Buscar

Fichamento 7 - BERNARDO, P P Em busca do pote de ouro trabalhando com contos e histórias em Oficinas de criatividade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

REFERÊNCIA: BERNARDO, P. P. Em busca do pote de ouro – trabalhando com contos e histórias em Oficinas de criatividade. In: CUPERTINO, C. M. B. (Org.). Espaços de Criação em Psicologia: oficinas na prática. 1 ed. São Paulo: Annablume, 2008. p. 123-140.
	 Texto 6
Nome: 
RA: 
Data: 03/2020
Os mitos e contos de fadas, igualmente a arte, consistem em forma de representação e organização do relacionamento com novas experiências, um modo de aproximação da homeostase. Seu campo amplo em significados e possibilidades favorece o desenvolvimento individual e coletivo, estendendo sua aplicação em Oficinas de Criatividade, como ferramenta de vivência e elaboração do simbólico.
De acordo com a Psicologia Analítica, os símbolos compõem o desenvolvimento psíquico, em uma ligação entre consciência e inconsciente, canalizando a energia psíquica na aquisição e ampliação da consciência, fundamentando sua estruturação. Assim como Jung, Neumann (1990) e Byington (1988) compreendem o desenvolvimento psíquico fundamentado com o simbólico, com aspectos equivalentes à cada fase da vida.
Da mesma forma que os recursos artísticos, a linguagem simbólica dos contos de fadas, possibilita o reconhecimento de si e de sua relação com o mundo. O ato de simbolizar relaciona-se com o ato criativo e construtivo da psique entre desejo e frustração, em busca de satisfazer o sentimento em prol do desenvolvimento. Desejos não satisfeitos, por sua vez, levam à busca significados simbólicos, de modo que há um distanciamento da integração com o consciente e concreto, sendo ainda que, o movimento posterior e inverso possibilita estabilização psíquica para com as relações com o outro e o mundo. Ao trabalhar contos e histórias associados com recursos artísticos, possibilita-se o contato com aspectos internos e seus significados, colaborando ainda para a compreensão e ressignificação enquanto presentes também na vida cotidiana.
O trabalho expressivo a partir de contos de fadas e histórias espontâneas na Oficina de Criatividade, contribui para o desenvolvimento psíquico, tendo ainda cunho preventivo. 
Igualmente à alquimia, o conto possibilita associação dos aspectos internos, quando expressos à modificação em um processo de transformação resultando em ampliação da consciência; e para crianças em transito de um estágio de desenvolvimento para outro, integrando novos aspectos, estabelecendo assim, um arranjo criativo e ordenado a partir da separação, discriminação e reorganização desses aspectos, podendo dessa forma relacionar-se com os conteúdos inconscientes sem entregar-se à regressão da fase anterior.
Edinger (1989) aponta para o fundamento da educação infantil como sendo a possibilidade de ajudar a criança a sair do estado inflacionário, caracterizado por forças inconscientes, contribuindo para o processo de aquisição da consciência, cuidando para não entrar em rigidez extrema, o que poderia acarretar no bloqueio da espontaneidade e criatividade, bem como a relação para com novas experiências.
O emprego do conto conjunto com outros recursos expressivos, como pintura, modelagem e dramatização, por exemplo, possibilita a vivência temporo-espacial de forma dinâmica, cooperando para que com os desejos deflagrados seja possível elaborar novos caminhos e descobrindo novas possibilidades e sua alteridade. 
O processo de desenvolvimento tido durante a Oficina de Criatividade aplicada desta forma, promove a busca por caminhos desconhecidos, fazendo emergir sinais de empenho, sacrifício e risco, para neste caminho descobrir o retorno ao que estava próximo, porém encoberto, oportunizando a experiência de uma forma nunca vivida. O grupo pode ainda, desenvolver o sentimento de confiança.
A atenção do oficineiro para os símbolos emergentes se mostra importante, pois o tesouro pode manter-se encoberto, sendo necessário para sua descoberta o empreendimento da jornada proposta para transformação da condição inicial.
Nessa jornada pela própria existência são atravessadas as contingências relativas à mesma, de modo que ao experienciar as marcas do próprio caminhar possibilita transmutação dos sentimentos, bem como traz com a experiência a chance da revelação, sendo ainda, reforçada a integração do apreendido pelo diálogo promovido na atividade desenvolvida, troca esta estabelecida entre eu-outro-meio-ambiente. O grupo, então, inova suas possibilidades existenciais em uma compreensão de si ampliada, transformando-se interna e externamente, havendo também a aplicação de conteúdos de forma concreta, em uma nova interpretação do que vivencia.

Outros materiais