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Página 1 de 8 Stephanie Marie FMP - 53 Patologia Patologia Mamária tipo de resumo: anotações de aula + conteúdo do livro A mama possui vários tipos teciduais, que se relacionam diretamente com os tipos variados de neoplasias que podem se desenvolver: • tecido epitelial • tecido adiposo • vasos sanguíneos • tecido conjuntivo É uma estrutura formada por ductos mamários, lóbulos mamários, tecido conjuntivo e tecido adiposo da mama. Os lóbulos são constituídos por pequenas glândulas chamadas ácinos e, entre os ácinos, existe o tecido conjuntivo, conhecido como estroma intralobular. • tanto os ácinos como os lóbulos possuem uma dupla camada celular, sendo uma formada por células mioepiteliais e a outra por células epiteliais. No câncer de mama, a camada mioepitelial não é evidenciada e, para isso, existe o marcador P63. Quando ausente, a coloração indica a existência de apenas a camada epitelial, podendo ser um indicativo de neoplasia. As células mioepiteliais auxiliam na ejeção de leite durante a lactação e fornecem o suporte estrutural dos lóbulos mamários. Já as células epiteliais revestem as mioepiteliais e são responsáveis pela produção do leite. O estroma intralobular envolve o ácino dos lóbulos e consiste em células similares aos fibroblastos, com resposta hormonal mamária específica, misturadas com linfócitos dispersos. gravidez, lactação e menopausa Somente com o início da gravidez é que a mama se torna completamente madura e funcional. Os lóbulos aumentam progressivamente em número e tamanho. Como consequência, ao final da gravidez a mama é composta quase que inteiramente por lóbulos separados por relativamente escasso estroma. Imediatamente após o nascimento do bebê, as células luminais dos lóbulos produzem colostro (rico em proteínas), que se transforma em leite (rico em gordura e calorias) durante os próximos dez dias, enquanto os níveis de progesterona caem. Durante a gestação ocorre hiperplasia epitelial para a produção do leite materno. No término da lactação, o epitélio mamário e o estroma entram em excessiva remodelação. As células epiteliais entram em apoptose, os lóbulos regridem e atrofiam e o volume total das mamas diminui. Entretanto, a regressão total não acontece e, como resultado, a gravidez causa aumento permanente no tamanho e número dos lóbulos. Após a terceira década, muito antes da menopausa, os lóbulos e seu estroma especializado começam a involuir até que, durante a menopausa, ocorre a substituição do tecido glandular por tecido adiposo. Página 2 de 8 Stephanie Marie FMP - 53 mamografia A mamografia é o melhor método de screening para o câncer de mama. Deve ser realizada a partir dos 40 anos, salvo situações onde há história de câncer na família. A mamografia é um método que visualiza densidade e, por isso, quando realizada como único método para visualização de câncer de mama em mulheres mais novas, não é um método muito eficaz - uma vez que as mamas, nessa idade, ainda são muito densas, não dando pra diferenciar muito bem áreas de densidade do tumor. O valor da mamografia está na sua capacidade de identificar cânceres pequenos, impalpáveis. A mamografia procura por alterações de densidade e calcificações. • Densidades mamográficas são produzidas mais comumente por carcinomas invasivos, fibroadenomas ou cistos. • As calcificações são formadas nas secreções, debris necróticos ou estroma hialinizado. Calcificações benignas são frequentemente associadas a conglomerados de cistos apócrinos, fibroadenomas hialinizados e adenose esclerosante. Calcificações associadas com malignidade são usualmente pequenas, irregulares, numerosas e agrupadas. quadro clínico de doenças mamárias Os sintomas mais comuns relatados por mulheres são: • dor • massa palpável • “encaroçamento” (sem uma massa nítida) • descarga papilar Massas palpáveis distintas são também comuns e devem ser distinguidas da nodularidade normal (ou “encaroçamento”) da mama. As lesões palpáveis mais comuns são carcinomas invasivos, fibroadenomas e cistos. A descarga papilar é um achado menos comum que é mais preocupante quando é espontânea e unilateral, já que pode decorrer de um carcinoma subjacente. LESÕES MAMÁRIAS ectasia ductal mamária Este distúrbio tende a ocorrer na quinta ou sexta década de vida, usualmente em mulheres multíparas (ou seja, já amamentaram mais de uma vez). Os pacientes apresentam-se com uma massa periareolar mal definida à palpação, que está frequentemente associada a secreção papilar espessa, branca, e, algumas vezes, à retração da pele. morfologia 6 Esta lesão é principalmente caracterizada pela dilatação dos ductos, espessamento das secreções mamárias e acentuada reação inflamatória granulomatosa crônica periductal e intersticial. Microscopia Apresenta ductos dilatados contendo secreção, inflamação periductal e intersticial podendo formar granulomas tipo corpo estranho e fibrose (o granuloma pode se formar caso o ducto se rompa e a secreção ali acumulada entre em contato com o estoma mamário, realizando uma reação inflamatória). necrose gordurosa A necrose gordurosa pode se apresentar como uma massa indolor à palpação, espessamento ou retração da pele, uma densidade mamográfica ou calcificações mamográficas. A maioria das mulheres afetadas tem história de trauma mamário ou cirurgia prévia. morfologia 6 Lesões agudas podem ser hemorrágicas e conter áreas centrais de necrose gordurosa liquefeitas. Em lesões subagudas, as áreas de necrose gordurosa tomam um aspecto de nódulos mal definidos, firmes, branco-acinzentados, que contêm pequenos focos branco-giz ou debris hemorrágicos escuros. A região central das células gordurosas necróticas está inicialmente associada a um intenso infiltrado de neutrófilos misturado com macrófagos. Página 3 de 8 Stephanie Marie FMP - 53 Macroscopia Área firme, branco-amarelada Microscopia Células gordurosas necróticas circundadas por macrófagos repletos de lipídeos e infiltrado neutrofílico. Posteriormente ocorre substituição por linfócitso, histiócitos, proliferação fibroblástica podendo haver calcificação. lesões epiteliais benignas Uma grande variedade de alterações benignas nos ductos e lóbulos são observadas nas mamas. Algumas chamam a atenção clínica quando detectadas pela mamografia ou como achados incidentais em espécimes cirúrgicos. Essas lesões têm sido divididas em três grupos, de acordo com o risco subsequente de desenvolvimento de câncer mamário: 1. alterações mamárias não proliferativas 2. doença mamária proliferativa 3. hiperplasia atípica alterações mamárias não proliferativas 6 Também conhecidas como alterações fibrocísticas. Estas lesões são denominadas não proliferativas para distingui-las das alterações “proliferativas”, que estão associadas a aumento do risco de câncer mamário – ou seja, alterações fibrocísticas não possuem relação com câncer de mama. É a desordem mais comum encontrada, com maior incidência entre 20-40 anos, geralmente possuindo relação com desordens hormonais (excesso de estrogênio ou deficiência de progesterona). Clínica As mamas podem apresentar um aumento difuso, nodularidades, descarga papilar ou não apresentarem alterações. • Os cistos podem ser mínimos ou enormes e o tamanho dos cistos irá variar na sintomatologia da paciente. A qualidade do líquido dentro do cisto também se modifica, a depender do tecido que se relaciona (secreção clara, sangue). Microscopia Existem três principais alterações morfológicas: 1. alteração cística, muitas vezes com metaplasia apócrina 2. fibrose 3. adenose Pequenos cistos são formados pela dilatação e desenvolvimento dos lóbulos e, em uma ocasião, podem coalescer para formarcistos maiores - os cistos são recobertos por um epitélio atrófico plano ou por células apócrinas metaplásicas. Os cistos frequentemente rompem, liberando material secretor para o estroma adjacente. A resultante inflamação crônica e fibrose contribuem para um endurecimento palpável da mama. A adenose é definida como um aumento no número de ácinos por lóbulo, ou seja, hiperplasia glandular. doença mamária proliferativa sem atipia 6 Estas lesões são caracterizadas por proliferação do epitélio ductal e/ou estroma, sem características citológicas ou arquiteturais sugestivas de carcinoma in situ. Podem ser encontradas por se apresentarem como densidades mamográficas, calcificações ou serem diagnosticadas em biópsias realizadas com outro intuito. Hiperplasia Epitelial de Mama Os ductos e lóbulos mamários normais são revestidos por uma dupla camada de células mioepiteliais e células luminares, sendo a hiperplasia definida pela presença de mais de duas camadas celulares. Adenose Esclerosante O número de ácinos por ducto terminal está aumentado no mínimo duas vezes o número encontrado em lóbulos não envolvidos. O arranjo lobular normal está mantido. O ácino está comprimido e distorcido nas porções centrais da lesão, mas caracteristicamente dilatado na periferia. A adenose esclerosante pode chamar a atenção como uma massa palpável, uma densidade radiológica, ou calcificações. Página 4 de 8 Stephanie Marie FMP - 53 Lesão Esclerosante Complexa São lesões estreladas, associadas geralmente a traumas ou cirurgias prévias. • é a única lesão benigna de ocorrência comum que forma massas irregulares e pode intimamente mimetizar carcinoma invasivo em visualização mamográfica, macroscopicamente e histologicamente. É caracterizada por um “ninho” de glândulas num estroma hialinizado. Papilomas Ductais Os papilomas são compostos de múltiplos eixos ramificados fibrovasculares centrais, cada uma tendo um eixo de tecido conjuntivo revestido por células luminares e mioepiteliais. São um tipo de adenoma, tumores benignos epiteliais. Geralmente se encontram próximos aos mamilos e se associam a descargas papilares serosas ou hemorrágicas. Fibroadenoma É o tumor de mama benigno mais comum, com maior incidência aos 30 anos. Pode ser uni ou bilateral e multifocais. Possui dois componentes neoplásicos, um fibroso e um glandular. → quando ele maligniza, vira um sarcoma (tumor de tecido fibroso) É caracterizado por um nódulo encapsulado, móvel, de coloração brancacenta, consistência firme-elástica. Pode apresentar microcalcificação (microcalcificação grosseira) → Estroma fibroblástico, celular, que envolve espaços císticos ou glandulares, que são revestidos por epitélio com dupla camada celular Quando esse tumor maligniza, se transforma em tumor phyllodes. O tumor phyllodes, além de poder se originar de uma fibroadenoma, pode nascer como tumor phyllodes, sendo benigno ou maligno (quando maligno, pode ser de baixo ou alto grau) e acometendo pacientes mais velhos. As células estromais passam a conter atipias nucleares (núcleos aumentados, pleiomorficos) e de índice mitótico variado → quando evolui do fibroadenoma, só pode ser do tipo phyllodes maligno. doença mamária proliferativa com atipia 6 As doenças proliferativas com atipia incluem hiperplasia ductal atípica e hiperplasia lobular atípica. Morfologia A hiperplasia atípica é uma proliferação celular que se assemelha ao carcinoma in situ, mas tem poucas características suficientemente qualitativas ou quantitativas para o diagnóstico de carcinoma. A hiperplasia ductal atípica é reconhecida pelas suas semelhanças histológicas com o carcinoma ductal in situ (CDIS). Ela consiste em uma proliferação relativamente monomórfica das células regularmente espaçadas, às vezes com espaços cribiformes. • é distinguida do CDIS por ser limitada em extensão e preencher apenas parcialmente os ductos. carcinoma mamário Há tempos tem-se enfatizado que o câncer de mama é uma doença heterogênea com largo arranjo de aspectos histológicos. Estudos recentes do perfil genético têm confirmado que existem muitos tipos de cânceres, mas também mostram que muitos carcinomas se agrupam em vários grupos principais com importantes diferenças biológicas e clínicas. A maioria dos carcinomas tem receptor estrogênico positivo (RE) e é caracterizada por uma assinatura genética dominada pelas dúzias de genes sob o controle do estrogênio. • saber sobre a presença ou não de receptores de estrogênio em um câncer de mama é importante no que diz respeito as características do paciente, tanto patológicas, quanto terapêuticas quanto de sobrevida. Tipos mais comuns: • carcinoma ductal invasor e carcinoma lobular invasor fatores de risco • sexo (mais frequente no sexo feminino) • idade (quanto maior a idade, maior o risco) • menarca precoce • idade tardia de primeira gestação Página 5 de 8 Stephanie Marie FMP - 53 • parentes de primeiro grau com câncer de mama • hiperplasia atípica em história de biópsias • raça / etnia (mulheres brancas não hispânicas tem as mais altas taxas) • exposição estrogênica (a terapia de reposição pós-menopausa aumenta o risco de câncer de mama) • densidade mamária (quanto maior a densidade, maior o risco) • exposição à radiação • carcinoma de mama contralateral ou de endométrio • influência geográfica (EUA e Europa possuem maiores taxas) • dieta • obesidade • exercícios • toxinas ambientais • tabaco A amamentação entra como um fator de proteção ao câncer de mama, uma vez que mulheres que amamentaram seus filhos possuem uma menor incidência. etiologia e patogenia Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama são hormonais e genéticos. Carcinomas mamários podem, portanto, ser divididos em casos esporádicos, provavelmente relacionados à exposição hormonal, e casos hereditários, associados a mutações germinativas. casos herediários 6 A herança de um gene ou genes susceptíveis é a causa primária de aproximadamente 12% dos cânceres de mama. A probabilidade de uma etiologia hereditária aumenta com múltiplas parentas de primeiro grau afetadas, quando as mulheres são afetadas antes da menopausa e/ou têm múltiplos cânceres, ou existem membros familiares com outros cânceres específicos. casos esporádicos 6 Os maiores fatores de risco para câncer de mama esporádico estão relacionados à exposição hormonal: sexo, idade da menarca e menopausa, história reprodutiva, amamentação e estrogênios exógenos. • em sua maioria, os cânceres esporádicos ocorrem em mulheres pós- menopausadas e são RE-positivos A exposição hormonal aumenta o número de células alvo em potencial, pela estimulação do crescimento mamário durante a puberdade, ciclos menstruais e gravidez. A exposição também guia ciclos de proliferação que colocam células em risco para dano do DNA. Uma vez que células pré-malignas ou malignas estejam presentes, os hormônios podem estimular seu crescimento, assim como o crescimento de células epiteliais e estromais normais que podem ajudar e favorecer o desenvolvimento do tumor. classificação dos carcinomas mamários Mais de 95% das malignidades mamárias são adenocarcinomas, que são divididos em carcinomas in situ e carcinomas invasivos. • O carcinoma in situ se refere a uma proliferação neoplásica que está limitada aos ductos e lóbulos pela membrana basal. • O carcinoma invasivo (sinônimo de carcinoma “infiltrante”) penetrou da membrana basal para o estroma. Aqui as células têm potencial para invadir a vasculatura e, consequentemente, atingir linfonodos regionais e sítios distantes. É importante salientar que uma mesma paciente pode possuir tipos diferentes de câncer, como, por exemplo, apresentar um carcinoma in situ ao mesmo tempode um carcinoma invasivo. carcinoma in situ 6 Carcinoma Ductal (CDIS) Dentre os cânceres detectados pela mamografia, quase a metade são CDIS. Muitos são detectados como resultado das calcificações. Raramente, o CDIS produz descarga papilar ou é detectado como um achado incidental em biópsias para outras lesões. O CDIS consiste em uma população clonal maligna de células limitadas aos ductos e lóbulos pela membrana basal. As células mioepiteliais estão preservadas, apesar de poderem estar em menor número. O CDIS pode se espalhar pelos ductos e lóbulos e produzir lesões extensas envolvendo um setor inteiro da mama. Carcinoma Lobular (CLIS) O CLIS é sempre um achado incidental de biópsia, já que não está associado a calcificações ou Página 6 de 8 Stephanie Marie FMP - 53 reações estromais que produzem densidades mamográficas. As células do CLIS e do carcinoma lobular invasivo são idênticas no aspecto e dividem anormalidades genéticas, como aquelas que levam à perda de expressão da E-caderina, uma proteína de adesão celular transmembrana que contribui para a coesão normal das células epiteliais mamárias. Observações: • mulheres com CLIS desenvolvem carcinoma invasivo com uma frequência similar à das mulheres com CDIS não tratado. • carcinomas invasivos que se desenvolvem em mulheres após um diagnóstico de CLIS tendem três vezes mais a serem do tipo lobular, mas a maioria não mostra morfologia lobular específica carcinoma invasivo / infiltrante 6 Na ausência do screening mamográfico, o carcinoma invasivo quase sempre se apresenta como uma massa palpável. Quando o tumor envolve a porção central da mama, pode ocorrer retração do mamilo. Os linfáticos podem estar tão envolvidos que bloqueiam a área local de drenagem da pele e causam linfedema e espessamento da pele – nesse caso, ocorre o mimetismo do aspecto de casca de laranja pela pele da mama. Em mulheres idosas que fazem mamografia, os carcinomas invasivos mais comumente se apresentam como massas radiodensas. Carcinoma Ductal Invasivo São a maioria dos carciomas (70-80%) e formam túbulos que infiltram o tecido mamário. Em um exame macroscópico, muitos tumores são de firmes a endurecidos e têm bordo irregular. Na microscopia: • carcinomas bem diferenciados mostram formação tubular proeminente, núcleos pequenos arredondados e raras figuras mitóticas • carcinomas diferenciados mediamente podem ter formações tubulares, mas agrupamentos sólidos ou células infiltrantes únicas também estão presentes. Estes tumores têm um alto grau de pleomorfismo nuclear e contém figuras mitóticas • carcinomas pouco diferenciados frequentemente invadem como nichos desorganizados ou lâminas sólidas de células com núcleo aumentado e irregular. São comuns uma taxa proliferativa alta e áreas de necrose tumoral. Carcinoma Lobular Invasivo Os carcinomas lobulares invasivos usualmente se apresentam como uma massa palpável ou uma densidade mamográfica com bordos irregulares. Entretanto, em cerca de um quarto dos casos o tumor infiltra-se difusamente no tecido e causa pequena desmoplasia. Estes tumores são difíceis de serem detectados pela palpação e podem causar somente alterações mamográficas muito sutis. As metástases também podem ser difíceis se determinar clínica e radiologicamente por causa desse tipo de invasão Os carcinomas lobulares têm sido descritos como carcinomas que apresentam uma maior incidência de bilateralidade Sua peculiaridade histológica é a presença de células tumorais infiltrativas incoesas, frequentemente arranjadas em fileiras simples, ou em aglomerados discoesos, ou em lâminas, conhecido como formato em fila indiana. É um tipo de câncer que faz metástase para líquor, superfícies serosas (derrame pleural, derrame pericárdico), ovário, útero e medula óssea. carcinoma medular 6 O carcinoma medular é mais comum em mulheres mais jovens e se apresenta como uma massa bem circunscrita. Ele pode mimetizar de perto uma lesão benigna, clínica e radiologicamente, ou se apresentar como uma massa de crescimento rápido. Esses tumores produzem pouca desmoplasia e são distintamente mais macios à palpação e o corte que os típicos carcinomas mamários. Sua histologia é caracterizada por uma massa de células que não forma ductos, lóbulos ou “fila indiana”, circundada por linfócitos. carcinoma mucinoso 6 Esses carcinomas ocorrem em mulheres idosas (71 anos em média) e tendem a crescer lentamente no curso de muitos anos. Página 7 de 8 Stephanie Marie FMP - 53 Sua histologia consiste em células tumorais arranjadas em aglomerados e em pequenas ilhas revestidas de mucina. São tumores macios, com consistência e aspecto de gelatina, com bordas circunscritas. fatores prognósticos Fatores prognósticos principais são os melhores preditores de morte por câncer de mama e estão incorporados ao sistema de estadiamento do American Joint Committe on Cancer (AJCC), utilizado para classificar os pacientes em cinco estágios (0 a IV), que estão correlacionados com a sobrevivência. 1. o carcinoma in situ está restrito ao sistema ductal, sendo impossível sua metástase. 2. quando metástases a distância estão presentes, a cura é improvável 3. o status dos linfonodos axilares é o fator prognóstico mais importante para o carcinoma invasivo na ausência de metástases a distância. 4. o tamanho do carcinoma invasivo é o segundo fator mais importante para prognóstico, uma vez que tumores maiores de 2cm possuem um menor prognóstico 5. carcinomas que invadem a pele ou a musculatura esquelética são usualmente grandes e podem ser difíceis de tratar cirurgicamente, possuindo pior prognóstico. 6. cânceres mamários que se apresentam com inchaço mamário e espessamento da pele devido ao envolvimento linfático da derme têm um prognóstico particularmente pobre. 7. o subtipo histológico interfere diretamente no prognóstico do câncer • melhor prognóstico: tubular, mucinoso, papilifero, medular • pior prognóstico: carcinoma metaplásico 8. o grau histológico do tumor também é importante (quanto maior o grau, pior o prognóstico) 9. a expressão de receptores de estrogênio (RE) e progesterona (RP) é de extrema importância, uma vez que é um fator que irá melhorar a resposta do câncer a terapia hormonal. • RE e RP +: altas chances de resposta à terapia hormonal • apesar disso, cânceres RE positivos respondem menos à quimioterapia • tumores bem diferenciados geralmente expressam RE e RP 10. A superexpressão HER2/neu está associada a sobrevida pobre, uma vez que a expressão dessa proteína se relaciona a um menor período livre de metástases. • apesar disso, existe uma droga que cancela o efeito do HER2/neu, o que pode ser benéfico ao tratamento do paciente 11. a presença de invasão linfovascular indica um prognóstico ruim ao paciente 12. a taxa proliferativa de um tumor deve ser analisada por meio de um marcador (Ki67) que indica o quanto as células estão se proliferando – ou seja, quais estão no ciclo celular. Dessa forma, quanto maior a presença de Ki67, pior o prognóstico taxonomia molecular Técnicas desenvolvidas recentemente que examinam o DNA, RNA e proteínas de carcinomas globais têm provido um sistema para novas classificações moleculares deste grupo de cânceres mamários (Fig. 23-23). O perfil de expressão genética, o qual pode medir as quantidades relativas de mRNA para essencialmente qualquer gene, tem identificado cinco maiores padrões de expressão genética no grupo NTE: luminal A, luminal B, normal, basal- símile e HER2 positivo. luminal A 6 Este é o maior grupo e consiste em cânceres que são RE-positivos e HER2/neu negativos. Esses cânceres geralmente têm crescimento lento e respondem bem aos tratamentos hormonais. Inversamente, apenas um pequeno número irá responder à quimioterapiaconvencional. • são tumores com receptores de estrogênio e baixo índice proliferativo (Ki67 baixo) luminal B 6 Este grupo de cânceres também expressa RE, mas geralmente é de maior grau, tem maior taxa proliferativa e frequentemente superexpressa HER2/neu. Eles são algumas vezes referidos como cânceres triplo-positivos (positivos para HER2, RE e Ki67) Página 8 de 8 Stephanie Marie FMP - 53 • compõe o grupo de câncer RE positivos que tem a maior chance de metástase linfonodal, respondendo melhor à quimioterapia mama normal-símile 6 Este é um pequeno grupo de cânceres usualmente bem diferenciados RE-positivos, HER2/neu negativos, caracterizados pela similaridade de seu padrão de expressão genética ao do tecido normal. mama normal-símile 6 Estes cânceres são notabilizados pela ausência do RE, RP e HER2/neu e expressão de marcadores típicos das células mioepiteliais (por exemplo p63), células progenitoras, ou supostas células-tronco. • esses cânceres são geralmente de alto grau e têm alta taxa de proliferação. Eles estão associados a um curso agressivo, metástases frequentes para vísceras e cérebro, e um prognóstico pobre HER2 positivo 6 Este grupo compreende carcinomas RE negativos que superexpressam proteína HER2/neu. Esses cânceres são usualmente pouco diferenciados, têm alta taxa proliferativa e estão associados a alta frequência de metástases cerebrais. estadiamento do câncer - tnm • T = tamanho • N = presença de metástase ganglionar axilar • M = presença de metástase a distância Locais mais comuns de metástase: osso, cérebro, pulmão, fígado, mesotélio, peritônio. tratamento • Mastectomia, quadrantectomia • Linfadenectomia • Radioterapia • Quimioterapia • Hormonioterapia
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