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Assistente Social nas Escolas Públicas

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13
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
SERVIÇO SOCIAL
Trabalho de Conclusão de Curso
 SERVIÇO SOCIAL E EDUCAÇÃO: A INCLUSÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS
ORCENI GONÇALVES BARBOSA RABELO – RA - 8989178965
Profª. Orientador: Jôsi da Costa Greffe
Goiânia, Novembro de 2017
SUMÁRIO
RESUMO.......................................................................................................03
INTRODUÇÃO.............................................................................................03
DESENVOLVIMENTO................................................................................04
CONCLUSÃO...............................................................................................09
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................10
RESUMO
Este artigo pretende promover uma reflexão sobre quais os aspectos que perpassam a atuação do Assistente Social dentro das escolas. A discussão inicial e a partir do reconhecimento de que a educação é de fundamental importância para o desenvolvimento da sociedade e é através dela que um pais podem alcançar as transformações sociais necessárias para assim conseguir atingir o progresso. 
Utilizou-se como metodologia a revisão bibliográfica trazendo como ponto de partida uma análise fundamentada na teoria de autores que abordam os aspectos sociais que perpassam pela educação; o papel do Estado frente estes aspectos enquanto viabilizador de políticas de intervenção em prol de melhorias na educação e, nesse contexto, sobre a inserção do Assistente Social enquanto profissional que está apto para criar estratégias com o intuito de desenvolver nos alunos habilidades, estimulando os mesmos a criarem formas para o enfrentamento dos conflitos que eles vivenciam e, assim, e ponderá-los.
 Nesta perspectiva, procura-se discorrer sobre os motivos pelos quais a presença deste profissional é essencial para que a função social da escola seja efetivada, a qual implica em ser um espaço que proporciona o acesso ao conhecimento e, consequentemente, promove mudanças nos âmbitos sociais, históricos, econômicos e culturais.
INTRODUÇÃO
     A educação é de fundamental importância para o desenvolvimento da sociedade e é através dela que um país pode alcançar as transformações sociais necessárias para assim atingir o progresso. Nesse sentido, é interessante analisar que “[…] os processos educacionais e os processos sociais mais abrangentes de reprodução estão intimamente ligados” (MÉSZÁROS, 2008, p. 25), assim, torna-se necessário que se tenha um entendimento sobre os aspectos da educação escolar atual considerando, como parte importante nesse estudo, a influência dos problemas sociais na vida dos alunos.
A escola é um espaço institucional e legítimo de promoção da educação, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) a educação deve estar vinculada “ao mundo do trabalho e a prática social”, ressaltando, também, que o artigo 1º estabelece que:
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (BRASIL, 1996).
     Assim sendo, deve-se prezar por um ambiente educacional que priorize a formação dos sujeitos para a cidadania, orientando-os acerca dos seus direitos e deveres; instruindo-os e educando-os para que haja a superação da desigualdade e exclusão sociais; e estimulando-os a tornarem-se sujeitos autônomos. Diante disso, considera-se que a escola constitui-se um dos espaços de intervenção do Assistente Social, já que este profissional é habilitado para atuar no enfrentamento das mazelas sociais através do acompanhamento social das famílias, do fortalecimento dos vínculos das mesmas e do desenvolvimento de suas potencialidades a fim de alcançarem a emancipação social (FALEIROS, 2010).
  Diante disso, para contemplar o tema proposto este estudo pretende discorrer sobre a ação do Assistente Social nas escolas, enquanto um profissional que irá formular propostas e estratégias para que os sujeitos sejam emponderados e tornem-se autônomos.
DESENVOLVIMENTO
 A crise atual das escolas brasileiras está cada vez marcada pela violência proveniente de aspectos que perpassam pelas questões econômicas, sociais e históricas. Desse modo, faz-se mister evidenciar que o presente período histórico determina transformações societárias que afetam diretamente o conjunto da vida social e incidem fortemente sobre a educação, seus suportes de conhecimento e de implementação, suas funcionalidades, etc. (BARBOSA & FREIRE, 2006).
 Para que o direito a educação seja plenamente assegurado muitas transformações devem ocorrer na área social, já que a realidade de grande parte da população é caracterizada pela pauperização, desemprego, fome, exclusão social. Estes fatores são responsáveis pela fragilização dos processos escolares no Brasil na medida em que a família não tem o suporte necessário para as suas crianças e adolescentes e acabam reproduzindo práticas que constituem-se como violação de direitos, a exemplo o trabalho infantil, a exploração sexual da criança e do adolescente, a violência doméstica seja ela física ou psicológica, além de em muitos casos estas crianças e adolescentes presenciarem os pais alcoolizados e conflitos dentro de casa (MONTEIRO, 2011).
Frente a esta situação, o estudante chega muitas vezes à escola apresentando comportamentos agressivos, irritado, inquieto e às vezes chega a brigar na escola, perdendo a concentração nas aulas, ou torna-se distante, retraído e, assim, o seu aprendizado torna-se difícil, ocasionando muitas vezes na evasão escolar. 
Diante deste cenário, a escola deve estar preparada para ver além das atitudes desses estudantes, preocupando-se com as causas que levam a esse comportamento, buscando estabelecer um diálogo com esses indivíduos e, principalmente, conhecer as legislações, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), apropriando-se desse instrumento como forma de enfrentamento da violação dos direitos. 
Vale ressaltar que para se estabelecer um diálogo, sendo este fundamental no processo de aprendizado, é essencial saber escutar, acerca disso Paulo Freire traz sua contribuição relatando o seguinte:
Se, na verdade, o sonho que nos anima é democrático e solidário, não é falando dos outros, de cima para baixo, sobretudo, como se fôssemos os portadores da verdade a ser transmitida aos demais, que aprendemos a escutar, mas é escutando que aprendemos a falar com eles. Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo que, em certas condições, precise de falar a ele. […] fala com ele como sujeito da escuta de sua fala crítica e não como objeto de seu discurso. O educador que escuta aprende a difícil lição de transformar o seu discurso, às vezes necessário, ao aluno, em uma fala com ele (1996, p. 71).
     A partir da perspectiva do diálogo torna-se possível encontrar soluções e a escola consegue estabelecer uma relação com a família e com os alunos, procurando entender o contexto social no qual estão submetidos. Esta interação escola-família deve existir para que seja conhecido se os direitos básicos à vida humana estão sendo assegurados, que de acordo com o Artigo 6º da Constituição Federal correspondem “a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados” (BRASIL, 1988). A efetivação desses direitos é necessária para que a formação educacional nas escolas obtenha bons resultados.
À presença do Serviço Social nas escolas públicas, vem acontecendo de uma forma bem diferente, partiu-se do entendimento de profundas mudanças na conjuntura do grupo familiar, como o papel da família na Todas essas transformações acabam interferindo diretamente no contexto educacional, que se vê encurralado ao sistema capitalista,o qual lhe impõe novas atribuições, porém a escola ainda encontra-se entrelaçada a uma estrutura arcaica, em que não dispõe de condições para atender a essas novas demandas.
Exemplo disso é a falta de profissionais, que não suprem mais as necessidades da realidade contemporânea educacional, e aqui ressaltamos a necessidade de inserção do Assistente Social neste contexto, como profissional de apoio à escola e de referência às questões relacionadas à família que permeiam o cotidiano do aluno.
Ao sinalizar a inserção do Serviço Social na escola pública, Ainda podemos encontrar inúmeros Projetos de Lei, na esfera municipal, que preveem a inserção do Serviço Social na escola pública, exemplificado por meio da PL S/N/05 e PL 004/09. e reitera:
Art. 1º_ Fica o poder executivo autorizado a implantar o
Serviço Social em estabelecimentos escolares integrantes
da rede municipal de ensino (escolas de ensino fundamental
e educação infantil da zona urbana e rural), com mais de 
100 alunos.
Art. 2°_ O Serviço Social de que trata esta lei atuará no
enfrentamento e na prevenção de situações manifestas
no cotidiano escolar:
Art. 3°_ As atividades previstas no Art. 2° incluirão os se
 Seguintes itens:
I - apropriação por meio de pesquisa da realidade da população
escolar;
II - elaborar e executar programas de orientação sócio familiares,
visando prevenir a evasão escolar e melhorar o desempenho do 
aluno e sua formação para o exercício da cidadania;
III - participar, juntamente com equipes multidisciplinares,
na elaboração de programas que visem prevenir a
violência, o uso de álcool e drogas, as doenças sexualmente
transmissíveis, gravidez na adolescência, e demais
problemas de saúde pública;
IV - desenvolver um trabalho em rede com instituições
públicas, privadas, assistenciais e organizações comunitárias,
com vistas ao encaminhamento de pais e alunos
para atendimentos de suas necessidades;
Art. 4°_ Executar as demais atividades pertinentes ao
Serviço Social, previstas pelos artigos 4° e 5° da Lei nº.
8.662/93 - Regulamentação da Profissão.
Art. 5° _ As despesas com a execução desta lei ocorrerão
por conta de dotações próprias do orçamento do município
(BRASIL, 2005, p.01).
Ainda em relação a essa PL, sua justificativa está fundamentada, a partir das seguintes afirmações: Pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) a escola tem a competência de garantir a educação e o desenvolvimento integral do aluno, compreendendo os aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, buscando sua formação para o exercício da cidadania, preparando o aluno para o ingresso no mundo do trabalho e participação na sociedade. Nesse sentido, o Serviço Social será de grande importância no cumprimento das determinações da LDB, contribuindo:
- no acompanhamento sistemático e efetivo das políticas
governamentais de atendimento às famílias com crianças
em idade escolar;
- no trabalho na perspectiva de rede, estabelecendo vínculos
com a rede socioassistencial;
- no desenvolvimento de trabalho em parceria com a comunidade
local, buscando, construir uma relação comunidade
- escola – família (BRASIL, 2005, p.01).
 Diante das fragilidades que as escolas brasileiras têm apresentado, entende-se que é necessário que o Estado programe políticas de intervenção em prol de melhorias na educação, focalizando não somente o ensino, mas de que forma este está sendo apreendido pelos alunos e, na presença de dificuldades de apreensão, analisar quais são os motivos e como pode ocorrer a intervenção para solucioná-los.
 No atual cenário do país percebe-se que muitos atos que violam os direitos de crianças e adolescentes têm passado despercebidos e muitos não são considerados por que não existe um olhar investigativo realizado por um profissional para atender a esta demanda. Assim, entende-se que o Assistente Social, enquanto profissional preparado para trabalhar com as expressões da questão social, pode exercer sua profissão no espaço escolar, objetivando emponderar e fortalecer a autonomia das crianças e adolescentes e, também, das suas famílias. Sobre isso Faleiros explica que:
O fortalecimento da autonomia implica o poder viver para si no controle das próprias forças, e de acordo com as próprias referências. […] A capacitação para assumir e enfrentar a sobrevivência pode ser uma das mediações de fortalecimento dos sujeitos. […] No processo de autonomia de crianças e adolescentes é preciso desenvolver mediações de uma relação e reação diante da correlação de forças que lhes é desfavorável, e que descamba, não raro, na violência (2010, p. 63).
 Esta perspectiva traz a compreensão de que o Assistente Social deve trabalhar para que os sujeitos dentro das escolas sejam estimulados a refletirem sobre a realidade social a qual eles fazem parte e assim eles sintam-se encorajados a transformá-la, além de acompanhá-los nesse processo preocupando-se em apreender a verdade da realidade dos sujeitos, reconhecendo a complexidade da mesma, fazendo uso de um olhar complexo e não simplificado. Como bem acentuou Sarita Amaro quando diz que:
O olhar simplificado é um olhar redutor, marcado pela visão atomizada e atomizadora; caracteriza-se por praticar um isolamento mutilante dos fatores que compõem o fenômeno, além de retalhar a compreensão de sua totalidade […] (2003 p. 36-37).
 	Ao identificar que a escola constitui-se um dos espaços de atuação do Assistente Social salienta-se que dentre os princípios éticos fundamentais da profissão pode-se destacar:
Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes – autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais; Defesa intransigente dos direitos humanos […]; Ampliação e consolidação da cidadania […]; Posicionamento em favor da equidade de justiça social […]; Empenho na eliminação de todas as formas de preconceitos […] e Exercício do Serviço Social sem discriminar, nem discriminar por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, opção sexual, idade e condição física (CFESS,1993, p. 23).
 A partir desta análise compreende-se que a formação do profissional de Serviço Social estabelece critérios e caminhos a serem seguidos e que são necessários para o bom funcionamento das escolas, ressaltando que o Assistente Social está apto para também criar estratégias com o intuito de desenvolver nos alunos habilidades para que os mesmos criem formas de enfrentamento dos conflitos que eles vivenciam. Destarte, considera-se que a busca pela inserção do Assistente Social nas escolas deve ser constituída, principalmente, por uma prática política, entendendo que o conceito de política, segundo Oliveira, caracteriza-se como:
Atividade humana está estritamente ligada ao conceito de poder que, para Hobbes, p.e., consistia nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem e, para Russel, como conjunto de meios pelos quais se permitia alcançar os efeitos desejados (2007, p. 20).
 Assim, considera-se que a política perpassa pelas diversas dimensões da vida social, e é extremamente necessária para se alcançar objetivos quer sejam pessoais ou sociais. Nesta perspectiva, o entendimento de todos estes aspectos citados, considerando a complexidade dos mesmos, é o que possibilitará a formulação de propostas de intervenção profissional “em um sentido de ação política, tomando-a como base da possibilidade de transformações, de mudanças, do surgimento do novo” (BAPTISTA, 2006, p.93). 
 Deste modo, entende-se que a luta do Assistente Social contra as debilidades da educação no país precisa se fazer notória nos espaços políticos, constituindo-se através de ações mobilizadoras que direcionem os sujeitos e profissionais envolvidos com a educação e representantes políticos a refletirem sobre estas questões, e se unirem nesta luta, entendendo que este projeto defende “a consolidação e ampliação da democracia e dos direitos de cidadania” (CFESS, 1993, p. 34).
Para discutir as possíveis relações que possam existir entre Gestão Escolar e Serviço Social, primeiramentefaz-se necessário a conceituação de ambos. Nesse sentido, segundo PARO (1996), a Gestão Escolar precisa ser entendida no âmbito da sociedade política comprometida com a própria transformação social. Barbosa, ao se referir à gestão escolar, afirma:
A gestão da escola passa a ser então o resultado do exercício
de todos os componentes da comunidade escolar, sempre na 
busca do alcance das metas estabelecidas pelo projeto
 político-pedagógico construído coletivamente
(BARBOSA, 1999, p. 219).
Ferreira ao pontuar sobre Gestão Escolar a partir do viés da elaboração do Projeto Pedagógico da escola, fazendo referencia à profissionalidade e ao trabalho de professores, define:
Entendo a gestão escolar como todos os processos que,
imbricados, fazem a escola ser escola, em suas especificidades
e com vistas à produção do conhecimento. São processos 
eminentemente humanos, embora, muitas vezes, organizados
 tecnicamente. Estão pautados na linguagem e na convivência 
entre os sujeitos da escola (FERREIRA,2007, p. 02).
Nesse contexto, pode-se encontrar inúmeras definições sobre Gestão Escolar, e Dourado (2003) nos chama a atenção sobre as distintas acepções de Gestão Escolar, sendo fundamental que esta articule espaços administrativos, pedagógicos, políticos e financeiros que possam dinamizar as ações educativas, entendendo a escola como um espaço de socialização da cultura e do saber historicamente produzido.
Sendo assim, compreende-se que a Gestão Escolar composta desses espaços citados anteriormente, configura-se em um processo que deva ser operacionalizado no viés da participação entre escola e comunidade, ou seja, um processo que propicie aos alunos, professores, funcionários e comunidade em geral, serem sujeitos atuantes e integrados na dinamização do cotidiano escolar.
A partir desse contexto, precisa acontecer o envolvimento da comunidade escolar nos conselhos de pais, grêmios estudantis e de outras atividades, as quais possam fomentar discussões, contribuições e também decisões, propondo-se alternativas, sugestões na construção e efetivação do Projeto Político da escola.
No que tange ao Serviço Social, Santos (2005) aborda que este é uma profissão que trabalha no sentido educativo, e que também pode contribuir proporcionando espaços que resultem em novas discussões, em tomada de consciência, de atitude, trabalhando as relações interpessoais e grupais. 
[...] Educação e Serviço Social são áreas afins, cada qual
com sua especificidade, que se complementam na busca
por objetivos comuns e projetos político-pedagógicos
pautados sob a lógica da igualdade e da comunicação
entre escola, família, comunidade e sociedade (SOUZA,
2005, p.39).
Ao abordar esta relação entre Educação e Serviço Social, Santos (2005) pontua:
Acredita-se que uma das maiores contribuições que o Serviço
Social pode fazer na área educacional é a aproximação
da família no contexto escolar. É intervindo na família,
através do trabalho de grupo com os pais, que se mostra
a importância da relação escola-aluno-família. O assistente
social poderá diagnosticar os fatores sociais, culturais
e econômicos que determinam a problemática social no
campo educacional e, consequentemente, trabalhar com
um método preventivo destes, no intuito de evitar que
o ciclo se repita novamente (SANTOS, 2005, p.44).
Nesse contexto, observa-se que os processos condicionantes à Gestão Escolar estão intrinsecamente ligados ao Serviço Social, quando ambos propõem a participação da comunidade escolar na realidade educacional, a promoção da democracia, o exercício da cidadania. De acordo com o exposto, destacam-se os princípios fundamentais da profissão, dispostos no Código de Ética dos Assistentes Sociais (1993):
• reconhecimento da liberdade como valor ético central
e das demandas políticas a ela inerentes – autonomia,
emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais;
• defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio
e do autoritarismo;
• ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa
primordial de toda a sociedade, com vistas á garantia dos 
direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras;
• defesa do aprofundamento da democracia, enquanto
socialização da participação política e da riqueza socialmente
produzida;
• posicionamento em favor da equidade e justiça social, que
assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos
aos programas e políticas sociais, bem como sua
gestão democrática;
• empenho na eliminação de todas as formas de preconceito,
incentivando o respeito à diversidade, à participação
de grupos socialmente discriminados e à discussão das
diferenças;
• garantia do pluralismo, através do respeito às correntes
profissionais democráticas existentes e suas expressões
teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento
intelectual;
• opção por um projeto profissional vinculado ao processo
de construção de uma nova ordem societária, sem dominação-
exploração de classe, etnia e gênero;
• articulação com os movimentos de outras categorias
profissionais que partilhem dos princípios deste Código e
com a luta geral dos trabalhadores;
• compromisso com a qualidade dos serviços prestados à
população e com aprimoramento intelectual, na perspectiva
da competência profissional;
• exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar,
por questões de inserção de classe social, gênero,
etnia, religião, nacionalidade, opção sexual, idade e
condição física (BRASIL, 1993, p. 01).
Reitera-se a relevância da profissão de Serviço Social na consolidação dos processos educativos resultantes da gestão na educação. Com a aproximação da família à realidade educacional, pode-se perceber a família como parte do universo escolar, reconhecendo a escola como um espaço social também seu e que, portanto, é de sua responsabilidade colaborar para o sucesso da Gestão Escolar.
Vivencia-se na história da humanidade um período de modificações adversas enquanto rupturas de padrões tradicionais da família nuclear, mudanças culturais, de atitudes e comportamentos das crianças e adolescentes, fragmentação na unidade familiar, manifestações das questões sociais, dentre outras, processos estes refletidos na realidade escolar.
Dessa maneira, a escola atual está condicionada à adaptação imediata às transformações ocorridas na sociedade, mediante o sucateamento da educação pública, o quadro de profissionais defasados conforme a necessidade presente, e a cobrança incisiva de índices de aprovação, relacionados aos aspectos ensino-aprendizagem e às demandas exportadas do mercado de trabalho, como competência, habilidades ou polivalência.
Diante disso, encontra-se um profissional até então muito desconhecido na referida área. Neste momento faz-se necessário apresentar algumas considerações sobre as atribuições e competências do Assistente Social para com a realidade escolar contemporânea. Para Martins (1999), esse profissional tem a atribuição de:
• melhorar as condições de vida e sobrevivência das famílias
e alunos;
• favorecer a abertura de canais de interferência dos sujeitos
nos processos decisórios da escola (os conselhos de classe);
• ampliar o acervo de informações e conhecimentos, acerca
do social na comunidade escolar;
• estimular a vivência e o aprendizado do processo democrático
no interior da escola e com a comunidade;
• fortalecer as ações coletivas;
• efetivar pesquisas que possam contribuir com a análise da
realidade social dos alunos e de suas famílias;
• maximizar a utilização dos recursos da comunidade;
• contribuir com a formação profissional de novos assistentes
sociais, disponibilizando campo de estágio adequado às novas
exigências do perfil profissional (MARTINS, 1999, p.70).
Sendo assim, compreende-se que a atuação do Assistente Social no contexto escolar tem por objetivo a possibilidade da contribuição para a resolutibilidade das problemáticas sociais perpassadas em âmbito educacional, as quais possam desdobrar-se em atendimentos sociais aos alunos, suas famílias ou comunidade geral, na realização de encaminhamentos,informações, orientações, elaboração e implantação de projetos de cunho educativo, dentre outros. Nessa ótica, entende-se que para atingir a criança de forma integral, é necessário intervir na sua família.
E impossível não associar a contribuição do Assistente Social para o fortalecimento da Gestão Escolar. Na medida em que esse profissional trabalha em prol da socialização das informações, no viés de direitos sociais, em que sua ação é balizada por um caráter de promoção ao exercício da cidadania, ele está colaborando para a efetivação da autonomia e emancipação da comunidade escolar, tendo como resultado o sucesso da Gestão Escolar.
Entende-se ainda que o Assistente Social exerce indubitavelmente, funções educativo-organizativas sobre as classes trabalhadoras, sendo que na escola, o seu papel se torna diferente, pois sua atuação incide sobre o modo de viver e de pensar da comunidade escolar, a partir das situações vivenciadas em seu cotidiano, justamente por seu caráter politico-educativo, trabalhando diretamente com ideologia, e dialogando com a consciência dos seus usuários.
CONCLUSÃO
Podemos refletir que torna-se clara a importância de compreender a necessidade do Serviço Social no espaço escolar como instrumento de luta contra a violência, a exclusão social, a evasão escolar e as diferentes formas de violação dos direitos das crianças e dos adolescentes, além de focalizar a instituição familiar e toda a sua estrutura como parte importante para o aprendizado dos alunos. Estas demandas sociais circunscrevem a profissão e este projeto de inserção do Serviço Social nas escolas precisa ser cada vez mais defendido. 
Faz-se necessária, portanto, a apreensão desse novo desafio, de inclusão do Assistente Social na escola, pela sociedade civil e política, e pelos profissionais de Serviço Social, reconhecendo que essa luta pertence à nação e não especificamente à uma categoria. Vale ressaltar, que esta luta consiste em consolidar bases de sustentação no espaço escolar através do estabelecimento de relações de diálogo, socialização e acolhimento, buscando a efetivação de direitos, para assim avançar na superação de suas fragilidades.
Sendo assim, conclui-se que a inserção do Assistente Social na educação pública constitui-se em uma das formas de garantir o exercício da cidadania ao aluno, refletido em sua família, por meio da disponibilidade de atendimento e acompanhamento individualizado, como também buscando a promoção da democracia através da abertura de espaços de participação e envolvimento na realidade escolar. 
Da mesma forma, pode-se abordar a significação que a inserção do Assistente Social na Educação representa para o fortalecimento da Gestão Escolar. Porém encontramos várias limitações para a inserção desse profissional na escola pública, como mais custos para os cofres públicos, a diferenciação salarial desse profissional em relação aos professores, e o próprio entendimento dos profissionais tradicionais da educação sobre as contribuições do Serviço Social para a realidade educacional e êxito da Gestão Escolar.
 Diante disso, pode-se considerar que atentar para a inclusão do Serviço Social nas escolas se faz fundamental para a formação educacional dos sujeitos que devem priorizar a busca por um país mais justo socialmente e que se preocupa com aqueles que encontram-se a margem da sociedade, criando estratégias de inclusão social.
Acredita-se que, mais do que nunca, a escola da atualidade deva romper com as barreiras e estigmas tradicionais, e aliar-se junto à comunidade em uma força-tarefa para a promoção da democratização da educação, na criação de espaços que sejam utilizados como canais de democracia e do exercício à cidadania da população.
Nesse sentido, tem-se a compreensão de quão árduo torna-se essa tarefa, frente a um sistema capitalista neoliberal, comandado pela competitividade, indiferença ao outro e crescimento do individualismo. Dessa maneira, é imprescindível para o sucesso de uma Gestão Escolar, a qual é refletida em toda a comunidade educacional, a consolidação de canais que sirvam como instrumentos de participação, de inserção da família nos espaços escolares, de compartilhamento e acesso às informações e de valoração das realidades locais, as quais têm sua significativa relevância para a construção do Projeto Político da escola.
Aliado a esse contexto, o Assistente Social na educação é o profissional propulsor para que haja essa ebulição no processo de democratização da escola, na contramaré do ideário neoliberal, em que a participação, como categoria social, é o eixo fundamental para a construção de uma nova proposta do papel da escola, do ensino e da educação, observando-se a complementaridade da Gestão Escolar e Serviço Social, na eficácia de uma educação transformadora.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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______. Lei nº. 12.101, de 27 de novembro de 2009. Dispõe sobre a Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social. Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, 2010.
______. BRASIL. Lei nº. 3252 de 27 de agosto de 1957. Regulamenta a profissão de Assistente Social.
______. Projeto de Lei s/nº. Santa Maria, 2005.
______. Constituição Federativa do Brasil. 1988. São Paulo, 2005.
______. Lei nº 8662 de 07 de junho de 1993. Regulamenta a profissão de Serviço Social. Coletânea de Leis. CRESS, Porto Alegre, 2000.
______. Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
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PARO, Vitor Henrique. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo: Cortez,1996.
SANTOS, André Michel dos. A Escola como espaço de atuação para o Assistente Social: Trabalhando com grupos. Trabalho Final de Graduação – TFG. Centro Universitário Franciscano, UNIFRA, 2005.
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