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ARTIGO-CIENTÍFICO-PARA-PÓS-GRADUAÇÃO-RENATA

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REDE FUTURA DE ENSINO
RENATA COSTA BALISTIERI
TDAH no adulto e o ensino superior
DIAS D’ÁVILA
2019
RENATA COSTA BALISTIERI 
REDE FUTURA DE ENSINO
TDAH no adulto e o ensino superior
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR. 
Orientador: Professora DSc. Ana Paula Rodrigues. 
DIAS D’ÁVILA
2019
DIDÁTICA DE ENSINO NOS CURSOS A DISTÂNCIA
Autor(a)1, (Renata Costa Balistieri)
	
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daquelas cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). 
RESUMO- 
O TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma síndrome neuro-comportamental de origem genética, caracterizada por distração e hiperatividade, impulsividade e desorganização. A falta do diagnóstico e tratamento adequado pode acarretar em prejuízos que serão levados por toda a vida. Esse artigo na área de docência traz como justificativa a importância de desenvolver nos professores atitudes de conscientização de que a falta de acompanhamento adequado pode trazer ao estudante dificuldades que serão levadas por toda a vida causando desinteresse total pela educação. Através da pesquisa realizada em contexto educacional superior foi possível detectar que a maioria dos profissionais que lecionam neste nível de ensino não possuem o conhecimento necessário para o efetivo acompanhamento dos alunos portadores do transtorno.
PALAVRAS-CHAVE: Conscientizar. TDAH. Motivação. Educação. Bullying.
1- INTRODUÇÃO 
O presente estudo tem como tema a ser abordado de que forma o professor pode trabalhar com o aluno universitário que possui o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, a fim de que o mesmo consiga ter um desempenho satisfatório, uma vez que de acordo com estudos a postura do educador pode ser decisiva para que o estudante consiga aprender e se desenvolver intelectualmente, algo que está muito deficiente no ensino brasileiro. 
Decerto, convém ao professor confiar nos seus alunos e demonstrar sua confiança. Poderá alguém educar se não acreditar em quem aprende? Da mesma forma, poderá alguém aprender se não confiar em quem educa? O amor lança fora as incertezas. Os alunos percebem quando o professor neles acredita. São capazes de captar as incongruências entre a nossa fala e atitude. São mestres nessa matéria. (Eugenio Cunha, 2008)
O TDAH é um transtorno neurobiológico de causas genéticas que é percebido na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Suas características principais são: desatenção, inquietação e impulsividade. Dificuldade na escrita pela falta de coordenação motora, omissões ou substituições de palavras, falta de acentuação ou pontuação adequadas são frequentemente encontrados nas crianças com este transtorno e quando adultas muitos erros nesse contexto permanecem e são comuns, comprometendo assim a sua carreira universitária. A atenção e a memória são fundamentais para se obter uma boa compreensão de texto e formular uma linguagem adequada, porém algo assim é extremamente precário nos indivíduos com hiperatividade. De acordo com a Associação Brasileira de Déficit de Atenção – ABDA, as maiores dificuldades percebidas pelos portadores adultos do transtorno são planejar e executar tarefas, memorizar informações, organizar e administrar o tempo e estas dificuldades acarretam em baixa autoestima, sentimento de impotência, depressão ou ansiedade.
Para muitos jovens e adultos o ingresso a instituições de nível superior é fundamental para o crescimento pessoal e profissional mas, o aluno portador de TDAH precisa ter habilidades desenvolvidas que não são tão fáceis para este público da educação, muitas vezes pressões exigidas, pouco tempo para se desenvolver projetos e cobranças os fazem desistir e o educador por sua vez é muito importante para que se possa superar as dificuldades, adaptando algumas tarefas e para isso é preciso que ele obtenha o conhecimento a respeito deste assunto para que possa adotar metodologias adequadas. Evitar salas com muitos estímulos é o primeiro passo e outras atitudes devem ser tomadas para que se consiga ter o seu desenvolvimento pleno respeitado em sala de aula. As pessoas que possuem este transtorno podem se mostrar altamente inteligentes em áreas de ensino específicas, mas em outras elas precisam ser motivadas a isso. É importante que o educador esteja ciente de que as diferenças existem e são necessárias. Na sala de aula a metodologia usada por parte do educador é importante, mas o principal é o seu olhar atento, a estratégia e a intervenção adequada aos portadores de TDAH, como também para os outros alunos.
Pais e profissionais da educação e, principalmente, os psicopedagogos, precisam buscar informações sobre o transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e compreendê-las para, melhorar o relacionamento e cuidado da família e da escola em melhorar a relação e adolescentes portadores desse transtorno. (Belli, 2008, p. 17). 
O objetivo deste artigo é trazer mais informação aos educadores, mostrar do que se trata o transtorno, como lidar com a pessoa que o possui e principalmente verificar como o professor direciona a sua aula com um aluno TDAH, pois a inclusão em sala de aula precisa sair da teoria e se mostrar efetivamente na prática através de palestras informativas com ensinamentos a respeito de técnicas simples a se trabalhar com os alunos, se tornam muito efetivas. 
2- REFERENCIAL TEÓRICO
	O que está sendo pensado como solução para os problemas de aprendizagem? Os conteúdos e a forma como eles são passados para os alunos estão sendo revistos? E quando ocorre algo diferente, os educadores estão preparados para resolver? 
Esse artigo tem como finalidade conscientizar o professor quanto a importância de observar o aluno na sua individualidade e assim conseguir identificar problemas de aprendizagem para posteriormente com o diagnóstico feito pelo médico poder intervir de maneira adequada possibilitando o aprendizado integral da criança. Existem inúmeras publicações que dizem a respeito do TDAH, entretanto não é comum encontrarmos informações mais concretas, colocando este aluno em uma condição específica e principalmente preparando professores e família para conseguir uma educação de qualidade visando a inclusão escolar. 
Este transtorno é atualmente a queixa mais comum no ambiente educativo com relação ao desenvolvimento, comportamento e principalmente baixo rendimento escolar causando grande preocupação para pais e professores. É necessária uma atenção maior das instituições de ensino para que se consiga, através de políticas públicas mais eficientes, que as pessoas se sintam mais encorajadas e motivadas a seguir com os estudos, já que de acordo com pesquisas, grande parte da população que possui este transtorno não prossegue com os estudos da educação básica na sua totalidade inclusive o ingresso no ensino superior. 
Atualmente o TDAH, que significa Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Está localizado no Cid 10 na classificação internacional de doenças. Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na escola. 
Até o momento não existe nenhum exame especifico para descobrir se oindivíduo possui o transtorno, o diagnóstico é todo feito por observação clínica e sistema classificatório estabelecidos pelo manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, propostos pela DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fourth Edition), sendo então um desafio para profissionais da saúde realizarem o diagnóstico. 
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um transtorno neurocomportamental de causas ainda em fase de pesquisa mas de predomínio genético onde se apresenta níveis excessivos de déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade, entretanto, nem todo portador de TDAH é hiperativo, mas todo hiperativo tem déficit de atenção associado, partindo deste princípio é importante destacar que o professor deve ter em mente que nem todo TDAH terá problemas de comportamento com outros a sua volta, ou seja, muitas pessoas com este transtorno podem apresentar somente a desatenção, serem tímidas e introspectivas. Além disso elas apresentam oscilação de humor frente as frustrações, tem dificuldade de esperar, ou fazer algo em uma velocidade menor para ter mais perfeição e diante disso ela se irrita e chora com facilidade, demonstrando imaturidade emocional. 
O NIMH (sigla em inglês para instituto Nacional de Saúde Mental), órgão ligado ao governo dos USA, divulga que estudos de imagem cerebrais revelaram que em jovens diagnosticados com TDAH o cérebro amadurece em um padrão normal, mas é atrasado, em média três anos. (JALOWITZKI, 2014, 28) 
São desorganizadas como um todo para atividades que exigem prazo e regra. Apesar dessas características, elas podem se mostrar extremamente criativas, intuitivas e inteligentes, mas não conseguem organizar o seu pensamento e assim conseguir desenvolver todo o seu potencial, com isso elas sofrem muito com baixo rendimento acadêmico, marginalização, problemas afetivos e bullying, sofrem muito preconceito, são pouco compreendidas no ambiente familiar e o poder público nada faz para que elas sejam integradas de forma mais efetiva. 
Para um professor, o aluno que não consegue prestar atenção ao que ele fala, não consegue ficar muito tempo sentado na carteira, fazendo com que o seu levanta e senta atrapalhe toda a aula e a sua forma impulsiva de responder as solicitações do professor restrinja sua capacidade de atender ao que a escola espera é desesperador. É muito comum um aluno TDAH, já responder uma pergunta sem esperar que a pergunta seja concluída, demonstrando a sua impulsividade. 
A hiperatividade é um desequilíbrio neuroquímico cerebral, provocado pela produção insuficiente de neurotransmissores (dopamina, noradrenalina) em certas regiões do cérebro (região parietal posterior, sistema límbico, região frontal e sistema reticular ascendente). (TOPCZEWSKI, 1999, p. 37-38).
 	A dopamina é um neurotransmissor responsável pelo controle do movimento, memória e sensação de prazer. O indivíduo que possui TDAH tem um déficit de dopamina nas áreas responsáveis pela atenção. Elas não possuem auto engajamento, ou seja, aquilo que não demonstra prazer a ele é desmotivador, chato e, portanto, não lhe traz nenhuma atenção ao realizar e por isso não consegue cumprir o que foi determinado. Não conseguem concluir uma atividade que por ele for considerada desprazeirosa. Para que consiga cumprir é necessário que haja uma recompensa a curto prazo. 
Existem manifestações, chamadas de comorbidades, que são outras patologias associadas ao TDAH, se apresentando em conjunto, ou seja, a ocorrência de mais de um problema ao mesmo tempo, portanto além da desatenção, inquietação e impulsividade ou esquecimento e desorganização que são muito característicos do portador, outras questões podem coexistir como por exemplo depressão, ansiedade, transtorno bipolar, transtorno alimentar, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), uso de substâncias, dislexia, disgrafia, disfasia, entre outros. As comorbidades devem sempre ser identificadas para que o tratamento e a superação da dificuldade sejam satisfatórios. 
“Uma vez entendido como TDAH com comorbidades é importante que o tratamento adequado seja assegurado tão logo sejam percebidos os sintomas do transtorno, o que pode colaborar muito para que esse prognóstico se torne mais positivo. Lembre-se: medicamento não deve ser a primeira (nem a única) tentativa de intervenção!” (JALOWITZKI, 2017, p.106). 
 	Conforme estudos pelo menos 4% das crianças possuem o transtorno, 60 a 70% chegam na adolescência e 50% permanece na fase adulta e em alguns casos pode persistir por toda a vida. (CASELLA e RESENDE, 2011). De início precoce, a proporção é que para cada 7 meninos, uma menina possui o transtorno. Apresentam sintomas antes dos sete anos de idade, sendo notados em mais de um ambiente que se não tratado podem causar consequências irreparáveis para a vida social e familiar e por isso é um tema que merece atenção especial pelos educadores no sentido de amenizar os efeitos devastadores causados. 
Em uma sala de aula muitas vezes tumultuada pela quantidade excessiva de alunos nas suas diversas características a pessoa com TDAH se torna um obstáculo a mais a ser enfrentado. E neste caso, possivelmente ela não receberá atenção adequada e será discriminada pelos colegas, pelos professores e muitas vezes até pelos pais dos colegas também. 
	A pessoa com TDAH quando não tratada adequadamente, ou quando tanto o meio acadêmico, como familiar e social não compreende as suas limitações e mais do que isso quando não tenta minimizar e trazer soluções para os problemas que são apresentados durante a sua vida, ela passa a demonstrar a sua insatisfação quanto a não ser compreendida. 
Essas pessoas fazem parte do ensino regular e de acordo com os critérios estabelecidos pelo MEC, não estão inseridas na educação especial, mas trazem um risco na educação, pois com frequência são excluídas do meio social tanto pelo seu jeito muito espontâneo de ser, como de se pensar que ela não tem condições de aprender da mesma forma que outras da sua faixa etária. A sua impulsividade também gera um risco iminente, tornando alvo de suspensões e transferências pelo fato de não estar dentro do padrão exigido, além da discriminação tanto por parte dos colegas como dos próprios docentes que sem saber lidar com a situação pensa que o comportamento é algo que pode ser transformado pelo aluno tão rapidamente como quando começou e não se dão conta que muitos dos comportamentos desta criança pode estar sendo evidenciado por fatores ambientais e simples mudanças podem fazer uma diferença imensa. 
 Benczik (2000, p. 49) afirma que: “Poucos professores têm conhecimento sobre o TDAH. Em muitos casos, eles têm uma percepção errada sobre a natureza, as causas, as manifestações dos sintomas e o que devem fazer”. 
O ensino precisa se ajustar para receber este aluno dentro da sala de aula, o diálogo com o discente em todas as instâncias da instituição, sendo com o professor, com a direção ou com a coordenação, a didática a respeito de como o professor deve agir para aumentar o nível de atenção e por fim, de que forma se deve otimizar o processo de avaliação. 
Mudanças possíveis e necessárias nas escolas, dentro de cada sala de aula e na atitude do professor e apoiadores pedagógicos vem sendo discutidas e implantadas. O papel do psicólogo escolar, com formação específica para lidar com a questão comportamental dos alunos, precisa ser cada vez mais valorizados, para que esteja presente em todos os estabelecimentos de ensino. (JALOWITZKI, 2014, 184).
 	Alguns manejos simples devem ser feitos em sala de aula: o portador deste transtorno deve sentar sempre na frente e próximo do professor, porque quanto mais longe ela estiver mais fatores de distração terá. O educador precisa ter o contato visual com o indivíduo para conseguir perceber se está prestando atenção na sua aula e em alguns momentos ele vai necessitar chamar a atenção do aluno com uma mudança de tom de voz ou de assunto, pode perguntar ao aluno se ele entendeu e se for preciso repetir o que foi dito atéque ele compreenda. A sala de aula deve ser silenciosa, sem barulho de ventilador ou possuir o mínimo de estímulos possíveis, evitar objetos pendurados ou luminosos demais, reduzindo assim os fatores de distração. Muitas salas de aula são próximas de quadras, refeitórios, áreas de lazer, ou o aluno senta próximo de janelas, aumentando para ele a dificuldade na concentração. Eles devem sentar próximo de alunos que são naturalmente interessados para que seja estimulado e ficar mais quieto. 
 	 A aula para um alguém com déficit de atenção, não pode ser monótona, deve ter oscilação de voz, redução de velocidade do que está falando, dramatização, utilização de mecanismos áudio visuais. Não são necessários recursos tecnológicos, mas sim colocar a matéria de forma interessante para chamar a atenção, utilizar a prática contextualizada. Utilização de quiz e debates com recompensas, pessoas com TDAH costumam ser competitivas. 
A avaliação deve ser diferenciada, a princípio a prova escrita deve ser sucinta e objetiva, sem utilização de pegadinhas ou textos longos, pois ela não se concentra para conseguir concluir a leitura. É importante o professor ao receber a prova do aluno, olhar de forma rápida se ele não está cometendo erros por desatenção e caso se perceba, permitir que ele refaça porque o aluno com TDAH precisa de uma atenção diferenciada. Na avaliação também pode ser somada a prova escrita trabalhos, pesquisa de campo, quiz e debates por exemplo. 
Se a pessoa consegue realizar metade da tarefa bem-feita, não se deve retirar pontos porque ela não conseguiu concluir o restante. Forçar concluir tudo no mesmo tempo que as outras, pode gerar desmotivação e a realização de uma tarefa incorreta ou mal feita. Tudo o que for feito deve ser considerado, sempre trabalhar para o acerto, diminuir a probabilidade de errar, saber qual o limite do aluno e trabalhar dentro deste limite, com isso ele fica motivado. O TDAH não funciona com tentativa de erros, cada vez que ele erra e sente que não consegue realizar o que foi proposto, ou se na sala os colegas o chamam de burro por exemplo, o deixa cada vez mais desmotivado e assim não consegue prosseguir, perde o interesse por estudar. 
Aqui no Brasil, não existe legislação especifica para quem tem TDAH, portanto é necessário que os professores busquem informações, se qualifiquem porque estas alunos precisam e muitos só têm ao educador para recorrer. 
3- MATERIAL E MÉTODOS
O presente artigo foi desenvolvido pelo viés da pesquisa quantitativa contemplando questões como a formação acadêmica dos professores, quantos anos estão em sala de aula e questões relacionadas ao conhecimento acerca do TDAH. Foi realizada em campo, entrevistando 30 professores universitários de ambos os sexos, com diferentes formações acadêmicas. O tempo de atuação no âmbito acadêmico são de 5 a 12 anos. 
No período de 29 de outubro a 12 de novembro foi realizada a pesquisa em uma instituição particular de ensino superior na cidade de Salvador utilizando – se dos seguintes critérios:
Conhecimento: O que sabe sobre TDAH, Aluno: Rotina de estudos/ Assiduidade/ Satisfação e comprometimento/ Índice de aprovação e Didática: Avaliação diferenciada/ Atividades extras/ Excesso de informações na sala/ Oscilações de voz.
Abaixo serão descritas a definição de cada critério:
Critério Conhecimento: Aborda como o professor de ensino superior no cumprimento das suas competências identifica os seus alunos portadores de alguma dificuldade de aprendizado e conhece as suas necessidades educacionais. 
Critério O aluno: Trata como o aluno TDAH se comporta diante da responsabilidade de determinar os seus horários de estudo aliado ao comprometimento que está intrinsecamente ligado a satisfação do serviço recebido pelo professor.
Critério Didática: Examina se a formação dos professores está de acordo com a verdadeira inclusão escolar em relação aos indivíduos portadores de TDAH, se os professores conseguem realizar posturas educativas condizentes com o contexto educacional em questão. 
Neste âmbito educacional foi realizada a coleta de informações com o objetivo de investigar até quanto o professor tem consciência de que a sua metodologia e didática podem influenciar a vida acadêmica de um estudante TDAH. A insatisfação relacionada a falta de didática e de motivação pode estar associada a falta de interesse e de aprovação dos alunos portadores do transtorno. 
A característica deste estudo é que foi feito através de uma pesquisa quantitativa em campo onde foram coletadas as informações necessárias por meio de aplicação de questionários com perguntas objetivas. 
Importante ressaltar que a pesquisa quantitativa compreende os fenômenos através da coleta de dados numéricos que vão apontar as preferências e os comportamentos dos indivíduos que pertencem ao grupo em questão com o objetivo visando resultados. O pesquisador utilizou questionários com perguntas genéricas impressas em papel que serão analisados posteriormente.
A amostra foi composta de 30 professores que se dispuseram a participar do estudo. Os critérios utilizados para participar da pesquisa foram: 
· Ser professor de ensino superior na data da pesquisa.
· Ter disponibilidade para responder ao questionário.
Todos os participantes assinaram o termo de consentimento. 
4-RESULTADOS E DISCUSSÃO 
A pesquisa para analisar o conhecimento do TDAH por parte dos docentes de ensino superior (PA-TDAH/2018) foi realizada por meio de entrevista quantitativa, composta de 20 questões. A classificação utilizada para resposta das maior parte das questões possuía alternativas de sim e não ou de cinco alternativas: Nunca, raramente, às vezes, quase sempre e sempre.
	No critério conhecimento, avaliamos se o docente tinha conhecimento acerca do TDAH, se ele consegue identificar, se ele sabe o que são as comorbidades e de que forma elas influenciam no comportamento humano. Os resultados foram: Dos trinta professores entrevistados 87% disseram desconhecer que podem realizar estratégias diferenciadas em sala de aula para se obter a atenção desejada para o grupo de alunos em questão e somente 13% informam conhecer as estratégias mas a maior parte, 7%, confessa que nem sempre aplica em sala de aula. Dado este, que se mostra extremamente preocupante, uma vez que é um índice alto de profissionais que desconhecem as informações descritas no referencial teórico deste artigo e além, pois mesmo os que tem ciência dos dados ainda assim, sua grande maioria não aplica as posturas e metodologias adequadas para que o aluno consiga obter o conhecimento buscado na instituição de ensino superior.
O estado de atenção dos alunos determina-se pelas particularidades da docência, depende tanto do conteúdo do material da lição como de sua exposição. A exposição animada, clara e emocional de material com bastante conteúdo mas ao mesmo tempo acessível e interessante, é o método mais importante sobre todas as aulas inferiores de manipulação da atenção involuntária e condição que os escolares prestem atenção na aula (PETROVISK, 1980, p. 186).
Com isso, pode-se concluir que a forma como o professor expõe a sua aula faz toda a diferença quando se quer chamar a atenção do aluno TDAH e quando este docente tem a informação adequada a respeito do transtorno ele consegue chegar ao objetivo de ensinar.
	No critério Aluno, foi avaliado se o professor identifica dentro do grupo de alunos portadores de TDAH alguma falta de interesse, de assiduidade, de foco e atenção, falta de cuidado com as atividades e materiais, falta de organização, inquietação e falta de rotina. 
Muitas crianças, em certos momentos da sua trajetória escolar, sofrem muito, sendo que algumas carregam esse sofrimento desde o primeiro dia de aula. Outros apresentam dificuldade depois de algum tempo e muitas vezes não são compreendidas pelo professor, ou não compreendem a matéria. Portanto ao identificar que uma criança está apresentando um baixo rendimento escolar deve-se identificar o nível de dificuldade. (VIDIGAL. 1977, p. 75).Muitos jovens não foram diagnosticados na sua infância e quando ingressam no ensino superior, devido ao excesso de pressão passam a apresentar a dificuldade que na verdade sempre existiu mas, nunca havia sido identificada. 40% dos professores disseram que nunca tiveram alunos com tais características. 15% raramente lidam com este tipo de situação. 20% afirmaram que as vezes se deparam com alunos que possuem estes sintomas. 15% informaram que quase sempre possuem alunos com estas características e 10% sempre encontram alunos com este tipo de comportamento. Outro dado da pesquisa relatou que 51% dos docentes não rotulam os portadores do transtorno caso tenham algum aluno TDAH em sala de aula.
	No critério Didática, 76% dos professores disseram que não realizam atividades extras para os portadores de TDAH e 24% informam que sim. Para os docentes que responderam que não fazem atividades extras foi questionado o porquê, dentre as alternativas estavam: 30% não sabem quais são estas atividades, 50% não tiveram alunos com este transtorno, 10% disseram que não tem tempo para realizar outras atividades e 10% não acreditam na existência do TDAH. 
(...) é necessário modificar vários aspectos no processo de ensino aprendizagem do aluno com TDAH, como o meio ambiente, a estrutura da sala de aula, os métodos de ensino, os materiais utilizados, as tarefas solicitadas, as provas/ avaliação, o feedback, o reforço, o nível de apoio, o tempo despendido, o tamanho e a quantidade das tarefas. (REIF, 2003, p.206) 
	Pode-se perceber que conforme descrito pelos pesquisados de que 50% não tiveram alunos com o problema em questão compreende-se que na verdade os professores não tem um conhecimento real a respeito do que se trata o transtorno, principalmente quando aliamos a este o resultado do critério conhecimento. Até porque enquanto o docente não tem contato com o público TDAH, não desperta nele o interesse em conhecer as suas características. 
A boa adaptação ao ambiente escolar, o relacionamento interpessoal adequado com os pares e as boas notas são padrões esperados em um estudante. A presença de TDAH, transtornos do aprendizado (TA) ou, ainda, a presença de ambos os diagnósticos em comorbidade representam fatores de risco importantes para o mau rendimento escolar. Os TA podem ser entendidos como um fracasso para desenvolver habilidades específicas esperadas para a idade e escolaridade, na ausência de privação sensorial, doença neurológica ou déficit intelectual global significativo. Ainda hoje, as dificuldades acadêmicas experimentadas por portadores de TA são frequentemente mal compreendidas e entendidas apenas como um reflexo de desmotivação e/ou pouco empenho, sendo negligenciada a investigação adequada dessas condições primárias. (SOUZA et al, 2006, p. 4) 
	É preciso que os professorem tenham o conhecimento necessário para agir corretamente ao se deparar com um aluno TDAH a fim de que ele não seja prejudicado ao decorrer do seu curso superior, os limites dele sempre devem ser respeitados.
Muitas vezes o que se chama de dificuldade de aprendizagem é basicamente “dificuldade de ensino” ou distúrbio de escolaridade. O distúrbio de escolaridade depende basicamente da motivação. Cada indivíduo aprende de uma forma diferente, conforme seu canal preceptivo preferencial. O que se vê normalmente é uma criança desestimulada, achando-se “burra”, sofrendo, os pais sofrendo, pressionando a criança e a escola, pulando de escola em escola, e esta pressionando a criança e os pais, todos insatisfeitos (ZACHARIAS. 2005, p. 197). 
	Quando perguntado a respeito do excesso de informações na sala de aula como por exemplo cores fortes ou luz forte, se isso poderia contribuir para a desatenção 70% disseram que sim e 30% disseram que não perceberam nenhuma desatenção, importante este dado pois percebe-se que a maioria dos professores reconhecem que muitos estímulos atrapalham a atenção deste alunos mas, esta minoria que não percebeu nenhuma mudança pode apenas não ter percebido por não estar prestando atenção a estes alunos que tanto precisam de uma atenção direcionada e é preciso ser trabalhada esta questão com os docentes. Com relação as avaliações diferenciadas 87% dos docentes informam que não realizam outros tipos de avaliações aos alunos portadores de TDAH e 13% realizam, assim como na questão de mudar o tom de voz ao perceber que o aluno se encontra no mundo da lua também ocorreu um baixo índice de educadores que procedem de forma positiva com 97% informando que não fazem e 3% responderam que sim e com isso mais uma vez pode-se concluir que os professores na sua maioria não possuem uma metodologia diferenciada para os portadores do transtorno.
No Brasil essa evolução é um tanto desanimadora. Neste exato momento, milhares de pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos, passam por inúmeros desconfortos pessoais e/ou sociais em função de seus problemas na área de atenção e do controle de seus impulsos e hiperatividade física e/ou mental. (Silva. 2003, p.208)
	Nesse contexto é necessário que os professores tenham um diferencial em sala de aula para que os alunos portadores de TDAH possam ser efetivamente integrados na educação.
5- CONCLUSÃO
Este artigo teve como objetivo: Mostrar o conhecimento do professor a respeito do TDAH por meio de pesquisa quantitativa mostrando também a relação que o professor precisa ter com o aluno TDAH, Como ele deve ser atendido dentro de sala de aula, como são as alterações que podem acontecer nos planejamentos, como deve ser a relação entre os alunos. A pesquisa mostrou que uma grande parte dos professores não estão preparados para atender a esta demanda e, portanto, uma qualificação se faz necessária para que o aluno que possui o transtorno consiga ser incluído na educação de forma integral. O professor pode distinguir um possível aluno com TDAH e fazer o seu encaminhamento para diagnóstico e principalmente conseguir lidar com ele em sala de aula, mas para isso é preciso um conhecimento mais amplo acerca do transtorno. A medicação não é a solução dos problemas encontrados com este grupo, sabe-se que com a sua utilização se apresenta uma melhora considerável, entretanto não se faz necessária em todos os casos e mesmo quando ela se faz necessária é preciso um tratamento multidisciplinar além de uma pedagogia com muito mais empenho dos professores. A metodologia nesses casos deve ser revista e utilizada de forma a atender a necessidade do aluno. É de extrema importância que os métodos de ensino sejam constantemente revisados e voltados a individualidade de cada aluno, para que possa contribuir para o acesso ao conhecimento de forma que o educando realmente aprenda. 
6- REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Déficit de Atenção. O que é TDAH. Disponível em: http://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/ Acesso em: 03 de setembro de 2017. 
BARKLEY, A. Russell. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: manual para diagnóstico e tratamento. 3ª. ed. ANASTOUPOLOS, A. D.et al. (org.) Trad. Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2008a. 
BELLI, Alexandra Amadio. TDAH! E agora? : A dificuldade da escola e da família no cuidado e no relacionamento com crianças e adolescentes portadores de Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade. São Paulo: Editora STS, 2008. 
 
BENCZIK, Edyleine B. P. Manual da escola de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: versão para professores. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. 
BERGAMINI, C.W. Psicologia aplicada à administração de empresas: psicologia do comportamento humano na empresa. São Paulo: Atlas, 1997. 
CONDEMARÍN, M., Gorostegui, M. E., & Milicic, N. Transtorno de déficit de atenção: Estratégias para o diagnóstico e a intervenção psicoeducativa. São Paulo: Planeta do Brasil, 2006. 
CUNHA, Antônio Eugênio. Afeto e aprendizagem: amorosidade e saber na prática pedagógica / Eugênio Cunha – Rio de Janeiro: Wak. Ed. 2008. 
JALOWITZKI, Marise. TDAH: Crianças que Desafiam. 1ª. Ed. Porto Alegre: Ed. do Autor, 2014. 
PETROVSK, A. La atención.In: PETROVSK, A. Psicología General: Manual didáctico para los Institutos de Pedagogía. Moscou: Editorial Progreso, 1980, p. 170
-187.
SENA, Simone da Silva. Distraído e a 1000 por hora: guia para Familiares, educadores e portadores de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade / Simone da Silva Sena, Orestes Diniz Neto. - Porto Alegre: Artmed, 2007. 
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes Inquietas: entendendo melhor o mundo das pessoas distraídas impulsivas e hiperativas. São Paulo: Editora Gente, 2003.
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