Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APOSTILA DE PATOLOGIA PATOLOGIA MAMÁRIA VALESKA BARIMACKER 1 | P á g i n a Embriologia Histologia glândula exócrina apócrina túbulo-acinosa composta – vários túbulos lactíferos com a porção distal dilatada Obs: Apócrina – libera secreção + porção apical Obs: há divergências quanto à nomenclatura, pois alguns autores consideram que ela forma ácino e outros, alvéolos. Ácino = dilatação distal de uma glândula tubular é menor Alvéolo = apresenta maior calibre do que o ácino São glândulas sudoríparas modificadas Localizam-se no tecido subcutâneo – é considerada um anexo cutâneo Encontradas em ambos os sexos O seu desenvolvimento varia com a idade e gênero hormonal Origem embrionária – espessamento do ectoderma na crista mamária entre os brotos dos membros Função – nutrição do recém-nascido Ácino ductolo terminal ducto lobular ducto interlobular ducto lobular segmentar seios lactíferos Possui de 15 a 20 lobos o Cada lobo possui 1 conduto independente que desemboca no mamilo lóbulo mamário o Cada lobo é separado por tecido conjuntivo denso não modelado rico em células adiposas e em fibras colágenas o Obs: é o tecido conjuntivo que na maioria das vezes da sintomatologia das alterações do ciclo menstrual Lóbulos – são estruturas dentro dos lobos o Formados por 10 a 100 ácinos o Circundado por tecido conjuntivo denso não modelado PATOLOGIA MAMÁRIA APOSTILA DE PATOLOGIA 2 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R Ácino – na porção dilatada do lóbulo o Chamado de ductolo terminal Ligamento de cooper – faz a sustentação através de projeções fibrosas do tecido conjuntivo o É substituído por tecido adiposo com o tempo Cada ducto é revestido por tecido epitelial cúbico simples com células mioepiteliais o células mioepiteliais – ajudam na ejeção do leite e têm papel importante na manutenção estrutural e funcional da mama o células lumiais dos ductolos terminais e do lóbulo produzem leite Anatomia Limites topográficos o Superior – clavícula 3º costela o Inferior – 6º e 7º costela o Medial – linha paraesternal o Lateral – linha axilar anterior É divindade em 4 quadrantes com a auréola servindo de referência o É importante para a localização de lesões para a realização de uma correta biópsia o Apresenta a “cauda Spence” – projeção superior lateral rodeia a borda do músculo peitoral maior que invade a axila Cresce de maneira alométrica sob o estímulo hormonal ovariano proporcional ao corpo Drenagem sanguínea é realizada por: o Artéria e veia mamária interna – porção medial a nível de 3º, 4º e 5º espaços intercostais o Artéria e veia torácica lateral – porção lateral o Artérias e veias intercostais – atravessam o peitoral maior e irrigam a região profunda da glândula Inervação é feita pelos nervos intercostais cutâneos, por ramos cutâneos supraclaviculares e ramos simpáticos Drenagem linfática: o Parte medial – em direção ao esterno linfonodos paraesternais o Parte lateral – em direção axilar e subclávia Realiza a maior parte da drenagem Obs: deve-se observar os linfonodos supraclaviculares no exame físico, para a detecção de possível neoplasia mamária quanto mais longe estiver o linfonodo aumentado, maior a disseminação Mamilo o Projeção da pele através da intensificação do número de camadas o É mais queratinizado – a camada córnea é mais espessa o Há a presença de músculo liso, que dá a capacidade de ereção É útil para a amamentação o A coloração muda durante a gestação e a amamentação, adquirindo uma coloração mais amarronzada sinal de Hunter o Presença de terminações nervosas – Meissner e Paccini (mais lateral) APOSTILA DE PATOLOGIA PATOLOGIA MAMÁRIA VALESKA BARIMACKER 3 | P á g i n a Tubérculos de Montgomery o São estruturas pilocebáceas o Mantém a lubrificação e protegem a mama o Presença de glândulas sudoríferas écrinas (odoríferas) e apócrinas Desenvolvimento Mamário O desenvolvimento da glândula mamária se dá através de estímulo hormonal ovariano, o que diferencia o tamanho das glândulas entre homens e mulheres e entre mulheres em diferentes períodos hormonais Os hormônios são de origem ovariana, mas possuem suplementação adrenal e são armazenados no tecido adiposo. Isso explica o por que algumas mulheres mantêm remanescentes lobulares na pós-menopausa. Com os anos, o estroma é substituído por tecido adiposo radiolucente Estrógeno o Crescimento longitudinal dos ductos aumenta o tamanho da glândula o Proliferação do epitélio o Aumenta a quantidade de tecido conjuntivo ao redor dos ductos aumenta o tamanho da glândula Progesterona o Proliferação do epitélio do ácino o Formação dos lóbulos desenvolvimento lobular o Aumenta quantidade de tecido conjuntivo intra-lobular Sensação significativa do aumento da glândula Provoca dor Prolactina e ocitocina o Atuam durante a gestação o A prolactina realiza a lactogênese – material lipídico, proteico e com lactose o Ocitocina age na contratilidade do músculo liso durante a sucção do mamilo Alterações durante o ciclo menstrual Fase folicular – lóbulos relativamente quiescentes Fase luteínica – aumento dos níveis hormonais faz com que haja proliferação celular e aumento do número de ácinos Fase menstrual – queda dos níveis hormonais faz com que haja apoptose de células epiteliais com consequente desaparecimento de edema estromal e regressão do tamanho dos lóbulos Alterações durante a gestação e amamentação Há aumento do número e do tamanho de lóbulos, deixando a mama com pouco estroma Prótese de silicone Geralmente colocada atrás do músculo peitoral não atrapalha na avaliação da glândula No ultrassom o Menos denso que o tecido ao redor – imagem escura ecogenicidade o Mais denso que o tecido ao redor – imagem A prótese empurra a glândula para a frente e, consequentemente, o mamilo também, deixando-o com a aparência de estar erétil Pode diminuir a sensibilidade do mamilo Pode hipertrofiar a inervação local, aumentando a sensibilidade do mamilo PATOLOGIA MAMÁRIA APOSTILA DE PATOLOGIA 4 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R Os tubérculos de Montgomery tornam-se mais proeminentes para lubrificar os mamilos No terceiro trimestre de gestação, já há vacúolos secretores de material lipídico, contudo, a produção de leite é inibida pelos altos níveis de progesterona circulantes Imediatamente após o parto, a mama produz o colostro, que é um material rico em proteínas. Dentro de 10 dias, o colostro ganha componentes lipídicos Com o término da lactação, os lóbulos regridem, diminuindo o tamanho da mama Tabela de Tanner Divide em 5 estágios as características de desenvolvimento da mama Estima-se que o desenvolvimento completo se dá por volta dos 18/20 anos A partir dos 40 anos e pós- menopausa, há alterações tróficas significativas Exceto se faz uso de terapia de reposição hormonal Nos homens – há estímulohormonal da puberdade, passando para o estadio 2 o Se houver maior desenvolvimento, deve- se investigar os hormônios o No adulto – se tiver em estádio 3, investigar ginecomastia Malformações Amastia ausência total de desenvolvimento Hipomastia desenvolvimento anormal da glândula Polimastia mais do que 2 glândulas mamárias Segue a linha láctea Mama ectópica Síndrome de Poland Falha no desenvolvimento de uma das glândulas Acompanha má formação de todo o hemitórax Falta de falanges das mãos Falanges mediais e proximais com falha no desenvolvimento Politelia Mais do que dois mamilos É mais comum do que a polimastia Mama ectópica Simastia Há fusão das glândulas, não tendo a separação entre elas Geralmente congênita Correção cirúrgica Telarca prematura Antes dos 8 anos e sem outros sinais de puberdade APOSTILA DE PATOLOGIA PATOLOGIA MAMÁRIA VALESKA BARIMACKER 5 | P á g i n a Condições Não-Inflamatórias Hipertrofia mamária juvenil Histologicamente igual à ginecomastia Ocorre na adolescência, em ambos os sexos Pode ser uni ou bilateral Em situações extremas, pode ser realizada a mamoplastia Ginecomastia Glândula mamária desenvolvida em homens adultos Geralmente bilateral Aumento do tecido mamário ductal de maneira abrupta dá a característica de ulceração da pele e vermelhidão, mas não envolve inflamação Investigar níveis hormonais o Há aumento de estrógenos o Relação de desequilíbrio entre estrógenos e andrógenos Causas: o Ingestão exógena de estrógenos ou similares bilateral Leite de soja – a soja ocupa receptores estrogênicos o Tumores e neoplasias de suprarrenais o Síndrome paraneoplásica Neoplasia de pulmão e fígado Sintetizam substâncias que simulam os efeitos do estrógeno nos tecidos o Distúrbios metabólicos Hepatopatias Hipertireoidismo Hipertrofia neonatal Recém-nascido com glândula um pouco mais desenvolvida em razão da estimulação vertical Logo regride em virtude da retirada desse estímulo Gigantomastia Crescimento perde a característica alométrica Condições Inflamatórias São raras Clínica o Dor o Distensão da mama o Eritema Ectasia Ductal Ductos mais dilatados Mais comum em mulheres entre 50/60 anos e multíparas Diagnóstico diferencial da mastite – não está relacionada ao fumo do cigarro Forma uma massa irregular – pode ser confundida com carcinoma durante a palpação e na mamografia Clínica – massa periareolar palpável pouco definida, podendo haver retração cutânea e secreções mamilares espessas e brancas. Dor e eritema são incomuns Morfologia o Dilatação dos ductos, que são preenchidos por células epiteliais descamadas e secreção proteica o Espessamento das secreções mamárias o Reação inflamatória granulomatosa intersticial crônica acentuada ao redor do ducto o Há formação de fibrose, que gera a retração mamilar da clínica da paciente o Não há metaplasia escamosa dos ductos o Não proliferativa Na seta – infiltrado linfocitário periductal Asterisco – ectasia ductal Necrose Gordurosa/Esteatonecrose Trauma rompe os adipócitos acidez local calcificação distrófica irregular Clínica – massa palpável e indolor, apresenta espessamento ou retração cutânea e presença de densidade mamográfica/calcificações Não proliferativa Diagnóstico diferencial de carcinoma mamário PATOLOGIA MAMÁRIA APOSTILA DE PATOLOGIA 6 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R Morfologia Hemorragia Nódulo mal definido – tecido branco-acinzentado com focos esbranquiçados ou hemorrágicos no centro da gordura, cercado por macrófagos e neutrófilos Nódulo mal definido – tecido branco-acinzentado com focos esbranquiçados ou hemorrágicos Proliferação fibroblástica progressiva, vascularização aumentada, infiltração linfocítica e histiocítica isolam o foco Foco substituído por tecido cicatricial ou é encistado e isolado pelo tecido colagenoso Mastite aguda Comum da amamentação no primeiro mês A mama desenvolve fendas e fissuras no mamilo durante o crescimento intenso da mama, deixando-a mais suscetível à infecção bacteriana – geralmente S. aureus ou Streptococcus Clínica – mama dolorosa, eritematosa e com secreção purulenta e acompanhada de febre No início, acomete apenas o sistema ductal, mas pode evoluir com abcesso e sepse Tratamento – antibióticos e drenagem do leite Morfologia o Área localizada de inflamação aguda que pode progredir para a formação de abcessos o Se for por Streptococcus, a tendência é ser generalizada na mama Mastite Periductal Clínica – presença de massa subareolar eritematosa dolorosa pensa-se que é um processo infecioso Pode ter relação com o fumo de cigarro e não tem relação com a idade, com histórico reprodutivo específico ou associada à lactação Morfologia o Epitélio escamoso queratinizado estendendo-se a uma profundidade anormal nos orifícios dos ductos mamilares adentra mais profundamente os ductos o A queratina fica dentro dos ductos, dilatando-os e rompendo-os o Há resposta inflamatória granulomatosa intensa e crônica contra a queratina aprisionada no ducto o Se houver a presença de bactérias ou de anaeróbios mistos, há presença de inflamação aguda também Tratamento o Remoção do ducto envolvido o Drenagem da cavidade do abcesso o Antibiótico direcionado se na presença de inflamação aguda – em geral, é ineficaz a terapia estafilocócica-padrão Mastite Granulomatosa Acomete mulheres que já amamentaram – acredita ser uma reação de hipersensibilidade mediada por alterações prévias do epitélio lobular durante a amamentação Clínica – massa endurecida, fixa, muitas vezes dolorosa, poupa a região retroareolar e espessamento cutâneo associado Resultante de infecção – tuberculose reação a corpo estranho – silicone Resultante de doença auto-imune – sarcoidose, granulomatose de Wegener Granulomas envolvem o epitélio lobular APOSTILA DE PATOLOGIA PATOLOGIA MAMÁRIA VALESKA BARIMACKER 7 | P á g i n a Tumores Epiteliais Benignas A maioria dos tumores palpáveis são benignos – principalmente em mulheres jovens Não tem relação com câncer de mama – exceto as alterações fibrocísticas proliferativas com atipia Causas o Estímulo hormonal cíclico – tecido está em constante modificação o Desequilíbrio neuroendócrino o Disfunção suprarrenal o Ação da prolactina – antidepressivos Queixas comuns o Mastalgia/mastodinia/dor Aumento da produção de estrógenos e diminuição da produção de progesterona dosar esses hormônios Hiperprolactemia – investigar a prolactina Alteração da sensibilidade dos receptores para esses estímulos hormonais o Nodularidade Localizada – fibroadenoma Generalizada – condição fibrocística mama mais firme o Secreção mamária Saída de maneira espontânea Galactorreia – secreção bilateral de coloração esbranquiçada Causas Endócrinas Drogas Tumores – renais, pulmonares e hepáticos Aumento da produção de prolactina Inibição do fator inibidor da prolactina sistema porta-hipofisário da adenohipófiseSecreção aumentada Pode ser purulenta – pensar em abcesso periareolar Se forma nos ductos dos seios lactíferos Infecção bacteriana Quando for multicolorido Ectasia ductal Mastite – maioria bacteriana Quando for sero-hemático Ectasia ductal Papiloma intraductal Hemático Papiloma intraductal Alterações Fibrocísticas É a mais comum em mulheres com mais de 40 anos, mas ultimamente vem ocorrendo em mulheres cada vez mais jovens em virtude dos hormônios O tecido apresenta maior sensibilidade frente às alterações hormonais Presença de mais estrógeno do que progesterona Não chega a ser considerada uma doença Ocorre reação fisiológica exagerada Histologia o Excesso de estroma interlobular e principalmente intralobular o Há fibrose no tecido, tornando algumas áreas mais densas o Hiperplasia das células mioepiteliais o Há metaplasia do epitélio glandular – metaplasia apócrina da glândula Epitélio cúbico simples colunar simples O citoplasma é eosinofílico Parece um epitélio de glândula apócrina PATOLOGIA MAMÁRIA APOSTILA DE PATOLOGIA 8 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R o É a porção distal que estará comprometida – ULDT Macroscopia o Vemos uma área esbranquiçada – é a fibrose o Presença de áreas mais dilatadas com coloração variável Mamografia o Áreas esbranquiçadas que atrapalham a visualização de tumores o Os cistos são vistos como áreas menos densas dentro da área esbranquiçada Ultrassom o As estruturas císticas são visualizadas numa coloração mais escura Fibroadenoma É um tumor bifásico benigno – elementos mesenquimais (fibroblastos) e epiteliais Acomete mulheres em idade reprodutiva e são calcificados após a menopausa Macroscopia o Nódulo móvel, bem delimitado, firme e elástico o Apresentam crescimento lento o Os nódulos são mais profundos – nos ductos intralobulares o Geralmente aparecem no quadrante superior Histologia o Há baixa celularidade sem atipia muita matriz para pouca célula Ultrassonografia o Coloração acinzentada – porque não tem líquido hipoecogênico o Dá pra ver a delimitação da borda Mamografia o Lesão hiperdensa o Há delimitação da margem Diagnóstico diferencial de tumor Phyllodes, mas de difícil diferenciação quando o fibroadenoma for mais celular, como em pacientes jovens, e comprime o epitélio glandular em fenda Tratamento – acompanhamento e, se necessário, lobulectomia. Não-proliferativas Proliferativas sem atipia Proliferativas com atipia Metaplasia apócrina Ectasia ductal Fibrose no estroma devido à inflamação crônica Adenose esclerosante – simula um adenocarcinoma na histologia Hiperplasia do epitélio ductal – para dentro do ducto não possuem alteração na citoarquitetura Há alteração na citoarquitetura Não tem relação com câncer de mama Sem histórico familiar: 1,9 X de desenvolver câncer de mama Sem histórico familiar: 5,3 X de desenvolver câncer de mama Cistos Formações “leite de cálcio” nos cistos maiores Tumor phyllodes Hiperplasia ductal atípica Cicatriz radial Hiperplasia lobular atípica Hamartoma Papiloma Fibroadenoma com alterações complexas Cistos Proliferação do epitélio ductal Dilatação Dos Ductos Estrógeno APOSTILA DE PATOLOGIA PATOLOGIA MAMÁRIA VALESKA BARIMACKER 9 | P á g i n a Cisto Mamário lesão dominante Cavidade revestida por epitélio cheio de componente pastoso Podem ser grandes ou pequenos Surgem no ULDT Podem ser: o Uni ou bilaterais o Redondos Histologia o Eventualmente tem epitélio sem atipia o Epitélio cúbico achatado o Há celularidade dentro do cisto Histiócitos/macrófagos – espumosos Sela diagnóstico Mamografia o Opacidade arredondada o É difícil de visualizar em uma mama muito densa Ultrassonografia o Delimita bem o cisto o aparece como lesão preto-escura com áreas esbranquiçadas dentro Galactocelo modularidade palpável cisto simples cheio de leite – ocorre em gestantes ou lactantes epitélio descama do ducto obstrui o ducto ao mesmo tempo em que a glândula continua produzindo secreção ocorre dilatação são dolorosos, pois estão superdesenvolvidos tratamento – aspiração Tumor Phyllodes cistosarcoma filoide acomete mulheres na perimenopausa são raros e não se sabe o que estimula o seu desenvolvimento Histologia o é muito parecido com o fibroadenoma – prolifera epitélio e estroma mas é mais celular do que o fibroadenoma o o grau de atipia da celularidade define o comportamento baixa celularidade, baixa atipia benigno pode haver projeções estromais para o tecido mamário que o envolve – recidiva pós retirada cirúrgica alta celularidade, com atipia e invasivo maligno margens infiltrativas estroma com características sarcomatosas Clínica o Massa não dolorosa unilateral, móvel e com bordas bem definidas (benignos) crescimento o rápido são volumosos o estroma cresce comprimindo e distorcendo as estruturas glandulares num padrão de “folha de trevo” de característica borderline difícil diferenciação de maligno ou benigno o necessário acompanhamento não costumam ser metastáticos, mas quando são, encontramos no pulmão ou no esqueleto, sendo raras nos gânglios axilares ultrassom – parecidos com os fibroadenomas, mas são mais escuros Papiloma Intraductal Acomete mulheres na peri e na pós- menopausa Clínica o Descarga mamilar sanguinolenta o Sempre investigar retração do mamilo – diagnóstico diferencial de carcinoma Histologia o Ocorre proliferação do epitélio dos ductos mais distais Ultrassom o Ductos dilatados o Tumor de característica polipoide cresce em direção à luz Tratamento – ressecção cirúrgica PATOLOGIA MAMÁRIA APOSTILA DE PATOLOGIA 10 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R Tumores Epiteliais Malignos – Câncer de Mama É a segunda causa de morte por neoplasias em mulheres É um adenocarcinoma, mas não se usa essa nomenclatura carcinoma ductal Acomete mulheres cada vez mais jovens É invasivo quando há perdas de células mioepiteliais Esporádicos o Ainda possui questões muito polêmicas o Idade o História prévia de câncer o História familiar Mãe/irmã com CA pós-menopausa menopausa não é risco Mãe/irmã com CA bilateral pré- menopausa 40/50% Mãe/Irmã com CA unilateral pré- menopausa 30% o História reprodutiva Há indicativos de que o risco é menor em multíparas Pode haver relação com a idade de nascimento do primeiro filho, sendo maior a chance quanto mais velha for a mulher ao parir o primeiro filho A amamentação não interfere nas estatísticas o Fatores hormonais – menarca precoce e menopausa tardia tendem a ter relação com a maior probabilidade de desenvolver CA de mama Familiar – pode ser de 2º grau ou mais Hereditário – necessário ser de 1º grau o Necessário realizar teste genômico – só em Porto Alegre tem o BRCA1 – braço longo do cromossomo 17 na posição 21 Síndrome mama-ovário-cólon É o responsável por 50% dos cacos precoces de CA de mama o BRCA2 – braço longodo cromossomo 13 nas posições 12 e 13 APOSTILA DE PATOLOGIA PATOLOGIA MAMÁRIA VALESKA BARIMACKER 11 | P á g i n a CARCINOMA IN SITU CARCINOMA INVASIVO Ductal Originado nos ductos interlobulares até os seios lactíferos Ductal Originado nos ductos interlobulares até os seios lactíferos Os ductos vão ficando com calibre cada vez maior É o mais frequente Invade o estroma periductal Há necrose ductal – calcificação distrófica Mais comum no quadrante superior externo É restrito a um segmento de lobos Geralmente é de tamanho maior – deixa as mamas rígidas e é palpável Tratamento – remoção cirúrgica Bordas irregulares Não consegue se definir muito bem onde começa e onde termina, necessitando de ressecção mais ampla Na mamografia aparece como um nódulo esbranquiçado ou acinzentado Lobular Originado nos ácinos e nos ductos terminais Lobular Origenado nos ácinos e nos ductos terminais Não é detectado na palpação – muito profundo Invade a célula mioepitelial Células dispostas em fileiras Por ser de difícil diagnóstico clínico, geralmente evolui para invasivo Tubular/cribiforme Tem melhor prognóstico Mucinoso/coloide Mucoprodutor – células em anel de sinete As células são de tamanhos menores O muco dá maior chance de disseminação Possui um comportamento indolente Medular Mutação no gene BRCA1 Pouco diferenciados Mitose frequente Papilífero Metaplásico São triplo negativos Carcinoma inflamatório É uma variante do ductal invasivo Estágio >3 Presença de invasão linfática importante A pele apresenta aspecto de “casca de laranja” o Enrugada o Avermelhada o Espessa Sobrevida pequena Doença de Paget Acompanha o ductal in situ Se desenvolve nos ductos dos seios lactíferos As células começam a se proliferar no tecido epitelial que reveste o mamilo Apresenta retração mamilar Eczema/descamação do mamilo As células apresentam citoplasma claro PATOLOGIA MAMÁRIA APOSTILA DE PATOLOGIA 12 | P á g i n a V A L E S K A B A R I M A C K E R História Natural da Doença Pode levar anos até que se instale o processo patológico, mas depois que se instalou, a evolução é rápida Período clínico – lesões com 10mm palpáveis Diagnóstico História clínica Exame físico Mamografia o Emite radiação, ainda que pequena bioacumulação o É um raio x modificado o Consegue detectar lesões de 5mm o Realizar sempre que: Houver massas dominantes Houver linfonodos palpáveis No pré-operatório de mamoplastia o Formas Regulares – comportamento benigno Irregulares – comportamento maligno o Margens espiculadas carcinoma invasivo o Densidade o Microcalcificações Pensar em carcinoma ductal in situ História de trauma também pode levar a microcalcificações Ressonância magnética o Recente o Não substitui a mamografia o Não emite radiação – é inócuo para o organismo Ecografia o Não emite radiação o Guia procedimentos o Importante para avaliação de muitas lesões é precisa em situações especiais o A sensibilidade é menor do que a mamografia o Distingue entre líquido e sólido o Melhor em pacientes jovens – mamas não lipo-substituídas o Pontos negativos Não mostra muito bem em seios adiposos Não detecta microcalcificações Há dificuldade para diferenciar lesões sólidas malignas de benignas Biópsia – para detectar o tipo histológico o Core Biopsy – agulha lancelada Puxa um fragmento cilíndrico da lesão Avaliação histológica da lesão Técnicas complementares da histologia – imunoistoquímica Receptores hormonais o Estrógeno o Progesterona Cintilografia óssea – não é obrigado a fazer Fatores Prognósticos Metástases axilares Metástases à distância Tamanho do tumor Tipo histológico Receptor de estrógeno Receptor de progesterona Receptor de HER-2 o Receptor hormonal + É mais comum na pós-menopausa Maioria – cerca de 70% o HER-2 + Tendem a se espalhar mais rápido do que os outros Cerca de 20% dos casos Baixa resposta à quimioterapia o Triplo + Hormonal e HER-2 Pode ser utilizado hormonioterapia, quimioterapia e terapia-alvo para a HER-2 (é uma terapia cara e que causa menos efeitos colaterais) o Triplo – Realizar cirurgia e quimioterapia Pior prognóstico é o de mais rápida evolução Acomete mulheres mais jovens CD31 – para ver a angiogênese desses turmores metástases via hematogênica EGF – fator epitelial de crescimento APOSTILA DE PATOLOGIA PATOLOGIA MAMÁRIA VALESKA BARIMACKER 13 | P á g i n a Tratamento Cirurgia Depende da lesão benigna ou do estadiamento do câncer Tipos: o Lumpectomia/nodulectomia – retirada de uma lesão nodular da mama o Setorectomia – retirada de uma porção maior lesão + margem de tecido mamário o Quadrantectomia – retirada de um quadrante inteiro o Mastectomia Total Parcial o Adenomastectomia – retirada da glândula mamária + pequena margem Radioterapia e quimioterapia Utilizado quando a lesão invade o músculo peitoral Se utiliza como neoadjuvância em cirurgias nas quais seriam muito mutilantes Pode ser utilizado nos carcinomas in situ muito grandes – reduz o tumor antes de realizar a cirurgia Terapia hormonal utilizado para CA que apresentam receptores hormonais Tamoxifeno o Parecido com o estrógeno o Ocupa o receptor de estrógeno Pode gerar alguns transtornos Hiperplasia do endométrio Diminui osteoporose Causa tromboembolismo o Impede a ligação do estrógeno e o estímulo do tumor o Via oral Inibidores da aromatase o Bloqueia a ação, reduzindo os números de hormônios o Desvantagem – injetada Metástase Linfonodo sentinela – a via linfática é a primeira via de distribuição de metástase Durante a cirurgia, injeta-se um corante azul com material radioativo. Na axila, com um transdutor, realiza-se a busca pela detecção da radiação. O primeiro linfonodo que detectar, é o linfonodo sentinela É uma técnica questionável, pois há muitos falso-negativos não detecta pequenas lesões, mas ainda se utiliza Positivo realiza-se o esvaziamento axilar Retira-se esse linfonodo para tentar evitar a ressecção dos outros ou o esvaziamento axilar, pois isso geraria edema de membro e necessitaria de fisioterapia Os locais mais acometidos por metástase de CA de mama são os pulmões, o fígado, o SNC e os ossos realizar RX de tórax, cintilografia óssea e ultrassom de abdome Referências 1. Aulas da Prof. Draº Daniela Augustin Silveira 2. KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005 3. TOBAZ, Juan Sebastián Sánchez. Embriologia da Glândula Mamária. 2016. Disponível em: https://pt.slideshare.net/JuanSeSAn/embriologia-e-anatomia-da-mama/37. Acesso em: 08 out. 2020. 4. HORTOLAM, Juliana et al. Esteatonecrose em Exames por Imagem da Mama. 2016. Disponível em: https://drpixel.fcm.unicamp.br/conteudo/esteatonecrose-em-exames-por-imagem-da-mama. Acesso em: 08 out. 2020. 5. MARZANO, Mariana Olival da Cunha. Lesões Mamárias Benignas: aspecto histopatológico. Aspecto Histopatológico. 2013. Disponível em:https://www.slideshare.net/Gineco-HU/leses-mamrias-benignas. Acesso em: 08 out. 2020. 6. ILVA, Teresa Simões da; OLIVEIRA, Carlos Freire de. Doença Benigna da Mama. Disponível em: http://www.fspog.com/fotos/editor2/cap_35.pdf. Acesso em: 08 out. 2020.
Compartilhar