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Os fundamentos da nossa Jornada O presente texto possui um objetivo: destacar que essa Jornada Bíblica se baseia em alguns pressupostos a respeito do caminhar em comunidade, experiência religiosa e sobre Cristianismo. Para tanto, o texto se organiza em três partes. Na primeira parte, enumeram-se apenas os pressupostos aqui adotados. Na segunda parte, buscarei explicá-los. Na terceira parte, finalmente, serão feitas algumas sugestões. Sugestão apenas. Fique a vontade para adotá-las ou não. I) Pressupostos: 1. Assim como é penoso escrever sem parcialidade, também é difícil ler sem parcialidade. 2. A Bíblia contém (majoritariamente) dois grandes tipos de textos: uns são descritivos e outros são prescritivos/normativos. 3. O entendimento de um texto bíblico não acontece quando se entende intelectualmente o texto bíblico. Só se entende – de verdade – o texto bíblico quando você viver aquilo. II) Esclarecimentos e explicações: • “Assim como é penoso escrever sem parcialidade, também é difícil ler sem parcialidade.” A Bíblia tem palavras (uau) e na hora de entender essas mesmas palavras, quem dá significado a elas é você. O ponto de partida aqui é ter a consciência que todos nós temos uma história carregada com memórias, narrativas e experiências que juntas permitiram que chegássemos até aqui. Até ai tudo bem. Independente dessa bagagem que carregamos conosco, o propósito dessa Jornada é fazer com que, juntos, cheguemos a alguns pontos comuns: (i) a leitura da Bíblia, (ii) o compartilhar das nossas experiências uns com os outros e (iii) prosseguir e crescer em unidade. Os textos de apoio que você encontrará (caso decida lê-los) foram escritos por pessoas como você. Feitos com zelo, dedicação e esforço. Pessoas se debruçaram sobre livros de estudo e sobre a Bíblia para que o seu caminhar nessa Jornada fosse mais profundo e reflexivo no plano individual. Tenho consciência do quanto é difícil filtrar informações de algum texto em meio à poeira e à fumaça de tal estado de controvérsia em que se encontra a nação e a própria “igreja” sobre problemas relacionados à interpretação de texto, em especial, ao que a Bíblia diz. No entanto, minha esperança (e expectativa) é que à medida que os textos bíblicos forem abertos, surgirão perguntas e respostas que ninguém esperava. Temos a tendência de pensar na Bíblia como um livro de respostas às nossas perguntas. Ela é, mas não só isso. Contudo, se realmente permitirmos que o texto fale, veremos que Deus nos mostrará que não estamos sequer fazendo as perguntas certas. O mais importante é encontrar as perguntas certas que o texto está levantando. • “A Bíblia contém (majoritariamente) dois grandes tipos de textos: uns são descritivos e outros são prescritivos/normativos.” A Bíblia, no sentido mais fundamental, possui palavras que juntas formam textos. Esses textos são diferentes entre si e isso nos permite aprender com cada um deles. Os textos prescritivos/normativos são claramente didáticos, contendo instruções para a vida. O exemplo clássico do Antigo Testamento são os Dez Mandamentos (Êxodo 20). No Novo Testamento, as instruções do chamado Sermão do Monte (Mateus 5) são bem claras sobre como devemos viver. Ou nas palavras do apóstolo Paulo, as virtudes recomendadas em Romanos 12:9-21. Tratam de como a realidade e como nossa vida deve ser. Já os textos descritivos contam histórias, descrevem a realidade como a mesma é, pressupondo que o leitor será capaz de tomar suas decisões. Textos que não tem a menor pretensão de prescrever comportamentos e como devemos nos portar. • “O entendimento de um texto bíblico não acontece quando se entende intelectualmente o texto bíblico. Só se entende – de verdade – o texto bíblico quando você viver aquilo.” A prática é a finalidade de tudo o que Deus faz por seus filhos e filhas, do mesmo modo que o fruto é a finalidade de tudo o que o agricultor faz pelo crescimento de sua vinha. Pra que, então, plantaríamos ou regaríamos, senão para que as árvores se encham de seiva? E qual a finalidade dessa seiva senão que as árvores deem fruto? Qual a importância ou relevância têm para o agricultor as folhas e as árvores estéreis? A reflexão que Cristo quer nos levar a ter não é uma busca individual, e sim coletiva. Ela requer, pelo menos, um interlocutor – um amigo, uma amiga, um vizinho, um irmão, uma irmã. Não podemos descobrir o entendimento de um texto bíblico apenas por meio da introspecção. Se o entendimento é dialético, (se avança e recua entre os julgamentos que fazemos em situações concretas e os princípios que guiam esses julgamentos) necessita de opiniões, interpretações e convicções diferentes, como pontos de partidas. Cristianismo que não tem contato com o próximo só poderá produzir uma utopia moral estéril. III) Sugestões: 1. Não tenha medo de confusão sobre algum texto ou passagem. É impossível aprender se a gente já sabe tudo. Confusão pode ser uma boa plataforma para construirmos algo juntos. 2. Procure ler a Bíblia pela manhã (talvez demande acordar mais cedo). Valerá a pena. 3. Se possível, encontre um lugar na sua casa ou trabalho, que seja claro e tranquilo, para evitar interrupções. 4. Leia primeiro a Bíblia; depois, compreenda-a. 5. Leia a Bíblia tendo autoridade sobre você e não o contrário. 6. Leia a Bíblia sem pressa. 7. Leia a Bíblia procurando responder essas perguntas: O que o texto diz? O que significa o que o texto diz? O que o texto me diz? O que o texto me diz é verdade? O que farei com o que o texto me diz? 8. Compartilhe suas experiências, dúvidas, descobertas com alguém. Não procure caminhar sozinho. O primeiro passou, nesta Jornada, você já deu, ao decidir ler a Bíblia. Boa caminhada, Com amor, João Victor Vasconcelos
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