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Fichamento 5 - CUPERTINO, C M B (2007) O cultivo da imaginação e a atenção à diversidade

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REFERÊNCIA: CUPERTINO, C. M. B. (2007) O cultivo da imaginação e a atenção à diversidade. Anais do 7º Simpósio Nacional de Práticas Psicológicas em Instituição. São Paulo, PUC-SP.
	 Texto 5
Nome: 
RA: 
Data: Fev/2020
A Oficina de Criatividade, foi implantada com o intuito de sensibilização, através da vivência, de psicólogos em formação, atualmente sendo utilizada também como modalidade de atendimento em diversos contextos, através da aplicação de recursos expressivos; possibilitando a ressignificação das experiências dos participantes.
Frente a práticas tradicionais, normativas e neutralizantes da Psicologia, surgem questões em que se expõe a necessidade de redefinir o oferecimento de serviços psicológicos, alinhando-se com a contemporaneidade e as metamorfoses nas relações do homem consigo e com o mundo.
Nos primórdios a Oficina de Criatividade foi estruturada para o preparo de profissionais ao trato com crianças portadoras de altas habilidades, tornando-se uma disciplina optativa para a graduação em Psicologia. Visto que a disciplina, enquanto estágio, mostrou-se uma ferramenta sensibilizadora dos alunos, favorecendo o conhecimento de si mesmo, observaram-se processos alvos de estudos, embasados na fenomenologia e em interlocução com a Antropologia, Sociologia e Filosofia. 
Os estudos possibilitaram a estruturação do trabalho com Oficinas de Criatividade para a população e aplicação em outros contextos, de modo que proporcionou a exposição das necessidades específicas da população, quanto à tempo, problemática, condições de vida e seu cotidiano. Desvela-se assim o distanciamento criado pelo pensamento higienista e naturalizante para com as experiências humanas, de forma que o atendimento menos estruturado, proporcionou a reflexão para novas vias, sem a necessidade de tanta sistematização, propiciando o desenvolvimento das potencialidades do trabalho já executado anteriormente em moldes naturalizantes.
O interesse pela questão da utilização de recursos de natureza artística, visto que os mesmos são formas de apreensão do mundo, revelou a existência de pessoas que já trabalhavam de forma semelhante, porém pouco delineada, como a arte-terapia. Revelando-se, assim, a oportunidade de trabalhar a Psicologia estimulando a vida ao movimento, saindo do formato cristalizado em diagnósticos e prognósticos, de forma a utilizar-se dos recursos expressivos para projetar os participantes para vivências, tempos e espaços diversos, criando laços e compartilhamento.
Na aplicação em para instituições, propôs-se que os alunos conduzissem as atividades, de forma a ampliar o conhecimento, debate e aprendizado, experiência que gera desconforto, podendo apresentar um mundo adverso, desconhecido e hostil. Condições estas que abrem para discussão de redefinições da prática para o contemporâneo, pois sem a assepsia do local e sistematização, a Oficina de Criatividade viabiliza a emersão da relação com a alteridade e a busca constante de novos modos de atendimento a gerar transformação, devido a tamanha diversidade.
Implícitos a essa diversidade do movimento de ampliação do contexto de aplicação da Oficina de Criatividade, mostrou a necessidade de vivência com um setting fora do tradicional, em clínica, gerando um movimento de adaptação às condições das instituições, de modo que para cada encontro forma-se uma configuração única.
Deve-se ter um cuidado para que a utilização de recursos expressivos, não caracterizem a atividade como um passatempo e com as particularidades da população atendida, podendo distorcer a função da oficina no encontro para com a realidade da clientela, descaracterizando-a de um atendimento psicológico.
Percebe-se que tal diversidade acompanha as mudanças do mundo, visto que a diferença confunde-se com desigualdade, gerando mudanças em conceitos como comunidade, igualdade, direitos, liberdade e de utopias, implicando assim na importância em referenciar-se no contexto do cliente e não apenas no mundo do pesquisador, a ponto de entender seu mundo de significados. A realidade profissional está repleta dessas questões inquietantes a respeito do cotidiano da clientela e ao discuti-las encontramos pontos de cisão e de contato com esse mundo.
Segundo Jacoby (2007), há utopias projetistas e iconoclastas, sendo que a primeira é considerada pelo autor como ultrapassada, e a segunda, reconhecem as ideias normalmente associadas às utopias, como harmonia, paz, prazer, aspirando-as, mas sem dar-lhes forma.
Associando às Oficinas de Criatividade, a questão das utopias, considerando o fundamento da imaginação, pode-se dizer que é uma proposta de cultivo da imaginação em ambientes predominantemente racionais e preestabelecidos, como um campo aberto para diversidade e diminuição da desigualdade, favorecedor de troca e transformação, ambiente esse que possibilita a visão multidimensional dos participantes e suas problemáticas, bem como a criação de laços e reconhecimento da alteridade sem normatizá-los.

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