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CECS – CENTRO DE ENGENHARIA, MODELAGEM E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS EXPERIMENTO 6 – TÚNEL DE VENTO SUBSÔNICO ADRIANO DINIZ SILVA LIMA - RA: 11100411 JACLES MARTINS COELHO NETO - RA 11117513 LETICIA MENDES - RA: 21070014 MOHAMAD HUSSEIN NASSER - RA: 11024115 VICTOR ANDRADE DOS SANTOS - RA 21074413 PROFESSORA: JULIANA TÓFANO DE CAMPOS LEITE ENTREGUE EM: 10/12/2019 Santo André, Dezembro/2019 Resumo Em mecânica dos fluidos, a camada limite é a camada de fluido nas imediações de uma superfície delimitadora, fazendo-se sentir os efeitos difusivos e a dissipação da energia mecânica. Quando um objeto move-se através de um fluido, ou um fluido move-se em redor de um objeto, o movimento das moléculas do líquido perto do objeto é perturbado, e estas moléculas movem-se em redor do objeto, gerando forças aerodinâmicas. A magnitude dessas forças depende da forma e velocidade do objeto, assim como da massa, viscosidade e compressibilidade do fluido. O conceito é de extrema importância no âmbito da engenharia, fornecendo explicações físicas para o comportamento de escoamentos de fluidos como o ar ou a água, em circunstâncias de aplicação pertinentes, em campos tão diferentes como nas ciências atmosféricas. O presente experimento tem como objetivo a investigação da camada limite de velocidade em superfície lisa e rugosa. Os resultados foram bastante conclusivos e mostraram um crescimento linear na superfície lisa enquanto que na superfície rugosa demonstrou um crescimento mais acentuado. 1. Introdução O túnel de vento é um equipamento que tem por objetivo analisar o comportamento do escoamento do ar sobre e ao redor de superfícies. Dessa forma, é possível estudar a grandeza chamada camada limite de velocidade. Dado um escoamento sobre uma placa plana, as partículas que estão em contato com a superfície tem velocidade zero em decorrência das forças de atrito. A medida que se aumenta a distância y em relação a placa, o fluido apresenta o aumento de sua velocidade, até o valor da velocidade de corrente livre. A camada limite, então, é definida como o valor de y em que a velocidade do fluido é 99% a velocidade da corrente livre. A camada limite se desenvolve sempre que há escoamento de fluidos sobre superfícies, e sua análise apresenta grande importância no estudo dos efeitos do atrito e viscosidade dos fluidos. Figura 1 - Desenvolvimento da camada limite numa placa plana Fonte: Incropera (2008) 2. Objetivos 2.1 Objetivos Gerais Investigação da camada limite de velocidade em superfície lisa e rugosa. 3. Materiais e Métodos 3.1 Materiais Para este experimento, foi utilizada a Base Modular de Fluxo de Ar AF10, da marca Tecquipment. Figura 2 - Base Modular de Fluxo de Ar - Tecquipment Fonte: Tecquipment (2019) 3.2 Metodologia O Tubo de Pitot foi posicionado a uma distância de 21 mm medida polo micrômetro e então o túnel de vento foi ligado. Com o manômetro ajustado verticalmente, as medidas de pressão foram feitas. O Tubo de Pitot foi sendo deslocado em direção a placa lisa em passos de 1 mm até a medida de 16 mm, e então de 0,5 mm até a medida de 11,5 mm. A cada deslocamento as medidas de pressão eram anotadas. O mesmo procedimento foi aplicado a placa rugosa, posicionado o Tubo de Pitot a medida de 20 mm, a passos de 0,5 mm até a medida de 13,5 mm, e a partir daí, a passos de 0,25 mm até a medida de 12,5 mm. 3.3 Formulário Da equação de Bernoulli e da equação do tubo de Pitot, a velocidade v é dada por: v = (1) √2gh( γ1γ − 12 ) ou de forma mais simplificada v = (2) √2gΔh em que v é dada em [m/s], g é a gravidade dada em [m/s2] e h é carga dada em [m]. Δ 4. Resultados e Discussão As tabelas 1 e 2 apresentam os resultados e cálculos feitos para o escoamento sobre superfície lisa e superfície rugosa, respectivamente. Tabela 1 - Dados e cálculos para escoamento em superfície lisa Leitura do micrômetro [mm] P entrada [mm] P [mm] u [m/s] 21 58 118 1,084 20 60 120 1,084 19 60 120 1,084 18 60 120 1,084 17 58 118 1,084 16 58 116 1,066 15,5 58 116 1,066 15 58 114 1,047 14,5 58 110 1,009 14 58 108 0,989 13,5 58 102 0,928 13 58 96 0,863 12,5 58 88 0,766 12 58 84 0,713 11,5 58 86 0,741 Tabela 2 - Dados e cálculos para escoamento em superfície rugosa Leitura do micrômetro [mm] P entrada [mm] P [mm] u [m/s] 20 58 116 1,066 19 60 114 1,028 17,5 58 108 0,989 17 58 106 0,969 16,5 58 102 0,928 16 58 98 0,885 15,5 58 94 0,84 15 58 90 0,791 14,5 58 84 0,713 14 58 80 0,656 13,5 58 74 0,56 13,25 58 70 0,484 13 58 66 0,395 12,75 58 64 0,342 12,5 58 64 0,342 Gráfico 1 - Relação entre Distância da Parede e Velocidade do Escoamento Na placa lisa, pode-se notar que o perfil de velocidade comporta-se de forma linear próximo a placa, aproximadamente até a leitura de 14,5 mm do micrômetro, e a partir daí, apresenta uma velocidade praticamente constante. O fluido atingiu a velocidade de corrente livre a uma pequena distância da placa, ou seja, pode-se dizer que os efeitos de viscosidade e atrito não tiveram tanta influência na camada limite de velocidade, que apresenta, dessa forma, espessura pequena. Na placa rugosa, o escoamento apresenta um perfil de velocidade crescente ao longo de toda a distância medida pelo micrômetro, de 20 mm. Visto que a rugosidade aumenta consideravelmente o atrito, a camada limite apresenta uma espessura maior, de forma que o fluido alcança velocidade de corrente livre em uma maior distância da placa. 5. Conclusão Neste experimento foi possível verificar o comportamento do escoamento em relação a superfície lisa e rugosa. Em posse dos resultados, o grupo considera que os resultados foram satisfatórios e se mostraram muito próximos aos resultados teóricos. Nos dois modelos de superfície foi possível observar um crescimento linear (Mais acentuado na superfície rugosa, porém também linear) e por fim os dois atingiram velocidade de corrente aproximada. Na superfície rugosa também é possível verificar que a velocidade de corrente é atingida somente com uma distância maior entre as placas se comparada a superfície lisa, isso indica que na superfície rugosa a rugosidade aumenta o atrito, influenciando de forma mais impactante os resultados, e fazendo com que a distância da placa precise ser maior para atingir velocidade de corrente. Bibliografia TECQUIPMENT. Subsonic Wind Tunnels. Disponivel em <https://www.tecquipment.com/pt/aerodynamics/subsonic-wind-tunnels>. Acesso em 7 dez 2019. INCROPERA, Frank; DEWITT, David; BERGMAN, Theodore; LAVINE, Adrienne. Fundamentos de Transferência de Calor e Massa. 6 ed. LTC Editora, 2008.
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