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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Gestão de Produção e Operações Aula 5 Profa. Rosinda Angela da Silva CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Você já pensou como é a rotina de uma fábrica? Já imaginou como é programar a produção de uma fábrica de maneira tão eficiente que a linha de produção tenha a cadência necessária e não pare por falta de insumos? Pois saiba que a dinâmica de uma fábrica é muito interessante porque inúmeras atividades ocorrem simultaneamente e ininterruptamente. E como garantir que tudo ocorra dentro do esperado? Neste momento entra em cena o Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP), o qual pode ser entendido como um Sistema de Gerenciamento Fabril e, também, como um setor responsável em planejar, organizar, programar e controlar tais operações de forma orquestrada. Vamos conhecer este setor, compreender as atividades que ocorrem em cada fase e as suas principais atribuições? Vamos a nossa quinta aula de Gestão de Produção e Operações! Contextualizando A gestão da produção se mostra uma atividade dinâmica e que exige controle em todas as etapas. O controle, por sua vez, requer instrumentos, metodologias, softwares e capacitação para que possam, conjuntamente, dar o suporte necessário ao setor de PPCP para que o mesmo possa exercer adequadamente essa tarefa. Para controlar um processo produtivo, várias metodologias já são utilizadas amplamente pelas organizações visando dar mais velocidade para a produção como é o caso do software Material Requirement Planning (MRP) que tem como foco auxiliar o PPCP a organizar as necessidades de materiais para produção. Assim como a filosofia Just In Time (JIT) e o sistema Kanban, o software MRP também se encarrega de puxar a produção e de abastecer as linhas com os materiais necessários. Para auxiliar a empresa a garantir mais qualidade nos produtos fabricados, é possível contar com a filosofia Kaizen de melhoria contínua, que lembra a empresa que é salutar o aperfeiçoamento constante dos produtos, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 dos processos e do conhecimento, para se continuar competitiva no mercado. Outros dispositivos que auxiliam a empresa nesta empreitada de mais qualidade são os Pokayokes e Andons que pregam a filosofia da prevenção de falhas, a qual busca eliminar os possíveis erros de montagem e de uso, ainda na fase da concepção do produto ou, pelo menos, durante a sua produção. Busca-se, com estes dispositivos, que sigam em frente no processo, apenas as peças boas e que tenham chances de se tornarem produtos vendáveis. Para manter tudo sob controle, efetivamente, estudaremos alguns fabris que tem como foco informar a empresa sobre o seu desempenho no mercado. Todos esses assuntos serão abordados nesta aula, para que seja possível compreender a dinâmica do processo produtivo e quais ferramentas o gestor da produção pode utilizar no momento. Tema 1: Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP) A partir de agora, vamos conhecer o PPCP que pode ser entendido sob três perspectivas de análise: 1 – Como um Sistema; 2 – Como um Processo; 3 – Como um Departamento, o qual será o nosso objeto de estudo neste material. Ao examinarmos um sistema, podemos compreender como se dá uma sequência lógica de organização das informações na fábrica. Veja o que diz Martins (2006, p. 213), “o sistema de PPCP é uma área de decisão da manufatura, cujo objetivo corresponde tanto ao planejamento como ao controle dos recursos do processo produtivo a fim de gerar bens e serviços”. Ao analisarmos como um processo é porque entendemos que a organização é um macroprocesso e todas as suas atividades, funções, setores e áreas internas, são micro processos que suportam a estratégia da empresa. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 No entanto, a abordagem desta aula será estudar o PPCP como um departamento, o qual é responsável por toda a dinâmica do processo produtivo. Como nos demais setores da empresa, ele possui atribuições claras e metas a serem atingidas. Para fins didáticos, cada fase (ou conjunto de tarefas inerentes ao PPCP) será apresentada separadamente para que seja possível observar a lógica das atividades do PPCP. 1) Planejamento: A fase de Planejamento do PPCP é vital para o arranjo do processo produtivo. Para planejar adequadamente os recursos o PPCP parte do Plano Mestre de Produção (PMP), o qual foi definido pelos colaboradores do próprio setor conjuntamente com a área comercial, marketing e logística. Com o PMP em mãos, o PPCP levantará todos os recursos necessários para produzir o solicitado. Para isso, o PPCP necessita de informações como: a) O que será produzido: Uma empresa pode ter tanto um produto que necessita ser transformado, a partir de uma matéria-prima, quanto um produto que só necessita da montagem. Se o processo for de transformação, o PPCP precisa conferir os estoques de insumos que já se encontram na empresa, bem como os estoques em outras condições (em processo, em trânsito, em consignação, ou outro). Mas se o processo for de montagem, o setor analisará os estoques de componentes, módulos ou peças para se certificar de que as quantidades são suficientes para atender a demanda atual. b) Onde será produzido: O PPCP necessita ter todas as informações sobre as máquinas e equipamentos necessários para produzir o bem. Para isso, o mapa da fábrica, com o encadeamento lógico da produção, fará com que o PPCP consiga sequenciar as ordens de produção, utilizando o método que otimize os recursos empregados. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 c) Qual a capacitação necessária: O PPCP levanta as informações relacionadas ao conhecimento que o colaborador deve ter para executar tal tarefa. Isso é relevante porque muitas empresas possuem colaboradores multifuncionais (os quais fazem revezamento entre os setores), então é fundamental saber, antecipadamente, se haverá disponibilidade da mão de obra. d) Quando será produzido: A partir do PMP é possível saber para quando a produção deve estar pronta. Considerando que uma empresa pode trabalhar com pedidos firmes (já programados) e com encaixes na produção (pedidos de última hora), é importante conhecer a necessidade do cliente externo. e) Tamanho do lote: Essa informação é vital para um bom planejamento. Sabendo a quantidade a ser produzida, o PPCP analisará os demais recursos (capacidade instalada, recursos materiais e tecnológicos) e informará ao setor comercial se há possibilidade de entregar no prazo solicitado pelo cliente, ou não. Outras informações pertinentes como plano de manutenção preventiva das máquinas e equipamentos, feriados previstos, atualizações de produtos, promoções de Marketing, entre outras, permitirão que o planejamento considere todas estas variáveis e amplie as chances de acerto. 2) Programação: Depois de acessar todas as informações possíveis sobre a fábrica, o PPCP programará a produção de acordo com as quantidades determinadas no PMP. Uma informação essencial na fase da programação é o sistema de produção que a empresa utiliza: empurrada ou puxada. Relembrando que no sistema empurrado a produção é realizada antecipadamente e os itens vão para estoque e posterior venda. Já no sistema puxado, a produção parte o pedido firme do cliente, ou seja, já foi vendido e então será produzido. Vamos entender o que isso impacta na programação, por meio da análise da CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 figura a seguir: Figura 01: Programação Puxada versus programação puxada PROGRAMAÇÃO PROGRAMAÇÃOEMPURRADA PUXADA Previsão da Demanda Planejamento-Mestre da Produção (PMP) Planejamento das Necessidades de Materiais (MRP) Emitir OC – OF – OM Dimensionar SM Sequenciar – APS Operar Sistema Kanban Fonte da imagem: Segundo Tubino (2009, p.65). Pelo esquema apresentado por Tubino, tanto a produção empurrada quanto à puxada iniciam pelo mesmo processo (Previsão da demanda, PMP e MRP), mas a partir disso, a programação empurrada emite as ordens, independentemente de ter pedidos de clientes ou não, e envia para os postos de trabalho iniciarem a produção. Concluída a primeira fase, o produto em processo seguirá para a próxima fase de fabricação e assim sucessivamente, até ficar totalmente pronto. Depois disso, será embalado e seguirá para o estoque. Já na produção puxada ocorrerá o dimensionamento dos supermercados, ou seja, os estoques ficarão a disposição do processo produtivo, mas não nas linhas de produção. Somente irá para a linha quando o “cliente interno puxar”, o que acontece via kanban. Para esse caso, o estoque é CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 dimensionado para atender a necessidade de pequenos lotes. 3) Controle: O PPCP controla as atividades fabris e, consequentemente, se envolve no controle de outros elementos, tais como: a quantidade de horas/homem e hora/máquina utilizadas na produção, relação entre mão de obra direta e indireta, produção em horas normais e extras, indicadores da fábrica, entre outros. Além disso, o PPCP se envolve no monitoramento dos estoques, nos custos de produção e movimentação interna, nos custos com refugos, retrabalhos, sucatas e perdas decorrentes do processo produtivo. 4) Na prática, o controle das operações produtivas acontece junto às linhas de produção. Desta forma, os colaboradores do PPCP responsáveis por esta atividade se mantem em constante contato, seja para entregar as ordens (OF ou OM), seja para coletar os dados referentes a produção diária. O foco da coleta desses dados e do acompanhamento da rotina da produção é gerar relatórios gerenciais que permitam constatar se a operação está acontecendo conforme foi o planejado. Com a execução correta das tarefas inerentes ao PPCP, o setor contribui para a realização da estratégia da empresa, bem como o atingimento das metas propostas. Tema 2: Material Requirement Planning (Sistema MRP) O MRP é um software que tem como objetivo gerar a lista líquida de compras de materiais para atender a produção. Segundo Martins (2006, p. 118), o MRP “é uma técnica que permite determinar as necessidades de compras de materiais que serão utilizados na fabricação de um certo produto”. Como premissas para que isso seja possível, é indispensável que o software esteja configurado conforme a necessidade da empresa. É importante, também, a correta inserção de todos os dados inerentes aos CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 produtos para que o mesmo consiga “rodar” (expressão comum no PPCP quando estão programando as compras) e gerar a lista dos materiais que devem ser comprados. O software fornece, listas de fabricação e listas de montagens, caso estas sejam as necessidades da firma. Para isso, o mesmo recebe inputs de três fontes, que segundo Moura (2004, p. 96), são: 1 Programa Mestre, o qual fornece status de pedidos e previsões de vendas. 2 – Arquivo lista de Material, o qual fornece informações relacionadas aos itens que são utilizados para montar determinado produto acabado. 3 – Arquivo de registro de estoque, o qual registra e informa as entradas e saídas de materiais para estoque. Vamos observar o modelo de processo do software MRP a seguir: Figura 02: Modelo de processo de MRP Fonte: Adaptado de Slack (2002, p. 36) A partir do esquema apresentado, vamos analisar um exemplo hipotético: Input para o software: A área comercial de uma empresa recebe um pedido de um cliente de 10.000 unidades de certo produto, o qual solicita o aceite do pedido e a confirmação da data de entrega. Para que a área de vendas consiga responder isso ao cliente, é preciso consultar o setor de PPCP. Ao saber da necessidade da área comercial, o PPCP se propõe a simular uma programação da produção por meio do software MRP para PROCESSO DO MRP Examinar as “pastas” Analisar os estoques Calcular as quantidades Consultar ao lead time Priorizar as ordens Outros... INPUT 1. Provisão da demanda 2. Plano Mestre de Produção (PMP) 3. Arquivo registro de estoque OUTPUT 1. Lista de Compras 2. Lista de Fabricação 3. Lista de Montagem 4. Relatórios gerais 5. Outros CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 analisar mais assertivamente e responder ao cliente com mais exatidão. Processo do software: O PPCP insere a informação de 10.000 unidades do produto no sistema e “roda o MRP”. O software, que já possui todas as informações necessárias, consulta as diversas “pastas no sistema” para gerar a lista líquida. Vamos observar os dados a seguir: Tabela 01: Qual o nome deve ser adotado para esta tabela? Pedido do cliente 10.000 unidades Estoque de Produto Acabado - 2.000 unidades Estoque de Produto em Processo (WIP) - 2.000 unidades Estoque de Matéria prima -1.000 unidades Estoque de Material em trânsito -1.000 unidades Pedido já colocado com os fornecedores -1.000 unidades Lista líquida a ser comprada 3.000 unidades Lead time a ser considerado Tempo de entrega do Estoque de material em trânsito** 2 dias** Tempo de entrega do Pedido já colocado com os fornecedores 6 dias Tempo de produção da empresa 4 dias Tempo de transporte até o cliente 2 dias Tempo máximo necessário para entregar o pedido ao cliente 12 dias ** O tempo de entrega do estoque em trânsito, nesse momento não interfere no tempo de entrega final, pois já está “a caminho” da empresa** - Fonte: A Autora CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Output do processo realizado pelo software: O software acessou as pastas dos diversos estoques e concluiu que a empresa já tem 7.000 unidades em andamento. Devido a isso, o MRP desconta do pedido inicial (10.000 unidades) e gera uma lista líquida de 3.000 unidades dos componentes necessários para atender ao pedido do cliente. Com a lista pronta, o PPCP já consegue informar uma data ao setor comercial, uma vez que o MRP já tem a informação do lead time dos fornecedores cadastrados no “arquivo lista de material”. Neste caso, o lead time é de 12 dias para que o cliente esteja com os produtos em mãos. O PPCP ou o planejador de materiais encaminha tal lista para o setor de compras o qual contata os fornecedores para fechar os pedidos. Ao receber a confirmação do fornecedor, o setor de compras insere a informação no sistema informatizado da empresa, onde todos os setores envolvidos no processo (Vendas, MKT, Financeiro, PPCP, Recebimento, Controle de Qualidade, Planejamento de Materiais, entre outros) podem visualizar a informação e acompanhar o pedido. O MRP é considerado um software relativamente complexo devido à quantidade de informações que necessita e, também, pela exigência de dados acurados. Isso significa dizer que, se os dados estiverem errados no sistema, certamente fará cálculos inconsistentes e levará o planejador a tomar decisões equivocadas. Para que os dados sejam inseridos corretamente no sistema, os colaboradores envolvidos no processo devem ter conhecimento profundo do produto, do processo e da sistemática de trabalho adotada pela empresa. Tais colaboradores precisam ser capacitados para o uso do software, o que exige certa habilidade com os recursos de informática.O setor que mais se favorece com o uso do software do MRP é o PPCP, uma vez que realiza tanto a programação final da produção, como simulações de programações para avaliar cenários otimistas, medianos e pessimistas. As simulações ainda auxiliam o planejamento financeiro da empresa, porque gera CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 um orçamento para a quantidade simulada. Desta forma, a área financeira sabe, antecipadamente, qual a perspectiva dos valores que gastará com a compra de insumos. O uso do MRP é possível, também, em empresas varejistas porque as mesmas lidam diariamente com altos volumes de estoques de diversas naturezas. Se na fábrica o setor de PPCP utiliza o software para gerar uma lista líquida de compras dos insumos e componentes, na empresa varejista, o setor de suprimentos (responsável por Planejar, Programar e Controlar as Compras) necessita de uma lista líquida de Produtos Acabados (PAs), os quais serão adquiridos para revenda. Como o MRP comporta grandes volumes de variáveis, para um grande varejista como rede de supermercados, rede de farmácias, grandes lojas de departamento e magazines, isso é de tremenda valia para facilitar a rotina dos programadores das compras. Diante disso, de uma maneira geral, podemos concluir que os benefícios advindos do uso do software de MRP pelas firmas são: Facilitar o trabalho dos programadores de materiais, por meio do uso de computador. Agilizar o processo de levantamento de informações sobre as necessidades de materiais. Dar suporte para análise dos diversos estoques que a empresa pode ter. Reduzir o uso de planilhas eletrônicas para gerenciar os estoques. Possibilitar a simulação de cenários para as projeções de vendas. Simular custos para volumes de compras. Analisar lead time dos fornecedores. Subsidiar o controle das operações que utilizam estoques. Gerar diversos relatórios, os quais oferecem informações importantes para o gerenciamento e o controle da fábrica, ou da área de operações. Com as informações apresentadas, percebe-se a importância do uso do CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 MRP para facilitar a rotina do PPCP e demais setores envolvidos no abastecimento de materiais das empresas. Tema 3: Just In Time (JIT ) e Kanban O JIT é uma filosofia de trabalho que tem como objetivo reduzir o capital parado em estoques e é uma ferramenta poderosa de apoio a produção puxada. A filosofia não é nova nas organizações, mas ainda há espaço para discutir e melhorar o processo, tanto de implantação, quanto de utilização. Slack (1997, p. 474) define de forma simples a filosofia “o JIT significa produzir bens e serviços exatamente no momento em que são necessários – não antes para que não se transformem em estoque, e não depois para que seus clientes não tenham que esperar”. O autor ainda conclui “o JIT visa atender à demanda instantaneamente, com qualidade perfeita e sem desperdícios”. Se o conceito simplificado de JIT é “justo no tempo”, isso significará que a empresa não deve adquirir, produzir ou montar produtos mais que o necessário. É a conotação do estoque zero ou nenhum estoque. Para atingir isto, as empresas buscam firmar alianças com seus fornecedores de insumos visando ser possível receber, exatamente, o suficiente para a produção de determinado lote. Tal ação representará compras de valores menores, recebimento de lotes menores, menor exigência de espaço para armazenagem, menor necessidade de controle de estoques, redução do uso de equipamentos de movimentação interna, mais espaço livre na fábrica e redução nos custos. Isso ocorre porque os estoques, matérias-primas ou produtos acabados, são os causadores desses elementos de custos. No entanto, é importante ter claro que a empresa não toma essas decisões de forma unilateral, seu cliente deve ser cientificado da nova sistemática e o seu fornecedor também. O cliente deve ser informado que não haverá estoque de material CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 acabado se o mesmo tiver uma “urgência de última hora”, ou seja, o mesmo terá que planejar melhor suas compras. Já o fornecedor envolvido na sistemática de abastecimento JIT precisa ter a consciência de que ele deve garantir a qualidade dos produtos e rever os custos logísticos para entregar lotes menores, o que exigirá, certamente, mais transferências e mais transportes. Todas as variáveis devem ser avaliadas para que essas entregas frequentes não onerem o processo produtivo e, consequentemente, aumentem o preço de venda do produto. Mas as mudanças e as novas responsabilidades não são somente externas (cliente e fornecedor), mas sim de toda a firma. Então para que o JIT se torne realidade nas organizações, é necessário reestruturar os processos para trabalhar na nova filosofia e difundir entre os colaboradores a importância ao respeito dos princípios, que norteiam a nova sistemática. Segundo Rodrigues, (2014 p.66-67), são eles: Ambiente de trabalho limpo e organizado; Células de produção com base na tecnologia de grupo; Sistema a prova de falhas humanas; Sistemas equipamentos controlados pelo operador; Menor tempo de preparação de máquina; Maior integração operador x máquina; Sistema de produção puxada pelo cliente; Zero estoque em todo o processo; Um eficaz abastecimento e otimização da relação com fornecedores ou parceiros; Zero defeito; Zero desperdício; Qualidade total. Estes fatores fazem parte do escopo da cultura da qualidade e, boa parte deles, não tem custo financeiro de aplicação, exigem apenas alteração na sistemática de trabalho. Entretanto, é preciso implantá-los de forma sistêmica por toda a organização e fora dela. Eles podem ser alcançados com uma análise crítica de todas as atividades da fábrica para eliminar as inconsistências, redundâncias e desperdícios. Para tal tarefa, é recomendado o desenvolvimento de mapeamento de todos os processos para que as CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 melhorias possam ser implementadas de forma sistêmica. Um dos sistemas que auxiliam o JIT é o Kanban, que “segundo o Léxico Lean – Glossário Ilustrado para Praticantes do Pensamento Lean – citado por Werkema (2011, p. 57), é um dispositivo sinalizador que autoriza e dá instruções para a produção ou para a retirada de itens em um sistema puxado. O termo significa ‘sinal’ em japonês”. Na figura a seguir, observam-se os três tipos de kanbans mais utilizados pelas fábricas (mas não são os únicos): Figura 03: Tipos mais usuais de Kanban Tipo de kanban Descrição Ícone Kanban de Produção Informa ao processo anterior (processo fornecedor) o tipo e a quantidade de produto a ser fabricado para repor o que foi consumido pelo processo posterior (processo cliente) Kanban de Sinalização Autoriza que o processo anterior fabrique um novo lote quando uma quantidade mínima do produto (ponto de reposição) é atingida. É usado quando é obrigatório que o processo anterior produza em lotes devido a, por exemplo, necessidade de trocas. Kanbans de Retirada Indica o tipo e a quantidade de produto a ser movimentado e transferido para o processo posterior. Fonte: Adaptado de Werkema (2011, p. 57). O uso do kanban tem como propósito fazer com que os materiais se 5 0 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 movimentem pela fábrica apenas na quantidade suficiente para a produção de determinado lote, sem permitir estoques de produtos em processo entre as linhas, o que faz com que o controle visual da fábrica seja muito melhor. O fato de um processo somente produzir itens quando o processo subsequente necessita, é uma forma de puxar a produção internamente.Assim, o Kanban auxilia o JIT a atingir seu objetivo de atender a produção puxada, ou seja, apenas quando o cliente colocar o pedido. A partir disso, o monitoramento do processo de produção e o controle dos estoques é facilitado. O cartão Kanban deve conter todas as informações sobre o item que está no contenedor/caixa ou outro recipiente que esteja movimentando o produto. Observe um exemplo de Kanban de produção: Figura 04: Modelo conceitual de Kanban de produção Fonte: http://www.geocities.ws/etehaslog/kanban.htm. Acessado em 18/08/2016 http://www.geocities.ws/etehaslog/kanban.htm CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Os cartões normalmente se apresentam em três cores, as quais sinalizam o status da necessidade: vermelho é urgente, amarelo é atenção e verde significa que a produção está em suas condições normais de operação. O tamanho do lote de produção determinará a quantidade de cartões kanbans e recipientes com materiais necessários para atendê-lo. E isso é determinado por meio da seguinte equação proposta por Slack (1997 p. 489): n= dxtx (1+e) c Onde: n=número de kanbans (seja de transporte ou produção); d=produção diária média planejada para o estágio (em unidades); t=tempo médio, seja para preparar a máquina (produção) ou transportador o contenedor (transporte), expressos como uma proporção por dia; e=valor que pode estar entre 0 e 1 e representa tanto a eficiência da estação de trabalho (produção) ou o nível de estoque de segurança (transporte); c=unidade de capacidade do contenedor. Exemplo aplicado, conforme Slack (1997 p. 489): Se um estágio numa fábrica que trabalha oito horas por dia está produzindo componentes numa taxa média de 1 a cada 30 segundos e usando, em média, 15 minutos por dia com setup, movimentação de materiais e outros, e se a ineficiência total do estágio tem sido avaliada em 6% e cada contenedor carrega quatro itens, o numero de kanbans e calculado como abaixo: d= tempo disponível = 8 x 60 tempo de ciclo 0, 5 t= tempo de setup e movimentação = 15 tempo disponível 480 = 960 = 0,031 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 e= 0,06 c=4 n= 960 x (0,031) x (1 + 0,06) 4 Neste caso, o número total de kanbans de produção será 8 unidades para atender a necessidade. A utilização do sistema kanban em conjunto com o JIT é uma prática comum entre as organizações principalmente de manufatura, pela simplicidade e inúmeros benefícios que são alcançados a partir deles; os quais vale destacar: controle visual do andamento da produção, a redução dos desperdícios com estoques, melhor qualidade dos produtos, uma vez que no sistema JIT/Kanban, apenas os produtos visualmente bons seguem no processo e economia de recursos. Tema 4 – Kaizen na Produção, Pokayoke e Andon O processo produtivo ou a área de atendimento de um serviço ou varejo requer melhoria contínua e isso pode ser atingida por meio de métodos organizados de trabalho. Segundo Greef at al (2012, p. 210): O termo Kaizen tem o significado de melhoria contínua, um método que deve ser aplicado enquanto elemento cultural, que facilita a obtenção dos resultados e objetivos do escritório previstos pela gerência e conta com a participação de todos os colaboradores do ambiente, independentemente de seu nível hierárquico. A colocação dos autores é pertinente no sentido de que a empresa como um todo deve estar em estado de “melhoria contínua” e para isso é preciso de um esforço conjunto. Quando falamos em processos de melhorias em uma empresa, significa que o apoio incondicional da alta direção e o comprometimento dos colaboradores com as diretrizes é que farão a diferença. =7,89 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Vamos discutir algumas melhorias que podem ser desenvolvidas em algumas áreas industriais, de serviços e de varejo: Em uma fábrica, as melhorias podem começar desde a fase da concepção do produto, ou seja, desde o projeto. Se o produto é analisado considerando os requisitos da qualidade, desde a sua fase embrionária, as chances de erros durante a produção reduzirão consideravelmente. Pense que produzir produtos isentos de erros é um estágio avançado e depende da melhoria contínua. Então, para termos um produto produzido e montado sem erros, precisamos ter os documentos do produto com todas as informações necessárias, tais como as instruções de montagem, os fluxogramas de processo, os manuais de instruções, as folhas de inspeção e as checklists de liberação do produto. Outra melhoria que pode ser avaliada no setor fabril é se o layout utilizado e a sequência de máquinas auxiliam o processo produtivo a fluir mais uniformemente. Isso é importante porque as linhas de produtos mudam frequentemente, então é preciso avaliar se a disposição dos recursos físicos atende a necessidade atual. É preciso avaliar, também, se os recursos tecnológicos atendem a necessidade da produção e se possuem sistemas inteligentes que auxiliem no controle das peças produzidas. Um desses recursos é o Pokayoke. Segundo Denis (2008, p. 112), “Poka significa “erro inadvertido e yoke significa prevenção. Pokayoke significa implementar dispositivos simples, de baixo custo, que, ou detectem situação anormais antes que ocorram, ou, uma vez que essas tenham ocorrido, parem a linha para prevenir defeitos”. Para que não ocorram erros de montagem e de uso, o produto deve ser desenvolvido de maneira que não permita isso, ou seja, que o processo seja a prova de falhas. Observe os exemplos a seguir: Figura 05: Exemplos simples de Pokayoke CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Fonte: http://foodsafetybrazil.org/quer-melhorar-as-pessoas-invista-nos-processos/. Acessado em 18/08/2016. O produto que é desenvolvido com a preocupação de que colaboradores são passíveis de equívocos e as máquinas necessitam de inteligência artificial para detectar que a peça não está adequada, já trazem esses dispositivos que visam aumentar a qualidade do produto final. Os benefícios do uso de Pokayokes se traduzem em redução de produtos defeituosos, diminuição dos custos com retrabalhos, refugos, sucatas, reclamações e devoluções de clientes. Devido a isso, a utilização de Pokayokes, em suas diversas formas (de controle, de advertência, de posicionamento de peças, de contato, de contagem e de comparação, ou outros) também faz parte dos pressupostos do Kaizen nas firmas. Já em uma empresa prestadora de serviços, o Kaizen se faz necessário, mas difere em alguns detalhes da indústria, porque há uma incidência maior do uso do capital humano. Por exemplo, em uma empresa prestadora de serviços que utilize ferramentas, equipamentos e insumos para realização do mesmo, pode aplicar http://foodsafetybrazil.org/quer-melhorar-as-pessoas-invista-nos-processos/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 a metodologia da melhoria contínua em seus processos, desde a aquisição dos recursos até a execução do atendimento. Outra situação importante que as empresas de serviços devem se atentar, é a capacitação de seu quadro de colaboradores. Quanto mais qualificada for à mão de obra de uma prestadora de serviços, melhor será o atendimento prestado ao cliente, o que gera maior satisfação. Isso não deve ser responsabilidade apenas dos colaboradores front office (linha de frente, atendimento), mas também do back room (retaguarda) os quais são responsáveis pelo suporte ao atendimento ao cliente. Já o Kaizen, nas empresas varejistas, é uma necessidade sempre urgente. Como nessetipo de negócio o cliente faz parte do processo continuamente, é preciso melhorar o processo para que o mesmo reconheça o bom atendimento. Por exemplo, em um supermercado, alguns elementos poderiam ser melhorados, visando aumentar a satisfação do consumidor, tais como: reduzir o tempo de fila, repor mais rapidamente as mercadorias, manter os corredores entre as gôndolas desobstruídas, distribuição lógica das mercadorias, melhorar o atendimento do caixa, entre outros. Um dos dispositivos que pode auxiliar o varejista neste propósito é melhorar a gestão visual com a utilização de Andons. Conheça alguns que já são utilizados: O luminoso no estacionamento do shopping que avisa se há vagas naquele estacionamento que o cliente deseja entrar. Luminoso com sinal verde que indica onde a vaga está disponível no estacionamento. Dispositivo que os colaboradores do caixa do supermercado acionam quando precisam de ajuda do fiscal do caixa. Painel eletrônico nos bancos que informam o número da senha em atendimento. Painéis eletrônicos dos aeroportos que informam a situação dos voos. O painel da impressora que avisa que o papel acabou ou está “atolado”. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Painel eletrônico em bancos e lojas que avisam em quanto tempo o cliente será atendido, entre outros. O Andon é considerado uma tecnologia simples que informa os clientes sobre determinada situação (como vagas no estacionamento, por exemplo) e anomalias nos processos, quando uma máquina está parada por alguma falha. Veja alguns exemplos: Figura 06: Tipos de Andon Fonte: http://www.citisystems.com.br/andon/. Acessado em 18/08/2016. Para utilizar todo o aparato que já existe para garantir mais qualidade nos processos fabris e de atendimento, as empresas precisam fazer os investimentos adequados nessas áreas consideradas críticas e que agregam mais valor para o cliente. O uso de Andons auxiliará então a manter a estabilidade da linha de produção e dos serviços e, ainda, contribuirá para a http://www.citisystems.com.br/andon/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 melhoria contínua do processo. A filosofia Kaizen, em conjunto com todos os métodos e ferramentas da qualidade, mostra-se uma maneira assertiva de atender essas premissas. Tema 5 – Indicadores da Produção (Eficiência, Eficácia e Produtividade) A área de produção de uma fábrica consome muitos recursos, os quais são controlados de várias formas, desde sistemas informatizados até planilhas de Excel com apresentação em gráficos nos “Quadros de Avisos”. Para que a firma saiba se os recursos estão sendo bem utilizados, não basta apenas visualizar se a empresa teve lucro ou não, é importante saber como esses recursos foram empregados para buscar maneiras de otimizá-los. Assim, o uso de indicadores se faz imperativo. Vamos conhecer os mais utilizados explicados por Martins (2006, p. 12): Eficácia: é a medida de quão próximo se chegou dos objetivos previamente estabelecidos. Assim, uma decisão ou ação é tanto mais eficaz quanto mais próximo dos objetivos estabelecidos chegaram os resultados obtidos. Eficiência: é a relação entre o que se obteve (output) e o que se consumiu em sua produção (input), medidos na mesma unidade. É usual falarmos em eficiência de sistemas físicos, em que é sempre menor que 1, e em sistemas econômicos, devendo ser maior que 1. Exemplo aplicadoQual a eficiência econômica de uma empresa que incorreu em custos de $150.000,00 para gerar uma receita de $176.000,00? e=Output / Input e=176.000,00/150.000,00 = 1,17 ou 117% O valor obtido de 1,17 ou 117% significa que o resultado econômico da empresa foi bom, pois “pagou o custo da produção” e ainda restaram 17%, mas isso não pode ser entendido como lucro e sim como resultado operacional positivo. Observe agora a comparação entre Eficiência e Eficácia citada por Paranhos (2012, p. 162, apud Drucker, 1980): Figura 07: Comparação entre Eficiência e Eficácia CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 Eficiência Eficácia Faz corretamente as coisas Faz as coisas corretas Soluciona problemas Antecipa-se aos problemas Economiza recursos Otimiza a utilização dos recursos Cumpre as obrigações Obtém resultados Diminui custos Aumenta os lucros Fonte: Adaptado de Paranhos (2012, p. 162, apud Drucker, 1980). Pela tabela percebe-se que o ideal é que a empresa busque os dois indicadores, pois os mesmos se complementam, pois a eficiência está atrelada mais aos elementos operacionais da firma e a eficácia, aos resultados atingidos. Ainda, segundo Martins (2006, p.13), temos a Produtividade: Em 1950, a Comunidade Econômica Europeia apresentou uma definição formal de produtividade como sendo “o quociente obtido pela divisão do produzido por um dos fatores de produção”. Dessa forma, pode-se falar da produtividade do capital, das matérias primas, da mão de obra e de outros. O autor ainda explica que a produtividade pode ser parcial, quando analisa apenas um fator de produção; ou total, quando é considerada a soma de todos os fatores de produção envolvidos. Confira um exemplo aplicado de produtividade realizado do Martins (2006, p. 12): Determinar a produtividade total da empresa ABC, fabricante de autopeças, no período de um mês, quando produziu 35.000 unidades que foram vendidas a $12,00/unidade. Foram gastos $357.000. Solução: Output: 35.000 x $12,00/unidade = $420.000,00 Input = $357.000,00 Produtividade = Output / Input Produtividade = 420.000 / 357.000 = 1,18 ou 118% Neste exemplo, fica claro que a produtividade da empresa superou os CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 gastos e gerou um resultado positivo. Entretanto, o inverso também pode ocorrer, ou seja, o custo da produção pode ser maior do que se obteve de retorno. Certamente que, neste caso, haverá uma explicação plausível para o ocorrido, mas o adequado é monitorar a produtividade. Compete à organização compreender o que impacta na sua produtividade e oferecer os recursos (ferramentas e capacitação) para que todos sejam mais produtivos. Elementos de impacto na produtividade: Tecnologia das máquinas e equipamentos: máquinas antigas ou obsoletas são lentas e consomem mais recursos, já as máquinas mais modernas são mais rápidas e consomem menos recursos, principalmente energia elétrica. Capacitação do capital humano: escolaridade, experiência, conhecimento técnico, conhecimento do produto e do processo. Complexidade do produto: produtos difíceis de produzir ou montar podem exigir mais fases no processo e demandar mais tempo. Excesso de processos manuais de produção: quanto mais manual for o processo, mais tempo levará para ser produzido. Complexidade do serviço: serviços complexos também demandam maior tempo para sua conclusão. Ociosidade e distração dos colaboradores: tanto na fábrica quanto nos escritórios como internet, smartphones, excesso de ligações e resoluções de problemas pessoais durante o horário de trabalho. Gestão ineficiente ou condescendência dos líderes e encarregados. Depois de conhecer esses e outros elementos que impactam na produtividade, a empresa deve buscar os mecanismos para imputar as melhorias necessárias, definir as metas a serem atingidas por tais indicadores, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 as quais devem ser realistas e buscar um padrão de mercado (do cliente, do concorrente, do segmento). A busca por um padrão é interessante para que se conheça o grau de desempenho da firma e, ainda, para determinar aonde se quer chegar. O padrão do mercado apontará o caminho a ser trilhado para que a empresa atinja os seus objetivos. Embora tenham sido explicados apenas três indicadores,dentro da fábrica temos outros, tão importantes quanto, que auxiliam a melhorar a qualidade da operação. Podemos citar, então, a acuracidade dos controles dos estoques, que garantirá que a linha de produção não seja interrompida por falta de matérias primas; e, ainda, a utilização das máquinas e equipamentos, da mão de obra, a capacidade produtiva, o tempo de resposta, a lucratividade, a rentabilidade, a efetividade, entre outros. O uso de indicadores geralmente tem como foco permitir o monitoramento das atividades e o controle do uso dos recursos em detrimento do retorno que a empresa apresenta. Cabe a empresa e aos seus gestores determinarem quais serão utilizados, por que motivos os escolheram e que objetivos pretendem alcançar com o panorama apresentado pelo uso dos mesmos. Trocando Ideias A partir da figura a seguir, discuta com seus colegas no chat sobre quais são os impeditivos para que o brasileiro seja mais produtivo. Você pode encontrar mais informações sobre isso no link a seguir: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/05/1635927-1-trabalhador-americano-produz- como-4-brasileiros.shtml. Acessado em 18/08/2016. Figura 08: Comparação de produtividade http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/05/1635927-1-trabalhador-americano-produz-como-4-brasileiros.shtml http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/05/1635927-1-trabalhador-americano-produz-como-4-brasileiros.shtml CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 26 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 27 Na Prática Para esta rota de aprendizagem, você deverá analisar um estudo de caso proposto de acordo com critérios pré-estabelecidos. Num primeiro momento, será apresentada a você uma história hipotética e depois alguns questionamentos para você pesquisar e responder. Terminada a atividade de estudo, análise o relato do estudo de caso. Você receberá uma reposta provável para a atividade realizada pelo professor que elaborou o presente estudo. Orientações para realizar a atividade: 1. Leia o estudo de caso atentamente. 2. Leia o material da rota. 3. Identifique no texto desta rota de aprendizagem onde estão os conceitos chaves que você irá utilizar, tenha o material em mãos para realizar as tarefas. 5. Bons estudos e bom trabalho! Estudo de caso 05. Mensurar e acompanhar a produtividade da empresa é importante para identificar como está o seu desempenho frente à concorrência por exemplo. Devido a isso, Patrícia está avaliando a produtividade do seu Pet Shop devido a grande concorrência que tem avançado no setor, por conta dos números positivos divulgados na mídia e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Leia parte da matéria que preocupou Patrícia. Em 2015, o faturamento nominal cresceu 7,8%, chegando a R$ 18 bilhões. Não batemos a inflação, mas tivemos desempenho bem acima do PIB, que encolheu 3,8% em relação a 2014. Mesmo com todas as dificuldades atuais, o mercado pet dá sinais de resistência”, afirma. Todo esse otimismo tem fundamento. Hoje, no Brasil, existem mais cachorros de estimação do que crianças. A Pesquisa Nacional de Saúde, feita em 2013 pelo IBGE, aponta que 44,3% dos domicílios do País possuem pelo menos um cachorro. O instituto estima que 52,2 milhões de cães habitam os lares brasileiros, o que dá uma média de 1,8 cachorro por casa. Fonte da matéria: http://economia.estadao.com.br/blogs/sua- http://economia.estadao.com.br/blogs/sua-oportunidade/mercado-pet-resiste-e-mostra-ser-opcao-para-empreender/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 28 oportunidade/mercado-pet-resiste-e-mostra-ser-opcao-para-empreender/. Acessado em 18/08/2016 A partir desta e de outras reportagens, matérias, programas exclusivos sobre esse mercado, Patrícia que é proprietária de um Pet Shop a quinze anos em uma cidade de médio porte, tem se preocupado com a entrada de tantos concorrentes e tantas novidades no segmento. Patrícia tem acompanhado seus números de maneira empírica, porque já sabe como seu mercado se comporta. Mas agora percebe que precisa de mais técnica e quer conhecer sua produtividade, tendo em vista que o mercado tem divulgado 25% ao ano. Observe os números do Pet Shop de Patrícia no ano passado. O Pet shop de Patrícia teve um faturamento mensal de aproximadamente 59 mil reais no ano passado, mas gerou despesas totais de 622 mil reais, nesse mesmo período. O que sobrou no mês a mês, Patrícia gostaria de assumir como seu pró labore, mas fez apenas retirada de dinheiro do caixa, conforme precisava para uma ou outra despesa relacionada ao Pet Shop. A partir desses dados, gere as seguintes informações para Patrícia: a) Identifique qual foi o faturamento total do Pet Shop no ano passado. b) Calcule a produtividade do Pet Shop no ano passado. c) Explique a Patrícia se o índice de produtividade encontrada do Pet Shop corresponde aos números divulgados na mídia. d) Informe a Patrícia qual teria sido o pró-labore dela no ano passado se ela tivesse feito a retirada completa todos os meses. Síntese O foco dessa aula foi discutir assuntos pertinentes ao controle no sistema produtivo. Para isso foram apresentados o setor/processo de Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP) e o software que o auxilia no propósito de programar a produção e controlar os estoques, o Material Requiriment Planning (MRP). Conhecemos também duas metodologias que auxiliam o PPCP a “puxar a produção”, o Just In Time (JIT) e o Kanban, pois pregam que o produto só http://economia.estadao.com.br/blogs/sua-oportunidade/mercado-pet-resiste-e-mostra-ser-opcao-para-empreender/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 29 deve ser produzido quando o cliente solicitar. Depois disso, discutimos alguns detalhes da melhoria contínua utilizando a metodologia Kaizen com o uso do Pokayoke e de Andons. Para finalizar esta aula, foram discutidos três indicadores fabris essenciais para o controle da fábrica: Eficácia, Eficiência e Produtividade. Com isso, concluímos a quinta aula de Gestão da Produção e Operações! Referências COSTA JUNIOR, Eudes Luiz. Gestão em processos produtivos. Curitiba: InterSaberes, 2012. GREEF, Ana Carolina; FREITAS, Maria do Carmo Duarte; ROMANEL, Fabiano Barreto. Lean Office: operação, gerenciamento e tecnologias. São Paulo: Atlas, 2012. MARTINS, Petrônio Garcia; LAUGENI, Fernando P. 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