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Natureza da Interpretação

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Interpretar o negócio jurídico é interpretar a declaração de vontade ou as declarações de vontade que o integram; é determinar o sentido, o conteúdo da declaração. Através da interpretação será possível estabelecer quais os efeitos que as partes pretenderam produzir ao ajustarem um determinado negócio jurídico. A lei pode explicitar algumas diretrizes que auxiliam a interpretar o contrato. Por vezes, o processo hermenêutico impõe-se como etapa imprescindível para a aplicação do contrato, de maneira a afastar as dúvidas, omissões, obscuridades ou contradições existentes.
Assim como as leis, também são possíveis várias formas de interpretação do contrato, a saber: a interpretação literal, autêntica, judicial, declarativa, extensiva, restritiva, sistemática, histórica etc.  
Washington de Barros Monteiro propõe uma série de orientações que auxiliam o intérprete a interpretar os negócios jurídicos. Dentre as sugestões propostas, sinale-se as seguintes: os contratos devem ser interpretados conforme a boa-fé; a melhor interpretação é aquela realizada com base nos eventos posteriores à perfectibilização do negócio; as dúvidas de uma venda devem ser interpretadas, modo geral, contra o vendedor; em relação às obrigações, a estipulação deve ser interpretada da maneira menos onerosa para o devedor; se os termos são claros e apropriados, não há como fugir do sentido literal; as várias cláusulas devem ser interpretadas de maneira sistemática de forma a se construir um resultado harmônico.
No acordo de vontades estabelecido entre as partes contratantes, é possível que haja simetria entre aquilo que desejaram no momento da avença e as expectativas dos direitos e deveres assumidas. Nesse caso, não haverá necessidade de interpretação propriamente dita, pois o “sentido e o alcance das cláusulas contratuais coincidem plenamente, quer no processo interno de formação do acordo de vontades, quer no processo ulterior de exteriorização dessas vontades”.
            Quando, por outro lado, não existir dita simetria, o processo hermenêutico impõe-se como etapa imprescindível para a aplicação do contrato, de maneira a afastar as dúvidas, omissões, obscuridades ou contradições existentes.
Interpretar o negócio jurídico, portanto, é interpretar a declaração de vontade ou as declarações de vontade que o integram, determinando-lhes o sentido. Através da interpretação será possível estabelecer quais os efeitos que as partes pretenderam produzir ao ajustarem um determinado negócio jurídico. Assim como as leis, também são possíveis várias formas de interpretação do contrato, a saber: a interpretação literal, autêntica, judicial, declarativa, extensiva, restritiva, sistemática, histórica etc. 
Um dos tópicos do presente artigo consistiu em analisar como a lei pode explicitar algumas diretrizes que auxiliam a interpretar o contrato. Discorreu-se, igualmente, que no acordo de vontades estabelecido entre as partes contratantes, é possível que haja simetria entre aquilo que desejaram no momento da avença e as expectativas dos direitos e deveres assumidas. Nesse caso, não haverá necessidade de interpretação propriamente dita, pois o “sentido e o alcance das cláusulas contratuais coincidem plenamente, quer no processo interno de formação do acordo de vontades, quer no processo ulterior de exteriorização dessas vontades”. Quando, por outro lado, não existir dita simetria, o processo hermenêutico impõe-se como etapa imprescindível para a aplicação do contrato, de maneira a afastar as dúvidas, omissões, obscuridades ou contradições existentes. Existem, nesse compasso, algumas teorias que buscam solucionar a questão da discordância entre a vontade do agente (presente no momento da declaração) e a declaração propriamente dita.

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