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Ètica e Pesquisa com seres humanos

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UNIVERSIDADE PAULISTA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÉTICA E PESQUISA COM SERES HUMANOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 São Paulo, SP
2019
 
 
 
 
ÉTICA E PESQUISA COM SERES HUMANOS 
 
 
 
 
 
 
Trabalho da matéria de ètica para curso de Psicologia,sobre Pesquisas realizadas om seres humanos da UNIVERSIDADE PAULISTA, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 São Paulo, SP
2019
Sumário
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 3
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 4 
2.1 BIOÉTICA .........................................................................................................4
2.2 SOBRE AS PESQUISAS ....................................................................................4
2.3 ASPECTOS ÉTICOS DAS PESQUISAS ENVOLVENDO SERES HUMANOS...5
3 ética e pesquisas com seres humanos no exterior ......................... 7
4 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 8
5 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 9
 
1 Introdução
Neste trabalho falaremos sobre Ética nas Pesquisas que envolvem seres humanos e suas diretrizes e normas. 
Essas normas éticas se fizeram necessárias após o final da segunda guerra mundial, onde ocorreram experimentos devastadores com Judeus e outras minorias e os acusados no tribunal Militar de Nuremberg eram a maioria médicos. 
Surgiu então em Helsinque, na Finlândia, o primeiro Conjunto de normas, o Código de Nuremberg que até hoje é o principal padrão internacional e serve de base para outros locais. 
2 Desenvolvimento
2.1 Bioética 
Podemos dizer que é um dos ramos da Ética que apresentara os princípios a serem observados na conduta do indivíduo na érea médica e também na vida de seres humanos. A Bioética está sustentada em quatro princípios: de autonomia, beneficência, a não maleficência e de justiça. 
O psicólogo como profissional está muito ligado a esses quatro princípios e para permear esta conduta, aqui no Brasil, o Conselho Federal de Psicologia criou o Código de Ética Profissional Do Psicólogo. 
O Código de Ética Profissional do Psicólogo, em seu princípio fundamental de número V, fala sobre justiça social, diz que o Psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população as informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões é ticos da profissão. No artigo 16 do código de ética fala que:
Art. 16 - O psicólogo, na realização de estudos, pesquisas e atividades voltadas para a produção de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias: 
a. Avaliará os riscos envolvidos, tanto pelos procedimentos, como pela divulgação dos resultados, com o objetivo de proteger as pessoas, grupos, organizações e comunidades envolvidas; 
b. Garantirá o caráter voluntário da participação dos envolvidos, mediante consentimento livre e esclarecido, salvo nas situações previstas em legislação específica e respeitando os princípios deste Código; 
c. Garantirá o anonimato das pessoas, grupos ou organizações, salvo interesse manifesto destes; 
d. Garantirá o acesso das pessoas, grupos ou organizações aos resultados das pesquisas ou estudos, após seu encerramento, sempre que assim o desejarem (p. 14).
2.2 sobre as pesquisas   
Sobre as pesquisas realizadas com a participação de seres humanos em experimentos científicos, vemos muitos benefícios trazidos à sociedade. Mas sempre há conflitos a serem observados e resolvidos. 
Após uma demanda da sociedade em ter normas e diretrizes reguladoras, foram criadas resoluções que devem ser seguidas. Essas resoluções devem ser observadas e seguidas em todas as pesquisas realizadas em seres humanos.
A última resolução é a 466/12 que foi elaborada por um grupo de pessoas com diferentes profissões junto a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), e o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). 
Os termos da resolução 446 abrange os seguintes aspectos:
· Assistência ao participante da pesquisa, assistência imediata, assistência integral
· Benefícios da pesquisa, consentimento livre e esclarecido
· Dano associado ou decorrente da pesquisa
· Indenização, instituição proponente de pesquisa
· Instituição coparticipante de pesquisa
· Participante da pesquisa
· Patrocinador
· Pesquisa em reprodução humana
· Pesquisa envolvendo seres humanos
· Pesquisador
· Protocolo de pesquisa
· Provimento de material prévio
· Relatório final, relatório parcial
· Ressarcimento
· Risco da pesquisa
· Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
· Termo de Assentimento
· Vulnerabilidade. 	
2.3 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS 
As pesquisas envolvendo seres humanos devem atender aos fundamentos éticos e científicos pertinentes a eticidade da pesquisa que implica em: respeito ao participante da pesquisa; ponderação entre riscos e benefícios; garantia de que danos previsíveis serão evitados; relevância social da pesquisa.
Qualquer pesquisa em qualquer área envolvendo seres humanos devem seguir as seguintes exigências: 
· Ser adequada aos princípios científicos.
· Estar fundamentada em fatos científicos. 
· Ser realizada somente quando o conhecimento que se pretende obter não possa ser obtido por outro meio.
· Buscar sempre que prevaleçam os benefícios esperados. 
· Utilizar os métodos adequados para responder às questões estudadas. 
· Garantir que haja vantagem entre os grupos de controle. 
· Obter consentimento livre e esclarecido do participante. 
· Contar que os recursos humanos garantam o bem-estar do participante.
· Prever procedimentos que assegurem a confidencialidade e a privacidade. 
· Ser desenvolvida preferencialmente em indivíduos com autonomia plena;
· Respeitar sempre os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos em comunidades que os benefícios sejam a posteriori;
· Assegurar que os participantes da pesquisa não sejam estigmatizados; 
· Assegurar aos participantes da pesquisa os benefícios resultantes do projeto;
· Assegurar o acompanhamento do tratamento; 
· Comprovar o benefício no Brasil de pesquisa feita no exterior;
· Materiais e dados obtidos na pesquisa exclusivamente para a finalidade prevista;
· Levar em consideração, mulheres em idade fértil ou mulheres grávidas; mesmo quando a gravidez for o objeto fundamental da pesquisa; 
· Garantir para mulheres que se declarem expressamente isentas de risco de gravidez; 
· Ser descontinuada somente após análise e manifestação, por parte do Sistema.
 
A resolução 466 também aborda o PROCESSO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO. Esse processo tem como objetivo permitir ao participante de um projeto de pesquisa, a compreensão dos procedimentos, riscos, benefícios, desconforto e direitos que envolvam a sua participação em todo o projeto. Essas informações devem ser explicitadas e aceitas pelo participante até o momento do ingresso na pesquisa. Assim como devem medir os RISCOS E BENEFÍCIOS, colocar regras no Protocolo de Pesquisas, explicar como proceder para dar início a uma pesquisa e como a mesma será avaliada e fiscalizada para obter a aprovação pelos comitês de ética. 
3. ética e pesquisas com seres humanos no exterior 
Vários países do mundo tem normas éticas próprias para a pesquisa com seres humanos. Mas essas normas seguem declarações importantes mundialmente estabelecidas.São essas: 
· Declaração de Helsinque 
A Declaração de Helsinque é um importante documento na história mundial da ética em pesquisa, Surgiu como o primeiro esforço significativo da comunidade médica para regulamentar a investigação, em si, a nível mundial. É considerada como sendo o 1º padrão internacional de pesquisa biomédica e constitui a base da maioria dos documentos subsequentes. 
· Princípios de Nuremberg
Os Princípios de Nuremberg são um conjunto de princípios éticos que regem a pesquisa com seres humanos, sendo considerado como uma das consequências dos Processos de Guerra de Nuremberg, ocorridos no fim da Segunda Guerra Mundial.
Os 10 princípios de Nuremberg são resumidos em: 
1.O experimento deve ser tal que produza resultados vantajosos para a sociedade, os quais não possam ser buscados por outros métodos de estudo, e não devem ser feitos casuística e desnecessariamente. 
3. O experimento deve ser baseado em resultados de experimentação animal e no conhecimento da evolução da doença ou outros problemas em estudo, e os resultados conhecidos previamente devem justificar a experimentação. 
4. O experimento deve ser conduzido de maneira a evitar todo o sofrimento e danos desnecessários, físicos ou mentais. 
5. Nenhum experimento deve ser conduzido quando existirem razões para acreditar numa possível morte ou invalidez permanente; exceto, talvez, no caso de o próprio médico pesquisador se submeter ao experimento. 
6. O grau de risco aceitável deve ser limitado pela importância humanitária do problema que o pesquisador se propõe resolver. 
7. Devem ser tomados cuidados especiais para proteger o participante do experimento de qualquer possibilidade, mesmo remota, de dano, invalidez ou morte. 
8. O experimento deve ser conduzido apenas por pessoas cientificamente qualificadas. Deve ser exigido o maior grau possível de cuidado e habilidade, em todos os estágios, daqueles que conduzem e gerenciam o experimento. 
9. Durante o curso do experimento, o participante deve ter plena liberdade de se retirar, caso ele sinta que há possibilidade de algum dano com a sua continuidade. 
10. Durante o curso do experimento, o pesquisador deve estar preparado para suspender os procedimentos em qualquer estágio, se ele tiver razoáveis motivos para acreditar que a continuação do experimento causará provável dano, invalidez ou morte para o participante. 
Este documento, chamado de Código de Nuremberg, ficou conhecido como um marco na história da humanidade. Através dele estabeleceu-se recomendação internacional sobre os aspectos éticos envolvidos na pesquisa em seres humanos.
3 Conclusão
Ao longo dos anos, a sociedade tem se beneficiado com resultados de experimentos feito em humanos nas áreas de saúde, educação, comportamento, tecnologias etc. Porém ao mesmo tempo que esses benefícios aparecem, mostram-se temores ante a alguns experimentos com seres humanos em pesquisas científicas. Tal sentimento paradoxal se aplica ao fato de uma crença, ingênua de certa forma, de que se poderia fazer os mesmos experimentos apenas em cobaias. Mas o efeito de tratamento no homem só pode ser observado no próprio homem e o progresso da medicina depende em grande parte desses experimentos.
	No entanto, ao longo do tempo, o homem criou padrões aceitáveis de ética e de qualidade para tais experimentos, de acordo com as crenças de valores da sociedade, para que as descobertas científicas continuem evoluindo, em especial na área médica e sejam garantidas a qualidade sem ameaçar a justiça social.
Referências
PSICÓLOGO, Código de Ética Profissional de, Brasília, agosto de 2005. Disponível em < https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia-1.pdf.> Acesso em: 8 Nov. 2019.
BRASIL. CONEP. www.conselho.saude.gov.br. Diário Oficial da União. Resolução: 466/12. 
BRASIL. CONEP. www.conselho.saude.gov.br. Diário Oficial da União. Resolução: 510
CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE (Brasil). Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996. Aprova diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União, Brasília, n. 201, p. 21082, 16 Out. 1996. Seção 1.
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos. [Internet]. Paris: Unesco; 1997 Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_univ_bioetica_dir_hum.pdf.> Acessado em: 11 de nov. de 2019.

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