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TRANSTORNO MENTAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRINCIPAIS PATOLOGIAS - SAÚDE MENTAL - APRESENTAÇÃO

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TRANSTORNO MENTAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES – PRINCIPAIS PATOLOGIAS
dANniele costa
UNIVERISDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM
UA: CUIDADO DE ENFERMAGEM AO PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL
DEPRESSÃO
A depressão em crianças e adolescentes é um transtorno que foi por muito tempo ignorado ou subdiagnosticado, mas, em decorrência da freqüência crescente com que a depressão vem ocorrendo nesta faixa etária, novos estudos e pesquisas têm sido feitos com o intuito de compreender melhor e tratar este distúrbio.
Estudos sugerem um alto nível de incidência de sintomas depressivos na população escolar, que variam desde 13% em crianças até 20% em adolescentes. Estes números demonstram que a depressão infantil é decisivamente um problema de saúde mental significativo.
CAUSAS E TRATAMENTO
A depressão pode ser causada por um desequilíbrio na neuroquímica do cérebro, envolvendo uma disfunção no mecanismo de atuação dos neurotransmissores, principalmente a serotonina. Além disso, o fator genético é um dos componentes fundamentais que podem predispor uma criança ou adolescente a desenvolver depressão.
Ambientes estressantes e desfavoráveis contribuem decisivamente para deflagrar um episódio depressivo em crianças e adolescentes. Este ambiente pode estar presente na família (desestruturada ou que esteja atravessando por dificuldades), na escola (competitiva, repressora, punitiva), no ambiente social mais restrito (amigos, vizinhança, atividades extraescolares) ou mais amplo (exigências e demandas da sociedade em geral).
O tratamento ideal inclui a medicação, a psicoterapia e o acompanhamento com a família da criança. Esta é incentivada a conhecer mais o assunto e a identificar quais as características da dinâmica familiar, que predispõem seus membros a desenvolverem sintomas depressivos.
Tratamento medicamentoso: são utilizados medicamentos antidepressivos do tipo Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS) ou tricíclicos. Seu uso é bastante seguro e a eficácia comprovada por vários estudos científicos. A função dos medicamentos é corrigir o desequilíbrio neuroquímico presente na depressão.
Tratamento psicoterápico: o objetivo da psicoterapia é identificar e mudar os possíveis esquemas de pensamentos negativos e distorcidos da criança (assim como na família), sua baixa autoestima e a tendência a interpretar os acontecimentos de forma pessimista. A criança é incentivada a expressar mais seus sentimentos, dúvidas e medos e, assim, abrir espaço para o auxílio de outras pessoas.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Avaliar fatores causadores e colaboradores envolvidos; 
Ajudar o cliente e familiares com orientação, apoio, favorecimento, facilitação e promoção de ações que o tragam para realidade promovendo o bem estar;
 O enfermeiro é o profissional considerado agente terapêutico, onde o relacionamento que se forma entre cliente e profissional é à base dessa terapia. O objetivo principal deste profissional é baseado em proporcionar qualidade de vida ao indivíduo com doença mental, além de auxiliar no diagnóstico clínico do mesmo. 
 A participação da família é fundamental para o sucesso e manutenção do tratamento, bem como para a prevenção de recaídas.
TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE (TDAH)
 O TDAH é um transtorno neurobiológico, genético, hereditário. (pai ou da mãe; de um primo ou de uma tia)
 Se caracteriza por desatenção, desassossego e impulsividade. 
 O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é classificado no CID-10 como Transtornos do Comportamento e Transtornos Emocionais da Infância e Adolescência sendo sua sigla a F90.0- Distúrbios da atividade e da atenção.
Esse distúrbio costuma afetar de 3% a 5% das crianças em idade escolar e sua prevalência é maior entre os meninos. Dificuldade para manter o foco nas atividades propostas e agitação motora caracterizam a síndrome. 
Esses sinais devem obrigatoriamente manifestar-se na infância, mas podem perdurar por toda a vida, se não forem devidamente reconhecidos e tratados.
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O Transtorno de Déficit de Atenção pode acontecer com ou sem a hiperatividade. De acordo com a classificação atual do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, existem três tipos principais de TDAH.
TDAH Tipo Desatento;
TDAH Tipo Hiperativo-Impulsivo;
TDAH Tipo Misto.
DIFERENÇAS
Caracterizado pela agitação, hiperatividade e impulsividade. A hiperatividade pode ser um problema, (constante estimulação) dificuldade de pensar antes de agir trazendo consequências.
Caracterizado pela desatenção, resistência à distração, dificuldade em sustentar o esforço em atividades mais exigentes e percepção da passagem do tempo.
Apresenta simultaneamente as características dos tipos de TDAH desatento e hiperativo-impulsivo.
O TDAH apresenta dois tipos distintos, com um detalhe importante: o TDAH combinado é aquele em que a criança apresenta a hiperatividade, a impulsividade e o déficit de atenção. Já o TDAH desatento é caracterizado quando a criança demonstra apenas a falta de atenção
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– Falta de atenção a detalhes e repetição de erros cometidos por descuido;
– Dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
– Não escutar quando as pessoas lhe dirigem a palavra;
– Falta de capacidade de seguir instruções e terminar deveres e tarefas;
– Dificuldade para organizar tarefas e atividades;
– Hábito de evitar se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado;
– Costume de perder objetos necessários às tarefas ou atividades;
– Ser facilmente distraído por estímulos externos;
– Ser esquecido em relação às atividades cotidianas.
– Mania de remexer ou batucar mãos e pés ou de se contorcer na cadeira;
– Não conseguir ficar sentado em sala de aula ou em qualquer outra situação em que é necessário permanecer parado;
– Correr ou subir nas coisas em situações e lugares inapropriados;
– Sensação de inquietude;
– Incapacidade de ficar parado por muito tempo;
– Hábito de falar demais;
– Dificuldade de esperar sua vez;
SINTOMAS COMUNS
TRATAMENTO
 O tratamento varia de acordo a existência, ou não, de comorbidades ou de outras doenças associadas. Basicamente, consiste em psicoterapia e na prescrição de metilfenidato (ritalina), um medicamento psicoestimulante, e de antidepressivos.
 Crianças podem exigir os cuidados de equipe multidisciplinar, em função dos desajustes pedagógicos e comportamentais associados ao TDAH.
Efeitos benéficos da medicação aparecem em poucas semanas e as reações adversas (insônia, falta de apetite, dores abdominais e cefaleia) são leves e ocorrem no início do tratamento, enquanto o organismo não desenvolveu tolerância a essas drogas.
Recentemente, tem havido diversas críticas à aumento muito elevado (mais que 1.000% de aumento no Brasil) na prescrição de medicação para crianças, especialmente Ritalina (metilfenidato). Hoje, o Brasil é segundo pais que mais consome Ritalina no mundo. Além disso, o consumo por não-portadores de TDAH, vendas ilegais pela internet, abuso por jovens em baladas ou para melhores resultados em provas ou no trabalho, já assumiram proporções muito assustadoras e se assemelham a outras situações de tráfico de drogas.
O tratamento do Déficit de Atenção abrange psicoterapia estrutural e organizadora, envolvendo toda dinâmica familiar, medicação (quando necessário) e muita informação e conscientização sobre o problema.
TRANSTORNO DESAFIADOR DE OPOSIÇÃO (TOD)
 O transtorno desafiador de oposição (TDO) é um transtorno disruptivo, caracterizado por um padrão global de desobediência, desafio e comportamento hostil.
 
Tal quadro leva a severas discussões com adultos, incomodam deliberadamente os demais, não aceitam responsabilidade por sua má conduta possuem dificuldade em aceitar regras e perdem facilmente o controle se as coisas não seguem a forma que eles desejam.
 CID 10 – F.91.3 Distúrbio desafiador e de oposição.
SINAIS E SINTOMAS
 Irritabilidade;
 Comportamento desafiador;
 Agressividade;
 Impulsividade;Dificuldades de relacionamento com colegas;
Comportamento vingativo;
Raiva;
Ansiedade;
 Comportamento antissocial;
 Depressão.
TRATAMENTO
Deve ser multidisciplinar, abordando diferentes áreas e métodos, levando em consideração sobretudo a avaliação e orientações nos ambientes sociais e familiares aos quais as crianças estão inseridas.
Terapia familiar
Aconselhamento psicológico que ajuda as famílias a resolverem conflitos e terem uma comunicação mais eficaz.
Terapia cognitivo-comportamental
Psicoterapia que tem como foco a modificação de comportamentos, respostas emocionais e pensamentos negativos associados a um distúrbio psicológico.
CUIDADOS
Avaliar os fatores de risco;
Ajudar os familiares com orientação e apoio;
Seja objetivo e claro com as regras;
Seja exemplo;
Elogiar;
Ser paciente;
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos.
Fonte: Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento • Sociedade Brasileira de Pediatria,2019
Implica características similares mas, ao mesmo tempo, uma grande diferença na apresentação das habilidades
EXPLICAÇÃO: Que fique claro: os autistas apresentam o desenvolvimento físico normal. Mas eles têm grande dificuldade para firmar relações sociais ou afetivas e dão amostras de viver em um mundo isolado
É importante perceber que existem variações quanto ao grau de severidade das características, logo discriminadas pelo cid.
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CID 10 - F84 - Transtornos globais do desenvolvimento
	CID 10 - F84.0   	Autismo infantil
	CID 10 - F84.1   	Autismo atípico
	CID 10 - F84.2   	Síndrome de Rett
	CID 10 - F84.3   	Outro transtorno desintegrativo da infância
	CID 10 - F84.4   	Transtorno com hipercinesia associada a retardo mental e a movimentos estereotipados
	CID 10 - F84.5   	Síndrome de Asperger
	CID 10 - F84.8   	Outros transtornos globais do desenvolvimento
	CID 10 - F84.9   	Transtornos globais não especificados do desenvolvimento
EXPLICAÇÃO: A CID-10 trazia vários diagnósticos dentro dos Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD — sob o código F84), como: Autismo Infantil (F84.0), Autismo Atípico (F84.1), Síndrome de Rett (F84.2), Transtorno Desintegrativo da Infância (F84.3), Transtorno com Hipercinesia Associada a Retardo Mental e a Movimentos Estereotipados (F84.4), Síndrome de Asperger (F84.5), Outros TGD (F84.8) e TGD sem Outra Especificação (F84.9).
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CID 10 – NOVA VERSÃO
 Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, o DSM-5
CÓDIGO – 6A02 - TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 
EXPLICAÇÃO: A nova versão da classificação une todos esses diagnósticos no Transtorno do Espectro do Autismo (código 6A02 — em inglês: Autism Spectrum Disorder — ASD), as subdivisões passaram a ser apenas relacionadas a prejuízos na linguagem funcional e deficiência intelectual. A intenção é facilitar o diagnóstico e simplificar a codificação para acesso a serviços de saúde. Anteriormente o problema era dividido em cinco categorias, entre elas a síndrome de Asperger. Hoje, ele uma única classificação, com diferentes graus de funcionalidade e sob o nome técnico de transtorno do espectro do autismo. O jeito de lidar com cada um varia.
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CAUSAS
O TEA não possui causas totalmente conhecidas, porém há evidências de que haja predisposição genética para ele. Outros reportam o suposto papel de infecções durante a gravidez e mesmo fatores ambientais, como poluição, no desenvolvimento do distúrbio.
EXPLICAÇÃO: O TEA tem origem nos primeiros anos de vida, mas sua trajetória inicial não é uniforme. Em algumas crianças, os sintomas são aparentes logo após o nascimento. Na maioria dos casos, no entanto, os sintomas do TEA só são consistentemente identificados entre os 12 e 24 meses
de idade. Em casos mais graves os sintomas podem parecer precocemente.
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SINAIS E SINTOMAS DE ALERTA
EXPLICAÇÃO: O autismo é um TRANSTORNO que costuma ser identificado na infância, entre 1 ano e meio e 3 anos, embora os sinais iniciais às vezes apareçam já nos primeiros meses de vida. O distúrbio afeta a comunicação e capacidade de aprendizado e adaptação da criança.
Que fique claro: os autistas apresentam o desenvolvimento físico normal. Mas eles têm grande dificuldade para firmar relações sociais ou afetivas e dão amostras de viver em um mundo isolado
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SINAIS E SINTOMAS GERAIS
EXPLICAÇÃO: Contato Visual —Um sinal muito comum na maioria das pessoas com autismo, é não manter contato visual, ou pelo menos não olhar nos olhos por mais de 2 segundos.
Alinhar objetos — Como mostra a foto que ilustra este artigo, alinhar objetos, muitas vezes classificá-los por cor, por tamanho, ou categoria, por exemplo, é muito comum entre a maior das crianças com Transtorno do Espectro do Autismo.
Atender pelo nome — Muitas vezes confundido por surdez ou algum nível de deficiência auditiva, muitos autistas costumam não atender pelo nome quando são chamados.
Isolamento — Não se interessar por outras crianças ou isolar-se, ainda que estejam num ambiente com outras pessoas, é um dos mais comuns comportamentos entre as pessoas que estão dentro do espectro do autismo.
Rotinas — Ser muito preso a rotinas, querem sempre fazer as mesmas coisas, nos mesmos horários, ou ainda, ter os objetos nas mesmas posições e ordem é outra característica muito comum na maioria dos autistas. A rotina traz segurança e previsibilidade para todos nós. A maioria das pessoas com autismo, porém, tem isso potencializado e pode ficar preso a rotinas, de maneira inflexível.
Brincar — Não brincar com brinquedos de forma convencional, como, por exemplo, jogar um carrinho como se fosse uma bola, ao invés de colocá-lo no chão e fazê-lo andar como um carro de verdade, pode ser comum entre crianças no espectro do autismo. Ou ainda, focar em apenas uma parte do brinquedo, como ficar girando apenas a rodinha do carrinho, é muito comum acontecer com autistas.
Movimentos repetitivos — Fazer movimentos repetitivos sem função aparente é outro sinal importante em muitas crianças com Transtorno do Espectro do Autismo. Os mais comuns são o movimento de balançar rapidamente as duas mãos soltas, chamado de “flapping”, e o balançar do tronco para frente e para trás. Muitas crianças também mudam seus movimentos repetitivos de tempos em tempos, como se fossem fases que se alteram.
Fala — Não falar ou não fazer gestos para se expressar é outra característica presente em muitos autistas. Estatísticas dão conta de que um terço das pessoas com TEA são não-verbais, ou seja, não usam a fala para se comunicar — apesar de, muitas vezes, terem a capacidade de falar, mas não se comunicam através da fala. Se expressar por comunicação não-verbal também, como um gesto mostrar algo, também é um prejuízo notado em vários casos no espectro. Técnicas de comunicação alternativa — até mesmo aparelhos para esse fim — ajudam de maneira significativa essas pessoas.
Ecolalia — Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função é a chamada ecolalia, presente também no rol de sinais de autismo, presente tanto em autistas que estão adquirindo a fala até em indivíduos pouco verbais que se comunicam somente com frases prontas que ouviram em filmes, programas de TV, propagandas, músicas ou que escutaram alguém dizer muitas vezes exatamente da mesma forma — em alguns casos, até a entonação é a mesma —, porém sem contexto ou sem função. Há autistas que se comunicam com contexto correto, mas usando frases prontas e são extremamente rígidos em usá-las exatamente da mesma forma, sem flexibilidade, como, por exemplo, responder a uma pergunta simples: “Você quer suco?” — e responde “Suco é muito bom pra saúde!”; e se você perguntar outra coisas sobre suco, como: “Tem suco na geladeira?” — responde a mesma frase: “Suco é muito bom pra saúde!”.
Compartilhar interesses e atenção — Mostrar para alguémalgo que você está interessado, achou legal, bonito ou trouxe algum incômodo é uma atitude entre as pessoas, faz parte da interação social. Não compartilhar seus interesses ou não olhar quando apontamos algo, por exemplo, é outro sinal bem significativo entre as pessoas que estão dentro do espectro do autismo.
Fazer referência com adulto — Emocionalmente é importante a criança olhar para o outro para fazer referência e co-regular suas emoções com um adulto frente a algo incerto, algo com o qual não sabemos lidar e esse é um déficit notado em muitos autistas. Um exemplo pode ajudar melhor: imagine a cena de uma criança de um ano brincando sentada no chão e o adulto, seja o pai ou a mãe, numa poltrona no mesmo cômodo; e cada um entretido com uma atividade diferente, sem estarem interagindo. De repente, um objeto cai fazendo um barulho alto. O bebê não sabe como reagir, não sabe se aquilo é bom ou ruim, engraçado ou assustador. O comportamento esperado é que o bebê olhe para o adulto para se co-regular emocionalmente, decidir que reação terá. Se o adulto cair na gargalhada, é bem provável que o bebê dará risada também. Se o adulto se assustar, ficar preocupado ou ainda chorar, é bem provável que o bebê terá a mesma reação do adulto. Uma criança com autismo pode ignorar o barulho e poderá nem olhar para o adulto, ainda que o pai ou a mãe tenham uma reação de susto ou espanto. Muitas vezes confunde-se esse comportamento com déficit auditivo, quando na realidade é comportamento ligado a dificuldade na habilidade socioemocional.
Girar objetos — Alguns autistas têm uma obsessão em girar coisas, sem uma função aparente. Outro relato comum é o de crianças que gostam de ficar observando objetos que giram, como ventiladores, rodas de carros ou trem em movimentos e máquinas de lavar roupas.
Interesses restritos, hiperfoco — uma quase obsessão por um assunto específico é muito comum na maioria das pessoas com autismo, que querem ler, se informar, falar sobre determinado tema — alguns chegam a tornar-se praticamente um especialista no assunto. Por muitos, essa característica é considerada uma vantagem em algumas áreas profissionais, a depender do assunto de interesse.
Não imitar — É imitando que se aprende. E, não ter essa habilidade, pode dificultar o aprendizado de muitas crianças com autismo, o que não é raro. Até mesmo um bebê de dias de vida, instintivamente, imita — se você ficar abrindo sua boca várias vezes, o bebê tenderá a abrir a boca também. Imitar é inato do ser humano.
Faz-de-conta — Várias pessoas com autismo têm dificuldade em pensamentos abstratos, são muito presas a conceitos concretos — o que explica o fato de muitos adultos terem dificuldades com significados de duplo sentido ou figuras de linguagem, como a ironia. Não brincar de faz-de-conta é uma consequência desse déficit em crianças com autismo, que, por exemplo, não simulam estar tomando café numa xícara de brinquedo vazia: “Não tem nada dentro da xícara para eu tomar!”.
Há outros sinais relatados por famílias com crianças autistas, como andar nas pontas dos pés; ser resistente (ou não demonstrar reação) à dor; não reagir emocionalmente às emoções dos outros, como o sorriso motivado (sorrir de volta para um sorriso), seletividade alimentar; mas ainda sem estudos que os coloquem como sinais de autismo em volume significativo.
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DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do transtorno do espectro do autismo (TEA) deve seguir critérios definidos internacionalmente, com avaliação completa e uso de escalas validadas. A complexidade enfrenta a heterogeneidade etiológica e fenotípica dos casos. 
Disponível: http://mchatscreen.com/wp-content/
uploads/2018/04M-CHAT-R_F_Brazilian_
Portuguese.pdf
EXPLICAÇÃO: Testes como o M-CHAT (inclusive a versão em português) estão disponíveis na internet para serem aplicados por profissionais. O M-CHAT-R pode ser aplicado pelo pediatra durante uma consulta de rotina e seu principal objetivo é de aumentar ao máximo a sensibilidade, ou seja, detectar o maior número de casos possíveis de suspeita de TEA. Mesmo assim, ainda existem casos de falso positivo, que terão o rastreio positivo para o TEA, mas não terão o diagnóstico final de autismo. Em estudo recente o M-CHAT-R foi capaz de identificar em torno de 85% das crianças com TEA
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OUTRAS AVALIAÇÕES 
 Exames durante a investigação 
Anamnese
 Acolhimento da família
EXPLICAÇÃO: Testes como o M-CHAT (inclusive a versão em português) estão disponíveis na internet para serem aplicados por profissionais. O M-CHAT-R pode ser aplicado pelo pediatra durante uma consulta de rotina e seu principal objetivo é de aumentar ao máximo a sensibilidade, ou seja, detectar o maior número de casos possíveis de suspeita de TEA. Mesmo assim, ainda existem casos de falso positivo, que terão o rastreio positivo para o TEA, mas não terão o diagnóstico final de autismo. Em estudo recente o M-CHAT-R foi capaz de identificar em torno de 85% das crianças com TEA
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TRATAMENTO
Intervenção Precoce
O tratamento padrão-ouro para o TEA é a intervenção precoce, que deve ser iniciada tão logo haja suspeita ou imediatamente após o diagnóstico por uma equipe interdisciplinar.
EXPLICAÇÃO: 
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MODELO DENVER DE INTERVENÇÃO PRECOCE PARA CRIANÇAS AUTISTAS 
É a estimulação intensiva e diária baseada em Análise do Comportamento Aplicada (ABA), visando promover interações sociais positivas e naturalistas com a finalidade do aumento da motivação da criança para as competências sociais, a aprendizagem e o desenvolvimento da comunicação receptiva e expressiva e das habilidades cognitivas e motoras.
EXPLICAÇÃO: 
29
Estimulação Cognitivo Comportamental baseada
em (ABA):
Programa comportamental amplamente utilizado e reconhecido, que visa desenvolver habilidades sociais e comunicativas, ao lado da redução de condutas não adaptativas, partindo de estratégias de reforço;
EXPLICAÇÃO: 
30
INTERVENÇÕES
Fazer um fluxograma:
 Orientar os pais quanto à estimulação adequada
Interação com os pais, harmonia no
lar, brincadeiras, contato afetivo, tempo de
tela, qualidade de tela, tempo de sono, alimentação,
brincadeiras ao ar livre.
 Reavaliar em um mês
• Se alcançou os marcos: manter acompanhamento
e estimulação
• Se não alcançou os marcos:
– encaminhar para serviço de estimulação
interdisciplinar especializado
– encaminhar para avaliação com médico
especializado em TEA
– manter consultas próximas com a criança
e os pais para apoio e acompanhamento
do tratamento de reabilitação
EXPLICAÇÃO: 
31
REFERÊNCIAS
 Maria Antonia Serra-Pinheiro, Marcelo Schmitz, Paulo Mattos e Isabella Souza. Transtorno desafiador de oposição: uma revisão de correlatos neurobiológicos e ambientais, comorbidades, tratamento e prognóstico.2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbp/v26n4/a13v26n4.pdf. Acesso em: 19 Nov. 2019.
Transtorno do Espectro do Autismo. Manual de Orientação. Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento. Presidente: Liubiana Arantes de Araújo Secretário: Livio Francisco da Silva Chaves Conselho Científico: Adriana Auzier Loureiro, Ana Márcia Guimarães Alves, na Maria Costa da Silva Lopes, João Coloriano Rego Barros, Ricardo Halpern Colaboradores: Ana Amélia Cardoso, Cássio Frederico Veloso, Cláudia Cardoso-Martins, Fernanda Dreux Miranda Fernandes, Maria Luísa Magalhães, Marilene Félix Nogueira. Nº 05, Abril de 2019.

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