Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Conteúdo da prova – Psicologia escolar A construção da relação psicologia-educação A partir da emergência da Psicologia enquanto área de conhecimento, pesquisa, produção de conhecimento e prática profissional, sua articulação com a Educação passou a se configurar como um dos campos de atuação dos psicólogos. A inserção da Psicologia nas escolas foi marcada por objetivos fortemente adaptacionistas, nos quais predominava a necessidade de corrigir e adaptar, à escola, o aluno portador de um problema de aprendizagem. Esta adaptação se realizava, no passado, a partir da aplicação de recursos psicométricos, entendidos como função do psicólogo. O psicodiagnóstico e a avaliação psicológica, dotados de aplicações e técnicas próprias, foram atividades consideradas inerentes e exclusivas do psicólogo, prevalecendo, prioritariamente, nos seus diversos contextos de atuação, inclusive no educacional. Migração do modelo clínico e médico para o interior da escola A aplicação desse modelo médico de intervenção na escola conduziu à patologização e psicologização do espaço escolar por atribuir ao próprio aluno a culpa por suas dificuldades de aprendizagem e por isentar outras instâncias das suas responsabilidades educativas A psicologia escolar nos dias atuais Com o passar dos anos e com a revisão crítica acerca da formação e atuação do psicólogo, reformulações e avanços foram dando contorno à área, de forma que os profissionais procuraram não mais harmonizar “à descontextualização e fragmentação do indivíduo.” As mudanças vêm ocorrendo de forma que se encontram, cada vez mais, relatos de experiências de psicólogos que se preocupam em não culpabilizar o aluno pelas dificuldades que enfrenta e tentam conscientizar os demais profissionais de que a problemática do aluno está inserida em uma gama maior de determinantes que não apenas os individuais, os familiares ou os psico-afetivos. Diferença entre Psicologia escolar e Psicologia educacional? O termo Psicologia Escolar se confunde, muitas vezes, com Psicologia Educacional ou Psicologia da Educação. Acredita-se que a Psicologia Escolar define-se como um campo de produção de conhecimentos, de pesquisa e de intervenção e que, entre outras atribuições, assume um compromisso teórico e prático com as questões relativas à escola e a seus processos e sua dinâmica. Enquanto a Psicologia da Educação ou Educacional a função da construção de conhecimentos que possam ser úteis ao processo educacional. Quais são as implicações dessa divisão? Dicotomia - Divisão de um conceito cujas partes, geralmente, são opostas. Dissociação entre o exercício profissional do psicólogo na escola e as elaborações teóricas necessárias a tal exercício. Para Oliveira e Araújo (2009): Trabalho profissional e produção científica no contexto escolar (psicologia na escola). Objetivo principal: mediar os processos de desenvolvimento humano e de aprendizagem, contribuindo para sua promoção. Otimizar o processo educativo, entendido como um complexo processo de transmissão cultural e de espaço de desenvolvimento da subjetividade (Mitjáns Martinez) Qual é o local de trabalho do Psicólogo Escolar? Não se reduz à escola, apesar de ser o espaço fundamental da atuação profissional. A aplicação dos conhecimentos da psicologia à educação efetiva-se menos pela ocupação da escola do que pela definição de objetivos e finalidades. É possível ao psicólogo escolar fazer intervenções preventivas na escola? Não se trata de promover a adaptação, mas evidenciar as contradições entre as práticas educativas e as demandas dos sujeitos nesse contexto. - Contribuindo para a promoção de reformulações pessoais e institucionais para incentivar transformações qualitativas aos autores envolvidos. - Intervindo sobre as concepções de natureza determinista e reducionista dos professores. - Reflexão e mudança de conceitos e práticas dos professores - Compreensão e intervenção nas relações interpessoais que permeiam a construção do conhecimento e da ação pedagógica. - Foco da atenção e da intervenção do psicólogo escolar são as relações interpessoais que permeiam a construção do conhecimento e da ação pedagógica Atuação preventiva da Psicologia escolar: 1- Facilitar e incentivar a construção de estratégias de ensino diversificadas 2- Promover a reflexão e a conscientização de funções, papéis e responsabilidades dos sujeitos 3- Superar, junto com a equipe escolar, os obstáculos à apropriação do conhecimento Proposta contemporânea de atuação do psicólogo escolar Uma das propostas contemporâneas de atuação da área refere-se à inclusão do professor como co-participante das atuações em Psicologia Escolar. Nesta proposta, acredita-se que a inclusão de diferentes atores na intervenção de um problema escolar é a maneira mais adequada de se promover o desenvolvimento e a aprendizagem. Nesse sentido, ao se colocar o professor como co-participante no processo de atendimento a seus alunos, por exemplo, emerge um espaço de interlocução que possibilita ao professor refletir sobre sua prática e assumir uma postura mais crítica diante das queixas escolares. Atenção ao professor. Em que consiste? A qualidade de suas atividades depende de seu bem-estar – responsabilidade também do psicólogo escolar trabalhar a promoção da saúde mental dos docentes. Síndrome de burnout Por esse motivo, ao se trabalhar junto com os professores é preciso levar em conta diferentes questões que dificultam a atuação adequada destes profissionais, refletindo e discutindo sobre alguns aspectos que afetam a saúde e a qualidade de vida do professor e da sua profissão. Um desses aspectos refere-se ao burnout, síndrome vivenciada por muitos professores em decorrência da natureza da atividade que realizam. A síndrome é multidimensional e envolve três componentes inter-relacionados: 1- Exaustão emocional 2- Despersonalização (desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas em relação aos alunos) 3- Falta de envolvimento pessoal no trabalho Psicologia escolar Intervenção do psicólogo escolar não é clínica, mas na perspectiva preventiva, privilegiando as contradições entre as demandas dos sujeitos e as práticas e rotinas institucionais definidas no contexto escolar. Possibilita a circulação de necessidades, exigências, incertezas, expectativas, angústias, possibilidades, limitações (não é muro de lamentações) Criação de um espaço de interlocução mediado pelo psicólogo escolar: circulação de sentidos, compartilhamento de vivências As implicações do fazer pedagógico: 1.1- Uma reunião inicial com a equipe pedagógica (explicitar qual visão de sujeito, do processo de ensinagem e quais estratégias diferenciadas tem a oferecer além do esperado atendimento individual na sala do psicólogo) 1.2- Conhecer o Projeto Político Pedagógico da Escola e participar da sua atualização. 1.3- Trabalhar junto à equipe pedagógica em espaços semanais ou quinzenais de diálogo com os professores a fim de juntos criar novos significados as situações cotidianas de sala de aula, eliminando a possibilidade de estigmatizar os alunos com dificuldade de aprendizagem 1.4- Criar espaços de discussão acerca das teorias de aprendizagem O envolvimento de pais e educadores no processo de formação e educação das crianças e adolescentes: 2.1- Em entrevista com a família levantar dados acerca das seguintes questões: autonomia X dependência; limites; autoritarismo X autoridade; relacionamento cognitivo e emocional na família, com o objetivo de resignificar os relacionamentos intra-familiar 2.2- Junto com a família, refletir sobre a função da dificuldade de aprendizagem neste momento do ciclo de vida familiar, criando estratégias com pais e cuidadores que possibilitem o sucesso escolar da criança. 2.3- Confrontar família e professor quando necessário, criando um espaço de dialogo franco acerca das dificuldades de todos, não só do aluno, diluindo no s sistemasa “culpa” pelo fracasso escolar. 2.4- Unir pais e professores no processo educacional das crianças em estratégias cognitivas que contem com a participação de ambas as partes. 2.5- O Psicólogo Escolar pode criar junto à equipe uma estratégia de intervenção colaborativa, na qual todos têm influência sobre o aluno, assim como sofrem influência mutuamente O esclarecimento das dimensões psicológicas implicadas no processo de ensino e aprendizagem. 3.1- Diagnóstico e encaminhamento das crianças com suspeita de dificuldades de aprendizagem para especialistas da área. 3.2- Acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos com dificuldades de aprendizagem. 3.3- Criação de estratégias psicopedagógicas junto à equipe escolar e professores envolvidos. 3.4- Ouvir os professores, suas demandas e fazê-los participar em alguns dos atendimentos com as crianças, repensando novas práticas e novos olhares sobre o aluno que chama de “problema”. 3.5- Participar das reuniões e conselhos de classe, nas quais o psicólogo poderá estabelecer novas maneiras de perceber o processo educacional dos alunos, evitando rótulos, diagnósticos imprecisos e hipóteses únicas e fechadas. Os sistemas de interações existentes no interior da Escola. 4.1- Criar espaços para escutar as demandas dos sujeitos da escola e pensar maneiras de lidar com situações que são cotidianas. Faz-se necessário circular pelos corredores, estar atento aos movimentos dos sujeitos. 4.2- Criar formas de reflexão em conjunto com todos os sujeitos (alunos, professores e especialistas) para que se possa trabalhar com suas relações e paradigmas. 4.3- Faz-se necessário ouvir os alunos, o que pensam sobre sua escola e sua turma. Isso pode ser feito através de desenhos, entrevistas, ou mesmo que escrevam o que pensam, sentem, como percebem sua turma e sua escola. Saber do Psicólogo Escolar: Dimensão subjetiva do processo ensino-aprendizagem. Temáticas: desenvolvimento, relações afetivas, prazeres e sofrimentos, comportamentos, ideias e sentimentos, motivação e interesse, aprendizagem, socialização, significados Possibilidades de intervenção do psicólogo escolar: 1- A (o) psicóloga (o) e o projeto político-pedagógico : participação Refere-se a valores e metas que permeiam o conjunto de práticas na escola. É função da (o) psicóloga (o) participar do trabalho de elaboração, avaliação e reformulação do projeto, destacando a dimensão psicológica ou subjetiva da realidade escolar. 2- A intervenção da (o) psicóloga (o) no processo de ensino aprendizagem: determinações socio-históricas Processo de ensino-aprendizagem como uma síntese de múltiplas determinações: pedagógicas, institucionais, relacionais, políticas, culturais e econômicas. Análise das práticas escolares centra-se nas relações institucionais, considerando o contexto social e histórico em que é produzido o processo de escolarização Possibilidades de intervenção do psicólogo escolar: 2- A intervenção da (o) psicóloga (o) no processo de ensino aprendizagem: dificuldades de ensino aprendizagem Prática que conduza a criança e o jovem a descobrir o seu potencial de aprendizagem, auxiliando na utilização de mediadores culturais que possibilitam expressões da subjetividade. Avaliar o aluno prospectivamente, naquilo que ele pode se desenvolver, e não se restringir àquilo que o aluno não consegue realizar, ou mesmo centrar-se somente no aluno, sem refletir sobre a produção social do fracasso escolar. 2- A intervenção da (o) psicóloga (o) no processo de ensino aprendizagem: com os familiares ou responsáveis Refletir sobre o papel social da escola e da família, assim como sobre as problemáticas que atravessam a vida de pais e filhos. A discussão coletiva pode facultar novas ideias e ações favorecedoras de uma prática compartilhada que contribua para a qualidade do processo ensino e aprendizagem. 2- A intervenção da (o) psicóloga (o) no processo de ensino aprendizagem: parceria com educadores Desenvolver ações que contribuam para uma compreensão dos elementos constituintes do processo ensino e aprendizagem em suas dimensões subjetivas e objetivas, coletivas e singulares. Enfrentamento de situações naturalizadas no contexto escolar, superando explicações que culpabilizam ora estudantes, ora familiares, ora professores. Mediador fortalecendo o papel do professor como agente principal do processo de ensino e aprendizagem 3- O trabalho na formação de Educadores: dimensão subjetiva Dar visibilidade à presença do sujeito, destacando a subjetividade que acompanha e caracteriza o processo educativo. Trabalhar conteúdos sobre o desenvolvimento e aprendizagem (como o aluno aprende) e também questões sobre relações interpessoais que permeiam o processo educativo. Prática pedagógica voltada à humanização. 4-O trabalho da (o) psicóloga (o) e a educação inclusiva Grupos com professores, estudantes, familiares, equipe técnica, gestores e funcionários possibilitando que a temática do preconceito seja abordada, promovendo a reflexão coletiva sobre barreiras atitudinais e arquitetônicas. Identificar, primeiramente, concepções “de sociedade, de educação, de grupo, de indivíduo, de coletividade” dos professores, estudantes e familiares, assim como as suas próprias concepções. Focalizar as potencialidades que o estudante possui para criar condições para o enfrentamento de sua deficiência e expansão de seus limites, que tem como objetivo buscar uma posição social mais valorizada pela sua comunidade. Acompanhamento do aluno de inclusão no contexto escolar; participação na articulação de serviços para o atendimento do estudante com deficiência, na busca da garantia de atendimentos em outras áreas; mobilização de encontros e participação em reuniões com os profissionais que atendem esse aluno, auxiliando a compreensão dos professores acerca das necessidades especiais; reflexão e adequação do processo de avaliação psicopedagógica. 5- O trabalho da (o) psicóloga (o) com grupos de alunos Orientação profissional Temas como adolescência, sexualidade, valorização da escola, disciplina e indisciplina, violência na escola, questões de gênero, raça, etnia, desigualdade social, direitos humanos, preconceito e discriminação, dentre outras. Grupos de apoio psicopedagógicos com alunos que apresentam dificuldades no processo de escolarização. Parceria com pais, professores e equipe pedagógicas, com atividades que colaborem para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, enfocando a relação entre cognição e afeto. Passa e repassa 1- O conhecimento da Psicologia nas questões da Educação devem pautar-se: a) em formas efetivas de acompanhamento do processo de escolarização e que considere, sobretudo, os estudantes da escola; b) saber que considere todos os agentes que participam da comunidade escolar, e de formas efetivas de acompanhamento do processo de escolarização. 2- Para esse documento do CFP, o processo de ensino-aprendizagem fundamenta-se: a) na dimensão objetiva do processo, lidando com questões como índice de aprovação ou reprovação e formas de avaliação, métodos de aprendizagem. b) na dimensão subjetiva do processo, abordando temáticas como relações afetivas, prazeres e sofrimentos, comportamentos, ideias e sentimentos, motivação e interesse. 3- O psicólogo não participa do trabalho de elaboração, avaliação e reformulação do Projeto Político-pedagógico da escola, pois esse já é dado pelo Ministério da Educação e da Cultura para todas as instituições de ensino. a) falso b) verdadeiro 4- Ao se deparar com o contexto escolar para elaborar planos de intervenção, levando em conta o projeto político pedagógico, é necessário compreender e conhecer a organização escolar, como o número de estudantes, de turmas, de professores, serviços prestados à comunidade, reuniões que estão planejadas; índice de aprovação, reprovação e evasão; o perfil socioeconômico da comunidade escolar;informações sobre características do território em que a escola está localizada, bem como sua história. a) falso b) verdadeiro 5- As práticas de intervenção no processo de ensino-aprendizagem decorrem de concepções higienistas, em detrimento daquelas que analisam tal processo como síntese de múltiplas determinações: pedagógicas, institucionais, relacionais, políticas, culturais e econômicas. a) falso b) verdadeiro 6- A superação de problemas de ensino aprendizagem: a) depende de ações que envolvam os diferentes aspectos do processo de escolarização: relações familiares, grupos de amigos, práticas institucionais e contexto social b) independe da desigualdade social, pois essa dimensão é um elemento acessório da subjetividade humana, não base social de sua constituição 7- A (ao) psicóloga (o) cabe uma prática que conduza a criança e o jovem a descobrir o seu potencial de aprendizagem. Para tanto, pode utilizar-se de: a) avaliar o aluno retroativamente, naquilo que o aluno não consegue realizar. b) mediadores culturais (música, teatro, desenho, dança, literatura, cinema, grafite, e tantas outras formas de expressão artísticas) que possibilitam expressões da subjetividade. 8- No caso da avaliação das dificuldades no processo de escolarização, é fundamental avaliar o aluno prospectivamente, naquilo que ele pode se desenvolve e centrar-se somente no aluno, sem refletir sobre a produção social do fracasso escolar. a) falso b) verdadeiro 9- Com pais, familiares ou responsáveis, a (o) psicóloga (o) pode refletir sobre o papel social da escola e da família, assim como sobre as problemáticas que atravessam a vida de pais e filhos. Frente a possíveis dificuldades escolares, a discussão coletiva pode facultar novas ideias e ações favorecedoras de uma prática compartilhada que contribua para a qualidade do processo ensino e aprendizagem. a) falso b) verdadeiro 10- No diálogo com os educadores, as (os) psicólogas (os) podem desenvolver ações que busquem o enfrentamento de situações naturalizadas no contexto escolar, culpabilizando ora estudantes, ora familiares, ora professores. a) falso b) verdadeiro 11- Dar visibilidade à presença do sujeito como uma totalidade, destacando a subjetividade que acompanha e caracteriza o processo educativo é tarefa específica das (os) psicólogas (os). Para efetivar essa dimensão subjetiva, suas ações são: a) trabalhar conteúdos sobre o desenvolvimento e aprendizagem, assim como questões sobre relações interpessoais que permeiam o processo educativo. b) a busca de uma prática pedagógica voltada à humanização é desconsiderada, já que pesquisas comprovaram sua ineficácia. 12- A (o) psicóloga (o) pode atuar junto aos professores por meio de formação continuada, trabalhando conteúdos relacionados ao desenvolvimento e aprendizagem, tendo como norte fornecer subsídios que contribuam para o entendimento de como o aluno aprende. a) falso b) verdadeiro 13- A prática psicológica na educação inclusiva deve ser o de encaminhar jovens e crianças para as escolas especiais, realizar de anamnese com os responsáveis e a avaliação do nível intelectual e emocional. A partir dessas avaliações, elaborar laudos psicológicos constando aquilo que as crianças e jovens não possuem em função de suas deficiências, não orientando informações que possam auxiliar os professores em sua prática pedagógica. a) falso b) verdadeiro 14- Sobre as práticas de exclusão do deficiente na escola, o psicólogo deve: a) desenvolva grupos de trabalhos com professores, estudantes, familiares, equipe técnica, gestores e funcionários abordando temáticas várias, não abordando, de forma direta, o tema preconceito b) promover a reflexão coletiva sobre barreiras atitudinais e arquitetônicas presentes no cotidiano escolar e suas formas de enfrentamento. 15- Para Vygotski, o desenvolvimento do psiquismo ocorre a princípio em um nível intrapsicológico, internamente, para depois se tornar interpsicológico, em que as normas de comportamento, a ética, os ideais, as convicções e os interesses são repassados para o outro depois de constituídas internamente. a) falso b) verdadeiro 16- Para promover condições para que a relação social entre o estudante com deficiência e o ambiente escolar, são necessária situações desafiadoras que “empurram a criança para a via da compensação” no sentido de desenvolver potencialidades que auxiliem na superação da deficiência. Para tanto, faz-se necessário: a) focalizar a força que esse estudante possui para criar condições para o enfrentamento de sua deficiência e expansão de seus limites b) buscar uma posição social mais valorizada pela sua comunidade, tendo comportamentos que mostram o quanto vítima é da sociedade que o exclui. 17- O psicólogo pode desenvolver ações como: acompanhamento do aluno de inclusão no contexto escolar; participação na articulação de serviços para o atendimento do estudante com deficiência; mobilização de encontros e participação em reuniões com os profissionais que atendem esse aluno; reflexão e adequação do processo de avaliação psicopedagógica dentre outros. a) falso b) verdadeiro 18- Um trabalho que geralmente obtém bons resultados é aquele que envolve as turmas de alunos, trabalhando no sentido de promover orientação em relação a temáticas que circunscrevem o espaço escolar. Nesse sentido é correto afirmar: a) Propostas de trabalho em grupo abordando temas como adolescência, sexualidade, valorização da escola, disciplina e indisciplina, violência na escola, questões de gênero, raça, etnia, desigualdade social, direitos humanos, preconceito e discriminação. b) Grupos de apoio psicopedagógicos com alunos que apresentam dificuldades no processo de escolarização devem ser realizados para profissional específico, no serviço de apoio psicopedagógico da escola ou fora dela. 19- É importante considerar que na intervenção na escola é preciso que a(o) psicóloga (o) identifique, primeiramente, concepções “de sociedade, de educação, de grupo, de indivíduo, de coletividade” dos professores, estudantes e familiares, não as suas próprias concepções. É preciso compreender a constituição histórica do psiquismo humano e resgatar propostas de ações societárias e coletivas. a) falso b) verdadeiro 20- Compreendermos como se constitui a subjetividade e trabalhar em prol do desenvolvimento da humanidade de cada indivíduo. Esta compreensão também demanda muito esforço, muito aprofundamento teórico e muita sensibilidade, assim como solidariedade para se colocar no lugar do outro, e contribuir para que ele consiga enxergar outras facetas da sua vida, de forma que possa tomar consciência do seu lugar, nesta sociedade dividida em classes, e possa ter o desejo e condições de transformar essa sociedade. Essa afirmação de Facci está: a) correta b) incorreta Orientação à queixa escolar Artigo: “Orientação à queixa escolar”, 2001 Freller et al. Perguntas: 1- Por que as autoras criticam os modelos tradicionais de atendimento psicológico às queixas escolares? Porque o modelo tradicional leva em conta a natureza escolar da queixa, ao invés de deixa-lá de lado e partir para explorar conflitos intrapsíquicos e familiares. 2- Como se realiza a proposta de atendimento das autoras, denominada “Orientação à queixa escolar”? - Escutar as versões apresentadas pelos diversos personagens envolvidos no problema; - proporcionar a circulação dessas informações, facilitando a comunicação entre os diversos personagens; - Facilitar a utilização, por pais, professores e alunos, de dados e informações para reapresentar e refletir sobre suas questões, que antes apareciam de forma sintomática, sem encontrar registro no código lingüístico; - Propiciar para a criança oportunidade para expressar, formular e se apropriar de suas questões, falando e conversando abertamente sobre os problemas que enfrenta, sobre suas angústias e defesas (outros canais, além da palavra,também são considerados instrumentos valiosos de expressão, simbolização, reorganização, abertura de novos sentidos, de questões fundamentais para a criança; isso facilita a transformação da angústia em pensamento, na relação com o outro, de forma criativa); - Apresentar aos pais, criança e escola, idéias sobre a problemática apresentada, recortes insuspeitos, orientação para a vida cotidiana. - Potencializar à Escola a assunção de seu papel, o uso de seus recursos para lidar com a criança e o conhecimento do que a problemática apresentada revela do funcionamento escolar e do que deve ser mudado para o benefício da qualidade de ensino. 3- Como se estrutura o trabalho proposto pelas psicólogas escolares autoras do artigo? Após a inscrição no Serviço de Orientação em Queixa Escolar, o processo de atendimento inicia-se. É realizada a Triagem, em seguida Encontros com a criança, Contato com a escola, Novo contato com pais/responsáveis, Contato com outros profissionais, Entrevista devolutiva, Acompanhamento. Os adolescentes Por que não são um grupo homogêneo? Diferentes vivências e culturas impõem necessidades e formas particulares de experimentar a adolescência. Qual a função da Psicologia? Contato com as singularidades dos adolescentes com os quais estamos trabalhando. O ambiente escolar dos adolescentes 1.1- Políticas públicas em Educação e a produção de dificuldades de escrita Progressão Continuada (decreto-lei) Não é possível a retenção dos alunos a não ser por número excessivo de faltas. Quais são suas consequências? A Progressão Continuada tornou-se mera promoção automática. 1.2- Submissão Invisibilidade em classe: objetivo de ocultar seu não saber. Quando esse ocultamento falha, são chamados de copistas. Descrença em sua capacidade geral de aprender. A introjeção da ideia de “burrice” embota o pensamento e defasagens reais instalam- se perigosamente, assim como a ojeriza ao mundo das letras, anteriormente desejado. 1.3- Rebeldia Motivadas por chacotas, ofensas, cobranças e apelidos jocosos. Se protegem por medo e intensifica-se a exclusão Círculo vicioso (bullying) Judicialização da educação (Cons. Tutelar) 1.4- Outros modos de funcionamento escolar produtores de um ambiente conturbado Professores? Sobrecarregam-se com um número excessivo de aulas com pouca qualidade, improvisadas. O 6º ano (primeiro ano do Ensino Fundamental II) Passagem para a adolescência, novidades no modo de comportar-se, apresentar-se e relacionar-se, inclusive com autoridades. 2- Orientação à queixa escolar com adolescentes Qual é a metodologia principal dessa forma de abordagem à queixa escolar? Problematizar e ressignificar o processo de escolarização com os atores pertencentes aos contextos escolar, familiar e social do adolescente em questão 2.1- O estigma da incompetência escolar Pressuposto que dificuldades escolares são sintomas de problemas familiares, e portanto, falam desses problemas. Estratagema da Psicologia para escapar ao tema da vida escolar. Intensifica a compreensão equivocada de que dificuldades escolares costumam ser sintomas de problemas da dinâmica familiar. Estudantes: recusa explícita a falar sobre a escola. Acostumados a viver histórias de insucesso e sofrimento. Situações de humilhação e exclusão que vivenciaram e/ou vivenciam no contexto escolar. Defasagens e dificuldades pedagógicas são expostas e ridicularizadas por colegas e até por professores. O que a Psicologia deve fazer? Atenção e sensibilidade para escolher o momento e a maneira de abordar assuntos relativos à escolarização do adolescente. 2.2 - O lugar da fala e de outras linguagens no atendimento a adolescentes Propiciam a emergência, problematização e elaboração de conteúdos relevantes para questões educacionais e outras que necessitem comunicar. Pode-se oferecer materiais gráficos, jogos, brinquedos, livros, gibis, instrumentos musicais e outros objetos e atividades. 2.3 - Autoria do adolescente no processo de atendimento Autonomia e postura ativa. Apropriação de sua história escolar e reflexão sobre o processo de produção de queixas acerca de sua escolarização. Em pauta os fatores que contribuíram para a construção das dificuldades. Reflexão sobre a culpabilização (pode ser revertida). Reapropriação de sua capacidade de aprender, pensar e ser sujeito, restabelecendo- se a esperança tantas vezes perdida de um futuro digno, criativo e pleno de sentidos. 2.4 - Projeto de vida Pensar e investir na escolarização costuma ganhar sentido (ou não) quando no bojo de um projeto de futuro. O que valorizam, buscam, quais são seus sonhos, anseios e planos de vida: reflexão sobre sentidos de seguir (ou não) em seu processo de escolarização. 2.5 - Algumas especificidades da intervenção na escola Interlocução com a escola: consiste de um pequeno questionário e de uma visita/reunião com educadores no local. Enviado apenas após conquistar uma relação de confiança com o adolescente e mediante sua autorização. Relação reassegurada e que o questionário adquira um significado de instrumento de ajuda e superação. As respostas da escola são inseridas nos encontros com o jovem, mediada pelo psicólogo, buscando a potencialização das relações.
Compartilhar