falar com a voz ame-
na e sempre lembrar de não tocar no paciente ao 
falar. 
Principais dificuldades: Não adesão ao trata-
mento medicamentoso; 
Falta de crítica; 
Falta de suporte familiar e social; 
Desorganização comportamental; 
Agitação psicomotora; 
Atitudes alucinatórias- inquietação; 
Possíveis agressões, geralmente voltada ao fami-
liar, para se defender(delírio). 
 
 Pacientes violentos 
 
 
Conduta...
I. O que está por trás, causas e razões. 
II. Tentar determinar causa. 
III. Tratamento. 
 
 
Fluxo de ações... Sequência de atendimento... 
 
I. Manejo ou abordagem verbal 
II. Contenção química 
III. Contenção mecânica(casos).
 
 Pacientes em crise, prioritário elencar os riscos, pensar em um diagnóstico. Acontece na RAPS. 
Aula 4 – Funções psíquicas – Psicopatologia 
 
Pensamento Atenção Psicomotricidade Memória Sensopercepção Juízo crítico da realidade 
 
 Aparência/vestimenta Volição/Comportamento Orientação Afeto/humor Consciência 
 
O que é função mental? 
Função orgânica ou algum sofrimento que pode alterar as funções mentais. 
 
Como podemos avaliar? 
Entrevista - Observação + diálogo. 
 
 Pensamento - Processo mental que se concentra nas ideias. 
 
Curso do pensamento (velocidade): 
Adequado – produção e conectividade de idea-
ções dentro da normalidade. 
Acelerado – aumento da produção de ideações. 
Lentificado – diminuição da conectividade de ide-
ações. 
Ideações – ideias se encaixando, que me levará a 
um conteúdo. 
 
Alterações: 
Fuga de ideias: tendência irresistível a falar, jun-
tamente com aceleração do curso do pensamento, 
a lógica muitas vezes se perde. 
Logorréia: discurso aumentado, tendência a falar 
muito, porém sem perda da sequência lógica e na 
velocidade normal. 
Taquilalia: fala aumentada, elo aumento da velo-
cidade do curso do pensamento. 
Bradilalia: discurso lentificado, pela diminuição da 
velocidade do curso do pensamento. 
Disartria: dificuldade de articular as palavras. 
Mutismo: paciente não mantém contato verbal com 
o entrevistador. 
Salada de palavras ou Desagregação: discurso 
com quebra dos laços associativos lógico, de for-
ma a ficar incompreensível. 
Incoerência: pensamento confuso e com quebra da 
lógica, desorganizado e incompreensível como na 
desagregação. 
Prolixidade: é caracterizada pela descrição repe-
titiva de ideias, com palavras supérfluas, onde a 
pessoa tem dificuldade em distinguir o essencial 
do desnecessário; não se trata de um delírio, é 
real. 
Perseveração: repetição insistente do mesmo tema 
principal no discurso. 
Neologismos: palavras criadas pelos doentes ou 
palavras já existentes empregadas em sentido 
desfigurado. 
Ecolalia: repetição automática do que escuta ou 
da parte final de um comentário ou pergunta de 
outra pessoa. 
Estereotipia verbal – repetição de próprias pala-
vras. 
Discurso sistematizado: nos faz acreditar no que 
diz, bem estruturado. 
Discurso não sistematizado: percepção de falas 
falsas e bagunçadas. 
 
Conteúdo do pensamento: 
Fobia: medo exagerado ou irracional de certos 
objetos ou situações. Pode somatizar. 
Obsessão: pensamentos, imagens ou impulsos que 
surgem de forma indesejada/intrusiva e repetitiva 
na consciência do indivíduo. 
Delírio: falsa crença incompreensível. É um conjun-
to de falsas ideias e crenças acompanhadas de 
convicção e certeza, sem compreensão de uma 
argumentação lógica e fora de um contexto social 
ou cultural da pessoa. Exemplos: delírio persecutó-
rio, de grandeza ou megalomaníaco, de influên-
cia, de culpa ou de autoacusação, místico, de con-
trole, ciúme patológico, hipocondríaco, de nega-
ção, de transformação corporal. 
O delírio pode ser paranoide quando é extrema-
mente desconfiado e persecutório quando acredi-
ta estar sendo perseguido. 
Transmissão de Pensamento: o paciente acredita 
que pode transmitir seus pensamentos à distância 
para outras pessoas. Roubo é diferente de trans-
missão de pensamentos. 
 
 Orientação - É a capacidade de saber quem é, onde se está e a que tempo. 
 
 Pode estar desorientado alo e auto! 
 
Autopsíquica: diz respeito à orientação em rela-
ção a si mesmo; 
Alopsíquica: é a orientação ao que é externo ao 
paciente, basicamente tempo e espaço. 
 
Desorientação: é uma confusão acerca do tempo e 
ao espaço e/ou em relação a quem o indivíduo é. 
Déjà vu- ideias de que já se esteve naquele lugar 
antes, já se viu aquelas pessoas, ou outro elemento 
externo. 
Jamais vi- estranheza do conhecido. 
 
 Memória - Faculdade de reter as ideias, impressões e conhecimentos adquiridos anteriormente. 
 
Memória imediata :informação recebida fica retida por um curto período, horas. 
Memória recente: informações adquiridas há pouco tempo (dias/semanas). 
Memória remota: fatos/acontecimentos do passado. Informações armazenadas a meses/anos. 
 
Alterações Quantitativas: 
 
Amnésia: é a incapacidade da pessoa de recor-
dar eventos/lembranças a memória, podendo ser 
de origem orgânica ou emocional. Pode ser total 
ou parcial. 
Amnésia lacunar: amnésia que incide sobre perío-
do geralmente muito breve, em casos de acidente 
epilético, de confusão mental, como guardar algo 
do passado para não querer lembrar. 
Hipermnésia: corresponde ao aumento da capaci-
dade de fixar informações e/ou aumento da ca-
pacidade de evocar informações já armazenadas. 
Hipomnésia: corresponde a diminuição da capaci-
dade de fixar informações e/ou diminuição da 
capacidade de evocar informações já armazena-
das. 
Hipomnésia e Amnésia: Podem estar relacionados 
à perda da capacidade de fixação ou apenas de 
evocação. 
 
Tipos: 
 
Amnésia Anterógradas: déficit após a ocorrência 
de um determinado evento. O paciente tem uma 
perda na capacidade de fixação, e mantém défi-
cit de evocação no início do quadro. 
Amnésia Retrógradas: quando há dificuldade de 
evocar fatos ocorridos antes de uma determinada 
agressão ao cérebro ou uma experiência altamen-
te estressante. 
Confabulações: o distúrbio primário é o de memó-
ria de fixação. Há lacunas mnêmicas que são pre-
enchidas pelo paciente com conteúdo que não 
correspondem à realidade. (mente, mas sabe que 
não é real o que diz). 
 
 Atenção: Capacidade de focalizar, concentrar e manter a atenção em uma atividade, envolvendo a 
atenção/distração, frente aos estímulos externos ou internos. 
 
- Manutenção prejudicada. 
- Focalização prejudicada. 
- Desatenção Seletiva. 
 
Alterações: 
 
Aprossexia: Ausência da capacidade de prestar atenção. Total ou parcial. 
Desprossexia: Dificuldade de prestar atenção. Pode ser por cansaço, stress, ansiedade... 
Hipoprossexia: Diminuição da capacidade de prestar atenção, consegue mais está diminuída. 
Hiperprossexia: Aumento acentuado da capacidade de prestar atenção como (TDAH), em tudo e em todos 
ao mesmo tempo. 
 
 Sensopercepção: Faculdade de apreciar, de julgar, entendimento. 
 
Ilusão: é a falsa percepção sensorial de um objeto real e presente. 
Alucinação: é uma percepção sensorial falsa não associada com estímulos reais externos, sem a presença de 
um objeto. 
 
Tipos: 
 
Alucinação visual: falsa percepção visual, que po-
de ser elementar ou complexa. 
Alucinação auditiva: falsa percepção de sons, ge-
ralmente vozes, mas também outros ruídos. 
Alucinação Gustativa: falsa percepção de pala-
dar. 
Alucinação Olfativa: falsa percepção de odor. 
Alucinação Motora ou Cinestésica: falsa sensação 
de movimento do corpo em repouso. 
Alucinação Cenestésica: são as falsas percepções 
de movimentos de órgãos internos. 
Alucinação Tátil e de Contato: falsa percepção de 
toque ou sensações na superfície da pele. 
Alucinação Psíquica ou pseudo-alucinações: certos 
fenômenos alucinatórios, onde o cliente sabe que 
lida com a irrealidade, consegue lidar e ignorar. 
Alucinação auditiva de comando: ouve vozes de 
comando. 
Alucinações combinadas:mais de 1 tipo de aluci-
nação. 
 
 Afeto/Humor: Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, senti-
mentos e paixões. 
Humor:+ interno Afeto: externaliza/sentimento 
 
Ansiedade/Angustia: Estado emocional desagra-
dável, consiste em uma sensação de perigo iminen-
te, apreensão e desamparo com ou sem objeto 
identificável. 
Hipotímia ou Hipomodulação: Afeto/Humor de-
primido. 
Hipertímia ou Hipermodulação: Afeto/Humor exal-
tado e eufórico. 
Irritabilidade afetiva patológica: Aumento da 
reatividade e determinados estímulos. (insistente) 
Indiferença afetiva: resposta emocional diferente 
daquilo que se espera demonstrar. 
Embotamento afetivo: Grau Máximo de indiferen-
ça afetiva. 
Rigidez afetiva: Dificuldade de ter afeto. 
Ambivalência afetiva: Ocorrência de sentimentos 
contraditórios simultâneos sobre o mesmo aconte-
cimento ou a mesma pessoa. (amor/ódio). 
 
 Consciência: É aquilo que permite ao ser humano conhecer-se a si próprio e ao mundo externo. Re-
presenta a integração de todos os sentidos, funções cognitivas e afetivas e está relacionado à função 
do córtex cerebral. 
 
Obnubilação: Estado de perturbação da consciên-
cia caracterizado por ofuscação da visão e obscu-
recimento do pensamento. Déficit em compreender 
(confusão mental) consciente/inconsciente. 
Sonolência: Rebaixamento do SNC. 
Obnubilação e Sonolência há dificuldade de com-
preensão, de percepção, podendo haver também 
certo grau de desorientação, flutuações do nível 
de consciência. 
Torpor: Em estado de coma, mas reage a estímu-
los. 
Coma: Não reage a estímulos. 
Torpor e Coma representam graus mais intensos 
de perda da consciência, geralmente acompanha-
dos de outras perturbações neurológicas e somáti-
cas. 
Delirium: Rebaixamento do nível de consciência. 
Grave, confusão mental=alucinações + delírios. 
Comum no alcoolista com síndrome de abstinência 
alcoólica (SAA). Comum neste caso delirium de 
zoopsias, ver bichos no corpo ou em paredes. 
Oníricos: Acredita estar sonhando, mesmo estando 
acordado. 
Crepusculares: Em crises de confusão mental se 
demonstra agressivo, com amnésia lacunar, parcial 
ou total. Mas consegue realizar atividades, como 
a motora. 
 
 Psicomotricidade: A capacidade de determinar e coordenar mentalmente os movimentos corporais. 
/Volição: ato pelo qual à vontade se determina a alguma coisa. 
 
Inquietação psicomotora: certo aumento da atividade motora, relacionado com ansiedade. 
Agitação psicomotora: grau extremo de hiperatividade motora. Estado psíquico e motor estão alterados, 
pode se tornar violento. 
Estereotipia Motora: repetição constante, uniforme e automática dos mesmos movimentos. 
Ecopraxia: repete ou imita gestos; posturas que vê. 
Negativismo: paciente pode ocorrer como resistência passiva ou oposição ativa. 
Atos impulsivos: atos súbitos, impetuosos, irrefletidos e em geral prejudiciais ao próprio indivíduo. 
Compulsão: comportamento ou atos mentais intencionais e repetitivos. 
Hiperbulia: aumento da vontade e da iniciativa. 
Hipobulia: debilidade da vontade e da iniciativa. 
Abulia: grau mais intenso de ausência de vontade. 
Estupor: grande inibição/diminuição das atividades motoras, com perda de praticamente toda a atividade 
espontânea. 
Flexibilidade cérea: o paciente é “moldado”, adota e permanece corporalmente na posição em que é colo-
cado por outra pessoa, até a exaustão. Ocorre devido a hipertonia (aumento do tônus muscular) do tônus 
postural. 
Catatonia: cessação dos movimentos voluntários, que pode chegar à imobilidade total. Pode estar acompa-
nhado de rigidez muscular, palidez, pele fria, diminuição do ritmo cardíaco e respiratório. 
TOC: pensamentos persistentes e obsessivos. 
 
 Juízo crítico da realidade: Considera-se que o juízo crítico da realidade está alterado, quando as 
decisões do paciente são determinadas por delírios ou alucinações. 
 
Entrevista psiquiátrica 
 
A situação de entrevista psiquiátrica constitui-se numa forma particular de interação. A entrevista é um ins-
trumento essencial para a realização dos tratamentos psiquiátricos, particularmente as psicoterapias. 
 
Os objetivos da entrevista psiquiátrica: 
a) Avaliação psiquiátrica do paciente mediante: - a realização da anamnese psiquiátrica; - a realização do 
exame do estado mental; - o estabelecimento do diagnóstico; 
b) Indicação ou não de tratamento; c) Como recurso terapêutico (psicoterapia); d) Realização de perícias; e) 
Obtenção de dados para pesquisa; f) Ensino. 
 
Atitudes do entrevistador 
 
• CORDIALIDADE; 
• AUTENTICIDADE; 
• SENSIBILIDADE; 
• INTERESSE; 
• CALOR HUMANO; 
• PROXIMIDADE; 
• ESPONTANEIDADE; 
• EMPATIA. 
 
O que o entrevistador não deve fazer 
 
 Evitar ao máximo, questões que sejam respondidas somente com sim/não preferindo perguntas aber-
tas; 
 Evitar interromper bruscamente o relato do paciente para solicitar informações sobre algum tópico 
que ficou faltando. 
 Não pôr em dúvida os sintomas referidos, ou os fatos relatados; 
 Não questionar as opiniões ou sentimentos do paciente; 
 Não expor de forma direta suas contradições; 
 Evitar fazer julgamentos morais, religiosos ou políticos; 
 Evitar explicações, interpretações ou conclusões apressadas; 
 Evitar discussões, mostrar-se ansioso, impaciente ou irritado; 
 Ser sincero e direto esclarecendo dúvidas; 
 Evitar firmar diagnósticos ou propor condutas sem ter os elementos necessários; 
 Evitar perguntas que envolvam mais de um tema simultaneamente. 
 
 
Aula 5 – Uma conversa sobre depressão... 
 
O que está por trás do adoecimento psíquico? 
Uma das funções psíquicas esta afetada!? 
O que está por trás é multifatorial e heterogênico. 
Fatores que podem contribuir para o quadro: bio-
psicossociais, biológicos, psicológicos e sociais. 
O que é depressão? 
Estado de humor rebaixado. Origem multifatorial. 
Afeto/humor prejudicado. 
 
 Quem está em depres-
são, está sofrendo. 
 Todo transtorno tem um 
processo de adoeci-
mento/sofrimento. 
 Fundo orgânico ou não? 
 A dor emocional não 
consegue ser sentida. 
 O tratamento é indivi-
dual, pois o gatilho é 
diferente. 
Depressão Tristeza normal 
“Fixa” persistente “Móvel” passageira 
Sindrômica Não sindrômica – tem motivo concreto. 
Improdutiva Por vezes improdutivas 
Sem motivos concretos Relacionado a situação 
 
 
 Algumas literaturas dizem que acima de 6 semanas, se a tristeza persistir, pode-se caracterizar em uma 
depressão. 
 Síndrome – conjunto de sinais e sintomas. 
 Alteração no afeto/humor, mas acaba afetando diversas funções psíquicas. 
 
 Sintomas são persistentes ao longo prazo (6 semanas). 
 Na depressão ocorre bradilalia. 
 Sintomas: 
Humor depressivo; 
perda do interesse; 
dificuldade de concentração; 
pensamento “arrastado”; 
dificuldade de elaborar idei-
as; 
ideias de ruína (conteúdo -); 
perda da energia; isolamento; 
sentimento de culpa inadequa-
da ou exagerada; 
Alterações do sono (insô-
nia/sonolência excessiva); 
alterações do apetite (hiperbu-
lia/hipobulia); 
Alterações da libido (diminui-
ção do desejo); 
Pode ser agressivo; 
 
 
 
Depressão simples 
Leve. 
T: Terapia individual, exercícios, ocupações que cau-
sam prazer. Dificilmente apresenta riscos. 
 
Depressão aguda 
+ intenso, perceptível pelo doente. 
T: Psicoterapia, medicamentos e acompanhamento. 
Já apresenta riscos ao cliente ou a 3° - psicose. 
 
 
Estupor depressivo 
+ severa, prejudicial a mim ou a 3°. 
Acamado, sem energia, sem vontade de viver. Perda 
severa de peso, tem ideias e planejamento de mor-
te. Psicose: alucinações auditivas – voz vingando + 
delírios – não é merecedor da vida. 
T: Medicamentos + psicoterapia + internação. 
 
Todos terão alguns ou todos os sintomas, mudarão somente a intensidade dos mesmos. 
 
Pensamento de morte – Níveis de suicídio 
 
Intenção suicida – leve 
Só tem ideações, mas não tem planejamento. 
 
 
 
 
Perigoso, pois de ideias podemevoluir para plano e 
ato. 
 
Planejamento – moderado 
Já tem planejamento, materiais. 
 
Tentativa – grave 
Já tentou 
Tripé: 
Bio. – Ex.: Hormônio. 
Pisco. – Ex.: Abuso. 
Social. – Ex.: Filho é dependente químico, reflete na família. 
Quais os riscos de ter depressão? 
O prejuízo em diferentes áreas da vida: Trabalho, 
família, relação conjugal, relação com amigos, 
financeiro, físico, uso de drogas, SUICÍDIO, entre 
outros... 
 
Para cometer suicídio, tem que ter diagnostico de 
depressão? 
NÃO! Pode ser por exemplo, por descoberta de 
uma doença terminal. 
Existe tratamento? 
Psicoterapia; medicação; espiritualidade; ativida-
de física (estimula neurotransmissores de dopami-
na, adrenalina, serotonina, ocitocina, hormônios do 
prazer). 
 
Desafios? 
Estigma; preconceitos; tabus; culturas e religiões. 
 
Aula 6 – Esquizofrenia 
 
 Todos os fatores multifatoriais (biopsicosso-
ciais, hereditário e etc...) em cima de uma 
personalidade diferente, pode vir a adoe-
cer. 
 Bizarros, estranhos, primitivos... 
 Manifestações psicóticas = alucinações e 
delírios. 
 
Percussores no mundo... (antes de 1911) 
 
Benedit Morel – démence precoce – se pensava 
em autodestruição de neurônios. 
Karl Ludwig Kahlbaum – catatonia, hebefrenia. 
Ewold Hecker – hebefrenia. 
Características... 
 
Nu – características no agravamento. 
Andar – como se fosse um cachorro. 
Necessidades fisiológicas – em qualquer lugar. 
 
Para Emil Kraepilin - Dementia Precox 
 
 Deterioração “inevitável” da personalidade (despersonalização). 
 
Reuniu várias entidades: 
Catatonia – rigidez muscular, extremamente agi-
tado. 
Hebefrenia – agressivo e bizarro. 
Paranóide – se sente ameaçada, perseguida. 
 
 Sintomas do catatônico é do catatônico. 
 Início precoce (infância e adolescência). 
 Alucinações (sensop.) e delírios (pensamen-
to) - (pode ter ou não). 
 
Para Eugen Bleurer - “mente fendida ou cindida” (1911) 
 
 Cisão (divisão da mente), perda de cone-
xões psíquicas entre pensamento, sentimen-
to e comportamento > esquizofrenia. (usa-
do até hoje) 
 Tinham sinais semelhantes e diferentes, mas 
as alterações do tripé eram semelhantes 
em todos os clientes por eles estudados. 
 Discordância do termo demência 
 
 Perturbações associativas - (irritado, ansio-
so, nervoso) 
 
 
4 A’s de Bleurer, divisões: 
 
Atenção – estava fragmentada, com prejuízos, não presta atenção no mundo externo, só no mundo interno. 
Autismo – barreira rompida que separa o real do irreal. Mundo consciente e inconsciente se misturam. Tudo 
é real, não consegue separar. 
Associações (ter lógica) - divisão da associação, perdidas, soltas, não tem conectividade de um assunto com 
outro ou do que está se passando. Fuga de ideias, desagregação de palavras (pensamento), ecopraxias, 
estereotípicas. 
Afeto – ambivalência afetiva – empobrecimento afetivo, diminuição das respostas afetivas. Pareço não ter 
afeto, carinho e desejo. Indiferença afetiva. 
Kurt Schneider (1° ordem) – trouxe que o esquizofrênico apresenta: 
 
 Pensamentos audíveis. 
 Vozes que dialogam entre si 
 Vozes que fazem comentários 
 Percepção delirante (sensopercepção dis-
torcida) 
 Transmissão de pensamento (transferir 
ideias para outros) 
 Roubo de pensamento (você roubou) 
 Experiência de influência do comportamen-
to. 
 
Kurt Schneider (2° ordem) 
 
 Outras alucinações (cinestésicas, cenestési-
cas e pseudoalucinações) - gustação, tato, 
olfato. 
 Intuições (sentimentos) delirantes (algo vai 
acontecer). 
 Perplexidade (medo/assustado, olhar ar-
regalado). 
 Alterações de humor, depressivas e eufóri-
cas. 
 Sentimentos de empobrecimento emocional. 
 
Epidemiologia... 
 
 1% na população mundial. 
 1:1 (M:F). 
 Todas as regiões do mundo. 
 Início precoce. 
 Quanto menor a classe social, maior acei-
tação familiar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Kkkkk 
 
 AVP – Atividades de vida prática – fazer café, escovar os dentes, ir ao banheiro. 
 AVD – Atividades de vida diária – trabalhar, estudar. 
 
Padrão familiar... 
 
Fatores genéticos 
Risco 10x > parentes 1º grau 
Irmão gêmeos 
 
 
Fatores etiológicos... 
 
Fatores socioeconômicos e culturais 
Todas culturas e grupos socioeconô-
micos 
Urbanização 
 
Biológicos 
 
Doença Neurológica 
Regiões cerebrais “possíveis” 
Neuropsicológica (traumas) 
Doença autoimune 
Mais frequentes e 
mais perceptivas 
Falta de ideias 
Ausência de 
vontade 
Ausência de prazer 
Alteração comportamental 
- Frequentes (de negação) 
(Imediata) 
 
Subtipos de Esquizofrenia... 
 
Hebefrênico - desorganizado 
 
 Discurso desorganizado 
 Comportamento desorganizado 
 Afeto embotado ou inadequado 
 Mecanismo de defesa – agressividade 
 
Catatônico 
 
Em “extinção” 
Basta um sintoma catatônico 
Imobilidade motora 
Atividade motora excessiva 
Movimentos estereotipados (movimentos repetitivos 
sem sentido) 
Ecolalia ou ecopraxia (repetição de fa-
la/movimento) 
Flexibilidade cérea 
 
Paranóide – (persecutório – se sente perseguido – 
ideia delirante) 
 
Preocupação com um ou mais delírios ou alucina-
ções auditivas 
Curso e forma do pensamento, comportamento e 
afeto menos prejudicados 
Mecanismo de defesa – projeção (coloca a culpa 
no outro) 
 
Simples – semelhante a depressão 
 
Não satisfaz critérios específicos 
Personalidade pré-mórbida + 
“Quebra” + silenciosa -já vem com sinais e sinto-
mas. 
Início insidioso 
 
Residual 
 
Ausência de ss. positivos proeminentes 
Presença de ss. negativos 
Presença de ss. positivos atenuados 
Evidências de pelo menos um episódio de ss. + 
Diagnostico diferencial 
 
Tr. humor 
Outros Tr. Psicóticos (Esquizoafetivo) 
Abuso ou Dependência de Substâncias 
Retardo Mental 
Tr. de Ansiedade 
Tr. de Personalidade 
Transtornos Globais do Desenvolvimentos 
 
Comorbidades 
 
Tr. Depressivo (Tr. Depressivo pós-psicótico) 
Abuso ou Dependência de Substâncias (co-
mum) 
Retardo Mental 
Tr. de Ansiedade 
Tr. de Personalidade 
Transtornos Globais do Desenvolvimentos 
 
 
 
Diagnostico 
 
Anamnese 
Exame Físico Geral 
Exame Neurológico 
Exame Psíquico 
História Familiar 
Exames Complementares 
 
Tratamentos 
 
Atenção primaria 
UBS / CMS / PSF 
CAPS 
Ambulatório de especialidade psiquiátrica 
Enfermaria do hospital psiquiátrico 
Hospital psiquiátrico 
 
 
Fase prodrômica - 1° manifestação - dos 15 aos 20 anos
Tratamento - Psicofármos 
 
Anti-psicóticos 
 
Típicos 
Haloperidol, Clorpromazina, Levomeproma-
zina 
 
Atípicos 
 
Olanzapina, risperidona, clozapina 
 
Tratamento – terapia ocupacional 
 
Busca recuperar a função humana 
Elevar o perfil das ações mentais 
Reabilitar através de atividades 
Físico, mental ou social 
Totalidade 
 
Tratamento - Psicoterapia 
 
Cognitiva 
Psicanalítica 
Outras 
 
Serviço social 
 
Investigações e planejamento de ações 
“Desenho” da estrutura social 
Ação no núcleo principal 
Contribuição nos papéis familiares 
Família e reinserção social. 
 
Prognostico 
 
Mau 
 
Início precoce 
Início insidioso 
Personalidade pré-mórbida - 
História familiar de esquizofrenia 
Sintomas negativos 
 
Bom 
 
Início tardio 
Início agudo 
Personalidade pré-mórbida + 
Sintomas afetivos 
História familiar de Tr. Afetivos 
Sintomas positivos 
Aula 7 – Família e saúde mental 
 
 Repasse de valores, modelo comportamen-
tal familiar (pais, irmãos). 
 Cada um de nós temos personalidades di-
ferentes. 
 Família é o principal meio de saú-
de/doença. 
 Família, unidade, sistema onde pessoas es-
tão interligadas, cada uma possui suas 
crenças e valores. 
 
A família na sociedade pós-moderna 
 
Valorizada em todos os segmentos da sociedade: 
 
Possibilidade de agregar seus membros; 
Retransmitir valores; 
Possibilitar novas formas de convivências; 
Culpabilizada por desatinos que temos informa-
ção. 
 
No momento atual... 
 
 Ultrapassa as limitações tradicionais de membros restritos, utilizando critérios de consanguinidade, 
adoção e 
 matrimônio. 
 Família: é quem seus membros dizem que são. 
 Existe um compromisso e vínculo afetivo entreos membros da unidade que abrange obrigações futu-
ras. 
 As funções de responsabilidade da unidade consistem em proteção, nutrição e socialização de seus 
membros. 
 Tem funções diversificadas de transmissão de valores, éticas, estéticos, religiosos e culturais. 
 
A família pode ser concebida: 
 
 Sujeito capaz de se comportar estrategicamente, realizando avaliações e escolhas diante de um de-
terminado conjunto de recursos numa perspectiva temporal. 
 Sistema de interação interdependente que mantêm seus membros implicados na capacidade de alte-
rar comportamentos dos outros com seus próprios movimentos. 
 
Várias formas de família: 
 
Família de procriação biológica: Um filho atrás do 
outro. 
Família nuclear: tradicional (pai, mãe, filhos) 
Família extensa: Mãe com filhos, tia com filhos + 
padrasto e tios. 
Família de um só genitor: Inseminação artificial. 
Família adotiva: Adoção. 
Família ou casal homossexual. 
 
 Toda família pode ser mo-
dificada e sofre alterações. 
 Transformação ao longo do 
ciclo de vida. 
 Se modifica e é flexível. 
 
A família e a assistência psiquiátrica: 
 
Revolução Francesa – transforma o modelo familiar – preconiza a família nuclear. Preservação da riqueza. 
 
Constituição da Psiquiatria -na época: 
 
 Família vista como causa do adoecer – “educação falha” – não fazia parte da terapêutica. 
 Família excluída do cuidado. 
 Informante da sintomatologia 
 Assistência prestada nos hospitais psiquiátricos. 
 
1950 – Processo de desospitalização – pacientes com recaída. 
 
Teorias sobre a “família e a doença mental” 
 
 Família como causa do adoecer 
 Mãe esquizofrênica – levando o filho a esquizofrenia. Isto é mentira! 
 Família como um sistema. 
 
1960 – “Emoção Expressa” utilização de uma entrevista padronizada para avaliar: 
 
 Hostilidade no relacionamento 
 Comentários críticos 
 Superenvolvimento (indicativos de recaída) 
 
Na evolução... 
 
 Políticas Públicas a nível internacional 
 Busca fornecer um suporte a família atra-
vés de serviços. 
 Grupos de autoajuda. 
 Avalia as dificuldades enfrentadas pela 
família no relacionamento com a pessoa 
em sofrimento psíquico e 
 propõe alternativas e estratégias. (resi-
dências terapêuticas) 
No Brasil... 
Constituição da Psiquiatria: 
 
 Baseada nos princípios do alienismo; 
 Família como causa – “educação falha” e origem hereditária. 
 Família operária delega aos alienistas o cuidado dos seus familiares pois tinham que trabalhar. 
 Final da década de 80 – Organização das famílias em associações buscando garantir seus direitos. 
 Portaria 224/92 – garantia de atendimento ao familiar em todos os serviços de saúde mental. 
 Lei 10.216/2001 – Participação da família 
 Portaria 336/2002 – Centro de atenção psicossocial – atendimento a família 
As abordagens familiares: 
 
Grupos de orientação: 
 
Possibilidade de partilhar a sensação de solidão, as frustrações e as dificuldades e, melhor ainda 
comemorar os sucessos alcançados fazem da trajetória da transformação um caminho mais suave a 
percorrer. 
 
Abordagens psicoeducacionais – grupos: 
 
Ampliação do conhecimento sobre a doença. 
Procurar dar sentido a experiência vivida. 
Valorizar a vida através da compreensão de seu cotidiano. 
 
Teoria sistêmica – grupos: 
 
Traz como contribuição a possibilidade de perceber e discriminar o jogo interativo dos indivíduos no 
contexto grupal e, a partir dessa percepção, catalisar as mudanças possíveis no sistema trabalhando 
com os elementos fornecidos pela teoria da comunicação humana no sentido de esclarecer os “mal-
entendidos” e desfazer os “nós comunicacionais” que obstaculizam o fluxo operativo. 
 
Paradigma teórico Pensamento circular (padrão feedback ou 
retroalimentação) 
Ideologia terapêutica Promover “desestereotipação” quebra de estereótipos) no comportamento 
familiar. Repetir comportamentos. 
Objetivos Mudanças na interação intrafamiliar (via redefinição das relações e mobi-
lização dos papéis familiares) 
Forma de abordagem da 
família 
Diretiva 
Ênfase durante o processo 
terapêutico 
Na comunicação e suas peculiaridades e 
distorções. 
 
Recursos terapêuticos 
Intervenções sob diferentes modalidades de provocações, prescrições pa-
radoxais, conotações positivas, inclusão dos terapeutas no sistema famili-
ar, questionamento circulares, etc... 
 
Abordagem sistêmica: 
 
É importante valorizar: 
 
 Etnia 
 Raça 
 Classe Social 
 Religião e espiritualidade 
 Ambiente 
 
 
Abordagem sistêmica – instrumentos de avalia-
ção: 
 
 Genograma – como é constituída. 
 Ecomapa – relação interna/externa. 
 
 Como a família lida com os problemas? 
Como supera? 
 Cada família tem um ciclo, trajetória fami-
liar! Em qual fase se encontra essa família. 
 
Avaliação funcional: 
 
 Instrumental – avalia AVD/AVP. 
 Expressivo- como a família responde emocionalmente aos estímulos, como angustia, agressão e etc... 
 
Intervenção: 
 
Em geral são dois tipos: 
Lineares – fragmentação do problema. 
Circulares – problema como um todo. 
Reabilitação Psicossocial: 
 
 A doença não reside isolada, dentro do su-
jeito; 
 Mas em um território virtual – interação en-
tre os membros da família. 
 Objetivo da terapia: é de reintegrar uma 
comunicação clara, capaz de pôr os mem-
bros da família em uma relação dialética. 
 Integrando as instancias das diversas exis-
tências. 
 
A família e os serviços de saúde: 
 
Quem chega aos serviços de saúde? 
 
 O paciente como um sintoma; 
 Torna-se um diagnóstico – João, o esquizo-
frênico. 
 Passivo ao tratamento – família que tem 
voz ativa. 
 
Quanto a família? 
 
 É vista como um acompanhante; 
 Informante, que traz a história do adoecer; 
 Não existe um “olhar” para a unidade fa-
miliar. 
 
 
Esse olhar é decorrente de como a Medicina foi 
constituída: 
 
 Positividade da ciência: Separa-
ção/classificação/simplificação/redução. 
 Busca do certo. Única verdade. 
 
Incluir a família nos serviços implica em: 
 
 Devolver a COMPLEXIDADE – busca de um 
pensar complexo. 
 COMPLEXUS – Tecido junto – Tapeçaria. 
 Esforço para unir; 
 
No atendimento a família e profissional devem: 
 
 Ter capacidade empática com o sofrimento 
alheio. 
 Disponibilidade para escutar. 
 Flexibilidade para mudar seus pontos de 
vista. 
 Levando a um encontro de que a família 
busca e espera no processo terapêutico. 
 AUSCULTAR: Escutar o coração dos mem-
bros da família que atende. 
 
Aula 8: Emergências em psiquiatria e manejo da crise 
 
Qualquer situação de natureza psiquiátrica em que existe um risco significativo (vida ou injúria grave) para 
o paciente ou para outros, necessitando de uma intervenção terapêutica imediata. 
 
 Crise conversiva é diferente de crise convulsiva, 
os sintomas são iguais do transtorno de persona-
lidade histérico. 
 
 Observar sinais de comportamento alterado, 
sempre se mostrar disponível a ausculta ativa, ge-
ralmente se encontrarão batendo portas, gritan-
do entre outras situações. 
 
Situações específicas mais comuns – psicopatologia/diagnósticos 
 
1. O Paciente Deprimido Grave 
2. A Tentativa de Suicídio 
3. O Paciente Psicótico 
4. O Paciente Violento 
5. O Paciente Ansioso 
 
 Estar psicótico é estar com delírios e alucinações! 
 
Urgência/Emergência em Psiquiatria 
 
 Agitação psicomotora, inquietude na motricidade e todas as funções mentais estão alteradas. Psico-
motricidade/comportamento e agressividade. 
 Comportamento Suicida 
 Delirium (consciência), confusão mental/ rebaixamento do nível de consciência. 
 
Urgência/Emergência em Psiquiatria: “Regras” 
 
1. Bom senso e bom discernimento 
2. Empatia com quem está sofrendo 
3. Conhecimento teórico-prático 
4. Segurança na atitude e na intervenção – não demonstrar medo, pois eles nos percebem nas afeições que 
demonstramos. 
 
 
Definições 
 
URGÊNCIA 
 
Toda situação que exige intervenção precoce, mas 
não há risco iminente de morte. 
 
EMERGÊNCIA 
 
Toda situação que envolve riscoiminente de morte, 
exigindo intervenção imediata dos profissionais de 
saúde.
 
Sobre a Assistência na crise...crise – sofrimento emocional. 
 
É necessário: 
 
Sistematização através de Protocolo (padronizar): 
 
- Discussão entre equipe (enf., téc., aux.) – em equipe! 
- Treinamento específico – ed. em saúde. 
- Atualizações constantes. 
 
Objetivos de um Atendimento de Emergência 
 
1)Estabilização do quadro: 
 
Abordagem + controle (verbal, medicamentoso, físico (tem que ter protocolo)) simultaneamente – os de-
mais processos do atendimento vão se desenrolando. (história, exame do paciente). 
 
2)Hipóteses Diagnósticas: 
 
“ideia” do que está acontecendo: 
 
Quadro orgânico, psicótico, de humor, de ansiedade, de personalidade (hipótese provisória) referência 
para a condução do atendimento. 
 
3)Exclusão de Causa orgânica: 
 
Exames laboratoriais e de imagem 
 
Indícios de causa orgânica: 
 
história do paciente + exame físico + exame do estado mental (consciência, atenção, sensopercepção, orien-
tação e memória) Suspeita. 
 
4)Encaminhamento 
 
Raramente o atendimento de emergência se encerra em si mesmo: 
 
estabilização do quadro + controle dos riscos sequência de tratamento. 
 
 
Local de Atendimento da Emergência Psiquiátrica 
 
*Difícil ter situação ou local ideal. 
 
1)Local: 
 
com > privacidade possível: 
 
facilitar que o paciente fale livremente. 
 
evitar exposição física e moral. 
 
“seguro”: 
 
acesso a materiais cortantes ou que possam ser 
utilizados para agredir. 
 
2)Paciente com risco de violência: 
 
Facilidade de acesso de outros profissionais de 
saúde e de segurança. 
 
Ficando sozinho: 
 
 Manter a porta do consultório aberta e 
permanecer. perto dela. 
 
 Acordar com outros funcionários sobre aju-
da. 
3)Se possível saber com antecedência que tipo 
de paciente será atendido: 
 
 Preparação do material para contenção 
mecânica. 
 
 Medicação – agitação psicomotora. 
 
 
4)Serviços diagnósticos e auxílio de outros es-
pecialistas. 
Detalhes da Avaliação na Emergência 
 
Limitação do tempo 
Quanto mais informações, melhor! 
Relacionamento médico-paciente: 
 Grande parte da entrevista psiquiátrica: saber ouvir e observar 
 Ser franco, honesto, calmo e não ameaçador. 
 Transmitir a ideia de que o médico está no controle e agirá decisivamente para protegê-lo de lesões 
a si mesmo e aos outros. 
 >erro do psiquiatra de emergência: ignorar uma doença física como causa de uma alteração de 
comportamento. 
 
 Apraxia construtiva: não fazer o que é orientado, mesmo querendo. Ex: movimentos, como pegar colher. 
 
Características que indicam suspeita de organicidade 
 
1) Início agudo 
2) Primeiro episódio – 1° vez que acontece 
3) Idade avançada – diminuição do metabolismo 
4) Doença ou lesão orgânica atual (fibromialgia, 
neuro) 
5) Abuso significativo de substâncias- o tripé de 
alteração do pensamento, sensopercepção e cons-
ciência, com a maconha e cocaína por exemplo. 
6) Alucinações não auditivas 
7) Sintomas neurológicos 
8) Alterações estado mental sugestivas: 
↓ estado de alerta, desorientação, alteração da 
memória recente e imediata, a remota está pre-
servada, da atenção, da [], concretismo. 
9) Apraxia Construtiva: dificuldades para dese-
nhar um relógio, um cubo, intercepção de pentá-
gonos. 
10)Características catatônicas: mutismo, negativis-
mo, rigidez, posturas, flexibilidade cérea, ecopra-
xia, ecolalia, caretas. 
 
Outras 
 
Apraxia construtiva 
Flexibilidade cérea - paciente imóvel, com articulações flexíveis. 
Ecolalia, ecopraxia, caretas e etc... 
 
Agitação Psicomotora – todos os transtornos 
podem levar. 
 
Definição: é um estado de tensão, de inquietação 
e de hiperatividade na motricidade, manifestado 
por um estado psicomotor típico. 
 
Causas: 
 
-Doenças psiquiátricas 
-Doenças da clínica geral 
-Intoxicações 
-Não concordâncias 
 
 
 
 
 
Agressividade 
 
Definição: 
 
Se caracteriza por um estado de violência, dirigi-
da a alguém ou a algo e é secundário ao estado 
psíquico do paciente. Expressa emoções. 
 
Confusão Mental - delirium: 
 
Se caracteriza por um estado de flutuação do 
nível de consciência, típico do delirium. 
 
Inquietação Mental: 
 
É um estado de ansiedade, de aflição, de angús-
tia, sem violência ou rebaixamento do nível de 
consciência. 
 
Causas de Agitação-Agressividade 
 
Doenças Psiquiátricas: 
 
 Transt. Bipolar – mania – dono da razão. 
 Esquizofrenia - surto agudo – só agride em 
surto. 
 Transt. Personalidade – antissocial, narcisis-
ta e borderline. 
 Transt. Ansiosos graves – transtorno de an-
siedade generalizado. 
 
Doenças da Clínica Geral: 
 
 Doenças Hepáticas e Renais (em especial 
quando cursam com insuficiência) 
 Doenças Neurológicas (epilepsias, com dois 
tipos: tônicoclonico + forte e picno epilep-
sia que é + leve, sem liberação esfincteri-
ana. e AVC) 
 Dor e politraumas em geral 
 Doenças Endócrinas (hipertireoidismo) 
 
Intoxicações por Substâncias: 
 
 Medicações – benzodiazepínicos, anfeta-
mínicos ou outros; e álcool (lícitas) 
 Drogas - cocaína, maconha, LSD, crack, 
ecstasy (ilícitas) 
 
“Não-concordâncias” – juízo crítico da realidade 
prejudicado 
: 
 
 Não aceitação da necessidade de trata-
mento 
 Pressão de familiar para realizar trata-
mento 
 Não aceitação de diagnóstico psiquiátrico 
recente. 
 
 
Manejo da Agitação-
Agressividade 
 
1. Identificar riscos (se possível, 
antes da coleta da história): 
 
 Atitude desconfiada, 
provocativa 
 História de agressão 
prévia 
 Gritos, xingamentos, 
muita gesticulação 
 
 
 
 
 Ameaças verbais a ter-
ceiros 
 Jogar objetos, andar 
de um lado para outro, 
fazer barulho, etc. 
 
2. Manter postura segura e 
calma (durante toda a entre-
vista): 
 
 Jamais desafiar o pa-
ciente 
 
 
 
 Não menosprezar rela-
to ou queixa 
 Não se contrapor a um 
delírio (não alimentar, 
mas não confrontar), 
por ex. 
 Ouvir antes! 
 
3. Situação especial: 
 
 Intoxicação por Drogas 
ilícitas – exige postura 
pragmática e rápida. 
 
 
4. Fazer o Diagnóstico Diferencial: 
 
IMPORTÂNCIA: determina o tipo de intervenção a 
ser realizada! 
 
 
 
 
--------------------------- ------------------- 
 
5. Realizar a intervenção, conforme necessidade: 
 
a. Abordagem (contenção) 
Verbal 
b. Contenção química 
c. Contenção física 
 
* só avança para o passo seguinte quando o ante-
rior não puder ser instituído ou repetido 
 
Contenção Química 
 
Uso de psicotrópicos: 
 
 Antipsicóticos (neurolépticos) 
 Benzodiazepínicos (tranquilizantes) 
 Anti-histamínicos (também sedativos) 
 
 Usados isoladamente ou em combinação, 
via oral ou, preferencialmente, injetável 
(IM-intramuscular). 
 O uso de anti-histamínicos potencializa o 
uso de benzodiazepínicos. 
 
Contenção Física - em últimos casos! 
 
- É a restrição da liberdade de movimento do paciente agitado, preservando-o da auto ou da hetero agres-
são. 
 
 Preencher formulário de indicação 
 Descrever todo o procedimento 
 Sempre atuar em equipe 
 Vigiar sinais vitais antes, durante e depois 
da contenção. 
 Mantê-la pelo menor tempo possível 
 Realizar com 5 profissionais preferencial-
mente 
 Um para cada membro do paciente e um 
profissional para a cabeça (além do co-
mando das ações) 
 Usar faixas sem causar garroteamento, 
mas com fixação firme para evitar soltura. 
 No máximo, até 2 horas, com intervalos de 
15 minutos. 
Comportamento Suicida: 
 
Definição: Ato de autoagressão, caracterizado por um continuum, que vai desde a presença de pensamentos 
autodestrutivos até o ato de se conseguir alcançar o êxito letal (morte). 
 Também: morte intencional auto-inflingida. 
 
Epidemiologia: 
 
 90% dos indivíduos que cometeram suicí-
dio tinham doença mental; 
 13% dos indivíduos com ideação suicida 
realizam alguma tentativa; 
 Maior prevalência: entre 15-45 anos. 
 Homens se matam 2-4x mais que mulheres; 
 Uma em cada três tentativas é atendida 
em serviço médico; Maior crescimento no Brasil: 15-24 anos 
 
Comportamento Suicida: como manejar? 
 
1. Perguntar sobre o desejo de não viver mais... 
 
 Preservar a empatia 
 Preservar o sigilo e a discrição 
 Jamais menosprezar a ideação ou um rela-
to de tentativa 
 
2. Investigar histórico e suporte atual... 
 
 Tem doença psiquiátrica? Fator de risco? 
 Há suporte familiar adequado? 
 Tem tentativas anteriores? 
 O paciente estabelece plano para execu-
tar a tentativa? Qual? 
 
3. Identificar fatores de risco importantes... 
 
 Perda de emprego, perdas sociais 
 Ausência de suporte familiar 
 Traumas físicos ou abuso sexual prévio 
 Doença física grave ou dor crônica 
 Falta de controle de impulsos e etc... 
 
4. Encaminhamento devido: 
 
Internação: 
 
 Sem suporte adequado 
 Plano suicida + fatores de risco 
 
Liberação (alta): 
 
 Suporte adequado e concordância com 
tratamento proposto 
 Ideação sem plano 
 
Se liberação: 
 
 Cuidador próximo por 48horas 
 Não deixar de conversar sobre o assunto 
com o paciente 
 Medicação de posse do cuidador 
 Ampliar rede de suporte, se possível 
 Retornar ao PS se necessário, ou dúvida 
 
Delirium 
 
 Pode ser por questões orgânicas que afetam a consciência. 
 Chamado de “quadro confusional agudo”. 
 Diferente de delírio (psicose). 
 
Confusão mental – comum em intoxicações- rebaixamento do nível de consciência, motricidade e cognitivo. 
+ susceptibilidade em idosos e crianças. 
Álcool – em abstinência, pode ocorrer delirium, sudorese, vômitos, diarreia intensa, alucinações visuais com 
bichos (zoopsias) e tremores generalizados. 
 
Quadro clínico 
 
a) alteração do nível de consciência (flutuações); 
b) cognição prejudicada (memória, orientação, concentração e atenção) 
c) psicomotricidade: agitação ou lentificação; 
 
 Curso: estável durante o dia e pior à noite 
(mais comum); 
 Humor lábil (inquieto, agitado, apático, as-
sustado) 
 Pensamento incoerente, ideias delirantes e 
pouco estruturadas. 
 Sensopercepção: ilusões e alucinações vi-
suais e auditivas. 
 
 Alteração de 1 função psíquica alteração de todas! 
 
 Início súbito (horas) 
 Duração em geral de 8-10 dias 
 Remissão completa (se tratado)! 
 Evidência de doença cerebral ou sistêmica 
subjacente (investigar) 
 É potencialmente letal principalmente em 
idosos com comorbidades. 
 
Etiologia: 
 
Endocrinológica 
Metabólica 
Intoxicações 
Abstinências 
Vasculares 
Infecções 
Lesões expansivas 
TCE 
 
 
 
Epilepsias 
30% POLIFARMÁCIA 
 
Fatores de Risco: 
 
Idade avançada 
Doença sistêmica grave (diabetes, hepatopatias, 
doenças renais, câncer terminal, metástases cere-
brais, etc.) 
Uso de drogas ilícitas 
Uso de medicação! 
 
Tratamento: 
 
 Fundamental pesquisar “doença de base” (múltiplas?) 
 Ambiente claro, com referenciais (relógio, calendário, óculos - se usar) e acompanhante; 
 Orientações ao acompanhante; 
 Assegurar proteção do paciente e de terceiros. (contenção química e mecânica – último recurso!) 
 Medicação de escolha: neuroléptico de alta potência, em baixa dose: Haloperidol 1 a 5mg VO ou 
IM 
 Antipsicóticos atípicos IM 
 Evitar benzodiazepínicos, pois causa rebaixamento do nível de consciência. 
 
Indicações de Internação Psiquiátrica: 
 
 Risco de suicídio 
 Risco de agressão 
 Risco de homicídio 
 Autonegligência grave 
 Refratariedade e patologia de difícil controle em ambulatório 
 Troca de esquema terapêutico que exija cuidados ou coloque o paciente em situação de risco (piora 
dos sintomas ou efeitos adversos) 
 Paciente sem suporte familiar necessário para o tratamento ideal 
 
Aula 9: Uso abusivo ou nocivo e dependência de substâncias psicoativas 
 
 Atinge o comportamento do sujeito. 
 Conceito: Dependência de drogas é uma doença crônica, redicivante e potencialmente letal, que afe-
ta tanto homens como mulheres. 
 Dependente – necessidade física/emocional pela droga. Com sinais e sintomas – caracterizado pela 
síndrome de abstinência. Abstêmio = em abstinência. 
 Dependente químico - Quando sofre com a ausência da droga no organismo. 
 Tolerância: o quanto suporta. Tolerância = Resistência. 
 Homens consomem mais em ambientes externos. Ex: bares. 
 Mulheres consomem amis em ambientes internos. Ex: lares. 
 Sujeito a apresentar necessidades, mesmo tendo prejuízos, continua a usar 
 
Classificação das drogas: 
 
I. Estimulantes da atividade mental - anfetaminas, cocaína, cafeína, ecstasy 
II. Depressores da atividade mental – álcool (deprime e distorce a percepção), barbitúricos, benzodia-
zepínicos, opióides, maconha 
III. Perturbadores da atividade mental - maconha, LSD, mescalina, ecstasy 
 
 
I. Lícitas (legal, como: álcool, cigarro e medicamentos) x ilícitas (ilegal) 
II. Com potencial X Sem potencial 
III. Leves x pesadas 
 
 
Modelo de saúde pública para dependências de substâncias: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agente – álcool/droga 
Hospedeiro - indivíduo Ambiente – contexto físico/mental, onde 
usa droga? Quais os estímulos? 
Agente: Álcool/Droga 
 
 Grau de pureza da droga / bebida 
 Via de uso 
 Capacidade de provocar dependência 
 
Hospedeiro: Indivíduo 
 
 Vulnerabilidade genética 
 Fatores psicossociais (criação, atitudes em 
relação à droga / álcool) 
 
Risco de desenvolvimento de dependência quími-
ca: 
 
 Criança com dificuldade de aprendizagem 
 Dificuldade com regras e limites 
 Insatisfeita com qualidade de vida 
 Com fácil acesso às drogas 
 Não completar o colégio 
 
Ambiente: Contexto físico e social de onde usa 
álcool 
 
 Disponibilidade e acesso 
 Coerção 
 Normas 
 Propaganda / mídia 
 “Moda” 
Tendências globais do uso de drogas: 
 
 Globalização dos problemas decorrentes das 
substâncias psicoativas 
 Aumento geral da oferta / “qualidade” 
/barateamento 
 Uso de várias drogas concomitantemente 
 Diminuição da idade de início de uso 
 Aumento do uso por mulheres 
 Aumento do uso de drogas injetáveis 
 
Uso, abuso e dependência: 
 
Não uso Uso experimental Uso esporádico Uso frequente Uso pesado Abuso/uso nocivo Dependência 
 
Síndrome de dependência química – 3 ou mais: 
 
(A) um forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substância; 
(B) dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância 
(C) um estado de abstinência fisiológico quando o uso da substância cessou ou foi reduzido ou o uso para alivio 
dos sintomas de abstinência; 
(D) evidência de tolerância, doses crescentes são requeridas para alcançar os efeitos produzidos por doses mais 
baixas; 
(E) abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor do uso da substância psicoativa; 
(F) persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de consequências manifestamente nocivas. 
 
Uso nocivo: 
 
Um padrão de uso de substância psicoativa que está causando danos à saúde. O dano pode ser físico ou mental. 
Padrões nocivos de uso são frequentemente criticados por outras pessoas e estão associados a dano sociais de 
vários tipos. Isso por si só não constitui evidência de uso nocivo (por exemplo prisões e brigas conjugais). A 
intoxicação aguda ou a ressaca não é por si mesma evidência suficiente do dano à saúde requerido para 
codificar uso nocivo. O uso nocivo não deve ser diagnosticado se a síndrome de dependência ou outro transtorno 
relacionado estiver presente. 
 
 As bases neurológicas de dependência são núcleo achumbes, frontal e ventral. Ocorre a liberação de 
dopamina toda vez que a droga é usada e isso estimula o prazer, causando dependência. 
 
No PS - Emergência /urgência: 
 
Agitação psicomotora – intoxicação. 
Rebaixamento do nível de consciência – Álcool, Cocaína, Benzodiazepínicos, Anfetaminas e Maconha. 
 
 
 
 
Conduta imediata: segurança 
 
Anamnese e Exame físico 
Dextro (glicemia) e ECG 
Anamnese objetiva 
Exame toxicológico 
 
Conduta Final? Orientação! 
 
 Paciente e familiar: t. crônico! 
 Tratamento: 
ambulatorial 
internaçãodomiciliar 
hospitalar 
comunidade terapêutica 
 Grupos de autoajuda 
 Comorbidade 
 Recaída 
 
Temos dois tipos de recaída: 
 
 Lapso – estar sem usar, usar, procurar ajuda e continuar tratamento. 
 Recaída em si – usa e continua repetindo o consumo. 
 
Tratamento e prognostico das dependências: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É percebido que o tratamento: 
 
 É hierarquizado – individual; 
 Redução de danos; 
 Medicamentos; 
 Longo prazo; 
 Etapas. 
 
Promoção da abstinência: 
 
 Identificação de pistas internas e externas 
 Interrupção do ciclo de consumo 
 Estruturação de nova rotina de vida 
 Manejo de fissura (vontade) e crises pes-
soais 
 Prevenção de abandono do tratamento 
 
 Abstinência ao interromper: Síndrome de abstinência – somatiza – dura de 7 a 10 dias (com tratamento). 
 
Abordagem psicoterápica: 
 Ouvir atentamente: aliança terapêutica 
 Certificar-se que o paciente o vê como um 
aliado 
 Necessidades são expressas pelo pacien-
te 
 Trabalhar com o paciente identificando 
suas necessidades 
 
TCE 
Hipoglicemia 
Outros... 
Precisa internar e não reconhece 
Se questiona se precisa ou não 
Aceitação de ajuda 
Planejamento, como grupos 
Aumentando a adesão: 
 Cônjuge 
 Enfermeira 
 Assistente social 
 Chefias 
 
Tratamento medicamentoso: 
 
 Desintoxicação – de 7 a 10 dias + síndrome de abstinência. 
 Medicamentos: 
Agonistas - 
Antagonistas 
Anti “croving” 
 
Fatores que influenciam de forma negativa: 
 
 Motivação 
 Gravidade da dependência 
 Apoio Social 
 
Comorbidades psiquiátricas – principais: 
 
 Transtornos de humor 
 Transtornos fóbicos-ansiosos 
 Transtornos hipercinéticos- hiperativi-
dade e déficit de atenção 
 Transtornos de personalidade 
 
 Maior procura por serviços de saúde 
 Maior abandono de tratamento 
 Entre adolescentes taxa de + 80% 
 Evitar o uso precoce de antidepressi-
vos (se possível aguardar de 2 a 4 
semanas de abstinência) 
 O tratamento da depressão melhora 
os resultados do tratamento da de-
pendência química 
 Há evidências que indicam o uso de 
ISRS para depressivos dependentes 
de álcool e cocaína. 
 
Mais sujeitos a usar drogas: 
 
 Sem informações adequadas sobre os efeitos 
das drogas 
 Com saúde deficiente 
 Insatisfeita com sua qualidade de vida 
 Com personalidade deficientemente integra-
da 
 Com fácil acesso às drogas 
 
Fatores que facilitam o uso de drogas: 
 
1. História familiar de alcoolismo (4 vezes mais 
risco) 
2. Manejo de problemas na família: 
Regras pouco definidas 
Sem monitorização 
Disciplina inconsistente ou muito severa 
3. Comportamento antissocial precoce, hiperati-
vidade 
4. Uso de drogas pela família, atitudes positivas 
5. Repetência / pouca responsabilidade escolar 
6. Alienação, rebeldia, não fazer relacionamen-
tos 
7. Comportamento antissocial precocemente na 
adolescência 
8. Amigos que usam drogas 
9. Atitudes favoráveis ao uso de drogas 
10. Início precoce de alguma droga 
 
Recaída: 
 
Pode fazer parte de um processo de recuperação e deve-se aprender com ela 
 
Circunstâncias mais comuns de recaída: 
 
 Abandono de uma sobriedade inicial 
e ambivalente 
 Insuficiência de mecanismo de manejo 
Ajudam a reduzir a vontade de uso. 
Ansiolíticos – benzodiazepínicos 
 Incapacidade de sentir a sobriedade 
como recompensadora. 
 Perturbação do humor 
 Eventos avassaladores 
 Ajustamento social e familiar 
 Saúde física 
 A Inclusão de tratamentos mais espe-
cíficos 
 Perda de um ente querido 
 
Estágios do Desenvolvimento do Uso Nocivo de Drogas: Estratégias de Prevenção: 
 
 
 
Estagio de Experimentar Uso da droga Uso 
Abstinência a sem Nocivo Dependência 
 Inicial 1° vez problemas !! 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sintomas da síndrome de dependência do álcool - Sensação subjetiva da necessidade de beber. 
 
 Experiência de um desejo incontrolável de con-
sumir. 
 Imagina-se incapaz de colocar barreiras a tal 
desejo e sempre acaba consumindo 
 Compulsão ou fissura 
 “Perda do controle” 
 “Se tomo uma ou duas doses, não paro mais” 
 “Basta um trago e sou outro” 
 
Síndrome da Abstinência: surgimento de sinais e sintomas de intensidade variável quando o consumo cessou 
ou foi reduzido. 
Inicialmente os sintomas são intermitentes e brandos, causam pouca incapacidade à medida que a depen-
dência avança, cresce a frequência e a gravidade dos sintomas. 
 
Alívio ou evitação da abstinência pelo aumento da ingesta: 
 
 Consumo do álcool visando alívio dos 
sintomas da SAA 
 “Ajuda a aprumar” 
 Não apenas matinal 
 Nas fases iniciais - difícil identificação 
 Alívio da ansiedade 
 
Estreitamento do repertório de beber: 
 
 Consumo e escolha da bebida variam 
 Modelado por diferentes necessidades e por 
circunstâncias externas 
 Perda da flexibilidade 
 Padrão de consumo rígido, previsível e refra-
tário ao dia ou horário, ao tipo de companhia, 
local ou estado de humor. 
 Referências voltam-se exclusivamente para 
alívio da abstinência 
 
 
O que fazer? 
Orientação 
Educação 
O que fazer? Quando já tem pro-
blemas com a droga. 
Estimular a afalar 
Internação 
O que fazer? Tem consciência que está 
dependente. 
Acompanhamento médico e medicamentos 
Grupos de apoio e terapia 
 
Saliência do beber: 
 
Torna-se prioridade mesmo em situações inaceitáveis (Ex: trabalho, dirigindo, quando doente) 
 
Aumento da tolerância ao álcool: 
 
 Necessidade de doses crescentes para al-
cançar os efeitos originalmente obtido 
com doses menores 
 Capacidade para executar tarefas mes-
mo com altas taxas sanguíneas de álcool 
 “Sou forte para beber” 
 “Aguento beber + que os outros” 
 
Reinstalação da síndrome de abstinência após dependência: 
 
 Ressurgimento dos comportamentos relacionados ao consumo e dos sintomas da SAA após um perío-
do de abstinência 
 Volta no padrão antigo de dependência em dias ou semanas. 
 
Em resumo: Diagnóstico da dependência consiste na obtenção de 3 perfis básico: 
 
1) padrão de consumo e presença de critérios para dependência 
2) a gravidade do padrão de consumo e como ele complica outras áreas da vida 
3) a motivação para mudança 
 
Síndrome de abstinência alcoólica (SAA): 
 
 Conjunto de sinais e sintomas que sur-
gem após algumas horas da interrup-
ção ou diminuição do consumo de ál-
cool; 
 Pode ser leve, moderada ou grave; 
 Cerca de 5% dos dependentes apre-
sentarão uma abstinência grave; 
 É autolimitada, com duração média 
de 7 a 10 dias; 
 A mortalidade gira em torno de 1%. 
 Após 6h com interrupção/↓ dose de 
ingesta 
 Tremores, sudorese 
 Taquicardia e hipertensão arterial 
 Insônia ansiedade, irritabilidade 
 Hipertermia (até 38,5 C°) 
 
Complicações da SAA: 
 
Delirium Tremens 
 
 Desorientação T/E, alter. nível de consciência 
e confusão mental 
 Delírios, alterações senso-perceptivas (zo-
opsias) 
 Tremores e sinais autonômicos + intensos 
 Curso flutuante 
 Início 3° – 4ºd abstinência → até 15d 
 Duração de 3 a 4 dias, com tratamento, tem 
que ser internada. 
 Tratamento: Hidratação E.V. potente (até 
3l/d) e Vitaminas. 
 
Convulsões 
 
 ≅ as das epilepsias (tônico-clônicas e pequeno 
mal) 
 Tratamento: Diazepam E.V. 
 
Alucinações alcóolicas 
 
Alucinações auditivas (sons do tipo: rugidos, sinos, cliques); Ideias delirantes principalmente persecutórias. 
Preservação do afeto com grande sofrimento frente aos sintomas (paciente pode ter medo, ansiedade, agi-
tação) 
Sem alteração do nível de consciência, evolui sem alterações autonômicas óbvias. 
Tratamento: Haldol ® 5mg/dia 
Complicações físicas: Sistemas afetados pelo álcool: 
 
Digestivo: 
 
 Neoplasias do tubo digestivo alto 
 Gastrite 
 Pancreatite crônica 
 Diarréias e Síndrome de má-
absorção 
 Doenças alcoólicas do fígado - Estea-
tose, hepatite alcoólica,

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