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Patologia Mamária

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Página 1 de 8 
 
Stephanie Marie 
 FMP - 53 
Patologia 
Patologia Mamária 
tipo de resumo: anotações de aula + conteúdo do livro 
A mama possui vários tipos teciduais, que se 
relacionam diretamente com os tipos variados de 
neoplasias que podem se desenvolver: 
• tecido epitelial 
• tecido adiposo 
• vasos sanguíneos 
• tecido conjuntivo 
 
É uma estrutura formada por ductos mamários, 
lóbulos mamários, tecido conjuntivo e tecido 
adiposo da mama. Os lóbulos são constituídos por 
pequenas glândulas chamadas ácinos e, entre os 
ácinos, existe o tecido conjuntivo, conhecido como 
estroma intralobular. 
• tanto os ácinos como os lóbulos possuem 
uma dupla camada celular, sendo uma 
formada por células mioepiteliais e a outra 
por células epiteliais. 
 
No câncer de mama, a camada mioepitelial não é 
evidenciada e, para isso, existe o marcador P63. 
Quando ausente, a coloração indica a existência 
de apenas a camada epitelial, podendo ser um 
indicativo de neoplasia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As células mioepiteliais auxiliam na ejeção de leite 
durante a lactação e fornecem o suporte 
estrutural dos lóbulos mamários. Já as células 
epiteliais revestem as mioepiteliais e são 
responsáveis pela produção do leite. 
O estroma intralobular envolve o ácino dos 
lóbulos e consiste em células similares aos 
fibroblastos, com resposta hormonal mamária 
específica, misturadas com linfócitos dispersos. 
 
gravidez, lactação e menopausa 
Somente com o início da gravidez é que a mama 
se torna completamente madura e funcional. Os 
lóbulos aumentam progressivamente em número 
e tamanho. Como consequência, ao final da 
gravidez a mama é composta quase que 
inteiramente por lóbulos separados por 
relativamente escasso estroma. Imediatamente 
após o nascimento do bebê, as células luminais 
dos lóbulos produzem colostro (rico em 
proteínas), que se transforma em leite (rico em 
gordura e calorias) durante os próximos dez dias, 
enquanto os níveis de progesterona caem. 
 
Durante a gestação ocorre hiperplasia epitelial 
para a produção do leite materno. 
 
No término da lactação, o epitélio mamário e o 
estroma entram em excessiva remodelação. As 
células epiteliais entram em apoptose, os lóbulos 
regridem e atrofiam e o volume total das mamas 
diminui. Entretanto, a regressão total não 
acontece e, como resultado, a gravidez causa 
aumento permanente no tamanho e número dos 
lóbulos. 
Após a terceira década, muito antes da 
menopausa, os lóbulos e seu estroma 
especializado começam a involuir até que, 
durante a menopausa, ocorre a substituição do 
tecido glandular por tecido adiposo. 
 
 
 
 
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Stephanie Marie 
 FMP - 53 
mamografia 
A mamografia é o melhor método de screening 
para o câncer de mama. Deve ser realizada a 
partir dos 40 anos, salvo situações onde há 
história de câncer na família. A mamografia é um 
método que visualiza densidade e, por isso, 
quando realizada como único método para 
visualização de câncer de mama em mulheres 
mais novas, não é um método muito eficaz - uma 
vez que as mamas, nessa idade, ainda são muito 
densas, não dando pra diferenciar muito bem 
áreas de densidade do tumor. O valor da 
mamografia está na sua capacidade de identificar 
cânceres pequenos, impalpáveis. 
A mamografia procura por alterações de 
densidade e calcificações. 
• Densidades mamográficas são 
produzidas mais comumente por 
carcinomas invasivos, fibroadenomas ou 
cistos. 
• As calcificações são formadas nas 
secreções, debris necróticos ou estroma 
hialinizado. Calcificações benignas são 
frequentemente associadas a 
conglomerados de cistos apócrinos, 
fibroadenomas hialinizados e adenose 
esclerosante. Calcificações associadas 
com malignidade são usualmente 
pequenas, irregulares, numerosas e 
agrupadas. 
 
quadro clínico de doenças mamárias 
Os sintomas mais comuns relatados por mulheres 
são: 
• dor 
• massa palpável 
• “encaroçamento” (sem uma massa nítida) 
• descarga papilar 
 
Massas palpáveis distintas são também comuns e 
devem ser distinguidas da nodularidade normal 
(ou “encaroçamento”) da mama. As lesões 
palpáveis mais comuns são carcinomas invasivos, 
fibroadenomas e cistos. 
A descarga papilar é um achado menos comum 
que é mais preocupante quando é espontânea e 
unilateral, já que pode decorrer de um carcinoma 
subjacente. 
 
 
 
LESÕES MAMÁRIAS 
ectasia ductal mamária 
Este distúrbio tende a ocorrer na quinta ou sexta 
década de vida, usualmente em mulheres 
multíparas (ou seja, já amamentaram mais de 
uma vez). Os pacientes apresentam-se com uma 
massa periareolar mal definida à palpação, que 
está frequentemente associada a secreção 
papilar espessa, branca, e, algumas vezes, à 
retração da pele. 
morfologia 6 
Esta lesão é principalmente caracterizada pela 
dilatação dos ductos, espessamento das 
secreções mamárias e acentuada reação 
inflamatória granulomatosa crônica periductal e 
intersticial. 
 
Microscopia 
Apresenta ductos dilatados contendo secreção, 
inflamação periductal e intersticial podendo 
formar granulomas tipo corpo estranho e fibrose 
(o granuloma pode se formar caso o ducto se 
rompa e a secreção ali acumulada entre em 
contato com o estoma mamário, realizando uma 
reação inflamatória). 
 
necrose gordurosa 
A necrose gordurosa pode se apresentar como 
uma massa indolor à palpação, espessamento ou 
retração da pele, uma densidade mamográfica ou 
calcificações mamográficas. A maioria das 
mulheres afetadas tem história de trauma 
mamário ou cirurgia prévia. 
morfologia 6 
Lesões agudas podem ser hemorrágicas e conter 
áreas centrais de necrose gordurosa liquefeitas. 
Em lesões subagudas, as áreas de necrose 
gordurosa tomam um aspecto de nódulos mal 
definidos, firmes, branco-acinzentados, que 
contêm pequenos focos branco-giz ou debris 
hemorrágicos escuros. A região central das 
células gordurosas necróticas está inicialmente 
associada a um intenso infiltrado de neutrófilos 
misturado com macrófagos. 
 
 
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Stephanie Marie 
 FMP - 53 
Macroscopia 
Área firme, branco-amarelada 
 
Microscopia 
Células gordurosas necróticas circundadas por 
macrófagos repletos de lipídeos e infiltrado 
neutrofílico. Posteriormente ocorre substituição 
por linfócitso, histiócitos, proliferação fibroblástica 
podendo haver calcificação. 
 
lesões epiteliais benignas 
Uma grande variedade de alterações benignas 
nos ductos e lóbulos são observadas nas mamas. 
Algumas chamam a atenção clínica quando 
detectadas pela mamografia ou como achados 
incidentais em espécimes cirúrgicos. Essas lesões 
têm sido divididas em três grupos, de acordo com 
o risco subsequente de desenvolvimento de 
câncer mamário: 
1. alterações mamárias não proliferativas 
2. doença mamária proliferativa 
3. hiperplasia atípica 
alterações mamárias não proliferativas 6 
Também conhecidas como alterações 
fibrocísticas. 
Estas lesões são denominadas não proliferativas 
para distingui-las das alterações “proliferativas”, 
que estão associadas a aumento do risco de 
câncer mamário – ou seja, alterações fibrocísticas 
não possuem relação com câncer de mama. 
É a desordem mais comum encontrada, com 
maior incidência entre 20-40 anos, geralmente 
possuindo relação com desordens hormonais 
(excesso de estrogênio ou deficiência de 
progesterona). 
 
Clínica 
As mamas podem apresentar um aumento difuso, 
nodularidades, descarga papilar ou não 
apresentarem alterações. 
• Os cistos podem ser mínimos ou enormes 
e o tamanho dos cistos irá variar na 
sintomatologia da paciente. A qualidade 
do líquido dentro do cisto também se 
modifica, a depender do tecido que se 
relaciona (secreção clara, sangue). 
 
 
Microscopia 
Existem três principais alterações morfológicas: 
1. alteração cística, muitas vezes com 
metaplasia apócrina 
2. fibrose 
3. adenose 
Pequenos cistos são formados pela dilatação e 
desenvolvimento dos lóbulos e, em uma ocasião, 
podem coalescer para formarcistos maiores - os 
cistos são recobertos por um epitélio atrófico 
plano ou por células apócrinas metaplásicas. 
 
Os cistos frequentemente rompem, liberando 
material secretor para o estroma adjacente. A 
resultante inflamação crônica e fibrose 
contribuem para um endurecimento palpável da 
mama. 
 
A adenose é definida como um aumento no 
número de ácinos por lóbulo, ou seja, hiperplasia 
glandular. 
doença mamária proliferativa sem atipia 6 
Estas lesões são caracterizadas por proliferação 
do epitélio ductal e/ou estroma, sem 
características citológicas ou arquiteturais 
sugestivas de carcinoma in situ. 
Podem ser encontradas por se apresentarem 
como densidades mamográficas, calcificações ou 
serem diagnosticadas em biópsias realizadas com 
outro intuito. 
 
Hiperplasia Epitelial de Mama 
Os ductos e lóbulos mamários normais são 
revestidos por uma dupla camada de células 
mioepiteliais e células luminares, sendo a 
hiperplasia definida pela presença de mais de 
duas camadas celulares. 
 
Adenose Esclerosante 
O número de ácinos por ducto terminal está 
aumentado no mínimo duas vezes o número 
encontrado em lóbulos não envolvidos. O arranjo 
lobular normal está mantido. O ácino está 
comprimido e distorcido nas porções centrais da 
lesão, mas caracteristicamente dilatado na 
periferia. 
A adenose esclerosante pode chamar a atenção 
como uma massa palpável, uma densidade 
radiológica, ou calcificações. 
 
 
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Stephanie Marie 
 FMP - 53 
Lesão Esclerosante Complexa 
São lesões estreladas, associadas geralmente a 
traumas ou cirurgias prévias. 
• é a única lesão benigna de ocorrência 
comum que forma massas irregulares e 
pode intimamente mimetizar carcinoma 
invasivo em visualização mamográfica, 
macroscopicamente e histologicamente. 
É caracterizada por um “ninho” de glândulas num 
estroma hialinizado. 
 
Papilomas Ductais 
Os papilomas são compostos de múltiplos eixos 
ramificados fibrovasculares centrais, cada uma 
tendo um eixo de tecido conjuntivo revestido por 
células luminares e mioepiteliais. 
São um tipo de adenoma, tumores benignos 
epiteliais. Geralmente se encontram próximos aos 
mamilos e se associam a descargas papilares 
serosas ou hemorrágicas. 
 
Fibroadenoma 
É o tumor de mama benigno mais comum, com 
maior incidência aos 30 anos. Pode ser uni ou 
bilateral e multifocais. Possui dois componentes 
neoplásicos, um fibroso e um glandular. 
→ quando ele maligniza, vira um sarcoma 
(tumor de tecido fibroso) 
É caracterizado por um nódulo encapsulado, 
móvel, de coloração brancacenta, consistência 
firme-elástica. Pode apresentar 
microcalcificação (microcalcificação grosseira) 
→ Estroma fibroblástico, celular, que envolve 
espaços císticos ou glandulares, que são 
revestidos por epitélio com dupla camada 
celular 
 
Quando esse tumor maligniza, se transforma em 
tumor phyllodes. 
O tumor phyllodes, além de poder se originar de 
uma fibroadenoma, pode nascer como tumor 
phyllodes, sendo benigno ou maligno (quando 
maligno, pode ser de baixo ou alto grau) e 
acometendo pacientes mais velhos. As células 
estromais passam a conter atipias nucleares 
(núcleos aumentados, pleiomorficos) e de índice 
mitótico variado 
→ quando evolui do fibroadenoma, só pode 
ser do tipo phyllodes maligno. 
 
 
 
doença mamária proliferativa com atipia 6 
As doenças proliferativas com atipia incluem 
hiperplasia ductal atípica e hiperplasia lobular 
atípica. 
 
Morfologia 
A hiperplasia atípica é uma proliferação celular 
que se assemelha ao carcinoma in situ, mas tem 
poucas características suficientemente 
qualitativas ou quantitativas para o diagnóstico de 
carcinoma. 
A hiperplasia ductal atípica é reconhecida pelas 
suas semelhanças histológicas com o carcinoma 
ductal in situ (CDIS). Ela consiste em uma 
proliferação relativamente monomórfica das 
células regularmente espaçadas, às vezes com 
espaços cribiformes. 
• é distinguida do CDIS por ser limitada em 
extensão e preencher apenas 
parcialmente os ductos. 
 
carcinoma mamário 
Há tempos tem-se enfatizado que o câncer de 
mama é uma doença heterogênea com largo 
arranjo de aspectos histológicos. Estudos 
recentes do perfil genético têm confirmado que 
existem muitos tipos de cânceres, mas também 
mostram que muitos carcinomas se agrupam em 
vários grupos principais com importantes 
diferenças biológicas e clínicas. A maioria dos 
carcinomas tem receptor estrogênico positivo 
(RE) e é caracterizada por uma assinatura 
genética dominada pelas dúzias de genes sob o 
controle do estrogênio. 
• saber sobre a presença ou não de 
receptores de estrogênio em um câncer 
de mama é importante no que diz respeito 
as características do paciente, tanto 
patológicas, quanto terapêuticas quanto 
de sobrevida. 
 
Tipos mais comuns: 
• carcinoma ductal invasor e carcinoma 
lobular invasor 
 
fatores de risco 
• sexo (mais frequente no sexo feminino) 
• idade (quanto maior a idade, maior o risco) 
• menarca precoce 
• idade tardia de primeira gestação 
 
 
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Stephanie Marie 
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• parentes de primeiro grau com câncer de 
mama 
• hiperplasia atípica em história de biópsias 
• raça / etnia (mulheres brancas não 
hispânicas tem as mais altas taxas) 
• exposição estrogênica (a terapia de 
reposição pós-menopausa aumenta o 
risco de câncer de mama) 
• densidade mamária (quanto maior a 
densidade, maior o risco) 
• exposição à radiação 
• carcinoma de mama contralateral ou de 
endométrio 
• influência geográfica (EUA e Europa 
possuem maiores taxas) 
• dieta 
• obesidade 
• exercícios 
• toxinas ambientais 
• tabaco 
 
A amamentação entra como um fator de 
proteção ao câncer de mama, uma vez que 
mulheres que amamentaram seus filhos possuem 
uma menor incidência. 
 
etiologia e patogenia 
Os principais fatores de risco para o 
desenvolvimento do câncer de mama são 
hormonais e genéticos. Carcinomas mamários 
podem, portanto, ser divididos em casos 
esporádicos, provavelmente relacionados à 
exposição hormonal, e casos hereditários, 
associados a mutações germinativas. 
casos herediários 6 
A herança de um gene ou genes susceptíveis é a 
causa primária de aproximadamente 12% dos 
cânceres de mama. A probabilidade de uma 
etiologia hereditária aumenta com múltiplas 
parentas de primeiro grau afetadas, quando as 
mulheres são afetadas antes da menopausa e/ou 
têm múltiplos cânceres, ou existem membros 
familiares com outros cânceres específicos. 
casos esporádicos 6 
Os maiores fatores de risco para câncer de mama 
esporádico estão relacionados à exposição 
hormonal: sexo, idade da menarca e menopausa, 
história reprodutiva, amamentação e estrogênios 
exógenos. 
• em sua maioria, os cânceres esporádicos 
ocorrem em mulheres pós-
menopausadas e são RE-positivos 
A exposição hormonal aumenta o número de 
células alvo em potencial, pela estimulação do 
crescimento mamário durante a puberdade, 
ciclos menstruais e gravidez. A exposição também 
guia ciclos de proliferação que colocam células 
em risco para dano do DNA. Uma vez que células 
pré-malignas ou malignas estejam presentes, os 
hormônios podem estimular seu crescimento, 
assim como o crescimento de células epiteliais e 
estromais normais que podem ajudar e favorecer 
o desenvolvimento do tumor. 
 
classificação dos carcinomas mamários 
Mais de 95% das malignidades mamárias são 
adenocarcinomas, que são divididos em 
carcinomas in situ e carcinomas invasivos. 
• O carcinoma in situ se refere a uma 
proliferação neoplásica que está limitada 
aos ductos e lóbulos pela membrana basal. 
• O carcinoma invasivo (sinônimo de 
carcinoma “infiltrante”) penetrou da 
membrana basal para o estroma. Aqui as 
células têm potencial para invadir a 
vasculatura e, consequentemente, atingir 
linfonodos regionais e sítios distantes. 
 
É importante salientar que uma mesma paciente 
pode possuir tipos diferentes de câncer, como, por 
exemplo, apresentar um carcinoma in situ ao 
mesmo tempode um carcinoma invasivo. 
carcinoma in situ 6 
Carcinoma Ductal (CDIS) 
Dentre os cânceres detectados pela mamografia, 
quase a metade são CDIS. Muitos são detectados 
como resultado das calcificações. Raramente, o 
CDIS produz descarga papilar ou é detectado 
como um achado incidental em biópsias para 
outras lesões. 
O CDIS consiste em uma população clonal 
maligna de células limitadas aos ductos e lóbulos 
pela membrana basal. As células mioepiteliais 
estão preservadas, apesar de poderem estar em 
menor número. O CDIS pode se espalhar pelos 
ductos e lóbulos e produzir lesões extensas 
envolvendo um setor inteiro da mama. 
 
Carcinoma Lobular (CLIS) 
O CLIS é sempre um achado incidental de biópsia, 
já que não está associado a calcificações ou 
 
 
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reações estromais que produzem densidades 
mamográficas. 
As células do CLIS e do carcinoma lobular 
invasivo são idênticas no aspecto e dividem 
anormalidades genéticas, como aquelas que 
levam à perda de expressão da E-caderina, uma 
proteína de adesão celular transmembrana que 
contribui para a coesão normal das células 
epiteliais mamárias. 
 
Observações: 
• mulheres com CLIS desenvolvem 
carcinoma invasivo com uma frequência 
similar à das mulheres com CDIS não 
tratado. 
• carcinomas invasivos que se desenvolvem 
em mulheres após um diagnóstico de CLIS 
tendem três vezes mais a serem do tipo 
lobular, mas a maioria não mostra 
morfologia lobular específica 
 
carcinoma invasivo / infiltrante 6 
Na ausência do screening mamográfico, o 
carcinoma invasivo quase sempre se apresenta 
como uma massa palpável. Quando o tumor 
envolve a porção central da mama, pode ocorrer 
retração do mamilo. Os linfáticos podem estar tão 
envolvidos que bloqueiam a área local de 
drenagem da pele e causam linfedema e 
espessamento da pele – nesse caso, ocorre o 
mimetismo do aspecto de casca de laranja pela 
pele da mama. 
 
Em mulheres idosas que fazem mamografia, os 
carcinomas invasivos mais comumente se 
apresentam como massas radiodensas. 
 
Carcinoma Ductal Invasivo 
São a maioria dos carciomas (70-80%) e formam 
túbulos que infiltram o tecido mamário. 
Em um exame macroscópico, muitos tumores são 
de firmes a endurecidos e têm bordo irregular. Na 
microscopia: 
• carcinomas bem diferenciados mostram 
formação tubular proeminente, núcleos 
pequenos arredondados e raras figuras 
mitóticas 
• carcinomas diferenciados mediamente 
podem ter formações tubulares, mas 
agrupamentos sólidos ou células 
infiltrantes únicas também estão 
presentes. Estes tumores têm um alto grau 
de pleomorfismo nuclear e contém figuras 
mitóticas 
• carcinomas pouco diferenciados 
frequentemente invadem como nichos 
desorganizados ou lâminas sólidas de 
células com núcleo aumentado e irregular. 
São comuns uma taxa proliferativa alta e áreas de 
necrose tumoral. 
 
Carcinoma Lobular Invasivo 
Os carcinomas lobulares invasivos usualmente se 
apresentam como uma massa palpável ou uma 
densidade mamográfica com bordos irregulares. 
Entretanto, em cerca de um quarto dos casos o 
tumor infiltra-se difusamente no tecido e causa 
pequena desmoplasia. Estes tumores são difíceis 
de serem detectados pela palpação e podem 
causar somente alterações mamográficas muito 
sutis. As metástases também podem ser difíceis se 
determinar clínica e radiologicamente por causa 
desse tipo de invasão 
 
Os carcinomas lobulares têm sido descritos como 
carcinomas que apresentam uma maior 
incidência de bilateralidade 
 
Sua peculiaridade histológica é a presença de 
células tumorais infiltrativas incoesas, 
frequentemente arranjadas em fileiras simples, 
ou em aglomerados discoesos, ou em lâminas, 
conhecido como formato em fila indiana. 
É um tipo de câncer que faz metástase para 
líquor, superfícies serosas (derrame pleural, 
derrame pericárdico), ovário, útero e medula 
óssea. 
carcinoma medular 6 
O carcinoma medular é mais comum em 
mulheres mais jovens e se apresenta como uma 
massa bem circunscrita. Ele pode mimetizar de 
perto uma lesão benigna, clínica e 
radiologicamente, ou se apresentar como uma 
massa de crescimento rápido. 
Esses tumores produzem pouca desmoplasia e 
são distintamente mais macios à palpação e o 
corte que os típicos carcinomas mamários. Sua 
histologia é caracterizada por uma massa de 
células que não forma ductos, lóbulos ou “fila 
indiana”, circundada por linfócitos. 
carcinoma mucinoso 6 
Esses carcinomas ocorrem em mulheres idosas 
(71 anos em média) e tendem a crescer 
lentamente no curso de muitos anos. 
 
 
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Sua histologia consiste em células tumorais 
arranjadas em aglomerados e em pequenas ilhas 
revestidas de mucina. São tumores macios, com 
consistência e aspecto de gelatina, com bordas 
circunscritas. 
 
fatores prognósticos 
Fatores prognósticos principais são os melhores 
preditores de morte por câncer de mama e estão 
incorporados ao sistema de estadiamento do 
American Joint Committe on Cancer (AJCC), 
utilizado para classificar os pacientes em cinco 
estágios (0 a IV), que estão correlacionados com 
a sobrevivência. 
1. o carcinoma in situ está restrito ao sistema 
ductal, sendo impossível sua metástase. 
2. quando metástases a distância estão 
presentes, a cura é improvável 
3. o status dos linfonodos axilares é o fator 
prognóstico mais importante para o 
carcinoma invasivo na ausência de 
metástases a distância. 
4. o tamanho do carcinoma invasivo é o 
segundo fator mais importante para 
prognóstico, uma vez que tumores 
maiores de 2cm possuem um menor 
prognóstico 
5. carcinomas que invadem a pele ou a 
musculatura esquelética são usualmente 
grandes e podem ser difíceis de tratar 
cirurgicamente, possuindo pior 
prognóstico. 
6. cânceres mamários que se apresentam 
com inchaço mamário e espessamento da 
pele devido ao envolvimento linfático da 
derme têm um prognóstico 
particularmente pobre. 
7. o subtipo histológico interfere diretamente 
no prognóstico do câncer 
• melhor prognóstico: tubular, 
mucinoso, papilifero, medular 
• pior prognóstico: carcinoma 
metaplásico 
8. o grau histológico do tumor também é 
importante (quanto maior o grau, pior o 
prognóstico) 
9. a expressão de receptores de estrogênio 
(RE) e progesterona (RP) é de extrema 
importância, uma vez que é um fator que 
irá melhorar a resposta do câncer a 
terapia hormonal. 
• RE e RP +: altas chances de 
resposta à terapia hormonal 
• apesar disso, cânceres RE positivos 
respondem menos à quimioterapia 
• tumores bem diferenciados 
geralmente expressam RE e RP 
10. A superexpressão HER2/neu está 
associada a sobrevida pobre, uma vez que 
a expressão dessa proteína se relaciona a 
um menor período livre de metástases. 
• apesar disso, existe uma droga que 
cancela o efeito do HER2/neu, o 
que pode ser benéfico ao 
tratamento do paciente 
11. a presença de invasão linfovascular indica 
um prognóstico ruim ao paciente 
12. a taxa proliferativa de um tumor deve ser 
analisada por meio de um marcador (Ki67) 
que indica o quanto as células estão se 
proliferando – ou seja, quais estão no ciclo 
celular. Dessa forma, quanto maior a 
presença de Ki67, pior o prognóstico 
 
taxonomia molecular 
Técnicas desenvolvidas recentemente que 
examinam o DNA, RNA e proteínas de carcinomas 
globais têm provido um sistema para novas 
classificações moleculares deste grupo de 
cânceres mamários (Fig. 23-23). O perfil de 
expressão genética, o qual pode medir as 
quantidades relativas de mRNA para 
essencialmente qualquer gene, tem identificado 
cinco maiores padrões de expressão genética no 
grupo NTE: luminal A, luminal B, normal, basal-
símile e HER2 positivo. 
luminal A 6 
Este é o maior grupo e consiste em cânceres que 
são RE-positivos e HER2/neu negativos. Esses 
cânceres geralmente têm crescimento lento e 
respondem bem aos tratamentos hormonais. 
Inversamente, apenas um pequeno número irá 
responder à quimioterapiaconvencional. 
• são tumores com receptores de 
estrogênio e baixo índice proliferativo 
(Ki67 baixo) 
luminal B 6 
Este grupo de cânceres também expressa RE, 
mas geralmente é de maior grau, tem maior taxa 
proliferativa e frequentemente superexpressa 
HER2/neu. Eles são algumas vezes referidos como 
cânceres triplo-positivos (positivos para HER2, RE 
e Ki67) 
 
 
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• compõe o grupo de câncer RE positivos 
que tem a maior chance de metástase 
linfonodal, respondendo melhor à 
quimioterapia 
mama normal-símile 6 
Este é um pequeno grupo de cânceres 
usualmente bem diferenciados RE-positivos, 
HER2/neu negativos, caracterizados pela 
similaridade de seu padrão de expressão genética 
ao do tecido normal. 
mama normal-símile 6 
Estes cânceres são notabilizados pela ausência do 
RE, RP e HER2/neu e expressão de marcadores 
típicos das células mioepiteliais (por exemplo p63), 
células progenitoras, ou supostas células-tronco. 
• esses cânceres são geralmente de alto 
grau e têm alta taxa de proliferação. Eles 
estão associados a um curso agressivo, 
metástases frequentes para vísceras e 
cérebro, e um prognóstico pobre 
HER2 positivo 6 
Este grupo compreende carcinomas RE negativos 
que superexpressam proteína HER2/neu. Esses 
cânceres são usualmente pouco diferenciados, 
têm alta taxa proliferativa e estão associados a 
alta frequência de metástases cerebrais. 
 
 
 
 
 
estadiamento do câncer - tnm 
• T = tamanho 
• N = presença de metástase ganglionar 
axilar 
• M = presença de metástase a distância 
Locais mais comuns de metástase: osso, cérebro, 
pulmão, fígado, mesotélio, peritônio. 
 
 
 
tratamento 
• Mastectomia, quadrantectomia 
• Linfadenectomia 
• Radioterapia 
• Quimioterapia 
• Hormonioterapia

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