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Universidade Federal de Mato Grosso Instituto de Geografia, História e Documentação Departamento de Geografia Classificação do Relevo Brasileiro Júlio Matheus de Oliveira Ferreira Cuiabá 2020 Introdução Sobre o relevo brasileiro, podemos dizer que ele apresenta vastas variedades morfológicas, compostas por chapadas, planaltos, serras, depressões, entre outras. Esse relevo é resultado da ação de agentes externos sobre estruturas geológicas de diferentes tipos e idades. Os agentes que mais contribuíram para a formação do nosso relevo foram o clima e os rios. O relevo brasileiro em sua porção continental, não possui formas oriundas da atuação recente de agentes internos, como o vulcanismo e o tectonismo. Por mais que as estruturas geológicas que lhe deram origem serem em geral antigas, as formas atuais do relevo brasileiro foram esculpidas principalmente ao longo dos períodos denominados de Terciário e inicio do Quaternário. Esses períodos em questão pertencem á mais recente das eram geológicas, denominada como Cenozóica. Classificações Relevo Brasileiro Começando pela classificação mais antiga de nosso relevo, ela foi criada pelo professor Aroldo de Azevedo ainda nos anos de 1940, servindo de base para todas as outras divisões que viriam ser feitas posteriormente. Ao elaborar sua divisão, ele levou em conta as diferenças de altitude. Sendo assim, as planícies foram classificadas como as partes do relevo que eram relativamente planas, com altitudes inferiores a 200 metros. Ele também definiu os planaltos como sendo um relevo de forma levemente ondulada, cujas as suas altitudes superavam 200 metros. Então, essa classificação dividiu todo o território nacional em planaltos, cuja área total chega a 59% de toda superfície do país, deixando o restante para as planícies, ocupando um total de 41%. Planaltos: · Planalto das Guianas · Planalto Atlântico · Planalto Central · Planalto Meridional Planícies: · Planície Amazônica · Planície do Pantanal · Planície Costeira · Planície do Pampa Na década seguinte, surgiria a classificação do professor Aziz Ab’Saber, que aperfeiçoou a divisão do professor Aroldo, introduzindo critérios geomorfológicos, com informações claras sobre a ocorrência de erosão e sedimentação. As áreas onde o processo de erosão é mais intenso do que o de sedimentação foram chamadas de planaltos. As áreas em que o processo de sedimentação supera o de erosão foram denominadas de planícies. É importante ressaltar que a classificação do professor Aziz não leva em consideração as cotas altimétricas do relevo, mas sim os aspectos de sua modelagem. Planaltos: · Planalto das Guianas · Planalto Central · Planalto Meridional · Planalto Nordestino · Planalto do Maranhão-Piauí · Planalto Uruguaio Sul -Rio Grandense · Serras e Planaltos do Leste e Sudeste Planícies: · Planície Amazônica · Planície do Pantanal · Planície Costeira Alguns longos anos depois, e com um estudo que perdurou entre as décadas de 1970 e metade de 1985, chegamos a terceira classificação mais importante do nosso relevo, idealizada pelo professor Jurandyr Ross, ele elevou para 28 o número de unidades geomorfológicas do relevo brasileiro. Foi também introduzido o conceito de depressão, além de ter usando como critério três importantes fatores geomorfológicos, sendo eles: · A morfoestrutura - origem geológica; · O paleoclima - ação de antigos agentes climáticos; · O morfoclima - influência dos atuais agentes climáticos. Planaltos: · Planalto da Amazônia Ocidental · Planalto e Chapadas da Bacia do Parnaíba · Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná · Planaltos e Chapadas dos Parecis · Planaltos Residuais Norte-Amazônicos · Planaltos e Serras de Goiás-Minas · Planaltos e Serras do Atlântico -Leste-Sudeste · Serras Residuais do Alto Paraguai · Planalto da Borborema · Planalto Sul-Riograndense Depressões: · Depressão da Amazônia Ocidental · Depressão Marginal Norte-Amazônica · Depressão Marginal Sul-Amazônica · Depressão Araguaia · Depressão Cuiabana · Depressão do Alto Paraguai-Guaporé · Depressão do Miranda · Depressão Sertaneja e do São Francisco · Depressão do Tocantins · Depressão da Borda Leste da Bacia do Paraná · Depressão Periférica Sul-Riograndense · Planícies: · Planície do Rio Amazonas · Planície do Rio Araguaia · Planície e Pantanal do Rio Guaporé · Planície e Pantanal Mato-Grossense · Planície da Lagoa dos Pastos e Mirim · Planícies e Tabuleiros litorâneos OS PLANALTOS Os planaltos brasileiros se diferenciam pelas estruturas geológicas que os sustentam. Há planaltos em escudos cristalinos (como os Planaltos e Serras do Atlântico-Leste-Sudeste, da Borborema e outros) e planaltos em bacias sedimentares (como o Planalto da Amazônia Oriental, os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná e outros). De modo geral, porém, esses compartimentos caracterizam-se como relevos residuais, isto é, eles permaneceram mais altos que as depressões circundantes, pois suas estruturas rochosas ofereceram maior resistência a erosões. AS DEPRESSÕES As depressões circundam os planaltos e foram geradas pelo desgaste erosivo das massas rochosas menos resistentes. Sendo assim, são em geral constituídas por bacias sedimentares. As bordas de contato das depressões com os planaltos, formadas muitas vezes por escarpas praticamente verticais, atestam a resistência desigual do substrato rochoso à erosão. AS PLANÍCIES As planícies são as únicas unidades do relevo brasileiro cujo arcabouço consiste em bacias de sedimentação recente, formadas por deposições ocorridas no Período Quaternário. As superfícies apresentam-se notavelmente aplainadas e ainda em processo de consolidação. Conclusões Podemos observar que a classificação do relevo brasileiro em grandes compartimentos ou unidades, são uma síntese dos processos de construção e modelagem da superfície e das formas resultantes. Essas classificações são divididas em três tipos de compartimentos, são eles os planaltos, as depressões e as planícies. Nas duas primeiras unidades, podemos observar que os processos erosivos predominam, já nas planícies, o processo de acumulação de sedimentos se sobressai. Referências https://geografalando.blogspot.com/2013/04/relevo-classificacao-do-relevo_28.html
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