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LEGISLACAO AMBIENTAL

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELO HORIZONTE 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................................................ 4 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ................................................................................. 6 
SISNAMA ............................................................................................................................................... 6 
COMPETÊNCIA DO CONAMA .......................................................................................................... 8 
CONDIÇÕES ATENUANTES E AGRAVANTES........................................................................... 11 
INSTRUMENTOS DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE ............................................................... 11 
DIREITO DE PETIÇÃO ..................................................................................................................... 12 
DIREITO DE CERTIDÃO .................................................................................................................. 12 
LICENÇAS AMBIENTAIS.................................................................................................................. 12 
LICENÇA PRÉVIA - LP ..................................................................................................................... 13 
EIA/RIMA ............................................................................................................................................. 14 
AUDIÊNCIA PÚBLICA ....................................................................................................................... 14 
INSTITUIÇÕES DE CONTROLE DO MEIO AMBIENTE ............................................................. 16 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL....................................................................................... 16 
DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ........................................... 17 
ATIVIDADES MODIFICADORAS DO MEIO AMBIENTE ............................................................ 20 
VANTAGENS DA AIA ........................................................................................................................ 22 
INCERTEZAS DA AIA ....................................................................................................................... 22 
CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL ...................... 23 
DESCRIÇÃO DO PROJETO E SUAS ALTERNATIVAS ............................................................. 24 
DETERMINAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO.................................................. 25 
IDENTIFICAÇÃO E ESTIMATIVA DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .......................................... 26 
ESTUDO E DEFINIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS ............................................................. 27 
PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO .......................................................................................... 27 
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA ......................................................................... 27 
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS .......................................... 28 
MÉTODOS APLICÁVEIS .................................................................................................................. 29 
CLASSIFICAÇÃO DAS TÉCNICAS DE AIA .................................................................................. 30 
MÉTODOS "AD HOC" OU ESPONTÂNEOS ................................................................................. 31 
CHECK LIST OU LISTAGEM DE CONTROLE ............................................................................. 31 
MATRIZES ........................................................................................................................................... 32 
SOBREPOSIÇÃO DE MAPAS ......................................................................................................... 34 
DIAGRAMAS / REDES DE INTERAÇÃO ....................................................................................... 34 
MODELOS DE PREDIÇÃO .............................................................................................................. 35 
GERENCIAMENTO AMBIENTAL (ISO 14.000) ............................................................................ 35 
ISO 14.000 - GESTÃO AMBIENTAL ............................................................................................... 36 
 
 
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL - SGA ................................................................................. 36 
AUDITORIA AMBIENTAL ................................................................................................................. 37 
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL ............................................................................ 38 
ROTULAGEM AMBIENTAL .............................................................................................................. 38 
ANÁLISE DO CICLO DE VIDA ........................................................................................................ 40 
ASPECTOS AMBIENTAIS DE NORMAS DE PRODUTOS ........................................................ 40 
ECOPRODUTOS E O CONSUMIDOR ‘VERDE’ .......................................................................... 41 
AS 17 LEIS AMBIENTAIS DO BRASIL .......................................................................................... 42 
 ............................................................................................................................................................... 42 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 
 
 A Constituição brasileira diz que o meio ambiente é um “bem de uso comum 
do povo”. Isto quer dizer que o meio ambiente tem valor, é riqueza social. Muitas vezes 
porém é impossível transformar este valor em quantidade de dinheiro. Quanto vale 
uma cachoeira? Ou, quanto vale uma floresta nativa? 
As questões ambientais, entretanto, sempre envolvem interesses econômicos 
e sociais. A degradação do meio ambiente, ao mesmo tempo que implica em prejuízos 
para todos, serve de fonte de enriquecimento para alguns. Um corpo d’água morto, 
significa mais dinheiro para quem polui, no momento em que deixou de investir nas 
medidas necessárias para controle da poluição. Ao mesmo tempo, a sociedade arca 
com os prejuízos de ter que usar água ruim, além de pagar a recuperação do corpo 
d’água. 
Em se tratando de um bem de interesse difuso, o meio ambiente precisa e deve 
ser protegido. Neste sentido, a Constituição Federal impõe “ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações”. 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
 
Artigo 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes 
e futuras gerações. 
Parágrafo 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder 
Público: 
I. preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e propor o 
manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 
II. preservar a diversidade e integridade do patrimônio genético do país e 
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; 
III. definir, em todas as unidades de Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e supressão 
permitidas somente através de Lei, vedada qualquer utilização que comprometa a 
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;IV. exigir, na forma da Lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo 
prévio do impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
V. controlar a produção , a comercialização e o emprego de técnicas, 
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio 
ambiente; 
VI. promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
VII. proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da Lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou 
submetam os animais a crueldade. 
Parágrafo 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar 
o meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão 
público competente, na forma da Lei. 
Parágrafo 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente 
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e 
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 
Parágrafo 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do 
Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua 
utilização far-se-á, na forma da Lei, dentro de condições que assegurem a 
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 
Parágrafo 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos 
Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas 
naturais. 
Parágrafo 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua 
localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. 
 
Ao Poder Público, seja Federal, Estadual ou Municipal, compete legislar em 
defesa do meio ambiente, isto é, estabelecer normas jurídicas - leis, decretos, 
portarias e resoluções. Consequente- mente, a legislação ambiental é composta por 
normas federais, estaduais e municipais, a serem executadas pelo próprio Poder 
Público e pela comunidade. 
 
 
 
A legislação ambiental brasileira é integrada por normas que: 
 
 criam direitos e deveres do cidadão em relação ao meio ambiente; 
 criam instrumentos de proteção ao meio ambiente; 
 criam normas sobre o uso de um bem ambiental, como a água, o solo,...; 
 disciplinam atividades que interferem com os bens ambientais; 
 e, criam Unidades de Conservação. 
 
Algumas dessas normas foram criadas recentemente, outras já existem há 
décadas. E, ao contrário das leis do trabalho que estão organizadas em um só texto3, 
a legislação ambiental brasileira está espalhada em vários textos, o que dificulta 
muitas vezes a sua aplicação. 
 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 
A definição de uma Política Ambiental no país tem sido prerrogativa do Governo 
Federal, em- bora a sua execução e administração estejam a cargo dos Governos 
Estaduais e Municipais. 
As primeiras tentativas de montagem de uma estrutura executiva na 
preservação do meio ambiente, foram feitas na década de setenta, denominada 
“década ambiental”. A criação do PLANASA - Plano Nacional de Saneamento 
Ambiental foi um exemplo, cuja concessão dos recursos do BNH – Banco Nacional de 
Habitação foi condicionada à apresentação de programas integrados de controle da 
poluição hídrica, surgindo assim, pela primeira vez no país, a preocupação pela ação 
racional e ordenada para enfrentar a poluição. Porém, foi somente na década seguinte 
que a Política Nacional do Meio Ambiente foi, finalmente, instituída através da Lei no 
6.938, de 31 de agosto de 1981, e regulamentada pelo Decreto no 88.351, de 1 de 
junho de 1983. 
 
SISNAMA 
 
Com a Lei do Meio Ambiente, foi criado o Sistema Nacional do Meio Ambiente 
- SISNAMA, constituído por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito 
 
 
Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como das Fundações instituídas pelo 
Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. 
Atualmente, o SISNAMA tem a seguinte estrutura: 
 órgão superior: o Conselho de Governo - CG, com a função de 
assessorar o Presidente da República na formulação da Política 
Nacional do Meio Ambiente e nas diretrizes para o meio ambiente e os 
recursos naturais; 
 órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente 
- CONAMA, com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao 
Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o 
meio ambiente e os recursos naturais, e deliberar, no âmbito de sua 
competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio 
ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de 
vida; 
 órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e 
da Amazônia Legal - MINISMAM, com a finalidade de planejar, 
coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política 
nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; 
 órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis 
 
IBAMA, com a finalidade de executar ou fazer executar, como órgão federal, a 
política nacional e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; 
 
 órgãos seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela 
execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de 
atividades capazes de provocar a degradação ambiental; 
 órgãos locais: os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo 
controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas 
jurisdições. 
 
 
 
 
 
COMPETÊNCIA DO CONAMA 
 
Como órgão deliberativo do SISNAMA, dentre outras atribuições, compete ao 
CONAMA estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o 
licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido 
pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA. Ainda, como órgão da hierarquia 
nacional, ao CONAMA cabe fixar prazos para concessão de licenças, determinando, 
quando julgar necessário, o estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - 
EIA/RIMA. 
Outrossim, através do IBAMA, é competência do CONAMA, estabelecer 
normas, critérios e padrões nacionais relativos ao controle e à manutenção da 
qualidade do meio ambiente em todo o território nacional, cabendo aos Estados e 
Municípios a regionalização dos mesmos, desde que sejam mais restritivos do que os 
fixados anteriormente. 
Compete ao CONAMA, com base em parecer do IBAMA, propor ao Presidente 
da República a criação de Unidades de Conservação ambiental. Cabe ainda, no caso 
de constatada a infração de meio ambiente, determinar, mediante representação do 
IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em 
caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de 
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito. 
 
PENALIDADES 
Para efeito da Lei do Meio Ambiente, entende-se por poluidor, pessoa física ou 
jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por 
atividade causadora de degradação ambiental. Dessa forma, segundo a Lei do Meio 
Ambiente, Artigo 15, o poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal 
ou vegetal, ou estiver tornando mais grave situação de perigo existente, fica sujeito à 
pena de reclusão de 1(um) a 3 (três) anos e multa de 100 a 
1.000 MVR's. A pena será aumentada até o dobro se: 
 resultar em dano irreversível à fauna, à flora e ao meio ambiente; 
 resultar lesão corporal grave; 
 a poluição ser decorrente de atividade industrial ou de transporte; 
 o crime ser praticado durante a noite, domingo ou feriado. 
O não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos 
 
 
inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental, sujeitará 
os transgressores à: 
 multa simples ou diária, nosvalores correspondentes a cada caso, 
vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelos 
Estados, Distrito Federal, Territórios ou Municípios; 
 perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo 
Poder Público; 
 perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em 
estabelecimentos oficiais de créditos; 
 suspensão da atividade. 
 
A Lei do Meio Ambiente veio disposta a corrigir erros e mudar mentalidades, 
porque quem cobra a multa é a Receita Federal, nos moldes do Imposto de Renda. 
As multas, conforme o Decreto no 99.274/90, variam de 61,7 a 6.170,0 BTN's - Bônus 
do Tesouro Nacional (corrigíveis pela TR), que são cobradas pelo Leão. 
Embora rigorosa, a lei tem suas atenuantes e peculiaridades. Ela permite às 
empresas infratoras a aplicação de 90% do valor da multa na compra de 
equipamentos destinados a controlar a poluição ambiental ou na realização de 
pesquisas e de campanhas de educação ambiental. 
Formalmente, segundo os Artigos 34, 35 e 36 do Decreto supra citado, as 
infrações passíveis de multas, podem ser agrupadas em três faixas. 
 
 Com multas de 61,7 a 6.170,0 BTN's: 
 contribuir para que o corpo d'água fique em categoria de qualidade 
inferior à prevista na classificação oficial; 
 contribuir para que a qualidade do ar ambiental seja inferior ao nível 
mínimo estabelecido em resolução oficial; 
 emitir ou despejar efluentes ou resíduos sólidos, líquidos ou gasosos 
causadores de degradação ambiental, em desacordo com o 
estabelecido em resolução ou licença especial; 
 exercer atividade potencialmente degradadora do meio ambiente, sem 
a licença ambiental legalmente exigível, ou em desacordo com a 
mesma; 
 
 
 causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do 
abastecimento público de água de uma comunidade; 
 causar poluição de qualquer natureza que provoque destruição de 
plantas cultivadas ou silvestres; 
 ferir, matar ou capturar, por quaisquer meios, em áreas de Proteção 
Ambiental, Reservas Eco- lógicas, Estações Ecológicas e Áreas de 
Relevante Interesse Ecológico; 
 causar degradação ambiental mediante o assoreamento de coleções de 
água ou erosão acelerada, em áreas de Proteção Ambiental, Reservas 
Ecológicas, Estações Ecológicas e Áreas de Relevante Interesse 
Ecológico; 
 desrespeitar interdições de uso, de passagem e outras estabelecidas 
administrativamente para a proteção contra a degradação ambiental; 
 impedir ou dificultar a atuação dos agentes credenciados pelo IBAMA, 
para inspecionar situações de perigo potencial ou examinar a ocorrência 
de degradação ambiental; 
 causar danos ambientais, de qualquer natureza, que provoquem 
destruição ou outros efeitos desfavoráveis à biota nativa ou às plantas 
cultivadas e criação de animais. 
 
 Com multas de 308,5 a 6.170,0 BTN's: 
 realizar em APAs, sem licença do respectivo órgão de controle 
ambiental, abertura de canais ou obras de terraplanagem, com 
movimentação de areia, terra ou material rochoso, em volume superior 
à 100 m3, que possam causar degradação ambiental; 
 causar poluição, de qualquer natureza, que possa trazer danos à saúde 
ou ameaçar o bem-estar. 
 
 Com multas de 617 a 6.170 BTN’s: 
 causar poluição atmosférica, que provoque a retirada, ainda que 
momentânea, dos habitantes de um quarteirão urbano ou localidade 
equivalente; 
 causar poluição do solo, que torne uma área, urbana ou rural, imprópria 
 
 
para a ocupação humana; 
 causar poluição de qualquer natureza, que provoque a mortandade de 
peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. 
 
 
CONDIÇÕES ATENUANTES E AGRAVANTES 
 
São atenuantes para o cálculo do montante das multas, as seguintes 
circunstâncias: 
 o menor grau de compreensão e de escolaridade do infrator; 
 o arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação 
ou limitação do dano causado; 
 a comunicação prévia do infrator, às autoridades competentes , do 
perigo iminente; 
 a colaboração com os agentes encarregados da fiscalização e do 
controle ambiental. 
 
São agravantes: 
 a reincidência específica; 
 a maior extensão da degradação ambiental; 
 o dolo, mesmo que eventual; 
 a ocorrência de efeitos sobre a propriedade alheia; 
 a infração ter ocorrido em zona urbana; 
 danos permanentes à saúde; 
 a infração atingir área sob proteção legal; 
 o emprego de métodos cruéis na morte ou captura de animais. 
 
 
INSTRUMENTOS DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE 
 
Além das penalidades, aplicadas no caso de infrações, a legislação ambiental 
brasileira prevê instrumentos de participação da comunidade na proteção ao meio 
ambiente, tais como: direito de petição, direito de certidão, ação civil pública, ação 
 
 
popular, inquérito civil administrativo, licenças ambientais, EIA/RIMA e audiência 
pública, alguns dos quais são comentados a seguir. 
 
 
DIREITO DE PETIÇÃO 
 
O direito de petição é um instrumento importante para garantir o pleno acesso 
à informação. A- través do mesmo, qualquer pessoa pode obter informações sobre a 
situação atual do ambiente, tais com: diagnósticos ambientais, estudos sobre 
problemas ambientais produzidos pelos órgãos de planejamento e controle ambiental, 
prognósticos ambientais, informações sobre condições das praias, potabilidade da 
água, índices de poluição do ar, índices de ruído, gastos orçamentários, multas 
aplicadas aos poluidores, multas não pagas, planos futuros, previsão de gastos, 
estudos de impacto ambiental, posição do órgão ambiental 
Frente a determinadas situações de agressão ambiental. 
 
DIREITO DE CERTIDÃO 
 
O direito de certidão é um instrumento que atesta a atuação dos órgão públicos 
na defesa do meio ambiente. A certidão serve para fundamentar a ação do cidadão 
no exercício do seu direito, como defensor do patrimônio ambiental, como prova para 
a ação civil pública ou para a ação popular. 
 
LICENÇAS AMBIENTAIS 
 
As licenças ambientais - prévia, instalação e operação -, são instrumentos de 
defesa do meio ambiente, requeridos pelo órgão estadual competente integrante do 
SISNAMA, ou pelo IBAMA, em caráter supletivo. As mesmas devem ser solicitadas 
pelo empreendedor, nas fases de localização, instalação/ampliação e operação, de 
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados 
efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de 
causar degradação ambiental. 
As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais, 
condicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao 
 
 
licenciamento, na forma da Lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos 
padrões expedidos pelo CONAMA. 
 
LICENÇA PRÉVIA - LP 
 
É expedida na fase inicial do planejamento da atividade e implica em 
compromisso, por parte do empresário, de manter o projeto final compatível com as 
condições do deferimento. Sua concessão está fundamentada em informações 
prestadas pelo interessado, específicas às condições básicas a serem atendidas 
durante a localização, instalação e funcionamento do equipamento ou atividade 
poluidora. 
 
LICENÇA INSTALAÇÃO - LI 
 
É expedida com base no projeto executivo final e autoriza o início da 
implantação do equipa- mento ou atividade poluidora, subordinando-o a condição de 
construção, operação e outras expressamente especificadas. 
 
LICENÇA OPERAÇÃO - LO 
 
É expedida com base na vistoria, realizada pelo órgão licenciador, e autoriza a 
operação de equipamentos ou atividades poluidoras, subordinando a sua 
continuidade ao cumprimento das condições de concessão das LP e LI. Este tipo de 
licença deverá ser solicitado tanto para as atividades existentes como para as novas. 
Os prazos de validade das licenças serão expressos nas mesmas e passarão 
a contar da data de sua emissão. Nos casos em que não estejam explicitamente 
determinados, serão adotados os seguintesprazos máximos: 2 (dois) anos para a LP 
e LI, e 4 (quatro) anos para a LO. 
Com exceção das atividades de interesse da segurança nacional, como a 
atividade nuclear, insta- lação de polos petroquímicos, cloroquímicos, siderúrgicos, 
grandes rodovias e ferrovias federais, o licenciamento da atividade é de 
responsabilidade do órgão estadual. A localização de usinas nucleares só pode ser 
definida em lei e cabe à Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN baixar 
diretrizes para a segurança da atividade, transporte de materiais, tratamento e 
 
 
eliminação de rejeitos radioativos, construção e operação de usinas nucleares. 
Em nosso Estado, as licenças supra citadas, são concedidas pelo COPAM - 
Conselho de Proteção Ambiental através da SUDEMA - Superintendência de 
Administração do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, após o cumprimento das 
exigências do SELAP - Sistema Estadual de Licenciamento de Atividades Poluidoras. 
Estão sujeitos ao SELAP, todas as pessoas físicas ou jurídicas, inclusive as 
entidades da administração indireta estadual e municipal, que estiverem instaladas ou 
vierem a se instalar no Esta- do da Paraíba, e cujas atividades, sejam industriais, 
comerciais, agropecuárias, domésticas, públicas, recreativas ou quaisquer outras, 
possam ser causadoras de efetiva ou potencial poluição, a critério do COPAM e da 
SUDEMA. 
 
EIA/RIMA 
 
O Estudo de Impacto Ambiental - EIA é uma exigência da legislação ambiental 
para o licencia- mento de atividades modificadoras ou potencialmente modificadoras 
do meio ambiente. O mesmo é realizado por equipe de especialistas e apresentado 
na forma de Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente - RIMA, para apreciação da 
comunidade, através do órgão licenciador. O EIA/RIMA é o primeiro instrumento, de 
defesa do meio ambiente, criado no Brasil para informar com antecedência ao Poder 
Público e à própria sociedade quais os custos e benefícios dos empreendimentos, e 
sobre quem eles vão recair. O EIA/RIMA é assunto dos próximos capítulos. 
 
AUDIÊNCIA PÚBLICA 
 
A audiência pública é uma reunião aberta, com representantes do Poder 
Público e da comunidade, para debater questões sobre o meio ambiente. É parte 
fundamental no processo de licenciamento ambiental, para a tomada de decisão. 
Geralmente, as audiências públicas têm sido motivadas para apreciação do 
EIA/RIMA. Nestas, o órgão ambiental, junto com o empreendedor e mais a equipe 
responsável pelo EIA, apresentam ao público o RIMA, detalhando as modificações 
ambientais, seus custos, sobre quem recairão, e seus benefícios, e quem deles vai 
usufruir. 
 
 
 
LEGISLAÇÃO BÁSICA 
 
Dentre os diplomas normativos que versam sobre matérias diretamente 
pertinentes ao meio ambiente, na Legislação Federal Brasileira cabe ressaltar a 
importância das resoluções. A lei delega ao Poder Executivo a tarefa de detalhar as 
suas disposições através de resoluções, que passam a ser, de fato, os parâmetros 
concretos para aplicação da lei. Conforme já citado anteriormente, alguns desses 
diplomas federais são recentes outros datam de décadas, o que pode ser constatado 
no Apêndice B. A nível estadual tem-se algumas leis e decretos estaduais que criam 
órgãos e conselhos de meio ambiente, aprovam seus estatutos e dão outras 
providências. A legislação pode ser vista por temas, como água, solo, ar, fauna, flora, 
mineração, agrotóxicos, atividade nuclear, ruído, etc. 
 
 Água - A lei básica é o Código das Águas de 1934, complementada por 
resoluções CONAMA, como a no 020/86 que trata da classificação dos corpos 
d’água, e pela Lei No 9.433/97 que trata da Política Nacional de Recursos 
Hídricos. 
 Ar - Assunto disciplinado basicamente através de resoluções do CONAMA, 
que estabelecem padrões de qualidade do ar, limites de emissão de poluentes 
e detalham programas para controle da poluição do ar (PROCONVE - 
Resolução no 018/86, PRONAR - Resoluções nos 005/89 e 003/90). 
 Solo - A lei básica é o Estatuto da Terra de 1964. Cabe diferençar o solo rural 
do solo urbano. Este, em cidades com mais de 20 mil habitantes, fica 
subordinado ao Plano Diretor do Município. Aquele, deve ser objeto de política 
agrícola que contemple medidas de defesa do solo. 
 Agrotóxicos e outro produtos perigosos - A legislação estabelece que a 
produção, transpor- te, comercialização e uso dependem de registro prévio 
junto ao governo federal. Este registro está condicionado ao grau de perigo 
que o produto representa para o meio ambiente. O assunto é tratado em lei 
(Lei dos Agrotóxicos, de 1989) e resoluções do CONAMA nos 013/84 e 
005/85. 
 Flora - Como bem de interesse comum da população, cabe ao Poder Público 
 
 
o dever de preservá-lo - Código Florestal de 1965. Assim, de acordo com a 
localização, determinadas for- mações vegetais são consideradas de 
preservação permanente. A exploração de floresta de- pende de autorização 
do IBAMA. O comprador de moto serra deve ter registro no IBAMA. As 
indústrias que consomem grandes quantidades de madeira têm que plantar o 
que consumir. As estações de TV têm que apresentar, no mínimo cinco 
minutos por semana, programas de interesse florestal. 
 Fauna - Duas leis básicas regem o uso da fauna: Código de Pesca e Código 
de Caça, ambos de 1967. O assunto é ainda complementado através de 
portarias do IBAMA. 
 Mineração - A lei básica é o Código de Mineração de 1967. A atividade está 
sujeita a autorização federal, além do licenciamento ambiental no Estado. O 
assunto é tratado em resoluções do CONAMA. 
 
 Atividade nuclear - O assunto é de competência exclusiva da União, ficando 
com a Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN - a incumbência de 
baixar diretrizes sobre o exercício da atividade. 
 Ruído - O assunto é tratado em resoluções do CONAMA nos 001/90, 002/90, 
001/93, 002/93, 020/94 e 017/95, que estabelecem, dentre outros itens, 
padrões aceitáveis de ruído, visando o conforto e a saúde da população. 
 
INSTITUIÇÕES DE CONTROLE DO MEIO AMBIENTE 
 
Em todos os Estados e Municípios existem órgãos públicos e/ou fundações 
instituídas de poder público, encarregados do controle do meio ambiente. A atuação 
destes é complementada pela representação federal, através do IBAMA. Todas essas 
instituições participam na montagem do sistema nacional de combate a poluição e 
defesa dos recursos naturais, compondo o SISNAMA dentro da Política Nacional do 
Meio Ambiente. No Apêndice C estão listados os principais órgãos de ação estadual. 
 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL 
 
A Avaliação de Impacto Ambiental tem por objetivo identificar, predizer e 
 
 
quantificar esses desequilíbrios, com a finalidade de introduzir medidas mitigadoras 
que minimizem ou mesmo eliminem os impactos nocivos, resultantes da implantação 
de uma atividade modificadora do meio ambiente. 
No que diz respeito à Política Ambiental do país, a AIA é o principal instrumento 
de execução da mesma. Constituída de um conjunto de procedimentos técnicos e 
administrativos, que visam a análise sistemática dos impactos ambientais do 
estabelecimento de uma atividade e suas diversas alternativas, a AIA tem por 
finalidade embasar as decisões quanto ao seu licenciamento. Vale aqui salientar que 
as AIA's são instrumentos de conhecimento a serviço da decisão, porém não são por 
si mesmos instrumentos de decisão. Entretanto, são instrumentos idôneos para a 
tomada de decisão baseada num conhecimento amplo e integrado dos impactos 
ambientais. 
 
DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS 
 
Para efeito da Resolução CONAMA no 001/86, considera-se impacto ambiental 
qualquer alteração nas características físicas, químicas e/ou biológicas do meio 
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante de atividade 
humana, que direta ou indiretamente, afetem: 
 a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
 as atividades sociais e econômicas; 
 a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
 a qualidade dos recursos ambientais. 
 
Os impactos ambientais podem ser diretos ou indiretos; podem ocorrer a curto 
ou a longo prazo; podem ser temporários ou permanentes; reversíveis ou irreversíveis; 
cumulativos ou sinérgicos; positivos ou negativos. 
 
IMPACTO POSITIVO 
 
Quando a ação ou atividade resulta na melhoria da qualidade de um fator ou 
parâmetro ambiental. Aumento da produção agrícola em áreas irrigadas. 
 
 
 
 
IMPACTO NEGATIVO 
 
Quando a ação ou atividade resulta em um dano à qualidade de um fator ou 
parâmetro ambiental. A perda de matas, lagos e rios quando do enchimento do 
reservatório para fins hidrelétricos. 
 
IMPACTO DIRETO 
 
Resultante de uma simples relação de causa e efeito. É a alteração que sofre 
um determinado componente ambiental, pela ação direta sobre esse componente. 
Tais impactos são geralmente mais fáceis de se identificar, descrever ou quantificar, 
posto que são os efeitos diretos de ações do projeto. O aumento da concentração de 
contaminantes, como CO, SO2 e MP na atmosfera, resultantes da queima de 
combustíveis nos veículos automotores. 
 
IMPACTO INDIRETO. 
 
Decorrente do impacto direto, seus efeitos correspondem aos efeitos indiretos 
das ações do projeto. Geralmente são mais difíceis de identificar e controlar. Um 
exemplo típico é o crescimento populacional decorrente do assentamento da 
população atraída pelo projeto, a qual demanda moradia, escola, serviços sanitários, 
transporte, etc., que não se havia previsto e cuja falta gera sérios conflitos sociais. 
 
IMPACTO DE CURTO PRAZO 
 
Quando o efeito ou a modificação do parâmetro ambiental surge logo após a 
ação, podendo até desaparecer em seguida. Aumento do ruído no ambiente quando 
são ligados determinados eletrodomésticos. 
 
 
 
 
 
 
IMPACTO DE LONGO PRAZO 
 
Quando o efeito ou a modificação do parâmetro ambiental ocorre depois de um 
certo tempo de realizada a ação. A erosão e a consequente desertificação de solos 
submetidos a desmatamentos ou mesmo a projetos agrícolas mal orientados. 
 
IMPACTO REVERSÍVEL 
 
Quando o fator ou parâmetro ambiental afetado, retorna às suas condições 
originais, uma vez cessada a ação impactante. As moléstias decorrentes da 
construção de uma obra em cujo período se produziu poeira, ruído, aumento do 
tráfego no entorno, mas que desaparecem ou ficam reduzidas a níveis admissíveis 
uma vez acabada a construção. 
 
IMPACTO IRREVERSÍVEL 
 
Quando uma vez cessada a ação impactante, o fator ambiental afetado não 
retorna às suas condições, em um prazo previsível. O assoreamento de corpos 
d’água, resultante do carreamento de materiais na atividade de mineração. 
 
 
IMPACTO TEMPORÁRIO 
 
Quando, uma vez executada a ação, a modificação do fator ambiental 
considerado, tem duração determinada. Os ruídos gerados na fase de construção de 
um empreendimento. 
 
IMPACTO PERMANENTE 
 
Quando, uma vez executada a ação, os efeitos não cessam de se manifestar 
num horizonte temporal conhecido. Retenção de sólidos em transporte nas barragens. 
 
IMPACTO AMBIENTAL DE UM PROJETO 
 
 
 
O impacto ambiental de um projeto pode ser definido como a diferença entre a 
situação do meio ambiente modificado, tal como resultaria depois de realização do 
projeto, e a situação do meio ambiente futuro, tal como havia evoluído normalmente 
sem tal atuação. 
A necessidade de se implantar avaliações de impactos ambientais, surgiu da 
inadaptação dos métodos tradicionais de avaliação de projetos, que não 
consideravam a proteção do meio físico, nem o uso racional dos recursos naturais, 
nem tão pouco os aspectos sociais de um dado projeto. Desse modo, a AIA veio com 
o propósito de evitar possíveis erros e deteriorações ambientais, custosos de se 
corrigir depois. 
A AIA de um projeto é realizada através do Estudo de Impacto Ambiental - EIA, 
onde se promove a identificação, previsão e valoração dos impactos e a análise das 
alternativas para a atividade em estudo, cujos resultados são apresentados na forma 
de Relatório de Impacto Ambiental - RIMA. 
 
ATIVIDADES MODIFICADORAS DO MEIO AMBIENTE 
 
Uma relação completa das atividades modificadoras do meio ambiente 
passíveis de uma avaliação de impacto ambiental é difícil de se estabelecer, posto 
que o impacto global depende de vá- rios fatores, dentre os quais selecionam-se como 
mais significativos, para estabelecimento de critérios de seleção dessas atividades, 
os seguintes: 
 impacto físico (qualitativo e quantitativo); 
 extensão da área de influência; 
 utilização de recursos naturais. 
Segundo a Resolução CONAMA no 001/86, ficam obrigados a elaborar 
EIA/RIMA, para obtenção de licenciamento, as seguintes atividades modificadoras do 
meio ambiente: 
 estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; 
 ferrovias; 
 portos, terminais de minério, petróleo e produtos químicos; 
 aeroportos, conforme definidos pelo inciso I, artigo 4o, do Decreto-Lei 
no 32/66; 
 
 
 oleodutos, g 
 asodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos 
sanitários; 
 linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230Kv; 
 obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: 
barragens para fins hidrelétricos (acima de 10 MW), de saneamento ou 
de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, 
retificação de cursos d’água, abertura de barras e embocaduras, 
transposição de bacias, diques; 
 extração de minérios, inclusive os de classe II, definidos no Código de 
Mineração; 
 extração de combustível fóssil ( petróleo, xisto ou carvão); 
 aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou 
perigosos; 
 usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte primária, 
acima de 10MW; 
 distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI; 
 complexo de unidades industriais e agro-industriais ( petroquímicos, 
siderúrgicos, cloroquímicos e destilarias de álcool ); 
 exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas de 100 
hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos 
percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental; 
 projetos urbanísticos, acima de 100 hectares ou em áreas consideradas 
de relevante interesse ambiental, a critério do IBAMA e dos órgãos 
estaduais e municipais competentes; 
 qualquer atividade que utiliza carvão vegetal, derivados ou produtos 
similares, em quantidade superior a dez toneladas por dia. 
 projetos agropecuários que contemplem áreas acima de 1.000ha ou 
menores, neste caso, quando se tratar de áreas significativas em termos 
percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas 
áreas de proteção ambiental (Resolução CONAMA no 011/86). 
 
A rigor, o Poder Público pode pedir um EIA/RIMA para todo e qualquer tipo de 
 
 
empreendimento não listado. O SELAP-PB, além das atividades supra citadas, segue 
a listagem do Decreto Esta- dual no 13.798/90. 
 
VANTAGENS DA AIA 
 
Na avaliação de impacto ambiental é fundamental ter em conta as diversas 
vantagens econômicas que apresenta. Estudos realizados pela Comunidade Europeia 
mostram que o custo das ações preventivas, incluindo nele o EIA, é inferior aos custos 
da contaminação e deterioração por impactos ambientais não previstos, sem levar em 
conta, ainda, que é muito melhor prevenir do que corrigir. 
As experiências realizadas mostram que o custo das AIA’s é muito baixo. Na 
Holanda, situa-se em 0,25% do custo total da obra. Na França, entre 0,25 e 0,75%; 
nos Estados Unidos, 0,19%; e, em mais 18 países onde esta questão foi levantada, o 
custo médio situou-se em torno de 0,50% do custo total da obra. Considerando que 
estes custos tendem logicamente a diminuir, como consequência da melhoria dos 
conhecimentos, a disponibilidade de dados, os serviços de informação, a qualificaçãode pessoal especializado e pelo efeito repetição, pode-se afirmar que sua implantação 
não é tão dispendiosa. 
Outra vantagem econômica, é o fato de que a aplicação do procedimento não 
supõe um alarga- mento dos prazos de execução da obra. O custo da obra é 
influenciado pelo tempo necessário para projetá-la, autorizá-la e realizá-la. 
Este tempo pode ser encurtado, graças a uma concepção correta da obra sob 
o ponto de vista ambiental, pois isso pode permitir reduzir ou evitar os atrasos 
desnecessários derivados do público em geral, assim como dos órgãos competentes, 
uma vez que estes participam do processo de decisão. Esta participação conduz a um 
processo de decisão mais transparente e seguro, evitando os recursos administrativos 
e judiciais, geralmente demorados e dispendiosos. 
 
INCERTEZAS DA AIA 
 
Na avaliação de impactos as incertezas são muitas, e, portanto, há 
necessidade de se preparar para especificá-las. As principais causas de incertezas 
são as seguintes: 
 
 
 
 variabilidade estocástica dos fenômenos ambientais. Há que se 
considerar uma série de contingências e sinergias difíceis de valorar; 
 conhecimento inadequado ou incompleto do comportamento dos 
componentes do meio; 
 falta de dados de base e informações da zona ou problema a avaliar, o 
que obriga a trabalhar com grandes lacunas. 
 
Estas incertezas são maiores quando a avaliação se projeta a longo prazo. Por 
isso, é necessário que o avaliador inclua um capítulo que detalhe as possíveis 
incertezas com as quais se tenha de- parado a equipe de trabalho e, se possível, faça 
uma previsão dos riscos e da forma como enfrentá-los. A análise de riscos, por sua 
vez, é exigida pelo órgão ambiental na AIA, sempre que a atividade incorrer em risco 
de acidentes. 
Devido a tais incertezas, na avaliação se majoram enormemente os dados de 
risco, com o objetivo de cobrir estas lacunas. Desse modo, a vigilância contínua dos 
parâmetros do meio ambiente e a avaliação dos ecossistemas, deverá formar parte 
integrante do sistema de análise do meio ambiente. Isto é necessário para 
proporcionar um banco de dados e análises técnicas para avaliar posteriormente as 
decisões específicas. A vigilância e a avaliação são essenciais para a redução dos 
riscos e a tomada de decisão, quando se quer proteger e melhorar a qualidade do 
meio ambiente. 
 
CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL 
 
O estabelecimento de critérios para o EIA de uma atividade requer, em primeiro 
lugar, a definição de prioridades. Isto deverá ser feito a partir do conhecimento 
detalhado de todos os fatores ambientais importantes da área em estudo, assim como 
do entorno, que poderá sofrer os efeitos da implantação da atividade que ali se 
pretende instalar. Esses fatores deverão representar, não apenas as condições 
biogeofísicas da área, mas também as sócio-econômicas e principalmente os 
interesses da comunidade, que poderá ser beneficiada ou prejudicada pela 
implantação da atividade. 
 
 
 
Outros sim, além de atender a legislação pertinente, o EIA deve obedecer às 
seguintes diretrizes gerais: 
 
 contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do 
projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do mesmo; 
 identificar e avaliar os impactos ambientais gerados sobre a área de 
influência, nas fases de implantação e operação da atividade; 
 analisar a compatibilidade do projeto com planos e programas de ação 
federal, estadual e municipal, propostos ou em implantação na área de 
influência do projeto. 
 
Finalmente, o EIA de uma atividade efetiva ou potencialmente modificadora do 
meio ambiente, deverá ser efetuado tendo como base de referência os seguintes 
tópicos: 
 
 descrição do projeto e suas alternativas; 
 determinação da área de influência; 
 diagnóstico ambiental da área de influência; 
 identificação e estimativa dos impactos ambientais; 
 estudo e definição de medidas mitigadoras; 
 programa de gerenciamento. 
 
DESCRIÇÃO DO PROJETO E SUAS ALTERNATIVAS 
 
Consiste na descrição completa do projeto e suas alternativas tecnológicas e 
de localização, contendo objetivos, justificativas, dados econômico-financeiros, 
localização, área de ocupação, mão-de-obra, fluxo de insumos e produtos, lay-out, 
cronogramas, plantas, diagramas e quadros, de modo a caracterizar o 
empreendimento, incluindo: 
 na fase de construção: limpeza e preparação do terreno, remoção da 
vegetação, terraplanagem, movimentos de terra; demanda e origem da 
água e da energia; origem, tipos e estocagem dos materiais de 
construção, incluindo jazidas; origem, quantidade e qualificação da mão-
 
 
de-obra; 
 na fase de operação: processos de produção, insumos e produtos; 
origem, características, estocagem e manipulação de matéria prima e 
combustíveis; informação sobre tipo e quantidade de cada produto 
intermediário e final e subprodutos produzidos; transporte, 
armazenamento e estocagem de produtos; características das emissões 
sólidas, líquidas e gasosas; sistemas de tratamento, reciclagem, 
recuperação e disposição final das emissões sólidas, líquidas e 
gasosas; origem, quantidade e qualificação do pessoal empregado na 
produção e administração; riscos potenciais, ações e equipamentos de 
prevenção de acidentes. 
 
DETERMINAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO 
 
Área de influência de um projeto é a área potencialmente afetada, direta ou 
indiretamente, pelas ações a serem desenvolvidas nas fases de construção e 
operação de um projeto. A definição da mesma deve ser acompanhada de 
justificativas e mapeamento, considerando bacias hidrográficas completas, 
detalhando os sítios de localização do projeto e de incidência direta dos impactos. 
 
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA 
 
O diagnóstico ambiental consiste de uma atividade dentro do EIA, destinada a 
caracterizar a situação do meio ambiente na área de influência do projeto, antes da 
implantação do projeto, através da completa descrição e análise dos fatores 
ambientais e suas interações. Deve descrever o meio físico, biológico e antrópico. 
 Meio físico: características geológicas, formação e tipo de solo; topografia, 
relevo, declividade; recursos minerais e jazimentos fósseis; regime 
hidrológico e qualidade dos corpos d'água; padrões de drenagem natural e 
artificial, lançamentos e tomadas de água; clima e qualidade do ar; 
processos erosivos e sedimentológicos, estabilidade dos solos. 
 Meio biológico: inventário de espécies características da fauna e flora 
natural; inventário de espécies endêmicas, raras ou ameaçadas de extinção 
e de espécies migratórias; diversidade de espécies; áreas de preservação 
 
 
permanente, unidades de conservação da Natureza e áreas protegidas por 
legislação especial; produtividade e estabilidade dos ecossistemas; áreas 
potenciais de refúgio de fauna e flora. 
 Meio antrópico: ocupação e uso do solo (processo histórico da ocupação, 
distribuição das atividades, densidade demográfica, sistema viário, valor da 
terra, estrutura fundiária, etc.); usos dos recursos ambientais (águas, 
florestas, solos, dependência local dos recursos, nível de tecnologia, fontes 
de poluição); população (crescimento demográfico, estrutura da população, 
distribuição espacial, mobilidade, escolaridade, nível de saúde, nível 
cultural); equipamentos sociais (abastecimento d'água, sistema de 
esgotamento sanitário, disposição do lixo, logradouros, rede de saúde, rede 
escolar, rede de suprimentos, segurança, lazer, religião, cemitérios, sítios e 
monumentos arqueológicos, culturais, cívicos e históricos, meios de 
transporte); organização social (forças e tensões sociais, grupos e 
movimentos comunitários, lideranças, forças políticas e sindicais atuantes, 
associações); estrutura produtiva (análise dos fatores de produção, 
modificações havidas em relação à composição da produção local,contribuição de cada setor, geração de empregos e nível tecnológico por 
setor, relações de troca entre a economia local e a micro-regional, regional 
e nacional, incluindo a desativação da produção local e importância relativa, 
consumo e renda "per capita"). 
 
IDENTIFICAÇÃO E ESTIMATIVA DOS IMPACTOS AMBIENTAIS 
 
A identificação dos impactos ambientais se efetua mediante uma análise do 
meio e do projeto, e é o resultado da consideração das interações possíveis. Esta fase 
do EIA compreende as seguintes etapas: 
 identificação e classificação dos impactos ambientais das ações do projeto e suas 
alternativas, nas fases de construção e operação da atividade, destacando os 
impactos mais significativos a serem pesquisados em profundidade e justificando 
os demais; 
 previsão da magnitude dos impactos identificados, especificando os indicadores de 
impacto, critérios, métodos e técnicas de previsão utilizados; 
 atribuição do grau de importância dos impactos em relação ao fator ambiental 
 
 
afetado e em relação à relevância conferida a cada um deles pelos grupos sociais 
afetados; 
 prognóstico da qualidade ambiental da área de influência, nos casos de adoção do 
projeto e suas alternativas e na hipótese de sua não implantação, determinando e 
justificando os horizontes de tempo considerados; 
 
ESTUDO E DEFINIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS 
 
Neste ponto do EIA, deverão ser definidas medidas que visem minimizar os 
impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento 
de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas em relação aos padrões de 
qualidade ambiental e indicando os impactos que não podem ser evitados ou 
mitigados. 
 
PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO 
 
Os programas de gerenciamento apresentam planos com cronograma de 
acompanhamento e monitoramento das medidas mitigadoras, nas diferentes fases do 
projeto, e devem incluir estratégias para incrementar os impactos positivos 
identificados. O programa de monitoramento dos impactos deve ser estabelecido por 
três razões principais: 
 
 assegurar que os padrões ambientais legais não sejam ultrapassados; 
 assegurar que as medidas mitigadoras sejam implementadas da 
maneira descrita no RIMA; 
 possibilitar a detecção imediata dos danos ao meio ambiente, de forma 
que se possa agir no sentido de prevenir ou reduzir a gravidade dos 
impactos indesejados. 
 
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA 
 
O Relatório de Impacto Ambiental - RIMA refletirá as conclusões do estudo de 
impacto ambiental e deverá ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua 
 
 
compreensão, observando o conteúdo mínimo previsto no artigo 9o da Resolução 
CONAMA no 001/86. As informações devem ser tratadas em linguagem acessível, 
ilustrada por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação 
visual, de modo que se possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, 
bem como todas as consequências ambientais de sua implementação. A finalização 
do relatório deve conter recomendações quanto à melhor alternativa para o 
empreendimento. 
Todo o estudo de impacto ambiental é realizado por equipe multidisciplinar 
habilitada, que fica com responsabilidade técnica dos resultados apresentados. Todas 
as despesas referentes ao EIA e à elaboração do RIMA, são de responsabilidade do 
proponente do projeto, que deverá encaminhar no mínimo 5 cópias do RIMA ao órgão 
estadual competente, ou em caráter supletivo ao IBAMA, para posterior apreciação. 
Ainda que financiado pelo empreendedor, o RIMA é um documento público e 
suas cópias ficam à disposição dos interessados nos centros de documentação ou 
bibliotecas do IBAMA ou do órgão estadual, pois trata-se de peça fundamental para o 
licenciamento da atividade. 
Ao receber o RIMA, o órgão ambiental determinará o prazo para recebimento 
dos comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados, e 
sempre que julgar necessário ou quando for solicitado pela comunidade, promoverá 
a realização de audiência pública para discussão do mesmo. 
 
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS 
 
Assim sendo, as avaliações de impactos ambientais devem ser 
interdisciplinares, sistemáticas, reproduzíveis e com um forte grau de organização e 
uniformidade. Devem considerar os sistemas mais complexos possíveis. E, ainda que 
cada parte deva ser estudada por um especialista na matéria, as interações entre as 
distintas partes devem ser o mais estreita e constante possível. 
A identificação e avaliação de impactos requer a coleta e manipulação de 
grande quantidade de dados e, o mais importante, a comunicação dos resultados 
finais do estudo para os que tomam as decisões e para os membros do público, muitos 
dos quais provavelmente não são especialistas em ciências ambientais. Para auxiliar 
a ultrapassar essas dificuldades, têm sido desenvolvidas abordagens ou técnicas 
 
 
auxiliares, comumente chamadas de Metodologias ou Métodos de Avaliação de 
Impactos Ambientais - MAIA. 
Entende-se por metodologia de avaliação de impactos ambientais um conjunto 
de normas e de procedimentos que regem a realização de estudos de impacto sobre 
o meio ambiente. Existem dois tipos de MAIA, a administrativa e a técnica. A 
metodologia administrativa refere-se aos procedimentos gerais a aos trâmites legais 
e institucionais do processo. A metodologia técnica refere-se aos meios e mecanismos 
de AIA específicos, alguns dos quais serão abordados neste capítulo. 
 
MÉTODOS APLICÁVEIS 
 
Os métodos para avaliação de impactos ambientais variam segundo o fator 
ambiental considera- do. Por exemplo, existem tecnologias muito adequadas e 
comprovadas para a predição dos impactos sobre a qualidade do ar, no que diz 
respeito a calcular as concentrações de contaminantes na atmosfera, porém em troca, 
os impactos na flora e na fauna destes contaminantes, ou seja, os efeitos, não são 
tão facilmente quantificáveis. Portanto, é possível usar tecnologias comprovadas em 
alguns casos, enquanto que em outros há que basear-se no julgamento e na 
experiência de profissionais no campo. 
As medodologias de avaliação têm que ser flexíveis, aplicáveis em qualquer 
fase do processo de planejamento e desenvolvimento da atividade. Devem ser 
adequadas para poder efetuar uma aná- lise global, sistemática e interdisciplinar do 
meio ambiente e de seus múltiplos componentes. E, ainda, devem ser revisadas 
constantemente, em função dos resultados obtidos e da experiência adquirida. 
As AIA’s, conforme visto anteriormente, devem descrever a ação proposta, 
assim como outras alternativas; predizer a natureza e magnitude dos impactos 
ambientais sobre o meio físico, biológico e antrópico, no entorno da obra; interpretar 
os resultados; prevenir os efeitos ambientais; e, comunicar os resultados, de forma 
a ser entendido por aqueles que tomam a decisão e o público interessado. Assim 
sendo, as metodologias devem envolver as seguintes atividades: 
 identificação de impactos; 
 previsão e medição de impactos; 
 interpretação de impactos; 
 identificação de medidas mitigadoras e dos requisitos de monitorização; 
 
 
 comunicação aos usuários das informações sobre os impactos, tais 
como aos responsáveis pela tomada de decisão e membros do público. 
O significado destas atividades, pode ser entendido, tomando-se como 
exemplo um caso hipoté- tico, de um país em desenvolvimento, que decidiu que os 
recursos florestais de uma certa região deveriam ser explorados e que uma usina de 
celulose e papel fosse ali instalada, para promover o crescimento econômico local e 
substituir as caras importações de papel. Consequentemente, um certo local foi 
escolhido como a possível localização para a usina. Antes da decisão sobre o iní- cio 
da construção, uma AIA tem que ser elaborada para avaliar as implicações ambientais 
do projeto. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS TÉCNICAS DE AIA 
 
As técnicasde avaliação, segundo a função analítica que apresentam, podem 
ser divididas em: 
 
 técnicas de identificação; 
 técnicas de predição; 
 técnicas de interpretação; 
 técnicas de prevenção; 
 técnicas de comunicação. 
 
Dentre as metodologias conhecidas, algumas apenas identificam os impactos, 
outras são técnicas de identificação e quantificação, outras são basicamente 
conhecidas como técnicas de comunicação. Por outro lado, ao se abordar as muitas 
classificações dos diferentes métodos existentes, deve-se ter em conta que nenhum 
está totalmente desenvolvido, nem resulta absolutamente idôneo para um 
determinado projeto. Em todos os casos, tem-se que ajustar o modelo à complexa 
realidade física e socio-econômica que apresenta uma dada localização. Assim é que 
quase sempre se opera com uma metodologia "ad hoc". 
Existem várias classificações para as metodologias de avaliação de impactos 
ambientais, o presente estudo segue a classificação adotada por Warner e Bormley 
(1974), que as dividiu em cinco grupos. Acrescenta-se a estes um sexto grupo 
 
 
constituído pelos modelos de predição. 
 Métodos " ad hoc "; 
 Check list ou Listagem de controle; 
 Matrizes; 
 Sobreposição de mapas; 
 Diagramas; 
 Modelos de predição 
 
MÉTODOS "AD HOC" OU ESPONTÂNEOS 
 
Compreendem técnicas rápidas de avaliação de impactos, desenvolvidas para 
projetos já defini- dos, ou seja, o método é aplicado apenas para um caso específico, 
pela equipe solicitada para fazer a avaliação. De um modo geral, estas técnicas não 
se prendem a métodos já definidos, mas podem aproveitar idéias dos mesmos para 
elaborar uma informação qualitativa ampla para comparação de alternativas de 
localização ou de processos de operação de um dado empreendimento. 
 
CHECK LIST OU LISTAGEM DE CONTROLE 
 
É um método de identificação, utilizado principalmente para avaliações 
preliminares. Consiste de uma lista de fatores ambientais que podem ser afetados 
pelo empreendimento, a ser utilizada para uma avaliação rápida dos impactos 
ambientais do mesmo em uma determinada área. Através dessas listas, os impactos 
ambientais são identificados de forma qualitativa para tipos específicos de projetos, a 
fim de assegurar que todos os itens sejam considerados. Desse modo, elabora-se 
uma lista para projetos de recursos hídricos, outra para projetos petroquímicos, 
etc.(Quadro 17.1). 
Nas listas de checagem os impactos ambientais podem ser classificados como 
diretos/indiretos, reversíveis/irreversíveis, etc. Devem ser acompanhadas de um texto 
que descreva detalhadamente as possíveis variações dos fatores ambientais 
assinalados; este texto constitui o estudo de impacto propriamente dito. Os impactos 
assinalados podem também ser valorados, e, sempre de forma subjetiva, podem 
ainda ser ponderados entre si. Assim, as listas evoluem de listas simples para listas 
 
 
descritivas, lista de verificação e escala e listas de verificação, escala e ponderação. 
Vale lembrar mais uma vez que é um método de identificação qualitativo e, como tal, 
presta-se muito bem para análises preliminares, com uma grande vantagem pois 
oferece a possibilidade de cobrir ou identificar quase todas as áreas de impacto. 
 
MATRIZES 
 
As matrizes são técnicas de identificação de impactos ambientais, onde as 
colunas são constituí- das por uma lista das ações do projeto e as linhas por fatores 
ambientais que podem ser afetados por aquelas ações. O cruzamento das ações do 
projeto com os fatores ambientais da área, permite a identificação das relações de 
causa-efeito, ou seja, dos impactos ambientais. 
A matriz mais conhecida e utilizada no mundo inteiro é a Matriz de Leopold et 
al (1971), que na sua composição original possui 88 linhas e 100 colunas, perfazendo 
um total de 8.800 interações. Cada interação assinalada para um empreendimento 
corresponde a um impacto ambiental. Nessa matriz, cada impacto assinalado é 
avaliado segundo a sua magnitude e grau de importância, recebendo valores de 1 a 
10. A magnitude tem caráter quantitativo e diz respeito a dimensão do impacto sobre 
um setor específico do meio ambiente, por exemplo: a carga poluidora lançada no rio. 
Deve ser precedida de sinal + ou -, segundo se trate de um efeito positivo ou negativo 
sobre o ambiente. A importância, tem caráter qualitativo, é a medida do peso relativo 
que o fator ambiental alterado tem dentro do projeto, por exemplo: a carga poluidora 
lançada considerando as condições do rio e a frequência com que ocorre. A matriz 
deverá ser acompanhada de um texto que irá abordar os impactos mais significativos. 
 
Quadro 17.1: Check list para projetos industriais (PNUMA). 
Possibilidades de emprego Diversidade de empregos Desenvolvimento de 
especialidades 
Possibilidade de formação técnica 
Transferência de tecnologia Migração de população 
Estrutura da população Demanda de moradia 
Equipamentos educacionais 
Equipamentos médico-sanitários 
Estrutura de salários 
 
 
Distribuição da renda 
Oportunidades empresariais 
Serviços comerciais 
Desenvolvimento dos recursos locais 
Efeitos sobre a utilização das terras 
Colheitas agrícolas 
Granjas de gado/aves 
Serviços de transporte 
Valor das propriedades 
Qualidade do ar 
Qualidade das águas doces 
Efeitos sobre a zona costeira 
Emissões gasosas 
Carga de efluentes 
Eliminação de resíduos sólidos Efeito sobre a fauna 
Efeitos sobre a flora 
Instalações e recursos recreativos 
Níveis de ruído e vibrações 
Qualidade visual e paisagem 
Fonte: BOLEA, M. T. E.(1977). 
 
A Matriz de Leopold tem aspectos bastante positivos, dentre os quais cabe 
destacar os poucos requisitos necessários à sua aplicação e sua utilidade na definição 
de efeitos, pois contempla de forma bastante completa os fatores físicos, biológicos e 
sociais envolvidos. Por outro lado, por não haver critério único de valorização, pode-
se dizer que a matriz de Leopold é um sistema um tanto quanto subjetivo de avaliação. 
Não obstante, quanto mais multidisciplinar for a equipe avaliadora, mais próximo se 
estará de um nível objetivo de avaliação. 
Na matriz de Leopold, apenas os impactos diretos podem ser identificados, não 
sendo possível avaliar interações mais complexas e impactos indiretos. Como a 
variável tempo não é considera- da, não é possível distinguir impactos imediatos 
daqueles de longo prazo, nem os temporários dos permanentes, reversíveis dos 
irreversíveis, etc.. Desse modo, surgiram as matrizes de interação onde os impactos 
podem ser interpretados segundo a sua natureza. 
 
 
 
SOBREPOSIÇÃO DE MAPAS 
 
A sobreposição de mapas constitui uma boa ferramenta de comunicação, 
sobretudo em estudos do meio físico. Consiste na utilização de mapas onde a área 
afetada pelo projeto é dividida em retículas. Obtém-se assim uma série de unidades 
geográficas e em cada uma delas se estuda os impactos ambientais através de 
indicadores previamente estabelecidos. Utilizando-se de transparências, os 
resultados obtidos são assinalados nos mapas correspondentes. Sobrepõe-se depois 
os resultados das distintas transparências e, tratando-se todas estas informações, 
chega-se as conclusões finais. 
 
DIAGRAMAS / REDES DE INTERAÇÃO 
 
São métodos que tratam da avaliação de impactos indiretos. São 
representações em forma de diagramas da sucessão de impactos, através de 
conexões entre os indicadores. 
Proposto por Sorensen (1974), o método organiza uma sequência de efeitos 
provocados por cada ação do projeto - os impactos diretos. A partir da identificação 
dos impactos diretos, a cadeia ou sucessão de impactos indiretos, seus respectivos 
efeitos e as medidas mitigadoras, são descritas através de um fluxograma, ou seja, 
uma rede ou sistema de interação. Um exemplo da rede é mostrado na figura 17.1. 
 
Corrosão de materiais Indústria SO2 Poluição do ar H2SO4Efeitos sobre as plantas 
 Acidificação dos lagos 
 
Problemas respiratórios 
 
 
 Cardiopatias 
 
 
 
Redução da biodiversidade do lago 
 
 
 
MODELOS DE PREDIÇÃO 
 
A avaliação do impacto de poluentes na atmosfera e nas águas geralmente é 
feita utilizando-se métodos de predição, os quais se baseiam em modelos de difusão 
desses poluentes no ar e nas águas. Um modelo não é outra coisa que uma 
representação física ou matemática - ou no melhor dos casos física-matemática -, que 
reproduz as características e condições ambientais de um ecossistema real, de modo 
que analisando esta informação e as interações, possamos chegar à percepção de tal 
sistema frente às ações modificadoras impostas pelo homem. Teoricamente é o 
melhor método, devido à sua capacidade de predição, porém é um método caro, que 
exige capa- citação, tempo e muitos recursos. 
 
GERENCIAMENTO AMBIENTAL (ISO 14.000) 
 
Durante os capítulos anteriores procurou-se entender o ambiente, definir os 
problemas ambientais identificando algumas soluções e como atuar, fazer algo que 
leve a melhorar a situação. A ação com vistas a solução das questões ambientais é 
função dos órgãos gestores. As ações gerenciais para resolver um problema 
consistem no estabelecimento de objetivos a cumprir, de um sistema a seguir e de 
uma estrutura organizacional para enfrentar a situação. Os objetivos a cumprir foram 
definidos pela Lei do Meio Ambiente, no 6938/81 que trata da Política Nacional do 
Meio Ambiente. Esta, complementada por Decretos e Resoluções, define também o 
sistema a seguir e estabelece a estrutura organizacional a nível de Poder Público. As 
ações ambientais também são gerenciadas pela comunidade, no momento em que 
ela exige um ambiente sadio, estabelece restrições aos produtos ambientalmente 
nocivos e solicita audiência pública para discussão das questões ambientais. E, nesse 
meio, encontra-se o empreendedor que deve satisfazer às exigências do Poder 
Público (Legislação Ambiental) e da comunidade. 
Até recentemente as questões ambientais eram tratadas com regulamentação 
técnica, pela definição de padrões de qualidade e limites de emissões que deviam ser 
respeitados pelos geradores de impactos ambientais. Atualmente, verifica-se uma 
tendência de utilização da proteção ambiental como um fator de diferenciação de 
 
 
produtos, processos e serviços entre empresas e, com a globalização, entre países. 
Tal tendência mundial passou a exigir uma avaliação mais sistemática das questões 
ambientais, surgindo assim normas internacionais de gerenciamento ambiental - série 
ISO 14.000. As normas dessa série tratam de uma abordagem sistêmica da gestão 
ambiental e possibilitam a certificação de empresas e produtos que as cumpram. 
 
ISO 14.000 - GESTÃO AMBIENTAL 
 
A International Organization for Standardization - ISO, fundada em 1947, com 
sede na Suíça, é uma organização não governamental que congrega os órgãos de 
normalização de mais de cem países. O Brasil participa da organização através da 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. A ISO busca normas de 
homogeneização de procedimentos, de medidas, de materiais e/ou de uso que 
reflitam o consenso internacional em todos os domínios de atividade, com exceção do 
campo eletro-eletrônico. 
A ISO 14.000 visa ser uma referência consensual para a gestão ambiental no 
mercado globalizado. Na sua concepção, a ISO 14.000 tem como objetivo central um 
Sistema de Gestão Ambiental que auxilie as empresas a cumprirem suas 
responsabilidades com respeito ao meio ambiente. Em decorrência criam a 
certificação através de rótulos ecológicos, possibilitando identificar aquelas empresas 
que atendem à legislação ambiental e cumprem os princípios do desenvolvi- mento 
sustentável. A série ISO 14.000 pode ser resumida em seis grupos de normas 
divididos em dois grandes blocos, um direcionado para o produto, outro para a 
organização (Figura 18.1). 
 
 
 
 
 
Figura 18.1: Organização da série ISO 14.000. 
 
 
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL - SGA 
 
 
Rotulagem Ambiental 
Análise do Ciclo de Vida 
Aspectos Ambientais de Normas de Produtos 
 
 
 
Um sistema de gestão ambiental - SGA (ISO 14.001) - pode ser definido como 
um conjunto de procedimentos para administrar uma organização, de forma a obter o 
melhor relacionamento com o meio ambiente. A implantação do mesmo é feita em 
cinco etapas sucessivas. Todas essas etapas buscam a melhoria contínua, ou seja, 
um ciclo dinâmico no qual está se reavaliando permanentemente o sistema de gestão 
e procurando a melhor relação possível com o meio ambiente. A figura 18.2 ilustra o 
modelo do SGA. 
 
 
 
Figura 18.2: Representação dos elementos do SGA. 
 
AUDITORIA AMBIENTAL 
 
A auditoria ambiental é um instrumento de gestão que permite fazer uma 
avaliação sistemática, periódica, documentada e objetiva dos sistemas de gestão e 
do desempenho ambiental de empresas, para fiscalizar e limitar o impacto de suas 
atividades sobre o meio ambiente. Ela pode ser voluntária, por decisão da empresa 
de conformidade com a sua Política Ambiental ou imposta por legislação local. Pode 
ainda ser interna, realizada pelo pessoal da própria empresa, de forma rotineira, como 
 
 
 
 
 
 
 Aspectos ambientais e impactos associados 
 Requisitos legais e corporativos 
 Objetivos e metas 
 Programa de gerenciamento ambiental 
 
 
 
 
 Medições periódicas 
 Ações corretivas e preventivas 
 Registros das anormalidades 
 Auditorias do sistema de gestão 
 
 
 Alocação de recursos 
 Estrutura e responsabilidade 
 Conscientização e treinamento 
 Comunicações 
 Documentação do sistema de gestão 
 Controle operacional e emergencial 
 
 
parte de sua Política Ambiental, ou externa, realizada por empresas especializa- das, 
quando houver motivos legais que a justifiquem. 
O objetivo básico da auditoria ambiental é avaliar o grau de conformidade do 
estabelecimento com a legislação ambiental e com a Política Ambiental da empresa, 
incorporada ao seu SGA. Os três alvos fundamentais de investigação são: a situação 
do licenciamento, a competência para controle dos riscos ambientais e a 
confiabilidade do monitoramento realizado. 
 
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL 
 
Entende-se por desempenho ambiental o estágio alcançado por uma 
organização no trato das relações entre todos os aspectos das suas atividades e seus 
riscos e efeitos ambientais significantes. A avaliação de desempenho ambiental - ADA 
- é um processo para medir, analisar, avaliar e descrever o desempenho ambiental de 
uma organização contra um determinado critério acorda- do, visando ao 
gerenciamento apropriado. O processo é desenvolvido com base em indicadores de 
desempenho ambiental - IDA - em cada área de avaliação - sistema de gestão, 
sistema operacional e meio ambiente. 
O processo pode ser utilizado pelo gerenciamento de uma organização com 
diversos propósitos, dentre os quais destacam-se: 
 medir, avaliar e analisar o desempenho ambiental; 
 aprimorar e corrigir o desempenho ambiental; 
 para melhorar a compreensão dos efeitos ambientais das atividades da 
organização; 
 contribuir para a constante identificação e priorização de políticas 
ambientais; 
 demonstrar conformidade; 
 comunicar para as partes interessadas internas e externas; 
 avaliar riscos ambientais. 
 
ROTULAGEM AMBIENTAL 
 
A rotulagem ambiental da série ISO 14.000 consiste em normas para disciplinar 
 
 
o uso de selos e mensagens relacionadas ao meio ambiente, contidas nos produtos 
ou nas respectivas embalagens. Os “selos verdes” em uso desde o final da década 
de setenta por alguns países, passaram a identificar produtos e, consequentemente, 
prestigiar empresas que segundo os seus outorgantes, nãocausariam danos ao meio 
ambiente. A regulamentação do seu uso através de normas internacionais visa 
homogeneizar a linguagem e o seu uso no tempo da globalização. 
O “selo” é definido como uma afirmação que indica os atributos ambientais de 
um produto ou serviço, podendo ter a forma de proclamações, símbolos, gráficos, etc. 
O mesmo tem por objetivo comunicar, de forma verificável, acurada e não enganosa, 
os aspectos ambientais de produtos e serviços, com vistas a encorajar a demanda 
daqueles que causam menor pressão sobre o meio ambiente. A seguir, exemplos de 
selos já em uso no mercado mundial. 
 
Blue Angel, implementado na Alemanha em 1977. Marca 
registrada no Ministério do Meio Ambiente alemão, administrada por 
três agências alemães. É o selo mais empregado em todo o mundo, 
certificando mais de 3.000 produtos, considerados ambientalmente 
sadios, em várias linhas. 
Environmental Choice, implementado no Canadá em 1988, pelo 
ECP - Environmental Choice Programme, do Ministério do Meio 
Ambiente Canadense. Alguns produtos já certificados: 
detergentes, fraldas, baterias, material de construção, utilidades e 
aquecedores domésticos, lâmpadas, lenços de papel reciclado, 
embalagens comerciais, tinta à base de água, produtos de plástico 
reciclado, combustíveis. 
 
Eco Mark, implementado no Japão em 1989. É concedido 
pelo JEA - Associação Japonesa de Meio Ambiente. Alguns 
produtos já certificados: detergentes, produtos de plástico, 
tintas, baterias, pesticidas, artigos eletrônicos, sprays aerosol, 
frutas processadas, comidas para crianças, aditivos 
alimentares, óleos lubrificantes. 
 
 
 
 
ANÁLISE DO CICLO DE VIDA 
 
O ciclo de vida compreende estágios interligados e consecutivos de um sistema 
de produtos ou serviços, desde a extração dos recursos naturais - ‘berço’- até a 
disposição final - ‘túmulo’(Figura 18.3). Este grupo de normas da série ISO 14.000 
estabelece padrões e procedimentos para avaliação “do berço-ao-túmulo” dos 
impactos de produtos ou serviços. 
 
 
ASPECTOS AMBIENTAIS DE NORMAS DE PRODUTOS 
 
Qualquer produto produz algum efeito sobre o meio ambiente durante seu ciclo 
de vida. Estes efeitos podem variar de leves a insignificantes; de curto ou longo prazo 
e podem ocorrer nos níveis local, regional ou global. Precauções nas normas de 
produtos podem influenciar significativamente a extensão de tais efeitos ambientais. 
Este grupo de normas apresenta: 
 considerações gerais que devem ser levadas em conta quando do 
desenvolvimento do produto, a fim de alcançar o desempenho 
pretendido com redução dos efeitos adversos sobre o meio ambiente; 
 descreve os meios pelos quais os dispositivos das normas e produtos 
podem afetar o meio ambiente, durante os estágios do ciclo de vida do 
produto; 
 oferece descrição de metodologias científicas para avaliação dos efeitos 
ambientais dos dispositivos das normas de produtos; e 
 evidencia estratégia para aprimorar o desempenho ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ISO 14.000 se aplica a qualquer tipo de empreendimento ou organização, 
por exemplo, um negócio, uma empresa, um órgão governamental, uma instituição de 
caridade ou sociedade, etc., dos mais diversos portes e nas mais diferentes condições 
sociais, culturais, e geográficas. Com a ISO 14.000, empresas localizadas em países 
diferentes, participam de um sistema único de certificação, o qual deixa de ser barreira 
para o comércio internacional. Tem caráter voluntário, mas é de se esperar que, com 
o aumento do grau de informação dos consumidores, muitas empresas optem pela 
norma ambiental, que sem dúvida será decisória na competitividade. 
 
ECOPRODUTOS E O CONSUMIDOR ‘VERDE’ 
 
A aplicação da ISO 14.000 reforça a presença de ecoprodutos no mercado. Os 
ecoprodutos ou produtos ‘verdes’ refletem um novo paradigma de consumo, contrário 
à mentalidade de uso e descarte de produtos, e, em particular, de produtos 
descartáveis. Segundo Simon (1992), ecoproduto é aquele que apresenta as 
seguintes características: 
 reduzido consumo de matérias-primas e elevado índice de conteúdo 
reciclável; 
 produção não poluidora e matérias não tóxicas; 
 não realiza testes desnecessários com animais e cobaias; 
 não produz impacto negativo ou danos a espécies em extinção ou 
ameaçadas de extinção; 
 tem baixo consumo de energia durante seu ciclo de vida; 
 a embalagem é mínima ou nula; 
 possibilita o reuso ou reabastecimento; 
 tem período longo de uso, permitindo atualizações; 
 permite a coleta e desmontagem após o uso; 
 possibilita remanufatura ou reutilização; 
 
O consumidor de ecoprodutos ou consumidor ‘verde’ é aquele que incorpora a 
qualidade ao preço ambiental relativo aos impactos ambientais do ciclo de vida do 
produto. Segundo Elkington, Hailes e Makowwer (1988)6, o consumidor verde é 
aquele que tem o seguinte comportamento: 
 
 
 
 busca a qualidade evitando produtos com impactos ambientais 
negativos; 
 recusa os produtos derivados de espécies em extinção ou ameaçadas 
de extinção; 
 observa os certificados de origem e os selos verdes; 
 leva em conta a biodegradabilidade do produto; 
 escolhe produtos isentos de alvejantes e corantes; 
 admite sobrepreço relativo à qualidade ambiental do produto; 
 não compra produtos com empacotamento excessivo; 
 prefere produtos com embalagem reciclável e/ou retornável; e 
 evita produtos com embalagem não biodegradável. 
 
AS 17 LEIS AMBIENTAIS DO BRASIL 
 
1 – Lei da Ação Civil Pública – 
número 7.347 de 24/07/1985. 
 
Lei de interesses difusos, trata da ação civil 
pública de responsabilidades por danos 
causados ao meio ambiente, ao consumidor e 
ao patrimônio artístico, turístico ou paisagístico. 
 
2 – Lei dos Agrotóxicos – número 7.802 de 10/07/1989. 
 
A lei regulamenta desde a pesquisa e fabricação dos agrotóxicos até sua 
comercialização, aplicação, controle, fiscalização e também o destino da 
embalagem. 
Exigências impostas: 
-obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao 
consumidor. 
-registro de produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde. 
- registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
 
 
- O descumprimento desta lei pode acarretar multas e reclusão. 
 
3 – Lei da Área de Proteção Ambiental – número 6.902 de 27/04/1981. 
 
Lei que criou as “Estações Ecológicas “, áreas representativas de ecossistemas 
brasileiros, sendo que 90 % delas devem permanecer intocadas e 10 % podem sofrer 
alterações para fins científicos. Foram criadas também as “Áreas de Proteção 
Ambiental ” ou APAS, áreas que podem conter propriedades privadas e onde o poder 
público limita as atividades econômicas para fins de proteção ambiental. 
 
4 – Lei das Atividades Nucleares – número 6.453 de 17/10/1977. 
 
Dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a responsabilidade 
criminal por atos relacionados com as atividades nucleares. Determina que se houver 
um acidente nuclear, a instituição autorizada a operar a instalação tem a 
responsabilidade civil pelo dano, independentemente da existência de culpa. Em 
caso de acidente nuclear não relacionado a qualquer operador, os danos serão 
assumidos pela União. Esta lei classifica como crime produzir, processar, fornecer, 
usar, importar ou exportar material sem autorização legal, extrair e comercializar 
ilegalmente minério nuclear, transmitir informações sigilosas neste setor, ou deixar 
de seguir normas de segurança relativas à instalação nuclear. 
 
5 – Lei de Crimes Ambientais – número 9.605 de 12/02/1998. 
 
 
 
 
Reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às infrações e 
punições. A pessoa jurídica, autora ou co-autora da infração ambiental, pode ser 
penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver sido criada ou usada 
para facilitar ou ocultar um crime ambiental. A punição pode ser extinta

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