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Apostila-Modulo2-ALFABETIZACAO

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MODULO II – OS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO 
 
Quando uma professora quer alfabetizar seus alunos alcançando 
seus objetivos, ela precisa de um método com o qual possa 
trabalhar dentro da realidade em que seus alunos se encontram, 
fazendo um trabalho lúdico e criativo. Mas, afinal o que seria um 
método? Método seria a forma ou maneira de um professor 
direcionar suas aulas. 
A palavra método tem sua origem no grego méthodos e diz 
respeito a caminho para chegar a um objetivo. Num sentido mais 
geral, refere-se a modo de agir, maneira de proceder, meio; em 
sentido mais específico, refere-se a planejamento de uma série de 
operações que se devem efetivar, prevendo inclusive erros 
estáveis, para se chegar a determinado fim. 
Ao pensar em alfabetizar é normal que venha a seguinte 
preocupação: qual é o melhor método para se trabalhar e alcançar 
os objetivos de uma alfabetização de qualidade? A alfabetização 
não possui receita pronta em relação ao método, pois a forma de 
aprendizagem de uma criança pode ser diferente da outra. O 
método aplicado em uma turma pode não ter o mesmo resultado 
em outra. É importante lembrar que a criança não é só mais uma 
 
peça feita por uma empresa que possui um molde e produz todas 
as peças iguaizinhas. 
É necessário utilizar um método, porém não se pode definir um 
como o melhor, ou mesmo único, pois o que pode ser bom para 
aprendizagem de uma criança pode ser ruim para outra, 
lembrando que quando se utiliza um método e ele não traz bons 
resultados, deve-se partir para outro. Com relação ao 
pensamento de que o processo de alfabetização não possui um 
único método realmente eficaz ou uma receita pronta. 
“Quem se propõe a alfabetizar baseado ou não no construtivismo, 
deve ter um conhecimento básico sobre os princípios teórico-
metodológico da alfabetização, para não ter que inventar a roda. 
Já não se espera que um método milagroso seja plenamente 
eficaz para todos. Tal receita não existe”. (CARVALHO, 2008, p. 
17). 
Quando as crianças iniciam o processo de alfabetização inicial, 
estão repletas de curiosidade e disposição para se apropriar da 
leitura e escrita. Esse é o momento de estimulá-las mesmas para 
o hábito da leitura e contato com a escrita, e uma das maneiras é 
o professor ler em voz alta para elas todos os dias histórias, 
poemas, letras de música, textos, notícias de revista e jornais 
entre outros recursos. 
 
É de grande importância que o agente alfabetizador tenha 
realmente um compromisso para com o processo de 
alfabetização, dedicando-se e aprofundando se em 
conhecimentos metodológicos da alfabetização. 
Os métodos de alfabetização existentes podem ser classificados 
como métodos sintéticos e os métodos globais. Mas, para a 
aplicação dos mesmos, Carvalho (2008, p. 46) afirma que: Para a 
professora, seja qual for o método escolhido, o conhecimento das 
suas bases teóricas é condição essencial, importantíssima, mas 
não suficiente. 
A boa aplicação técnica de um método exige prática, tempo e 
atenção para observar as reações das crianças, registrar os 
resultados, ver o que acontece no dia-a-dia e procurar soluções 
para os problemas dos alunos que não acompanham. 
Como existem vários métodos, cabe ao professor conhecê-los e 
escolher qual é a melhor forma de trabalhar esse processo de 
alfabetização inicial com seus alunos. É importante que antes da 
escolha do método, o professor conheça seus alunos. Pois, caso 
contrário, este pode ser um dos motivos para o insucesso do 
processo. 
 
 
O QUE SÃO OS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO ? 
"As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo 
melhor. 
Aprendemos palavras para melhorar os olhos." 
"Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem. 
O ato de ver não é coisa natural. 
Precisa ser aprendido!" 
Rubem Alves 
 
Os métodos são caminhos, etapas, princípios, procedimentos 
baseados em teorias que organizam e sugerem a prática do 
professor com a intenção de desenvolver e possibilitar a 
aprendizagem da linguagem escrita e da leitura. 
Alfabetizar ensinar ler e escrever. Vem do grego ALFA (primeira 
letra do alfabeto) BETA (segunda letra do alfabeto) e IZAR (tornar, 
fazer com que). 
A prática da alfabetização no Brasil, até hoje, baila em uma 
música cheia de ritmos buscando encontrar seus pares perfeitos 
para assim desfrutar de uma valsa tranquila e arquitetonicamente 
executada transformando a vida de todos os participantes dessa 
festa uma dança mais harmônica e brilhante. 
Enquanto não se consegue chegar a um consenso sobre o 
melhor para nossas crianças participamos de altos índices de 
http://pensador.uol.com.br/autor/rubem_alves/
 
analfabetismo, exclusão escolar e o analfabetismo funcional 
sendo tolerado como aceito. 
O leque de sistemas de aprendizagem, métodos e teorias 
acerca da alfabetização são inúmeros. As vezes as mudanças são 
ínfimas, outras usa-se uma mistura de várias propostas, outras 
vezes as crianças participam de aulas sem nenhum preparo prévio 
pelos adultos responsáveis pela aprendizagem. 
O importante é identificar o melhor trabalho a ser 
desenvolvido para que a aprendizagem seja funcional, proveitosa 
e enriquecedora para o maior interessado, o educando. 
O ESTUDO DA LÍNGUA E CONTRIBUIÇÕES AOS MÉTODOS DE 
ALFABETIZAÇÃO 
 
A linguística é a ciência que investiga a linguagem e os 
fenômenos relacionados a ela, buscando entender a forma, 
princípios, características e estruturas da linguagem verbal 
humana. Aos linguistas cabe o estudo e desenvolvimento de 
modos de entendermos a linguagem. 
A relação da linguística com a alfabetização é estreita e direta, 
seja pelo educador, que precisa entender os diversos tipos de 
estruturação da língua, seja pelos teóricos que estudam a ciência 
da aprendizagem. Como a escrita e a leitura são mais um 
 
instrumento de comunicação a aprendizagem está ligada a 
linguagem oral. 
Um dos primeiros meios de comunicação com o mundo é a 
fala e ela é uma aprendizagem de relações sociais. A criança 
aprende a falar comunicando-se com os que estão ao seu redor. 
Portanto, a fala é uma soma entre a racionalidade humana e da 
socialização do indivíduo, uma necessidade. 
No ambiente familiar a fala é uma simples maneira que a 
criança encontra de satisfazer seus desejos e necessidades. É com 
ela que começa a selecionar o que deseja, sente e necessita. No 
ambiente escolar a criança começa a perceber que sua linguagem 
não serve mais apenas para comunicação, mas que ela também é 
avaliada. O que a princípio era um instrumento de comunicação 
passa a ser corrigido e conduzido a um padrão formal do que se 
espera de um indivíduo que tem acesso a informação e a 
aprendizagem. 
A alfabetização é um somatório de estudos da linguagem, da 
língua e dos signos (grafia e fonema) que formam a comunicação 
e expressão do educando. 
Por isso é importante o educador, principalmente em um país 
de grandes dimensões como o Brasil, que entenda e perceba as 
peculiaridades da aprendizagem da alfabetização. 
 
A aprendizagem da escrita é um processo longo e repleto de 
ansiedades e expectativas, seja por parte das famílias, políticas 
públicas, comunidade educacional e pelas próprias crianças. 
Se levarmos em consideração todos os aspectos e pessoas 
envolvidas nesse processo, deveríamos ter em mente que não há 
como determinar tempo. A progressão precisaria ser de acordo 
com o que o maior interessado, o aluno, compreende como 
aprendizagem. Mas sabemos que o real trabalho desenvolvido em 
boa parte das instituições de ensino brasileira é acelerado de 
acordo com o que determina o calendário escolar, as equipes de 
profissionais da escola e o que a família almeja. 
Aos interessados na aprendizagem, sob o aspecto alfabetização, 
cabe discernir, compreender, estudar sistematicamente com 
eficácia os problemas, buscando soluções viáveis, capacitações, 
intervenções aprimorandoo desenvolvimento e aprendizagem do 
aluno. 
 Aprender a ler não é um ato mecânico, nem automático, 
decorar não é aprendizagem e saber ler e escrever é conhecer o 
mundo. 
O conceito de alfabetização como decodificação já não cabe 
mais em nossas escolas. Precisamos de seres letrados, que 
entendem a leitura em diferentes contextos, situações. Sabem 
 
usar a leitura e a escrita a seu favor para transformação e 
cidadania. Assim, precisamos de uma série de fatores para 
contribuírem com essa aprendizagem, independente de 
metodologia. 
 
A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES 
 
Enquanto tínhamos classes de crianças doutrinadas e não 
educadas, em que o professor era o transmissor de 
conhecimentos, que o papel social da família não interferia na 
aprendizagem, o que se exigia de formação do educador era 
simplesmente que ela precisava saber mais que seus alunos. Uma 
formação básica assegurava a aprendizagem, não havia 
necessidade de formação continuada e capacitação permanente. 
Com as mudanças sociais do que se espera da escola e da 
educação, o professor também precisou rever e se adaptar ao 
novo modelo de um profissional qualificado, caso contrário não 
há lugar no mercado de trabalho. 
Ou seja, para responder aos interesses e desafios das 
demandas do mercado, a docência criou um novo aspecto de 
adquirir, manter e renovar competências profissionais através de 
 
um conjunto de saberes e informações adquiridos não só na 
teoria, mas na prática e na atualidade. 
O professor alfabetizador precisa também ter competência, 
conhecimento a entendimento sobre a linguística, afinal ela é a 
base da aprendizagem alfabetizadora. 
Precisa entender o processo de aquisição da linguagem oral, da 
leitura e da escrita, capacidades essas que não são inatas, mas sim 
apreendidas e influenciadas socialmente, o que muitas vezes gera 
regionalismos e que são refletidas na aprendizagem da língua 
escrita. O professor como um auxiliar na formação da cidadania 
não basta ser um mero reprodutor de metodologias e exercícios 
programados para um padrão pré-determinado de aluno, mas 
precisa entender, avaliar e buscar alternativas que se encaixem 
melhor as necessidades de seus educandos. 
Para assegurar aos alunos seu direito de aprender a ler e 
escrever, é indispensável que os professores tenham assegurado 
seu direito de aprender a ensiná-los. Cabe às instituições 
formadoras a responsabilidade de preparar todo professor que 
alfabetiza crianças, jovens e adultos para: 
• encarar os alunos como pessoas que precisam ter sucesso 
em suas aprendizagens para se desenvolverem pessoalmente e 
para terem uma imagem positiva de si mesmos, orientando-se por 
esse pressuposto; 
 
• desenvolver um trabalho de alfabetização adequado às 
necessidades de aprendizagem dos alunos, acreditando que todos 
são capazes de aprender; 
• reconhecer-se como modelo de referência para os alunos: 
como leitor, como usuário da escrita e como parceiro durante as 
atividades; 
 
 
 
• utilizar o conhecimento disponível sobre os processos de 
aprendizagem dos quais depende a alfabetização, para planejar as 
atividades de leitura e escrita; 
• observar o desempenho dos alunos durante as atividades, 
bem como as suas interações nas situações de parceria, para fazer 
intervenções pedagógicas adequadas; 
• planejar atividades de alfabetização desafiadoras, 
considerando o nível de conhecimento real dos alunos; 
• formar agrupamentos produtivos de alunos, considerando 
seus conhecimentos e suas características pessoais; 
• selecionar diferentes tipos de texto, que sejam apropriados 
para o trabalho; 
• utilizar instrumentos funcionais de registro do desempenho 
e da evolução dos alunos, de planejamento e de documentação 
do trabalho pedagógico; 
• responsabilizar-se pelos resultados obtidos em relação às 
aprendizagens dos alunos. 
O desenvolvimento dessas competências profissionais é 
condição para que os professores alfabetizadores ensinem todos 
os seus alunos a ler e escrever. Não é possível ensinar a todos 
 
quando se sabe ensinar apenas àqueles que iriam aprender de 
qualquer forma, por viverem em um contexto que provê 
condições e favorece suas aprendizagens. (PROFA, MEC) 
Entretanto, vivemos em uma sociedade que valoriza títulos. 
Esta é a nossa realidade. Com este tipo de comportamento social, 
é bastante comum, conhecermos professores alfabetizadores 
que, apesar de não terem um título, são extremamente 
competentes, aprenderam com suas experiências na vida e em 
estudos particulares. Portanto, um título de universidade, por 
exemplo: graduado em Pedagogia, por si só não é uma garantia 
de que o profissional é competente. Ser um bom profissional 
requer estudo e dedicação constante, não apenas até a colação 
de grau. 
MÉTODOS SINTÉTICOS 
 
Entre os métodos chamados sintéticos encontramos os 
alfabéticos, fonéticos e silábicos. 
O processo de alfabetização sintético parte dos elementos 
menores que as palavras como letras e sílabas. Iniciam a 
correspondência entre sons e letras, oral e escrito. As unidades 
sonoras são transcritas em unidades gráficas. Assim sendo as 
percepções auditivas e visuais e controle motor são essenciais 
 
para que ocorra aprendizagem. Seu pressuposto baseia-se na 
“junção” de elementos menores aos maiores compondo um todo. 
A leitura é a decodificação de sons e a audição é sentido mais 
estimulado no curso da aprendizagem. 
A alfabetização através desses métodos parte de pequenas 
palavras e durante esse processo o professor pode escolher se vai 
fazer uso de cartilhas ou não. Em relação a esse método, Cagliari 
(1998 p. 25) afirma que: “partia-se do alfabeto para soletração e 
silabação, seguindo uma ordem hierárquica crescente de 
dificuldades, desde a letra até o texto”. 
São métodos sintéticos: 
 Soletração; 
 Silabação; 
 Método Fônico; 
 Método Da Abelhinha e o 
 Da Casinha Feliz. 
todos eles quando aplicados pelo professor, partem ensinando da 
soletração para a consciência fonológica. 
Mas, para a aplicação desses métodos sintéticos é necessário 
cuidado, visto que o fonema, ou seja, o som de algumas letras 
quando junto de outras podem ter sons diferentes, sendo 
 
necessário então, trabalhar isso durante o processo de 
alfabetização. 
Carvalho (2008, p. 28) afirma que: Um cuidado que deve ser 
observado na aplicação dos métodos fônicos decorre da própria 
natureza do Português, língua alfabética na qual uma letra pode 
representar diferentes sons conforme a posição que ocupa na 
palavra, assim como um som pode ser representado por mais de 
uma letra, segundo a posição. Assim, não basta ensinar o som da 
letra em posição inicial da palavra, mas é preciso mostrar os sons 
que as letras têm em posição inicial, medial (no meio) ou final da 
sílaba. 
A aplicação desse método de alfabetização exige conhecimento 
da parte do professor para que não aconteçam falhas como acima 
foi citado. É importante lembrar que nem todas as crianças 
aprendem da mesma forma, esse método pode ser bom para 
umas crianças e ruim para outras, já que não se pode classificar 
esse método como a melhor e a única forma de se alfabetizar um 
aluno. 
ALFABÉTICOS 
 
Usado na Grécia antiga é um dos métodos mais antigos que 
se tem registro. 
 
O processo consiste em iniciar o processo memorizando as 
letras e seus nomes. Unindo a representação gráfica com o som. 
B + A = 
 BA 
Posteriormente a representação da família fonética, 
inicialmente monossilábicas, dissílabas e assim por diante, até 
formar frases e por fim textos segmentados. 
 
 
BA – BE – BI – BO – BU 
BEBÊ – BOBO – BABA 
O BEBÊ BOBO BABA. 
O BOI BABA. 
E as memoriza através de inúmeros exercícios, para em uma 
próxima etapa iniciar o processo com outra letra. 
A prática da caligrafia já surge no início do processo de 
alfabetização. O desenho da letra é tão importantequando a 
escrita. 
A leitura por sua vez também discorre silabada e desconexa 
com o contexto. Em geral somente depois de soletrar a palavra é 
 
que, através da memorização, a criança decodifica o que leu. 
Muito utilizado, ainda, em diversas regiões brasileiras, no 
momento da leitura surgem algumas dificuldades, como: 
BE + A = BA 
ENE + A = NA 
ENE + A = NA 
BANANA 
A abstração necessária no que diz respeito ao nome da letra, 
no momento da leitura, fez surgir em determinadas regiões 
brasileiras, um novo tipo de alfabeto, carregado de brasilidade, 
como: A, Bê, Cê, Dê, Ê, Fê, .... Lê, Mê.... 
“Meu fá, minha fã 
A massa e a maçã 
Minha diva, meu divã 
Minha manha, meu amanhã 
Meu lá, minha lã 
Minha paga, minha pagã 
Meu velar, meu avelã 
Amor em Roma, aroma de romã” 
Lenine – Meu amanhã 
O método alfabético certamente quem foi alfabetizado nos 
anos 70 lembra de brincadeiras que surgiam com o uso do nome 
das letras do alfabeto que eram formas de as próprias crianças 
 
criavam na tentativa de decorar os nomes da letras, como pular 
corda recitando a ordem alfabética “qual a letra do nome do seu 
namorado? “, ou o jogo do a, b , c com as mãos onde em dupla se 
batia na mão do colega e quando eram as vogais o cumprimento 
era cruzado. 
NOTA: lembrando que esses métodos são os que nos 
remetem a escolarização formal. Durante muito tempo a prática 
do ensino ocorria informalmente em igrejas, em casa realizado 
por pessoas que soubessem um pouco mais sobre o mundo 
letrado. Assim, não havia uma “obrigação “no que diz respeito a 
sistematização ou formalização da alfabetização. 
JUNTANDO AS LETRAS: SOLETRAÇÃO 
A Carta do ABC (sem indicação de autor ou data): o livrinho 
apresenta primeiro os alfabetos de letras maiúsculas e minúsculas 
de imprensa e de letras cursivas. A ideia é ensinar os três tipos 
mais comuns de sílabas existentes em português, como 
consoante-vogal (ba, na, ma ), vogal-consoante (al, ar, na ), 
consoante-consoante-vogal (fla, bla, tra ). 
O objetivo maior da soletração é ensinar a combinatória de letras 
e sons, partindo de unidades simples, as letras, o professor tenta 
mostrar que essas, quando se juntam, representam sons, as 
sílabas, que por sua vez formam palavras. 
 
O método baseia-se na associação de estímulos visuais e 
auditivos, valendo-se apenas da memorização como recurso 
didático – o nome da letra é associado à forma visual, as sílabas 
são aprendidas de cor, e com elas se formam palavras isoladas 
fora do contexto. Quanto daria por um daqueles duros bancos 
onde me sentava, nas mãos a Carta do ABC, a cartilha de soletrar, 
separar vogais e consoantes. Repassar folha por folha, gaguejando 
as lições num aprendizado demorado e tardio. Afinal vencer e 
mudar de livro. Excerto do poema Voltei de Cora Coralina (2001), 
poeta goiana, nascida em 1889. 
BA-BE-BI-BO-BU: SILABAÇÃO 
 
O método tem os mesmos defeitos da soletração: ênfase 
excessiva nos mecanismos de codificação e decodificação, apelo 
excessivo à memória e não à compreensão, pouca capacidade de 
motivar os alunos para a leitura e a escrita. 
Cartilha da Infância (Thomaz Galhardo, 1979): depois de mostrar 
as vogais e os ditongos, apresenta as sílabas va-ve-vi-vo-vu, 
embaralhando-as nas duas linhas seguintes. 
Seguem-se palavras formadas de três letras (vai-viu-vou) e 
finalmente onze vocábulos contendo as sílabas estudadas; cada 
lição se completa com algumas frases sem ligação entre si, escritas 
sem a maiúscula na palavra inicial e sem pontuação: 
 
“vovó viu a ave”, “a ave vive e voa”, “vovô vê o ovo” e outras do 
gênero. 
A ordem de apresentação: primeiro, as cinco letras que 
representam as vogais, depois os ditongos, em seguida as sílabas 
formadas com as letras v, p, b, f, d, t, l, j, m, n. As chamadas 
“dificuldades ortográficas” aparecem do meio para o fim da 
cartilha, incluindo os dígrafos, as sílabas travadas (terminadas por 
consoantes), as letras g, c, z, s, e x. 
 
MÉTODOS FÔNICOS 
 
Caiu em desuso após a implementação dos métodos 
chamados construtivistas, final dos anos 70, porém hoje volta à 
tona sendo considerado por alguns especialistas em educação 
como a melhor escolha para alfabetização na língua portuguesa. 
As políticas públicas, inicialmente tinham como preocupação 
garantir a ocupar o espaço escolar. Atender a demanda de colocar 
a população na escola, aumentando os índices de pessoas 
atendidas. 
Depois desse espaço ocupado e as crianças frequentando a 
escola passa ser necessária uma avaliação do andamento desse 
processo., pois frequentar a escola não garante aprendizagem. 
 
Cria-se então SAEB1 que como avaliava as escolas como um todo, 
precisou de um apoio avaliativo mais específico para que os 
gestores de cada escola pudessem mensurar os problemas de 
aprendizagem que enfrentavam. Inicia-se a aplicação da Provinha 
Brasil.2 
Ao longo da aplicação dessas avaliações percebeu-se que 
havia sido instaurada uma crise no que diz respeito aos níveis de 
aprendizagem brasileira elevando as críticas aos métodos 
construtivistas, implementados nesses períodos como sugestões 
de diversos materiais do MEC, retomando a confiabilidade e 
aplicabilidade do método fônico. 
Lógico que a metodologia aplicada provavelmente é a apenas 
umas das causas dessa significativa baixa de rendimento dos 
educandos. Falta de preparo dos professores, baixos salários e 
condições desfavoráveis de trabalho são outras causas. Com uma 
 
1 O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) tem como principal objetivo avaliar a 
Educação Básica brasileira e contribuir para a melhoria de sua qualidade e para a universalização 
do acesso à escola, oferecendo subsídios concretos para a formulação, reformulação e o 
monitoramento das políticas públicas voltadas para a Educação Básica. Além disso, procura 
também oferecer dados e indicadores que possibilitem maior compreensão dos fatores que 
influenciam o desempenho dos alunos nas áreas e anos avaliados. (INEP). 
 
2 As Matrizes de Referência da Avaliação da Provinha Brasil elencam o que se pretende avaliar com estes 
instrumentos, ou seja, os conhecimentos que se espera que os alunos tenham adquirido após o início do 
processo de alfabetização. Como nem todas as habilidades a serem desenvolvidas durante o processo de 
alfabetização e letramento, como a oralidade, são passíveis de verificação em uma prova objetiva, foram 
selecionadas as habilidades consideradas essenciais para a alfabetização e letramento para a elaboração 
da Matriz de Referência. A matriz é apenas uma referência para a construção do instrumento de avaliação. 
É, portanto, diferente de uma proposta curricular ou de programas de ensino, que são mais amplos e 
complexos. (INEP) 
 
 
nova roupagem e com uma maior interação 
aluno/professor/aprendizagem o método volta a ser alvo de 
novos estudos e aplicações em escolas de todo país como o mais 
apropriado no processo de alfabetização, segundo uma parte dos 
estudiosos. 
Como a alfabetização não é um ato inato, é necessário a 
construção da aprendizagem, a solidariedade entre os envolvidos 
no processo, o desejo, a frequência, a habilidade e a 
disponibilidade de aprender e de ensinar. 
Aprender é refletir, imergir e transpor barreiras, é 
ressignificar e interpretar o mundo sob um novo olhar, 
configurando também o método, a apropriação dele pelo 
educador e a aplicabilidade. 
Ao longo do tempo houve uma variedade de nomeclaturas 
que têm como base a metodologia fônica. 
Método Abelhinha, Casinha Feliz, Campovilla, Boquinhas. 
Mas todos usam a mesma base da linha sintética que privilegia a 
correspondência grafônica, tendo como princípio a relação direta 
fonema/grafema, ou seja, o som da fala e a escrita. Há uma 
sequência de implementação do processo, sendo letras, sílabas, 
palavras, frases e por fim, textos.Ensina-se o aluno a produzir oralmente os sons representados 
pelas letras e a uni-los para formar as palavras. Parte-se de 
palavras curtas, formadas por apenas dois sons representados por 
duas letras, para depois estudar de três letras ou mais. A ênfase é 
ensinar a decodificar os sons da língua, na leitura, e a codificá-la, 
na escrita. Atualmente, os métodos fônicos tendem a apresentar 
pequenas frases, a partir da 2ª ou 3ª folha, para que os alunos 
desenvolvam gradativamente habilidades de leitura mais 
complexas. Este recurso visa a habituar o aluno a extrair o 
conteúdo significativo da palavra lida e superar uma deficiência 
ainda comum no método (Rizzo apud Carvalho, 2005: 25). 
SEQUÊNCIA DA INTRODUÇÃO DE FONEMAS 
 
 Inicia-se o processo inserindo as vogais. 
A - E - I - O - U - ÃO 
 Posteriormente as consoantes com sons facilmente 
pronunciáveis de forma isolada sem uma vogal (consoantes 
prolongáveis e reguláveis) 
F – J - M – N – V – Z 
 Depois as consoantes facilmente pronunciáveis de 
forma isolada e irregulares, ou seja, que podem possuir mais de 
um som. 
 
L – S – R – X 
 Os sons irregulares são os próximos. As consoantes 
com os sons mais difíceis de serem pronunciados de forma 
isolada. 
B – C – P – D – T – G – Q 
 Em seguida vem o H que possui sua particularidade de 
não possuir som. 
 Agora é a vez de serem introduzidos os sons irregulares 
das letras 
C – G – R – S – L – M – X 
Ce – ci 
Ge – gi 
Gua – guo 
Qua – quo 
S intervocálico 
S no final da palavra 
R intervocálico 
R no fim da sílaba 
L com som de u 
M no final da sílaba 
X com som de z 
 As letras que não são usadas em nosso língua, entram 
nessa etapa do processo. 
 
K – W – Y 
 Por fim introduz-se a cedilha e os encontros 
consonantais 
Ç – CH - NH – LH – RR – SS – GU – BR – CR – TR - BL 
CL – FR – GR – GL – VR – DR – NS 
A forma como cada um dos fonemas é introduzida varia de 
acordo com o método adotado pelo educador ou instituição, 
dentro da perspectiva fônica. 
MÉTODO CASINHA FELIZ 
 
(criado pela pedagoga Iracema Meireles na década de 1950): 
acredita na aprendizagem por meio do jogo, propondo que a sala 
de aula fosse um espaço para a criatividade e a livre expressão das 
crianças. Método: associar a forma da letra a um personagem, o 
qual, por sua vez, representava determinado som. O essencial é 
que conduza à figura-fonema capaz de fazer sempre, se for 
consoante, o imprescindível barulhinho. Tudo mais é jogo, é 
dramatização, atividade criadora. 
Utiliza uma outra historinha para introduzir os fonemas. 
 
 
Fonte:www.acasinhafeliz.com.br/indexFrameset.ht
m 
Esse método foi criado pela educadora Iracema Furtado 
Soares de Meireles que ao dar aulas para André, um menino 
analfabeto aos 12 anos, sentiu a necessidade de criar uma forma 
interessante e lúdica. Ao longo do trabalho com André, Iracema 
identificou uma dislexia que foi amenizada com o trabalho 
desenvolvido através do interesse dele. 
O desafio das dificuldades de aprendizagens que ela sabia que 
eram existentes nas salas de aula, apaixonou-se pelo tema e 
começou a desenvolver pesquisas em torno do que poderia dar 
certo como metodologia aplicada a alfabetização. 
Surge então o método que consiste em um teatrinho de 
fantoches onde as letras são os personagens. As vogais princesas 
que ficam em seus tronos à espera das consoantes que ao 
movimentar-se e juntar-se umas às outras que vão formando as 
sílabas. A historinha completa está na sugestão da atividade. 
 
MÉTODO DA ABELHINHA 
 
Criado pelas professoras Alzira Sampaio Brasil da Silva, Lúcia 
Marques Pinheiro e Risoleta Ferreira Cardoso, na cidade do Rio de 
Janeiro em 1965. Foi assim denominado por utilizar uma história 
como recurso de aprendizagem a ser realizada em sete capítulos, 
a abelha é quem direciona todo o enredo. 
São três as etapas sugeridas no guia do professor: Período 
Preparatório ou Integração da Criança, História ou Início da 
Alfabetização (essa etapa é o ponto central do método, onde 
entra a História da Abelhinha apresentando os personagens 
associando-os a sons e letras) e Completando a Alfabetização. 
A cada novo fonema é realizado um intenso trabalho de 
exercícios de fixação como: leitura oral, cópia de sons, 
identificação do som inicial, união de consoantes e vogais, ditado, 
identificação das vogais e consoantes maiúsculas e minúsculas e a 
utilização dos cartazes e código de sons. 
Outro material fundamental no ambiente alfabetizador que 
utiliza o método, são os cartazes com as letras integradas aos 
desenhos dos personagens. 
Apresenta o método misto do tipo fonético. Os sons são 
apresentados como "barulhos" que ocorrem, o mesmo 
acontecendo com a reunião de dois sons em sílabas. (Alzira S. 
 
Brasil, Lúcia Marques Pinheiro e Risoleta Ferreira Cardoso criaram 
o método em 1965). Da reunião de dois sons, a criança passa a 
três, e vai lendo palavras cada vez mais extensas, depois 
expressões, sentenças e historinhas. 
Duas recomendações das autoras: não dizer o nome das letras, 
pois seria cair na soletração; e não fazer a união de fonemas com 
todas as vogais, pois seria a silabação, prejudicando a leitura mais 
tarde. A personagem abelhinha, que dá nome ao método, tem o 
corpo em forma de um a (em letra cursiva) e apresenta o som 
/aaaaaaa/ (a vogal é prolongada para facilitar o reconhecimento); 
a letra i é representada pelo tronco de um índio, outro 
personagem de histórias e assim por diante. 
Os personagens são desenhados para sugerir o todo ou partes das 
formas estilizadas das letras. Há, portanto, uma associação de três 
elementos – personagem – forma da letra – som da letra 
(fonema). A alfabetização se faz por síntese ou fusão dos sons para 
formar a palavra. 
MÉTODO SILÁBICO 
 
O método silábico surgiu como uma oposição a soletração, no 
século XVIII, iniciando então, a aprendizagem através das sílabas. 
Assim como os demais métodos sintéticos, segue uma sequência 
progressiva: o acesso direto é por meio da sílaba consideradas as 
 
mais fácies de serem apreendidas. Em geral o método utiliza 
cartilhas que possuem palavras-chave para que sejam retiradas as 
sílabas a serem estudadas. 
Após serem trabalhadas sistematicamente até serem 
memorizadas, são recompostas até formarem novas palavras e, 
posteriormente formarem frases, apenas utilizando as sílabas já 
trabalhadas anteriormente. 
É o método que utiliza as famosas famílias silábicas. Que 
podem possuir diversas denominações. Familinhas, pedacinhos 
mágicos, famílias fantásticas. A Cartilha da Infância de Thomaz 
Paulo do Bom Sucesso Galhardo, professor formado pela Escola 
Normal de São Paulo, publicada em início da década de 1880, foi 
modificada e ampliada por Romão Puiggari, atingiu em 1992 a 
233ª edição. 
Durante muito tempo foi adotada em São Paulo e diversas 
outras regiões do Brasil. 
A cartilha dividida em 33 lições. Inicia com vogais, ditongos, 
vogais acentuadas, consoantes, famílias silábicas, vocábulos e 
exercícios. A lição inicia com a apresentação com a letra no alto 
da página seguida de sua classificação fonética F (fê labial 
sibilante). 
 
Depois vem a família fonética, um conjunto de sílabas 
referentes a letra apresentada em três ordens diferentes. Essa 
estrutura permanece inalterada por todo o livro. 
Ao final de cada lição apresentam-se exercícios para leitura. 
No manual da cartilha aparece a informação de “não consentir 
que a criança soletre, mas que não pronunciem sílabas” e que 
não se deve “ensinar vozes e modos das palavras”. 
CUIDADOS A CONSIDERAR NA APLICAÇÃO DOS MÉTODOS 
FÔNICOS 
 
Os dois métodos apresentados propõem associações visuais e 
auditivas com a forma e os sons das letras e têm o mérito de 
recomendar a utilização e recursos expressivos de voz, 
gesticulação, desenho, teatro, etc. para despertar o interesse 
infantil.Ambos giram em torno de histórias contadas oralmente e 
o material escrito é rigorosamente controlado para apresentar 
apenas as palavras cuja decodificação já foi, ou está sendo, 
ensinada. Um aspecto discutível dos métodos é que as histórias 
dos manuais, criadas com o objetivo de apresentar as relações 
letrasom numa determinada sequência, são muito artificiais. É 
preciso professores experientes, com bons recursos narrativos, 
para dar vida a histórias didáticas, em que os sons ora são 
associados à forma das letras, ora aos nomes dos personagens, 
 
ora a um “barulhinho” produzido por eles. Na aplicação dos 
métodos fônicos, a maior dificuldade técnica é tentar articular os 
sons das consoantes isoladas, pois de fato elas só ganham sons 
quando estão acompanhadas de uma vogal. Existem algumas 
consoantes, como o /f/ e o /v/, que podem ser prolongadas com 
certa facilidade, dando a impressão que se fundem com as vogais 
que as acompanham. Mas não é o caso da maioria das outras que 
só são ouvidas claramente quando acompanhadas das vogais. 
 
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA 
 
É a capacidade de distinguir e manipular os sons constitutivos da 
língua e consiste na capacidade para focalizar os sons da fala, 
independentemente do sentido. Para reconhecer o grau de 
consciência fonológica da criança, alguns indicadores são a 
habilidade de identificar o número de sílabas das palavras e de 
reconhecer rimas e aliterações (sílabas que se repetem no início 
de uma série de palavras). Cada palavra falada é formada por uma 
série de fonemas, representados na escrita pelas letras do 
alfabeto e a percepção destes é desenvolvida no processo de 
alfabetização. 
 
 
AS CARTILHAS E A ALFABETIZAÇÃO 
 
Conhecer e respeitar as necessidades e interesses da criança; 
partir da realidade do aluno e estabelecer relações entre a escola 
e a vida social são diretrizes do pensamento escolanovista. 
Métodos ativos – aprender fazendo –, liberdade para criar e 
participação da criança no planejamento do ensino são algumas 
das estratégias recomendadas. 
A Escola Nova valorizava a leitura, as bibliotecas, o gosto pelos 
livros, e trouxe uma inovação importante para os alfabetizadores: 
a defesa dos métodos globais com a fundamentação teórica da 
crença segundo a qual a criança tem uma visão sincrética (ou 
globalizada) da realidade, ou seja, tende a perceber o todo, o 
conjunto, antes de captar os detalhes. 
Decroly (1929) enfatizava a compreensão do significado desde a 
etapa inicial da alfabetização e não a capacidade de decodificar ou 
de dizer o texto em voz alta. A alfabetização deveria começar por 
unidades amplas, como histórias ou frases, para chegar em nível 
de letra e de som, mas sem perder de vista o texto original e seu 
significado. 
 
MÉTODOS ANALÍTICOS OU GLOBAIS 
 
 
Outros métodos de alfabetização são conhecidos como analíticos 
ou globais. Sua aplicação visa alfabetizar a criança a partir de 
histórias ou orações. Quando essa nova forma de se alfabetizar 
chegou ao Brasil exigiu uma grande mudança por parte dos 
professores, por serem muito diferentes dos métodos sintéticos, 
os globais possuem como objetivo alfabetizar a criança da parte 
maior para a menor, ou seja, dos textos ou orações para as letras. 
É o caminho inverso. 
Não há uma unanimidade em que momento os métodos 
analíticos iniciam suas atividades na educação brasileira, mas 
novas ideias surgem no Brasil no momento em que a escolarização 
passa a demandar mais atendimento em massa devido as 
mudanças políticas que se instauram no país. A industrialização 
rompe com um modelo de sociedade onde a criança passa a 
frequentar mais a escola e a família, inclusive a mulher, passa a 
ser inserida no mercado de trabalho. 
São Paulo vem como um modelo de transformação para que 
posteriormente o trabalho fosse implementado nas demais 
regiões brasileiras. Essa mudança inicia-se na Escola Normal em 
1896, criando-se um Jardim de Infância, onde as normalistas 
poderiam práticas de alfabetização seguindo o novo e 
“revolucionário” método analítico. Esse modelo foi divulgado e 
ampliado através desses professores como a melhor opção, 
 
tornando-se, inclusive, obrigatório nas escolas públicas paulistas, 
até por volta de 1920. 
No Brasil os métodos analíticos se inserem na educação como 
métodos globais de ensino. Baseado nas ideias de Decroly tem 
como ponto de partida um texto de interesse infantil. O método 
global de contos e historietas é o marco inicial desse princípio. 
O texto memorizado e “lido”, reconhece-se sentenças, 
expressões, palavras e, por fim, sílabas. A metodologia analítica 
aplica o conhecimento em 3 partes: o sincretismo (visão geral e 
confusa do todo), a análise (visão distinta e analítica das partes) e 
a síntese (recomposição do todo com o conhecimento que se tem 
das partes). 
Considerado, no momento, como uma inovação e a solução 
para todos os possíveis problemas advindos da alfabetização 
sintética, foi aplaudido por alguns e visto com reservas por outros. 
Como qualquer outra inovação que se insere no que já encontra-
se na zona de conforto. 
A principal característica dos métodos analíticos é que a 
leitura não é um ato estanque, mas sim global e audiovisual, 
partindo de unidade complexas a unidades menores. Entre os 
métodos analíticos podemos destacar a sentenciarão, palavração 
e o global. 
 
Um dos métodos analíticos é o chamado Palavração, onde a 
ênfase se dá na palavra e não no texto propriamente dito. 
Como precursor pode ser entendido o filósofo Comênio, um 
tcheco, que considerava a instrução e o trabalho como a 
diferenciação do homem, é apontado como o difusor da ideia por 
volta do século XVII. Um dos primeiros pensadores que visualizou 
a criança como um ser dotado de inteligência, limites e 
sentimentos. Também considerava o professor como um 
profissional e não, como comumente na época um missionário, 
assim pode ser considerado por muitos o pai da didática 
moderna. 
Comênio, foi quem primeiro concluiu que a aprendizagem 
precisa está ligada a percepção de mundo, onde o início do 
processo de conhecimento está diretamente ligado a 
experimentação. 
Esse método de alfabetização é muito importante, pois, 
ensinando a criança a ler e escrever a partir de histórias, ela está 
estimulando o aluno a criar gosto pela leitura. Este é um dos 
pontos positivos para a aplicação desse método. 
São considerados globais os seguintes métodos: 
 Métodos de conto; 
 Método ideovisual de Decroly; 
 
 Método natural Freinet; 
 A metodologia de base linguística ou psicolinguística; 
 Etapas de uma unidade; 
 Alfabetização a partir de palavra-chave; 
 Método natural; 
 Síntese dos passos de aplicação e o 
 Método Paulo Freire. 
Em todos esses métodos o professor deverá partir de textos ou 
orações até chegar às letras, ou seja, do maior para o menor. 
Mas, afinal qual é o melhor método? Não há uma resposta pronta 
e acabada. Cabe ao professor conhecer seus alunos e tomar a 
decisão de qual método adotar em sala de aula. Caso o professor 
não tenha resultado com nenhum dos dois métodos apresentados 
acima ainda tem a opção de trabalhar os métodos analítico-
sintéticos, ou seja, a mistura do global ou analítico com o sintético, 
no qual o professor ensina a consciência fonológica junto com o 
processo de ensinar a ler e escrever a partir de história ou orações. 
É então necessário muito estudo e dedicação por parte do 
professor quando assumir a responsabilidade de alfabetizar uma 
turma, visto que as crianças possuem formas de aprendizagem 
diferentes e o melhor método para uma criança pode ser ruim 
para outra. Não existe uma receita pronta de como alfabetizar, 
nem estudos que comprovem que um método mais seja mais 
eficiente que outro. Cabe ao professor à responsabilidade de fazer 
 
o melhor para obter sucesso no processo de alfabetizaçãode sua 
turma. 
MÉTODO DE CONTOS 
 
Um dos métodos mais antigos – o de contos – começou a ser 
aplicado nos Estados Unidos no fim do século XIX. Consiste em 
iniciar o ensino da leitura a partir de pequenas histórias, 
adaptadas ou especialmente criadas pelo professor. Apresentada 
a história completa, o texto é desmembrado em frases ou 
orações, que a criança aprende a reconhecer globalmente e a 
repetir, numa espécie de pré-leitura. A seguir, vem a etapa de 
reconhecimento das palavras. Depois disso é que se alcança a 
etapa de divisão das palavras em sílabas e finalmente a 
composição de novas palavras com as sílabas estudadas. O 
processo envolve análise das partes maiores (o texto, as frases) 
para chegar às partes menores (palavras, sílabas), por isso o 
método global é também chamado analítico. 
A professora Lúcia Casasanta (apud Carvalho, 2005) assim 
descreveu as etapas do método: 
 1) fase do conto; 
2) fase da sentenciação; 
3) fase das porções de sentido; 
 
4) fase da palavração; 
5) fase da silabação ou dos elementos fônicos. 
O método não previa a utilização de livro didático, o que constituía 
uma dificuldade para os professores, que deviam criar textos e 
preparar materiais didáticos. 
TRABALHO COM OS CONTOS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO 
 
Justificativa 
Os contos de fadas mexem com os sentimentos mais primitivos do 
indivíduo. Neles, o bem e o mal aparecem claramente esboçados, 
auxiliando as crianças a identificar seus problemas, suas emoções, 
suas limitações e suas possibilidades de resolução das 
dificuldades. 
Objetivos 
> Reconhecer obras e autores consagrados. 
> Apropriar-se da linguagem escrita própria desse gênero literário. 
> Ter procedimento de sentar para ouvir contos. 
> Ampliar o repertório linguístico. 
> Fazer reconto e reescrita dos contos trabalhados. 
> Identificar marcas linguísticas. 
Conhecimento prévio 
 
> Organização de uma biblioteca literária em sala de aula. 
> Seleção do conto a ser trabalhado com a turma. 
> Leitura pelo educador do conto escolhido, 2 ou 3 vezes antes de 
ler para os educandos. 
> Observação e manuseio do livro pelas crianças: tamanho, capa, 
ilustrações, o que ele nos sugere, quantidade de letras etc. 
> Análise biográfica do autor. 
> Antecipação do conteúdo: tema, personagens, hipóteses da 
trama, cenários etc. 
Orientações didáticas 
> Leitura do título: o que será que quer dizer? 
> Leitura da história pelo educador. 
> Provocar os educandos a fazerem leitura por imitação ou leitura 
virtual. 
> Trabalhar a estrutura textual do conto (ambientação, 
desenvolvimento da trama e finalização). 
> Chamar a atenção para o tempo em que se desenrola a história: 
cronologia. 
> Reconto da história pelo educador, aproximando-se o máximo 
possível da linguagem do autor. 
 
> Estimular as crianças para o reconto (trecho de que mais 
gostaram; ambientação; início ou final da história; todo o texto; 
continuando a fala do educador). 
> Reescrita do educador no quadro, a partir do reconto oral dos 
educandos. 
> Cópia pelos educandos da reescrita coletiva de trechos da 
história. 
> Distribuir a história com trechos em lacunas, para o educando 
completar as palavras que faltam. 
> Reescrita em dupla de trechos ou de todo o texto trabalhado. 
> Transformar a história em outro tipo de linguagem: carta, 
bilhete, mensagem, desenhos etc. 
> Escrita pelos educandos do título da história, nomes dos 
personagens, de expressões típicas imutáveis etc. 
> Reescrita pelos educandos de alguns fragmentos previamente 
memorizados. 
 
MÉTODO IDEOVISUAL DE DECROLY 
 
Um dos mais conhecidos métodos globais, o ideovisual, foi criado 
no início do século XX por Ovide Decroly (1871-1932). As bases de 
sua filosofia de educação eram: respeito à personalidade da 
 
criança, a seus interesses, a seu ritmo natural e modos peculiares 
de ver o mundo. Pregava a importância da atividade, da ação e da 
cooperação. 
Decroly propôs que o ensino se desenvolvesse por centros de 
interesse e, em princípio, o programa escolar deveria incluir 
conhecimentos imediatamente ligados à criança: suas 
necessidades básicas no meio em que vive. 
Experimentou um método de aprendizagem de leitura que punha 
em jogo o que chamava “função de globalização”. Função que 
explicava a capacidade da criança de captar as formas 
globalmente, justificaria começar a aprendizagem por frases 
(unidades de sentido) em lugar de letras (elementos gráficos 
isolados sem significação). 
Seu método: o aluno reconhecia a forma, o desenho total, a 
imagem gráfica da frase. Em seguida, aprendia a distinguir as 
palavras, por meio da observação de semelhanças e diferenças 
entre elas; em seguida as sílabas, depois as letras. 
MÉTODO NATURAL FREINET 
 
Célestin Freinet (1896-1966) acreditava que a inteligência, o 
gesto, a sensibilidade desenvolvem-se através da livre expressão, 
do trabalho manual, da experimentação. 
 
Sua pedagogia consiste em estimular a reflexão, a criatividade, o 
trabalho, a cooperação e a solidariedade. Seu Método Natural de 
aprendizagem da língua parte do pressuposto que: a criança lerá 
e escreverá com interesse textos relacionados com suas 
experiências. Dessa forma, seu método natural não comporta 
fases ou etapas, como acontece com outras propostas, a criança 
aprende a ler lendo, a escrever, escrevendo. 
Para ele a escrita e a leitura têm um significado social, existem 
para servir ao homem em suas lutas, no seu trabalho, na 
expressão de suas ideias. Em lugar de atividades puramente 
formais, propunha que os alunos, desde tenra idade, escrevessem 
e lessem para ser compreendidos e para entrar em relação com 
os outros. 
A METODOLOGIA DE BASE LINGUÍSTICA OU PSICOLINGUÍSTICA 
 
A chamada Metodologia de base linguística propõe ensinar a ler a 
partir de orações. Foi elaborado na década de 1970 por um grupo 
de professores coordenado pela professora Helena Gryner. As 
premissas do método são: respeitar a fase de desenvolvimento 
cognitivo e afetivo em que a criança se encontra e tornar o aluno 
sujeito do processo, cabendo sempre a ele a iniciativa e a 
descoberta. 
 
O processo de alfabetização deve começar pela produção e 
reconhecimento de frases sugeridas pelas próprias crianças. Para 
dar início à alfabetização propriamente dita, a professora escolhe 
uma ou duas orações produzidas pelas crianças, que devem 
conter palavras cuidadosamente escolhidas para atender a três 
critérios: 
1) Critério de dificuldade: começar pelo mais fácil em matéria de 
relações letra-som e de padrões silábicos. As primeiras palavras 
chave apresentadas devem ser formadas de fonemas como /b/, 
/p/, /d/, /v/ e /f/, representados pelas letras b, p, d, v e f, que 
têm o mesmo som, independentemente da posição na palavra. 
São os casos em que há uma relação biunívoca entre os 
fonemas e os grafemas. Quanto ao tipo de sílaba, o mais fácil é 
o mais comum, ou seja, consoante vogal (como em pa, da, va, 
etc.); padrões silábicos mais complexos virão pouco a pouco. 
2) Critério de alternância entre o fácil e o difícil: o método 
recomenda que não se deixe para a etapa final do processo de 
alfabetização as chamadas dificuldades ortográficas. As letras 
que podem representar mais um som, conforme o contexto – 
como s, m, l, x e outras – devem ser alternadas com aquelas 
consideradas mais fáceis. 
 
3) Critério de produtividade: selecionar palavras-chave que 
depois de desmembradas em sílabas permitam formar um bom 
número de palavras novas. 
ALFABETIZAÇÃO A PARTIR DE PALAVRAS-CHAVE 
 
O método da palavração propõe o ensino das primeiras letras a 
partir de palavras-chave, destacadas de uma frase ou texto mais 
extenso. As palavras destacadas são desmembradas em sílabas, as 
quais, recombinadas entre si, formam novos vocábulos. 
MÉTODO NATURAL DE HELOÍSA MARINHO 
 
A atribuiçãoda nomenclatura NATURAL, é usada para os 
princípios de aprendizagem baseados na teoria desenvolvida por 
uma aprendizagem sem mediações ou motivações externas, 
mas sim uma metodologia que respeita a natureza fisiológica do 
indivíduo, suas construções e suas transformações sociais. 
Para que o desejo e a responsabilidade da aprendizagem 
sejam divididos com o aluno, o movimento de uma aula na 
metodologia natural tem uma série de propostas que 
impulsionam a liberdade na aprendizagem. 
O conteúdo é ministrado a partir de conhecimentos que o 
grupo possui, através de troca de informações entre os alunos e o 
 
professor, materiais de pesquisa e leituras compartilhadas de 
diferentes portadores de texto. 
As rodas de conversa são o marco inicial de todas as aulas. 
Esse é o espaço onde a criança tem oportunidade de expressar 
suas ideias, conhecimentos, dúvidas. A roda é um instrumento de 
participação, de comunicação dinâmica e produtiva. 
Outras dinâmicas que envolvem o trabalho são: o não uso de 
lugares fixos, o grupo gira em torno de um propósito. A sala é 
disposta com mesas em grupos com trabalhos diversificados, onde 
a criança tem a possibilidade de fazer escolhas por onde e como 
desenvolver suas produções do dia. O que não inviabiliza o 
cumprimento de todas as atividades, porém o aluno escolhe por 
onde quer começar e qual caminho vai percorrer no dia. 
Os trabalhos de coleta de informações sobre os assuntos 
estudados são transformados em textos coletivos que ficam 
expostos no ambiente de aprendizagem, assim elas têm a 
possibilidade de acesso a leitura de algo que pertence ao seu 
conhecimento. 
Diferentemente do que possa se pensar o método natural 
possui regras a serem cumpridas e disciplina a ser mantida, porém 
como espaço democrático, o professor é um líder que sabe ouvir 
e usar a fala do grupo em discussões e conhecimentos pertinentes 
as necessidades do grupo, sob o aspecto emocional ou cognitivo. 
 
Para o método as relações sociais são fundamentais na construção 
de conhecimento sólido e significativo. 
Em geral, as atividades são desenvolvidas da seguinte 
maneira: seguindo os pressupostos do tema abordado na roda, a 
professora incentiva e orienta os trabalhos a serem realizados. 
Todos os dias há um grupo que desenvolve atividades de artes, 
que podem ser propostas de livre escolha, com a utilização de 
diferentes materiais, texturas, combinações, técnicas, ou alguma 
proposta que envolva também um tema abordado, como a 
confecção de um mural. 
Os outros grupos possuem atividades de linguagem que 
pode ser uma atividade em folha, uma leitura, um livro, uma 
leitura ou uma atividade de cópia de quadro. Um grupo com 
atividade de linguagem matemática, um grupo com jogos e um 
grupo com uma atividade que envolva os outros componentes 
curriculares. Como é um ambiente que proporciona a atividade 
diversificada, também existe a possibilidade de trabalho nos 
cantinhos, de jogos, leitura ou ciências. 
Na alfabetização pelo método de Gilda Rizzo e Heloisa 
Marinho, alguns trabalhos são desenvolvidos ao longo do ano 
sempre com a orientação do professor. 
São eles: 
 
O vocabulário de apoio que contém as palavras escolhidas 
pelo grupo para estudo. São todas ilustradas pelos alunos. Assim, 
há a possibilidade deles mesmos identificarem e retomarem a 
leitura sempre que acharem necessário. Esse vocabulário vai 
crescendo à medida que os sons e letras do alfabeto vão sendo 
estudadas. 
Cada nova palavra escolhida vai para o sentenciador, 
formando frases completas que o aluno vai ler. 
 A composição e a leitura de frases no sentenciador é um 
trabalho diário, onde figuras devem substituir palavras 
desconhecidas a fim de não limitar a expressão de ideias do aluno 
às palavras já memorizadas. 
Livrinhos de Ação: Onde a interpretação textual ganha 
notoriedade. Onde a compreensão da leitura de frases e fixam as 
ações estudadas no vocabulário da turma. 
A Caçada é uma outra estratégia usada pela metodologia que 
propõe uma análise fonética das palavras, segundo a semelhança 
do som inicial com o de outra palavra já conhecida visualmente 
pelas crianças. Como, por exemplo, o (Dd) DINOSSAURO. Com 
recortes de palavras e gravuras em revistas que iniciem com o 
mesmo som são colados em uma folha grande, e colada na 
parede. A professora juntamente com os alunos escreve as 
palavras das gravuras e leem, juntos, as palavras coladas. Depois 
 
os alunos leem as palavras e escreve na “preguiçinha”. Numa 
segunda leitura, a criança destaca o som que está sendo 
trabalhado, “caçando-o”. Depois copia o som estudado. 
Por fim, os Jogos de Leitura: que compõem o trabalho de 
memorização das palavras trabalhadas do vocabulário escolhido, 
pode ser um jogo da memória, uma sequência de histórias, 
adedonha.... Esses jogos são desenvolvidos dentro do trabalho 
diversificado de sala de aula. 
Assim, o método desenvolve a parceria entre a criança e o 
professor transformando através da ludicidade e da criatividade a 
aprendizagem em algo rico, prazeroso, e realmente significativo. 
Os passos de aplicação são os seguintes: 
1) A professora usa abundantemente a escrita. Registra, à vista 
dos alunos, fatos ocorridos na sala de aula, ou algo dito pelas 
crianças. Escreve bilhetes, convites, avisos destinados aos pais. 
2) Estimula a percepção dos sons iniciais e finais de palavras ditas 
oralmente, utilizando técnicas e materiais que permitam 
descobrir semelhanças e diferenças entre sons, através da 
comparação. 
3) Forma um vocabulário básico de 35 a 40 palavras (apenas 
substantivos e verbos) que a criança deve aprender a reconhecer 
 
globalmente, em sentenças e pequenos textos, qualquer que seja 
sua posição nos textos. 
4) Leva a criança a descobrir o som dentro da palavra e a associar 
o som à letra. 
5) Estimula a criança a ler e a escrever palavras novas com 
compreensão e rapidez, incentiva a leitura como fonte de 
informação e de prazer, e a escrita como instrumento de registro 
de ideias e de comunicação. 
MÉTODO PAULO FREIRE 
 
Hoje um dos mais conhecidos adeptos a proposta, seria Paulo 
Freire, educador brasileiro (1921-1997) autor de inúmeros livros, 
entre eles, Pedagogia do Oprimido. 
A maior proposta de Freire é a democratização e 
humanização do ensino. Em sua obra aponta a educação como 
fonte de transformação social. 
A proposta de Paulo Freire segue os passos da palavração, 
porém como ele mesmo dizia, a aprendizagem indo muito além 
do Ba, be, bi, bo, bu. Embora ele nunca tenha aceitado a 
percepção de sua proposta como um método, as pessoas 
envolvidas no processo de educação o assim denominaram por 
seguir uma sequência de ações. 
 
Embora seu foco fora a Alfabetização de Adultos, a 
metodologia pode ser facilmente aplicada a criança. 
O processo inicia-se através de uma palavra do universo do 
aprendiz. Chamadas por Freire de palavras geradoras. Através de 
uma pesquisa sociológica, escolhem-se palavras do universo 
vocabular daquele grupo. Essa perspectiva também é associada a 
um tema de trabalho que promoverá uma perspectiva holística de 
aprendizagem promovendo a globalidade da aprendizagem. 
A seleção dessas palavras deve levar em consideração a 
riqueza e dificuldades fonéticas, numa sequência gradativa dessas 
dificuldades, seu teor pragmático, ou seja, na pluralidade de 
engajamento da palavra numa dada realidade social, cultural, 
política. 
Os procedimentos técnicos do método são: 
1) Ao planejar um trabalho de alfabetização em determinada área, 
deve-se fazer um levantamento do universo vocabular da 
população, selecionando um grupo de 17 a 20 palavras de uso 
frequente, relevantes para a população e que apresentam as 
combinações básicas dos fonemas e padrões silábicos. São estas 
as palavras geradoras, que constituirão pontos de partida dos 
debates entre os participantes dos círculosde cultura. 
 
2) Para dar início à alfabetização, o coordenador do círculo de 
cultura deve apresentar algumas imagens (em slides ou cartazes) 
que propiciem o debate sobre as noções de cultura e de trabalho. 
Estas imagens representam o produto do trabalho dos homens 
sobre a matéria da natureza: suas ferramentas, utensílios de uso 
diário, suas moradias. O objetivo é fazer com que os alunos 
reconheçam a si próprios como criadores de cultura. 
3) Para ensinar as relações entre letras e sons, o ponto de partida 
é a palavra geradora, que é decomposta em sílabas. Em seguida, 
apresenta se a ficha descoberta, em que aparecem as famílias 
silábicas correspondentes. 
Para a professora, seja qual for o método escolhido, o 
conhecimento das suas bases teóricas é condição essencial, 
importantíssima, mas não suficiente. A boa aplicação técnica de 
um método exige prática, tempo e atenção para observar as 
reações das crianças, registrar os resultados, ver o que acontece 
no dia-a-dia e procurar solução para os problemas dos alunos que 
não acompanham. 
Além de conhecer o método em si, é preciso que o professor se 
pergunte: 
 O que realmente tenho em vista ao ensinar a ler? 
 O que estou buscando? 
 
 Que usos da leitura e da escrita pretendo que o aluno venha 
a praticar? 
 De que materiais disponho ou estou disposto a criar? 
 Como as crianças se relacionam com a escrita, o que sabem 
sobre o assunto? 
 Como eu próprio me relaciono com a leitura, a escrita e o 
método? 
A associação com a imagem possibilita a codificação através de 
uma representação da realidade do educando. Essas palavras 
(vocábulo), são decodificadas coletivamente e posteriormente 
desdobradas em sílabas que possibilitem o estudo de novas 
situações de leitura e escrita. 
TIJOLO 
Para cada uma dessas sílabas são realizadas diversas atividades, 
como recortes em revistas e identificação em um grupo de 
palavras. Todos registram essas “famílias fonéticas” e elaboram 
pequenas fichas com elas. São as chamadas “fichas de 
descoberta”. 
TA TE TI TO TU 
JA JE JI JO JU 
LA LE LI LO LU 
 
De posse dessas fichas o grupo, sob orientação do educador, 
inicia o processo de reconstrução, ou seja, buscar novas 
palavras com as sílabas já trabalhadas. 
Jato Lote Lata Leite Tela 
Assim é desenvolvido o processo de conscientização de acerca 
do conhecimento. 
Em posse desses vocábulos, o orientador inicia o processo de 
inserir as palavras em sentenças. E aí o desenvolvimento 
integral do processo de aprendizagem e como configurava 
Freire, absorvendo a cidadania. 
CRIAÇÃO DE SETENÇAS 
 
Para Adams, aprender a ler e escrever precisa ser um ato 
significativo, sem ser complexo ou mesmo abstrato. Para ele, 
como a criança aprende a falar, ouvindo frases inteiras, por que 
então promover uma aprendizagem baseada em partes? 
Assim, seu método seguia a teoria de partir do todo para 
partes e, por fim, as sílabas. Obviamente esse trabalho não é 
realizado todo no mesmo dia, nem mesmo com uma só atividade. 
É aos poucos, significando e ressignificando cada um dos 
momentos que a criança inicia o processo de aprendizagem. 
Alice comeu bombom com cereja. 
 
Cereja 
Ce –re – ja 
 
MÉTODO GLOBAL 
 
A última gama dos métodos analíticos são os globais. Aqueles 
que partem de um contexto maior para as menores partes. 
Os livros e a literatura infantil ganharam notoriedade quando 
os métodos globais passaram a ser difundidos, pois passaram a ser 
essenciais a aprendizagem como um apoio ou mesmo como fonte 
de propulsão para os passos seguintes da alfabetização. 
A essência desse método é partir de textos para sentenças, 
palavras e por fim, as sílabas. 
O que irá variar entre os diversos métodos de ensino, é o 
ordenamento de ensino, instrução e instrumentos de organização 
de aprendizagem. Até a intervenção do mediador, seja ele 
professor ou não, varia de acordo com a metodologia aplicada. 
Outra premissa da abordagem global é a contextualização da 
prática de ensino. O centro do ensino é o próprio aluno e suas 
construções de aprendizagem. 
O saber é uma construção interdisciplinar, ativa, complexa e 
que envolve as situações afetivas e sociais. O que o aluno é, de 
 
onde vem e suas condições de aprendizagem, vão muito além do 
aspecto cognitivo. 
A ludicidade, prazer, contexto, psicológico, afeto, 
interdisciplinar, são vocábulos invariavelmente presentes nas 
teorias de abordagem global. 
Aqui vale ressaltar que os métodos de perspectiva sintética 
não possuam ou não construam suas bases nas mesmas 
perspectivas, mas até os dias de hoje ainda se tem uma discussão 
acirrada sobre o que são os métodos tradicionais e os modernos. 
Sendo os métodos sintéticos classificados como tradicionais o que 
não precisa necessariamente seguir essa perspectiva. 
Também não podemos classificá-los como melhores ou não, 
mas sim como mais adequados ou não para aquela criança ou para 
aquele momento de aprendizagem. Nesse caminho entre as 
escolhas de metodologias a serem aplicadas, surgiram também os 
métodos chamados mistos que inserem em sua prática conduções 
das perspectivas analíticas e sintéticas. 
Entre os métodos globais estão os métodos construtivistas. 
Os métodos globais pregam que aprender a ler e escrever 
acontece de forma natural, desde que a criança esteja inserida em 
um ambiente alfabetizador, com diferentes portadores de texto, 
estímulos visuais e incentivo a escrita por um mediador. 
 
Mas estar apenas dentro desse espaço que contempla a 
leitura não contempla a aprendizagem, é necessário que haja 
estímulo. A mediação do professor é de fundamental importância 
para o desenvolvimento da aprendizagem. O que segue o conceito 
de zona de desenvolvimento proximal relacionado nos estudos de 
Vigotsky. 
Em suma, o método global, segue a premissa de que 
aprendizagem da língua escrita, segue a da língua falada. Com a 
observação e acesso ao sistema de escrita a criança dimensiona 
sua capacidade de envolver-se com suas descobertas e 
curiosidade projetando com a ajuda de um mediador a sua 
aprendizagem. 
TEORIAS SÓCIO-CONSTRUTIVISTAS 
 
As teorias sócio construtivistas são um apanhado de vários 
estudos de pessoas de diversas áreas que contemplaram a 
aprendizagem como um dos objetos de estudo. 
Os principais precursores dessa teoria são Jean Piaget e Lev 
Vigotsky. Piaget como biólogo dirigiu suas pesquisas para 
descobertas sobre o processo que o cérebro humano realiza para 
que ocorra aprendizagem. 
 
Esses estudos proporcionaram a facilidade do entendimento 
do processo de aprendizagem infantil e suas etapas de 
desenvolvimento. 
Já Vigotsky contribui com a relação que fez entre 
aprendizagem e as relações sociais, culturais e históricas do 
indivíduo. 
Outros estudiosos contribuíram com suas pesquisas na 
construção de uma proposta sócio interacionista. Como Wallon 
que inclui na perspectiva de aprendizagem as relações entre o 
psicológico, motor, afetivo e cognitivo. 
Enfim, os estudos que vieram a dar vida a essa nova proposta 
de aprendizagem incluíram outros aspectos até então não tão 
considerados como prováveis ligações com uma aprendizagem 
consistente e determinante. 
Por isso, passaram a ser considerados métodos 
revolucionários, modernos e não tradicionais. 
Através deles criou-se uma proposta de aprendizagem, 
depois chamada de metodologia. Mas que na verdade são estudos 
que revolucionaram os caminhos que o professor pode percorrer 
para desenvolver a aprendizagem, foram portas que se abriram 
para entender o processo de transformação entre o educando e o 
objeto de estudo, são instrumentos de trabalho para que se 
 
entenda que aprender está muito além da capacidade intelectual 
da criança. 
Com base nesses estudos e sendo uma colaboradora de 
Piaget, Emilia Ferreiro deu prosseguimento aos estudos sobre o 
processo de aprendizagem,porém ela focou no processo de 
alfabetização de crianças e conseguiu, dentro suas pesquisas, 
documentar todo o caminho que percorre a aprendizagem nessa 
fase. 
Todos esses teóricos nos proporcionaram entender que a 
criança não é um ser passivo, mas que é ativo, possui 
conhecimentos prévios e que sua aprendizagem não se dispõe a 
apenas conhecimentos externos, mas sim de mecanismos 
internos que integram-se ao volume de informações adquiridas 
que, juntos, contribuem para a aprendizagem. 
O termo construtivismo foi divulgado no Brasil em meados 
dos anos 80. A princípio em seminários e simpósios relacionados 
a educação. A sua amplitude para as políticas públicas e para as 
salas de aula foram muito rápidas o que ocasionou uma série de 
interpretações ruins e distorcidas. O que em alguns momentos fez 
a proposta cair no descrédito como algo não produtivo e 
insuficiente para aprendizagem. 
Muitas escolas, brasileiras especialmente, transformaram da 
noite para o dia suas propostas para o “método construtivista”, 
 
sem estudos prévios, organização do ambiente ou preparação das 
família e educadores para a inovação. 
É sempre importante ressaltar que o construtivismo não é 
um método, mas sim uma abordagem que inclui a criança no 
processo de aprendizagem, que leva em consideração suas 
conquistas pré e pós alfabetização, que o sucesso da 
aprendizagem perpassa pelo seu meio, afetividade, caminhos de 
condução do conhecimento, seus mediadores e suas medições, 
instrumentos e veículos de comunicação entre o que sei e ainda 
tenho para saber, a valorização de cada descoberta. Enfim, a 
criança como um ser pensante e não como alguns teóricos se 
referem, “tábua rasa”. 
A aprendizagem proposta por Maria Montessori e Rudolf 
Steiner são consideradas propostas construtivistas. 
O grande desafio, hoje, do construtivismo, é desmistificar 
que a aprendizagem construtivista segue a trilha do “pode tudo”, 
ou que a criança aprende sozinha. 
 
EMÍLIA FERREIRO 
A autora dividiu a aprendizagem da alfabetização em níveis 
o que facilitaria ao professor na expectativa de aprendizagem, no 
planejamento, avaliação e concepção de estratégias para evoluir 
no trabalho de alfabetização. 
 
Emília Ferreiro marcou um passo importante na trajetória da 
alfabetização do mundo. Suas pesquisas permitiram aos 
educadores a refletir com um novo olhar sobre o processo de 
ensino-aprendizagem. Lógico que algumas leituras geraram 
interpretações não tão bem-sucedidas, informações 
distorcidas acerca do estudo, mas a intenção e a pesquisa têm seu 
valor qualitativo sobre mudanças possíveis e realizáveis. 
O principal foco do seu trabalho é o olhar além da 
codificação e decodificação do objeto. Mas sim a poesia do 
processo e da construção que assim como uma parede de 
alvenaria, precisa de medidas certas de areia, cimento e água para 
formar uma massa que seja forte o suficiente para colar os tijolos. 
Para Ferreiro, o professor mantém sua função como 
fundamental no equilíbrio da aprendizagem, sendo que ele passa 
a ser um facilitador do processo e não somente o superior. O 
alfabetizando leva consigo uma bagagem de conhecimentos para 
a sala de aula e o professor pode e DEVE utilizar isso como um 
suporte para desenvolver o seu trabalho. O livro didático não é 
mais o norteador e a mola propulsora do planejamento, mas sim 
o conhecimento, o desejo e a curiosidade infantil que comanda o 
que vem pela frente. 
 
O Ministério da Educação e Cultura nos últimos anos vêm 
publicando muitos materiais e documentos baseado nas 
propostas do construtivismo. 
Dentre esses inúmeros documentos insere-se o papel do 
educador, a valorização de cada passo que a criança dá rumo a 
aprendizagem, o ambiente alfabetizador e os aspectos teóricos 
existentes nesse processo ensino/aprendizagem. 
 
NÍVEIS DE EVOLUÇÃO DA ESCRITA, SEGUNDO EMÍLIA FERREIRO 
NÍVEL PRÉ-SILÁBICO 
 
Inicialmente o desenho e escrita não possuem grandes 
diferenças. O desenho representa o objeto. Depois começa a 
produzir rabiscos ou riscos para representar a escrita. 
Pseudoletras (sinais arbitrários que representam letras), 
números podem aparecer nessa fase da escrita. 
Observa-se que aos poucos ela começa a ter ciência que as 
letras representam a palavra, mas usa as mesmas para representar 
qualquer palavra. Posteriormente percebe que precisamos de 
letras diferentes para escrever palavras diferentes. 
Eixo quantitativo: A criança, de um modo 
geral, exige um mínimo de três letras para 
ser uma palavra. As palavras como pé, sol, 
rua, lar etc., segundo ela, não poderão ser 
 
lidas porque têm “poucas letras”. São 
rejeitadas, em função do critério interno de 
quantidade. Eixo qualitativo: Para que se 
possa ler ou escrever uma palavra, torna-se 
necessário, também, uma variedade de 
caracteres gráficos. As palavras que 
possuem letras iguais são também 
rejeitadas. (MEC, 2010, p.8) 
 
Nesse momento, observa-se que as crianças costumam usar 
em geral letras do seu “mundo letrado”, como as letras que 
compõem seu nome. Usam realismo nominal, onde coisas grandes 
e pesadas, usa-se letras grandes e voluptuosas, nomes pequenos 
letras miúdas. 
É importante salientar que sentimentos como: amor, dor, 
alegria e tristeza as crianças que encontram-se nessa fase de 
hipóteses de escrita, acreditam que não é possível se fazer 
registro, já que o realismo nominal se faz presente, ou seja, só é 
possível escrever aquilo que se vê, como se vê. 
O papel de mediação do professor nessa fase é de estimular a 
percepção que a escrita é a representação dos sons da fala. Para 
isso a análise fonológica torna-se o veículo condutor. Essa análise 
pode ser realizada através de atividades que estimulem a 
exploração oral de palavras que começam ou terminam com os 
 
mesmos sons, como as rimas. Os melhores veículos para essa fase 
são os trava-línguas, os poemas rimados, parlendas. 
NÍVEL SILÁBICO 
Inicia o uso de hipóteses de escrita/som da fala. Onde cada 
letra representa uma sílaba. O primeiro conflito que surge nessa 
fase é quando escrevem uma letra para cada sílaba é que quando 
escrevem uma monossílaba ou dissílaba, não aceitam que haja 
menos que três letras e passam a acrescentar outras letras. Nessa 
fase também há a ideia de que não é possível a repetição de letras 
em uma mesma palavra. 
O papel do professor nessa fase é auxilia-los a reconstruir suas 
hipóteses, para que avancem para escrita convencional. 
NÍVEL SILÁBICO-ALFABÉTICO 
Transição entre a fase silábica para alfabética. A hipótese de 
uma letra para cada sílaba começa a incomodar. Começa a 
acrescentar letras as palavras. Não se trata de omitir letras, mas 
um processo de aprendizagem. É importante que o adulto 
compreenda e incentive-o a progressão. Uma grafia aproximada 
do que pode ser considerado alfabético, mas ainda com alguns 
ajustes em palavras fora ou não tão comumente utilizadas em seu 
cotidiano de escrita. 
 
É importante salientar que a passagem de uma fase para outra 
é sutil e não marcada com grandes interrupções. É um processo 
que pode ir e voltar até estabilizar e passar para uma próxima fase. 
NÍVEL ALFABÉTICO 
A criança venceu as barreiras de hipóteses de representação 
da linguagem escrita e evoluiu para o que é socialmente aceito 
fazendo uma análise sonora dos fonemas que escreve. Nesse 
momento inicia-se o processo de compreensão das dificuldades 
ortográficas. 
Como isso vai acontecer? 
Nesse momento inicia-se o processo conclusão do letramento 
propriamente dito onde o uso das práticas sociais de leitura e 
escrita começam a ser mais intensas. 
A prática da leitura e escrita através da diversidade de textos 
contribui e redimensiona a aprendizagem, criando desafios, 
formulando questionamentos e motivando conquistas. 
O educador precisa estar atento ao que seu aluno já conhece, 
as possibilidades que compõem o universodele, a consciência 
fonológica em que ele se encontra para criar estratégias que 
possam estimular e proporcionar novas conquistas. Precisa 
conhecer as fases do processo de aprendizagem, onde seu aluno 
 
se encontra e desenvolver atividades que possam formular novas 
hipóteses, experimentar e evoluir alfabeticamente falando. 
O trabalho da escrita alfabética deve ter em foco o 
reconhecimento e a reflexão das relações entre a língua escrita e 
a falada. O aluno precisa perceber que há uma convenção na 
escrita e não uma transposição simples da fala. 
As atividades de elaboração de texto nessa fase são muito 
importantes para que as crianças que ainda se encontram silábicas 
alfabéticas possam avançar seu nível de escrita. 
O AMBIENTE ALFABETIZADOR E O PAPEL DO EDUCADOR SÓCIO-
CONSTRUTIVISTA 
 
Percebe-se através dos processos de aquisição de leitura e 
escrita descritos acima que é um grande desafio para todos os 
envolvidos nessa aprendizagem. É um conjunto de fatores que 
colaboram com o avanço ou não do aprendiz. O que já traz com 
ele não pode de forma alguma ser descartado como se não 
houvesse história ou aprendizagem antes do contexto escolar. 
O educador precisa ser perspicaz, observador, conhecedor do 
aspecto teórico e fazer associações entre teoria e prática de 
aprendizagem. Precisa ter seu roteiro de trabalho bem elaborado, 
conectado com informações e materiais necessários para que sua 
 
aula torne-se algo atrativo, que componha um trabalho com 
qualidade e que atenda as demandas e necessidades dos 
educandos, mas que, principalmente, garanta a formação de 
leitores e produtores de texto, que as hipóteses de alfabetização 
sejam elaboradas e reestruturadas avançando etapas. Precisa 
entender o processo e fazer as intervenções didáticas necessárias 
para que os caminhos sejam percorridos de modo claro, 
consciente e que façam a diferença na aquisição de conhecimento 
e aprendizagem pedagógica. 
O ambiente escolar precisa, também, ser acolhedor e 
apropriado para que a aprendizagem seja aproveitada de modo 
positivo, que supra as necessidades de retomada de conteúdo, 
compartilhamento de dúvidas, inserção de questionamentos, 
busca de informações, interação entre os colegas, exercício de 
criatividade. Um lugar onde possa acontecer, simultaneamente, 
atividades que proporcionem autonomia nas propostas que já 
estão seguros e que o professor possa apoiar aqueles que ainda 
precisam de seu apoio para avançar sua aprendizagem. 
O mais importante em todas as fases ou etapas, é que esse 
trabalho seja lúdico, prático e que respeite os limites de cada uma 
das crianças, necessidades e expectativas. 
 
O professor deve refletir sua prática e rever cada uma das 
suas ações, e com seriedade alternar aquilo que não fluiu bem e o 
que precisa de ajustes, o que foi motivador ou o que não surtiu o 
efeito desejado, assim poderá no próximo planejamento 
Essa comunhão de elementos conspira em prol de uma 
educação promissora e de qualidade. Inserindo cada um dos 
educandos a seu tempo a garantia de aprendizagem 
contextualizada e lúdica. 
METODOLOGIA MONTESSORIANA 
 
Maria Montessori nasceu na Itália em 1870 e foi a primeira 
mulher a formar-se em medicina pela Universidade de Roma 
dedicando seus estudos para as crianças tidas, à época, como 
anormais. Nesses estudos percebeu que parte do insucesso de 
aprendizagens dessas crianças advinha das práticas pedagógicas. 
O principal foco de Montessori foi entender que a educação 
era uma conquista da criança, pois se tivermos condições e 
motivações podemos nos auto-ensinar. Como base sua proposta 
a individualidade, atividade e liberdade e o indivíduo como sujeito 
e objeto simultaneamente sendo aprendiz e formador de uma 
educação para vida. 
 
Seus trabalhos, como formada em medicina, são de fruto 
científico e voltados para fundamentos biológicos, porém como 
vivências e com um lugar no mundo. Para ela, a aprendizagem 
deve ter uma relação direta com a vida. Só há aprendizagem se 
houver relação com lugar no mundo, as responsabilidades, 
construções e finalidades reais de uso e absorção pelo educando. 
Em suas descrições embora de cunho científico, não 
conseguia manter-se, em suas descrições, isenta de subjetividade 
e suas conclusões expressas frequentemente recheadas de 
parcialidade. 
Dentro da abordagem de aprendizagem realizada e 
construída por Montessori não há aprendizagem dentro de quatro 
paredes. 
A vontade de apreender esse fenômeno – a 
relação entre a teoria e a prática, o indivíduo e 
seu trabalho, o que foi emprestado e o que é 
origina. (...)Montessori foi ainda mais longe: 
assumiu sistematicamente as implicações 
lógicas dessas ideias, ou seja, ocupou-se de 
aplicá-las e colocá-las em prática nas situações 
da vida cotidiana, aspecto muitas vezes 
negligenciado pelos educadores. O programa 
que estabeleceu com esse intento compreendia 
“exercícios no ambiente cotidiano”, ou 
“exercícios de vida prática”, como os chamou na 
primeira das conferências que fez na França 
(Montessori, 1976, p. 105). Existiam, 
 
principalmente, exercícios de paciência, de 
exatidão e de repetição, todos destinados a 
reforçar o poder de concentração. Era 
importante que esses exercícios fossem feitos a 
cada dia no contexto de uma “tarefa” 
verdadeira, e não como simples jogos ou 
passatempos. Eles eram complementados por 
uma prática da imobilidade e da meditação, que 
marcavam a passagem da educação “externa” 
para a educação “interna”. Em seus escritos, 
Montessori não se cansa de ressaltar a impor 
(Röhrs, Hermann, 2010). 
No trabalho desenvolvido por Maria Montessori a auto-
avalição se faz presente. A criança realiza as propostas e deve ter 
a consciência e a autonomia para entender e perceber até onde 
alcançou as habilidades necessárias a aquela proposta, o quanto 
evoluiu e o quanto ainda precisa avançar na próxima etapa. 
Outro ponto essencial na metodologia construída por 
Montessori é o material didático. Nas salas de aula tudo dever 
estar ao alcance das mãos dos estudantes, que devem ser 
responsáveis, também, por organizar e guardar nos devidos 
lugares o que utilizou. 
Esses materiais são concebidos de modo que a criança o 
utilize e favoreça a abstração pela criança. Para ela, as crianças, 
muitas vezes, teriam acesso a matérias que a “amarravam a 
terra”, ou seja, não conseguiam reconstruir significados. 
 
Para ela, ao observar a natureza, a criança cria uma ideia do 
que é a natureza do mundo, suas árvores, plantas e animais que 
podem habitar o espaço. Naturalmente, não conceberá todos os 
tipos de insetos ou plantas, mas certamente o ver um pinheiro 
pela primeira vez saberá que aquilo se trata de uma árvore. 
Nessa linha ela conseguiu realizar com maestria a 
aprendizagem através de conhecimento, fé no sentido de 
conhecimento interior e inserção a verdade, transformando esses 
elementos em uma nova concepção e aprendizagem melhorada. 
Esse processo é bem-sucedido e apropriado através da 
liberdade, compartilhada com a disciplina e responsabilidade. 
Uma educação equilibrada, compreensiva, estimuladora, 
potenciadora. 
Nesse trabalho ela percebeu que os exercícios sensoriais, 
motores e perceptivos seriam os primeiros passos para a 
aprendizagem do processo de alfabetização. O traçado da letra, a 
firmeza das mãos para escrita, a habilidade viso-motora para 
leitura, fazem parte de um contexto maior de letramento. 
Ao professor cabe a medicação entre a criança e o material. É 
ele quem faz a intercessão para que haja aprendizagem. A ele 
cabe a tarefa de proporcionar meios para que a criança faça uso 
dos materiais, atinja suas metas, avalie-se e retome o processo, 
 
desenvolvendo através de momentos lúdicos, afetivos e 
exploratórios a formação integral. 
As turmas na escola montessoriana, não precisam ser 
divididas por idades podem ter até 3 anos de diferença

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