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Eletrotermofoto-Fabio-Borges

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FIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fábio dos Santos Borges 
- Coordenador do curso de pós graduação em Fisioterapia Dermato-Funcional da Univ. Gama 
Filho 
- Fisioterapeuta do Hospital Central do Exército 
- Professor da Universidade Estácio de Sá (UNESA) e Universidade Iguaçu (UNIG-RJ) 
- Tel.: (021) 9958 9474 
- E-mail: fabioborges2000@gmail.com 
 
 
 2
ÍNDICE 
Pag. 
 
- Ultra Som ........................................................................... 02 
- Corrente Galvânica ........................................................... 26 
- Desincrustação .................................................................. 36 
- Corrente Farádica ............................................................ 40 
- Corrente Russa ................................................................. 42 
- Microcorrente .................................................................. 55 
- Eletrolifting ...................................................................... 65 
- Eletrolipoforese ............................................................... 72 
- Alta frequência ............................................................... 77 
- Laser ................................................................................. 83 
- Peeling Ultrasônico .......................................................... 97 
- Pressoterapia ................................................................... 100 
- Endermoterapia............................................................... 104 
- Conceitos básicos de eletroterapia ................................ 113 
- Mapa dos Pontos Motores .............................................. 117 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO: 
 Som é toda onda mecânica perceptível ao ouvido humano. 
Onda: É toda perturbação que se propaga no espaço, afastando-se do ponto de origem. Propaga 
energia e não matéria. 
Qualquer objeto que vibra é uma fonte de som. As ondas sonoras podem ser geradas 
mecanicamente, como por exemplo com o diapasão. Em fisioterapia / medicina se geram por meio dos 
chamados transdutores eletroacústicos. 
As ondas mecânicas perceptíveis ao ouvido humano estão compreendidas, aproximadamente, 
entre as freqüências de 20 Hz a 20.000 Hz. Quanto maior a freqüência, mais agudo é o som; quanto 
menor for a freqüência mais grave é o som. 
Os sons de freqüências abaixo de 20 Hz e acima de 20.000 Hz são inaudíveis ao ouvido humano, 
sendo denominados, respectivamente, infra-sons e ultra-sons. 
A velocidade de propagação do som depende do meio onde ele se propaga e também da sua 
temperatura. No ar, a 0ºC, a velocidade é de aproximadamente 330 m/s; a 20ºC, de aproximadamente 
340 m/s. 
O som, sendo onda mecânica, não se propaga no vácuo. Nos demais meios onde se propaga 
pode sofrer reflexão, refração, difração e interferência. 
Aproveitando este fenômeno, o homem desenvolveu o sonar dos navios (capaz de mapear o 
fundo dos oceanos e localizar corpos móveis). Substituindo os feixes ultra sonoros por ondas 
eletromagnéticas, aproveitando o mesmo princípio, o homem desenvolveu e aperfeiçoou o Radar. Hoje 
já se utiliza corriqueiramente os ultra-sons para se verificar o desenvolvimento do feto na vida intra-
uterina ou o estado das vísceras e mal formações. 
 
ULTRA SOM TERAPÊUTICO 
Conceito: São ondas sonoras (vibrações mecânicas) não percebidas pelo ouvido humano, cujas 
faixas terapêuticas encontram-se normalmente na faixa entre 1 Mhz e 3 Mhz. Estas ondas são 
produzidas a partir da transformação da corrente comercial em corrente de alta freqüência, mais ou 
menos 870 Khz, que ao incidir sobre um cristal (cerâmico, ou material similar), faz com que o mesmo 
se comprima e se dilate alternadamente, emitindo ondas ultra-sônicas na mesma freqüência da corrente 
recebida. 
Por terapia ultra sônica entende-se: É o tratamento médico mediante vibrações mecânicas com 
uma frequência superior a 20.000 Hz[11] 
Histórico: 
1917- Descoberto por Langevin 
1939- Pohlmann constrói um aplicador terapêutico, que realizou sua primeira aplicação eficaz e 
moderna no Hospital Martin Luther de Berlim. 
 
 
 
 4
 
BIOFÍSICA 
Propagação: 
As ondas sonoras necessitam de um meio para se propagarem (líquidos, gases, e sólidos). Não se 
propagam no vácuo. 
A propagação da energia ultra sônica nos tecidos depende principalmente de dois fatores: 
características de absorção do meio biológico e reflexão da energia ultra sônica nas interfaces 
ticiduais[3]. 
A velocidade da onda ultra sônica é inversamente proporcional à compressibilidade de seu meio 
de propagação, ou seja, em um meio mais compressível (ar) a transmissão é mais lenta, porque há mais 
espaço entra as moléculas e assim podem ser facilmente comprimidas. Uma molécula percorre uma 
distância relativamente longa antes de afetar a mais próxima. Por outro lado, líquidos e sólidos são 
menos compressíveis porque suas moléculas ficam mais próximas umas das outras. Um pequeno 
movimento já afeta a molécula subsequente, assim líquidos e sólidos têm velocidade de propagação 
mais rápida[4]. 
Ondas de compressão/tração: 
É o modo como se propagam pelo meio, as ondas ultra-sônicas[1, 4]. 
Impedância acústica: 
Resistência oferecida pelos tecidos à passagem das ondas ultra sonoras. Cada tecido tem uma 
impedância acústica diferente. 
Reflexão: 
Se dá quando uma onda emitida volta ao meio de origem, conservando sua freqüência e 
velocidade. A reflexão em uma superfície, ocorre quando a impediência acústica dos meios forem 
diferentes[3, 4, 11]. Se os dois meios possuírem a mesma impedância acústica isto não ocorrerá. 
 raio incidente raio refletido 
 
 
 superfície 
 
 
 DIREÇÃO DE PROPAGAÇÃO 
 
 5
 
Refração: 
Se dá quando uma onda emitida, passa para outro meio (interfaces diferentes) sofrendo mudança 
na sua velocidade, mas conservando sua freqüência. A onda de som penetra no tecido ou interface à 
um ângulo (chamado de ângulo de incidência) e sai destes tecidos ou interface a um ângulo diferente 
(ângulo de refração). 
O feixe ultra-sônico deverá ser aplicado sempre perpendicularmente à superfície de tratamento, 
pois um desvio maior que 15º do raio incidente com a linha perpendicular (∀ I) provoca um ângulo de 
refração de maneira tal que, a onda incidente terá parte refletida e o restante refratada em direção 
paralela a superfície ou interface, tornando o tratamento inócuo. 
 raio incidente raio refletido 
 
 ∀ I 
 meio 1 
 meio 2 
 
 ∀ Rf raio refratado 
 
 
Absorção: 
É a capacidade de retenção da energia acústica do meio exposto às ondas ultra-sônicas, onde são 
absorvidas pelo tecido e transformadas em calor. As proteínas são as que mais absorvem a energia 
ultra sônica [3,4,12]. Garcia (1998) menciona que pesquisas realizadas mostraram que o coeficiente de 
absorção aumenta quando se eleva a quantidade de proteína presente no meio condutor. Por isso 
tecidos ricos em colágeno absorvem grande parte da energia do feixe ultra sônico que os atravessa. 
Quanto maior a freqüência do ultra som, menor o comprimento de onda, maior será a absorção. 
Consequentemente no ultra som de maior frequencia haverá maior interação das ondas sonoras com os 
tecidos superficiais, fazendo com que haja uma menor penetração[4, 11]. 
 
COEFICIENTE DE ABSORÇÃO NOS DIFERENTES TECIDOS (FREQ. 1 e 3 MHz) 
MEIO 1 MHz 3 MHz 
Sangue0,028 0,084 
Vaso sanguíneo 0,4 1,2 
Osso 3,22 --- 
Pele 0,62 1,86 
Cartilagem 1,16 3,48 
Ar (20°C) 2,76 8,28 
Tendão 1,12 3,36 
Músculo 0,76 2,28 (feixe perpendic.) 
 0,28 0,84 (feixe paralelo) 
Gordura 0,14 0,42 
Água (20°C) 0,0006 0,0018 
Tecido nervoso 0,2 0,6 
Fonte: Hoogland, 1986 
* ∀ I = Ângulo incidente 
* ∀ Rf = Ângulo refratado 
 
 6
 
Os dados referentes aos coeficientes de absorção apresentados na tabela acima nos mostram que 
o ar e a água são os dois extremos com maior e o menor índice, respectivamente. Isto nos possibilita 
deduzir que o ar é o meio de menor propagação da onda ultra sônica. Outro meio que merece destaque 
é a gordura onde o coeficiente de absorção é baixo, decorrente da homogeneidade do tecido. Em todos 
os meios podemos observar que a absorção é maior para frequências de 3 MHz, e isto decorre do fato 
de que quanto maior a frequência menor o comprimento de onda, portanto o tempo de relaxamento das 
estruturas sonadas (moléculas, fibras, células, etc) é menor, consequentemente absorvem maior 
quantidade de energia[4]. 
Interfaces: 
São as diferentes estruturas por onde trafegam as ondas ultra-sônicas durante a terapia; possuem 
impedância acústica diferentes (ar, substância de acoplamento, pele, tecido conjuntivo, músculos, 
ossos). 
 
Efeito tixotropo: 
Consiste na propriedade que apresentam os ultra-sons de “amolecerem” (transformar em estado 
gelatinoso) substâncias em estado mais sólido[11] 
 
Atenuação: 
Quando se tem a penetração da onda ultra sônica no tecido orgânico, teremos perdas na 
capacidade terapêutica do ultra som que irão acontecer, até chegar a um ponto chamado de atenuação, 
ou seja a amplitude e intensidade diminuem a medida que as ondas de ultra-som sob sua forma de 
feixe passam através de qualquer meio. Esta diminuição de intensidade é causada pela difusão de som 
em uma meio heterogêneo, pela reflexão e refração nas interfaces e pela absorção do meio. O feixe tem 
sua intensidade original reduzida pela metade a determinada distância, em determinados tecidos com 
espessuras específicas.[4, 11]. 
 
Cada tecido possui valores diferentes de atenuação, conforme tabela abaixo: 
 TABELA DE REDUÇÃO DE 50% DA POTÊNCIA (D/2) 
 1 Mhz 3 Mhz 
- Osso 2,1 mm ------ 
- Pele 11,1 mm 4,0 mm 
- Cartilagem 6,0 mm 2,0 mm 
- Ar 2,5 mm 0,8 mm 
- Tendão 6,2 mm 2,0 mm 
- Músculo 9,0 mm 3,0 mm (Tec. Perpendiular.) 
 24,6 mm 8,0 mm (Tec. Paralelo) 
- Gordura 50,0 mm 16,5 mm 
- Água 11.500,0 mm 3.833,3 mm 
Fonte: Hoogland, 1986 
 
 7
 
Profundidade de penetração: 
A profundidade de penetração é a distância (ou profundidade) a qual a intensidade sônica cai a 
10% de seu valor original e serve para verificar se é possível esperar algum efeito terapêutico a esse 
nível[11]. 
Tabela de Profundidade de Penetração. 
 MEIO 1 MHz 3MHz 
- Tecido ósseo 7 mm ------- 
- Pele 37 mm 12 mm 
- Cartilagem 20 mm 7 mm 
- Tecido tendinoso 21 mm 7 mm 
- Tecido muscular: 
 Feixe perpendicular 30 mm 10 mm 
 Feixe paralelo 82 mm 10 mm 
 - Gordura 165 mm 55 mm 
 - Água 38.330 mm 12.770 mm 
 Fonte: Hoogland, 1986. 
Efeito Piezoeléctrico: 
O ultra som é gerado por um transdutor. O transdutor é um dispositivo que transforma uma 
forma de energia em outra. O transdutor mais comumente utilizado no ultra som transforma energia 
elétrica em energia mecânica. Se uma pressão for aplicada em cristais de quartzo ou em outros 
materiais policristalinos como o titanato zirconato de chumbo ou no titanato de bário se produzem 
mudanças elétricas na superfície externa desse material piezoelétrico. Isto é conhecido como efeito 
piezoelétrico[11]. Um cristal piezoelétrico tem a propriedade de mudar de espessura se uma voltagem 
for aplicada através de sua substância, ou seja, ele irá alternadamente ficar mais espesso e mais 
delgado, em comparação com sua espessura em repouso, emitindo com isso ondas sonoras. Guirro & 
Guirro (1996) afirmam que o PZT varia sua forma na dependência do pulso elétrico ser positivo (altera 
sua espessura) ou negativo (altera seu diâmetro). 
Foi descoberto por Pierri e Jacques Curie, em 1880[4]. 
À medida que a face frontal do transdutor se desloca para trás e para a frente, regiões de 
compressão e rarefação se afastam desta parte, formando uma onda ultra sônica. [12] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8
 
Os cristais de quartzo não são mais utilizados no Brasil. Eles necessitam de uma voltagem alta 
para emitiram ondas sonoras[56] 
 
 
 
 
 
 
 
OBS.1: Atualmente os cristais utilizados nos aparelhos de ultra-som são os cristais cerâmicos, e 
os mais empregados no mundo inteiro são os de PZT (Titanato Zirconato de Chumbo). A liga entre 
chumbo, zircônio e titânio é um excelente sintético pela sua durabilidade e eficiência em converter 
corrente elétrica em vibrações mecânicas, ou seja, os cristais cerâmicos possuem maior estabilidade 
estrutural, maior rendimento acústico, maior resistência à queda (menos sensíveis a choques 
mecânicos), e menor preço. Possuem ainda a capacidade de manter suas propriedades piezoeletricas 
quando, em uso, atingir temperaturas mais altas [11]. 
 Os cristais de quartzo não são mais utilizados no Brasil. Eles necessitam de uma voltagem alta 
para emitiram ondas sonoras[11] 
OBS.2: Os efeitos piezoelétricos no corpo humano são observados especialmente no tecido 
ósseo, nas fibras de colágeno e proteínas corporais. É possível que esses efeitos influenciem nos 
efeitos biológicos do ultra som.[11] 
Cavitação:[3, 4, 12, 16] 
Estável: As bolhas de gás que são formadas nos líquidos orgânicos sofrem ação das ondas 
sonoras, na fase de compressão (são comprimidas e o gás se move de dentro da bolha para o fluido 
circundante) e de tração (aumentam sua área e o gás se move do fluido para dentro da cavidade). 
Instável: Se a intensidade for muito elevada ou o feixe ultra-sônico ficar estacionário vai 
acontecer um um colabamento dessas bolhas e elas vão ganhando energia, e entram em ressonância, 
até que “explodem” (devido ao ganho muito grande de energia) e isso provoca um aquecimento muito 
grande a esse nível. 
Somente a cavitação estável pode ser considerada terapêutica visto que seus efeitos são 
basicamente não térmicos. Ao contrário, a cavitação instável pode promover danos teciduais 
decorrentes das altas temperaturas e pressões geradas em razão da liberação de energia no instante da 
ruptura da bolha de gás. 
OBS.: A cavitação pode ser visualizada ao colocarmos um pouco de água sobre o cabeçote e 
ligarmos o aparelho. 
A ocorrência de cavitação instável pode ser minimizada pela movimentação constante do 
transdutor e a administração de baixas doses. 
Ondas estacionárias 
Ondas estacionárias poderão ocorrer se parte das ondas de ultra-som viajando através do tecido, 
forem refletidas por uma interface entre meios com impedância acústica diferentes. E se as ondas que 
incidem na interface são refletidas se tornam superpostas a tal ponto que seus picos de intensidade se 
somam. [3,12] 
Modelo de cristal 
de PZT utilizado no 
ultra som 
 
 9
Campo próximo / distante[1, 3, 11, 12] 
Pode-se distinguir duas áreas de um feixe ultra sônico: campo próximo (zona de Fresnel) e 
campo distante (zona de Fraunhofer). 
O campo próximo possui uma pequena covergência e caracteriza-se por fenômenos deinterferência no feixe ultra sônico que podem conduzir a picos de intensidade que podem causar lesões 
tissulares, ou seja, o feixe ultra sônico neste campo possui alta taxa de não uniformidade (alta BNR), 
pois existem pontos onde ocorrem alta intensidade e pontos onde ocorrem baixa intensidade, podendo 
prover picos de até 5 a 10 vezes maiores que o valor ajustado no aparelho (às vezes picos 30 vezes 
mais altos). 
O campo distante caracteriza-se por uma baixa taxa de não uniformidade do feixe (baixa BNR), 
ou seja, ocorrem ausência quase total de fenômenos de interferência e o feixe é mais uniforme (possui 
grande divergência). E a intensidade diminui gradualmente ao aumentar a distância do transdutor. 
Para que se possa minimizar o efeitos de picos de intensidade no campo próximo e prover 
segurança no tratamento deve-se movimentar o cabeçote durante a aplicação do ultra som, pois isso 
torna o campo mais homogêneo (mais uniforme). 
Nas aplicações de ultra-som subaquático deve-se evitar o campo distante aproximando o 
cabeçote da superfície a ser tratada, pois como no campo próximo há pontos de alta e baixa 
intensidade, há a facilitação da complacência dos tecidos (células, moléculas, etc), ou seja, os picos de 
intensidade que ocorrem em algumas estruturas orgânicas são repassados para as estruturas vizinhas 
onde a intensidade está menor, com isso haverá um equilíbrio entre as doses de ultra som na região 
sonada. Isto não ocorre no campo distante, pois como não há áreas com pontos de alta e baixa 
intensidade não ocorrerá a distribuição das doses recebidas entre os tecidos (complacência tecidual) 
para que haja um equilíbrio da energia sônica recebida, e com isto poderá haver risco de lesão. 
Quando se usa o ultra som no método direto sobre a pele o efeito de "alta intensidade" do campo 
distante não traz risco de lesão, pois este efeito é minimizado pela atenuação do feixe nas estruturas 
orgânicas à medida que penetra (absorção), Em virtude disto, as ações terapêuticas serão produzidas 
principalmente no campo próximo. 
O comprimento do campo próximo depende do diâmetro do “cabeçote” e do comprimento de 
onda. No ultra som de 1 MHz com um cabeçote usual de 5 cm2, o campo próximo tem uns 10 cm de 
comprimento, e para um cabeçote de 1 cm2 o campo próximo mede uns 2 cm de comprimento. No 
ultra som de 3 Mhz o campo próximo é três vezes maior, já que o comprimento de onda é 
proporcionalmente menor. 
Na teoria, o valor do BNR (coeficiente de não uniformidade do feixe) não pode ser menor que 4, 
isto quer dizer que sempre deve levar-se em conta a possibilidade de picos de intensidade pelo menos 
4 vezes superiores aos valores ajustados. O valor do BNR em cabeçotes bem fabricados situa-se entre 
5 e 6. 
CAMPO DISTANTE 
 10
PROPRIEDADES DO ULTRA-SOM TERAPÊUTICO 
- Os ultra-sons têm a propriedade de prevenir contra toda e possível lesão, em algumas regiões 
do corpo, por meio da dor perióstica (quando há uma cavitação instável na superfície óssea), que se 
manifesta sempre antes de ocorrerem lesões irreversíveis. 
- O som na faixa dos megahertz (MHz) não se desloca através do ar[12]. Portanto, quando um 
indivíduo está sob tratamento, torna-se essencial (para que o procedimento seja eficaz) a inexistência 
de ar entre o transdutor e a pele dele. O método mais comum para evitar este “ar” consiste no uso de 
um meio de “contato”, que é uma fina camada de gel ou óleo aplicada à pele antes do tratamento. O 
requisito principal para que o agente sirva como meio de acoplamento é que ele tenha uma impedância 
acústica similar à da pele (minimiza a reflexão). Para a superfícies do corpo muito irregulares pode-se 
usar água num reservatório, e tanto o membro a ser tratado como o transdutor ficam em baixo d’água. 
- A área de radiação ultra sônica do cabeçote corresponde a área do cristal onde há emissão de 
ondas sonoras, e chama-se ERA (Área Efetiva de Radiação). A ERA é sempre menor que a área 
geométrica do cabeçote. E além disso devemos saber que se houver defeito na colagem do cristal ao 
cabeçote (diafragma) e ocorrerem espaços vazios a radiação emitida será ainda menor. 
- Em virtude do ultra som (com frequência na faixa dos megahertz) não se propagar através do 
ar, ocorre intensa reflexão do som caso não haja nenhuma substância à frente do cabeçote quando o 
aparelho for ligado. E esta reflexão faz com que o som volte para a região do cristal, podendo trazer 
alterações estruturais no equipamento.[12] 
- No implante metálico 90 % de radiação ultra-sônica que chega é refletida e concentra-se nos 
tecidos vizinhos (ondas estacionárias). Pôr não se saber qual a quantidade de energia ultra-sônica que é 
absorvida por estes tecidos, alguns profissionais contra-indicam este procedimento para se 
resguardarem de possíveis acidentes que poderiam causar lesões, mesmo utilizando intensidade dentro 
da faixa terapêutica. O ultra-som não aquece o implante metálico (Andrews e col. 2000). Situação 
semelhante à descrita acima ocorre na superfície óssea, com 30% de reflexão das ondas ultra-sônicas. 
Entretanto, Garavello et al (1997) ao pesquisarem, concluíram que o implante metálico pareceu não 
induzir a temperaturas excessivamente altas, nem a qualquer outro efeito deletério nos tecidos 
circunvizinhos. 
- O ultra-som terapêutico normalmente é construído com freqüência de 1 e/ou 3 MHz. 
Atualmente a indústria de aparelhos de ultra som voltados para tratamentos estéticos fabricam também 
aparelhos com frequência de 5 MHz. 
 * 1MHz - Lesões profundas 
 * 3 MHz e 5 MHz - Lesões superficiais 
OBS.1.: No tocante à profundidade de penetração, há os seguintes relatos de autores: 
1) 1 MHz: 
- Segundo Hoogland (1986) penetra cerca de 3 a 4 cm 
- Gann (1991) e Draper (1996) mencionam uma profundidade de 2,5 cm a 5 cm 
2) 3 MHz: 
- Segundo Hoogland (1986) e Draper (1996) penetra cerca de 1 a 2 cm. 
- Segundo Gann (1991) penetra menos de 2,5 cm 
 
REGIME DE EMISSÃO DE ONDAS SONORAS 
- Segundo o regime de emissão de ondas sonoras, o ultra-som pode ser Contínuo (lesões 
crônicas - grande efeito térmico) ou Pulsado (lesões agudas - considerado atérmico) 
 11
- No regime pulsado há um intermitência na saída das ondas sonoras no cabeçote transdutor. 
- Período de Repetição dos Pulsos: 
Quase todos os aparelhos de ultra som tem uma frequência de repetição dos pulsos (no modo 
pulsado) fixa de 100 Hz. O modo pulsado pode ajustar-se segundo a relação entre a duração do pulso e 
o período de repetição dos pulsos de 1:5, 1:10 e 1:20 [11] 
Quanto menor o tempo de pulso, menor o calor produzido. 
Relação Duração dos pulsos Pausa entre os pulsos 
1:5 (Sub agudo) 2 ms 8 ms* 
1:10 (agudo) 1 ms 9 ms 
1:20 (muito agudo) 0,5 ms 9,5 ms 
Fonte: Hoogland, 1986 
* 20% de US / 80% de pausa (sem US) 
OBS.: 
a) Entre outras coisas, se o calor produzir dor ou a condição for aguda, um ciclo de trabalho 
pulsado deverá ser usado (10% ou 5%), dependendo da agudez. Se for necessário um pequeno efeito 
térmico, utilizar um ciclo de trabalho de 20% ao invés de ultra som em modo contínuo. Um ciclo de 
trabalho de 20% é muito útil quando houver uma grande quantidade de reflexão do osso subcutâneo, 
como em epicondilites. 
b) O ultra som contínuo pode ser necessário quando ambos efeitos térmicos e não térmicos forem 
necessários. O grau dos efeitos térmicos no modo contínuo pode ser determinado pelos controles de 
intensidade do aparelho. 
c) Com uma intensidade de 1,5 W/cm2, são necessários 3 a 4 min. para alcançar um nível 
terapêutico de aquecimento com o ultra som de 3 MHz, e 10 min. para aquecer o tecido, quando for 
ultilizado o ultra som de 1 MHz. (Draper e col., 1993) 
- Um equipamento útil para o controle de qualidade dos ultra-sons é a BALANÇA SEMI-
ANALÍTICA (Balança Acústica)[4, 15], onde o transdutor (cabeçote) é seguro acima de um alvo de 
absorção deultra-som ligado à extremidade de um “braço” de balança imersa em água. A deflexão da 
balança, devido à pressão acústica, dá uma indicação da produção de força acústica pelo transdutor, e 
serve para manutenção da energia ultra-sônica irradiada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- A redução das doses na utilização do ultra som pulsado, e consequentemente o pouco calor 
gerado, permite aumentar a intensidade na superfície corporal e portanto o efeito do tratamento de 
estruturas tissulares mais profundas[11]. 
Cone metálico 
Suporte 
Cabeçote 
0.000 
H2O 
 12
EFEITOS FISIOLÓGICOS 
1) Efeito mecânico [3, 11, 16] 
Chamado de micromassagem celular, e é responsável por todos os efeitos da terapia ultra sônica. 
Esses efeitos são obtidos tanto no modo contínuo quanto pulsado, e dependendo da intensidade usada 
para tratamento, esses efeitos podem ter um influência favorável ou não sobre os tecidos. 
A micromassagem dos tecidos se deve às oscilações provocadas pelo feixe ultra-sônico que os 
atravessa. A movimentação dos tecidos aumenta a circulação de fluidos intra e extracelulares, 
facilitando a retirada de catabólitos e a oferta de nutrientes. 
2) Aumento da permeabilidade da membrana[3, 4, 11, 12, 16] 
Alteração no potencial de membrana e aceleração dos processos osmóticos (difusão), e 
conseqüente aumento do metabolismo. Ocorre não só pelo efeito de aquecimento como também pelo 
efeito não térmico do US. Este efeito é a base para fonoforese. 
3) Efeito térmicos[1, 3, 11, 12, 16] 
Tem por base o efeito Joule. É causado pela absorção das ondas ultra-sônicas à medida que 
penetram nas estruturas tratadas. A quantidade de calor gerado depende de alguns fatores como por 
exemplo, o regime de emissão (modo contínuo produz maior calor que o pulsado), a intensidade, a 
frequência e a duração do tratamento. 
4) Vasodilatação[1, 2, 4, 11, 16] 
É considerado como como um fenômeno protetor destinado a manter a temperatura corporal 
dentro de limites fisiológicos. Justifica-se, entre outras, por algumas teorias: Há a liberação de 
substâncias vasoativas como a Histamina; há inibição do simpático dos vasos, diminuindo sua 
resistência tênsil; há aumento do metabolismo e consequentemente aumento do consumo de O2, 
aumentando com isso a presença de CO2, provocando a vasodilatação. 
5) Aumento do fluxo sangüíneo[3, 11] 
Em virtude da vasodilatação; e podendo ocorrer através da estimulação reflexa segmentar com 
ação na região paravertebral. Andrews e col. (2000) afirmam que o fluxo sanguíneo continua elevado 
por 45 a 60 minutos após a aplicação do US. 
6) Aumento do metabolismo[1, 2, 3, 12] 
Se dá pela Lei de Van’t Hoff, que relaciona o aumento de temperatura com a taxa metabólica, 
mencionando que para cada aumento de 1° C na temperatura corpórea deve ocorrer um aumento de 10 
% na taxa metabólica. Young (1998) cita que este aumento seria de 13% da taxa metabólica. 
7) Ação tixotrópica[3, 5, 11] 
Propriedade que o ultra som tem de "amolecer" ou "liquefazer" estruturas com maior 
consistência física (transforma colóides em estado sólido em estado gel). 
8) Ação reflexa[4, 11] 
Ação à distância do ultra som. 
9) Liberação de substâncias ativas farmacológicas[1, 11, 12] 
Principalmente a histamina (através da desgranulação dos mastócitos, por exemplo) 
10) Efeito sobre nervos periféricos[3, 11] 
 13
O ultra som contínuo afeta a velocidade de condução nervosa (tanto aumentando como 
diminuindo). 
Provoca despolarização das fibras nervosas aferentes, com baixa intensidade; com alta 
intensidade pode-se obter um bloqueio da condução. 
Kramer (1985) afirma que o aquecimento dos tecidos é responsável pelo aumento temporário na 
velocidade de condução nervosa observado nos nervos periféricos sonados. 
11) Elevação dos níveis intracelulares de cálcio[4, 12, 30] 
12) Aumento das atividades dos fibroblastos[12, 30] 
13) Aumento da síntese de colágeno[4, 12, 30] 
14) Aumento da síntese de proteína [4, 12, 30] 
Aumento da permeabilidade lisossômica 
15) Estimulação da angiogênese[12] 
Facilita a formação de novos vasos, atuando na facilitação da cicatrização 
16) Aumenta as propriedades viscoelásticas dos tecidos conjuntivos e ricos em colágeno[3, 4] 
Aumenta a extensibilidade, facilitando o alongamento 
17) Aumenta a atividade enzimática das células[12] 
 
EFEITOS TERAPÊUTICOS 
1) Anti-inflamatório[3, 4, 12, 18] 
Segundo Gonçalves & Parizotto (1998) a utilização do ultra som na terapia de reparação cutânea 
tem ação importante sobre as diversas fases do processo inflamatório. Sua ação na fase inflamatória 
inicial da reparação é uma aceleração do processo, aumentando a liberação de fatores de crescimento 
pela desgranulação dos mastócitos, plaquetas e macrófagos. O ultra som atuaria como um acelerador 
do processo inflamatório, portanto não como anti-inflamatório. Afirmam ainda que o que se pode 
definir como efeitos já confirmados do ultra-som sobre o processo inflamatório e a reparação tecidual 
é a possibilidade de potencializar ou inibir a atividade inflamatória dependendo da geração de radicais 
livres nos tecidos. Ou por ação direta ou por meio da circulação sanguínea, existe mediação do ultra 
som sobre a inflamação, alterações na migração e função leucocitárias, aumento na angiogênese, na 
síntese e maturação de colágeno e também na formação do tecido cicatricial. 
 O ultra som estimula a liberação de grânulos pelos mastócitos, e são estes grânulos que contêm 
os agentes quimiotáxicos. A desgranulação dos mastócitos pode ser iniciada pelo aumento intracelular 
de íons cálcio. Perturbações da membrana celular, induzidas pelo ultra som, podem aumentar o influxo 
de cálcio nos mastócitos. Os monócitos apresentam uma atividade fagocitária, mas a sua principal 
função parece ser a liberação de substâncias quimiotáxicas e de fatores de crescimento, que são 
essenciais para a formação do tecido de reparação. 
Há um consenso no sentido de que o ultra som pode acelerar a resposta inflamatória, 
promovendo a liberação de histamina, macrófagos, monócitos, além de incrementar a síntese de 
fibroblastos e colágeno. 
Na fase inflamatória do reparo tecidual há interação com vários tipos de células (plaquetas, 
mastócitos, macrófagos, neutrófilos) que entram e saem do local lesionado, levando à aceleração do 
reparo. 
 14
Como consequência do aumento da circulação sanguínea há um fator de aumento da ação de 
defesa (elementos fagocitários do sangue) 
2) Analgésico[3, 11] 
Justifica-se por alguns fatores: aumento do limiar de dor com ação nos nervos periféricos; 
eliminação de substâncias mediadoras da dor como consequência do aumento da circulação tissular; 
normalização do tônus muscular; bloqueio da condução nervosa, etc 
3) Fibrinolítico / Destrutivo[11] 
Tem por base a ação tixotrópica do ultra som 
4) Regeneração tissular e reparação dos tecidos moles[1, 4, 11, 12, 18] 
Fase inflamatória: O ultra som pode acelerar a resposta inflamatória, promovendo a liberação de 
histamina, macrófagos, monócitos, além de incrementar a síntese de fibroblastos e colágeno. 
Fase proliferativa do reparo: Potencialização da motilidade e proliferação dos fibroblastos, 
indiretamente através da estimulação ultra sônica dos macrófagos; incremento da velocidade 
angiogênica; aumento da secreção de proteína e colágeno (US pulsátil); estimulação da "contração" da 
ferida, diminuindo significativamente com isso a o tamanho da cicatriz (US pulsátil) 
Fase de remodelagem do reparo: O US aumenta a resistência tênsil e a quantidade de colágeno 
(o colágeno tipo III é substituído por colágeno tipo I, em resposta ao estresse mecânico promovido 
pelo US). Este aumento pode ser maior se o ultra som for usado anteriormente na fase inflamatória e 
na fase proliferativa da lesão. O US pulsátil deve ser o utilizado. 
 Hoogland (1986) indica ultra som no modo pulsado (1:5) com freqüência 3 MHz, com 
intensidade abaixo de 0,5 W/cm2. Estimula a produção de fibroblastos, produçãode colágeno para o 
meio extracelular e organização da matriz de tecido conjuntivo, e as células endoteliais estimulam a 
angiogênese. 
5) Reflexo[4, 11] 
Tratamento segmentar. Estimulando-se uma região distante da área alvo em tratamento, como 
por exemplo em casos de lombociatalgia atuando-se somente na região lombar 
6) Relaxamento muscular[3, 11] 
Ação do US pulsado é maior sobre as terminações nervosas envolvidas no processo de contratura 
ou tensão muscular; e a eliminação de substâncias químicas estimulantes musculares, como 
consequência do aumento da circulação tissular, diminui o tônus reflexo 
Segundo Hoogland (1986), com uma frequência de 3 MHz (com ultra som pulsátil) os efeitos de 
relaxamento muscular serão maiores. 
 7) Regeneração óssea[3, 9, 11, 12] 
 Algumas pesquisas mostraram que o ultra-som pode produzir um efeito piezoeléctrico no osso 
(na molécula de colágeno) que, por sua vez, pode produzir osteogênese; outras mostraram melhora 
significativa no retardo de consolidação de fratura. 
A fase proliferativa do reparo é subdividida na formação do calo mole e do calo duro. 
 
 
DOSIMETRIA 
A dosimetria é o produto da intensidade do estímulo pela duração do tratamento. 
 15
Devemos tomar por base a tabela de redução de 50% da potência para que possamos calcular a 
dose eficaz de ultra som que atingirá a estrutura a ser tratada. 
 
Intensidade[11]: 
Para a determinação da intensidade correta, em cada caso, devemos tem em mente a dose ideal 
que deverá chegar no lugar dos tecidos afetados, levando-se em consideração a atenuação das ondas 
sonoras nos tecidos superficiais à área da lesão (pele, tecido subcutâneo, gordura, músculos, etc) 
Em qualquer caso, o paciente não pode sentir sensações desagradáveis ou dolorosas. È permitida 
uma leve excitação. Se por consequência do tratamento aparecer dor de cabeça, desmaios, fadiga e/ou 
outras reações do Sistema Nervoso Autônomo a terapia posterior deve ser administrada numa 
intensidade mais baixa. 
Quando se usam ultra som pulsado ou contínuo com alta intensidade pode sentir-se uma reação 
de calor. Só é permitida uma leve sensação de calor. 
- TABELA DE REDUÇÃO DE 50% DA POTÊNCIA (D/2) 
 1 MHz 3 MHz 
- Osso 2,1 mm ........ 
- Pele 11,1 mm 4,0 mm 
- Cartilagem 6,0 mm 2,0 mm 
- Ar 2,5 mm 0,8 mm 
- Tendão 6,2 mm 2,0 mm 
- Músculo 9,0 mm 3,0 mm (Tec. Perpendic.) 
 24,6 mm 8,0 mm (Tec. Paralelo) (labor.) 
- Gordura 50,0 mm 16,5 mm 
- Água 11500,0 mm 3833,3 mm 
_______________________________________________________________ 
Fonte: Hoogland, 1986 
 
 
- EXEMPLOS DE TRATAMENTO: 
- Exemplo 1: Se um feixe ultra-sônico de 1 w/cm2 passar por 50 mm (5 cm) de gordura sua 
intensidade cai na metade, ou seja, cai para 0,5 w/cm2 (de acordo com a tabela acima). 
- Exemplo 2: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs.: Ao passar por 20 mm de gordura a intensidade cairá de 2 w/cm2 para 1,6 w/cm2 (atenuação 
de 20% = 0,4 w/cm2); ao passar por 9 mm de músculo sua intensidade cairá de 1,6 w/cm2 para 0,8 
w/cm2 (atenuação de 50% = 0,8 w/cm2); ao passar por 3 mm de tendão sua intensidade cairá de 0,8 
w/cm2 para 0,6 w/cm2 (atenuação de 25% = 0,2 w/cm2). Neste exemplo estaria chegando na bursa, 0,6 
Ultra som - 2 Wcm2 
Gordura (20 mm) 
Músculo (9 mm) 
Tendão (3 mm) 
 Bursa 
 16
w/cm2 de dose de US, após acontecerem as atenuações nos tecidos localizados a cima da área 
lesionada. 
-Exemplo 3: 
Qual seria a freqüência ideal do ultra som para realizarmos tratamento de tecido cicatricial, em 
região lateral de quadril, após cirurgia de artroplastia total de quadril? 
Obs.: A freqüência ideal é de 3 MHz, se levarmos em consideração que há intensa absorção na 
pele e nas camadas superficiais até uma profundidade mínima de 1 cm de tecido muscular. E a 
vantagem está em não se atingir nem a prótese e nem o cimento, considerando-se que a intensidade 
nestes locais será desprezível, utilizando-se 3 MHz. 
 
- Os aspectos terapêuticos relacionados a ação do ultra som de 3 MHz na estética têm por base a 
barreira imposta pela pele, à penetração das ondas sonoras. Pois como as afecções relacionadas à 
estética são praticamente superficiais, a transposição das ondas sonoras através da pele torna-se 
relevante. Guirro & Guirro (1996) relatam que a estrutura da pele pode ter cerca de 0,5 a 4 mm de 
espessura. E suas sub-áreas anatômicas como a epiderme e a derme têm cerca de 0,12 mm e 2 mm de 
espessura, respectivamente. Portanto, levando-se em conta a tabela de redução de 50 % da potência do 
US[11], as ondas sonoras do US de 3 MHz atenuariam cerca de 26,5%, após terem passado na epiderme 
e derme. 
 
TEMPO DE APLICAÇÃO TERAPÊUTICA 
- A duração do tratamento depende do tamanho da área corporal. O tempo máximo de aplicação 
que deve ser realizado com o ultra som, deve ser de 15 minutos por área de tratamento, e este tempo se 
refere a uma área tratada de 75 – 
100 cm2, que é considerda uma superfície máxima que se pode tratar razoavelmente, e deve estar 
relacionada (para efeito de estipulação do tempo de tratamento) com o tamanho da ERA[11]. Caso uma 
determinada área tenha seu tempo de aplicação calculado para mais de 15 minutos deve-se dividir esta 
área em quadrantes e realizar mais de uma aplicação. 
- Hoogland (1986) orienta que na prática clínica o tempo de aplicação do ultra-som pode ser 
calculado da seguinte maneira: pega-se a área a ser tratada e divide-se pela ERA do ultra-som. Ex: 
Numa região que tenha as medidas de 10 cm de comprimento por 4 cm de largura, e realiza-se uma 
aplicação com um cabeçote de 5 cm2 de ERA, o tempo de aplicação deverá ser calculado da seguinte 
forma: Área ÷ Era = 40/5 = 8 min. de aplicação 
- As áreas menores que o cabeçote se tratam, em geral, por poucos minutos (3 a 5 min) usando o 
método semiestático. 
Obs.1: No tocante à utilização prática do tempo de aplicação calculado, deve-se levar em conta 
também algumas peculiaridades relacionadas à patologia como a fase da doença (aguda/crônica), 
profundidade da lesão, características físicas (mais ou menos efeito tixotropo), etc. Por isso, em alguns 
casos, podemos adotar um tempo máximo terapêutico em 40% a 60% do tempo calculado 
inicialmente, ou quem sabe até adotarmos em tempo maior que este. 
 
UTILIZAÇÃO PRÁTICA 
- É imprescindível que promovamos um perfeito acoplamento entre o cabeçote e a pele do 
paciente, utilizando uma substância que apresente uma impedância acústica próxima à do tecido 
humano, do contrário irá persistir uma delgada lâmina de ar, imperceptível ao olho desarmado, entre o 
cabeçote e a pele, formando uma interface que irá refletir, quase que totalmente, o feixe ultra-sônico, 
ou seja, o objetivo do acoplamento é substituir alguma quantidade de ar existente entre o transdutor e a 
 17
parte que está sendo tratada, com um material cuja impedância acústica está entre a do metal do 
transdutor e a da superfície da pele.[5, 4, 11]. 
- Segundo Guirro & Guirro (1996), as formulações em gel apresentam uma porcentagem de 
transmissão maior do que na forma de creme ou unguento. Andrews e col. (2000) relatam que os 
agentes acopladores utilizados comumente são os geis preparados comercialmente, a água e o óleo 
mineral, mas que os géis são mais eficientes na transmissão das ondas sonoras e na elevação da 
temperatura tecidual até níveis terapêuticos. 
- Segundo Casarotto (2000), a água e o gel apresentam os menores coeficientes de reflexão e 
atenuação, os maiores coeficientes de transmissão e uma impedância acústica mais próxima da pele, 
gerando uma reflexão menor nesta interface. 
- Segundo Hoogland(1986), a intensidade máxima que pode ajustar-se para o ultra som 
contínuo é de 3 W/cm2. Para o ultra som pulsátil, a intensidade (máxima) pode elevar-se a 5 W/cm2 em 
alguns equipamentos[11]. Entretanto, na prática clínica recomenda-se que o ultra-som contínuo deva ser 
usado até 2 w/cm2 pois senão ocorrerá lesão de estruturas superficiais. E o ultra som pulsado 
recomenda-se usar até 3 W/cm2 . Entretanto atualmente os fabricantes têm construídos seus aparelhos 
com intensidades que vão somente até 2 W/cm2[4]. 
- O ultra-som pulsado consegue atingir estruturas mais profundas porque a potência máxima 
utilizada é maior que no ultra-som contínuo; e pode ser usado na inflamação aguda pois é considerado 
“atérmico”[11]. 
- Antes de ser utilizado o ultra-som, torna-se necessário submeter o aparelho a um teste para 
verificar se ele realmente está gerando a energia necessária para a terapêutica. É clássico, neste caso, a 
Prova da Névoa, que consiste na colocação de algumas gotas de algum líquido (água, álcool, soro 
fisiológico, etc.) sobre a superfície do cabeçote e, após ajustarmos o controle de potência (1 watt/cm2 
em equipamentos novos, ou mais, em equipamentos mais antigos), deve haver a formação de uma 
“névoa” fina sobre a superfície do cabeçote (a água não ferve, há uma super agitação das moléculas) 
(pode não haver formação de névoa em aparelhos velhos ou que tenham fraca saída de ondas ultra-
sônicas no cabeçote). 
- O uso do redutor “facilitaria” o tratamento em áreas de difícil acesso ou irregulares 
(extremidades). Mas está totalmente desacreditado pela maioria dos profissionais, e caiu em desuso, 
pelo fato de existir a possibilidade de ficar uma bolha de ar entre o cabeçote e o redutor, que reduziria 
muito a eficácia da terapêutica, além de não retransmitir toda a energia ultra sônica que sai do 
cabeçote. Atualmente tem-se utilizado cabeçotes construídos com a “forma reduzida”, do tipo 
convergente, que possuem também a redução do tamanho da ERA 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
- Nas aplicações que utilizam água (subaquática, bolsa d’água), deve-se ter a preocupação de 
utilizar água fervida para que ela perca os gases que nela estão dissolvidos (desgaseificada), pois a 
formação de bolhas na superfície do cabeçote constituir-se-á em uma interface que refletirá, quase que 
totalmente o feixe ultra-sônico. E uma vez fervida, deve-se evitar agitar a água para que ela não 
absorva novamente os gases[11] 
 
 18
- Na técnica subaquática o cabeçote do ultra-som pode ser submergido na água sem problemas, 
pois os aparelhos nacionais que se conhecem são blindados e indicados para utilização subaquática 
(entretanto deve-se verificar as especificações técnicas do aparelho através do manual). 
 
- Hoogland (1986) menciona uma guia de intensidade para o ultra som contínuo: 
 * 0,3 w/cm2 - intensidade baixa 
 * 0,3 - 1,2 w/cm2 - intensidade média 
 * 1,2 - 3 w/cm2 - intensidade alta 
- No caso do ultra som pulsado deve considerar-se um valor médio. Por exemplo, o ultra som 
pulsátil de 1 w/cm2 na relação 1:5 equivale ao ultra som contínuo de 0,2 w/cm2[11] . 
 
 
AS TÉCNICAS DE APLICAÇÃO MAIS UTILIZADAS SÃO: 
a) CONTATO DIRETO[1, 3, 4, 7, 10, 11, 12] 
- A substância de acoplamento deve ter uma impedância acústica próxima à da pele. 
Normalmente é utilizado gel industrializado (mais eficaz), podendo-se utilizar também pomada de 
petróleo, óleo mineral, etc. 
- Para assegurar o tratamento mais uniforme possível de uma área, é necessário manter o 
cabeçote de tratamento em movimento contínuo e uniforme. Desta forma haverá uma mudança 
contínua da posição das “variações de intensidade”. Este movimento também é necessário para evitar 
mudanças na circulação sanguínea, pois o ultra som pode causar estase das células sanguíneas nos 
vasos paralelos ao feixe ultra sônico. 
 - Com o cabeçote em contato com a pele, a técnica de contato direto pode ser realizada de duas 
formas: 
1) Dinâmica - onde o cabeçote é deslizado sobre a região a ser tratada com movimentos que 
podem ser circulares, longitudinais ou transversais, curtos, de poucos centímetros, que se superpõem 
para assegurar o tratamento uniforme da área. Hoogland (1986) afirma que os movimentos devem ser 
realizados de forma homogênea e com ritmo muito lento. Salgado (1999) diz que os movimentos 
devem ser lentos e uniformes. Winter (2001) menciona que deve-se exercer movimentos circulares 
muito lentos (em câmera lenta). Michlovitz (1996) relata que muitos profissionais tendem a mover o 
transdutor muito rapidamente, podendo assim diminuir a quantia de energia absorvida pelo tecido, e 
que o propósito do movimento é distribuir a energia tão uniformemente quanto possível ao longo do 
tecido, passando longitudinalmente ou sobrepondo movimentos circulares. Kramer (1984) propõe que 
o transdutor deve ser movido lentamente, com uma velocidade de aproximadamente 4 cm/seg. Na 
prática clínica, a velocidade de movimentação do cabeçote corresponde a aproximadamente 1 m a 
0,85 m por minuto. 
- É realizada quando a superfície a ser 
tratada é razoavelmente plana, sem muitas 
irregularidades, permitindo um perfeito 
contato de toda a área do transdutor com a 
pele. 
- Nesta técnica o cabeçote fica em contato 
direto com a pele do paciente, entretanto se 
faz necessário a utilização de uma 
substância de acoplamento visando 
minimizar os efeitos da reflexão. 
 19
2) Semiestacionária - onde o cabeçote realiza movimentos de mínima amplitude (movimento 
menor que os da técnica dinâmica) sobre a região a ser tratada. Normalmente é utilizado para regiões 
pequenas (tendinites, lesões ligamentares, etc). 
Obs: Michlovitz (1996) desaconselha a técnica Estática (em que o cabeçote fica parado) 
tomando-se por base a Zona de Fresnel (Campo próximo). Nesta zona o ultra-som não é correto, as 
ondas sonoras se comportam de maneira desorganizada. Ocorrem picos de intensidade que podem 
aumentar muito a dose que se colocou no potenciômetro, ("pontos quentes") podendo causar lesões 
tissulares. Por isso deve-se mexer o cabeçote, fazendo com que haja uma homogeneização na área a 
tratar (uniformidade da Zona de Fresnel).Oakley (1978), menciona a possibilidade da formação de um 
coágulo sanguíneo, na utilização da técnica estacionária. 
b) SUBAQUÁTICA [4, 10, 11, 12] 
 
- Esta é a aplicação mais perfeita por suas propriedades ideais de acoplamento (a água permite 
perfeito acoplamento, mas é pouco utilizada pela incomodidade e perca de tempo). 
- Utiliza-se um recipiente (plástico ou vidro) de tamanho suficiente para conter a água e o 
segmento a ser tratado. 
- Normalmente os cabeçotes são blindados para a aplicação subaquática. 
- De preferência deve-se ferver a água antes, visto que de outra forma o ar presente poderá 
depositar-se em forma de bolhas sobre a superfície transdutora e da área a ser tratada. Como o ar é um 
péssimo meio de propagação de energia ultra-sônica, deve-se sempre eliminar bolhas de ar residuais. 
- Não há necessidade, nem é importante que o cabeçote toque a pele do paciente, podendo ficar a 
1 ou 1,5 cm de distância 
- Caso haja necessidade da mão do operador ser submersa na água durante o tratamento, poder-
se-á calçar uma luva cirúrgica de borracha. Esta medida previne o fisioterapeuta de absorver reflexões 
do ultra som dentro da água (o ar retido pela luva forma uma boa camada reflexiva entre a luva e a 
pele do fisioterapeuta) e também reduz a possibilidade de uma infecção cruzada, no caso de feridas 
abertas. 
- De preferência deve-se ferver a água antes, visto que de outra forma o ar presente poderá 
depositar-se em forma de bolhas sobre a superfície transdutora e da área a ser tratada. Como o ar é um 
péssimo meio de propagação de energia ultra-sônica, deve-se sempre eliminar bolhas de ar residuais[47, 
56]. 
 
 
 
- Esta aplicação é indicada para 
regiões de superfícies irregulares 
(pequenas articulações, proeminências 
ósseas, etc), ou quando o pacienterefere dor à pressão do cabeçote 
(contusão, etc). 
 
 20
c) BOLSA DE ÁGUA[4, 11] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Nesta técnica é utilizado uma bolsa plástica ou de borracha (luva) cheia de água fervida, que é 
colocada sobre a região a ser tratada, e onde é passado o cabeçote do ultra-som. 
 
- Deve-se utilizar uma substância de acoplamento entre a pele e a bolsa, e entre a bolsa e o 
cabeçote. 
- Alguns profissionais contra-indicam esta técnica porque as interfaces formadas por substância 
de acoplamento - plástico - água - plastico - substância de acoplamento - pele prejudicariam a 
propagação do feixe ultra-sônico (como se quiséssemos introduzir profundamente no corpo). Esta 
técnica produz intensa atenuação. 
d) FONOFORESE[1, 4, 10, 11, 12, 16, 30] 
- Esta técnica consiste no método direto, utilizando um medicamento em forma de gel como 
meio de acoplamento, ou seja, é a “introdução” de substâncias medicamentosas no corpo humano 
mediante a energia ultra sônica. O pulso CONTÍNUO é o mais indicado para o tratamento de celulite. 
Formas de utilização: 
1) Aplica-se o ultra-som com o gel medicamentoso/cosmético como substancia de acoplamento. 
À medida que o gel terapêutico for absorvido e tanto o acoplamento como o deslizamento do cabeçote 
ficarem prejudicados, deve-se adicionar mais gel terapêutico ou gel comum (a base de água). Deve-se 
evitar de mistuar o gel comum com o gel terapêutico antes de iniciar a aplicação do ultra-som. 
2) Massageia-se o gel terapêutico na pele até sua absorção parcial ou “completa”. Em seguida, 
aplica-se o ultra-som com gel comum. 
3) Aplica-se o ultra-som com gel comum. Limpa-se a região tratada para retirada dos resquícios 
de gel comum e massageia-se o gel terapêutico até sua absorção “total”. 
- Existem várias vantagens na utilização dessa modalidade de tratamento, entre elas a ação 
localizada da droga, com consequente ausência de efeitos colaterais decorrente de ações sistêmicas, 
caso a droga não tenha este tipo de ação. Outra vantagem é a somatória dos efeitos inerentes ao ultra 
som associados aos efeitos da droga. Esta técnica apresenta ainda a vantagem de que o medicamento a 
ser introduzido não necessita ter carga elétrica, isto é, ser polarizado (Guirro & Guirro, 2002). 
- Há uma potencialização dos efeitos do ultra-som pelo medicamento utilizado (vice-versa), que 
é absorvido pela pele (autores afirmam que a fonoforese seria efetivamente potencializada pelo 
aumento da permeabilidade da membrana celular). 
- Esta técnica é utilizada onde há 
superfícies irregulares e onde 
normalmente há a ausência do 
recipiente para o US subaquático, ou há 
a impossibilidade de se introduzir o 
segmento corpóreo tratado num 
recipiente adequado (tronco, axila, 
ombro, articulações, etc). 
 
 
 21
- Guirro & Guirro (2002), afirmam que as drogas em forma de gel apresentam-se como o tipo 
de formulação mais apropriado para esta terapia. E somente alguns produtos com boas características 
de transmissão ultra sônica possuem condições físicas ótimas necessárias para a fonoforese, sendo que 
as preparações tópicas com baixo índice de transmissão podem diminuir a efetividade da terapia ultra 
sônica. 
- Outro ponto a ressaltar é a frequência do ultra som utilizado. Pois os que apresentaram, em 
todas as formulações, um maior índice de transmissão foram os que utilizaram frequências maiores. 
- Andrews e col. (2000), relatam que em estudos com animais foram registradas penetrações de 
medicamento com fonoforese detectada nos tecidos a profundidades de 5 a 6 cm. 
- Cameron e Monroe (1992) investigaram a transmissibilidade de várias substâncias de 
acoplamento para a fonoforese, e relataram uma transmissibilidade zero da energia ultra sônica, 
utilizando um preparado de hicrocortisona a 10% através de uma camada de 5 mm de espessura do 
meio de acoplamento. 
 - Bare e col. (1996) investigaram um preparado usado na fonoforese de hidrocortisona a 10% 
com uma base gel, e não verificaram nenhuma elevação nas concentrações séricas de cortisol após a 
fonoforese. 
A taxa de transmissão de qualquer agente usado na fonoforese deve ser determinada, antes de ser 
usado, pois ela deve ser maior que 80% da taxa de transmissão em relação à água. (Michlovitz, 1996) 
A utilização da onda ultra sônica para a penetração de drogas através da pele pressupõe a 
utilização do pulso contínuo[30]. 
Segundo Guirro & Guirro (2002) na área dermatológica a fonoforese é utilizada principalmente 
com enzimas de difusão. Neste caso a dose deve ser cuidadosamente selecionada uma vez que as 
enzimas se desnaturam em temperaturas acima do limite suportável. 
Entretanto, Tirrel & Middleman (1978), relataram que existem evidências de que o ultra som 
possa alterar a conformação tridimensional das enzimas, podendo então inativá-las. 
Stefanovic et al (1959 e 1960), relataram que soluções enzimáticas são inativadas por ultra-sons 
na frequência de 3 MHz, com intensidades entre 1 e 3 W/cm2. Diante desses fatos, Guirro & Guirro 
(2002) relataram que deve-se evitar a utilização de enzimas em géis aditivados para fonoforese, pelo 
risco de ineficiência terapêutica. Deve-se optar pela iontoforese no caso de tratamento à base de 
enzimas de difusão. 
e) REFLEXO SEGMENTAR [4, 11] 
- Na utilização do ultra som nas diversas situações patológicas podemos sonar diretamente as 
áreas em tratamento (efeito direto), ou sonar outros lugares que tenham uma relação segmentária com 
a área alvo que se queira tratar (efeito indireto). Esta aplicação também é conhecida como Tratamento 
Segmentar e está relacionada com a maioria das aplicações paravertebrais, ou seja, utiliza-se a mesma 
técnica do método direto, porém estimulando-se áreas as raízes nervosas paravertebrais, de acordo com 
o segmento que queremos estimular, Ex.: Parestesias em MMSS/MMII; ciatalgia; estimulação de 
órgãos; estimular pontos trigger nas costelas para úlceras gástricas/intestinais; etc. 
- É possível aumentar a temperatura da pele da mão, através do incremento da circulação 
irradiando o gânglio estrelado. Efeito similar pode ser obtido no pé se a região inguinal for estimulada, 
pois o US atua através no controle nervoso da circulação nesta área. 
- Alguns autores recomendam a combinação de aplicação local e paravertebral em todos os 
casos. 
 
 
 
 22
INDICAÇÕES 
- O início da terapia ultra-sônica para o traumatismo agudo deve-se iniciar somente após 24 a 36 
horas, pois o tratamento direto (local) mediante energia ultra-sônica poderá danificar os vasos 
sangüíneos em recuperação [11] 
- O importante para o fisioterapeuta é conhecer o comportamento físico e fisiológico do ultra-
som para a prescrição correta nas diversas patologias. As indicações mais comuns são: 
1) Processos fibróticos e processos calcificados [20] 
Através do efeito tixotropo. No esporão de calcâneo, por exemplo, o que se desgasta é a ponta do 
esporão, formada por tecido cartilaginoso inflamado, pois o que calcificou não se dissolve mais. Num 
processo de calcificação em músculos e tendões, o ultra-som aumenta a vascularização na área para 
que haja aumento da absorção (utiliza-se ultra-som contínuo). Esses efeitos são maiores no músculo, 
pois o tendão tem menor vascularização. 
Andrews e col. (2000) mencionam o aumento do fluxo sanguíneo como útil na resolução dos 
depósitos de cálcio nas bursas e bainhas tendinosas. 
2) Transtornos circulatórios (edema, efermidade de Raynaud, etc)[4, 11] 
Hoogland (1986) afirma que o tratamento local tem pouca melhora, sendo preferível o 
tratamento segmentar. Neste caso, os pontos de aplicação são especialmente os pontos trigger nos 
músculos. 
Guirro & Guirro (1996) afirmam que uma área isquêmica tratada com ultra som pode ter 
restabelecida a circulação sanguínea através da formação de novos capilares. 
3) Tecidos em cicatrização (cicatrizes cirúrgicas e traumáticas) / Feridas abertas / úlceras de 
decúbito)[3, 4, 11, 12, 16] 
 Melhora tanto a velocidade decicatrização como a qualidade da cicatriz. A intensidade depende 
da profundidade da cicatriz. Para as cicatrizes de feridas que não tenham "fechado", a esterilidade do 
meio de contado constitui um requisito absoluto. A possibilidade de infecção cruzada, desde o 
cabeçote de tratamento, pode ocasionar problemas em tais casos. Normalmente utiliza-se ultra som 
pulsado, na frequência de 3 MHz, com 0,5 w/cm2, para feridas / úlceras abertas. 
4) Celulite[4] 
* DEFINIÇÃO: 
É a gelificação da substância fundamental amorfa, decorrente de alterações endócrino, 
metabólicas e circulatórias, que leva a fibrose com consequente compressão de artérias e nervos, 
isquemia e bloqueio de funções. 
Trata-se de um tecido pouco oxigenado, subnutrido, desorganizado e sem elasticidade, resultante 
de um mal funcionamento do sistema circulatório e das consecutivas transformações do tecido 
conjuntivo. 
Chamada também de Fibro edema geloide; Lipodistrofia ginoide. 
 
* HISTOLOGIA 
Primeira fase: 
- Caracteriza-se por hipertrofia das células adiposas, por acúmulo de lipídios, com deslocamento 
do núcleo celular para a periferia. 
- Ocorre dificuldade na drenagem do liquido intercelular provocando inundação, a área fica 
congestionada. A persistência desta congestão comprime os vasos, que dilatam-se para suprir a 
deficiência do fluxo de sangue. 
 23
- A dilatação e distensão da rede venosa aumentam sua permeabilidade provocando 
extravasamento de líquido seroso no tecido conjuntivo aumentando a pressão, a congestão e os 
fenômenos de bloqueio (círculo vicioso) 
 
Segunda fase: 
- O líquido lançado no tecido conjuntivo desempenham papel de corpo estranho neste tecido, 
provocando reações químicas, e tentativas de defesa contra esses elementos anormais. 
 - Ocorre o espessamento dos septos interlobulares, proliferação das fibras colágenas, que 
espessa-se e adquire uma consistência gelatinosa 
 
 
Terceira fase: 
- A densificação do meio conjuntivo irrita as fibras do tecido, dissocia-as em fibrilas, 
provocando sua rápida mutilação. 
- Origina-se um verdadeiro tecido fibroso, envolvendo e comprimindo todos os elementos do 
tecido conjuntivo, artérias, veias e nervos, formando uma verdadeira barreira a todas trocas vitais (fase 
considerada irrerversível). 
 
Quarta fase: 
- Nota-se o espessamento do tecido conjuntivo interadipocitário. O tecido fibroso torna-se 
esclerosado, isto é, um tecido muito duro, firme, estanque, aprisionando nas suas malhas os produtos 
nutritivos, residuais, a água e os lipídios. 
- Nesta fase as lipases não conseguem chegar até os adipócitos. 
- O endurecimento tecidual produz-se uma irritação contínua nas terminações nervosas, 
resultando em dores a palpação. 
 
* ETIOPATOGENIA: 
Fatores predisponentes: Genéticos, idade, sexo, e desequilíbrio hormonal. 
Fatores determinantes: Estresse, fumo, sedentarismo, desequilíbrios glandulares, pertubações 
metabólicas do organismo em geral (diabetes), maus hábitos alimentares, disfunção hepática. 
 
* ESTÁGIOS DA CELULITE: 
Grau 1: 
É aquela que é percebida somente através da compressão do tecido entre os dedos ou da 
contração muscular voluntária. Assim sendo, a celulite ainda não é visível somente a inspeção, e não 
há alteração da sensibilidade a dor. 
Grau 2: 
As depressões são visíveis mesmo sem a compressão dos tecidos, sujeitas, portanto a ficarem 
ainda maris aprerentes mediante a compressão dos mesmos. Com a luz incidindo lateralmente, as 
margens são especialmente fáceis de serem delimitadas (aspecto de “casca de laranja”), já havendo 
alterações da sensibilidade. 
Grau 3: 
Esta já é observada tanto na posição deitada, como sentada ou em pé. A pele fica enrugada e 
flácida. A aparência da pele, por apresentar-se cheia de relevos, assemelha-se a um “saco de nozes”, a 
sensibilidade a dor está aumentada e as fibras do conjuntivo estão quase totalmente danificadas. 
 
 24
Grau 4: 
Os nódulos gordurosos tornam-se muito volumosos. Estão endurecidos e sensíveis ao toque, 
além de ocorrer uma retração tecidual ao redor da célula, provocando grandes depressões na superfície 
da pele. As pernas tornam-se pesadas, geladas, inchadas e muitas vezes doloridas. 
 
* TRATAMENTO 
- Na avaliação e tratamento da celulite podemos empregar alguns métodos: 
1. Palpação 
2. Termografia[30] - O método utiliza placas flexíveis, compostas de cristais termosensíveis de 
colesterol, cuja função é avaliar e classificar o fibro edema geloide de acordo com a temperatura 
cutânea surperficial, diretamente relacionada com alterações circulatórias ocasionadas pelo distúrbio. 
Após o contato placa-pele por alguns segundos, surge um "mapa" de cores, indicando diferença de 
temperaturas em áreas localizadas da superfície cutânea. A imagem que surge pode ser homogênea ou 
não. De maneira geral, quanto mais uniforme for a imagem, com coloração verde ou rosada, menor é o 
envolvimento circulatório da área, que clinicamente corresponderia ao grau I ou ausência de fibro 
edema gelóide. Já zonas que indicam hipotermia, que no exame aparecem como zonas escuras 
("buracos negros" ou "pele de leopardo"), indicam um grau mais avançado. 
 Embora o exame seja inóculo, por se tratar de uma avaliação não-invasiva, como método 
de avaliação único não é seguro, por fatores externos e internos podem alterar significativamente o 
resultado do exame, como por exemplo: exposição solar, febre, tabagismo, época do ciclo menstrual, 
temperatura e umidade da sala de exames. 
3. Bioimpedância[30] 
4. Subcisão[30] - Técnica cirúrgica usada para tratar as depressões do relevo cutâneo. Atua a nível 
dermo-hipodermo, deslocando as fibras de alto teor fibrótico. Pode ser realizado a nível ambulatorial. 
Após anestesia, um estilete especial em forma de agulha é introduzido. Após inserido, é movimentado 
“em leque”, seccionando os septos fibrosos, até que deslizem livremente pelo tecido 
 As principais sequelas decorrentes da cirurgia, tratadas com US, são as fibroses nodulares 
(nos pontos de incisão) e cicatrizes hipertróficas. Guirro & Guirro (2002), orientam uso do US após 24 
horas, com frequência de 3 MHz, com intensidade de 0,4 w/cm2 a 0,6 w/cm2 no modo contínuo ou 
pulsado a 50%. O uso do US destina-se a atenuar os hematomas e diminuir a incidência de fibroses 
5.Mesoterapia (intradermoterapia)[30] - Consiste em múltiplas injeções intradérmicas de 
substâncias farmacologicas compostas de enzimas, vasodilatadores e de substâncias que auxiliam o 
metabolismo do tecido conjuntivo. 
6. Fonoforese[30] - Utiliza-se o ultra som de 3 MHz no modo contínuo. O uso do ultra som na 
celulite está vinculado aos seus efeitos fisiológicos associados à sua capacidade de veiculação de 
substâncias através da pele (fonoforese). Dentre outros efeitos, podemos destacar a neovascularização 
com consequente aumento da circulação, rearranjo e aumento da extensibilidade das fibras colágenas, 
melhora das propriedades mecânicas do tecido, e a ação tixotrópica nos nódulos celulíticos. 
A dose deve ser cuidadosamente selecionada, uma vez que as enzimas de difusão utilizadas na 
fonoforese se desnaturam em altas temperaturas, visto que a onda contínua é mais indicada para esta 
técnica. 
 
CONTRA INDICAÇÃO 
 Deve-se ter em mente que, como qualquer recurso terapêutico, os ultra-sons também 
apresentam restrições à sua utilização. O quadro clínico do paciente ou o perfil de sua patologia, 
aliados ao bom senso do fisioterapeuta, é que decidirão pelo impedimento ao uso. As contra-indicações 
mais flagrantes são: 
 25
1) Áreas com insuficiência vascular[3, 16, 20] 
Pode haver contra-indicação se houver intenso aumento de temperatura dificultando o 
arrefecimento da área pelo sangue. E o suprimento sanguíneo deficiente seria incapaz de acompanhar a 
demanda metabólica, pois com o aumento da temperatura haveria aumento do consumo de oxigênio, e 
como o suprimento sanguíneo (que provê o oxigênio) está deficiente, haveria aumento da presençade 
CO2 levando à necrose. 
2) Aplicações a nível dos olhos[3, 4, 11, 12, 16, 20] 
 Cegueira irreversível (Cavitação no líquido ocular) 
3) Útero grávido[3, 4, 11, 12, 20] 
Embora a intensidade que chegaria ao útero fosse mínima, haveria uma tendência a se tratar a 
situação com segurança, pois os efeitos do US sobre tecidos em crescimento são desconhecidos. Em 
virtude disto, havendo a possibilidade de cavitação no líquido amniótico e ocorrência de malformações 
no feto, as aplicações no útero grávido estão limitadas. Além disso, deve-se evitar também o 
tratamento de tecidos segmentários correspondentes ao estado gravídico, para evitar qualquer 
anomalia. 
4) Sobre área cardíaca[3, 4, 11, 12, 20] 
Pode ocorrer mudança no potencial de ação e pode alterar as propriedades contráteis do músculo 
cardíaco. 
5) Tumores malignos[3, 4, 11, 12, 16, 20] 
Sobre o tumor: pode-se acelerar o crescimento e as metástases 
6) Epífises férteis[4, 11, 12, 14, 16] , 20 
Guirro & Guirro (1996) e Garcia (1998) mencionam que o ultra som provocaria ossificação 
precoce e interferiria no crescimento ósseo 
Pessina e Volpon (1999) em pesquisa realizada com ultra som na cartilagem de crescimento de 
coelhos não verificou alterações morfológicas ou funcionais da cartilagem de crescimento. 
Hoogland (1986) afirma que estas regiões ocupavam antes um dos primeiros lugares na lista de 
contra indicações, mas que aplicações com ultra som pulsátil e com baixa intensidade podem ser 
utilizadas em pacientes com idade abaixo de 18 anos. 
7) Testículos/gônadas[11, 12] 
Poderiam ocorrer reações desconhecidas. 
8) ) Sobre tromboflebites / varizes (principalmente trombosadas)[4, 11, 12, 16] 
Pode liberar êmbolos (embolia) 
9) Osteoporose[16] 
Garcia (1998) menciona que não há documentação científica adequada sobre o caso. Mas o que 
se vê na prática clínica é a ausência de malefícios advindos da utilização do ultra som em pacientes 
com osteoporose. 
10) Inflamação séptica[4, 11, 12, 16 ] 
Acelerar a proliferação e favorecer a disseminação do agente infeccioso através do corpo. 
 26
11) Endopróteses[3, 4, 11, 16] 
O cimento de fixação da prótese (metilmetacrilato) possui um alto coeficiente de absorção ultra 
sônica e os componentes à base de polímeros poderiam sofrer ação dos efeitos térmicos (US contínuo). 
Kottke & Lehmann (1994) afirmam que não há determinação de que a absorção seletiva por estes 
materiais leva ou não ao superaquecimento ou mesmo derretimento do material de fixação da 
endoprótese. 
12) Implante metálico[3, 13, 16] 
 Garavello et al (1997) relatam que o implante metálico não induz a temperaturas 
excessivamente altas, e que as ondas ultra sônicas refletidas não são capazes de prover qualquer 
elevação seletiva de temperatura nos tecidos adjacentes ao implante devido às ondas estacionárias 
refletidas neste metal, e segundo Garcia (1998) estes tecidos teriam grande aquecimento se houvesse 
osso no local do implante metálico (devido à elevada condutilibilidade térmica do metal que dissipa, 
rapidamente, o calor.) 
13) Diabetes Mellitus[11] 
Pode ocorrer ligeira diminuição da glicemia, gerando sintomas de fadiga. Em geral desaparecem 
reduzindo-se as doses. 
14) Sequelas pós traumática aguda[11] 
Devido aos efeitos tanto térmicos como mecânicos, os vasos sanguíneos em regeneração podem 
romper-se conduzindo à hemorragia recorrente. O tratamento local com intensidade baixa só pode ser 
administrado após 24-36 horas. 
15) Diretamente sobre o marcapasso (ou ondas sonoras desviadas)[20] 
 
 
 
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 28
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HISTÓRICO 
O Galvanismo é a forma mais velha de eletroterapia. Em 1786, Galvani observou pela primeira 
vez a contração dos músculos da pata de uma rã sobre uma placa metálica quando estalava uma 
centelha entre os eletrodos de uma máquina elétrica de fricção. As experiências de Galvani tiveram o 
duplo mérito de dar início ao estudo da Eletrofisiologia e de demonstrar que um músculo se contrai 
sempre que fica sujeito à influência de uma diferença de potencial. Em 1870 Van Bruns investigou e 
comprovou a ocorrência de traços de iodeto na urina, após um tratamento com a corrente galvânica. 
Entre 1900 e 1912 Leduc demonstrou em experiência que poderia introduzir ions medicamentosos no 
organismo animal (coelhos) provocando efeitos gerais[1, 60]. 
 
DEFINIÇÃO 
É uma corrente contínua de fluxo de elétrons com direção e intensidade constante e com efeitos 
polares. 
É também conhecida como corrente direta, corrente constante, corrente contínua, corrente 
voltaica, corrente unidirecional. 
 
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA 
 
 i 
 
 
 
 
 
 t 
FLUXO DE CORRENTE 
O fluxo da corrente dentro da “bateria” se dá do negativo para o positivo. Entretanto é sabido 
que no circuito elétrico externamente carregado, os íons convencionalmente fluem do polo positivo 
para o negativo. 
 
EFEITOS FISIOLÓGICOS 
a) Produção de calor 
Efeito Joule. O transporte da corrente elétrica através de íons produz calor e sua intensidade tem 
relação direta com a resistência específica do meio utilizado. 
b) Eletrólise (Dissociação) 
Fenômeno pelo qual as moléculas se dividem em seus diferentes componentes químicos, pelo 
fato de que cada um deles leva consigo uma carga elétrica diferente. 
 29
Por exemplo: Num meio contendo água (H2O), ao misturarmos cloreto de sódio (NaCl) e 
submetermos essa mistura à ação da corrente galvânica ocorrerá uma dissociação eletrolítica do cloreto 
de sódio em íons de cloro e íons de sódio. 
E no exemplo ora citado ocorrerá o seguinte: o cloro sendo um ion eletricamente negativo, flui para o 
polo positivo, perde sua carga elétrica e reagindo com a água produz uma reação ácida (HCl); o sódio, 
sendo um ion eletricamente positivo, flui para o polo negativo, perde sua carga elétrica e reagindo 
quimicamente com a água produz uma reação alcalina (OHNa). 
 
 + 
 
 
 
 NaCl 
 
 Na + - Cl 
 
 OH H 
 
 H2O 
 
 
 
 
 + 
 
 
 
 NaCl 
 
 NaOH + 
 
 - HCl 
 
 H2O 
 
 
c) Fenômeno do eletrotônus[1, 5] 
A corrente galvânica altera a excitabilidade e condutibilidade do tecido tratado. 
- Aneletrotônus (ocorre no polo positivo): depressão da excitabilidade, que leva a um alívio da 
dor. 
- Cateletrotônus (ocorre no polo negativo): aumento da excitabilidade, que facilita as atividades 
específicas do tecido nervoso. 
d) Vasodilatação 
É devido à ação da corrente sobre os nervos vasomotores, e provoca uma hiperemia ativa[1]. A 
hiperemia atinge também estruturas mais profundas, por ação reflexa. Com isso há um aumento da 
irrigação sangüínea, acarretando maior nutrição tecidual profunda. 
Corrente Galvânica 
OBS: Catodo - 
 2Na + 2H2O 2NaOH + 2H 
 
 Anodo + 
 4Cl + 2H2O 4HCl + O2 
 30
Segundo Andrews e col. (2000), o pH da pele debaixo do catodo torna-se gradualmente 
alcalino à medida que íons positivos são atraídos na sua direção, enquanto a pele debaixo do anodo 
sofre a reação oposta. E estas alterações químicas induzem uma vasodilatação reflexa, 
presumivelmente com a finalidade de manter um pH homeostático. 
e) Aumento do metabolismo 
Decorrente da vasodilatação e consequente aumento da oxigenação e substâncias nutritivas na 
região tratada. 
f) Aumento da ação de defesa 
Com a vasodilatação e consequente aumento da irrigação sangüínea, haverá um aumento de 
elementos fagocitários e anticorpos. 
g) Endosmose (Eletroendosmose) 
Assim como os radicais químicos, as partículas fluidas também se deslocam e, por regra geral, 
seu deslocamento se efetua do polo positivo para o polo negativo. 
Esses fenômenos são basicamente utilizados em duas situações: a cataforese (polo -) para 
amolecer cicatrizes e quelóides, e a anaforese (polo +) na facilitação da derivação de fluidos no edema. 
Entretanto, são fenômenos considerados por alguns autores como inexpressivos, ou com pouca 
finalidade terapêutica. 
EFEITOS TERAPÊUTICOS 
a) Analgesia 
b) Estimulação nervosa 
c) Antiinflamatório 
d) Transtornos circulatórios 
e) Iontoforese 
CARACTERÍSTICAS DOS PÓLOS 
a) Polo positivo (ânodo) 
- Repele ions positivos (cátions) 
- Atrai íons negativos (ânions) 
- Analgésico 
- Sedante 
- Vasoconstrictor 
b) Polo negativo (cátodo) 
- Repele íons negativos (ânions) 
- Atrai íons positivos (cátions) 
- Estimulante 
- Irritante 
- Vasodilatador 
 
 
- Menor hiperemia (isquemia) 
- Desidrata o tecido 
- Atrai 02 
- Ácido 
- Detem sangramento 
- Maior hiperemia 
- Hidrata o tecido 
- Atrai H (atrai e libera (bolhas -
devido ao maior nº de H na 
água) 
 
 
- Causa sangramento 
- Menos germicida 
- Não corroi metais 
- Liquefação 
- Alcalino 
 - Mais germicida 
 - Coagulação 
 - Corroi metais por 
oxidação 
 
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ELETRODOS 
a) Podem ser tipo placas metálicas retangulares protegidas com esponjas, confeccionadas em 
chumbo, cobre, latão, alumínio ou estanho. 
b) Podem ser tipo caneta eletroestimuladora. 
c) Podem ser tipo cuba com água, para o banho galvânico. 
d) Podem ser tipo rolo 
e) Podem ser tipo tubo 
f) Podem ser do tipo máscara 
g) Podem ser confeccionada de borracha de silicone 
h) Podem ser tipo auto-adesivos (para uso sem iontoforese) 
 
TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS DA CORRENTE GALVÂNICA 
a) Quanto menor for a área do eletrodo maior será a concentração de energia. 
b) O paciente deverá experimentar uma sensação de formigamento ou ardência agradável quando 
submetido à corrente galvânica. Caso o paciente reclame de ardência dolorosa ou qualquer outro tipo 
de incômodo, ou ainda aparecer contração dolorosa deve-se diminuir a intensidade ou desligar o 
aparelho. 
c) Dosimetria: Leitão & Leitão (1995) orientam que a dosagem ideal gira em torno de 0,5 a 1 
mA por cm2 de área do eletrodo; Guirro & Guirro orientam para 0,1 mA por cm2 de área de eletrodo 
ativo. Soriano et al (2000), orientam que não deve-se ultrapassar nunca a intensidade de 0,05 mA/cm2 
(Exemplo: Se o eletrodo tem 100 cm2, a itensidade máxima tolerável será de 5 mA (100 x 0,05 = 5 
mA). Na

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