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Vestimentas de proteção (Revista Emergência)

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ESPECIAL/ROUPAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
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Emergência24 DEZEMBRO / 2016
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ESPECIAL/ROUPAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
Emergência 25
VESTIMENTAS
DE PROTEÇÃO
Reportagem de Bruna Klassmann
No cotidiano da profissão, bombeiros, brigadistas e demais profissionais de resposta à emergência empenham-se 
em atividades de risco, entre elas, no combate a 
incêndio. Esta atividade é uma das mais perigo-
sas e desgastantes pela exposição a altas tempe-
raturas, realização de grande esforço físico por 
período prolongado, sem mencionar os riscos 
de queimaduras e intoxicações. Para atuar no 
combate a incêndios, os profissionais do fo-
go não podem utilizar somente os tradicionais 
EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) 
industriais. Existem, atualmente no mercado, 
os equipamentos específicos para serem usa-
dos neste tipo de ocorrência, entre eles, estão 
as roupas de proteção para combate a incêndio. 
Falta de normas brasileiras 
afeta a padronização,
a certificação e a 
qualidade do produto
Uma das principais características desta roupa 
é ter máxima proteção e maior conforto para o 
profissional. Com isto, as vestimentas são con-
feccionadas com tecidos especiais, pois preci-
sam ser resistentes à chama e ao mesmo tem-
po fornecer proteção ao calor (calor convecti-
vo, calor radiante e calor de contato), proteção 
mecânica (proteção a rasgos, furos e cortes) e 
proteção química ou biológica. 
Além disto, devem garantir a mobilidade, a 
prevenção de transferência de água e de va-
por, e possuir a devida respirabilidade do usu-
ário, interferindo minimamente na atividade de 
combate a incêndio. “Tratando-se de combate 
a incêndio, a principal característica da roupa 
é que ela seja antichama, ou seja, mesmo em 
condições extremas de exposição ao fogo, ela 
não pode queimar ou propagar a chama, garan-
tindo a integridade física do usuário”, salien-
ta José Inácio Silva, Coordenador de Produtos 
da Santista.
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As vestimentas para proteção contra 
incêndio são representadas por calças, 
casacos, macacões, capas, entre outras 
peças. “As roupas de proteção são im-
prescindíveis para a atuação de bom-
beiros e de brigadistas em plantas de 
alto risco, uma vez que, se trata do EPI 
mínimo para a execução das atividades 
de combate a incêndios”, destaca Jorge 
Alexandre Alves, consultor e instrutor 
especialista em Emergências.
As roupas de proteção tiveram o seu 
perfil alterado nos últimos tempos. Se-
gundo Marco Aurélio Rocha, especialis-
ta em Segurança e Gestão de Emergên-
cias, instrutor certificado NFPA 1041 
e professor de pós-graduação de En-
genharia de Segurança e Incêndio Flo-
restal, os profissionais ao começarem a 
utilizar os EPI’s adequados, especifica-
mente nas ocorrências de incêndios em 
edificações, puderam empregar uma tá-
tica mais agressiva no controle aos in-
cêndios. “O seu uso é recente, pois até 
pouco tempo o EPI utilizado no aten-
dimento das ocorrências de incêndio se 
limitava às capas 7/8 em algumas orga-
nizações de bombeiros”, destaca. O es-
pecialista lembra que por um tempo as 
corporações realizavam o controle do 
fogo com a vestimenta do dia a dia, com 
macacões de brim 100% algodão, além 
dos acessórios como luvas de vaqueta, 
botinas de couro e capacetes de fibra de 
vidro. “Nesta condição não tínhamos 
uma proteção adequada, fazendo com 
que a tática de combate ficasse restrita a 
um ataque indireto (defensivo), fora da 
edificação”, ressalta Rocha.
BARREIRAS
Atualmente, alguns modelos de rou-
pas possuem diferentes camadas para 
a proteção do profissional durante o 
combate ao incêndio, tais como: barrei-
ra contra chamas (camada externa) que 
é o tecido que sofre o primeiro conta-
to com a chama; barreira contra umi-
dade (camada intermediária) que visa 
impedir a entrada de líquidos para a 
parte interna da vestimenta, permitin-
do ainda a transpiração de dentro para 
fora para que não se produza o chama-
do “estresse térmico”; e, por último, a 
barreira térmica (camada interna), que 
pode ser composta por feltros e teci-
dos para fazerem a atenuação térmica 
final para a proteção do combatente. 
Como visto, é importante que as ves-
timentas tenham a camada de barreira 
contra umidade, para que não ocorra o 
“estresse térmico”, uma das principais 
causas de acidentes com bombeiros. O 
gerente de Vendas para a América La-
tina da DuPont, Mauro Guerra, des-
creve esta situação. “Em casos em que 
a vestimenta protege do calor externo, 
mas não permite que o calor metabóli-
co gerado pelo corpo do bombeiro seja 
eliminado, há um acúmulo de calor até 
o momento em que o bombeiro não su-
porta mais e colapsa. O desmaio e con-
fusão mental nestas situações são muito 
comuns e são uns dos principais fatores 
de preocupação durante o combate às 
Vestimentas são representadas por calças, 
casacos, macacões, entre outras peças
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É importante que as vestimentas tenham 
a camada de barreira contra umidade, 
para que não ocorra o “estresse térmico
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ou capa, deixando as pernas des-
protegidas. Caso sejam utilizadas 
somente as botas, sem as calças, 
estas não possuem o isolamento 
térmico adequado para evitar a 
transferência de calor para a parte 
interna das botas, oferecendo ain-
da o risco de entrada de material 
quente, promovendo queimaduras 
nos membros inferiores”, enfatiza. 
Por isto, na composição dos EPIs, 
além de se considerar a qualida-
de de material e construção, eles 
devem estar completos e compa-
tíveis com os riscos aos quais os 
bombeiros e brigadistas estarão expostos.
Assim como as vestimentas, os acessórios tam-
bém precisam passar por cuidados e manutenções. 
“Após as operações, além da verificação na estru-
tura principal da roupa, é importante a verificação 
estrutural dos acessórios, solicitando a substituição 
do equipamento caso haja algum sinal de dano que 
chamas”, comenta. Sobre isto, Rocha 
salienta que “cada vez mais temos es-
tudos sendo direcionados para esta ver-
tente, bem como avanços tecnológicos 
na construção de novos trajes de prote-
ção que possam oferecer um equilíbrio 
melhor de temperatura corporal para o 
combatente”, comenta o especialista.
A situação do “estresse térmico”, po-
de se agravar em um país com tempe-
raturas altas, como o Brasil, pelo fato 
de o profissional ter uma perda maior 
de líquidos no exercício da profissão. 
“Em dias quentes, com umidade alta e 
em condições de intensa atividade de 
trabalho haverá um aumento da tensão 
térmica no corpo, por isto, a fabricação, 
especificação e utilização correta do 
adequado traje de proteção para com-
bate a incêndio é de vital importância 
para estes profissionais, quer seja para 
viabilizar o adequado atendimento, ga-
rantir seu conforto e fornecer a devi-
da proteção à sua saúde e segurança”, 
salienta Rocha.
AMBIENTES DIFERENTES
Os profissionais do fogo ao realiza-
rem o combate a incêndio necessitam 
levar em consideração a avaliação dos 
PROTEÇÃO COMPLETA
Para a resistência dos combatentes no incên-
dio, os profissionais devem estar utilizando além da 
roupa de proteção, todos os demais EPI’s e EPR’s 
(Equipamentos de Proteção Respiratória) adequa-
dos para a atuação nas ocorrências. Isto se refere 
aos acessórios de proteção, como luvas especiais, 
balaclava, capacete, botas de combate a incêndio, 
entre outros. “As características de construção e 
resistência ao calor ou fogo destes equipamentos 
devem ser individuais (por equipamento), porém a 
utilização destes equipamentos deve ser em con-
junto”, destaca Jorge Alexandre Alves, consultor 
e instrutor especialista em Emergências. O espe-
cialista salienta exemplosde equipamentos que 
se completam na hora da atuação contra o fogo. 
“Por exemplo, o capacete de incêndio deve sem-
pre ser utilizado com a balaclava, porque somente 
o capacete não oferece o isolamento de proteção 
térmica adequada para a exposição do bombeiro 
no incêndio, assim como botas e calças devem 
sempre ser utilizadas em conjunto. É prática co-
mum a falta de calças e o uso somente de jaqueta 
diminua seus desempenhos”, finaliza o major Adria-
no Martins, chefe da Divisão de Execução Finan-
ceira do Corpo de Bombeiros de São Paulo e co-
ordenador da Comissão de Estudos de Vestimenta 
de Segurança para Combate a Incêndio da ABNT/
CB32 (Comitê Brasileiro de Equipamentos de Pro-
teção Individual).
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Roupas e acessórios se completam na atuação contra o fogo
riscos locais de exposição para a con-
figuração da vestimenta. Neste tipo de 
ocorrência, o bombeiro e brigadista 
podem sofrer com as chamas, vapor, 
quedas de partes da estrutura, telhas, lí-
quidos aquecidos, objetos pontiagudos, 
gases tóxicos provenientes da combus-
tão, entre outros, dependendo do local 
em atendimento. 
Para exemplificar as roupas específi-
cas para algumas situações de combate 
a incêndio, Alves destaca que em incên-
dios estruturais (edificações e estrutu-
ras) são utilizadas calças e jaquetas, já 
em plataformas e embarcações, prefe-
rencialmente devem ser utilizados ma-
cacões com dispositivos de flutuação 
pessoal internos (coletes salva-vidas), 
em incêndios florestais devem ser uti-
lizadas calças e jaquetas ou macacões 
sem forrações. Além disto, “as roupas 
com muitas peças metálicas como tra-
vas, presilhas, entre outras, não são re-
comendáveis para a exposição em áre-
as com potencial de alta tensão”, des-
creve Alves.
Com relação aos ambientes encontra-
dos pelos bombeiros e brigadistas ao 
combaterem os incêndios, Rocha cita 
o artigo Measurements of the Firefighting 
Environment, dos autores J. A. Foster e 
G. V. Roberts, que descreve o modo de 
classificar as condições em que os pro-
fissionais estão submetidos ao atende-Martins: conhecer os equipamentos
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Silva: integridade física do usuário
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rem os diferentes tipos de ocorrência. 
Uma das condições é de rotina, que é 
a condição de operação mais comum 
para o respondedor. Limite de 25 mi-
nutos a 100ºC na roupa com radiação 
térmica limite de 1 kW/m². Outra con-
dição é a de perigo, quando o bombeiro 
irá trabalhar por um período curto de 
tempo em alta temperatura em combi-
nação com alta radiação térmica. Limi-
te de 1 minuto a 160ºC na roupa com 
radiação térmica de 4 kW/m². Um li-
mite intermediário foi criado para re-
presentar as condições que podem ser 
toleradas por até 10 minutos. Uma ter-
ceira condição é a extrema, que ocorre 
tipicamente em situação de resgate, ou, 
no pior caso, da fuga em uma situação 
de generalização do incêndio. Acontece 
na região acima de 1 minuto a 160ºC 
na roupa com radiação térmica de 4 
kW/m² e abaixo de 235ºC e 10 kW/
m². Por último, tem-se a crítica, que 
envolve condições acima de 235ºC na 
roupa e radiação térmica acima de 10 
kW/m². Nesta condição está presente 
o risco de morte. “Portanto, os EPI’s 
devem oferecer proteção adequada aos 
profissionais usuários conforme a sua 
área de utilização, independente se são 
brigadistas ou bombeiros privados ou 
públicos (militares, municipais ou vo-
luntários)”. 
A partir desta classificação, Rocha 
também salienta o motivo pelo qual é 
necessário a escolha e utilização cor-
reta dos EPI’s, pois se o combatente 
for com os equipamentos inadequados 
ou sobrando, poderá atrapalhar na sua 
atuação. “Se, por um lado, a ausência 
dos itens de proteção expõe os bom-
beiros aos diversos riscos de acidentes 
e lesões próprios dos ambientes das 
ocorrências, por outro, o aumento da 
proteção gera esforços adicionais com 
os quais terão que lidar, tais como o 
aumento do peso a ser carregado, per-
da do tato, da mobilidade e destreza e, 
em particular, o aumento do estresse 
fisiológico”, ressalta.
Um dos exemplos de vestimentas 
que oferece algumas limitações práti-
cas ao combatente, são as capas com-
pridas do tipo 7/8. “No Brasil é muito 
comum a utilização destas capas por 
brigadistas e bombeiros, pois devido 
ao tamanho é possível o compartilha-
mento do mesmo EPI por mais pesso-
as, além do conceito errôneo de acredi-
tar que as capas protegem os membros 
inferiores, não havendo a necessidade 
da utilização de calças de proteção”, 
enfatiza Alves.
CUIDADOS E MANUTENÇÃO
Além dos critérios técnicos para a 
escolha adequada dos equipamentos 
e roupas de proteção contra incêndio, 
é importante que o profissional tenha 
os devidos cuidados antes, durante e 
depois de uma atuação. Além disto, é 
indispensável que seja realizada, a de-
vida manutenção nas vestimentas para 
maior durabilidade e resistência. O ma-
jor Adriano Martins, chefe da Divisão 
de Execução Financeira do Corpo de 
Bombeiros de São Paulo e coordenador 
da Comissão de Estudos de Vestimenta 
de Segurança para Combate a Incêndio 
Rocha: escolha e utilização correta do EPI
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Alves: limpeza após cada uso
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Falta de padrões
 Brasil não conta com normas 
específicas para as roupas de proteção
O Brasil não possui normas especí-
ficas brasileiras quanto às especifica-
ções das vestimentas de proteção utili-
zadas pelos profissionais do fogo, que 
orientem sobre a fabricação, ensaios, 
cuidados, manutenção e substituição 
dos equipa mentos. O país, atualmente, 
se baseia em normas de origem ameri-
cana ou europeia, que podem não ser 
ideais para a realidade brasileira. “Estas 
normas possuem características pecu-
liares às práticas dos bombeiros ameri-
canos e europeus, não sendo exclusivas 
aos bombeiros brasileiros. Apesar de 
atender bem a demanda de hoje, exis-
te a necessidade de se estudar as prá-
ticas brasileiras e adequar as normas 
para as nossas necessidades”, destaca 
Paulo Henrique Nascimento, gestor de 
Contas da Linha Fire da Santanense.
A falta de normas brasileiras também 
levanta outra questão, que é a padroni-
zação das vestimentas. “Como as nor-
mas americanas e europeias são bem 
distintas umas das outras, as vestimen-
tas utilizadas por todo o território na-
cional não necessariamente cumprem 
com os mesmos requisitos. Isto tam-
bém dificulta, por exemplo, os proce-
dimentos de combate a incêndio, pois 
ESPECIFICAÇÕES PARA AQUISIÇÃO
A compra da roupa é um aspecto importan-
te, pois vários pontos precisam ser levados em 
conta. Os equipamentos necessitam ser compa-
tíveis com os riscos dos cenários emergenciais. 
Além disto, deve-se levar em conta a frequência 
de utilização e a qualidade do produto. Para de-
finir um padrão de compra, existe um Termo de 
Referência, publicado pela Senasp (Secretaria 
Nacional de Segurança Pública), que trata sobre 
o registro dos preços para aquisição de EPI’s, 
destinados aos Corpos de Bombeiros Militares 
nas unidades federativas, de acordo com as es-
pecificações, quantidade e demais condições. 
Segundo a Animaseg (Associação Nacional da 
Indústria de Material de Segurança e Proteção 
ao Trabalho), o Termo de Referência serve co-
mo base para as licitações de todos os Corpos 
de Bombeiros, ou mesmo, para possíveis aqui-
sições conjuntas das corporações. O conteúdo 
Equipamentos de Proteção Individual). Ele exem-
plifica ainda, que o Corpo de Bombeiros de São 
Paulo utiliza diversas especificações técnicas 
para a realização da compra dos equipamentos, 
além da solicitação das certificações. “Em suma, 
há uma tendência muito grande de se solicitar 
aos vendedores a certificação dos produtos, jus-
tamente para se garantir a qualidade do que sepretende adquirir”, enfatiza. Entre as especifica-
ções solicitadas estão: a Roupa de Combate a 
Incêndios Estruturais, que segue a NFPA 1971, 
Edição 2013; o Capacete de Combate a Incên-
dios Estruturais, que é certificado com base na 
Norma Europeia 443, complementada pelas EN 
14458, EN 166, EN 168 e EN 171, todas relacio-
nadas às lentes do capacete; Balaclava e Bota 
de Incêndio, certificadas pela NFPA 1971, edição 
2013; e Equipamentos de salvamento em altura 
que são certificados com base na NFPA.
do termo não dirige as licitações para nenhum 
fabricante ou técnica específica, mas sim, para 
a exigência de Normas Técnicas Internacionais 
que devem ser seguidas. Desta forma, todos os 
fabricantes de tecidos e vestimentas podem pro-
por soluções para atingir à necessidade dos Cor-
pos de Bombeiros. 
Sobre as especificações impostas na hora da 
compra pelas corporações ou demais órgãos, elas 
devem estar descritas no edital de licitação. “Ca-
da órgão comprador escolhe sua especificação, 
baseada em uma norma, com as características 
necessárias para cada trabalho, seja ele na Infra-
ero, Corpo de Bombeiros, indústria ou comércio”, 
destaca o major Adriano Martins, chefe da Divisão 
de Execução Financeira do Corpo de Bombeiros 
de São Paulo e coordenador da Comissão de Es-
tudos de Vestimenta de Segurança para Combate 
a Incêndio da ABNT/CB32 (Comitê Brasileiro de 
da ABNT/CB32 (Comitê Brasileiro de 
Equipamentos de Proteção Individual), 
comenta que é importante que o pro-
fissional conheça o seu equipamento 
em uso, por meio de instruções e trei-
namentos, e não somente por meio da 
leitura do manual de instruções e ma-
nutenções. “Dentro deste treinamento, 
pode-se ensinar ao usuário a realizar 
uma inspeção visual na roupa antes de 
começar o serviço operacional, após 
as operações e depois da sua higieni-
zação, com atenção especial à barreira 
de umidade (intermediária). Já em sua 
estrutura principal, é possível verificar 
costuras e fitas seladoras, pois, havendo 
qualquer rompimento da estrutura, en-
sejaria a substituição do equipamento. 
Atenção igual deve ser dada à barreira 
externa e à barreira térmica (interna)”, 
enfatiza.
Entre os cuidados referentes às rou-
pas de proteção contra incêndio na 
atuação, os especialistas alertam so-
bre o costume quase mundial entre os 
combatentes de molharem o traje pa-
ra entrar no incêndio. “A água aplica-
da no traje dá uma sensação de frescor 
e segurança quando entramos em um 
local com presença de altas tempe-
raturas. Entretanto, diversos estudos 
concluem que durante a exposição ao 
calor ambiente, a temperatura do traje 
se elevará mais rapidamente do que se 
estivesse seco, podendo causar sérias 
queimaduras por contato uma vez que 
a absorção de calor pela água é 25 ve-
zes maior que a absorção de calor pelo 
ar”, salienta Rocha. 
Sobre a manutenção das vestimentas, 
Alves destaca que o principal fator é a 
limpeza após cada uso. “Esta limpeza 
deve ser considerada como descontami-
nação, devido às constatações de estu-
dos recentes que mostraram que roupas 
acumulam substâncias tóxicas perigo-
sas”, comenta. Estas descontaminações 
devem ser feitas em locais adequados, 
sem contato dos equipamentos e vesti-
mentas de proteção com outras roupas.
Outros aspectos de manutenção das 
roupas de proteção, envolvem a repo-
sição de partes afetadas como faixas 
refletivas, joelheiras, bolsos, presilhas, 
forros, entre outros. “Os consertos ou 
manutenções na roupa, quando possí-
veis, devem ser realizados com os mes-
mos materiais da roupa, mesmo tecido, 
com linhas de aramida. Da mesma for-
ma, a aplicação de insígnias ou nomes 
deve ser feita com linhas e tecidos de 
aramida ou similar”, comenta o major 
Adriano. Caso seja constatado o des-
gaste dos materiais, é necessário a subs-
tituição da roupa completa.
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NORMAS TÉCNICAS
NFPA 1851 Standard on Selection, Care, and 
Maintenance of Protective Ensembles for Struc-
tural and Proximity Fire Fighting 
NFPA 1851 Norma sobre Seleção, Cuidado e 
Manutenção de Conjuntos de Proteção e Apro-
ximação para Combate a Incêndio Estrutural
NFPA 1971 Standard on Protective Ensem-
bles for Structural Fire Fighting and Proximity 
Fire Fighting 
NFPA 1971 Norma sobre Conjuntos de Pro-
teção e Aproximação para Combate a Incêndio 
Estrutural
NFPA 1977 Standard on Protective Clothing 
and Equipment for Wildland Fire Fighting 
NFPA 1977 Norma sobre Vestuário e Equipa-
mentos de Proteção contra Incêndios Florestais
ISO 11613:1999 Protective clothing for firefi-
ghters - Laboratory test methods and performan-
ce requirements 
ISO 11613:1999 Vestuário de proteção para 
bombeiros - Métodos de ensaio em laboratório 
e requisitos de desempenho
ISO 15384:2003 Protective clothing for firefi-
ghters - Laboratory test methods and performan-
ce requirements for wildland firefighting clothing 
ISO 15384:2003 Vestuário de proteção para 
bombeiros - Métodos de ensaio em laboratório 
e requisitos de desempenho para vestuário de 
combate a incêndios florestais
ISO 15538:2001 Protective clothing for firefigh-
ters - Laboratory test methods and performance 
requirements for protective clothing with a reflec-
tive outer surface 
ISO 15538:2001 Vestuário de proteção para 
bombeiros - Métodos de ensaio em laboratório e 
requisitos de desempenho para vestuário de pro-
teção com superfície exterior refletora
ISO/FDIS 16073.2:2009 Wildland firefighting 
personal protective equipment - Requirements 
and test methods 
ISO/FDIS 16073.2:2009 Equipamentos de 
proteção individual contra incêndios florestais - 
Requisitos e métodos de ensaio
ISO 11999:2015 PPE for firefighters - Test me-
thods and requirements for PPE used by firefigh-
ters who are at risk of exposure to high levels of 
heat and/or flame while fighting fires occurring 
in structures
ISO 11999:2015 EPI para bombeiros - Mé-
todos de ensaio e requisitos para EPIs usados 
pelos bombeiros que estão em risco de exposi-
ção a altos níveis de calor e/ou chama enquanto 
combatem incêndios ocorrendo em estruturas
Fonte: Jorge Alexandre Alves
cada vestimenta está adequada para um 
procedimento diferente. Por isto, faz-
se necessário que uma norma nacional 
seja criada, auxiliando no processo de 
homogeneização das vestimentas bra-
sileiras”, salienta Mauro Guerra, ge-
rente de Vendas para a América Latina 
da DuPont.
COMISSÃO
Para auxiliar nesta área, em 2009, 
foram criadas comissões mistas (CB 
24 e CB 32) para o desenvolvimen-
to de estudos por itens do conjunto 
de EPI’s para aproximação em incên-
dios de estruturas urbanas, entre elas, 
a comissão que trata sobre as roupas 
de proteção. “Falando-se em normas 
nacionais, o CB 32, em conjunto com 
o CB 24, por meio de Comissões Es-
peciais de Estudo, estão elaborando 
as normas de vestimenta com base na 
ISO (International Organization for Stan-
dardization) 11.999-3, que se encontra 
na fase de ajustes na ABNT, para pos-
terior colocação em consulta pública”, 
ressalta o major Adriano Martins, che-
fe da Divisão de Execução Financeira 
do Corpo de Bombeiros de São Paulo 
e coordenador da Comissão de Estu-
dos de Vestimenta de Segurança para 
Combate a Incêndio da ABNT/CB32 
(Comitê Brasileiro de Equipamentos 
de Proteção Individual). A norma na-
cional está sendo elaborada com base 
nas normas ISO, consideradas normas 
internacionais, sem haver um direcio-
namento para a norma americana ou 
para a europeia, mas citando, muitas 
vezes, as duas. “A norma que estamos 
elaborando busca um padrão mínimo 
de construção de equipamentos de se-
gurança individual, para garantir, assim, 
o máximo de eficiência e segurança do 
usuário. Acredito que a partir da pu-
blicação da norma nacional se estabe-
lecerá um padrão dentro do Brasil, que 
servirá inclusive para que os fabricantes 
nacionais, após certificarem seus pro-
dutos com base nesta norma, possam 
comercializá-los pelo mundo. Além 
disto, também é possível criar uma de-
mandapara os laboratórios específicos 
se credenciarem e passarem a certificar 
os produtos nacionais, conforme o ca-
so”, conclui o major Adriano.
NORMAS INTERNACIONAIS
Com a falta de uma norma brasilei-
ra sobre as especificações, as roupas 
de proteção, assim como outros equi-
pamentos e acessórios usados pelos 
profissionais no combate a incêndio, 
estão sendo fabricadas, comercializa-
das e utilizadas com base em normas 
internacionais. Conforme o consultor 
e instrutor especialista em Emergên-
cias, Jorge Alexandre Alves, existem 
as normas técnicas estrangeiras (EUA) 
da NFPA (National Fire Protection As-
sociation) para os critérios de seleção, 
cuidados, manutenção e métodos de 
ensaio e testes de desempenho para os 
materiais e equipamentos de vestimen-
tas para combate a incêndios; além das 
normas técnicas internacionais da ISO 
para os critérios e métodos de ensaio e 
testes de desempenho para os materiais 
e equipamentos de vestimentas para 
combate a incêndios. 
Entre as normas seguidas no Bra-
sil está a norma americana NFPA 
1971/2007, que trata sobre as roupas 
e luvas usadas para o combate a incên-
dios estruturais que devem satisfazer 
um requisito mínimo de isolamento 
térmico chamado de performance de 
proteção térmica (TPP, do inglês Termal 
Protective Performance). “Os testes de TPP 
são realizados para verificar o isolamen-
to oferecido pelas três principais cama-
das das roupas de combate a incêndios 
estruturais e devem atender a um nível 
mínimo estabelecido para permitir que 
os bombeiros possam escapar das con-
dições mais críticas de temperatura no 
cenário sem gerar lesões nos responde-
dores como as ocorrências envolvendo 
flashovers e backdrafts”, salienta Marco 
Aurélio Rocha, especialista em Seguran-
ça e Gestão de Emergências, instrutor 
certificado NFPA 1041 e professor de 
pós-graduação de Engenharia de Segu-
rança e Incêndio Florestal. 
 
CERTIFICAÇÃO
De acordo com a Norma Regula-
mentadora número 6, todos os EPI’s 
de fabricação nacional ou importados, 
só poderão ser postos à venda ou utili-
zados no Brasil com a marcação do CA 
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ESPECIAL/ROUPAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
Emergência 33
nistério do Trabalho, primeiramente o 
EPI deve ter suas características e de-
sempenho consignados em relatório de 
testes e ensaios de resistência, emitido 
por laboratório credenciado junto ao 
Ministério do Trabalho, ou em certifica-
ção de conformidade, emitida em fun-
ção de avaliação no âmbito do Sistema 
Nacional de Metrologia, Normalização 
e Qualidade Industrial - SINMETRO. 
Para isto, o fabricante/importador en-
caminha a amostra do EPI ao labora-
tório, que submeterá o equipamento a 
testes laboratoriais definidos em nor-
mas técnicas de ensaio. 
Atualmente, no Brasil, existe somen-
te um laboratório credenciado junto 
ao Ministério do Trabalho, específi-
co destas vestimentas para realizar es-
tes ensaios, que é o IPT (Instituto de 
Pesquisas Tecnológicas). Conforme a 
Coordenação Geral de Normatização 
e Programas do DSST (Departamen-
to de Segurança e Saúde), do Minis-
tério do Trabalho, o principal desafio 
encontrado nesta área, é a dificuldade 
de credenciamento de laboratório na-
cional capacitado para a realização de 
ensaios em roupas de proteção contra 
incêndio e demais acessórios utilizados 
(Certificado de Aprovação). Este do-
cumento é emitido pelo Ministério do 
Trabalho, a fim de avaliar e manter um 
padrão nos equipamentos de proteção. 
Conforme Rocha, a certificação de 
um traje deve envolver o exame mi-
nucioso de sua construção, acessórios, 
costuras, selagem da barreira de umi-
dade, respirabilidade e muitos outros 
itens. “Isto significa que o conjunto to-
do deve ser certificado e não somente 
seus componentes individualmente”, 
comenta.
Para a emissão do CA junto ao Mi-
CB 32 e CB 24 estão elaborando 
normas de vestimentas específicas
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ESPECIAL/ROUPAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
DEZEMBRO / 2016Emergência34
Tecnologia presente
 Fabricantes investem 
em novos tipos de tecido
As exigências em relação 
à segurança evoluíram mui-
to nos últimos anos no Bra-
sil, visando aperfeiçoar cada 
vez mais a proteção que a 
roupas devem garantir aos 
combatentes. Há uma bus-
ca constante tanto das em-
presas fabricantes/importa-
doras quanto dos próprios 
usuários para melhorias dos 
produtos. Aliado a isto, a tec-
nologia está cada vez mais 
presente no mercado dos 
equipamentos de proteção. 
No setor das vestimentas de 
proteção, isto pode ser visto 
nos diferentes tecidos com 
fibras inerentemente retar-
dantes a chamas.
Atualmente, no mercado 
brasileiro, existem fabrican-
tes que produzem tecidos 
com maior tecnologia e resis-
tência nas diferentes cama-
das das roupas de proteção. 
“Nossa empresa apresenta 
tecidos para camada exter-
na de altíssima tecnologia 
e qualidade, reconhecidos 
e testados pelos principais Corpos de 
Bombeiros da América Latina. Estes 
tecidos são o Unishell e o Nomex ST 
Rip Stop, materiais totalmente ineren-
tes que garantem a proteção térmica e 
mecânica tanto para bombeiros mili-
tares como industriais”, destaca Paulo 
Henrique Nascimento, gestor de Contas 
da Linha Fire da Santanense. A empresa 
destaca ainda que hoje em dia na atua-
ção dos combatentes, exige-se camadas 
externas cada vez mais resistentes e que 
ofereçam maiores níveis de proteção. 
Esta necessidade vem crescendo, pois 
as camadas internas tendem a diminuir 
de peso, gerando vestimentas mais leves 
e confortáveis. Porém, a diminuição do 
peso das vestimentas não deve signifi-
car diminuição da proteção, por isto ta-
manha importância das camadas exter-
nas neste quesito. “Nossa empresa in-
veste muito em tecnologia para oferecer 
ao mercado tecidos que garantam pro-
teção e confiabilidade ao combatente, 
refletindo diretamente em um combate 
a incêndio mais eficiente e com menor 
risco”, enfatiza Nascimento.
A DuPont acredita que as tecnologias 
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pelos combatentes. Há pouco tempo, 
os ensaios eram realizados somente 
em laboratórios estrangeiros, o que 
não deixou de ocorrer mesmo com o 
credenciamento de um laboratório no 
Brasil, pois empresas brasileiras conti-
nuam enviando os seus produtos para 
testes em outros países. Exemplo des-
ta realidade é a DuPont, que além do 
Brasil, também realiza ensaios nos Es-
tados Unidos, Suíça, Emirados Árabes 
e Singapura. 
No entanto, por possuir apenas um 
laboratório no país para a realização de 
todos os ensaios, as empresas acabam 
enfrentando custo alto e prazos maio-
res ao enviar os seus produtos para tes-
tes no exterior. “As principais dificulda-
des nesta certificação são o tempo e o 
custo, pois cada modelo de vestimenta 
deve apresentar certificação, oneran-
do significativamente o produtor de 
menor escala. Além disto, existem di-
versos requisitos técnicos que o pro-
dutor somente poderá confirmar após 
enviar para laboratório, ou seja, se ele 
enviar uma composição e ela não atin-
gir o requisito, ele terá que enviar uma 
nova versão, o que tomará mais tempo 
e envolverá mais custo”, destaca o ge-
rente de Vendas para a América Latina 
da DuPont.
Após a realização dos testes e ensaios 
de resistência tanto nacional como in-
ternacional, a emissão do CA é feita 
com base na apresentação do laudo de 
ensaio do EPI, que ateste a aprovação 
do equipamento, com base em normas 
técnicas previamente estipuladas pelo 
Ministério do Trabalho. Atualmente, 
o Ministério do Trabalho possui três 
portarias que regulamentam a emis-
são, alteração e renovação de CA no 
Brasil. Uma delas é a Portaria SIT nº 
452/2014 que trata das normas técnicas 
internacionais de ensaio, bem como dos 
requisitos obrigatórios aplicáveis aos 
EPIs enquadrados no Anexo I da NR 
6. É nesta Portaria que se encontram as 
normas técnicas utilizadas nos ensaios 
obrigatórios dos EPIs que oferecem 
proteção contra agentes térmicos (calor 
e chamas), parauso em operações de 
combate a incêndio de estruturas. No 
entanto, Alves acrescenta que a porta-
ria somente dá a referência de Normas 
Europeias (EN) para as vestimentas de 
combate a incêndio, entretanto, além 
destas normas EN serem menos deta-
lhadas do que a NFPA 1971 quanto à 
resistência e desempenho, também de-
manda laboratórios de testes e ensaios 
ligados a órgãos certificadores homo-
logados (ex.: INMETRO ou IPEM) e 
que não temos no Brasil.
Rocha salienta que a carência de nor-
mas brasileiras afeta a certificação. O 
especialista cita que a NR 6, que trata 
sobre os EPI’s em geral, não especifica 
claramente sobre as roupas de proteção 
contra incêndio, com isto, abrindo es-
paço no mercado para a venda de pro-
dutos sem a devida certificação.
Vestimenta feita com tecido 
Unishell da Santanense
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ESPECIAL/ROUPAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
Emergência 35
de vestimentas estão em constante evo-
lução, e, por isto, lançou recentemente 
um novo tecido para a camada externa 
da vestimenta, chamado Nomex® 3DP. 
“Este tecido possui uma construção di-
ferenciada, que permite elevar o nível 
de proteção térmica com uma baixa 
gramatura, excelente resistência mecâ-
nica e excelente respirabilidade”, co-
menta Mauro Guerra, gerente de Ven-
das para a América Latina da DuPont. 
Além deste tecido, a DuPont também 
desenvolveu duas novas tecnologias 
compostas em nanofibras, desenvol-
vendo o Nomex® Nano, que é utiliza-
do como uma camada intermediária da 
vestimenta para aumentar significativa-
mente a proteção térmica sem influen-
ciar muito no peso total. E também o 
Nomex® NanoFlex, que é um entre-
laçado destas nanofibras para formar 
uma barreira a particulados.
O mercado está sempre se adaptando 
às novas tecnologias, buscando soluções 
para os problemas do cotidiano, para 
obter mais segurança e conforto para 
o exercício da profissão, mas a falta de 
normas brasileiras e a não certificação 
de alguns produtos, acabam atrapalhan-
do o andamento da área. “Acredito que 
EXPOSIÇÃO AO FOGO
Para auxiliar a cadeia produtora de vestimen-
tas de proteção antichama, a DuPont possui um 
equipamento instalado no Centro de Pesquisa 
& Desenvolvimento da DuPont em Paulínia/SP, 
principal unidade de pesquisa da empresa na 
América Latina, que simula exposições ao fogo 
repentino. Trata-se do DuPontTM Thermo-Man®, 
um manequim de tamanho real equipado com 
122 sensores de calor distribuídos ao longo do 
corpo, capaz de calcular o percentual de quei-
maduras que um trabalhador pode sofrer quando 
exposto ao fogo repentino, de acordo com sua 
roupa de proteção. Desde 1970, a tecnologia do 
equipamento é requisitada como teste de certifi-
cação e validação do desempenho de vestimen-
tas de proteção térmica utilizadas nas indústrias 
de Petróleo e Gás, Química e Energia e nas cor-
porações de Militares e Bombeiros no mundo. Os 
testes com o equipamento da DuPont são solicita-
dos por normas internacionais como NFPA 2112, 
ISO 11.612, ISO 13.506 e ASTM-F1930, que es-
tipulam os requerimentos mínimos para desen-
volvimento de vestimentas resistentes a chamas.
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Simulação no Centro de 
Pesquisa da DuPont
existem trajes de alta qualidade em nos-
so país, com grandes inovações tecno-
lógicas, mas de outro lado temos visto 
equipes de resposta à emergência com 
EPIs sem certificação e de baixa quali-
dade. Isto tudo se resolveria se houvesse 
uma norma de âmbito federal que ver-
sasse sobre fabricação, especificações 
mínimas e, sobretudo, obrigatoriedade 
de uso deste importante EPI para aque-
les que respondem emergências expon-
do-se diariamente a riscos graves e imi-
nentes”, finaliza Marco Aurélio Rocha, 
especialista em Segurança e Gestão de 
Emergências, instrutor certificado NF-
PA 1041 e professor de pós-graduação 
de Engenharia de Segurança e Incên-
dio Florestal.

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