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Oficinas de criatividade - uma introdução

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Oficinas de
criatividade
 Referência: Christina M. B. Cupertino. Espaços de criação em psicologia: oficinas na prática. Introdução.
 A especificidade da Oficina de Criatividade como
modalidade de prática psicológica está no uso de
recursos expressivos de natureza artística como
deflagradores de experiências particulares, vividas
pelos participantes como facilitadoras da expansão dos
horizontes pessoais e da circulação, através de pontos
de vista múltiplos, de conhecimentos específicos,
sentimentos, valores e crenças. 
 Diferente da Arte-Terapia, essa experiência de
sensibilização visa promover, por um lado, a exploração
de variadas formas de expressão e compreensão de si e
do outro, bem como o exercício da contextualização e o
contato com a alteridade. Ao abordar valores e
preconceitos, manifestos muitas vezes nos trabalhos
realizados, ela permite a discussão de questões
particulares, grupais e comunitárias, numa perspectiva
ética e socialmente engajada. 
 Por meio dos exercícios propostos em encontros
semanais, os membros de cada grupo podem, por um
lado, conhecer melhor a si mesmos e aos demais, e por
outro estabelecer laços e redes, num processo que
facilitará, as relações estabelecidas, seja nos
diferentes contextos de trabalho, seja na vida pessoal. 
 Os temas escolhidos, sempre a partir das demandas
dos grupos específicos, permitem reflexão sobre
condições de vida e os diferentes caminhos pessoais e
profissionais dos participantes, por uma outra via que
não a estritamente racional. Ao realizarem em grupo
atividades de cunho artístico os membros do grupo
entram em contato com a suspensão da fala racional
sistematizada, vivenciando uma experiência de natureza
estética, entendida aqui como mergulho numa falta de
sentido imediato e na construção gradativa de
significados múltiplos para as experiências vividas. 
 Esse exercício gera o espaço para o aparecimento e
revisão de situações vividas e de atitudes tomadas no
cotidiano, e para a possibilidade de transformá-las. 
 A vivência grupal de situações pouco habituais
favorece, a coesão dos grupos e a discussão de
problemas comuns enfrentados no cotidiano, permitindo
o suporte emocional e a articulação política. 
 A necessária sistematização dos resultados obtidos
através dessa prática, desde o seu surgimento, vem
permitindo, o contato com práticas semelhantes,
desenvolvidas em outras situações, que mostra que o
uso de recursos expressivos vem sendo ampliado
significativamente, seja como complemento às
atividades regulares de programas de formação (em
educação e profissional), seja como instrumento
auxiliar, nas práticas de caráter terapêutico. 
 Mudanças significativas no paradigma científico
tradicional, na forma como a sociedade entende a
ciência, e principalmente a arte contemporânea,
parecem facilitar o uso de recursos expressivos em
outras esferas da atividade humana que não o fazer
artístico, uma vez que, em vez reprodução da realidade,
a expressão artística pode ser considerada como veículo
para externalização de emoções e sentimentos
particulares. 
 É possível notar a variedade de direções nas quais
essas práticas vêm acontecendo, ao mesmo tempo, o
que caracteriza esta implantação e exercício é a
impossibilidade de cristaliza-la em um modelo, estável,
que possa ser transmitido para o leitor por meio da
simples explanação de objetivos e resultados, já que
cada oficina é uma, acontecendo na confluência das
demandas de todos. Assim, a forma mais adequada de
dar a conhecer essa modalidade de atuação é o relato
de experiências. 
 Há predominância do uso de recursos expressivos nos
contextos educacionais, visando facilitar os processos
de aprendizagem, mas também explicitar e explorar
aspectos a eles subjacentes, aos quais não é possível o
acesso através dos procedimentos tradicionais.

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