Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CIRURGIA I - 2° BIMESTRE Planejamento das exodontias e eleição das técnicas exodônticas: · Avaliação pré-operatória: - Anamnese - Exame clínico - Exame radiográfico · Histórico – classificação das técnicas cirúrgicas: - Thoma (1963) aberto ou fechado - Santos-Pinto e Marzola (1960) - Graziani (1868) técnica 1º, 2º e 3º · · Thoma (1963): - Técnica primeira é a fórceps, se vai ser usado fórceps existe uma estrutura dentária para que seja possível adaptação do fórceps na extração (não existem grandes cáries) - Teoricamente é mais fácil · Graziani (1968): - Técnica segunda, a extração é feita através da utilização dos extratores, ou seja, quando não tem estrutura dentária íntegra (existe uma raiz residual, perdeu, fraturou, reabsorveu, não tem estrutura coronária suficiente ou adequada para apoiar o fórceps, então uso os extratores) - Técnica terceira, agora você precisa fazer uma incisão, preciso expor o dente que deseja extrair, normalmente são casos mais complexos, difíceis, tenho que localizar o dente para poder fazer a extração Classificação das técnicas cirúrgicas exodônticas (SANTOS-PINTO E MARZOLA 1960): - Exodontia pelas vias: · Alveolar por ou sem seccionamento dental · Não alveolar por alveolectomia parcial ou total ou por ostectomia · Por apicectomia EXODONTIA PELA VIA ALVEOLAR: · Quando o dente é extraído no sentido de seu longo eixo de implantação (com ou sem seccionamento) EXODONTIA PELA VIA ALVEOLAR SEM SECCIONAMENTO DENTAL: · Indicações clínicas: - dentes com coroa total ou parcialmente destruída - raízes com ponto de apoio para fórceps ou extratores - Exodontias mais simples e fáceis · Indicações radiográficas: - Dentes uni ou multirradiculares com raízes normais, expulsivas ou fusionadas ( Dentes com mais raízes, as raízes são mais finas, o risco de fratura é maior do que em dentes unirradiculares , onde a raiz é mais robusta ‘’mais gordinha’’ ) EXODONTIA PELA VIA ALVEOLAR POR SECCIONAMENTO DENTAL: · Usa-se alta rotação e broca para fazer o seccionamento do dente -> assim usa menos força · Quanto menor a força, menor a chance de fraturar a raiz, por isso é feita a secção de dentes multirradiculares · Indicações clínicas: - Dentes multirradiculares com coroa totalmente destruída - Dentes multirradiculares com restaurações extensas · Indicações radiográficas: - Dentes com raízes divergentes - Dentes com raízes convergentes - Dentes retidos - Dentes decíduos EXODONTIA PELA VIA NÃO ALVEOLAR – POR ALVEOLECTOMIA PARCIAL: · Existe a necessidade de criar uma outra via através de alveolectomia ou ostectomia · Tem que tirar um pouco de osso para ter acesso ao elemento dentário · Indicações clínicas: - Dentes com anomalias de posição - Dentes portadores de pivôs - Dentes com coroa de jaqueta - Dentes multirradiculares que não permita fórceps e extratores · Indicações radiográficas: - Relação com estruturas anatômicas - Pouca resistência coronária · Alveolectomia, secção, geralmente é pela VESTIBULAR -> Com cinzel ou instrumento rotatório EXODONTIA PELA VIA NÃO ALVEOLAR – POR ALVEOLECTOMIA TOTAL: · Indicações clínicas: - Na falência das técnicas exodônticas · Quando nenhuma das outras técnicas deu certo · Deve buscar ser o máximo conservador possível · Tentar preservar ao máximo a tábua óssea -> na alveolectomia total remove toda a tábua óssea · Indicações radiográficas: - Anquiloses alveolodentais (união do cemento com o osso) - Hipercementoses - Dilacerações apicais (dentes com raízes curvas) EXODONTIA PELA VIA NÃO ALVEOLAR- POR OSTECTOMIA OU OSTEOTOMIA: · Indicações clínicas: - Raízes ou dentes inclusos · Indicações radiográficas: - Raízes e dentes retidos APICECTOMIA: · Indicações radiográficas: - Dentes unirradiculares com dilacerações apicais - Dentes com hipercementose - Cirurgias apicais · Faz uma abertura exatamente no ápice radicular onde existe a curvatura, tira a tábua óssea e irá expor essa curvatura, após isso, seccionar no ápice · Maneira de ter acesso ao ápice radicular quando apresenta curvaturas que impedem a extração pela via alveolar MANOBRAS CIRÚRGICAS FUNDAMENTAIS: Síntese: · Conjunto de manobras que visam manter reposicionadas as estruturas anatômicas que foram rompidas durante o ato operatório · Possui duas características importantes em que ajuda a manter o tecido incisionado em posição após a cirurgia e ajuda no controle do sangramento, na hemostasia do campo · Indicações: - Evitar acidentes hemorrágicos no pós-operatório; - Manter o retalho em posição; - Prevenir a penetração demicrorganismos no tecido; - Proteger o alvéolo; - Manter o coágulo em posição · Não podemos levar em conta que quando operamos dentes decíduos, não precisamos suturar o tecido, isso não deve ser uma regra, por que mesmo que o dente permanente irá irromper ali, o risco de infecção e contaminação é muito grande, com isso, sempre que possível, devemos realizar a síntese do campo operatório · Não devemos usar nenhum corpo estranho no alvéolo contra o sangramento, pois o mesmo é muito importante para a reparação do osso alveolar, e se caso não houver coagulo no alvéolo, uma infecção pode ocorrer e assim o processo de reparação não ocorrerá ou será atrasado · Com o passar do tempo, a sutura, perde a sua função e passa a ser apenas mais um meio de ajuntamento de bactérias e restos alimentares na cavidade oral -> Por isso removemos os pontos em torno de uma semana a 10 dias · Às vezes na hora da sutura, não ocorre a síntese adequadamente, com isso, podemos remover esses pontos antes mesmo de completar os 7 dias, pois esses pontos, começam a incomodar o paciente, pois ficam frouxos, e deixam de ter a função de ajuntar os tecidos, deixando-os em posição · Não necessariamente, devemos remover todos os pontos todos juntos, pois pode ser que algum ponto comece a cair e incomodar o paciente, com isso removemos estes e deixamos os outros ate que se complete os 7 dias necessários para o total fechamento do campo operatório · A sutura serve de barreira mecânica contra os microrganismos, bactérias e restos alimentares, para que os mesmos não entrem no alvéolo “vazio”, causando assim uma infecção no tecido · Princípios de uma boa síntese: - Correta assepsia; - Perfeita hemostasia; - Bordas retas, regulares e nítidas; - Ausência de hematoma Pois o hematoma perde a vascularização e com isso leva o tecido a necrose; - Técnica delicada Borda vestibular mais delicada do que a palatina, com isso na hora da inserção da agulha, devemos realizar o movimento de curvatura da agulha no tecido, para impedir que o mesmo se rasgue durante a sutura; - Tração moderada/Tensão Tensão suficiente para manter o retalho em posição, impedindo que o retalho fique muito apertado ou um pouco frouxo, para impedir que o retalho sofra uma força a mais e acabe não sofrendo o processo de reparação e cicatrização, pela falta de nutrição sanguínea durante o pós-operatória; - Coaptação plano a plano Suturas internas, onde a cirurgia é mais profunda, envolvendo outros tipos de tecidos, não só o superficial, que é o nosso caso, aqui na odonto · Pontos em número suficiente É variável, pois depende de vários fatores, como a hemostasia, tamanho da incisão, quantidade de tecido. Não podemos fazer em excesso, e nem deixar faltando, pois o fio de sutura é um corpo estranho e favorece o acúmulo de biofilme, com isso o risco de infecção da loja cirúrgica, aumenta muito nessa etapa · Indicação do tipo da sutura Sutura mais apropriada para o lugar onde a cirurgia foi realizada Necessidades básicas para cirurgia: · Visibilidade: - acesso apropriado - iluminação suficiente - campo cirúrgico seco - auxílio adequado Diérese: · Diérese dos tecidos moles: - incisão - corte ou secção - divulsão · Diérese dos tecidos duros - osteotomia - ostectomia Diérese dos tecidos moles: Incisão: · Manobra cirúrgica na qual os tecidos são separados pela penetração da lâmina cortante do bisturi · Instrumental: principal e acessório · Principal: bisturi (cabo e lâmina), lâminas (número 10, 11, 12, 12D, 15 e 15C),faca, bisturi elétrico (cortam mesmo não encostando na pele, apenas estando próximo -> devido ao calor), laser · Acessório: pinça · Finalidades das incisões: - Incisional: extração - Excisional: remover uma lesão/tecido -> biópsia - Plástica: fechamento de uma fístula -> não muito comum · Requisitos para uma boa incisão: - conhecimento anatômico da região: freio labial, nervo mentoniano - deve ser ampla - boa irrigação - nitidez - repousar sobre tecido ósseo íntegro - inclinação da ponta ativa da lâmina: penetrar perpendicular com inclinação de 45º. Sair perpendicular - deve acompanhar as linhas e rugas da face -> “linhas de Langer” CLASSIFICAÇÃO DA SÍNTESE: · Quanto à localização: - superficial ou profunda - quando incisionamos mais de um plano na cirurgia, onde iremos além do tecido conjuntivo, chegando no tecido muscular e outros tecidos - não será removida - fios de sutura absorvível · Quanto à forma de reunir os tecidos: - em massa (A) - por planos (B) - aqui iremos suturar camada por camada, pele com pele, tecido com tecido ( A B ) · Técnica de síntese - Blair Donati: - técnica mista · Quanto à permanência dos fios: - transitória - definitiva · Quanto à disposição dos fios: - interrompida (pontos separados) - contínuas · Quanto ao material utilizado: · · Fios absorvíveis: - Catgut (natural) - Poliglactina (sintético) - PGA (acidopoliglicolico/sintético) · Fios não absorvíveis: - Seda - Nylon (grande maioria) - Algodão - Poliéster FIOS DE SUTURA: · Diâmetro do material (1-0 a 12-0) - menor diâmetro –> menor resistência a tração - quando maior o diâmetro, mais fino será o fio · Tamanho adequado minimiza o trauma · Deverá ser resistente igualmente ao tecido onde foi colocado · Indicação: - 1-0 a 4-0: cirurgia geral - 5-0 a 7-0: vasos e regiões delicadas - 8-0 a 12-0: oftalmologia / microcirurgias AGULHAS CIRÚRGICAS (sutura): · Hastes delgadas de aço inoxidável, compostas por uma extremidade (ponta), um corpo, e um olho ou uma conexão final serrilhada - agulha presa ao material –> fio - agulha para montar o material –> fio · Tamanho das agulhas: - mais usado na odontologia: meio circulo e 3/8 · Tipo de agulhas: - ponta cilíndrica - ponta romba –> triângulo voltado para baixo - ponta cortante - ponta espatular · Forma da ponta ativa da agulha: - atraumática -> poder de corte maior, com isso o trauma ao tecido do paciente é menor, pois não precisamos fazer muito esforço para a passagem da agulha - cilíndrica Instrumental para sutura: · Pinça porta agulha · Agulha e fio (montado ou para montar) · Pinça para tecido (Adson/Dietrich) · Pinça auxiliar (anatômica e clinica) e hemostática · Tesouras · Cabo de bisturi e lâmina de bisturi nº15 TÉCNICA DE SUTURA: · Colocação da agulha na pinça porta-agulha · Manipulação e apresentação das bordas da ferida · Sentido da sutura · Transfixação das bordas da ferida · Confecção da confecção do nó · Técnica da secção do fio Quanto aos pontos empregados: · Nó cirúrgico -> entrelaçamento feito entre as extremidades do fio, a fim de uni-las e fixá-las, de forma delicada, não devendo causar isquemia dos tecidos · Simples · Nó de Cirurgião · Nó Triplo Requisitos das incisões: · Triangular - Monoangular alta - Portland: - forma um ângulo - indicada para: cirurgias periapicais, remoção de raízes residuais... -> no terço apical · Trapezoidal – Biangular alta – Wasmund: - dois ângulos - mesmas características da triangular - indicada para: cirurgias periapicais, remoção de raízes residuais... -> no terço apical · Triangular – Biangular baixa – Novak: - indicada para: cirurgias apicais · Semilunar – Partsch: - incisão alta - pelo menos 5mm -> para ser alta · Ochsenbein & Luebke · Incisão tipo envelope · Incisão tipo envelope – linear PRINCÍPIOS CIRÚRGICOS E MANOBRAS CIRÚRGICAS FUNDAMENTAIS: · Corte ou secção: - manobra cirúrgica na qual os tecidos são separados, cortando-os ou separando-os co pontas ativas de tesouras · Divulsão: - separação dos tecidos, sem incisá-los ou cortá-los tesouras com pontas rombas (Metzembaum) - entra com a tesoura fechada, abre a tesoura no interior dos tecidos e sai com a tesoura aberta · Sindesmotomia: - “descolamento do tecido do dente” - ato de romper as fibras do ligamento gengival que se inserem na região de colo dental - feita depois da incisão, mas pode ser feita antes desse procedimento, porém, o risco de um trauma no tecido se torna ainda maior, quando realizamos essa etapa antes da incisão, com isso a melhor escolha sempre será realiza-lá após a incisão do tecido - materiais: descolador de Molt, holemback 3s e espátula 7 · Retalho: - são aqui incluídos porque nada mais são do que conseqüências das incisões - indicação para realização do retalho: · Melhor acesso e visibilidade · Maior campo operatório · Remoção de tecido ósseo · Proteção de tecidos moles e tecido ósseo · Melhorar cicatrização - requisitos: · Tamanho adequado para uma boa visualização do campo operatório · Nutrição -> como receberá o suprimento sanguíneo para o processo de regeneração e com isso não levar o dente a necrose · Mobilidade para que seja possível afastar o tecido mole durante a cirurgia - prevenção da necrose do retalho: · Base maior que a extremidade -> irrigação · Lados convergente para extremidade · Suprimento sanguíneo · A base do retalho não deve ser traumatizada, pois se isso ocorrer há uma grande chance de uma exposição ou até mesmo uma contração cicatricial, expondo o tecido ósseo · Base do retalho deve ser 2X maior que a altura do retalho - LEMBRANDO QUE PARA UMA BOA CICATRIZAÇÃO, SEMPRE REPOUSAR A INCISÃO EM TECIDO ÓSSEO SÁDIO!! Diérese dos tecidos duros: - quando um tecido mineralizado, dente ou tecido ósseo é seccionado ou removido parcial ou totalmente · Osteotomia: - desgaste de tecido ósseo - pressão manual - instrumentos rotatórios · Ostectomia - remoção de um fragmento de tecido ósseo - pressão manual - instrumentos rotatórios - TODA OSTECTOMIA É UMA OSTEOTOMIA, PORÉM, UMA OSTEOTOMIA, NUNCA SERÁ UMA OSTECTOMIA.
Compartilhar