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4- LEI DE TORTURA

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PROFESSORES CARLOS ALFAMA E PAULO IGOR 
 
Prof. Carlos Alfama 1 
LEI DE TORTURA 
(Lei nº 9.455/97) 
01) HISTÓRICO DO COMBATE À TORTURA 
Após a 2ª Guerra Mundial, surgiu um movimento mundial de repúdio 
à tortura. Esse movimento gerou a aprovação de vários tratados e 
convenções internacionais sobre o tema, alguns ratificados pelo 
Brasil. 
No âmbito do ordenamento jurídico interno brasileiro, somente com a 
Constituição Federal de 1988 a tortura passou a ser regulamentada. 
A CF/88 consagrou o direito de não ser submetido à tortura como 
direito individual do cidadão: 
Art. 5º, III. Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante. 
Em relação a esse direito individual de não ser submetido à tortura, 
há duas correntes. 
Uma primeira corrente entende tratar-se de direito absoluto (não 
comportando exceções). 
Uma segunda corrente, denominada de teoria da bomba relógio, 
entende que é possível admitir a tortura em casos excepcionais, 
diante do conflito com outros direitos individuais. Exemplo: torturar 
terrorista para que diga onde foi colocada a bomba que geraria a 
morte de várias pessoas. 
Há ainda um segundo dispositivo versando sobre a tortura na 
Constituição Federal de 1988: 
Art. 5º, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis 
de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como 
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores 
e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
O dispositivo configura um mandado constitucional de 
criminalização. Nele a CF/88 não cria o crime de tortura, mas 
determina que o legislador o faça e lhe dê o mesmo tratamento 
rigoroso dos crimes hediondos. 
 
PROFESSORES CARLOS ALFAMA E PAULO IGOR 
 
Prof. Carlos Alfama 2 
Após a determinação da CF/88, surgiram algumas leis regulando a 
tortura: 
i. A Lei nº 8.069/90 (ECA), em seu art. 233, definiu 
como crime a tortura contra criança e adolescente. 
Nessa época, a tortura contra adulto não tinha previsão legal, era 
punida a título de lesão corporal, constrangimento ilegal, dentre 
outros. 
ii. A Lei nº 8.072/90 equiparou o crime de tortura a 
crime hediondo. 
 
iii. A Lei nº 9.455/97 definiu a tortura como crime no 
Brasil e revogou o art. 233, do ECA. 
Somente em 1997, passou a existir o crime de tortura contra adultos, 
posto que antes tal conduta era punida a outros títulos (lesão 
corporal, constrangimento ilegal, dentre outros). 
IMPORTANTE! Com a revogação do art. 233 do ECA pela Lei de 
Tortura, aplica-se a Lei nº 9.455/97 ao crime de tortura praticado 
contra criança e adolescente. 
iv. A Lei nº 12.847/13 instituiu o sistema de 
prevenção e combate à tortura. 
 
02) CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DO CRIME DE 
TORTURA 
 
A) TORTURA NÃO PRECISA SER PRATICADA POR AGENTE 
PÚBLICO 
O crime de tortura não precisa necessariamente ser praticado 
por agente do estado. 
Nesse ponto, a Lei de Tortura (Lei nº 9.455/97) diverge dos tratados 
internacionais sobre o tema, que preveem a tortura como conduta 
própria de agente de Estado. 
A Lei nº 9.455/97 reconhece a possibilidade de o particular figurar 
como sujeito ativo do delito, independentemente de concurso de 
pessoas com agente público. Trata-se, portanto, via de regra, de 
crime comum. Exceção fica por conta dos crimes de tortura castigo 
e tortura por omissão, que são crimes próprios, conforme veremos. 
PROFESSORES CARLOS ALFAMA E PAULO IGOR 
 
Prof. Carlos Alfama 3 
B) TORTURA É CRIME PRESCRITÍVEL 
No Brasil, não existe previsão Constitucional de imprescritibilidade do 
crime de tortura. O crime de tortura prescreve, portanto! 
Em nosso ordenamento jurídico interno, os únicos crimes definidos 
como imprescritíveis são os seguintes: 
i. O racismo; 
ii. A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático. 
Nesse ponto, a Lei de Tortura (Lei nº 9.455/97) diverge dos tratados 
internacionais sobre o tema, que preveem a tortura como crime 
imprescritível. 
Todavia, prevalece o entendimento no sentido de que apenas a 
Constituição Federal pode definir um crime como imprescritível, como 
não o fez a tortura é crime prescritível. 
CUIDADO! Apesar de o crime de tortura ser prescritível, as ações 
indenizatórias por danos morais decorrentes de atos de tortura 
ocorridos durante o Regime Militar de exceção são imprescritíveis 
(EREsp nº 816.209/RJ). 
C) TORTURA É CRIME DOLOSO 
Não se pune a tortura culposa. 
Assim, se o agente causar sofrimento físico ou mental na vítima por 
imprudência, negligência ou imperícia não responderá por tortura. 
 
03) CRIMES DE TORTURA 
As condutas que tipificam o crime de tortura são as previstas: 
 No art. 1º, I, a – Tortura Prova (tortura persecutória); 
 No art. 1º, I, b – Tortura Crime; 
 No art. 1º, I, c – Tortura Preconceito; 
 No art. 1º, II – Tortura Castigo; 
 No art. 1º, §1º - Tortura pela tortura (tortura carcerária 
ou tortura própria); 
Em todas essas modalidades, a pena é de reclusão, de 2 a 8 anos. 
Além disso, em todas as modalidades trata-se de crime equiparado a 
hediondo. 
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Prof. Carlos Alfama 4 
A) TORTURA PROVA 
SINÔNIMOS: Tortura persecutória, tortura confissão, tortura 
probatória, tortura institucional ou tortura inquisitorial. 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, 
causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima 
ou de terceira pessoa; 
CONDUTA: Constranger alguém, com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental. 
ELEMENTO SUBJETIVO: É o dolo. 
FINALIDADE ESPECÍFICA DO AGENTE: Obter informação, 
declaração ou confissão. Exemplos: 
 Policial tortura investigado para obter confissão de crime. 
 Credor tortura devedor para obter confissão da dívida. 
A finalidade especial de obter informação, declaração ou confissão, da 
vítima ou de terceira pessoa, é requisito indispensável para 
caracterização dessa modalidade de tortura. 
SUJEITO ATIVO: Crime comum. Não exige qualidade/condição 
especial do sujeito ativo. Qualquer pessoa pode praticá-lo. 
SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa. 
CONSUMAÇÃO: O crime se consuma com o constrangimento 
causador da violência física ou mental. Dispensa a obtenção da 
informação. Trata-se de crime formal, portanto. 
Além disso, vale ressaltar que se a informação pretendida for obtida 
não poderá ser utilizada como prova, por configurar prova ilícita. 
TENTATIVA: É possível a tentativa. 
 
 
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Prof. Carlos Alfama 5 
B) TORTURA CRIME 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, 
causando-lhe sofrimento físico ou mental 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
CONDUTA: Constranger alguém, com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental. 
ELEMENTO SUBJETIVO: É o dolo. 
ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO: É a tortura praticada para 
provocar ação ou omissão de natureza criminosa. Exemplo: Pedro 
tortura José para que minta em seu depoimento judicial. 
SUJEITO ATIVO: Crime comum. Não exige qualidade/condição 
especial do sujeito ativo. Qualquer pessoa pode praticá-lo. 
SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa. 
CONSUMAÇÃO: Consuma-se com o constrangimento causador de 
sofrimento, independente da prática da conduta criminosa pela vítima 
torturada. Trata-se de crime formal, portanto. 
TENTATIVA: é possível a tentativa. 
PERGUNTA DE PROVA: a expressão “ação ou omissão de natureza 
criminosa” abrange a prática de contravenção penal? 
Prevalece o entendimento de que não! Tratando-se denorma penal, a 
expressão deve ser interpretada de forma restritiva. 
CONSEQUÊNCIAS DA PRÁTICA DO CRIME PELO TORTURADO? 
TORTURADO TORTURADOR 
VÍTIMA DA TORTURA AGENTE DA TORTURA 
AUTOR IMEDIATO IMPUNÍVEL. 
Não responde pelo crime por 
inexigibilidade de conduta diversa 
(não há culpabilidade). 
AUTOR MEDIATO DO CRIME. 
Responde pela tortura e pelo 
crime praticado pelo torturado, 
em concurso material. 
 
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Prof. Carlos Alfama 6 
C) TORTURA PRECONCEITO (ou TORTURA DISCRIMINAÇÃO) 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, 
causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
CONDUTA: Constranger alguém, com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental. 
ELEMENTO SUBJETIVO: É o dolo. 
ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO: É a tortura praticada em 
razão de discriminação racial ou religiosa. 
SUJEITO ATIVO: Crime comum. Não exige qualidade/condição 
especial do sujeito ativo. Qualquer pessoa pode praticá-lo. 
SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa. 
CONSUMAÇÃO: Consuma-se com o constrangimento causador de 
sofrimento. 
TENTATIVA: É possível! 
PERGUNTA DE PROVA DE CONCURSO: O tipo penal abrange a 
tortura por homofobia? 
Não, por ausência de previsão legal. A extensão nesse caso 
configuraria analogia “in malam partem”. 
 
D) TORTURA CASTIGO 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou 
mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter 
preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
CONDUTA: Submeter pessoa sob sua guarda ou autoridade a intenso 
sofrimento físico ou mental. 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: Dolo. 
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Prof. Carlos Alfama 7 
ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO DO TIPO: Aplicar castigo 
pessoal ou medida de caráter preventivo. 
SUJEITO ATIVO: Trata-se de crime próprio, apenas o pratica o 
agente exerce a guarda, poder ou autoridade sobre a vítima. Não 
necessariamente o agente é servidor público. Exemplos: Cuidador de 
idosos, babá, etc. 
SUJEITO PASSIVO: A vítima deve estar sob a guarda, poder ou 
autoridade do agente. Trata-se de crime bipróprio, portanto. 
CONSUMAÇÃO: Se dá com a provocação do intenso sofrimento. 
TENTATIVA: Admite tentativa. 
 
 QUESTÃO DE PROVA: Qual a diferença entre o crime de 
tortura castigo e o crime de maus tratos? 
TORTURA CASTIGO 
MAUS TRATOS (art. 136 do 
Código Penal) 
Submeter alguém, sob sua 
guarda, poder ou autoridade, 
com emprego de violência ou 
grave ameaça, a intenso 
sofrimento físico ou mental, 
como forma de aplicar castigo 
pessoal ou medida de caráter 
preventivo. 
Expor a perigo a vida ou a saúde 
de pessoa sob sua autoridade, 
guarda ou vigilância, para fim de 
educação, ensino, tratamento ou 
custódia, quer privando-a de 
alimentação ou cuidados 
indispensáveis, quer sujeitando-a 
a trabalho excessivo ou 
inadequado, quer abusando de 
meios de correção ou disciplina. 
Deve estar presente a intenção 
deliberada de causar intenso 
sofrimento físico ou mental, 
desvinculada do objetivo da 
educação. 
REsp 610.395/SC, STJ 
Deve ser demonstrado que os 
castigos infligidos tinham por 
finalidade a educação, o ensino, 
o tratamento ou a custódia da 
vítima. 
CC 102.833/MG, STJ 
Causa intenso sofrimento na 
vítima. 
Não causa intenso sofrimento na 
vítima, apenas a expõe a perigo. 
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Prof. Carlos Alfama 8 
E) TORTURA PELA TORTURA (TORTURA CARCERÁRIA OU 
TORTURA PRÓPRIA) 
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita 
a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio 
da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida 
legal. 
CONDUTA: Submeter pessoa presa ou sujeita a medida de 
segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio de ato não 
previsto em lei ou não resultante de medida legal. 
ATENÇÃO! O tipo penal não exige emprego de violência ou grave 
ameaça. É a única modalidade de tortura que não exige o emprego 
de violência ou grave ameaça. 
Caracteriza o delito causar sofrimento no preso ou em pessoa sujeita 
à medida de segurança através de qualquer ato não previsto em 
lei ou não resultante de medida legal. Exemplo: Colocar presa do 
sexo feminino no presídio masculino configura o delito. 
ELEMENTO SUBJETIVO: É o dolo. 
ATENÇÃO! Não se exige finalidade específica! É a única modalidade 
de tortura que não depende da presença de um motivo ou finalidade 
especial no agente. 
SUJEITO ATIVO: Trata-se de crime comum, pode ser praticado por 
qualquer pessoa. Não precisa ser agente do Estado. Ex.: 
Linchamento de estuprador preso em flagrante por moradores da 
comunidade. 
Nesse sentido, Rogério Sanches, Fábio Roque, Nestor Távora e 
Rosmar Rodrigues Alencar. 
 SUJEITO PASSIVO: é a pessoa presa ou sujeita a medida de 
segurança. 
 A expressão “pessoa presa” abrange tanto a prisão 
definitiva, como a prisão cautelar. 
Também abrange a prisão civil. 
ATENÇÃO! Não abrange também a internação do 
menor infrator. 
 
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Prof. Carlos Alfama 9 
 A “medida de segurança” é a sanção penal imposta aos 
inimputáveis em razão de anomalia psíquica. Pode ser de 
duas espécies: 
o Internação; 
o Tratamento ambulatorial. 
CONSUMAÇÃO: Consuma-se com a submissão da vítima a 
sofrimento físico ou mental. TENTATIVA: Admite tentativa. 
04) TORTURA POR OMISSÃO (TORTURA IMPRÓPRIA) 
Art. 1º, § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando 
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção 
de um a quatro anos. 
Trata-se de infração de médio potencial ofensivo, que admite, 
portanto, a suspensão condicional do processo. 
1ª Parte: O agente que se omite tinha o dever jurídico de agir e 
evitar a conduta, mas se omite. Temos aqui a omissão do garante. 
APARENTE CONFLITO ENTRE CF/88 e A LEI DE TORTURA 
 A CF/88 determina que os mandantes, os executores e os 
que podendo evitar se omitirem respondem pela tortura. 
 
 A Lei nº 9.455/97 determina que quem tem o dever de 
evitar a tortura e se omite não responde pela tortura, 
mas sim por “tortura pela omissão”, cuja pena é inferior. 
Como solucionar tal conflito? 
Prevalece que a previsão da tortura por omissão é constitucional, não 
havendo conflito com a constituição. Isso porque, adotado o princípio 
da legalidade, é a lei quem deve dizer por qual pena o agente deve 
responder. 
2ª Parte: O agente que se omite tinha o dever de apurar a tortura, 
mas se omite. Trata-se de omissão própria. A tortura é 
acontecimento passado! 
TORTURA POR OMISSÃO É CRIME EQUIPARADO A HEDINDO? 
NÃO! Apenas são equiparadas a hediondos as condutas descritas no 
art. 1º, I, II e §1º. 
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Prof. Carlos Alfama 10 
PERGUNTA DE CONCURSO: Trote violento em faculdade pode 
configurar crime de tortura? 
Não, pois não há as finalidades especiais dos incisos I e II e a pessoa 
não está presa ou sujeita a medida de segurança, na forma do inciso 
III. 
 
05) QUALIFICADORAS DA TORTURA 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a 
pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão 
é de oito a dezesseis anos. 
A tortura é qualificada em duas hipóteses: 
A) Quando resulta em lesão corporal grave ou gravíssima; 
B) Quando resulta em morte. 
 
ATENÇÃO! A tortura absorve as lesões corporais. O agente que 
praticar tortura e causar lesão corporal apenas responderá pelo crime 
de tortura. 
 
TORTURA QUALIFICADA PELA MORTE X HOMICÍDIO 
QUALIFICADO PELA TORTURA 
TORTURAQUALIFICADA PELA 
MORTE 
HOMICÍDIO QUALIFICADO 
PELA TORTURA 
PRETENDE-SE TORTURAR, A 
MORTE É RESULTADO 
INVOLUNTÁRIO. 
PRETENDE-SE MATAR, A 
TORTURA É O MEIO. 
Trata-se de crime preterdoloso. 
Há dolo de tortura, mas a morte 
foi causada culposamente. 
Não é crime preterdoloso. Há 
dolo de matar e dolo de usar a 
tortura como meio. 
 
De acordo com a maioria, as qualificadoras só incidem na conduta 
praticada por ação. 
 
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Prof. Carlos Alfama 11 
06) CAUSAS DE AUMENTO 
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: 
I - se o crime é cometido por agente público; 
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de 
deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação 
dada pela Lei nº 10.741, de 2003) 
III - se o crime é cometido mediante sequestro. 
 
A) SE O CRIME É COMETIDO POR AGENTE PÚBLICO 
Agente público é o funcionário público, assim definido no art. 327, 
Código Penal: “Aquele que, embora transitoriamente ou sem 
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública”. 
 
B) SE O CRIME É COMETIDO CONTRA CRIANÇA, 
ADOLESCENTE, PORTADOR DE DEFICIÊNCIA, GESTANTE 
OU MAIOR DE 60 ANOS. 
Para que incida a causa de aumento de pena, o agente deve ser 
conhecedor da condição da vítima. 
 
C) SE O CRIME É COMETIDO MEDIANTE SEQUESTRO 
Embora o dispositivo tenha se referido apenas ao sequestro, também 
incide o aumento nas hipóteses de cárcere privado. O cárcere privado 
nada mais é do que o sequestro com confinamento, tanto que pevisto 
no mesmo tipo penal (art. 148 do Código Penal). 
 
As causas de aumento de pena incidem tanto na conduta praticada 
por ação como na praticada por omissão. 
 
Exceção fica por conta do caso da tortura imprópria (ou por omissão) 
praticada pelo agente que se omite quando tinha o dever de apurar a 
tortura, hipótese em que não incide a majorante de o crime ser 
cometido por funcionário público, sob pena de violação ao princípio 
do ne bis in idem. 
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Prof. Carlos Alfama 12 
JURISPRUDÊNCIA RECENTE 
AUSÊNCIA DE BIS IN IDEM NA DOSIMETRIA DA PENA DE 
CRIME DE TORTURA. No caso de crime de tortura perpetrado 
contra criança em que há prevalência de relações domésticas 
e de coabitação, não configura bis in idem a aplicação 
conjunta da causa de aumento de pena prevista no art. 1º, § 
4º, II, da Lei n. 9.455/1997 (Lei de Tortura) e da agravante 
genérica estatuída no art. 61, II, f, do Código Penal. A causa 
de aumento prevista pela legislação especial (art. 1º, § 4º, II, 
da Lei de Tortura) está descrita nos seguintes termos: “§ 4º 
Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: […] II – se o 
crime é cometido contra criança, gestante, portador de 
deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos”. A 
seu turno, a circunstância agravante prevista no Código Penal possui 
a seguinte redação: “Art. 61 – São circunstâncias que sempre 
agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: […] 
II – ter o agente cometido o crime: […] f) com abuso de autoridade 
ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei 
específica”. De fato, a citada majorante prevista na Lei de Tortura 
busca punir de forma mais rígida o autor de crime que demonstrou 
maior covardia e facilidade no cometimento da infração penal, 
justamente pela menor capacidade de resistência das vítimas ali 
elencadas. Há, pois, um nexo lógico entre a conduta desenvolvida e o 
estado de fragilidade da vítima. Em sentido diametralmente oposto, 
descortina-se a referida agravante prevista pelo Código Penal, 
punindo com maior rigor a violação aos princípios de apoio e 
assistência que deve haver nas situações em que há relação de 
autoridade entre a vítima e o agressor, bem como a maior 
insensibilidade moral do agente, que viola o dever de apoio mútuo 
existente entre parentes e pessoas ligadas por liames domésticos, de 
coabitação ou hospitalidade, sem prejuízo dos crimes praticados com 
violência doméstica contra a mulher. Em suma, a majorante tem por 
finalidade punir de forma mais severa aquele que se favorece da 
menor capacidade de resistência da vítima, ao passo que a agravante 
tem por desiderato a punição mais rigorosa do agente que afronta o 
dever de apoio mútuo existente entre parentes e pessoas ligadas por 
liames domésticos, de coabitação ou hospitalidade, além dos casos de 
violência doméstica praticada contra a mulher. Portanto, em se 
tratando de circunstâncias e objetivos distintos, não há falar na 
ocorrência de bis in idem. HC 362.634-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de 
Assis Moura, por unanimidade, julgado em 16/8/2016, DJe 
29/8/2016. 
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07) EFEITO DA CONDENAÇÃO 
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego 
público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena 
aplicada. 
Efeitos da condenação pela tortura: 
 Perda do cargo, função ou emprego público; 
 Interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena 
aplicada. 
De acordo com o STJ, são efeitos extrapenais automáticos da 
condenação, ou seja, não é necessária a fundamentação na sentença 
(STJ, HC 131.828/RJ). 
Esse efeito automático da condenação deve ser aplicado apenas na 
hipótese em que o agente pratica a conduta criminosa no exercício do 
cargo, emprego ou função. 
 
08) TRATAMENTO PENAL E PROCESSUAL PENAL DA TORTURA 
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou 
anistia. 
O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, 
por determinação legal e constitucional. Admite, no entanto, a 
liberdade provisória sem fiança. 
Não admite o indulto, pois a vedação à graça implicitamente afasta 
também a possibilidade do indulto. 
Admite o sursis (suspensão condicional da pena), pois não há 
vedação legal. 
 
09) REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA 
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 
2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. 
A Lei de Tortura determina que, para os crimes de tortura (à exceção 
da tortura por omissão), o regime inicial fechado é obrigatório. 
O STF já havia firmado seu posicionamento no sentido de que o 
regime inicial obrigatório fechado nos crimes hediondos e 
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Prof. Carlos Alfama 14 
equiparados é inconstitucional, por violar o princípio da 
individualização da pena (STF, HC 111.840/ES). Assim, para os 
crimes de tortura, eram admissíveis quaisquer dos regimes de 
cumprimento de pena. 
No entanto, em recente julgamento, o STF alterou seu 
posicionamento e passou a entender que especificamente em relação 
ao crime de tortura previsão do regime inicial obrigatoriamente 
fechado é constitucional (Informativo nº 789, STF). 
O STJ continua com seu entendimento anterior, no sentido de que o 
regime inicial obrigatoriamente fechado na tortura é inconstitucional, 
assim como nos demais crimes de natureza hedionda (STJ, HC 
286.925/RR). 
 
10) EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA 
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não 
tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima 
brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição 
brasileira. 
A tortura praticada contra brasileiro é hipótese de 
extraterritorialidade da lei penal, assim como o caso em que o autor 
da tortura é encontrado em local sujeito à jurisdição brasileira. 
Como a Lei de Tortura não previu condições para a aplicação da lei 
brasileira, são hipóteses de extraterritorialidade 
incondicionada. 
Vale informar que para Marcelo André Azeredo, na hipótese em que o 
agente estiver em local sujeito à jurisdição brasileira há caso de 
extraterritorialidade condicionada,posto que em tratados 
internacionais ratificados pelo Brasil1 há uma condição para aplicação 
da lei penal brasileira: não se caso de extradição. Não é a posição 
que prevalece, entretanto. 
Em regra, crimes praticados contra brasileiro fora do Brasil, são 
crimes de extraterritorialidade hipercondicionada, o dispositivo da lei 
de tortura constitui uma exceção. 
 
1
 Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes e a 
Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura. 
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11) COMPETÊNCIA 
Em regra, a competência para julgamento dos crimes de tortura é da 
Justiça Estadual. 
Será, no entanto, da Justiça Federal quando for praticado em uma 
das hipóteses do art. 109 da Constituição Federal de 1988 (tortura a 
bordo de navio, por exemplo). 
Vale ressaltar, contudo, que o simples fato de a tortura ter sido 
praticada fora do Brasil não atrai a competência da Justiça Federal 
(Informativo nº 549, STJ). 
Será de competência da Justiça Militar quando for praticado em uma 
das hipóteses do art. 9º, II do Código Penal Militar, alterado pela Lei 
nº 13.491/17 (tortura praticada por militar em serviço, por exemplo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESTUDO DIRIGIDO 
1) É correto dizer que a Constituição Federal de 1988 criou o 
crime de tortura? 
 
2) Qual foi a primeira lei no Brasil que definiu a tortura como 
crime? Abrangia a tortura contra qualquer vítima? 
 
3) A partir de quando a tortura contra adultos passou a ser 
conduta definida como crime de tortura? 
 
4) Tortura contra criança ou adolescente é crime do ECA? 
 
5) A tortura é crime necessariamente praticado por agente de 
Estado? 
 
6) O crime de tortura prescreve? 
 
7) A ação indenizatória por danos morais decorrentes da tortura 
ocorrida no Regime Militar prescreve? 
 
8) Existe crime de tortura culposo? 
 
9) Quais são as modalidades de tortura previstas na Lei nº 
9.455/97? Qual a pena cominada? 
 
10) Qual a conduta configura tortura prova? Quando se 
consuma o crime? É delito próprio ou comum? 
 
11) Qual a conduta configura tortura crime? Abrange tortura 
para provocar contravenção penal? Qual a consequência da 
prática do crime pelo torturado? 
 
12) Qual a conduta configura tortura preconceito? Abrange a 
tortura por homofobia? 
 
13) Qual a conduta configura o crime de tortura castigo? É 
crime comum ou crime próprio? 
 
14) Qual a diferença entre o crime de maus tratos e o crime 
de tortura castigo? 
 
15) Qual a conduta configura o crime de tortura carcerária? 
Exige-se emprego de violência ou grave ameaça? Exige-se 
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alguma finalidade especial do agente? Quais são as vítimas 
possíveis? Trata-se de crime comum ou de crime próprio? 
 
16) Qual a conduta configura o crime de tortura por omissão 
(ou tortura imprópria)? É crime comum ou crime próprio? 
 
17) Quais são as qualificadoras da tortura? 
 
18) Qual a diferença entre a tortura qualificada pela morte e o 
homicídio qualificado pela tortura? 
 
19) Quais são as majorantes da tortura? 
 
20) Quais são os efeitos da condenação pelo crime de tortura? 
É necessário que o juiz os fundamente na sentença? 
 
21) Qual o tratamento penal e processual penal da tortura? 
 
22) Qual o regime inicial de cumprimento de pena no crime 
de tortura? 
 
23) A lei de tortura é aplicada ao crime de tortura ocorrido 
fora do Brasil? Em quais hipóteses? 
 
24) De quem é a competência para julgamento do crime de 
tortura? 
 
 
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QUESTÕES ANTERIORES - LEI DE TORTURA (LEI Nº 9.455/97) 
 
1. (CESPE – 2018 – DPE/PE – DEFENSOR PÚBLICO) Comete 
o crime de tortura aquele que, tendo o dever de evitar a 
conduta, se mantém omisso ao tomar ciência ou presenciar 
pessoa presa ser submetida a sofrimento físico ou mental, por 
meio da prática de ato não previsto legalmente. 
 
2. (CESPE – 2018 – PCMA – INVESTIGADOR DE POLÍCIA) 
Se, com o objetivo de obter confissão, determinado agente de 
polícia, por meio de grave ameaça, constranger pessoa presa, 
causando-lhe sofrimento psicológico, 
 a) e a vítima for adolescente, o crime será qualificado. 
 b) estará configurada uma causa de aumento de pena. 
 c) a critério do juiz, a condenação poderá acarretar a perda do 
cargo. 
 d) provado o fato, a pena será de detenção. 
 e) quem presenciar o crime e se omitir, incorrerá na mesma pena 
do agente. 
 
3. (CESPE – 2017 – PGE/SE – PROCURADOR DO ESTADO) 
No que concerne ao crime de tortura, assinale a opção correta. 
 a) O indivíduo que se omite ante a prática de tortura quando 
deveria evitá-la responde igualmente pela conduta realizada. 
 b) A legislação especial brasileira concernente à tortura aplica-se 
somente aos crimes ocorridos em território nacional. 
 c) No crime de tortura, a prática contra adolescente é causa de 
aumento de pena de um sexto até um terço. 
 d) A condenação de funcionário público por esse crime gera a perda 
do cargo, desde que a sentença assim determine e que a pena 
aplicada seja superior a quatro anos. 
 e) A submissão de pessoa presa a sofrimento físico ou mental por 
funcionário público que pratique atos não previstos em lei exige o 
dolo específico. 
 
 
 
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4. (FAPEMS – 2017 – PCMS – DELEGADO DE POLÍCIA) O 
funcionário público que constrange fisicamente o estagiário a 
praticar contravenção penal poderá ser responsabilizado pelo 
crime de tortura do artigo 1° da Lei n° 9.455/1997. 
 
5. (UECE/CEV – 2017 – SEAS/CE – ASSISTENTE SOCIAL) O 
disposto na Lei Federal nº 9.455 de 1997 (Lei da Tortura): 
 a) aplica-se quando o crime não tenha sido cometido em território 
nacional, sendo a vítima estrangeira, ainda que o agente não se 
encontre em local sob jurisdição brasileira. 
 b) não se aplica quando o crime não tenha sido cometido em 
território nacional. 
 c) aplica-se quando o crime não tenha sido cometido em território 
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em 
local sob jurisdição brasileira. 
 d) não se aplica quando o crime tenha sido cometido em território 
nacional, mas a vítima seja estrangeira. 
 
6. (IBFC – 2017 – EMBASA – ENGENHEIRO) Assinale a 
alternativa incorreta sobre as previsões expressas da Lei 
Federal n° 9.455, de 07 de abril de 1997 que define os crimes 
de tortura e dá outras providências. 
 a) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de 
violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental 
com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou 
de terceira pessoa. 
 b) Aquele que submeter pessoa presa ou sujeita a medida de 
segurança, a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática 
de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal, incorre 
em pena diversa àquela prevista para o crime de tortura 
 c) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um 
terço, se o crime é cometido por agente público 
 d) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um 
terço, se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de 
deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos. 
 
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7. (FCC – 2017 – TJSC – JUIZ SUBSTITUTO) Constranger 
alguém mediante ameaça em razão de discriminação racial 
configura crime de tortura. 
 
8. (IBADE – 2017 – PCAC – AGENTE DE POLÍCIA CIVIL) 
Consoante a Lei de Tortura (Lei n° 9.455/1997), assinalea 
alternativa correta. 
 a) A Lei de Tortura aplica-se ainda quando o crime não tenha sido 
cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou 
encontrando-se o agente em local sobjurisdição brasileira. 
 b) Se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de 
deficiência, adolescente ou maior de 70 (setenta) anos, aumenta-se a 
pena um sexto até a metade. 
 c) O crime de tortura é inafiançável e suscetível de graça ou anistia. 
 d) A condenação pela prática do crime de tortura acarretará a perda 
do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício 
pelo triplo do prazo da pena aplicada. 
 e) O condenado por crime previsto na Lei de Tortura, via de regra, 
iniciará o cumprimento da pena em regime semiaberto. 
 
9. (FUNDAÇÃO LA SALLE – 2017 – SUSEPE/RS – AGENTE 
PENITENCIÁRIO) Constranger alguém com emprego de 
violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou 
mental, com o fim de obter informação, declaração ou confissão 
da vítima ou de terceira pessoa constitui em: 
 a) crime de imprensa. 
 b) crime de tortura. 
 c) crime de constrangimento ilegal. 
 d) crime de lesões corporais. 
 e) crime contra a liberdade individual. 
 
10. (MPE/RS – 2017 – MPE/RS – PROMOTOR DE 
JUSTIÇA) Do art. 1º, da Lei n. 9.455/97, que incrimina a 
tortura, extraem-se, as espécies delitivas doutrinariamente 
designadas tortura-prova, tortura-crime, tortura-discriminação, 
tortura-castigo, tortura-própria e tortura omissão, equiparadas 
aos crimes hediondos, previstas na modalidade dolosa e com 
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apenamento carcerário para cumprimento inicial em regime 
fechado. 
 
11. (CONSULPLAN – 2017 – TRF 2ª REGIÃO – TÉCNICO 
JUDICIÁRIO) Os crimes previstos na Lei de Tortura (Lei nº 
9.455, de 7 de abril de 1997) NÃO terão a sua pena aumentada 
de um sexto até um terço se o crime for cometido 
 a) por agente público. 
 b) mediante sequestro. 
 c) contra vítima de 55 anos. 
 d) contra portador de deficiência. 
 
12. (IBADE – 2017 – SEJUDH/MT – ENFERMEIRO) Sobre 
o crime de tortura, leia as afirmativas. 
I. Configura crime de tortura constranger alguém com emprego de 
violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental. 
II. Configura crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, 
poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a 
intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo 
pessoal ou medida de caráter preventivo. 
III. Incorre na mesma pena do crime de tortura quem submete 
pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, a sofrimento físico 
ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou 
não resultante de medida legal. 
IV. Aquele que se omite em face de uma conduta que configura 
tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na 
pena do crime de tortura. 
Está correto apenas o que se afirma em: 
a) II e IV. 
 b) II e III. 
 c) III e IV. 
 d) I e III. 
 e) I e II. 
 
 
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13. (CESPE – 2016 – PCGO – AGENTE DE POLÍCIA) À luz 
das disposições da Lei n.º 9.455/1997, que trata dos crimes de 
tortura, assinale a opção correta. 
 a) O fato de o agente constranger um indivíduo mediante violência 
ou grave ameaça, em razão da orientação sexual desse indivíduo, 
causando-lhe sofrimento físico ou mental, caracteriza o crime de 
tortura na modalidade discriminação. 
 b) O delegado que se omite em relação à conduta de agente que lhe 
é subordinado, não impedindo que este torture preso que esteja sob 
a sua guarda, incorre em pena mais branda do que a aplicável ao 
torturador. 
 c) A babá que, mediante grave ameaça e como forma de punição 
por mau comportamento durante uma refeição, submeter menor que 
esteja sob sua responsabilidade a intenso sofrimento mental não 
praticará crime de tortura por falta de tipicidade, podendo ser 
acusada apenas de maus tratos. 
 d) O crime de tortura admite qualquer pessoa como sujeitos ativo 
ou passivo; assim, pelo fato de não exigirem qualidade especial do 
agente, os crimes de tortura são classificados como crimes comuns. 
 e) Crimes de tortura são classificados como crimes próprios porque 
exigem, para a sua prática, a qualidade especial de os agentes serem 
agentes públicos. 
 
14. (FUNCAB – 2016 – PCPA – DELEGADO DE POLÍCIA 
CIVIL) Crisóstomo, policial militar, e Elesbão, agente da Polícia 
Civil, agindo em comunhão de esforços e desígnios, buscando a 
confissão de um crime, provocaram intenso sofrimento físico a 
Nicanor. Posteriormente, Vitorino, delegado de polícia, ao saber 
do ocorrido, mesmo possuindo atribuição investigativa, opta por 
não apurar o caso, visando a abafá-lo. Nesse contexto é correto 
afirmar que: 
 a) todos praticaram crimes da Lei nº 9.455, contudo a conduta do 
delegado não é equiparada a crime hediondo. 
 b) o policial militar cometeu crime militar, equiparado a hediondo; o 
agente cometeu crime previsto na Lei n° 9.455, também equiparado 
a hediondo; e o delegado cometeu crime de prevaricação, não 
hediondo. 
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 c) O policial militar e o agente cometeram crime previsto na Lei n° 
9.455, equiparado a hediondo; e o delegado cometeu crime de 
prevaricação, não hediondo. 
 d) todos praticaram crimes equiparados a hediondo, previstos na Lei 
n° 9.455. 
 e) o policial militar cometeu crime militar, não hediondo; o agente 
cometeu crime previsto na Lei n° 9.455, equiparado a hediondo; e o 
delegado cometeu crime de prevaricação, não hediondo. 
 
15. (FEPESE – 2016 – SJC/SC – AGENTE DE SEGURANÇA 
SOCIOEDUCATIVO) Assinale a alternativa correta sobre o 
crime de tortura praticado por agente público. 
 a) A pena deverá ser reduzida de um sexto até um terço. 
 b) A fiança somente poderá ser arbitrada pela autoridade judiciária. 
 c) Somente será punível quando houver sido praticado de forma 
culposa. 
 d) Quando praticado com o fim de se obter informação, declaração 
ou confissão da vítima ou de terceira pessoa não constitui crime. 
 e) A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego 
público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena 
aplicada. 
 
16. (CESPE – 2016 – PCPE – AGENTE DE POLÍCIA) Rui e 
Jair são policiais militares e realizam constantemente 
abordagens de adolescentes e homens jovens nos espaços 
públicos, para verificação de ocorrências de situações de uso e 
tráfico de drogas e de porte de armas. Em uma das abordagens 
realizadas, eles encontraram José, conhecido por efetuar 
pequenos furtos, e, durante a abordagem, verificaram que José 
portava um celular caro. Jair começou a questionar a quem 
pertencia o celular e, à medida que José negava que o celular 
lhe pertencia, alegando não saber como havia ido parar em sua 
mochila, começou a receber empurrões do policial e, 
persistindo na negativa, foi derrubado no chão e começou a ser 
pisoteado, tendo a arma de Rui direcionada para si. Como não 
respondeu de forma alguma a quem pertencia o celular, José 
foi colocado na viatura depois de apanhar bastante, e os 
policiais ficaram rodando por horas com ele, com o intuito de 
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descobrirem a origem do celular, mantendo-o preso na viatura 
durante toda uma noite, somente levando-o para a delegacia 
no dia seguinte. 
Nessa situação hipotética, à luz das leis que tratam dos crimes de 
tortura e de abuso de autoridade e dos crimes hediondos, 
 a) os policiais cometeram o crime de tortura, que, no caso, 
absorveu o crime de lesão corporal. 
 b) os policiais cometeram somente crime de abuso de autoridade e 
lesão corporal. 
 c) o fato de Rui e Jair serem policiaismilitares configura causa de 
diminuição de pena. 
 d) os policiais cometeram o tipo penal denominado tortura-castigo. 
 e) caso venham a ser presos cautelarmente, Rui e Jair poderão ser 
soltos mediante o pagamento de fiança. 
 
17. (VUNESP – 2016 – TJM/SP – JUIZ DE DIREITO 
SUBSTITUTO) Considere a seguinte situação hipotética: João, 
agente público, foi processado e, ao final, condenado à pena de 
reclusão, por dezenove anos, iniciada em regime fechado, pela 
prática do crime de tortura, com resultado morte, contra 
Raimundo. Nos termos da Lei no 9.455, de 7 de abril de 1997, 
essa condenação acarretará a perda do cargo, função ou 
emprego público: 
 a) e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena 
aplicada. 
 b) e a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo da pena 
aplicada. 
 c) e a interdição para seu exercício pelo tempo da pena aplicada. 
 d) desde que o juiz proceda à fundamentação específica. 
 e) como efeito necessário, mas não automático. 
 
 
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18. (CONSULPLAN – 2016 – TJMG – TITULAR DE 
SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) Segundo a Lei nº 
9.455/1997, que define os crimes de tortura e dá outras 
providências, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se 
o crime é cometido contra maior de: 
 a) 45 anos. 
 b) 50 anos. 
 c) 55 anos. 
 d) 60 anos. 
 
19. (UFMT – 2016 – TJMT – ANALISTA JUDICIÁRIO – 
DIREITO) Em relação aos crimes de tortura, marque V para as 
afirmativas que correspondam ao tipo de crime descrito e F 
àquelas que não correspondem. 
( ) Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, 
causando-lhe sofrimento físico ou mental, para provocar ação ou 
omissão de natureza criminosa. 
( ) Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou 
mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter 
preventivo. 
( ) Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, 
causando-lhe sofrimento físico ou mental, em razão de discriminação 
racial ou religiosa. 
( ) Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, 
causando-lhe sofrimento físico ou mental, com o fim de obter 
informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa. 
Assinale a sequência correta. 
 a) V, V, V, V 
 b) F, V, F, V 
 c) F, F, F, F 
 d) V, F, V, F 
 
20. (VUNESP – 2016 – TJRJ – JUIZ SUBSTITUTO) 
Maximilianus constantemente agredia seu filho Ramsés, de 
quinze anos, causando-lhe intenso sofrimento físico e mental 
com o objetivo de castigá-lo e de prevenir que ele praticasse 
“novas artes". Na última oportunidade em que Maximilianus 
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aplicava tais castigos, vizinhos acionaram a polícia ao ouvirem 
os gritos de Ramsés. Ao chegar ao local os policiais militares 
constataram as agressões e conduziram ao Distrito Policial 
Maximilianus, Ramsés e Troia, mãe de Ramsés que presenciava 
todas as agressões mas, apesar de não concordar, deixava que 
Maximilianus “cuidasse" da educação do filho sem se 
“intrometer". 
Diante da circunstância descrita, é correto afirmar que 
 a) Maximilianus e Troia incorreram, nos termos da Lei n° 9.455/97, 
na prática do crime de tortura na qualidade de co-autores. 
 b) Maximilianus incorreu, nos termos da Lei n° 9.455/97, na prática 
do crime de tortura na qualidade de autor, e que Troia, porém, não 
poderá ser responsabilizada, pois não concorreu para a prática do 
crime. 
 c) Maximilianus incorreu, nos termos da Lei n° 9.455/97, na prática 
do crime de tortura na qualidade de autor, assim como Troia também 
teria incorrido no mesmo crime, mas com base na omissão 
penalmente relevante prevista no Código Penal. 
 d) Maximilianus incorreu, nos termos da Lei n° 9.455/97, na prática 
do crime de tortura na qualidade de autor, sendo que Troia será 
responsabilizada pela prática do crime de omissão em face da tortura 
praticada por Maximilianus, também previsto na Lei n° 9.455/97, 
tendo em vista que tinha o dever de evitá-la. 
 e) Maximilianus incorreu, nos termos da Lei n° 9.455/97, na prática 
do crime de tortura na qualidade de autor, e que Troia também será 
responsabilizada pela prática do mesmo crime, porém na condição de 
partícipe. 
 
21. (FUNIVERSA – 2015 – SECRIA/DF – ATENDENTE DE 
REINTEGRAÇÃO SOCIOEDUCATIVO) Mara, atendente de 
reintegração socioeducativo, foi acusada de submeter um 
adolescente infrator sob sua autoridade, com emprego de grave 
ameaça, a intenso sofrimento mental como forma de aplicar 
medida de caráter preventivo e Dario, superior imediato de 
Mara, tendo conhecimento dessa conduta, não tomou 
providências. 
A partir dessa situação hipotética e do que dispõe a Lei n.º 
9.455/1997, assinale a alternativa correta. 
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 a) Mara teria praticado crime de tortura, sendo que a pena de 
reclusão de dois a oito anos deveria ser aumentada por ter sido o 
crime cometido por agente público e contra adolescente. 
 b) Dario teria sido omisso em relação à conduta a qual teria o dever 
de evitar ou apurar e deveria, por isso, responder pelo mesmo crime 
e incorrer nas mesmas penas que Mara. 
 c) A condenação criminal de Mara acarretaria sua interdição para o 
exercício do cargo pelo prazo da pena aplicada. 
 d) O crime praticado por Mara seria inafiançável e, caso fosse 
condenada, o cumprimento da pena seria integralmente em regime 
fechado, sendo insuscetível de indulto, graça ou anistia. 
 e) Na hipótese de o menor infrator atentar contra sua própria vida 
influenciado pela conduta de Mara, a pena de Mara seria de reclusão 
de oito a dezesseis anos caso houvesse lesão corporal gravíssima ou 
morte. 
 
22. (FUNIVERSA – 2015 – SESIPE/DF – AGENTE DE 
ATIVIDADES PENITENCIÁRIAS) Pratica crime de tortura o 
agente que expõe a perigo a saúde de pessoa sob sua 
autoridade, para fim de educação, ensino, tratamento ou 
custódia, sujeitando-a a trabalho excessivo ou abusando de 
meios de correção ou disciplina. 
 
23. (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ DE DIREITO) A 
condenação por crime de tortura somente importará na perda 
do cargo, função ou emprego público em caso de aplicação de 
regime semiaberto ou fechado para cumprimento de pena. 
 
24. (FUNIVERSA – 2015 – SESIPE/DF – AGENTE DE 
ATIVIDADES PENITENCIÁRIAS) A condenação por crime de 
tortura acarretará a perda do cargo, da função ou do 
emprego público e a interdição, para seu exercício, pelo triplo 
do prazo da pena aplicada. 
 
25. (CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO 
FEDERAL) Caracteriza uma das espécies do crime de tortura 
a conduta consistente em, com emprego de grave ameaça, 
constranger outrem em razão de discriminação racial, 
causando-lhe sofrimento mental. 
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26. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Analista Judiciário - 
Execução de Mandados) Por se tratar de crime próprio, o 
crime de tortura é caracterizado pelo fato de o agente que o 
pratica ser funcionário público. 
 
27. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Oficial 
de Justiça Avaliador) O crime de tortura é considerado crime 
comum, uma vez que não se exige qualidade ou condição 
especial do agente que o pratica, ou seja, qualquer pessoa 
pode ser considerada sujeito ativo desse crime. 
 
28. (CESPE - 2014 - MPE-AC) A tortura, o racismo e as 
ações de grupos armados contra a ordem constitucional e o 
Estado democrático são delitos imprescritíveis, de acordo com 
previsão constitucional. 
 
29. (CESPE - 2014 - MPE-AC) O crime de tortura, na 
modalidade de constranger alguém com emprego de violência 
ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físicoe mental com 
o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima, é 
delito próprio, que só pode ser cometido por quem possua 
autoridade, guarda ou poder sobre a vítima. 
 
30. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Analista Judiciário - 
Execução de Mandados) Considere que um policial civil, após 
infligir sofrimento mental mediante privação do sono, exija que 
o acusado de roubo reconheça determinado homem como 
sendo seu comparsa. Nessa situação, o referido policial não 
cometeu o delito de tortura, mas de constrangimento ilegal em 
concurso material com cárcere privado. 
 
31. (CESPE - 2012 - TJ-AC - Técnico Judiciário - Área 
Judiciária) Suponha que João, penalmente capaz, movido por 
sadismo, submeta Sebastião, com emprego de violência, a 
contínuo e intenso sofrimento físico, provocando-lhe lesão 
corporal de natureza gravíssima. Nessa situação, João deverá 
responder pelo crime de tortura e, se condenado, deverá 
cumprir a pena em regime inicial fechado. 
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32. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Analista Judiciário - 
Execução de Mandados) Aquele que se omite em face de 
conduta tipificada como crime de tortura, quando tinha o dever 
de evitá-la ou apurá-la, será punido com as mesmas penas do 
autor do crime de tortura. 
 
33. (CESPE - 2014 - MPE-AC) A condenação de agente 
público por delito previsto na Lei de Tortura acarreta, como 
efeito extrapenal automático da sentença condenatória, a perda 
do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu 
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada, segundo 
entendimento do STJ. 
 
34. (CESPE - 2013 - PC-DF - Agente de Polícia) O agente 
público que submeter pessoa presa a sofrimento físico ou 
mental, ainda que por intermédio da prática de ato previsto em 
lei ou resultante de medida legal, praticará o crime de tortura. 
 
35. (CESPE - 2013 - PC-DF - Escrivão de Polícia) O 
agente carcerário X dirigiu-se ao escrivão de polícia Y para 
informar que, naquele instante, o agente carcerário Z estava 
cometendo crime de tortura contra um dos presos e que Z disse 
que só pararia com a tortura depois de obter a informação 
desejada. Nessa situação hipotética, se nada fizer, o escrivão Y 
responderá culposamente pelo crime de tortura. 
 
36. (CESPE - 2013 - DEPEN - Agente Penitenciário) 
Joaquim, agente penitenciário federal, foi condenado, 
definitivamente, a uma pena de três anos de reclusão, por 
crime disposto na Lei n.º 9.455/1997. Nos termos da referida 
lei, Joaquim ficará impedido de exercer a referida função pelo 
prazo de seis anos. 
 
37. (CESPE - 2013 - DEPEN - Agente Penitenciário) Um 
agente penitenciário federal determinou que José, preso sob 
sua custódia, permanecesse de pé por dez horas ininterruptas, 
sem que pudesse beber água ou alimentar-se, como forma de 
castigo, já que José havia cometido, comprovadamente, grave 
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falta disciplinar. Nessa situação, esse agente cometeu crime de 
tortura, ainda que não tenha utilizado de violência ou grave 
ameaça contra José. 
 
38. (CESPE - 2013 - PRF - Policial Rodoviário Federal) 
Para que um cidadão seja processado e julgado por crime de 
tortura, é prescindível que esse crime deixe vestígios de ordem 
física. 
 
39. (CESPE - 2013 - PC-BA - Delegado de Polícia) O 
delegado não pode ser considerado coautor ou partícipe da 
conduta do policial, pois o crime de tortura somente pode ser 
praticado de forma comissiva. 
 
40. (FUNIVERSA - 2013 - PM-DF - Soldado da Polícia 
Militar – Combatente) Relativamente aos crimes de tortura 
previstos na Lei n.º 9.455/1997, é correto afirmar que o(s) 
a) sujeito ativo do crime de tortura é a autoridade pública. 
b) dispositivos da Lei só são aplicáveis aos crimes de tortura praticados 
no território nacional. 
c) agrupamento de pessoas que seguem a mesma religião pode ser alvo 
do crime de tortura. 
d) condenado por crime de tortura sempre iniciará o cumprimento da 
pena em regime fechado. 
e) crime de tortura é inafiançável, suscetível de indulto, graça e anistia. 
 
41. (VUNESP - 2013 - PC-SP - Investigador de Polícia) 
Quanto ao crime de tortura, é correto afirmar que: 
a) a lei brasileira que comina pena para o crime de tortura não se aplica 
quando o crime foi cometido fora do território nacional, mesmo sendo 
a vítima brasileira. 
b) o condenado pelo crime de tortura cumprirá todo o tempo da pena 
em regime fechado. 
c) é afiançável, mas insuscetível de graça ou anistia. 
d) na aplicação da pena pelo crime de tortura, não serão admitidas 
agravantes ou atenuantes. 
e) a condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego 
público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena 
aplicada. 
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42. (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - Agente de Polícia) De 
acordo a Lei n.º 9.455, de 1997, que define os crimes de 
tortura, assinale a alternativa correta. 
a) A condenação de agente público no crime de tortura não acarretará a 
perda do cargo, função ou emprego público nem a interdição para 
seu exercício. 
b) O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça, mas pode 
ser anistiado. 
c) Se a vítima for brasileira, o disposto nessa lei aplica-se ainda quando 
o crime tenha sido cometido fora do território nacional. 
d) A pena do crime de tortura não aumenta quando é cometido contra 
criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 
sessenta anos de idade. 
e) Não é considerado crime de tortura submeter alguém, sob sua 
guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave 
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental como forma de aplicar 
castigo pessoal. 
 
43. (CESPE - 2014 - TJ-DF - Juiz de Direito Substituto) 
O crime de tortura que resulta em lesão corporal de natureza 
grave ou gravíssima é punível conforme as penas previstas 
para esse delito, acrescidas das referentes ao delito de lesão 
corporal grave ou gravíssima. 
 
44. (CESPE - 2013 - PC-BA - Delegado de Polícia) 
Determinado policial militar efetuou a prisão em flagrante de 
Luciano e o conduziu à delegacia de polícia. Lá, com o objetivo 
de fazer Luciano confessar a prática dos atos que ensejaram 
sua prisão, o policial responsável por seu interrogatório cobriu 
sua cabeça com um saco plástico e amarrou-o no seu pescoço, 
asfixiando-o. Como Luciano não confessou, o policial deixou-o 
trancado na sala de interrogatório durante várias horas, 
pendurado de cabeça para baixo, no escuro, período em que 
lhe dizia que, se ele não confessasse, seria morto. O delegado 
de polícia, ciente do que ocorria na sala de interrogatório, 
manteve-se inerte. Em depoimento posterior, Luciano afirmou 
que a conduta do policial lhe provocara intenso sofrimento físico 
e mental. Considerando a situação hipotética acima e o 
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disposto na Lei Federal n.º 9.455/1997, julgue os itens 
subsequentes. Para a comprovação da materialidade da 
conduta do policial, é imprescindível a realização de exame de 
corpo de delito que confirme as agressões sofridas por Luciano. 
 
45. (FCC - 2014 - DPE-RS - Defensor Público) Sobre a 
Lei nº 9.455/97 (Crimes de Tortura), é correto afirmar que 
a) se a vítima da tortura for criança, a Lei nº 9.455/97 deve ser 
afastada para incidência do tipo penal específico de tortura previsto 
no Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 233 do ECA). 
b) há previsão legal de crime por omissão. 
c) é inviável a suspensão condicional do processo para qualquer das 
modalidades típicas previstas na lei. 
d) o regramento impõe, para todos os tipos penais que prevê, que o 
condenado inicie o cumprimento da pena em regime fechado. 
e)há vedação expressa, no corpo da lei, de aplicação do sursis para os 
condenados por tortura. 
 
46. (FCC - 2014 - DPE-PB - Defensor Público) Com 
relação à tortura, cabe afirmar: 
a) Genericamente trata-se de crime próprio. 
b) Não está tipificada distintamente a conduta cometida com finalidade 
puramente discriminatória. 
c) Na versão especificamente omissiva, trata-se de crime comum. 
d) Trata-se de crime insuscetível de graça, porém não de anistia. 
e) Pode ser aplicada a lei brasileira ao crime praticado por brasileiro no 
estrangeiro. 
 
47. (IBFC - 2014 - SEDS-MG - Agente de Segurança 
Penitenciária) De acordo com a Lei Federal nº 
9.455/1997, NÃO será considerada causa de aumento da pena 
para o crime de tortura, se o delito for cometido: 
a) Contra pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, impondo-lhe 
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não 
previsto em lei ou não resultante de medida legal. 
b) Por agente público. 
c) Contra criança, gestante, portador de defciência, adolescente ou 
maior de 60 (sessenta) anos de idade. 
d) Mediante sequestro. 
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48. (FCC - 2014 - MPE-PE - Promotor de Justiça) Quanto 
aos crimes de tortura, correto afirmar que 
a) punível aquele que se omite em face da tortura, ainda que sem o 
dever legal de evitá-la ou apurá-la. 
b) todos são classificados como próprios, segundo expressa disposição 
legal. 
c) o condenado sempre iniciará o cumprimento da pena em regime 
fechado. 
d) está sujeito à jurisdição penal brasileira o estrangeiro que venha a 
torturar brasileiro fora do território nacional. 
e) a condenação acarretará a interdição de cargo, função ou emprego 
público pelo triplo do prazo da pena aplicada. 
 
49. (Aroeira - 2014 - PC-TO - Escrivão de Polícia Civil) 
No tocante aos crimes de tortura previstos na Lei n. 
9.455/1997, 
a) a causa de aumento de pena será aplicada quando o crime for 
cometido por agente público, se cometido contra criança, gestante, 
portador de deficiência, adolescente, maior de sessenta anos ou se 
cometido mediante sequestro. 
b) a condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego 
público e a interdição para o exercício de novo cargo, função ou 
emprego público, pelo mesmo prazo da pena. 
c) o crime de tortura é inafiançável, insuscetível de graça, indulto ou 
anistia, sendo o cumprimento da pena integralmente em regime 
fechado. 
d) o disposto nessa lei aplica-se aos crimes que tenham sido cometidos 
em território nacional, sendo irrelevante ser a vítima brasileira ou o 
agente encontrar-se em local sob jurisdição brasileira. 
 
50. (IBFC - 2014 - SEDS-MG - Agente de Segurança 
Socioeducativo) Indique a alternativa CORRETA, de acordo 
com a Lei Federal nº 9.455/1997, que define os crimes de 
tortura: 
a) A pena prevista para o crime de tortura é aumentada de um sexto 
até um terço se houver resultado morte. 
b) Aplica-se a lei dos crimes de tortura mesmo que o delito tenha sido 
praticado fora do Brasil, desde que a vítima seja brasileira. 
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c) Se da conduta resulta lesão de natureza grave, a pena será de 
reclusão, de dois a oito anos; se resulta em lesão de natureza 
gravíssima, a pena será de reclusão de quatro a dez anos. 
d) O crime de tortura é imprescritível, inafançável e insuscetível de 
graça ou anistia. 
 
51. (FUNCAB - 2014 - PC-MT - Investigador - Escrivão 
de Polícia) Acrásio encontrava-se detido em uma delegacia da 
polícia civil por ter ameaçado a vida de um terceiro. Lá, 
apresentou comportamento violento e incontido: debatia-se 
contra as grades, agredia outros detentos e dirigia impropérios 
contra os policiais. Após os outros detentos serem retirados da 
cela, Acrásio foi algemado, momento em que passou a provocar 
e a ofender Sinfrônio, policial que o guardava, que, em seguida, 
adentrou a cela e lhe desferiu vários golpes de cassetete, 
causando em Acrásio graves lesões (constatadas por laudo 
pericial), agressão que somente cessou após a intervenção de 
outro policial. Logo, a conduta do policial Sinfrônio: 
a) não configurou crime, haja vista estar sob a exclusão de ilicitude 
exercício regular do direito, em face das provocações e agressões 
verbais proferidas pelo detido. 
b) não configurou crime, haja vista estar sob a exclusão de ilicitude 
estado de necessidade, em face das provocações e agressões verbais 
proferidas pelo detido. 
c) configurou o crime de tortura previsto no artigo 1º, § 1º, da Lei n° 
9.455/1997. 
d) não configurou crime, haja vista estar sob a exclusão de ilicitude 
legítima defesa, em face das provocações e agressões verbais 
proferidas pelo detido. 
e) não configurou crime, haja vista estar sob a exclusão de ilicitude 
estrito cumprimento do dever legal, em face das provocações e 
agressões verbais proferidas pelo detido. 
 
52. (IBFC - 2013 - PC-RJ - Oficial de Cartório) Um policial 
civil regularmente designado para atuar como responsável pela 
carceragem de uma Delegacia de Polícia é cientificado por 
familiares de um preso temporário que este sofre de “diabetes” 
grave e que necessita de constantes injeções de “insulina” para 
manter a doença sob controle, sendo-lhe exibido o respectivo 
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laudo médico. O agente público simplesmente ignora esta 
informação e não a transmite aos seus superiores hierárquicos, 
mantendo o indivíduo no cárcere sem qualquer assistência 
médica. Dias depois, o preso é encontrado caído no chão da 
cela com visíveis sinais tanatológicos, sendo o óbito constatado 
e a causa mortis apurada como decorrente da ausência de 
controle glicêmico. No caso em tela o policial civil estará sujeito 
à responsabilização penal pela prática do crime de: 
a) Homicídio. 
b) Omissão de socorro. 
c) Prevaricação. 
d) Tortura. 
e) Abuso de autoridade. 
 
53. (IOBV - 2013 - PM-SC - Soldado da Polícia Militar) 
De acordo com a Lei Federal nº. 9.455/97, constitui crime de 
tortura: 
I. Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, 
causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de obter 
informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; 
II. Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, 
causando-lhe sofrimento físico ou mental para provocar ação ou 
omissão de natureza criminosa; 
III. Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, 
causando-lhe sofrimento físico ou mental em razão de discriminação 
racial ou religiosa; 
IV. Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou 
mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter 
preventivo. 
Estão corretas as afirmativas: 
 
a) Apenas I, III e IV. 
b) Apenas II e III. 
c) Nenhuma afirmativa está correta. 
d) Todas as afirmativas estão corretas. 
 
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54. (VUNESP - 2013 - SEJUS-ES - Agente Penitenciário) 
Quanto ao crime de tortura previsto na Lei n.° 9.455/97, pode-
se afirmar que: 
a) incorre na pena prevista para o crime de tortura quem submete 
pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou 
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não 
resultante de medida legal. 
b) o cumprimento da pena deve ocorrer integralmente em regime 
fechado. 
c) admite fiança nas hipóteses legais. 
d) não incorre na prática do crime de tortura aquele que se omite em 
face de sua prática, ainda que tenha o dever de evitá-la. 
e) a condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego 
público e a interdição para seu exercício pelo prazo da pena aplicada. 
 
55. (TJ-SC - 2013 - TJ-SC– Juiz) No crime de tortura 
previsto na Lei n. 9.455/97, a condenação do agente público 
somente acarreta a perda do cargo se ficar demonstrada a 
reincidência. 
 
 
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GABARITO 
 
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 
C B C E C A C A B E 
 
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 
C B B A E A A D A D 
 
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 
A E E E C E C E E E 
 
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 
E E C E E C C E E C 
 
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 
E C E E B E A D A B 
 
51 52 53 54 55 
C A D A E

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