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PLANO DE AULA 10 - DIREITO PENAL III 2020 docx

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SEMANA 10
	
	
	ESTUPRO DE VULNERÁVEL – 
ART. 217-A, CP
Bem jurídico tutelado
Tutela a dignidade sexual do indivíduo menor de 14 anos ou daquele que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo)
Elemento normativo: NÃO HÁ
Elemento subjetivo: somente há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com indivíduo nas condições previstas no caput ou § 1º. Não é exigida finalidade especial
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, pode ser qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO – a vítima só pode ser pessoa com menos de 14 anos (caput) ou portadora de enfermidade ou deficiência mental ou incapaz de discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, sem condições de oferecer resistência.
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o crime com a prática do ato de libidinagem.
SÚMULA N. 593, STJ
O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente. Terceira Seção, aprovada em 25/10/2017, DJe 6/11/2017.
	
	
Tentativa – é perfeitamente possível, ou seja, iniciada a execução do ato de libidinagem, o ato sexual visado não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME MATERIAL (que causa transformação no mundo exterior); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação); CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo); CRIME INSTANTÂNEO (a consumação opera-se de imediato, não se alongando no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta.)
CONCEITO DE VULNERÁVEL PARA FINS PENAIS
Vulnerável é algo ou alguém que está suscetível a ser ferido, ofendido ou tocado. Vulnerável significa uma pessoa frágil e incapaz de algum ato. O termo é geralmente atribuído a mulheres, crianças e idosos, que possuem maior fragilidade perante outros grupos da sociedade.
Na sociedade, um indivíduo vulnerável é aquele possui condições sociais, culturais, políticas, étnicas, econômicas, educacionais e de saúde diferente de outras pessoas, tornando uma situação desigual. O fato de existirem indivíduos em uma situação vulnerável faz com que tenha uma desigualdade na sociedade.
O Legislador brasileiro adotou concepções distintas de vulnerabilidade, ou seja, na ótica do legislador existe duas espécies ou modalidade de vulnerabilidade. VULNERABILIDADE ABSOLUTA que se refere ao menor de 14 anos (art. 217-A) e VULNERABILIDADE RELATIVA que se refere ao menor de 18 anos, empregada ao contemplar a figura do favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual (art. 218-B). 
Figuras típicas 
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
§ 1o  Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
§ 2o  (VETADO) 
§ 3o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. 
§ 4o  Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.” 
§ 5º  As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime.  (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
	
   Questões relevantes
A prática do estupro com violência presumida em continuidade delitiva, estendendo- se para além da entrada em vigor da Lei 12.015/09 e o enunciado n° 711, da Súmula do STF.
INFORMATIVO 725, STF, CLIPPING
AG. REG. NO RE EM HC N. 97.664-DF
RELATOR: MIN. TEORI ZAVASCKI
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL. ESTUPRO CONTRA VÍTIMA MENOR DE 14 ANOS. ART. 213 C/C ART. 224, A, DO CP, COM REDAÇÃO ANTERIOR À LEI 12.015/2009. VIOLÊNCIA PRESUMIDA. CARÁTER ABSOLUTO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
1. A jurisprudência majoritária do Supremo Tribunal Federal reafirmou o caráter absoluto da presunção de violência no crime de estupro contra vítima menor de catorze anos (art. 213 c/c art. 224, “a”, do CP, com a redação anterior à Lei 12.015/2009), sendo irrelevantes, para tipificação do delito, o consentimento ou a compleição física da vítima. Precedentes.
2. Agravo regimental a que se nega provimento.
A hediondez do estupro de vulnerável;
É crime hediondo, conforme art. 1º, IV, da Lei 8072/90.
Ação penal no estupro de vulnerável.
ART. 225 do Código Penal.
JURISPRUDÊNCIA:
INFORMATIVO 555, STJ, (6ª TURMA)
DIREITO PENAL. CONSUMAÇÃO DO CRIME DE ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR MEDIANTE VIOLÊNCIA PRESUMIDA.
Considera-se consumado o delito de atentado violento ao pudor cometido por agente que, antes da vigência da Lei 12.015/2009, com o intuito de satisfazer sua lascívia, levou menor de 14 anos a um quarto, despiu-se e começou a passar as mãos no corpo da vítima enquanto lhe retirava as roupas, ainda que esta tenha fugido do local antes da prática de atos mais invasivos. Considerar consumado atos libidinosos diversos da conjunção carnal somente quando invasivos, ou seja, nas hipóteses em que há introdução do membro viril nas cavidades oral, vaginal ou anal da vítima, não corresponde ao entendimento do legislador, tampouco ao da doutrina e da jurisprudência acerca do tema. Conforme ensina a doutrina, libidinoso é ato lascivo, voluptuoso, que objetiva prazer sexual; aliás, libidinoso é espécie do gênero atos de libidinagem, que envolve também a conjunção carnal. Nesse contexto, o aplicador precisa aquilatar o caso concreto e concluir se o ato praticado foi capaz de ferir ou não a dignidade sexual da vítima. Quando o crime é praticado contra criança, um grande número de outros atos (diversos da conjunção carnal) contra vítima de tenra idade, são capazes de lhe ocasionar graves consequências psicológicas, devendo, portanto, ser punidos com maior rigor. Conforme já consolidado pelo STJ: "o ato libidinoso diverso da conjunção carnal, que caracteriza o delito tipificado no revogado art. 214 do CP, inclui toda ação atentatória contra o pudor praticada com o propósito lascivo, seja sucedâneo da conjunção carnal ou não, evidenciando-se com o contato físico entre o agente e a vítima durante o apontado ato voluptuoso" (AgRg no REsp 1.154.806-RS, Sexta Turma, DJe 21/3/2012). Por certo, não há como classificar, com rigidez preestabelecida, os contatos físicos que configurariam o crime de atentado violento ao pudor em sua forma consumada. Cada caso deve ser analisado pelo julgador de maneira artesanal, e algumas hipóteses menos invasivas entre pessoas adultas poderão, singularmente, até mesmo afastar a configuração do crime sexual, permanecendo, residualmente, a figura contravencional correspondente. Na hipótese em análise, entretanto, ficou evidenciada a prática de ato libidinoso diverso da conjunção carnal em desfavor da vítima em um contexto no qual o réu satisfez sua lascívia ao acariciar o corpo nu do menor.Ressalta-se, por fim, que a proteção integral à criança, em especial no que se refere às agressões sexuais, é preocupação constante de nosso Estado, constitucionalmente garantida (art. 227,caput e § 4º, da CF), e de instrumentos internacionais. REsp 1.309.394-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 3/2/2015, DJe 20/2/2015.
USO DE MENOR PARA SATISFAZER A LASCÍVIA DE OUTREM (CORRUPÇÃO DE MENORES) ART. 218
O legislador não atribuiu nomen juris a esta figura penal. CEZAR ROBERTO BITENCOURT denomina “uso de menor para satisfazer a lascívia de outrem”. Já ROGÉRIO GRECO mantém o nomen juris do texto anterior, ou seja, “corrupção de menores.
Bem jurídico tutelado
Tutela-se a dignidade sexual do vulnerável menor de 14 anos. ROGÉRIO GRECO entende que além da dignidade sexual do menor de 14 anos, tutela-se também o direito o direito a um desenvolvimento sexual condizente com a sua idade 
Elementos do tipo (subjetivo, descritivo e normativo)
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo)
Elemento normativo: NÃO HÁ
Elemento subjetivo: somente o elemento subletivo geral, ou seja, o DOLO, consistente na vontade consciente de induzir a vítima a satisfazer a lascívia alheia, devendo o agente ter ciência de que pratica a conduta em face de menor de 14 anos.
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, qualquer pessoa pode praticar o crime, ou seja homem ou mulher..
SUJEITO PASSIVO – qualquer pessoa, ou seja, homem ou mulher. 
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se com a prática de qualquer ato pela vítima destinado a satisfazer a lascívia de outrem, não se exigindo efetiva satisfação sexual desse terceiro.
	
	
Tentativa – é perfeitamente possível.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado se produz de imediato); quanto ao resultado é CRIME MATERIAL (que causa transformação no mundo exterior); CRIME COMISSIVO (os verbos implicam em ação, excepcionalmente pode ser omissivo impróprio); CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo); CRIME INSTANTÂNEO (a consumação opera-se de imediato, não se alongando no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta.)
Figuras típicas 
Art. 218.  Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único.  (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Revogação da Lei 2.252/54 e a alteração promovida na Lei 8.069/90
A corrupção de menores prevista na lei 2252/54 foi revogada, porém não houve abolitio criminis, vez que a conduta continua sendo típica, ou seja, agora a conduta está prevista no art. 244-B da Lei 8069/90.
O tipo do art. 218 do CP não se confunde com o art. 244-B da Lei 8069/90. Primeiro porque o art. 218 do CP trata especificamente de conduta lesiva à dignidade sexual, é especial em relação ao art. 244-B do ECA, que é aplicável à coautoria e à participação, com menor de 18 anos, em infração penal de qualquer natureza (crime ou contravenção). Segundo porque os elementos constitutivos dos respectivos tipos penais são diversos. No art. 218 do CP o crime consiste em induzir menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem; no art. 244-B do ECA o crime reside em corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la 
AÇÃO PENAL
É pública incondicionada (art. 225, CP)
JURISPRUDÊNCIA CORRUPÇÃO DE MENORES
INFORMATIVO 518, STJ, (6ª TURMA)
DIREITO PENAL. CONSUMAÇÃO NO CRIME DE CORRUPÇÃO DE MENORES.
A simples participação de menor de dezoito anos em infração penal cometida por agente imputável é suficiente à consumação do crime de corrupção de menores — previsto no art. 1º da revogada Lei n. 2.252/1954 e atualmente tipificado no art. 244-B do ECA —, sendo dispensada, para sua configuração, prova de que o menor tenha sido efetivamente corrompido. Isso porque o delito de corrupção de menores é considerado formal, de acordo com a jurisprudência do STJ. HC 159.620-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 12/3/2013. 
INFORMATIVO 393, STJ, (5ª TURMA)
CORRUPÇÃO. MENOR. CRIME DE PERIGO.
A Turma denegou a ordem por considerar, no caso, de rigor a condenação do paciente pela prática do crime de corrupção de menores previsto no art. 1º da Lei n. 2.252/1954, que é de perigo, sendo descipienda, portanto, a demonstração de efetiva e posterior corrupção penal do menor. No caso dos autos, não ficou demonstrado conforme consignado no acórdão recorrido, que o menor participante da conduta delituosa tivesse passagens pelo juízo da infância e da juventude pela prática de atos infracionais ou, ainda, que tenha sido o mentor do crime de roubo. Observa o Min. Relator, quanto à anterior inocência moral do menor, que essa se presume iuris tantum (não iuris et de iure) como pressuposto fático do tipo. Explica que quem já foi corrompido logicamente não pode ser vítima de corrupção, todavia não é possível que o réu adulto tenha a seu favor a presunção de inocência e o menor envolvido tenha contra si uma presunção oposta. Precedentes citados: REsp 852.716-PR, DJ 19/3/2007; REsp 853.350-PR, DJ 18/12/2006, e REsp 822.977-RJ, DJ 30/10/2006. HC 128.267-DF, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 5/5/2009.
	
	
SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE (ART. 218-A)
Bem jurídico tutelado
A liberdade sexual em sentido amplo dos menores de 14 anos.
 
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo)
Elemento normativo: NÃO HÁ
Elemento subjetivo: há o elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO, que é a vontade consciente de praticar as ações descritas no tipo penal e o ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO que se verifica pela expressão “a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem. 
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum pode ser praticado por qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO – somente pode ser o menor de 14 anos, tanto do sexo masculino como do feminino.
Consumação e tentativa
Consumação – há duas modalidades distintas de condutas. A) praticar ato de libidinagem (conjunção carnal ou outro ato libidinoso) na presença de menor e b) induzir a presenciá-lo. Na modalidade PRATICAR, como crime material, consuma-se com a efetiva prática de ato libidinoso, na presença de menor de 14 anos. Na modalidade INDUZIR a presenciá-lo, também como crime material (para alguns formal), consuma-se com o efetivo induzimento, ou seja, quando a vítima é convencida pelo agente a presenciar a prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso 
	
	
Tentativa – admite-se a tentativa.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM na receptação própria (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado se produz de imediato); quanto ao resultado é CRIME MATERIAL; CRIME COMISSIVO (é da essência do próprio verbo nuclear, que só pode ser praticado por meio de uma ação positiva); CRIME DOLOSO (não há figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta.)
Figuras típicas 
“Satisfação de lascíviamediante presença de criança ou adolescente 
Art. 218-A.  Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.” 
Forma de promoção da ação penal.
Art. 225 do CP
FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL (ART. 218-B) - Rubrica alterada pela Lei 12.978/14 
Bem jurídico tutelado
É genericamente a dignidade sexual de pessoa definida como vulnerável, sendo certo que no art. 218-B vulnerável é o menor de 18 anos (nos outros dispositivos é o menor de 14 anos).
 
Elementos do tipo (subjetivo, descritivo e normativos);
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo)
Elemento normativo: NÃO HÁ
Elemento subjetivo: elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO, que é a vontade consciente de praticar as ações descritas no tipo penal . 
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, qualquer pessoa pode praticá-lo.
SUJEITO PASSIVO – somente pode ser o menor de 18 anos, tanto do sexo masculino como do sexo feminino..
Consumação e tentativa
Consumação – é desnecessário para a consumação que a vítima se entregue à prostituição com a multiplicidade de relações carnais, pois o que se objetiva é a resolução ou deliberação da vítima de dedicar-se à prostituição, podendo caracterizar-se com a frequência a estabelecimento adequado, pelo modo de vida etc.
Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa (§ 1º)
	
	
Tentativa – admite-se a tentativa em todas as hipóteses.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME MATERIAL; CRIME COMISSIVO (é da essência do próprio verbo nuclear, que só pode ser praticado por meio de uma ação positiva); CRIME DOLOSO, não há modalidade culposa; CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo); CRIME HABITUAL, ou seja, constitui-se de atos que, isoladamente, são penalmente irrelevantes; CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta.)
ART. 218-B COMO CRIME HEDIONDO
De acordo com a Lei LEI Nº 12.978, DE 21 MAIO DE 2014. foi acrescentado o inciso VIII ao art. 1º da Lei 8072/90. Assim, tal crime é tipificado como hediondo.
Art. 2º O art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso VIII:
"Art. 1º ....................................................................................
.........................................................................................................
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).
OBS – FERNANDO CAPEZ entende que tal crime não é habitual, bastando seja praticada uma única ação de induzir, atrair etc. para a consumação
Figuras típicas 
Art. 218-B.  Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o  Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o  Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
	§ 3o  Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU CENA DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, DE CENA DE SEXO OU DE PORNOGRAFIA – ART. 218-C, CP
Bem jurídico tutelado
 
Dignidade e moralidade sexual
Elementos do tipo (subjetivo, descritivo e normativo)
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo)
Elemento normativo: “SEM CONSENTIMENTO” ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: é o DOLO, elemento subjetivo geral, ou seja, consistente na vontade consciente de praticar ato libidinoso. Não há também elemento subjetivo específico do tipo.
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – trata-se de crime comum, qualquer pessoa pode praticar.
SUJEITO PASSIVO – o sujeito passivo pode ser qualquer pessoa.
Consumação e tentativa
Consumação – o momento consumativo ocorre quando praticado qualquer verbo.
	
	
Tentativa – é possível.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (que não necessita de causar transformação no mundo exterior); CRIME COMISSIVO (o verbo implica em ação); CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio); CRIME INSTANTÂNEO ou PERMANENTE (a depender do núcleo do tipo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta).
OBS: Tendo em vista o que determina o preceito secundário “se o ato não constitui crime mais grave” trata-se de crime subsidiário.
		
	
	
	
	
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia  (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Art. 218-C.  Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:  (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Aumento de pena   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
§ 1º  A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação.   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Exclusão de ilicitude   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
§ 2º  Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito)anos.  (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA DIGNIDADE SEXUAL:
	
	
	
	Art. 225.  Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública incondicionada.  (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)
	 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
Art. 226. A pena é aumentada:               (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)  
        I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;          (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
        II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela;  (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)
        III -   (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado:   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Estupro coletivo   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Estupro corretivo   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.  (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

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