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RESENHA CRITICA ELABORAÇÃO E CONTESTAÇÃO DE LAUDOS AMBIENTAIS

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM LEGISLAÇÃO, PERÍCIA E AUDITORIA AMBIENTAL
A Perícia Ambiental no novo CPC
HELOÍSA ARAÚJO MELATO
Trabalho da disciplina ELABORAÇÃO E CONTESTAÇÃO DE LAUDOS AMBIENTAIS
 Tutora: Maria Carolina Cancella de Amorim
Divinópolis, MG 
2020
A PERÍCIA AMBIENTAL NO NOVO CPC 
Referência: 
SOARES, Alexandra Fátima Saraiva Soares, OLIVEIRA, Fernanda Alvim Ribeiro Oliveira, FIGUEIREDO, Helena Lanna, A PERÍCIA AMBIENTAL NO NOVO CPC, Novembro/2016. Disponível em https://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2016/V-051.pdf, Acesso em 12/01/2020.
O modelo de desenvolvimento econômico atual, inaugurado após a revolução industrial, no qual vigora o estímulo ao consumismo desenfreado, torna-se insustentável para o meio ambiente, por comprometer o equilíbrio ecológico, ameaçar a saúde dos seres vivos e, consequentemente, a sobrevivência da humanidade.
Tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento, devido à desenfreada exploração dos recursos naturais, é grande a contaminação do meio ambiente, e ocorre num tempo muito curto, fazendo com que a natureza não consiga repor tais recursos na mesma proporção e velocidade com que são consumidos e nem recuperar o meio ambiente dos impactos sofridos. Tal situação gera situação de conflitos e demandas judiciais cada dia mais complexas, envolvendo essas questões ambientais.
A Perícia ambiental é uma ferramenta muito importante no processo de preservação da vida na terra, aos lado da educação ambiental, da mudança nos padrões de consumo, do ajuste de tais padrões ao conceito de desenvolvimento sustentável, da necessidade de se alcançar tecnologias menos agressivas ao meio ambiente, bem como da recuperação dos ecossistemas impactados.
Neste contexto, a Lei 7.347/85, que criou o mecanismo da Lei de Ação Civil Pública, trouxe para o judiciário grandes volumes de ações relativas aos conflitos ambientais, bastante complexas, tornando-se necessário estudos e novos métodos, não só na área jurídica, mas nas diversas áreas que envolvem a questão ambiental.
A perícia técnica é instituto regulamentado pelo CPC, e tem por objetivo auxiliar o juiz fornecendo-lhe conhecimentos técnicos de que o mesmo não tem, que possam proporcionar condições objetivas de emitir decisão judicial acertada e objetiva, sobre questões controvertidas.
A perícia ambiental é uma modalidade pericial relativamente nova cujo objeto principal é o dano ambiental já ocorrido ou o risco de sua ocorrência, prevalecendo nas ações ambientais os Princípios da Prevenção, da Precaução e do Não Retrocesso, haja visto que a ocorrência de alguns danos pode ser irreversível e muitas vezes evitada. 
Em se tratando de dano ambiental é muito difícil a avaliação da dimensão do dano, razão pela qual é fundamental o papel do perito ambiental e muitas vezes por uma equipe multidisciplinar.
A Lei 6.938, em seus incisos II e III, artigo 3º, elenca os elementos que compõem o dano ambiental, de forma que toda lesão intolerável causada por ação humana ao meio ambiente pode ser entendida como dano ambiental.
Segundo o IBAPE – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias, perito é um profissional habilitado legalmente, idôneo e especialista na área, convocado para realizar a perícia. Juridicamente falando perito é um auxiliar da justiça, nomeado pelo juiz, cuja função é auxiliar na formação de uma convicção sobre a questão em pauta, de forma que o magistrado possa fundamentar sua decisão em conhecimentos técnicos e científicos específicos.
No Brasil, o artigo 225, da CF, tutela constitucionalmente o dano ambiental, responsabilizando o infrator, que pode ser pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, nas esferas penal, administrativa e civil, por atividades e condutas lesivas ao meio ambiente. As sanções são cominadas em tais esferas independentemente, mas cumulativamente.
Na responsabilização ambiental as sanções são independentes, de forma que não se falar em aplicação do Princípio do “bis in idem”, que é a proibição de aplicação de mais de uma sanção pelo mesmo fato.
No ordenamento jurídico brasileiro prevalece, como regra geral, a teoria da Responsabilidade objetiva do Estado, por danos causados a terceiros por sua Administração ou agentes. Quanto aos danos ambiental, seja por conduta comissiva ou omissiva. Caso o poder público não exerça seu poder de polícia, haverá responsabilização solidária com o agente poluidor, se configurando a culpa in omittendo, por omissão do dever de apurar o dano. 
A Lei 6.938/81, da PNMA, estabelece o dever ao poluidor e degradador o dever de recuperar o dano causado, recompondo o meio ambiente ao estado anterior à lesão. Não sendo possível, estabelece obrigação de indenização pecuniária. 
Assim a responsabilidade civil no direito ambiental é objetiva do tipo risco integral, pois o empreendedor responde pelos riscos gerados por sua atividade, não se admitindo excludentes, de forma que, existindo o dano ambiental não há que se apurar a existência de dolo ou culpa, apenas a prova do dano e o nexo causal. Nesse sentido a existência da atividade que possa causar dano acarreta a responsabilização civil do autor, mesmo que ele tenha se cercado de cuidados, mesmo que esteja autorizado pelo Poder Público.
Se fossem admitidas excludentes de responsabilidade em matéria ambiental, poderia haver exclusão dos autores dos danos ambientais, restando apenas o meio ambiente degradado e sem reparação.
O novo CPC trouxe algumas inovações sobre a perícia, apesar de poucas alterações.
Dentre os auxiliares da justiça está o perito judicial, e o artigo 156, caput, prescreve que o juiz será assistido por perito, sempre que “a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico”. Se o objeto da perícia for complexo, o juiz poderá nomear mais de um perito e as partes poderão indicar mais de um assistente técnico (art 475, CPC).
Os critérios de escolha do perito são a habilitação legal e o conhecimento técnico e específico sobre o tema objeto do litígio. Mediante consulta pública e consulta direta às universidades, aos conselhos de classe, ao Ministério Público e à OAB, os tribunais deverão fazer e manter atualizados cadastro de peritos, verificando sempre a formação, atualização dos conhecimentos e a experiência dos profissionais cadastrados. 
Os tribunais devem manter lista de peritos, com disponibilização dos documentos exigidos para habilitação, para consulta dos interessados na perícia, a fim de que seja observada a capacidade técnica e a área de conhecimento do profissional.
Dentre as obrigações do perito, está a imparcialidade e a diligência. Deve agir com boa fé, prestando informações verídicas no processo.
Se houver nomeação pelo magistrado e o perito se julgar impedido ou suspeito para desenvolver o trabalho, deve recusar o encargo, alegando motivo legítimo. Caso o perito esteja impedido ou seja suspeito, e não suscite tal fato, podem as partes, no prazo de 15 dias da intimação do despacho de nomeação, podem impugnar a nomeação, e o juiz ao aceitar a escusa ou julgue procedente, será nomeado novo perito.
Sempre que a matéria do litígio for de menor complexidade, pode haver substituição da perícia por uma prova técnica simplificada, que será elaborada em audiência, mediante inquirição do perito, que poderá se valer de qualquer recurso de imagem e som. Tal prova técnica poderá ser determinada de ofício pelo juiz, ou a requerimento da parte.
Outra modalidade de perícia é a perícia consensual, na qual as partes, de comum acordo, escolhem o perito e o indicam ao juízo. Só é admitida se as partes forem maiores e capazes, e se for possível a auto composição do litígio. Tal tipo de perícia é prova simplificada e agiliza o andamento processual. 
No ato de nomeação do perito, o juiz fixará o prazo de entrega do laudo, bem como a intimação das partes para se manifestarem sobre o impedimento ou suspeição do perito, indicar assistente técnico e formular quesitos.
Ao contrário do perito, os assistentestécnicos não têm obrigação de imparcialidade, pois seu compromisso é com as partes e não com o juízo.
Após a nomeação o perito será cientificado para, no prazo de 5 dias, apresentar sua proposta de honorários, sua qualificação e comprovação de especialização, seus contatos profissionais, além de endereço eletrônico.
Quanto aos honorários periciais, as partes devem fazer o depósito antes do início da prova técnica, sendo admitido que o juiz autorize o pagamento de até 50% do valor no início dos trabalhos, e o restante após entrega e prestação dos esclarecimentos que se tornarem necessários.
Caso a perícia seja inconclusiva ou deficiente, o artigo 465, § 5º, prescreve que os honorários periciais poderão ser reduzidos. Poderá até mesmo haver substituição do perito, quando o mesmo não possuir conhecimentos técnicos ou científicos, ou quando deixar de cumprir os prazos estabelecidos. 
Após a substituição o perito deve restituir os valores percebidos pelo trabalho não realizado no prazo de 15 dias. Caso não o faça, o juiz poderá aplicar multa ao perito, comunicando aos órgãos de classe do perito, para providências, e a parte que tiver feito o depósito dos honorários poderá iniciar o procedimento de cumprimento de sentença para reaver o valor levantado pelo perito, com base na sentença que determinou a devolução (artigo 468, §3º).
Objetivando a elaboração de laudos completos e eficientes, o CPF enumerou os elementos que deverão constar do trabalho técnico:
Exposição do objeto da perícia;
Analise técnica ou cientifica realizada;
Indicação do método usado e sua aceitação pela comunidade cientifica;
Resposta conclusiva aos quesitos das partes, do juiz e do MP;
Linguagem clara, coerente, lógica e acessível, com fundamentação de como foram alcançadas as conclusões ali expostas.
Se as partes, o juiz ou o MP necessitarem de esclarecimentos sobre o laudo, o perito tem o dever de, no prazo de 15 dias, esclarecer qualquer dúvida ou divergência, podendo ser designada audiência de instrução e julgamento para que tais esclarecimentos sejam prestados.
Caso a perícia não seja satisfatória, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, designar a realização de nova perícia, com objetivo de corrigir inexatidões de resultados ou omissões. A segunda perícia não substituirá a primeira, cabendo ao juiz valorar pontos de uma e outra.
O procedimento da perícia está elencado no CPC/73 nos artigos 420 a 439, e no CPC vigente nos artigos 464 a 480 e basicamente foram poucas as modificações, sendo sem dúvida a mais importante a possibilidade da prova técnica simplificada, constante dos §2º a 4º.
A legislação processual atual valorizou a figura do perito, técnico especializado, a quem foi imposto maiores comprometimento e competência na realização do seu trabalho, além de obrigações, que caso sejam descumpridas, ensejam devolução do valor recebido, multa de acordo com o valor da causa, além da inabilitação para atuar como auxiliar do juízo pelo prazo de dois a cinco anos. 
Brasil. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em fevereiro de 2020.
Brasil. Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Institui o Código de Processo Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm Acesso em fevereiro de 2020.
Brasil. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm Acesso em fevereiro de 2020.

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