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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO 
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 
– ASPECTOS LEGAIS E 
OPERACIONAIS
GRACIELE OROSKI PAES
JOYCE MARIA DOS SANTOS DE FARIA
PRISCILLA MARTINS VIANA
 ■ INTRODUÇÃO
O Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerado o quinto país em lesões 
e mortes derivadas das ocorrências no trânsito, após Índia, China, Estados Unidos e Rússia. 
A fi m de impedir a piora desse ranque mundial, elencaram-se medidas de enfrentamento, e 
estratégias foram adotadas para minimizar os impactos epidemiológicos, sociais e organizacionais 
relacionados a esses índices.
Medidas de fi scalização e conscientização voltadas para a associação entre álcool e 
direção vêm logrando êxito no que tange à redução dos acidentes em vias públicas em 
regiões brasileiras.
Mesmo com as ações referidas, as lesões e mortes por acidentes de trânsito pesam no número 
absoluto de internações e óbitos. Em 2010, foram contabilizadas 145 mil internações no Sistema 
Único de Saúde (SUS) causadas por acidentes, 15% a mais do que em 2009, o que representou 
um investimento de R$ 190 milhões só em procedimentos específi cos pelo SUS.
A epidemia de lesões e óbitos no trânsito, como aponta o Ministério da Saúde (MS), foi detalhada 
por meio do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do MS, cujos dados de 2010 revelam 
que 40.610 pessoas foram vítimas fatais, 25% delas por ocorrências com motocicletas.1
Não obstante, os dados históricos contribuem para que o evento “trauma” assuma uma importante 
representatividade nas ações de socorro em atendimento pré-hospitalar (APH).2 Diante disso, o 
atendimento inicial passa a ser a medida de intervenção de maior impacto para diminuir a 
incidência de desfechos como sequelas e morte de médio e longo prazo. A distribuição de mortes 
em contexto de trauma ocorre de forma trimodal, com:
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AIS ■ mortes imediatas, que ocorrem minutos após a lesão;
 ■ mortes precoces, que ocorrem minutos a horas após a lesão;
 ■ mortes tardias, que ocorrem dias a semanas após o trauma.
Sabe-se que cerca de 50% das mortes por trauma ocorrem na primeira hora após a 
lesão.3,4
A partir de tais constatações, foi desenvolvido o conceito de “hora de ouro” (golden hour), 
que institui o primeiro atendimento como sendo rápido e efi caz, com o objetivo de minimizar o 
tempo entre o incidente e a intervenção inicial no local do evento (tempo resposta). Igualmente, 
o transporte e a remoção de forma adequada para um local de tratamento defi nitivo garantem a 
possibilidade de maior sobrevida da vítima, equacionando uma relação inversamente proporcional 
entre o tempo de resposta e a sobrevida.
O MS considera como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência o atendimento que 
procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza 
traumática, não traumática ou, ainda, psiquiátrica) que possa levar a sofrimento, a sequelas ou 
mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a 
um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao SUS.2
A Tabela 1 revela a morbidade hospitalar por causas externas, de acordo com o local de residência, 
nos períodos de janeiro de 2008 a janeiro de 2013, segundo a distribuição pelas regiões do Brasil, 
incluindo os grandes grupos de causas (em todas as faixas etárias e em ambos os sexos), a saber:
 ■ acidentes de transporte;
 ■ outras causas externas de lesões acidentais;
 ■ lesões autoprovocadas voluntariamente;
 ■ agressões;
 ■ eventos cuja intenção é indeterminada;
 ■ intervenções legais e operações de guerra;
 ■ complicação sistêmica médica e cirúrgica;
 ■ sequelas de causas externas;
 ■ fatores suplementares relacionados a outras causas.
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 1 |Tabela 1
MORBIDADE HOSPITALAR DO SUS POR CAUSAS EXTERNAS NO BRASIL
Internações por ano/mês de processamento segundo a região
Região Jan/2008 Jan/2009 Jan/2010 Jan/2011 Jan/2012 Jan/2013 Total
Total 40.101 69.112 78.031 80.751 83.034 86.432 437.461
Sudeste 15.314 29.277 33.202 33.304 33.606 37.021 181.724
Nordeste 9.071 13.695 17.848 19.213 20.250 18.484 98.561
Sul 7.695 12.838 13.181 13.625 14.274 15.238 76.851
Centro-
-oeste 3.741 6.626 6.912 7.412 7.281 8.206 40.178
Norte 4.280 6.676 6.888 7.197 7.623 7.483 40.147
Fonte: Brasil (2013).5
 ■ OBJETIVOS
Ao fi nal da leitura deste artigo, espera-se que o leitor possa:
 ■ reconhecer a importância do serviço de APH;
 ■ dimensionar as atividades da enfermagem no APH;
 ■ reconhecer as legislações aplicadas à pratica de enfermagem no ambiente pré-hospitalar;
 ■ indicar as melhores decisões mediante a avaliação, no APH, das múltiplas vítimas.
 ■ ESQUEMA CONCEITUAL
Conclusão
Aspectos organizacionais e 
operacionais do atendimento 
pré-hospitalar
Breve recorte histórico sobre o 
atendimento pré-hospitalar no 
cenário mundial e brasileiro
Atendimento pré-hospitalar e 
inserção da enfermagem
Caso clínico 1
Caso clínico 2
Casos clínicos
Cenário
Triagem
Transporte
Operacionalização do 
atendimento pré-hospitalar
Exame primárioAvaliação inicial da vítima no atendimento pré-hospitalar
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AIS ■ BREVE RECORTE HISTÓRICO SOBRE O ATENDIMENTO 
PRÉ-HOSPITALAR NO CENÁRIO MUNDIAL E BRASILEIRO
O APH, ainda não conceitualmente concebido, iniciou-se com o advento dos grandes confl itos 
históricos das guerras nos cenários mundiais. O número expressivo de feridos a serem socorridos 
tornava-se crescente diariamente, e o proscênio não previa um preparo para esse tipo de 
enfrentamento, tanto em caráter operacional quanto contingencial.
A história mostra que o APH teve início há mais de 30 anos, na América do Norte e na 
Europa, apresentando notável expansão logo após a Guerra do Vietnã (1962-1973), 
quando as autoridades norte-americanas perceberam que a atuação de socorristas 
nos locais de batalha e nos transportes para hospitais reduzia signifi cativamente a 
mortalidade e aumentava o tempo de sobrevida dos soldados feridos.
Foram classifi cados como serviço médico de emergência (SME) pré-moderno os atendimentos 
realizados até o tempo de Napoleão Bonaparte, quando não havia a preocupação com o APH. 
No século XVIII, na época de Napoleão, percebendo a franca necessidade de atendimento às 
vítimas, o militar chamado Barão Dominique Jean Larrey, médico-cirurgião, criou uma forma 
ágil de atender aos feridos nas batalhas da guerra: construiu uma carruagem que chamou de 
“ambulância voadora” (Figura 1), assegurando o que, na época, transportaria os vitimados para 
um local seguro de tratamento. A partir dessa ideia, percebeu que precisaria de homens treinados, 
mas, sobretudo, capacitados para assistir as vítimas e transportá-las.
Figura 1 - Protótipo da ambulância criada por Dominick Jean Larrey.
Fonte: Dominique Jean Larrey (2013).6
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 1 |No decorrer de seu trabalho, Larrey desenvolveu teorias que permanecem até o tempo atualno 
APH, como:
 ■ rapidez no atendimento;
 ■ utilização de ambulância;
 ■ treinamento de profi ssionais;
 ■ atendimento para transporte das vítimas dos cenários de guerra para hospital próximo;
 ■ atendimento durante o transporte;
 ■ construção de hospitais próximos ao campo de batalha.
O Barão Larrey é atualmente reconhecido como o precursor do SME da era moderna.7
As inovações criadas por Larrey foram colocadas em prática por Jonathan Letterman. Designado 
cirurgião-geral, criou uma corporação médica separada, com atendimento médico mais bem 
organizado. Um ano mais tarde, na Segunda Batalha de Bull Run, uma das batalhas da Guerra 
Civil Norte-Americana, 300 ambulâncias e atendentes recolheram 10.000 feridos em 24 horas.
Em agosto de 1864, foi criada a Cruz Vermelha Internacional, na Primeira Convenção de 
Genebra, cujo Artigo 10 remete à garantia de proteção aos feridos e doentes ou aos membros do 
pessoal do serviço de saúde e religioso por parte da potência detentora imediata. Caso essa esteja 
impossibilitada, um Estado neutro assume sua condição. Contudo, se, ainda assim, não puder ser 
assegurada a devida proteção, a potência detentora deverá pedir a um organismo humanitário 
(como a Comissão Internacional da Cruz Vermelha) que assuma as suas funções humanitárias.8,9
No Brasil, a ideia de atender às vítimas no local da emergência é tão antiga quanto em 
outros países. Em 1893, ocorreu a aprovação da lei, pelo Senado da República, que 
pretendia estabelecer, na época, o socorro médico de urgência em via pública no Rio 
de Janeiro, então capital do País. Consta ainda que, em 1899, o Corpo de Bombeiros 
da mesma localidade punha em ação a primeira ambulância (de tração animal) para 
realizar o referido atendimento, fato que caracteriza sua tradição histórica na prestação 
desse serviço.10
Em São Paulo, com o Decreto nº 395, de 7 de outubro de 1893, o atendimento aos casos de 
emergência fi cou sob responsabilidade dos médicos do Serviço Legal da Polícia Civil do 
Estado. Já com o Decreto nº 1.392, em 1910, nos locais de incêndio ou com demais acidentes, 
era necessária a presença de médicos.
Em 1950, instalou-se, em São Paulo, o Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência 
(SAMDU), órgão da então Secretaria Municipal de Higiene, pelo Decreto Estadual nº 16.629, 
fi cando, como responsabilidade do município, o atendimento de urgência na cidade de São Paulo.8
Nas rodovias de São Paulo, criou-se o Desenvolvimento Rodoviário S. A. (DERSA), que 
prestava atendimento, sendo interligação das instituições públicas e privadas. Já em 1976, havia 
o Sistema de Ajuda ao Usuário, que consistia em uma ambulância com motorista e um socorrista 
a cada 30km da rodovia, e esses profi ssionais tinham um treinamento periódico e fi nanciado pela 
arrecadação do pedágio e pela Previdência Social. Dessa forma, pode-se compreender que, 
com o decorrer dos anos, tentava-se, cada vez mais, aprimorar o APH por diferentes instituições 
públicas e privadas.
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AIS No século XX, a Secretaria Municipal de São Paulo criou o serviço de atendimento a emergências 
e urgências; contudo, a formação das equipes era inespecífi ca e insufi ciente para todos os 
atendimentos, que acabaram se tornando transporte inter-hospitalar e domiciliar, não atendendo 
ao objetivo da sua criação.
Em 1979, tentando resgatar o modelo anterior, a Prefeitura do Município de São Paulo e o Corpo 
de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo assinaram um protocolo de intenções, 
segundo o qual o atendimento era realizado com ambulâncias pelos profi ssionais da Secretaria 
Municipal de Saúde junto com os bombeiros no resgate; porém, essa tentativa não deu certo, pois 
havia a demora pelo sistema municipal e a não aceitação por parte do Corpo de Bombeiros por 
considerar esse tipo de atendimento uma prática médica.
Em 1981, houve novo acordo a fi m de obter a assistência às urgências e um sistema de referência, 
em que as vítimas fossem transportadas para locais mais próximos da ocorrência, gerando uma 
territorialização e integração no atendimento. Já em 1983, o acordo foi ofi cializado e surgiu 
a Comissão de Coordenação de Recursos Assistenciais de São Paulo (CRAPS), a qual tinha 
objetivo de expandir o programa para todo o município.
No Rio de Janeiro, em 1985, com um decreto governamental, foi criado o Grupo de Emergências 
do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, que começou a vigorar em 9 de julho 
de 1986. Foi composto por 19 ambulâncias de unidades móveis de terapia intensiva, com equipe 
constituída por um médico, dois enfermeiros e um motorista. Esse grupo se uniu ao Resgate do 
Corpo de Bombeiros já existente.
Na década de 1990, em São Paulo, foi criado o Sistema de Atendimento Pré-Hospitalar na 
Corporação dos Bombeiros do Estado de São Paulo, com profi ssionais treinados tanto para 
suporte básico quanto avançado.
O Brasil acordou com a França a aderência ao seu modelo de atendimento, denominado 
Serviço de Atendimento Móvel às Urgências (SAMU), que foi solicitado pelo MS.
Em 1990, foi proposto, pelo MS, o Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergências 
(SIATE), primeiramente implementado em Curitiba, onde havia parceria da Secretaria Estadual de 
Saúde e da Secretaria de Segurança Pública. O atendimento era realizado pelos socorristas do 
Corpo de Bombeiros, e havia um sistema regulador com médico presente, deslocado facilmente 
para onde se necessitasse de atendimento. Esse foi um modelo para a criação do Programa de 
Enfrentamento às Emergências e Traumas (PEET).
Em fevereiro de 1999, o SAMU foi mais uma vez expandido, com a inclusão das unidades de 
suporte básico (USB). Para tanto, o SAMU mantinha seus dois serviços (a Central de Regulação 
Médica e o Serviço de Atendimento Pré-hospitalar) coesos e interligados, organizados e 
supervisionados pelo coordenador do Programa de Assistência Emergencial, no qual se insere o 
SAMU. Subordinados ao coordenador, estavam o diretor médico e o diretor de enfermagem, cargo 
exercido pelo Coordenador do Programa de Serviços Externos.11
O SAMU, hoje, encontra-se constituído conforme inicialmente idealizado, englobando a 
Central de Regulação Médica com suas respectivas equipes e o Serviço de Atendimento 
Pré-Hospitalar com suas equipes de suporte básico e avançado, além das equipes 
essenciais de apoio.12
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 1 |ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E INSERÇÃO DA ENFERMAGEM
A britânica Florence Nightingale é considerada a fundadora da Enfermagem Moderna em todo o 
mundo, obtendo projeção maior a partir de sua participação como voluntária na Guerra da Crimeia, 
em 1854.11 Ela e as irmãs anglicanas e católicas cuidavam dos soldados internados no hospital, 
onde Florence, com seu trabalho árduo, ajudava na reabilitação da saúde das vítimas, aplicava o 
pensamento crítico e, ainda, realizava pesquisas.
Florence foi incomparável: estendeu sua atuação desde a organização do trabalho até os mais 
simples serviços, como a limpeza do chão. Graças a seu trabalho árduo, a mortalidade entre os 
hospitalizados na guerra decresceu de 40 para 2%. Os soldados fi zeram de Florence o seu anjo da 
guarda, e ela foi imortalizada como a “Dama da Lâmpada” porque, de lanterna na mão, percorria 
as enfermarias, atendendo aos doentes.
Outro nome de destaque na enfermagem durante o século XIX foi Anna Justina Ferreira Nery, 
nascida na província da Bahia, no Brasil, em 1814. Em 1865, quando ela tinha três fi lhos e já era 
viúva desde os 51 anos,estava ocorrendo a Guerra do Paraguai, para a qual seus fi lhos foram 
convocados a fi m de lutar e prestar serviço ao País, haja vista serem militares.
Anna Nery solicitou ao Presidente da província da Bahia ser voluntária e ir à guerra a fi m de ajudar 
nos hospitais do Rio Grande do Sul ou onde fosse preciso. Ele aceitou, e Anna Nery foi a primeira 
enfermeira das Armadas Brasileiras.
Segundo Waleska Paixão, “Anna Nery personifi cou, como ninguém, o heroísmo da verdadeira 
enfermeira, heroísmo renúncia de si mesma, heroísmo espírito sacrifício, heroísmo dádiva do 
próprio coração ao coração dos outros”.13
Anna Nery foi contemporânea de Florence Nightingale (que criou a primeira escola de enfermagem 
no mundo, em Londres, em 1860), mas não existem indicações de que elas sabiam da existência 
uma da outra. No entanto, foram semelhantes na maneira de agir: ambas ricas, estudadas, cultas 
e poliglotas, severas e disciplinadoras, além de dedicadas às tarefas de cuidar dos sofredores nas 
guerras de que participaram ativamente (Anna, na Guerra do Paraguai, e Florence, na Guerra da 
Crimeia – atual Ucrânia).
Ainda que intuitivamente, o processo organizacional era assegurado por essas duas 
representantes da enfermagem mundial, Florence Nightingale e Anna Nery, preparadas 
e conhecedoras profundas de sua missão. Por meio de percepções simplórias das 
condições ambientais e sanitárias, garantiam a melhora no tratamento dos feridos.
No contexto contemporâneo da enfermagem, o profi ssional dessa área e líder do cuidado precisa 
promover a mudança, quebrando o paradigma a seu respeito, para ir além da pura competência 
e não se deixar estagnar. As novas gerações de líderes precisam dessa percepção, o que servirá 
de estímulo para novas construções e inovações. É uma questão de credibilidade histórica, 
construída e legitimada por cuidados que interconectam arte e cientifi cidade.14
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ATIVIDADE
1. O MS considera como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência o atendimento 
que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde. 
De que natureza pode ser esse agravo?
A) Apenas psiquiátrica.
B) Apenas traumática.
C) Apenas não traumática.
D) Traumática, não traumática e psiquiátrica.
Resposta no fi nal do artigo
2. Quem é considerado o precursor do SME da era moderna?
A) Jonathan Letterman.
B) Napoleão Bonaparte.
C) Dominick Jean Larrey.
D) Dominick Jean Lort.
Resposta no fi nal do artigo
3. No decorrer de seu trabalho, o precursor do SME da era moderna desenvolveu teorias 
que permanecem até o tempo atual no APH. Quais são elas?
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
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4. Na década de 1990, o Brasil acordou com a França a aderência ao seu modelo de 
atendimento. Que modelo é esse e como é constituído?
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 ■ ASPECTOS ORGANIZACIONAIS E OPERACIONAIS DO 
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
O serviço de APH pode ser constituído por uma ou mais unidades de atendimento, dependendo 
da população a ser atendida.
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 1 |Por unidade, entende-se uma ambulância dotada de equipamentos, materiais e 
medicamentos, guarnecida por uma equipe de, pelo menos, dois profi ssionais, treinados 
para oferecer suporte básico de vida sob supervisão e condições de funcionamento 
pré-hospitalar.2
É importante frisar e defi nir que o sistema de APH é um serviço médico, e, assim, 
sua coordenação, regulação e supervisão direta e à distância devem ser efetuadas 
unicamente por médico.2
Reconhece-se que, na urgência-emergência, principalmente na área do trauma, deverá haver 
uma ação integrada, visando a viabilizar a implantação de serviços de APH no Brasil, com outros 
profi ssionais, os chamados socorristas.
Os socorristas são profi ssionais não médicos, habilitados para prestar atendimento de 
urgência-emergência em nível pré-hospitalar, sob supervisão e coordenação médica.2
A Portaria nº 824/GM, de 24 de junho de 1999, aprovou a Normatização da Atividade Médica na 
Área da Urgência-Emergência na sua Fase Pré-Hospitalar, que estabelece a atribuição de cada 
profi ssional envolvido no APH e apresenta subdivisões, como ilustrado no Quadro 1.
 Quadro 1
ATRIBUIÇÃO DOS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS NO APH
E SUAS SUBDIVISÕES
Regulação médica Há o médico regulador que tem a decisão técnica em torno dos 
pedidos de socorro e a decisão gestora dos meios disponíveis; tal 
função deve ser exercida por profi ssional médico qualifi cado.
Profi ssionais não oriundos 
da área de saúde
 ■ Telefonista – trabalha nas centrais de comunicação, anotando 
dados básicos sobre o chamado e prestando informações 
gerais.
 ■ Condutor – habilitado para conduzir veículos de emergência e 
auxiliar a equipe de atendimento, quando necessário.
 ■ Socorrista – habilitado para prestar APH e credenciado para 
integrar a guarnição de ambulância do serviço de APH.
 ■ Operador de rádio – habilitado para operar sistemas de 
radiocomunicação e realizar o controle operacional de uma 
frota de veículos de emergência.
Profi ssionais oriundos 
da área de saúde
 ■ Auxiliar ou técnico em enfermagem em emergências 
médicas – habilitado para o APH e credenciado para integrar 
a guarnição de ambulâncias do serviço de APH; além da 
intervenção conservadora no atendimento do paciente, é 
habilitado a realizar procedimentos sob prescrição médica.
 ■ Enfermeiro – habilitado para realizar ações de enfermagem 
no APH direcionadas aos pacientes e ações administrativas 
e operacionais em sistemas de APH, incluindo cursos de 
capacitação dos profi ssionais do sistema e ações de supervi-
são e educação continuada desses.
 ■ Médico – habilitado ao exercício da medicina pré-hospitalar, 
atuando nas áreas de regulação médica, suporte avançado de 
vida em ambulâncias e gerência do sistema.
Fonte: Brasil (1999).2
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AIS A Portaria GM/MS nº 737, de 16 de maio de 2001, defi ne a Política Nacional de Redução da 
Morbidade e da mortalidade por Acidentes e Violências, em que há a sistematização, a ampliação 
e a consolidação do APH. Tal portaria prevê, além de medidas organizacionais nas diferentes 
autarquias, a revisão e o estabelecimento de normas técnicas específicas, em conjunto com os 
diferentes setores envolvidos, para a padronização de equipamentos e de veículos destinados ao 
transporte de vítimas, bem como para a formação de recursos humanos.
Também foi garantida, pela Portaria GM/MS nº 737, a integração do APH ao atendimento 
hospitalar de emergência, com a implantação de centrais de regulação médica nos 
estados e municípios, às quais compete a articulação com os órgãos que mantêm esse 
tipo de serviço, estimulando-os a atuar de forma compartilhada.15
A Portaria nº 814/GM, de 1º de junho de 2001, aprova a Política Nacional de Atenção às Urgências, 
estabelecendo que os serviços de APH móveis devem ter uma equipe de saúde composta pelos 
profi ssionais descritos no Quadro 2:
 Quadro 2
COMPOSIÇÃO DA EQUIPE DOS SERVIÇOS DE APH MÓVEIS
 ■ Coordenador do serviço da área de saúde, com experiência e conhecimento comprovados na 
atividade de APH às urgências e de gerenciamento de serviços e sistemas
 ■ Médico responsável técnico pelas atividades médicas do serviço
 ■ Enfermeiro responsável técnico pelas atividades de enfermagem
 ■ Médicos reguladores que, com base nas informações colhidas dos usuários, quando esses acionam 
a central de regulação, são os responsáveis por gerenciamento, defi nição e operacionalização dos 
meios disponíveis e necessários para responder a tais solicitações, utilizando-se de protocolos 
técnicos e da faculdade de arbitrar sobre os equipamentos de saúde do sistema necessários ao 
adequado atendimento do paciente
 ■ Médicos intervencionistas, responsáveis pelo atendimento necessário para a reanimação e a 
estabilização do paciente no local do evento e durante o transporte
 ■ Auxiliares e técnicos de enfermagem sob supervisão imediata do profi ssional enfermeiro
 ■ Enfermeiros assistenciais
Fonte: Brasil (2001).16
As responsabilidades técnicas poderão ser assumidas por profi ssionais da equipe de 
intervenção sempre que a demanda ou o porte do serviço assim o permitirem.
Além da equipe de saúde, em situações de atendimento às urgências relacionadas a causas 
externas ou de pacientes em locais de difícil acesso, deverá haver uma ação pactuada, 
complementar e integrada de outros profi ssionais não oriundos da saúde – bombeiros militares, 
policiais militares e rodoviários, entre outros, formalmente reconhecidos pelo gestor público para o 
desempenho das ações de segurança, socorro público e salvamento, como:
 ■ sinalização do local;
 ■ estabilização de veículos acidentados;
 ■ reconhecimento e gerenciamento de riscos potenciais (incêndio, materiais energizados, 
produtos perigosos);
 ■ obtenção de acesso ao paciente e ao suporte básico de vida.
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 1 |Todos os profi ssionais que atuam no serviço pré-hospitalar móvel, inclusive os não 
oriundos da área da saúde, devem ser capacitados e certifi cados pelos núcleos ou 
centros de educação em urgências (conforme defi nido em portaria específi ca) para fi ns 
de sua integração técnica e operativa ao SUS na atenção pré-hospitalar.
A Portaria nº 1.863/GM, de 29 de setembro de 2003, em seu artigo 1º, trata da Política Nacional 
de Atenção às Urgências, que deve ser instituída a partir de componentes fundamentais, como o 
SAMU e os serviços associados de salvamento e resgate, sob regulação médica de urgências e 
com número único nacional para urgências médicas – o 192, bem como a instalação e a operação 
das centrais de regulação médica das urgências, integradas ao Complexo Regulador da Atenção 
no SUS.17
De acordo com a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do 
exercício da enfermagem e dá outras providências, destaca-se o impacto, para o referido contexto, 
da atuação do enfermeiro:18
 ■ no planejamento, na organização, na coordenação, na execução e na avaliação dos serviços 
da assistência de enfermagem;
 ■ na prescrição da assistência de enfermagem;
 ■ nos cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida;
 ■ nos cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de 
base científi ca e capacidade de tomar decisões imediatas;
 ■ na prevenção e no controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela durante 
a assistência de enfermagem;
 ■ na assistência de enfermagem à gestante, à parturiente e à puérpera;
 ■ no acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
 ■ na execução do parto sem distocia.
Em 12 de julho de 2001, no intuito de legitimar as atividades de enfermagem no APH, 
o Conselho Federal de Enfermagem, por meio da Resolução nº 260/2001, revogada 
pela de nº 290/2004, fi xa, como especialidade de enfermagem e de competência do 
enfermeiro, o APH, sem, no entanto, especifi car sua formação e ações.19 Somente em 
2002, por intermédio da Portaria nº 2.048 do MS, de 5 de novembro de 2002, que 
regulamenta e normatiza o APH, são defi nidas as funções do enfermeiro, o perfi l desse 
profi ssional, bem como de toda a equipe que deve atuar no serviço.
Conforme a Portaria nº 2.048, os enfermeiros de APH são responsáveis pelo atendimento 
de enfermagem necessário para a reanimação e a estabilização do paciente no local 
do evento e durante o transporte. Cabe também ao enfermeiro “prestar serviços 
administrativos e operacionais em sistemas de APH, supervisionar e avaliar as ações 
de enfermagem da equipe no APH móvel, dentre outras funções específi cas”.20
Para o enfermeiro, além de conhecimento científi co e habilidade, são necessárias características 
específi cas para a atuação no APH, como:21
 ■ capacidade física;
 ■ capacidade de lidar com estresse;
 ■ capacidade de tomar decisões rapidamente;
 ■ capacidade de defi nir prioridades;
 ■ capacidade de saber trabalhar em equipe.
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AIS O enfermeiro é participante ativo da equipe de APH e assume, em conjunto com a equipe, a 
responsabilidade pela assistência prestada às vítimas. Atua onde há restrição de espaço físico e 
em ambientes diversos, em situações de limitação de tempo, da vítima e da cena, e, portanto, são 
necessárias decisões imediatas, baseadas em conhecimento e rápida avaliação.21
A decisão COREN-SPDIR/01/2001 dispõe sobre a regulamentação da assistência de enfermagem 
em APH e demais situações relacionadas com o suporte básico e o suporte avançado de vida. 
Entre os artigos descritos nesse documento, há os que chamam atenção para a necessidade de 
o profi ssional de enfermagem envolvido com esse tipo de assistência comunicar ao conselho, 
de acordo com a determinação do Código de Ética dos Profi ssionais de Enfermagem, todas as 
situações em que a execução dos procedimentos de enfermagem não estiver sendo delegada, 
supervisionada e acompanhada pelo enfermeiro.
Os procedimentos de enfermagem considerados de alta complexidade deverão ser 
realizados exclusivamente pelos profi ssionais enfermeiros (unidades móveis de UTI e 
suporte avançado de vida – terrestres, aéreas ou aquáticas), conforme o determinado 
pela Lei nº 7.498/86 e pelo Decreto-Lei nº 94.406/87.
O enfermeiro deverá implementar e documentar a sistematização da assistência de enfermagem 
por meio do registro das informações técnicas colhidas (protocolo de atendimento), contendo o 
histórico de enfermagem, a prescrição e evolução da assistência de enfermagem determinada 
por ele mesmo. Admite-se, aos militares das Forças Armadas, bombeiros e policiais militares 
das Forças Auxiliares, enquanto investidos na função de militares junto à guarnição e desde que 
treinados para atuar em situações de resgate, a execuçãode quaisquer procedimentos essenciais 
ao suporte básico de vida, à preservação da vida e à integridade das vítimas/pacientes/clientes 
em situações de urgência/emergência, até que seja possível o acesso pelo profi ssional de saúde.
O enfermeiro assume a responsabilidade pelas vítimas/pacientes/clientes, em termos 
de assistência de enfermagem, durante todo o período em que esses estiverem sob 
seu atendimento de urgência/emergência; no caso de remoção, por ser procedimento 
passível de planejamento e programação, deverá o mesmo profi ssional avaliar se a 
manobra deverá ser feita pelo técnico ou auxiliar de enfermagem, considerando-se as 
respectivas competências legais.
OPERACIONALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Tem-se reconhecido que um atendimento adequado e rápido no local do evento pode representar 
uma chance de sobrevivência para a vítima até a sua chegada ao hospital.21
A utilização de técnicas simples e não invasivas, a obtenção de dados vitais e um breve 
exame físico são de grande valia para a avaliação inicial e a identifi cação do risco de 
vida no local do evento, uma vez que há impossibilidade de utilização de recursos e 
procedimentos de maior complexidade.21
As causas externas (acidentes e violências) representam, na atualidade, um problema de saúde 
pública de dimensões mundiais, e seu enfrentamento é um desafi o para as políticas públicas.
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 1 |Os acidentes e a consequente demanda por atendimento no setor de saúde têm se 
tornado, ao longo dos últimos anos, um problema que ocupa lugar de destaque na 
agenda pública de saúde.15,22
Quanto mais rápido o atendimento prestado às vítimas do trauma, maior será o índice de 
sobrevida. Assim, a denominada “hora de ouro” deve durar de 15 a 20 minutos, que é o 
tempo do acontecimento até a chegada da equipe pré-hospitalar (tempo de resposta) para 
remoção do paciente. Destarte, o ideal seria de 6 a 8 minutos para a resposta e 8 a 10 minutos, 
aproximadamente, para o tempo de transporte da vítima ao hospital.
O atendimento móvel de socorro imediato está sujeito às mais diversas situações, desde queda 
da própria altura até eventos de colisão veicular com múltiplas vítimas. Diante disso, protocolos 
foram criados para otimizar e direcionar o atendimento de acordo com a gravidade e a prioridade 
de atendimento.
Cenário
O socorrista, ao chegar ao local do acidente, deve ter três prioridades, de acordo com o Quadro 3.
 Quadro 3
PRIORIDADES DO SOCORRISTA NO LOCAL DO ACIDENTE
Avaliação da cena Certifi car-se da segurança no local de atendimento. Tal princípio 
deve ser iniciado no caminho, com os dados da central, e, ao chegar, 
deve-se proceder a uma análise minuciosa de informações, como 
desvio do trânsito, situação da rede elétrica e demais fatores que 
possam interferir no atendimento, na remoção ou na transferência 
das vítimas.7
Quantifi cação do número de 
vítimas
Recomenda-se classifi car as vítimas da seguinte forma: acidentes de 
múltiplas vítimas nível 1 – entre 5 e 10 vítimas – e nível 2 – entre 11 
e 20 vítimas; desastres – mais de 21 vítimas. Com essa informação, 
é possível identifi car a necessidade de reforço e ampliação de 
recursos.23
Avaliação de cada vítima Após ser confi rmada a segurança do local, deve-se iniciar uma 
avaliação individual das vítimas antes do atendimento inicial. O 
intuito é fazer a triagem de forma a priorizar o atendimento e a 
remoção para os casos mais graves ou salvar o maior número de 
pessoas possível, de acordo com a disponibilidade de recursos. Os 
métodos serão discutidos a seguir.7
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AIS Triagem
No APH, a proporcionalidade entre recursos e vítimas dita o modo de triagem a ser empregada.
Quando há recursos sufi cientes, a triagem deve ser feita de forma a priorizar vítimas 
graves, oferecendo transporte e tratamento. Por outro lado, em casos de escassez, a 
prioridade é assegurar a sobrevida e manter vivo o maior número de pessoas possível.
Para que ocorra um padrão na classifi cação de cada vítima, foram criados alguns protocolos de 
triagem; dentre eles, o mais utilizado é o de triagem simples e tratamento rápido (simple triage and 
rapid treatment – START).7
O método START foi criado em 1983 pela equipe médica do Hoag Memorial Hospital e por 
paramédicos do corpo de bombeiros do Newport Beach Fire Department para ser utilizado por 
socorristas como um método simples, rápido e objetivo.7 Esse protocolo não visa a dar diagnóstico, 
mas estratifi car o risco para prioridade de atendimento e remoção.
O método START baseia-se em quatro ordens de prioridade, conforme o Quadro 4.7
 Quadro 4
ORDENS DE PRIORIDADE DO MÉTODO START
Imediato Paciente com lesões críticas, que necessita de atendimento especializado e 
defi nitivo o mais rápido possível, geralmente com risco iminente de morte em caso 
de atraso de tratamento. Exemplos: vias aéreas comprometidas, hemorragias 
vultosas internas ou externas, traumatismo craniencefálico (TCE), dentre outros. 
Esse tipo de vítima é de prioridade zero, caso se disponha de transporte disponível 
para transferência.
Secundário Vítima que não possui lesões que causem risco imediato de vida e que pode 
aguardar tratamento especializado. Pode possuir lesões graves, como fraturas 
expostas, mas se mantém estável, e o atendimento primário dá um suporte inicial 
para aguardar a remoção em tempo e forma adequados. Deve-se lembrar que 
os quadros são dinâmicos e que a reavaliação e a retriagem são fundamentais 
principalmente nesses casos.
Leve Vítima caracterizada pela possibilidade de deambulação sem auxílio e que 
possui ferimentos leves, como escoriações e queimaduras superfi ciais. Ela pode 
atrapalhar o atendimento como um todo, pois também foi vítima do trauma e 
costuma estar muita agitada e exaltada. Uma possibilidade é utilizá-la para ajudar 
no atendimento, como confortando as vítimas classifi cadas como secundárias ou 
ajudando a carregar as macas e as pranchas; ao receber tarefas, a vítima focaliza 
o atendimento e evita transtornos por agitação. Esse tipo de vítima também deve 
ser retriado conforme a evolução do socorro.
Morto Paciente que não responde, não respira nem tem pulso.4 Difi cilmente, em uma 
situação de múltiplas vítimas, será possível fazer a reanimação cardiopulmonar.
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 1 |O método START utiliza três parâmetros principais:
 ■ respiração;
 ■ pulso/perfusão periférica;
 ■ nível de consciência.
Primeiramente, devem-se encaminhar todas as pessoas que estiveram envolvidas no acidente 
e que possam deambular e respondem a comandos para uma área segura e previamente 
determinada; essas serão classifi cadas como vítimas leves e, portanto, de cor verde.
Deve-se avaliar se as vítimas restantes respiram espontaneamente ou não; em caso negativo, está 
indicado fazer o posicionamento de vias aéreas. Se não voltar a respirar, a vítima é classifi cada 
como preta; se voltar a respirar, vermelha (um socorrista fi cará com essa vítima, mantendo sua 
via aérea, ou providenciará algum dispositivo que o faça).
Caso a vítima respire espontaneamente na abordagem, deve-se verifi car a frequência respiratória: 
se superior a 30irpm – vermelha; se inferior a 30irpm, é preciso avaliar a parte circulatória, o que 
pode ser feito por dois métodos – presença ou ausênciade pulso radial e enchimento capilar do 
leito ungueal com tempo superior ou inferior a 2 segundos. Se o pulso radial estiver ausente ou o 
enchimento capilar for superior a 2 segundos, a vítima é classifi cada como vermelha. Se o pulso 
radial estiver presente ou o enchimento capilar for em até 2 segundos, deve-se avaliar o nível de 
consciência. Nesse momento, está indicado solicitar um comando simples e objetivo, como pedir 
para a vítima levantar um braço; caso ela não obedeça à ordem de forma correta, é classifi cada 
como vermelha; se obedecer, amarela.
No método START, para a classifi cação referida, são utilizados cartões-padrão, que são postos 
nas vítimas conforme a triagem (Figura 2).
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Figura 2 - Cartão de triagem do método START utilizado pelos bombeiros.
Fonte: Método S.T.A.R.T. (2013).24
Para ajudar a memorizar e facilitar a execução do atendimento pelos socorristas, foi criado um 
método mnemônico, o “30-2-pode fazer” (Figura 3), em que:4
 ■ “30” designa a frequência respiratória;
 ■ “2” indica o tempo de enchimento capilar;
 ■ “pode fazer” remete à capacidade de obedecer aos comandos.
Dentre as vítimas que não deambulam, se o “30-2-pode fazer” for normal, a vítima é 
classifi cada como amarela; se houver anormalidade em algum dos seguimentos, deve 
ser classifi cada como vermelha.
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 1 |
RESPIRAÇÃO ESPONTÂNEA 30
ENCHIMENTO CAPILAR 2
RESPOSTA A COMANDOS PODE FAZER
Figura 3 - Método mnemônico para socorristas do START.
Fonte: Adaptado de Comitê do PHTLS da National Association of 
Emergency Medical Technicians (NAEMT) e Comitê de Trauma do 
Colégio de Cirurgiões (2011).7
A Figura 4 ilustra o algoritmo de triagem do método START.
TRIAGEM START
Vítimas que deambulam pela cena
Respiração espontânea
Checar perfusão
Posicionar 
vias aéreas
Pulso radial 
ausente ou 
EC>2s
Pulso radial 
presente ou 
EC<2s
Obedece a 
comandos?
Menos de 
30/min
Mais de 
30/min
NÃO
NÃO
NÃO
SIM
SIM
SIM
LEVE
Imediato
Imediato
Imediato
Imediato
AMARELA
Morto
Figura 4 - Algoritmo de triagem do método START.
Fonte: Adaptado de Comitê do PHTLS da National Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT) e Comitê de Trauma 
do Colégio de Cirurgiões (2011).7
Outros métodos de triagem podem ser utilizados, como os descritos a seguir.
Na impressão geral do paciente com classifi cação na escala CIPE,25 o socorrista avalia rapidamente 
a vítima segundo o Quadro 5 e, em seguida, classifi ca-a pela escala CIPE, descrita no Quadro 6.
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AIS Quadro 5
QUESITOS PARA AVALIAÇÃO INICIAL E OBTENÇÃO 
DE IMPRESSÃO GERAL DO PACIENTE
 ■ Avaliação do nível de consciência
 ■ Avaliação da permeabilidade de vias aéreas/coluna cervical
 ■ Avaliação da respiração
 ■ Avaliação da circulação (pulso e hemorragias)
 ■ Decisão de prioridade para transporte
Fonte: Duarte e colaboradores (2012).25
 Quadro 6
ESCALA CIPE
Crítico Paciente em parada respiratória ou cardiorrespiratória
Instável Paciente inconsciente, com choque descompensado e/ou difi culdade respiratória 
severa, lesão grave de cabeça ou de tórax
Potencialmente 
instável
Paciente vítima de mecanismo agressor importante, em choque compensado, 
com lesão isolada importante ou lesão de extremidade com prejuízo circulatório 
ou neurológico
Estável Paciente com lesões leves, sem problemas respiratórios e com sinais vitais 
normais.
Fonte: Duarte e colaboradores (2012).25
O método CRAMP26 é muito utilizado internacionalmente. Considera como parâmetros: 
circulação, respiração, abdome, movimento (ou motor/motilidade) e palavra (ou psiquismo). O 
exame é realizado em cinco estágios, e, ao término, soma-se a pontuação de cada estágio para 
a classifi cação. Em cada critério, são atribuídos 2 pontos caso a habilidade esteja normal, 1 ponto 
se estiver anormal e nenhum ponto caso esteja grave.
Circulação – verifi ca-se a pressão sistólica:
 ■ se superior a 100mmHg, está normal (2 pontos);
 ■ entre 85 e 100mmHg, está anormal (1 ponto);
 ■ se inferior a 85mmHg, está grave (0 ponto).
Para verifi car o enchimento capilar, pressiona-se a pele do paciente contra uma superfície óssea 
por 5 segundos e verifi ca-se o tempo de retorno da coloração ao normal:
 ■ entre 3 e 5 segundos, o enchimento capilar está normal (2 pontos);
 ■ se for superior a 5 segundos, está anormal (1 ponto);
 ■ se não houver retorno, há défi cit grave de enchimento (0 ponto).
Para observar a temperatura de uma extremidade, palpa-se o hálux:
 ■ se estiver morno, a microcirculação está normal (2 pontos);
 ■ se estiver frio, a microcirculação está anormal (1 ponto);
 ■ se estiver gelado, há défi cit grave na microcirculação (0 ponto).
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Como são três critérios referentes à circulação, considera-se aquele que apresentar a 
menor pontuação.
Respiração – analisa-se a frequência respiratória:
 ■ se estiver entre 10 e 35irpm, está normal (2 pontos);
 ■ se estiver abaixo de 10irpm, está anormal (1 ponto);
 ■ se os movimentos respiratórios estiverem imperceptíveis ou a respiração estiver estertorosa, a 
situação está grave (0 ponto).
Avalia-se a modalidade da respiração:
 ■ se estiver ampla e rítmica, predominantemente torácica, simétrica, sem esforço aparente, com 
tempo de inspiração ligeiramente superior ao de expiração, o exame está normal (2 pontos);
 ■ caso haja dispneia, predominância de respiração abdominal, obstrução de vias aéreas 
superiores ou inspiração paradoxal, o exame está anormal (1 ponto);
 ■ se houver respiração estertorosa ou parada respiratória, a situação está grave (0 ponto).
À inspeção e à palpação do tórax:
 ■ não havendo lesões, o exame está normal (2 pontos);
 ■ havendo alguma lesão, o exame está anormal (1 ponto);
 ■ se houver parada respiratória ou estertoração grave, não se somam pontos.
Também considera-se, entre os três critérios, aquele com menor pontuação.
Abdome – à inspeção do abdome:
 ■ se não houver sinais de lesões anatômicas, o exame está normal (2 pontos);
 ■ se houver qualquer evidência de traumatismo aberto ou fechado da cavidade abdominal, o 
exame está anormal (1 ponto);
 ■ se o ventre estiver em tábua ou com evidência de grave sangramento visceral, a situação é 
grave (0 ponto).
Motilidade – analisa-se a atividade motora:
 ■ se a vítima exerce atividade normalmente, somam-se 2 pontos;
 ■ se há défi cits neurológicos ou coma superfi cial, soma-se 1 ponto;
 ■ se a vítima está em coma profundo, não são somados pontos (0 ponto).
Atividade psíquica – analisa-se o discurso da vítima:
 ■ se há discurso coerente e bem articulado, somam-se 2 pontos;
 ■ se o discurso está mal articulado e/ou com presença de otorragia, soma-se 1 ponto;
 ■ se a vítima estiver inconsciente e/ou com ausência de discurso e demonstrações de atividade 
psíquica e/ou com ferida penetrante ou transfi xante de crânio (com ou sem perda de massa 
encefálica), o estado é grave (0 ponto).
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AIS A prioridade de atendimento segundo o método CRAMP é defi nida conforme o Quadro 7.
 Quadro 7
MÉTODO CRAMP – PRIORIDADE DE ATENDIMENTO
Prioridade 1
(escore entre 2 e 6 pontos)
Pacientes críticos, recuperáveis, de atendimento imediato – cor 
vermelha
Prioridade 2
(escore entre 7 e 8 pontos)
Pacientes graves que podem aguardar o atendimento – cor 
amarela
Prioridade 3
(escore entre 0 e 1 ponto)
Pacientes críticos, irrecuperáveis, com atendimento após os 
que se encontram em situações graves – cor preta
Prioridade 4
(escore entre 9 e 10 pontos)
Pacientes leves e que, por isso, podem aguardar o atendimento 
dos demais – cor verde
As vítimas encontradas já mortas não recebem fi cha de evacuação. Elas não são 
atendidas pelo serviço de APH e não são evacuadas a hospitais. Também não devem 
ser transportadas em ambulâncias, mas em veículos especiais para necrotérios ou 
institutos médicos legais, quando existirem na localidade.
Transporte
O transporte deve estar disponível no local, tanto com suporte básico quanto avançado. As vítimas 
classifi cadas com a cor vermelha têm prioridade e, em seguida, as com a cor amarela; ambos os 
tipos devem ser encaminhados para a unidade hospitalar. As vítimas classifi cadas com a cor verde, 
como podem locomover-se sozinhas, são orientadas a procurar unidades de saúde próximas que 
não estejam recebendo as outras vítimas.
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 1 |
ATIVIDADE
5. Correlacione as colunas considerando os aspectos organizacionais e operacionais 
do APH e, a seguir, escolha a alternativa que contém a sequência correta.
(1) Portaria nº 824/GM
(2) Portaria GM/MS nº 737
(3) Portaria nº 814/GM
(4) Portaria nº 1.863/GM
(5) Portaria nº 2.048
( ) Aprovou a Política Nacional de Atenção às 
Urgências.
( ) Tratou da instituição da Política Nacional de 
Atenção às Urgências.
( ) Aprovou a Normatização da Atividade Médica 
na Área da Urgência-Emergência na sua Fase 
Pré-Hospitalar.
( ) Regulamentou e normatizou o APH, defi nindo as 
funções do enfermeiro, o perfi l desse profi ssional, 
bem como de toda a equipe que deve atuar no 
serviço.
( ) Definiu a Política Nacional de Redução da 
Morbidade e da Mortalidade por Acidentes 
e Violências, em que há a sistematização, a 
ampliação e a consolidação do APH.
( ) Estabeleceu que os serviços de APH móveis 
devem ter uma equipe de saúde composta por 
coordenador do serviço da área de saúde, médico 
responsável técnico pelas atividades médicas e 
enfermeiro responsável técnico pelas atividades 
de enfermagem, entre outros.
( ) Estabelece a atribuição de cada profissional 
envolvido no APH com as seguintes subdivisões: 
regulação médica, profi ssionais não oriundos da 
área de saúde e profi ssionais oriundos da área 
de saúde.
( ) Estabeleceu um número único nacional para 
urgências médicas – o 192, bem como a 
instalação e a operação das centrais de regulação 
médica das urgências, integradas ao Complexo 
Regulador da Atenção no SUS.
( ) Garantiu a integração do APH ao atendimento 
hospitalar de emergência, com a implantação 
de centrais de regulação médica nos estados e 
municípios.
A) 2 – 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 2 – 3 – 5.
B) 3 – 4 – 1 – 5 – 2 – 3 – 1 – 4 – 2.
C) 4 – 2 – 3 – 1 – 5 – 4 – 3 – 5 – 1.
D) 1 – 5 – 4 – 2 – 3 – 1 – 4 – 2 – 3. 
Resposta no fi nal do artigo
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AIS 6. Segundo a Lei nº 7.498/86, que regulamenta as atividades da enfermagem, descreva 
três funções que o enfermeiro que atua no APH deve exercer.
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
Resposta no fi nal do artigo
7. Cite dois pontos relevantes abordados pela decisão COREN-SPDIR/01/2001, que 
dispõe a regulamentação da assistência de enfermagem em APH e demais situações 
relacionadas com o suporte básico e o suporte avançado de vida.
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
8. A chamada “hora de ouro”, que é o tempo do acontecimento até a chegada da equipe 
pré-hospitalar (tempo de resposta) para remoção do paciente, deve ter a duração de
A) 15 a 20 minutos.
B) 10 a 15 minutos.
C) 8 a 10 minutos.
D) 6 a 8 minutos.
Resposta no fi nal do artigo
9. Quando o socorrista chega ao local de um acidente, como ele deve quantifi car o 
número das vítimas e qual é a fi nalidade de tal procedimento?
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
10. Complete as lacunas considerando as quatro ordens de prioridade em que o método 
START se baseia.
A) _______________ – vítima que não possui lesões que causem risco imediato de vida 
e que pode aguardar tratamento especializado.
B) _______________ – paciente com lesões críticas, que necessita de atendimento 
especializado e defi nitivo o mais rápido possível.
C) _______________ – vítima caracterizada pela possibilidade de deambulação sem 
auxílio e que possui ferimentos leves, como escoriações e queimaduras superfi ciais.
D) _______________ – paciente que não responde, não respira nem tem pulso.
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 1 |Considerando os protocolos de triagem de vítimas de trauma atualmente instituídos e o que se 
observa em vítimas de um desabamento de uma ribanceira em uma autoestrada, responda às 
questões 11 e 12.
11. Homem inconsciente, que não respira espontaneamente nem após abertura de vias 
aéreas, sem pulso periférico palpável e que não responde ao chamado é classifi cado 
pela cor
A) vermelha.
B) preta.
C) verde.
D) amarela.
Resposta no fi nal do artigo
12. Mulher consciente, com respiração de 27irpm, pulso radial palpável, lesão em 
membro inferior direito impossibilitando deambulação e que responde aos comandos 
é classificada pela cor
A) amarela.
B) verde.
C) vermelha.
D) preta.
Resposta no fi nal do artigo
13. Para ajudar a memorizar e facilitar a execução do atendimento pelos socorristas, foi 
criado um método mnemônico. Descreva-o.
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
14. Segundo a escala CIPE, um paciente vítima de mecanismo agressor importante, em 
choque compensado, com lesão isolada importante ou lesão de extremidade com 
prejuízo circulatório ou neurológico é classifi cado como
A) estável.
B) instável.
C) crítico.
D) potencialmente instável.
Resposta no fi nal do artigo
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AIS 15. Tomando como base o método CRAMP, ordene as etapas listadas e, a seguir, escolha 
a alternativa que contém a sequência correta.
( ) Análise da frequência respiratória
( ) Avaliação da modalidade da respiração
( ) Análise da atividade motora
( ) Verifi cação da pressão sistólica
( ) Inspeção do abdome
( ) Análise do discurso da vítima
( ) Verifi cação do enchimento capilar
( ) Inspeção e palpação do tórax
( ) Verifi cação da temperatura de uma extremidade mediante palpação do hálux
A) 7 – 4 – 1 – 2 – 3 – 8 – 9 – 5 – 6.
B) 2 – 8 – 4 – 3 – 5 – 1 – 6 – 7 – 9.
C) 4 – 5 – 8 – 1 – 7 – 9 – 2 – 6 – 3.
D) 3 – 6 – 9 – 4 – 2 – 7 – 1 – 8 – 5. 
Resposta no fi nal do artigo
16. Como o socorrista deve proceder quanto ao transporte das vítimas classifi cadas 
segundo o método START (em cores)?
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
AVALIAÇÃO INICIAL DA VÍTIMA NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Para efetuar a avaliação inicial da vítima no APH, deve-se realizar o exame primário.
Exame primário
Após a triagem de vítimas de trauma, inicia-se o atendimento primário, que deve começar na cena 
e ser continuado no transporte. O protocolo instituído é conhecido como ABCDE da vida, que 
deve ser aplicado imediatamente em atendimentos de emergência. Esse método é baseado na 
prioridade e na velocidade de lesões que possam, em ordem, causar risco iminente de vida.6 As 
letras apresentam o seguinte signifi cado:
 ■ A (airway) – vias aéreas e imobilização da coluna cervical;
 ■ B (breathing) – ventilação;
 ■ C (circulation) – circulação e controle de hemorragias;
 ■ D (disability) – défi cit ou capacidade neurológica;
 ■ E (exposure) – exposição e prevenção de hipotermia.
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 1 |Etapa A – vias aéreas e imobilização da coluna cervical
É de extrema importância avaliar se as vias aéreas estão pérvias e se não há perigo de obstrução. 
Uma dica importante é que, se, durante a abordagem de uma vítima consciente, ela responder 
verbalmente, tal ocorrência já caracteriza o trato respiratório pérvio. Em vítimas inconscientes, 
avalia-se a respiração espontânea e, em caso de comprometimento, fazem-se manobras de abertura 
de vias aéreas (Figura 5), já que a principal causa de obstrução é a queda da base da língua. Outras 
causas de obstrução, como dentaduras ou demais objetos, devem ser descartadas com a inspeção 
da cavidade oral, que não precisa ser necessariamente feita com a varredura digital.
Figura 5 - Manobra de abertura de vias aéreas – elevação da mandíbula ou jaw-thrust.
Quando disponíveis, alguns dispositivos mecânicos para realizar abertura de vias aéreas podem 
ser utilizados, como a cânula orofaríngea de Guedel (Figura 6) e a máscara laríngea (Figura 7).
Figura 6 - Cânula orofaríngea de Guedel.
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Figura 7 - Máscara laríngea.
Todo politraumatizado deve ser considerado como potencial portador de lesão cervical. Assim, 
ao abordar a vítima, um socorrista deve se posicionar de forma a fazer a imobilização manual 
da coluna cervical (Figura 8). O colar cervical pode ser colocado ao fi nal do atendimento na 
preparação para remoção em prancha rígida.
O colar cervical não impede a lateralização da cabeça; por isso, a manobra manual só 
pode cessar quando a vítima estiver com colar e head block (Figura 9).7
Figura 8 - Imobilização manual da coluna cervical.
Fonte: Cedida por LATE-UFRJ.
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Figura 9 - Prancha rígida com head block.
Fonte: Rio de Janeiro (2013).27
Etapa B – ventilação
Primeiramente, todo politraumatizado deve receber oxigênio suplementar assim que possível, 
podendo ser por máscara com reservatório ligada à fonte de oxigênio. Além disso, deve-se avaliar 
se há alguma difi culdade para respirar, como pneumotórax hipertensivo ou restrição de expansão 
do gradil costal, por meio de exame físico. Se disponível, instalar oximetria de pulso.
Etapa C – circulação e controle de hemorragias
De imediato, o controle de grandes hemorragias externas deve ser feito. A melhor forma é a 
compressão direta com material limpo. Podem-se utilizar gaze e bandagens elásticas para manter 
a compressão.
Em caso de sangramento vultoso, com incapacidade de contenção, deve-se avaliar o 
uso de torniquete, que só deve ser designado se houver risco iminente de morte, pois o 
uso prolongado leva à perda do membro.
Quanto à circulação, deve-se:
 ■ avaliar a presença de pulso periférico e pesquisar sinais de instabilidade hemodinâmica (pele 
úmida pegajosa, palidez cutaneomucosa, cianose periférica – que pode estar ausente em casos 
de hemorragia pela baixa concentração de hemácias no sangue, pulso fi liforme, enchimento 
capilar lentifi cado);
 ■ puncionar dois acessos periféricos calibrosos (por exemplo, veia anticubital) para infusão de 
cristaloide aquecido a 36°C (Ringer lactato ou soro fi siológico 0,9%) em dose de 2.000mL no 
total;
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AIS ■ buscar focos de hemorragias ocultos, cujos principais indícios a serem investigados são 
instabilidade/crepitação da cintura pélvica, fratura de fêmur, sangramento abdominal oculto, que 
pode ser suspeitado quandoa palpação abdominal é dolorosa e/ou houver irritação peritoneal.
Etapa D – défi cit ou capacidade neurológica
A avaliação neurológica objetiva a identifi cação da capacidade de oxigenação cerebral. Vítimas 
agressivas, agitadas e pouco cooperativas devem ser consideradas com baixa oxigenação 
cerebral. Além disso, o socorrista deve se preocupar em descobrir se houve ou não perda de 
consciência em algum momento e se o paciente apresentou episódio de vômitos e avaliar se as 
pupilas estão simétricas.
Hálito etílico e intoxicação por drogas difi cultam a avaliação, e o socorrista deve estar 
atento para esse viés.
A ferramenta mais utilizada para a avaliação do estado neurológico é a escala de coma de 
Glasgow, um método simples de avaliação das principais capacidades: abertura ocular, resposta 
verbal e resposta motora (Tabela 2). A avaliação deve sempre seguir uma progressão, com 
resposta ao comando verbal e, em seguida, ao estímulo doloroso quando for o caso.7
Tabela 2
ESCALA DE COMA DE GLASGOW
Abertura ocular Abertura ocular espontânea
Abertura ocular sob comando verbal
Abertura ocular com estímulo doloroso
Sem abertura ocular
4
3
2
1
Avaliação da resposta verbal Resposta adequada (orientado)
Resposta confusa
Resposta inadequada
Sons inteligíveis
Sem resposta verbal
5
4
3
2
1
Avaliação da resposta motora Obediência aos comandos
Localização de estímulos dolorosos
Retirada ao estímulo doloroso
Flexão anormal ao estímulo doloroso (decorticação)
Extensão anormal ao estímulo doloroso (descerebração)
Sem resposta
6
5
4
3
2
1
O total é igual à soma da pontuação obtida. O melhor escore é 15, e o pior é 3.
Etapa E – exposição e prevenção de hipotermia
A última etapa do protocolo ABCDE é o momento de assegurar que nenhuma lesão passou sem 
ter sido vista. Expor a vítima garante a avaliação completa de possíveis focos de hemorragias ou 
fraturas que não foram vistos na primeira avaliação. Essa exposição deve ser feita com cortes nas 
roupas de forma a expor a parte anterior do corpo. Para essa etapa, não se deve ter pudor, pois 
ela faz parte do exame. No entanto, é importante preservar ao máximo a privacidade da vítima, 
principalmente se ela estiver em local aberto com curiosos em volta.
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 1 |Após exposição e busca de novas lesões, é importante manter a vítima coberta para 
manter o calor do corpo e, consequentemente, a temperatura corporal. É comum o uso 
de mantas térmicas laminadas pra esse fi m.
Difi cilmente o exame secundário poderá ser feito no APH. A prioridade é manter a vítima estável 
para remoção e atendimento defi nitivo em ambiente hospitalar. Caso a vítima esteja consciente, 
no transporte, pode ser colhido o histórico SAMPLA, que se caracteriza por obter, de forma rápida 
e simplifi cada, um histórico sumário das informações pertinentes, a saber:7,25
 ■ sinais e sintomas – o que há de alteração;
 ■ alergias – especialmente a medicamentos;
 ■ medicações – todos os medicamentos e drogas de que o paciente faça uso crônico ou recente;
 ■ passado médico e cirurgias prévias – tratamentos ou problemas médicos importantes e 
cirurgias prévias;
 ■ líquido e alimentos – em caso de necessidade de intervenção cirúrgica, deve-se atentar para o 
risco aumentado de broncoaspiração e outras complicações;
 ■ ambiente – história do trauma, como ocorreu e seu mecanismo.
O enfermeiro assume, no APH, o papel de articulação e integração da equipe, contribuindo na 
inter-relação entre os diversos atores, além de ser reconhecido como coordenador da equipe de 
enfermagem. Esse profi ssional constitui um elo entre a gestão e a assistência, entre a regulação 
médica e a equipe socorrista, entre a coordenação do serviço e a equipe, pois transita em quase 
todos os espaços, atuando junto à equipe básica e ao médico no suporte avançado, bem como 
fazendo a administração do serviço, a supervisão da equipe e a educação permanente de técnicos 
e auxiliares de enfermagem, motoristas e outros atores.
Acredita-se que existe, na assistência pré-hospitalar, cuidados de enfermagem que, sob 
supervisão e decisão do enfermeiro, devem ser categorizados de simples a complexos 
para então serem prestados pelo profi ssional de enfermagem com competência para 
tal.26,28
ATIVIDADE
17. Em que se baseia o protocolo ABCDE da vida, que deve ser aplicado imediatamente 
em atendimentos de emergência?
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 
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AIS 18. Correlacione as colunas considerando o protocolo ABCDE da vida e, a seguir, escolha 
a alternativa que contém a sequência correta.
(1) Etapa A
(2) Etapa B
(3) Etapa C
(4) Etapa D
(5) Etapa E
( ) Ofertar oxigênio suplementar assim que possível e avaliar se 
há alguma difi culdade na respiração.
( ) Expor a vítima a fi m de garantir a avaliação completa de 
possíveis focos de hemorragias ou fraturas que não foram 
vistos na primeira avaliação.
( ) Avaliar se as vias aéreas estão pérvias e se não há perigo de 
obstrução, bem como fazer a imobilização manual da coluna 
cervical.
( ) Realizar o controle de grandes hemorragias externas, avaliar a 
presença de pulso periférico e pesquisar sinais de instabilidade 
hemodinâmica, puncionar dois acessos periféricos calibrosos 
e buscar focos de hemorragias ocultos.
( ) Realizar avaliação neurológica a fi m de identifi car a capacidade 
de oxigenação cerebral.
A) 4 – 1 – 5 – 2 – 3.
B) 3 – 4 – 2 – 1 – 5.
C) 5 – 2 – 3 – 4 – 1.
D) 2 – 5 – 1 – 3 – 4.
Resposta no fi nal do artigo
19. Uma vítima que apresenta abertura ocular sob comando verbal, resposta confusa e 
retirada ao estímulo doloroso soma quantos pontos na escala de coma de Glasgow?
A) 11.
B) 10.
C) 9.
D) 8.
Resposta no fi nal do artigo
20. Caso a vítima de um acidente esteja consciente, no transporte, pode ser colhido o 
histórico SAMPLA, que se caracteriza por obter, de forma rápida e simplifi cada, um 
histórico sumário das informações pertinentes. A que se referem as letras dessa sigla?
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 
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 1 |21. Justifi que a seguinte afi rmativa: no APH, o enfermeiro constitui um elo entre a gestão 
e a assistência, entre a regulação médica e a equipe socorrista, entre a coordenação 
do serviço e a equipe.
 ......................................................................................................................................................................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 ...........................................................................................................................................
 
 ■ CASOS CLÍNICOS
CASO CLÍNICO 1
Uma aeronave tripulada por 40 passageiros tinha sua previsão de aterrissagem no Rio 
de Janeiro às 10h. Contudo, nesse horário, o tempo encontrava-se nebuloso e chuvoso. 
Infelizmente, diante das condições desfavoráveis, o piloto perdeu o controle do avião 
ao aterrissar em solo escorregadio, havendo uma colisão da asa do avião em um muro 
e iniciando-se um incêndio de média proporção. A equipe de combate a incêndio do 
aeroporto foi acionada e conteve o que poderia gerar um grande desastre. Logo após o 
combate, o local foi liberado para a atuação dos socorristas.
Você, enfermeiro membro da equipe de resgate do aeroporto, foi designado para classifi car três 
vítimas (questões 22 a 24) segundo o modelo START.
ATIVIDADE
22. Vítima muito agitada, responsiva, eupneica e muito chorosa por observar familiares 
mortos ao seu redor. Estava deambulando, mas queria fi car próxima de seus entes 
queridos.
A) Cor preta.
B) Cor verde.
C) Cor amarela.
D) Cor vermelha. 
Resposta no fi nal do artigo
23. Vítima responsiva, com muita dor, fratura exposta de fêmur, frequência respiratória inferior 
a 30irpm e enchimento capilar abaixo de 2 segundos. Obedeceu aos comandos solicitados.
A) Cor vermelha.
B) Cor verde.
C) Cor amarela.
D) Cor preta.
Resposta no fi nal do artigo
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AIS 24. Vítima responsiva, gemente, com sinal de guaxinim e um hematoma abdominal, 
frequência respiratória inferior a 30irpm e enchimento capilar acima de 2 segundos.
A) Cor vermelha.
B) Cor amarela.
C) Cor verde.
D) Cor preta.
Resposta no fi nal do artigo
CASO CLÍNICO 2
Você é ofi cial enfermeiro do corpo de bombeiros do Rio de Janeiro, e a sua ambulância 
foi acionada para um atendimento. A descrição do caso foi de uma colisão entre um 
ônibus e um carro na linha vermelha, em direção ao centro da cidade, na altura do posto 
policial na Maré. Não há informação sobre a quantidade de feridos.
ATIVIDADE
25. Ao chegar ao local, qual é a primeira providência a ser tomada?
A) Checar a quantidade de feridos.
B) Avaliar a segurança da cena e isolar o trânsito.
C) Iniciar o atendimento dos casos graves.
D) Realizar a triagem dos feridos e o isolamento de vítimas classifi cadas com a cor 
verde.
Resposta no fi nal do artigo
26. No ônibus, havia três passageiros e o motorista; no carro, havia o motorista e um 
carona. No total de seis vítimas, quatro estavam deambulando do lado de fora dos 
veículos muito nervosas. O motorista do carro encontrava-se prostrado sobre o 
volante, e um dos passageiros do ônibus estava ainda dentro do veículo. Após uma 
avaliação, você nota que o passageiro do ônibus está lúcido e queixa-se de muita 
dor na perna, enquan to o motorista do carro está inconsciente. Assinale a alternativa 
correta quanto à prioridade de atendimento.
A) Vítimas que deambulam devem ser levadas a um lugar seguro.
B) O passageiro do ônibus deve ser removido o mais rápido possível e ser prioritariamente 
atendido.
C) O motorista do carro deve ser removido e atendido imediatamente.
D) Deve ser realizado o atendimento inicial com o ABCDE em todas as vítimas e, em 
seguida, remover primeiro a que estiver em estado mais grave.
Resposta no fi nal do artigo
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 1 |27. Após remover o motorista do veículo, a primeira medida é
A) imobilizar a coluna cervical e verifi car se há respiração espontânea.
B) fazer abertura de via aérea e checar respiração.
C) checar se o paciente tem pulso e, caso não tenha, iniciar ressuscitação cardiopulmonar.
D) puncionar dois acessos periféricos calibrosos e infundir 1.000mL de Ringer lactato 
aquecido em cada acesso.
Resposta no fi nal do artigo
28. Na etapa C do atendimento inicial, foi verifi cado sangramento vultoso em coxa direita. 
Como proceder?
A) Imobilizar o membro para prevenir fratura.
B) Infundir o Ringer lactato para fazer a reposição do volume perdido.
C) Realizar compressão direta com gaze ou compressa e curativo compressivo para 
fazer hemostasia.
D) Não mexer e priorizar transporte o mais rápido possível.
Resposta no fi nal do artigo
 ■ CONCLUSÃO
Essencialmente, o APH teve sua “fundação” em momentos históricos de cenário de guerra, sendo 
modelado para salvaguardar a vida e a integridade dos soldados feridos. Atualmente, confi gura-se 
como atividade primordial para garantir a sobrevida de vítimas até a adoção de medidas de 
tratamento defi nitivo.
A evolução no atendimento deu-se pela adoção de protocolos internacionalmente legitimados, pelo 
estabelecimento de processos organizacionais e, sobretudo, por garantias em ações individuais 
e multiprofi ssionais ofi cialmente legítimas. O uso de métodos de triagem facilita e aperfeiçoa o 
atendimento aos eventos que congregam múltiplas vítimas, padronizando e garantindo rapidez e 
qualidade na estratifi cação de prioridade de atendimento. Após a triagem, o primeiro atendimento 
das vítimas deve seguir a sequência ABCDE, pois, a partir dela, é estabelecida a estabilização 
segundo a ordem de maior risco à vida.
O enfermeiro tem sua presença assegurada no APH como integrante da equipe 
multiprofi ssional de atendimento, e suas ações são delineadas no que tange ao 
processo organizacional e de planejamento, além das intervenções cabíveis à equipe 
de enfermagem.
O APH diferenciado depende não só do conhecimento dos profi ssionais, mas, essencialmente, do 
vínculo e do compromisso de toda a equipe envolvida a fi m de empregar esforços coletivos para 
garantir uma assistência à vítima livre de danos, visando a estabilizá-la e a encaminhá-la o mais 
breve possível ao tratamento defi nitivo.
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AIS ■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
Atividade 1
Resposta: D
Comentário: O APH aborda vítimas após ter ocorrido um agravo à saúde, seja de natureza traumá-
tica, não traumática ou, ainda, psiquiátrica.
Atividade 2
Resposta: C
Atividade 5
Resposta: B
Atividade 6
Resposta: De acordo com a Lei nº 7.498/86, o enfermeiro atua no planejamento, na organização, 
na coordenação, na execução e na avaliação dos serviços da assistência de enfermagem; nos 
cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; nos cuidados de enferma-
gem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científi ca e capacidade 
de tomar decisões imediatas.
Atividade 8
Resposta: A
Comentário: A denominada “hora de ouro” deve durar de 15 a 20 minutos, que é o tempo do 
acontecimento até a chegada da equipe pré-hospitalar (tempo de resposta) para remoção do 
paciente. Destarte, o ideal seria de 6 a 8 minutos para a resposta e 8 a 10 minutos, aproximada-
mente, para o tempo de transporte da vítima ao hospital.
Atividade 11
Resposta: B
Comentário: Se, em acidente de múltiplas vítimas, após manobra de abertura de vias aéreas, o 
paciente não respira, é classifi cado com a

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