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Fundação do FMI

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Textos de apoio de Organizações Internacionais por Prof. Doutor A. Caetano João, PhD
II. FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL -FMI
Data de fundação: 
 22 de Julho de 1944 (Assinatura do Acordo com entrada em vigor a 27 de Dezembro de 1945). 
Início da actividade:
 Março de 1947.
Sede:
 Washington, D.C., USA. 
Termos de referência: 
 Acordo de criação do Fundo Monetário Internacional, negociado no âmbito das Nações Unidas e desde 1947, juntamente com o BIRD tem o estatuto de Instituição especializada das Nações Unidas. 
Estados membros: 
 Afeganistão: 14.7.1955; África do Sul: 27.12.1945; Albânia: 15.10.1991; Alemanha: 14.8.1952; Angola: 19.9.1989; Antígua e Barbuda: 25.2.1982; Arábia Saudita: 26.8.1957; Argélia: 26.9.1963; Argentina: 20.9.1956; Arménia: 28.9.1992; Austrália: 5.8.1947; Áustria: 27.8.1948; Azerbaijão: 18.9.1992; Bahamas: 21.8.1973; Bangladesh: 17.8.1972; Barbados: 29.12.1970; Barém: 3.1.1952; Bélgica: 27.12.1945; Belize: 16.3.1982; Benin: 10.7.1963; Bielorrússia: 10.7.1992; Bolívia: 27.12.1945; Bósnia-Herzegovina: 14.12.1992; Botswana: 24.7.1968; Brasil: 14.1.1946; Brunei Darussalam: 10.1o.1995; Bulgária: 25.9.1990; Burkina Faso: 2.5.1963; Burundi: 28.9.1963; Cabo Verde: 2.11.1978; Camarões: 10.7.1963; Camboja: 31.12.1969; Canadá: 27.12.1945; Cazaquistão: 15.7.1992; Chade: 10.7.1963; Checa (Rep.): 1.1.1993; Chile: 31.12.\945: China: 27.12.1945; Chipre: 21.12.1961: Colômbia: 27.12.1945: Comores:21.9.1976; Congo: 10.7.1963; Congo (Rep. Dem.): 28.9.1963; Coreia: 26.8.1955; Costa Rica: 8.1.1946: Côte d´Ivoire: 11.3.1963: Croácia: 14.12.1992; Dinamarca: 30.3.1946; Dominica: 12.12.1978; Dominicana (Rep.): 28.12.1945; Egipto: 27.12.1945; El Salvador: 14.3.1946; Emiratos Árabes Unidos: 22.9.1972; Equador: 28.12.1945; Eritreia: 6.7.1994; Eslováquia: 1.1.1993; Eslovénia: 14.12.1992; Espanha: 15.9.1958; Estados Unidos da América: 27.12.1945; Estónia: 26.12.1992; Etiópia: 27.12.1945; Federação da Rússia: 1.6.1992; Fidji: 28.5.1971; Filipinas: 27.12.1945; Finlândia: 14.1.1948; França: 27.12.1945; Gabão: 10.9 1963; Gâmbia: 21.9.1967; Gana: 20.9.1957; Geórgia: 5.5.1992; Grenada: 27.8.1975; Grécia: 27.12.1945; Guatemala: 28.12.1945; Guiana: 28.12.1945; Guiné: 28.9.1963; Guiné Bissau: 24.3.1977; Haiti: 8.9.1953; Honduras: 27.12.1945; Hungria: 6.5.1982; Iémen: 22.5.1990; Índia: 27.12.1947; Indonésia: 21.2.1967; Iraque: 27.12.1945; Irão: 29.12.1945; Irlanda: 8.8.1957; Islândia: 27.12.1945; Israel: 12.7.1954; Itália: 27.3.1947; Jamaica: 21.12.1963; Japão 13.8.1952; Djibuti: 29.12.1978; Jordânia: 29.8.1952; Jugoslávia: (suspenso); Kuwait: 13.9.1962; Laos: 5.7.1961; Letónia: 29.4.1992; Líbano: 14.4.1947; Libéria: 28.3.1962; Líbia: 17.9.1958; Lituânia: 19.5.1992; Luxemburgo: 27.12.1945; Macedónia: 14.12.1992; Madagáscar: 25.9.1963; Malawi: 19.7.1965; Malásia: 7.3.1958; Maldivas: 13.1.1978; Mali: 27.9.1963; Malta: 11.9.1968; Marrocos: 25.4.1958; Marshall (Ilhas): 21.5.1992; Maurícias (Ilhas): 23.9.1968; Mauritânia: 10.9.1963; México: 31.12.1945; Micronésia: 24.6.1993; Moçambique: 24.9.1984; Moldávia: 12.8.1992: Mongólia: 14.2.1991; Namíbia: 25.9.1990; Nepal: 6.9.1961; Nicarágua: 14.3.1946; Níger: 24.4.1963; Nigéria: 30.3.1961; Noruega: 27.12.1945; Nova Zelândia: 31.8.1961; Omano: 23.12.1971; Países Baixos: 27.12.1945; Panamá: 14.3.1946; Palau: 17.12.1997; Papuásia Nova Guiné: 9.10.1975; Paquistão: 11.7.1950; Peru: 31.12.1945: Polónia: 16.12.1986; Portugal: 29.3.1961; Qatar: 8.9.1972; Quénia: 3.2.1964; Quirguízia: 8.5.1992; Reino Unido: 27.12.1945; República Centro-africana: 10.7.1963; Roménia: 15,12.1972; Ruanda: 30.9.1963; Rússia: 1.6.1992; Salomão (Ilhas): 22.9.1978; Samoa:28.12.1971; Santa Lúcia: 15.11.1979; São Marino: 23.9.1992; São Tomé e Príncipe: 30.9.1971; São Vicente Granadinas: 28.12.1979; S. Cristóvão e Nevis: 15.8.1984; Senegal: 31.8.1962; Serra Leoa: 10.9.1962; Seychelles: 30.6.1977; Singapura: 3.8.1966; Síria: 10.4.1947; Somália: 31.8.1962; Sri Lanka: 29.8.1950; Suazilândia: 29.8.1969; Sudão: 5.9.1957; Suécia: 31.8.1951; Suíça: 29.5.1992; Suriname: 27.4.1978; Tadjiquistão: 27.4.1993; Tailândia: 3.5.1949; Tanzânia: 10.9.1962; Togo: 1.8.1962; Tonga: 13.9.1985; Trindade e Tobago: 16.9.1963; Tunísia: 14.4.1958; Turquemenistão: 22.9.1992; Turquia: 11.3.1947; Ucrânia: 3.9.1992; Uganda: 27.12.1963; Uruguai: 11.3.1946: Uzbequistão: 21.9.1992; Vanuatu: 28. 9. 1981; Venezuela: 30. 12. 1946; Vietname: 21. 9. 1956; Zâmbia: 23. 9. 1965; Zimbabwe: 29. 9. 1980.
 
Órgãos do FMI:
 O FMI compreende três tipos de órgãos, a saber:
a) A Junta de Governadores (Board of Governors) é a instância máxima deliberativa onde cada Estado membro é representado por um governador e um suplente.
b) O Conselho de Administração com 24 membros que se ocupa das questões relativas à política e do funcionamento do Fundo;
c) O Director Geral é escolhido pelos administradores e cuja função é a de assegurar a execução das decisões e de orientar a política do FMI.
d) Existem ainda alguns órgãos subsidiários, como o Comité Interino (Interim Committee), composto por 24 membros e dedica-se às questões de conceito para o desenvolvimento do Fundo, o Comité para o Desenvolvimento (Development Committee), órgão consultivo composto por 24 membros e tem por missão aconselhar a Junta de Governadores e o FMI no que toca as transferências de fundos para os países em vias de desenvolvimento e o influente, poderoso (mas não deliberativo) os encontros do G7 dentro do FMI. 
Baseando-se nos seus estatutos e na cooperação internacional e nos estudos económicos e financeiros, o FMI:
a) Facilita a expansão do comércio internacional e contribui assim ao desenvolvimento dos seus Estados membros; 
b) Permite, também a estabilidade das trocas e em ajuda aos Estados membros em dificuldades (défices comerciais, pagamento da dívida). 
c) Apoia a estabilidade cambial; 
d) Cria condições de acesso aos recursos e fontes do Fundo e ajuda a corrigir a balança de pagamento dos seus Estados membros. 
1. História do FMI
1.1. Após a quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929, os países vinham implantando práticas proteccionistas, e na Europa prevaleceu a política de desvalorização induzida da moeda para aumentar sua competitividade. No fim da Segunda Guerra Mundial, os países aliados decidiram por implantar um sistema mais liberalista, e é neste contexto que se desenvolveu o Sistema de Bretton Woods, composto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento  (BIRD) e a Organização Internacional do Comércio  (O.I.C.). Caberia ao FMI fiscalizar as taxas de câmbio e conceder empréstimos em casos de desequilíbrio na Balança de Pagamentos. Caso a taxa de câmbio ultrapassasse um "ponto de sustentação", o país deveria comprar ou vender a sua moeda para manter a paridade com o dólar dos Estados Unidos dentro dos limites permitidos.4 O ponto de sustentação (ou "de intervenção") seria definido em 1% acima ou abaixo do câmbio original em dólar,5 e o câmbio original em dólar era definido por cada país no momento de sua adesão ao sistema.6 Por sua vez, os Estados Unidos deveriam manter a conversibilidade de sua moeda em 35 dólares por onça de ouro,4 e por isso este sistema ficou conhecido como "padrão dólar-ouro".6
Sede do FMI em Washington, D.C.
O FMI foi criado em 1944 com 44 países representados inicialmente em Bretton Woods, New Hampshire, nos Estados Unidos.7
Tem como objectivo básico zelar pela estabilidade do sistema monetário internacional, através da promoção da cooperação e da consulta de assuntos monetários entre os seus 187 países membros.7 Excepto da  Coreia do Norte, Cuba, Liechtenstein, Andorra, Mónaco, Tuvalu e Nauru, todos os membros da ONU fazem parte do FMI. Juntamente com o BIRD, o FMI emergiu das Conferências de Bretton Woods como um dos pilares da ordem económica internacional do pós-guerra, além disso foi necessário a sua criação para evitar a repetição das desastrosas políticas económicas que contribuíram para a Grande Depressãode 1929.7 O FMI tem como meta, evitar que desequilíbrios nos balanços de pagamentos e nos sistemas cambiais dos países membros que possam prejudicar a expansão do comércio e dos fluxos de capitais internacionais. O Fundo favorece a progressiva eliminação das restrições cambiais nos países membros e concede recursos temporariamente para evitar ou remediar desequilíbrios no balanço de pagamentos. Além disso, o FMI planeja e monitora programas de ajustes estruturais e oferece assistência técnica e treinamento para os países membros.
O FMI se auto-proclama como uma organização de 187 países, trabalhando por uma cooperação monetária global, assegurar estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover altos níveis de emprego e desenvolvimento econômico sustentável, além de reduzir a pobreza.
1.2. O sistema cambial
 Depois da assinatura do Acordo (1944), no ano seguinte (1945) foram aprovados os princípios do Fundo pela maioria dos Estados membros e em Março de 1947 o Fundo iniciou a com as suas funções financeiras. O sistema cambial funcionava à base de regime de câmbios fixos das diferentes moedas nacionais colados ao dólar americano cujo valor estava convertido em ouro. 
 O sistema vigorou durante quase 25 anos, mas deve-se dizer que já nos seus primórdios, em 1948, os Estados que beneficiaram do plano Marshall haviam sido convidados a não recorrerem aos empréstimos do FMI. Assim, as moedas destes países não participaram em pleno na estabilização da política do FMI (originou o aparecimento de uma União Monetária Europeia entre estes países). Só a partir de 1961 em que os países ocidentais introduziram a convertibilidade das suas moedas. Em consequência da crise do dólar, o Fundo abandonou o sistema de câmbio fixo, isto em 1973, conforme as decisões tomadas no encontro de Jamaica. Foi instituído o sistema baseado na desmonetarização do ouro e a liberalização do regime de divisas que vigora até aos dias de hoje.
1.2.1. Programas do FMI
 No início das suas actividades, o FMI trabalhou em sistema de acordos de prontidão (stand by agreement) acompanhados de Programas estruturais e de adaptação. A partir da segunda metade dos anos setenta a função do Fundo caracterizava-se em primeiro lugar com a resolução de crises financeiras devido ao endividamento dos países latino americanos. Depois de 1989 o Fundo ajudou os países saídos da aventura comunista (Leste europeu) na transição para a economia de mercado. Durante os anos noventa o Fundo se engajou na resolução da crise do Sudeste asiático, da Rússia e do México tendo recolhido muitas críticas pelo modo utilizado na resolução dessas crises. 
1.3. Funcionamento do FMI
 Vamos agora retermo-nos no funcionamento interno do Fundo, a sua organização interna, modos de financiamento para a prossecução dos seus objectivos. 
1.3.1. Órgãos do FMI
 A organização que administra um activo muitas vezes superior de certos países deve obedecer a um aparelho correspondente. Actualmente o Fundo emprega 2700 funcionários de 123 países. Neste seu funcionamento os funcionários convivem com o princípio de ordem profissional e o outro de ordem de defesa dos interesses do seu país. O princípio profissional é representado pelo pessoal qualificado que procede as analises, e em cujo trabalho se desenvolve a actividade corrente do Fundo. 
Os interesses nacionais estão representados pelos direitos de voto que correspondem ao montante de depósitos de cada país. 
1.3.1.1 Junta de Governadores (Board of Governors)
 A Junta de Governadores é a instância ou órgão máximo de deliberação a nível do Fundo composto pelos representantes dos Estados membros. Estes representantes tem o título de governadores e são os ministros das finanças ou os governadores dos bancos centrais dos Estados membros (tudo dependendo a quem está por lei atribuída a gestão monetária - Executivo ou Banco central). A Junta de Governadores reúne-se ordinariamente uma vez por ano e delega os seus plenos poderes ao Comité Executivo. 
1.3.1.2. Junta Executiva (Executive Board)
 A Junta Executiva é um órgão deliberativo composto por 24 elementos (directores) designados por determinados Estados membros (oito directores). No ano de 2000 entre os representantes permanentes os Estados Unidos representavam 17,33 % de votos, o representante do Japão 6,22 %, Alemanha estava representado por 6,08 % de votos, a França e Grã-Bretanha por 5,02 %, respectivamente. O representante da Arábia Saudita dispunha de 3,27 %, o da Rússia 2,78 % e o da China com 2,20 %. Os restantes 16 directores são indicados através do Círculo administrativo. A Junta funciona como um órgão executivo nas questões de carácter corrente e de carácter para as quais tem poderes delegados pela Junta de Governadores. O regulamento interno estabelece que a Junta Executiva reúne várias vezes por semana e responde perante a Junta de Governadores.
1.3.1.3. Director (Geral) Executivo (Managing Director) 
 O Director Geral preside a Junta Executiva e dirige os diversos departamentos internos do Fundo. O Director Geral é eleito por um mandato de 5 anos e conforme estabelecido por um acordo de cavaleiros, esteve deve ser um cidadão europeu. Para além destes três principais órgãos, funcionam ainda a nível do FMI o Comité Interino e o Comité para o Desenvolvimento. Estes dois corpos funcionam como um fórum para determinar questões discutidas do ponto de vista dos interesses de cada país. 
	Datas
	Nome
	País
	6 de Maio de 1946 — 5 de Maio de 1951
	Camille Gutt
	 Bélgica
	3 de Agosto de 1951 — 3 de Outubro de 1956
	Ivar Rooth
	 Suécia
	21 de Novembro de 1956 — 5 de Maio de 1963
	Per Jacobsson
	 Suécia
	1 de Setembro de 1963 — 31 de Agosto de 1973
	Pierre-Paul Schweitzer
	 França
	1 de Setembro de 1973 — 16 de Junho de 1978
	Johannes Witteveen
	 Países Baixos
	17 de Junho de 1978 — 15 de Janeiro de 1987
	Jacques de Larosière
	 França
	16 de Janeiro de 1987 — 14 de Fevereiro de 2000
	Michel Camdessus
	 França
	1 de Maio de 2000 — 4 de Março de 2004
	Horst Köhler
	 Alemanha
	7 de Junho de 2004 — 19 de Junho de 2007
	Rodrigo de Rato
	 Espanha
	28 de Setembro de 2007 — 19 de Maio de 2011
	Dominique Strauss-Kahn
	 França
	28 de Junho de 2011 — 27-09-2029
	Christine Lagarde
	 França
	26-09-2019 — Actualmente
	Kristalina Georgeiva
	Bulgária
Um Acordo de Cavalheiros (não publicado) estabelece que o Director Geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) é tradicionalmente um Europeu, enquanto o Presidente do Banco Mundial é sempre um cidadão dos Estados Unidos da América. 
1.3.1.4 Outros órgãos
1.3.1.4.1. Comité Interino (Interim commitee) 
 Trata-se de um órgão consultivo, que reúne duas vezes por ano a nível de ministros das finanças ou de governadores dos Bancos centrais de 24 países. Adopta questões de carácter conceptual relativos ao desenvolvimento do FMI e que ultrapassam a competência da Junta Executiva. 
1.3.1.4.2. O Comité para o Desenvolvimento (Development commitee) 
 Este comité é igualmente um órgão de consulta composto por 24 elementos a nível de ministros ou de governadores de Bancos centrais. Têm por missão aconselhar a junta de Governadores e o FMI nas questões de alocação de recursos do Fundo para os países em vias de desenvolvimento. As suas reuniões coincidem, por esse motivo com a reunião do Comité Interino. 
1.3.2. O processo decisório do FMI
 Debrucemo-nos agora na forma como o FMI toma as suas decisões. Na ausência de um consenso (para o qual o órgão directivo deve-se esforçar), o processo de votação em todos os órgãos decorre do princípio do senso do capital, ou seja o montante depositado, com base na quota e em grande parte as decisões são tomadas por maioria simples (cada Estado membro tem 250 votos + um voto adicional por cada fracção da sua quota equivalente 100.000 DTE). 
 Quando se tratar de questões de ordem conjuntural (empréstimos e remunerações de activos) a decisãoé tomada por maioria de 70 % e para questões que se referem a modificação quotas, contribuição em DTE ou de venda de ouro são necessários 85 % de votos. Graças ao poder cumulativo de votos que o G7 tem uma influência muito forte no funcionamento do Fundo.
 O próprio montante da quota é determinado segundo critérios negociados. Em primeiro lugar à base de indicadores macroeconómicos (PIB, reservas em divisas, receitas e pagamentos médios anuais, entre outros) se determina a quota que proporcionalmente é comparada com base na posição dos outros candidatos a membros. Três quartos (¾) da quota é depositado na moeda do novo Estado membro e nela se determina não apenas o direito de voto nas sessões dos órgãos como também, no acesso aos recursos do Fundo, atribuição dos DTE e do montante de depósito nas instituições do Banco Mundial.
 
1.3.3. Objectivos do FMI
 Conforme estabelece o artigo 1.º do Acordo Relativo ao FMI, o mesmo prossegue os seguintes objectivos:
i) Promover a cooperação monetária internacional através de uma instituição permanente que constitua um mecanismo de consulta e colaboração no que respeita a problemas monetários internacionais; 
ii) Facilitar a expansão e o crescimento equilibrado do comércio internacional e contribuir assim para o fomento e manutenção de elevados níveis de emprego e de rendimento real e para o desenvolvimento dos recursos produtivos de todos os membros, como objectivos primordiais de política económica;
iii) Promover a estabilidade dos câmbios, manter arranjos cambiais regulares entre os membros e evitar depreciações cambiais concorrenciais;
iv) Contribuir para a instituição de um sistema multilateral de pagamentos para as transações correntes entre os membros e para a eliminação das restrições cambiais que dificultam o crescimento do comércio internacional; 
v) Incutir confiança aos membros, pondo temporariamente à disposição os recursos do Fundo, mediante garantias adequadas, dando-lhes assim possibilidade de corrigirem desequilíbrios da sua balança de pagamentos sem recorrerem a medidas prejudiciais à prosperidade nacional ou internacional;
vi) Em conformidade com o que precede, encurtar a duração e reduzir o grau de desequilíbrio das balanças de pagamentos internacionais dos membros; 
1.3.4. Instrumentos
 Para a prossecução dos seus objectivos o Fundo tem como instrumento a regulação do endividamento externo, criando novas formas e meios de liquidação internacionais e correcção dos regimes do sistema internacional de câmbios. É importante recordar que os instrumentos do Fundo, são de carácter financeiros e não financeiro e formalmente não ultrapassam o quadro da soberania dos Estados membros. O FMI actua como uma instituição mundial de pesquisa, informação e de centro de consultoria em matéria de questões financeiras.
 Presta ajuda financeira do Fundo aos Estados membros que vá de encontro com as reformas das suas políticas económicas; é o que se convencionou chamar dentro do vocabulário desta instituição como a «condicionalité» em francês. Em consequência, quando o Fundo empresta recursos financeiros a um país membro, ele deve assegurar-se que a política deste Estado visa reduzir os desequilíbrios da sua balança de pagamentos. 
 O FMI dispõe de uma série de ajudas que ele fornece aos seus membros observando certas condições e de acordo com modalidades técnicas muito complexas. Regra geral, o acesso aos recursos financeiros do Fundo é determinado pela sua respectiva quota-parte ou contribuição que reflicta a potência económica de cada Estado expresso em Direitos de Tiragem Especiais (DTE). Esta quota-parte estabelece o número de votos de que o país se dispõe junto do FMI (para além dos 250 votos de base a que tem direito), à razão de um voto por cada tranche de 10.000 DTE de quota-parte. O Estado membro deve fazer a entrega de 25 % da sua quota-parte em DTE ou em moedas de outros Estados membros designados pelo FMI, com o seu acordo e a paga na sua própria divisa.
 Considerado como um clube de ricos, o Fundo Monetário Internacional tornado numa das organizações mais universais (a China continental é membro do Fundo desde 1980), multiplica as suas actividades nos cinco continentes. Cada Estado membro sem excepção tem beneficiado das suas ajudas. Em suma, a ajuda financeira - recursos monetários postos à disposição dos Estados membro para equilibrar as suas balanças de pagamentos e corrigir os desequilíbrios estruturais dos problemas económicos dos seus filiados (empréstimos, e facilidades) e acção de observação do cumprimento das condições negociadas acordadas na elaboração do Programa de estruturação da economia. Por outro lado fornece assistência técnica a nível da política de macroeconomia e formação de pessoal dos Estados membros.
1.3.5. Fontes financeiras 
 As principais fontes financeiras do Fundo são oriundas da quotização acumulada por parte do Estados membros. Outras fontes são constituídas pelos chamados Direitos de Tiragens Especiais (Special Drawing Rights - DTE). Os DTE são um novo padrão de câmbio internacional que funciona no âmbito do Fundo Monetário Internacional (FMI), surgido nos anos sessenta quando dominava a opinião de que o sistema de câmbios idealizado pelos acordos de Bretton Woods não era capaz de criar as reservas que pudessem corresponder às necessidades do comércio internacional. O valor dos DTE é artificial tanto mais que ele é definido por um conjunto de moedas de diferentes países industrializados, em proporções variáveis 
(em 28 de Abril de 2000, antes da entrada em vigor da moeda única em 1.1.de 2001, tinha a seguinte composição: 44 % USD; 19 % JPY; 16 % EURO-DEM; 12 % GBP; 9 % FRF, cujo cálculo representa que 1 DTE = 1,31921 USD). Este conjunto de moedas é revisto de cinco em cinco anos. Os DTE funcionam também como um instrumento de pagamentos internacional. A ponderação do sistema dá 30 % do conjunto ao dólar, mantendo portanto supremacia dos Estados Unidos. Trata-se de uma etapa decisiva para alcançar a estabilidade das taxas de câmbio e para a estabilização do comércio mundial, que entretanto se encontra fortemente perturbado pelos efeitos dos «choques petrolíferos» de 1973 e de 1979-80. 
 As outras fontes do Fundo são constituídas por quotizações dos Estados membros, e juros devidos dos empréstimos a longo prazo feitos principalmente pelos bancos centrais dos países do G7. 
As fontes do fundo são fornecidas através das chamadas facilidades segundo necessidades dos diferentes países. Essas facilidades estruturam as fontes e possibilitam por um lado definir condições diferenciadas de obtenção de empréstimos e, por outro manter visão sobre os fluxos financeiros do Fundo. 
1.3.6. Concessão de empréstimos
 Os Estados membros colhem recursos do Fundo com a compra imediata até ao montante de 25 % da quota do membro pagável em divisas e juros também em divisas (em contravalor da moeda nacional). Na obtenção de um empréstimo acima dos 25 % os empréstimos do Fundo têm que ser assegurados (Stand-by Arrangement) -SBA). Este método tem como finalidade a de estabilizar a balança de pagamentos durante um período de 12-18 meses e exige a observância de certos critérios macroeconómicos. Acima deste montante trata-se de um empréstimo com facilidade alargada (Extended Fund Facility - EFF). Nestas condições exige-se um programa de três anos virado e para a correcção das distorções macroeconómicas e desequilíbrios estruturais. Este empréstimo é fornecido com uma duração de 4 a 10 anos. 
 Para Concessões Especiais (Concessional Assistance) são feitos empréstimos destinados ao combate a pobreza (Poverty Reduction and Growth Facility - PRGF), em condições muito vantajosas e a longo prazo. Existe, também, a chamada Iniciativa para os Países Altamente Endividados - Heavily Indebted Poor Countries - HIPC que tem por missão a redução do serviço da dívida a fim de iniciar com o programa do crescimento económico.As outras facilidades são as compensações - Facilidades para Compensação Financeira (Compensatory Financing Facility - CFF), destinados aos países com dificuldades temporárias de exportação ou de importação de cereais. Por outro lado, a Facilidade para a Reserva Suplementar (Suplementary Reserve Facility - SRF) serve aos países com dificuldades súbitas com a balança de capitais provocados pela perda de confiança dos mercados financeiros. O Contingente de Linhas de Crédito (Contingent Credit Lines -CCL) são instrumentos de reserva de linhas de crédito e constituem um instrumento de prevenção em situações de crise. Para os países que necessitam ou transitam para o sistema de economia de mercado conseguem fundos através da Facilidade para Transformação Sistemática da Economia (Systematic Transformation Facility - STF). 
2. Críticas ao funcionamento do FMI 
2.1. A economia mundial em 2000
 Não requer muito esforço em apontar as dificuldades por que passam as actividades do Fundo Monetário Internacional - talvez o difícil é escolher o tema. Nos anos noventa aconteceram muitas coisas, situações e processos na esfera internacional que conduziram para o aumento das exigências ao Fundo. A abolição do sistema de economia centralizada e planificada nos países menos avançados necessitava de uma injecção em meios financeiros, a curto prazo, para a estabilidade das respectivas balanças comerciais. O aumento das trocas e a volatilidade dos câmbios de moedas, também, requeria um correspondente aumento de disponibilidades de reservas.
 O FMI não estava preparado para esta rápida evolução e, nesta situação, teve altos e baixos e por isto foi inúmeras vezes objecto de ásperas críticas. Em consequência disto, a debilidade de certas economias contribuíram para o declínio da autoridade e confiança no Fundo. 
 Desde a sua criação, o FMI confrontou-se com críticas quer da “direita”, dos potenciais absorventes dos meios financeiros, no papel de elefante de porcelana, bem como da “esquerda” no seu papel de exploradores das nações pobres que se afundam na pobreza e destruem o meio ambiente.
2.2. Crítica ao FMI “O Relatório Meltzer” 
 Em finais dos anos noventa, acentuaram-se as exigências ao Fundo e era preciso complementa-los. Em novembro de 1998, o Governo americano solicitou ao Congresso uma parcela de verba para apoiar o Fundo destinada a entre outros, para debelar a crise na Rússia. Esta solicitação deu origem o aparecimento de um órgão de avaliação das actividades do FMI. No âmbito do Comité do Senado americano para as questões bancárias, surgiu a Comissão Institucional Financeira Internacional e de Consultoria (Internacional Financial Institutional Advisory Commission - IFIAC) com o professor de economia da Carnegie University Allan H. Metltzer à cabeça, um dos mais acérrimos críticos do FMI e do Banco Mundial. O relatório que leva o seu nome produzido por essa comissão foi publicado em 8 de Março de 2000 e conhecido por “Relatório Meltzer” - Report of the International Financial Institution Advisory Commission Submited to the U.S. Congress and U.S. Department of Treasury, March 8, 2000.
 Neste relatório constam recomendações aprovadas por unanimidade no Congresso e que são:
a) Perdoar a dívida a 80 países mais pobres do mundo, desde que estes apresentam programas de desenvolvimento credíveis e eficazes; 
b) Que o FMI retome as suas actividades originais - empréstimos a curto prazo para aqueles que têm dificuldades de liquidez;
c) Terminar com os programas a longo prazo que conduziram o FMI em certos casos determinar políticas económicas internas de Estados soberanos. 
 Existem ainda outras recomendações aprovadas por maioria de votos (8:3), que determinam as condições para beneficiar de empréstimos:
d) Que estes países abram os seus mercados financeiros a instituições estrangeiras;
e) Publiquem todas as suas dívidas e compromissos (transparência);
f) Aumentem as suas reservas internas (capitalizar os bancos);
g) Respeitar os objectivos dos empréstimos (caso da Rússia).
O relatório foi muito publicitado e tornou-se numa fonte de informação para os outros críticos do FMI. Em síntese eis a recomendação: “ o Fundo deve voltar a dedicar-se e guiar-se pelos princípios estatutários originais, observar a transparência e respeitar a soberania tanto de Estados credores como de Estados devedores.
 As propostas e recomendações do “Relatório Meltzer” partem do princípio status quo tendentes ao redimensionamento do Fundo que vem demonstrando todos os traços característicos de uma organização burocrática que enfrenta um desenvolvimento tempestuoso de trocas comerciais mundiais e do aumento do ritmo e volume dos fluxos de capitais e ao qual se levantam vozes discordantes, ora abertas ou menos abertas dentro da aldeia económica e que clamam pela criação de um “Banco Mundial Central” - credora de última de instância. Não se propõe o enfraquecimento do Fundo. Ressuscitam-se, assim, os velhos sonhos já colocados sobre a mesa da Conferência de Bretton Woods, em 1944. Resta saber até que ponto os Estados aceitarão esta situação nos dias de hoje. Este super banco exigiria um aparelho muito flexível necessário à medidas macroeconómicas, e isto representa uma interferência na soberania dos Estados e não apenas um privilégio de uma instituição de ordem monetária. Por enquanto não existe uma vontade política. O futuro o dirá.
2.3. Outros relatórios
2.3.1. Exigências do CEE Bankwatch Netwark
 O CEE Bankwatch Netwark é uma organização não-governamental (ONG) que se dedica exclusivamente à observação das instituições financeiras internacionais na Europa central e oriental. As matérias preferidas por essa observação são de índole social e ambiental sob a alçada do FMI. Bankwatch exige importantes reformas do FMI e responsabiliza o Fundo pela “imposição de Programas neoliberais de projectos de adaptação estrutural junto do Banco Mundial”. Considera o Fundo como uma instituição não democrática e intransparente. Exige ainda que o FMI se torne mais transparente e democrática, devendo rever a distribuição dos votos, descentralizando a sua estrutura e publicando os seus documentos internos nas línguas locais. 
 Os responsáveis do CEE Bankwatch Newark exigem a criação de um “árbitro independente” ou seja uma instância independente com mecanismos de apelação supra nacional, uma questão política muito sensível e que não depende das atribuições do Fundo. Exigências deste tipo devem ser, evidentemente dirigidas aos governos. 
2.3.2 O movimento “Verão de Clemência 2000”
 O movimento “Verão de Clemência 2000” é um amplo movimento internacional, inspirado em tradições cristãs para o perdão da dívida. Exige a abolição da dívida aos países mais pobres do mundo até ao ano de 2000, com base na justiça e transparências no procedimento. Recorda que as dívidas são tão elevadas que mesmo esta política não consegue equacionar e dar solução ao problema. Os países que vêm pagando as suas dívidas, fazem-no sacrificando as suas populações com medidas draconianas de cortes nos seus respectivos orçamentos, e, por outro lado, aumentam as suas dívidas ecológicas e progresso social internos. Exigências deste tipo devem ser apoiadas. Por exemplo, em 1953, foi perdoada a dívida à República Federal da Alemanha no quadro do Tratado de Londres de forma que o serviço da dívida alemã representava apenas 5 % das suas exportações. Assim, à RFA foi facilitado um crescimento económico.
 Por esta razão, o movimento “Verão de Clemência 2000 clama pela aprovação de regras para a situação de insolvência de Estados. Tratar-se-ia, evidentemente, de uma forma de direito à insolvência como acontece nos Estados Unidos sobre a lei da bancarrota e que serve para resolver a insolvência de cidades ou de instituições públicas, reflectindo-se assim o carácter democrático do regime. Um outro aspecto ou questão seria o de aumentar as responsabilidades dos paísescredores na concessão de empréstimos. Deve-se acrescentar que a “lei da bancarrota” em determinadas condições conduziria a um verdadeiro equilíbrio entre países devedores e instituições de crédito. 
2.4. A crítica anti-sistema 
 No âmbito da crítica da esquerda, tem inspiração no pensamento de Karl Marx e dos seus seguidores. A lógica e o dicionário marxista complementado com argumentos ambientais, começam a mobilizar uma enorme quantidade de pessoas que não é possível omitir. O alvo dos protestos são os especuladores, sociedades supra nacionais e os adeptos do comércio no seu todo. O olhar crítico vis-à-vis a uma organização como o FMI é a suspeita deste capital estar virado para a exploração das nações pobres. As vítimas não são mais (hoje já ricos) operários do Hemisfério Norte, mas a sua natureza, o ambiente e os povos do Hemisfério Sul onde habita a maior parte da população do planeta. Seguindo a definição clássica do Fundo, este deve apoiar o comércio com políticas de estabilização dos câmbios. Esta tarefa foi incumbida ao Fundo na base de experiências históricas. Por exemplo, a restauração pacífica da Europa em período não negligenciável foi feita com premissas de comércio “puro” de vantagens mútuas entre adversários seculares. E isto aconteceu. A pobreza cada vez mais chocante do Terceiro Mundo e a sua carga de compaixão do sofrimento humano, traduz pouca coisa para o Fundo Monetário Internacional.
 Mas é também verdade, que a actividade do Fundo continua direccionada para objectivos acordados no limiar da guerra mais mortífera na história da Humanidade. Naquelas condições em que se acordou a criação do FMI, questões como a do meio ambiente não representava nada dos problemas mais importantes. Porém, isto já não é verdade, passados que são cinquenta anos depois. É possível imaginar que enquanto se corrigem os objectivos do Fundo com vista ao emprego e desenvolvimento dos meios de produção, poder-se-ia, de igual modo, corrigir-se os princípios de um desenvolvimento sustentado. É apenas uma questão que talvez satisfizesse a esquerda radical. Não nos esqueçamos que todas as tentativas do passado de abolir o sistema de mercado fracassaram com consequências muito trágicas. Tente encontrar uma conclusão para o problema. 
2.5. Orçamento e financiamento (em 2000) 
O valor total dos DTE é de 277 biliões de dólares americanos;
Os recursos líquidos utilizáveis 99 biliões de dólares americanos;
As despesas gerais atingem 592 milhões de dólares;
O total do activo é de 287 biliões de dólares americanos.
2.6. O passado remoto 
 Na Conferência de Bretton Woods, que decorreu em Julho de 1944, nesta localidade do Estado de New Hampshire, EUA, representantes de 44 países elaboraram e aprovaram os estatutos do Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), criados como instituições especializadas das Nações Unidas. 
 A 27 de Dezembro de 1945 entra em vigor o Acordo relativo ao FMI, vinculando os Estados membros ao seu «código de boa conduta monetária». 
 Criado com a incumbência de gerir o sistema de câmbios estáveis, mas ajustáveis, de Bretton Woods, o FMI dispunha de um leque de poderes apreciável. 
 Polícia monetário internacional, o seu papel aumentou depois de 1992 com a adesão da Rússia e dos antigos países do Leste europeu, tendo aumentado as suas missões e número de membros (181).
 O poder de controlar as alterações de paridade, destinadas, somente, a corrigir «desequilíbrios fundamentais», era, sem dúvida, o mais significativo. 
 A criação do direito de saque (DSE), através da primeira emenda ao Acordo Relativo ao FMI, entrada em vigor a 28 de Julho de 1969, concomitante com o compromisso das autoridades norte-americanas de eliminarem o défice da sua balança de pagamentos, mitigando a superabundância de dólares levava a pensar num aumento do protagonismo do Fundo nas relações monetárias internacionais. 
 Com o DTE, a liquidez internacional que era suposto continuar a aumentar, acompanhando o ritmo de crescimento do comércio internacional, passaria a estar controlada por uma entidade não nacional, na linha do que John Maynard Keynes havia proposto para o sistema monetário internacional do pós-guerra. 
 Aconteceu, todavia, que o papel do Fundo definhou com a derrocada definitiva do sistema de Bretton Woods, em Março de 1973, quando as principais moedas entraram a flutuar nos mercados cambiais, na sequência do fracasso do acordo smisthsoniano, de Dezembro de 1971. 
 A 1 de Abril de 1978 entra em vigor a segunda emenda, consagrando o princípio da liberdade de escolha do regime cambial, o que se traduz na legitimação da anterior opção dos principais países pelo regime de flexibilidade cambial. 
 A cooperação monetária internacional, imprescindível por via da crescente interdependência das economias, mas agora menos intensa face ao desmantelamento do sistema de instabilidade cambial, deixou de ser promovida no âmbito de uma instituição permanente para assumir uma feição informal, pautada por intervenções ad hoc, na sequência das perturbações nos mercados financeiro e cambial. 
 As reuniões informais com carácter periódico, dos principais países em termos de comércio internacional, estilo Grupo dos Cinco ou Grupo dos Sete, representados ao nível de chefes de Estado ou de Governo, quer ao nível de ministros das Finanças, vieram retirar ao Fundo grande parte do seu protagonismo. 
 A primeira destas reuniões decorreu de 15 a 17 de Novembro de 1975, por iniciativa de Valéry Giscard d´Estaing, com o objectivo de evitar que a crise no sistema monetário internacional descambasse no proteccionismo e bilateralismo da década de trinta (vis quadro a seguir, até 1996).
2.7. As cimeiras dos países industrializados (G7) 
1975 - de 15 a 17 de Novembro : Rambouillet
1976 - de 27 da 28 de Junho : Porto Rico 
1977 - de 7 a 8 de Maio : Londres 
1978 - de 16 a 17 de Julho : Bona
 - de 28 a 29 de Dezembro : Jamaica (encontros não 
 oficiais) 
1979 - de 5 a 6 de Janeiro : Guadalupe (cimeira informal) 
 - de 28 a 29 de Junho : Tóquio 
1980 - de 22 a 23 de Junho : Veneza 
1981 - de 19 a 21 de Julho : Otawa 
1982 - de 4 a 6 de Junho : Versalhes 
1983 - de 28 a 30 de Maio : Williamsburg 
1984 - de 7 a 9 de Junho : Londres
1985 - de 2 a 3 de Maio : Bona 
1986 - de 5 a 6 Maio : Tóquio
1987 - 8 a 10 de Junho : Veneza 
1988 - de 19 a 21 de Junho : Toronto 
1989 - de 14 a 15 de Julho : Paris 
1990 - de 9 a 11 de Julho : Houston 
1991 - de 15 a 17 de Julho : Londres 
1992 - de 6 a 8 de Julho : Munique 
1993 - de 7 a 9 de Julho : Tóquio 
1994 - de 8 a 10 de Julho : Nápoles 
1995 - de 16 a 17 de Junho : Halifax 
1996 - de 27 a 28 de Junho : Lyon 
 Aos acordos de Plaza, de Setembro de 1985, e Louvre, de Fevereiro de 1987, são a demonstração inequívoca da perda de influência do Fundo em matéria de relações cambiais. No primeiro dos acordos de cavalheiros mencionados, os cinco países mais industrializados decidiram concertar esforços no sentido de depreciar o dólar norte-americano. Na sequência destes esforços, o dólar atingiu uma depreciação média de 25% em relação a Agosto de 1985. No acordo de Louvre, os Sete terão acordado em conter as oscilações das divisas em causa dentro de determinados limites - ao que parece, em cerca de 2.5% para cada lado, em relação às paridades bilaterais então verificadas -, embora, publicamente, não tenham senão feito alusão à conveniência da manutenção de taxas de câmbio estáveis. 
 Por outro lado, também o desenvolvimento dos mercados de capitais, sobretudo do mercado dos euro-dólares, contribuiu para o apoucamento do papel do Fundo enquanto fonte de liquidez internacional. 
 O termoeuro-dólar é a denominação que se dá aos dólares adquiridos por bancos localizados fora dos Estados Unidos, sobretudo através da aceitação de depósitos de curto prazo (cerca de 85% dos depósitos têm prazo de vencimento inferiores a seis meses), mas também através do câmbio de outras moedas por dólares, permitindo a esses mesmos bancos a concessão de créditos nesta divisa, criando-se moeda durante o processo. Nos anos 50 e 60, este serviço, era em grande medida, prestado por filiais e sucursais dos bancos comerciais norte-americanos na Europa. Actualmente, esta prática está generalizada, sendo o vocábulo «euro» bastante enganador, além disso, movimenta também outras divisas internacionalmente aceites como meios de pagamento (mercado das euro-divisas). 
 Efectivamente, desde os finais dos anos sessenta que os mercados internacionais de capitais, registam desenvolvimentos substanciais, ocorrendo, em simultâneo, a transnacionalização quer da banca, quer da actividade financeira. 
 O aumento exponencial da liquidez internacional ficou a dever-se, em grande medida, ao longo da década de setenta, ao fluxo dos activos em dólares dos países produtores de petróleo (petrodólares) ao mercado dos euro-dólares, os quais foram depois convertidos em créditos a favor dos países em vias de desenvolvimento (reciclagem dos petrodólares). 
 A transnacionalização da banca e da actividade financeira, por seu turno, tendo sido induzida pelo próprio aumento da liquidez internacional, foi motivada, ainda, pela progressiva integração dos mercados nacionais de capitais, consequente a liberalização e desregulamentação dos mercados dos principais países industrializados. Isto quer dizer que, os estatutos do FMI estabelecem que «os membros poderão exercer os controlos necessários para regular os movimentos internacionais de capitais, mas nenhum membro poderá exercer esses controles de uma forma que restrinja os pagamentos relativos a transações correntes ou que retarde indevidamente as transferências de fundos para liquidação dos compromissos, salvo o disposto em contrário. Alguns países, como a Alemanha, o Japão e o Reino Unido aboliram grande parte destes controles. 
 Aos aforradores, a globalização permite a colocação das poupanças na moeda mais segura, com a melhor remuneração e a tributação mais baixa. Aos bancos, a globalização da actividade financeira permite o acesso a um número muito maior de actividades. Aos investidores institucionais - companhias seguradoras, fundos de pensões e fundos de investimentos -, a globalização permite ter em carteira activos em moedas estrangeiras, o que possibilita a eliminação do risco de grandes oscilações no valor dos títulos e a estabilização dos proventos deles resultantes. 
 Os investidores institucionais têm um comportamento marcadamente diferente do investidor individual: aqueles estão sob intensa pressão competitiva; respondem, por conseguinte, mais directamente e intensamente às vicissitudes do mercado; estão melhor informados; têm um horizonte de curto prazo. 
 Desequilíbrios graves ao nível da balança de pagamentos, quer do orçamento de algum dos principais países industrializados provocam oscilações nas taxas de juro e de câmbio e induzem grandes movimentações de capitais. Por exemplo, a crash bolsista de Outubro de 1987 foi o resultado de orientações laxistas de alguns Estados industrializados no que diz respeito aos equilíbrios fundamentais, que deram azo a oscilações significativas nas taxas de juro e de câmbio. Desta experiência devemos reter a importância da coordenação das políticas económicas dos países industrializados, no sentido de se criar um quadro macro-económico são, anti-inflacionista. 
 Estas movimentações de capitais no sentido de se repor o investimento em carteira são exacerbadas pela especulação transnacional, antecipando e ampliando as oscilações cambiais (overshooting), tendo em conta os dados macro-económicos e as expectativas dos agentes económicos, quer dizer que a maioria das transações tem na base rumores, segundo Jeffrey A Frankel no seu artigo publicado no International Financial Times, Londres, 1993, ou seja, «noise rather than news». 
 Os efeitos disruptivos da actividade especulativa sobre os mercados financeiro e cambial ficaram bem patentes nas crises de Setembro de 1992 e de Julho /Agosto de 1993 no Sistema Monetário Internacional. É na sequência destas crises que se tem opinado que ao FMI devia caber a missão de informar os gestores das carteiras internacionais de títulos sobre a verdadeira situação económico-financeira do país visado, por forma a não prevalecerem as projecções mais alarmistas.
 O Fundo revela compreensíveis dificuldades em influenciar estas movimentações de capitais, desde logo atendendo aos montantes envolvidos, que ultrapassam, em muito, o valor dos recursos do Fundo. A inexistência de um credor de última instância, capaz de garantir a solvência das instituições bancárias em tempo de crise, adensa a instabilidade que por vezes agita os mercados internacionais da capitais. 
 Retomando o fio à meada, a reciclagem dos petro-dólares permitiu o financiamento dos défices da balança de pagamento dos países em via de desenvolvimento (PVD), evitando-se custos das 
políticas de ajustamento. Contudo, o encarecimento dos custos de produção, nomeadamente da factura energética, ao longo da década de setenta, em simultâneo com a pressão excessiva da procura sobre o crédito; a aceitação de um escalonamento da dívida, por exemplo. 
 O Fundo adquiriu um papel de intermediação na gestão da dívida de vital importância para a sobrevivência do sistema financeiro internacional. Concomitantemente com esta evolução, o Fundo vai transfigurando a sua política de auxílio financeiro, pois que a lógica originária era a do auxílio conjuntural: auxílio de curto prazo, em divisas, para habilitar os bancos centrais a procederem a operações estabilizadoras no mercado de câmbios. 
 A explicação para o défice na balança de pagamentos passava pelo diferencial entre os preços internos e os preços mundiais, derivando excesso da procura sobre a oferta internas. A correcção do desequilíbrio postulava, por conseguinte, a contratação do rendimento pessoal disponível, por forma a diminuir o consumo. A descida dos preços internos levaria ao aumento da competitividade das exportações do país em causa.
 Esta ortodoxia era, aliás, uma das componentes da tríade das políticas norteadoras da ordem económica neoliberal, subjacente inclusive a plano Marshall, a saber: abertura ao comércio internacional; adesão à economia de mercado e ao sistema de preços livres como forma de alocação de recursos; e o controlo das pressões inflacionistas, susceptíveis de provocar o já referido diferencial de preços, minando a competitividade das exportações e colocando em xeque o compromisso de estabilidade cambial assumido em Bretton Woods. 
 As políticas de contracção da procura nem sempre surtiram, todavia, os efeitos desejados. Ocorria por vezes uma diminuição da qualidade de vida das populações, sobretudo das classes mais desfavorecidas, sem contrapartidas ao nível da mitigação do défice, tendo se chegado à conclusão de que haveria que apostar no desenvolvimento da competitividade dos países objecto de ajuda, o que exigia uma acção sobre o tecido produtivo.
 Não descurando a formação de um ambiente macro-económico favorável à uma atracção de investimento estrangeiro, o Fundo passou a dedicar esforços à melhoria da oferta do país em causa, assumindo o auxílio uma faceta estrutural, muitas vezes em conjugação de esforços com o grupo do «Banco Mundial». Foi assim que a segunda emenda introduzida nos seus estatutos veio reconhecer expressamente ao FMI o poder de prestar serviços técnico - financeiros para fazer face a problemas específicos na balança de pagamentos (direitos de saque complementares), desdeque tais serviços sejam enquadráveis nos objectivos do Fundo.
 Podemos destacar, a este respeito, a facilidade alargada de crédito, criada em 1974; a facilidade de ajustamento estrutural, criada em 1986; e a facilidade de ajustamento estrutural reforçada, criada em 1994 (ver. pág. 11). 
 Após a queda do Muro de Berlim, em Novembro de 1989, o Fundo deparou-se com um outro campo de acção privilegiado: o da ajuda aos países em processo de transição para a economia de mercado. Especial importância tem, neste contexto, a ajuda financeira à Rússia. Para atender às necessidades específicas das economias em transição, foi criada a facilidade de transição sistemática, em Abril de 1993. 
 No início da década de noventa, o peso do serviço da dívida foi de algum modo mitigado, em virtude, nomeadamente, da descidas das taxas de juro norte-americanas; este facto também induziu o capital privado a procurar uma melhor remuneração nos PVD. A situação destes países continua, a ser bastante incómoda, dada a necessidade de manterem altas taxas de juro reais para atrair poupança externa, atento ao risco de câmbio - e até de insolvência. 
 O capital que deste modo afluiu a estes países é bastante volátil, e ao menor sinal de abaixamento das taxas de juro e/ou de câmbio foge em massa do país visado, tal como aconteceu ao México, em Dezembro de 1994.
 Houve, portanto, uma terceira emenda ao Acordo Relativo ao FMI, entrada em vigor a 11 de Novembro de 1992, que vem permitir ao Fundo suspender a capacidade de utilização dos recursos gerais relativamente aos Estados membros que deixem de cumprir alguma das obrigações impostas pelo Acordo; se o Estado membro ainda assim não cumprir, pode o Fundo suspender o seu direito de voto; se o Estado membro persistir em não cumprir, pode o Fundo exigir a retirada desse Estado. 
2.8. As origens do Sistema Monetário Internacional (SMI) 
 Concebido como uma necessidade, o SMI acompanha desde o século XIX o progresso do comércio entre Estados. Naquela época, o sistema de pagamento internacional era baseado no regime do padrão-ouro.
Em 1819, o Reino Unido, na altura, primeira potência política e económica mundial ditava as políticas monetárias aos Bancos de Estados em razão do volume de capitais que convergiam à City em Londres. Este centralismo monetário conferia à libra esterlina (moeda do RU) o papel de divisa internacional, também procurado nas trocas do ouro, onde predomina o regime do padrão-ouro. A Primeira Guerra Mundial marca o declínio da libra e a chegada do dólar americano na cena monetária internacional; os Estados Unidos da América ao financiar o conflito, tornam-se credores do mundo inteiro. 
A Conferência de Bretton Woods. Depois do embrião do sistema criado em Génova, em 1922, a Segunda Guerra Mundial põe um entre parêntesis à toda e qualquer tentativa de regulação do SMI. A conferência internacional, reunindo 44 Estados em Bretton Woods, nos Estados Unidos, elimina três práticas consideradas como factores agravantes da crise dos anos trinta (deflação, proteccionismo e a guerra das moedas) e funda um SMI sobre princípios seguintes: as moedas não são mais convertidas em ouro; elas são convertidas em dólares dos Estados Unidos e as une contra as outras; somente o dólar dos Estados Unidos é conversível em ouro à base de 35 dólares a onça (1 onça = 28 gramas); as paridades são fixas mas ajustáveis (1± % de margem autorizada pelo FMI); o respeito pelo equilíbrio da balança de pagamentos e a interdição de desvalorizações competitivas. Este sistema de paridades fixas que confere aos Estados Unidos a liderança monetária mundial é suportada por uma organização internacional ligada à ONU: o FMI. Mas o SMI vai se desordenando a partir de 1950, sob os efeitos do défice exterior americano que não para de crescer em razão da acumulação de dólares americanos nos bancos centrais, e do desenvolvimento das balanças dólares em todo o mundo. 
O novo sistema - Acordos de Jamaica. Em 1960, os dólares em circulação ultrapassam o valor das reservas de ouro dos Estados Unidos. Os Estados pedem a conversão em ouro do dólar que detêm naquele momento. Incapazes de fazer face a este pedido, o presidente Nixon suspende em 15 de Agosto de 1971 a convertibilidade ouro / dólar. Pelo facto, as moedas começam a flutuar e o sistema de Bretton Woods é vencido. Ele é substituído, em 1976, pelos acordos de Jamaica que entram em vigor em 1978. Este SMI, denominado por «paridades flexíveis e dólar estandarte», marca a rotura das paridades fixas. Este sistema foi provocado por duas desvalorizações do dólar (1971 e 1973), pelo primeiro choque petrolífero e a flutuação da moeda americana, o regime institucionalizado na Jamaica aboliu toda e qualquer referência ao ouro e fez do DTS, em português DTE o principal «haver» de reserva do SMI. 
3. O Sistema de Bretton Woods e o GATT 
 Na evolução das organizações económicas internacionais de vocação mundial ao longo do século XIX observa-se o declínio da influência das instituições de Bretton Woods - em particular do Fundo Monetário Internacional (FMI) -, em contraste com a ampliação e a consolidação do sistema do GATT.
 Procurando conjugar o objectivo da multilateralização e liberalização do comércio com a promoção do crescimento e do emprego no interior dos países, o Fundo Monetário Internacional foi promotor e guardião do regime mundial de estabilidade dos câmbios no período que antecedeu a suspensão da convertibilidade do dólar, dele dimanando esquemas de financiamento dos desequilíbrios de pagamentos em termos de lhe assegurar ingerência nas políticas económicas internas dos países destinatários dos seus auxílios. 
 A partir do desaparecimento do regime de paridades ajustáveis (1973), tornou-se visível a perda da influência do Fundo Monetário Internacional em relação à política cambial e à política macroeconómica dos países industrializados. Ao mesmo tempo que diminuía a eficácia da missão do FMI no domínio das relações monetárias internacionais, a preocupação de instituir novas formas de regulação do sistema monetário internacional era posta em surdina e cedia perante a assunção de projectos, como o da União Económica e Monetária europeia, cujo centro de gravidade se situava fora do campo de acção das instituições de âmbito mundial. 
 A relevância do FMI como organização monetária declinou, tendendo o perfil da instituição a aproximar-se ao de uma «agência de desenvolvimento», pela ênfase dada ao apoio às balanças de pagamentos dos países não industrializados, num quadro de expansão de facilidades de ajustamento estrutural em que se intensificou a colaboração entre as duas instituições de Bretton Woods.
 A acção do Fundo projectou-se nas crises de endividamento externo de países menos desenvolvidos e na recuperação estrutural das economias centralizadas; mas a perspectiva de vir a regular um sistema monetário internacional reconstruído continua distante, não se tendo avançado em soluções como a do estabelecimento de zonas - alvo («target zones») para as principais moedas, a marcar um estádio intermédio entre os câmbios fixos da fórmula inicial de Bretton Woods e a livre flexibilidade cambial praticada desde os anos setenta.
 No caso do Banco Mundial, não se tornou perceptível uma tão marcada perda de influência como a que atingiu o FMI; mas a verdade é que aquela instituição, pese embora a sua indiscutível utilidade na concretização de iniciativas de financiamento ao desenvolvimento, esteve sempre confinada a um papel relativamente modesto. Vocacionado para o apoio a projectos individualizados e não para abordar, em plano de regulação geral, questões como as atinentes aos fluxos de capitais a longo prazo ou à estruturação das dívidas externas, o Banco Mundial manteve, com alterações menores, a linha de actuação algo discreta definida no passado. 
Foi o GATT, nascido em 1947, em termos de acordo provisório,e não dispondo à partida de base institucional, que passou pela mais profunda transformação: e aqui no sentido de extensão do seu campo de acção a domínios antes não abrangidos - desde os serviços e a propriedade intelectual até à específica regulação do comércio de produtos agrícolas e à supressão gradual do regime especial dos têxteis - e, cumulativamente, de criação de um estatuto institucional e processual para enquadrar as regras substantivas do GATT, através da Carta da Organização Mundial do Comércio. 
 A insatisfação experimentada pelos países menos desenvolvidos em face da aplicação dos princípios do GATT - não discriminação, reciprocidade - levara à ascensão da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento) e à proposta, nos anos setenta, da Nova Ordem Económica Internacional. Mas este movimento, que à partida denotava clivagens ideológicas profundas, acabou por se desfazer nos anos oitenta, com ênfase para os efeitos da queda do comunismo e, com ela, dos sistemas das economias centralizadas: generalizada a ideologia de economia de mercado, globalizados os fluxos comerciais e financeiros à escala mundial, os países em vias de desenvolvimento (revelando eles próprios, diferenças crescentes entre si, em termos de perder sentido o conceito de «Terceiro Mundo» como bloco homogéneo) incorporam-se gradualmente no sistema do GATT. 
 Embora possa ainda alargar-se a arquitectura institucional do sistema económico internacional - tendo sido sugeridas, como áreas onde seria possível criar novas organizações económicas de vocação mundial, os mercados financeiros internacionais, o investimento directo internacional e as empresas multinacionais, a protecção do ambiente, as migrações internacionais -, o certo é que ficou completa a trilogia clássica das organizações internacionais de âmbito mundial, mercê da paridade institucional alcançada pelo GATT com as estruturas de Bretton Woods. 
 Bem se justifica, assim, a apresentação, a par dos textos relativos ao acordo do FMI e sua evolução, do complexo de documentos que marcam as transformações recentes do GATT - O GATT de 1994 sucedendo o GATT de 1947, através da incorporação dos acordos com que se concluiu o «Uruguay Round», e criada a Organização Mundial do Comércio, pela primeira vez conferindo base institucional à regulação das relações comerciais internacionais. 
4. A evolução do Sistema Monetário Internacional
 Um sistema monetário internacional caracteriza-se pelo tipo de moedas utilizadas nas trocas e pelo grau de flexibilidade das taxas de câmbio. O sistema anterior a 1914, o do padrão-ouro, assentava na fixidez das taxas de câmbio, na referência ao ouro na definição das moedas e na utilização da libra esterlina. No período entre as duas guerras, a moeda britânica perde a sua importância e os governos utilizam as mudanças de paridade para tentar fazer face às dificuldades nascidas da crise. O Sistema de Bretton-Woods, instaurado em 1944, baseava-se nos câmbios fixos e na utilização do dólar. As crises de confiança na moeda americana levam, em 1973, ao abandono do sistema de Bretton-Woods e à flutuação das taxas de câmbio, o que não chega para a estabilidade desejada. No seio do sistema, os países da então CEE constituem uma zona de câmbios fixos, onde a coordenação das políticas económicas deve preparar o advento de uma moeda única - o euro.
Fontes:
2000: International Monetary Found – Annual report(s) of Executive Board (1992-2000): Washington DC, IMF.
Emir Gerald: Problems of a World monetary order, New York, Oxford, Oxford university Press 1982.
htp://www.imf.org
htp://www.bankwatch.org
5. Zonas monetárias
 Zona monetária é o conjunto constituído, por efeito de um acordo formal ou em consequência de uma transição de facto, por um grupo de Estados ou de territórios que observam regras particulares nas suas relações monetárias e confiam à moeda do principal deles um papel essencial quer nos pagamentos internos dentro da zona, quer nos que são feitos com o resto do mundo.
Os princípios da zona monetária são:
a) a moeda «directora» - a que dá nome à zona - é utilizada como meio de pagamento das transações bilaterais no interior da zona e como reserva cambial:
b) os membros da zona cedem ao país emissor da moeda piloto a totalidade ou parte das divisas adquiridas no exterior, e esperam que ele realize as transações externas;
c) é deixada uma ampla, ou mesmo total liberdade aos movimentos de mercadorias e de capitais internos da zona;
d) as regras de controlo das trocas com o resto do mundo seguidas pelos países membros são, se não idênticas, pelo menos semelhantes.
5.1. Algumas zonas monetárias
5.1.1 Zona do dólar - Zona monetária constituída, antes do retorno das principais moedas à convertibilidade, pelo países que utilizavam o dólar sem restrições nas suas transacções com o exterior. A zona dólar, ao contrário das zonas franco e esterlino, que resultam de decisões deliberadas e convergentes de um certo número de Estados, constituiu-se de uma forma residual, como grupo de países que não aderiram a um dos sistemas regionais em vigor. Englobava essencialmente toda a América do Norte (o Canadá, embora membro da Commonwealth, fazia parte da zona dólar) e certos Estados da América do Sul. Os Estados Unidos constituiu-se no principal parceiro comercial dos outros membros e fonte de capitais.
5.1.2 Zona do esterlino: zona monetária constituída pelos países que, tendo feito parte, na sua maioria, da Commonwealth, utilizavam a libra esterlina como moeda de reserva. A libra esterlina é ao mesmo tempo uma moeda largamente utilizada nas transacções comerciais entre grande número de países e a moeda de reserva dos que constituem a zona. Esta reserva toma a forma de depósitos no Reino Unido, que detém as reservas centrais e desempenha o papel de banqueiro. 
5.1.3. Zona do franco: Zona de solidariedade monetária formada em torno da França. Constituída na altura em que França administrava um império colonial, a zona do franco, conhecida inicialmente de modo muito centralizado, evoluiu positivamente sob o efeito de numerosos factores: a elevação dos países africanos à independência; o processo mundial de liberalização das trocas comerciais e o regresso à convertibilidade externa das moedas europeias; o desenvolvimento do Mercado Comum; a associação dos países da ACP à CEE; o processo de desenvolvimento da cooperação regional intra-africana. 
5.1.4. Zona do escudo: O escudo é a unidade bancária de Portugal desde o decreto de 22 de Maio de 1911, que fez suceder o real. A zona do escudo - A integração económica do conjunto metrópole e colónias (então designadas por províncias ultramarinas) era um postulado da política salazarista. A sua necessidade fez-se sentir particularmente nos primeiros anos da década de sessenta, face às manifestações independentistas, que começam por se verificar em Angola. Com efeito, até então, a situação caracterizava-se pela existência de diferentes «escudos» nas colónias - por vezes com designações diversas -, cada qual com o seu banco emissor e uma circulação própria, o que configurava uma simples zona com moedas distintas, cujas reservas se baseavam no escudo metropolitano. Em 1962 foi operada a reforma e em que ao Banco de Portugal foi cometida a função de banco central e a reserva da zona escudo, mesmo face aos bancos emissores das colónias.
Após o 25 de Abril: A revolução de 25 de Abril teve como principais consequências a alteração da situação interna e externa do escudo e a extinção da zona do escudo em resultado do processo de desvalorização e de independência das colónias. 
5.1.5. Zona do rublo: O rublo é a unidade monetária da Rússia czarista, da URSS e da actual Federação Russa, bem como de alguns países da ex - União Soviética.
5.1.6 Zona do euro: zona monetária, por enquanto constituída por doze países da União Europeia e constitui a União Monetária e Económica.
6. Regulação e reestruturação das dívidas internacionaisO endividamento dos PVD (Países em vias de Desenvolvimento) não constitui um fenómeno novo. Existem tentativas de resolução desta dívida, mais frequentemente levadas a cabo dentro de um quadro institucional. 
6.1. O Clube de Paris
Criado em 1956, procede a reestruturação da dívida do Terceiro Mundo. Trata-se de um grupo de credores públicos, nomeadamente Estados, que reúnem regularmente na capital francesa. O tema dessas reuniões é a elaboração de um «reescalonamento» da dívida dos PVD´s que aceitam aplicar o plano de relançamento da sua economia, frequentemente proposto pelo FMI. De 
um modo mais geral, cada credor concede um aliviamento da dívida proporcionalmente aos riscos que pode incorrer.
6.2. O Clube de Londres
 Executa as operações de reestruturação da dívida dos privados que pedem empréstimos; é uma instância formal de discussões que agrupa algumas centenas de bancos privados /alemães, franceses, holandeses, ingleses, japoneses, e suíços), credores do Terceiro Mundo. Predomina aqui a prática de examinar caso por caso a situação dos Estados devedores. 
6.3. A Política do FMI
 O FMI, em colaboração com o Clube de Paris, empresta dinheiro à um Estado membro que aceita respeitar certas regras por si ditadas para o relançamento da sua economia e colocar este mesmo membro em posição de poder reembolsar futuramente as suas dívidas. Geralmente o FMI propõe as seguintes disposições:
a) realidade dos preços e salários (ex. do ex - Zaïre que em 1985 teve de desvalorizar a sua moeda em 500 %; 
b) a supressão das subvenções dos produtos de consumo de base;
c) o aumento da pressão fiscal e das tarifas das empresas públicas;
d) controlo do défice orçamental.
As reacções: Mas esta política provocou nos países devedores (que pedem empréstimos), particularmente no Terceiro Mundo, convulsões sociais de desestabilização, com manifestações de rua, pilhagem de armazéns e estabelecimentos comerciais (Brasil, Nigéria, Egipto, Tunísia, Argélia e recentemente na Argentina, Paraguai e Peru; a população destes países não podiam suportar esta política de grande rigor. Foram avançados outros planos - o plano americano Brady, em 1988 visa reduzir o endividamento dos PVD´s pelo resgate da confiança perdida.
6.4. Como se negoceia no Clube de Paris?
O procedimento é o seguinte:
1. O Estado devedor dirige um pedido oficial escrito ao Clube de Paris.
2. O Clube de Paris(constituído pelo Tesouro público francês, os Estados credores públicos e o FMI, o BIRD e a CNCED a título de observadores) examina a dívida pública (análise dos esforços e da atitude do Estado devedor no que toca ao relançamento da sua economia.
3. A dívida toma um carácter multilateral concluído ao quadro do Clube de Paris (a Argentina foi o primeiro país a beneficiar deste procedimento).
4. O aliviamento da dívida só é efectiva depois da celebração e assinatura dos acordos bilaterais, negociados individualmente com os países credores concernentes e se definam 
As dívidas que serão cobertas através de um reescalonamento da dívida e do serviço da dívida (encargos decorrentes da execução das obrigações contraídas, isto é, reembolso e a amortização do empréstimo, por um lado, e o pagamento dos juros e dos prémios, por outro.
Na contabilidade do Estado o pagamento dos juros inscrevem-se nas contas orçamentais em encargos definitivos no orçamento das despesas e o reembolso e a amortização figuram entre os encargos de tesouraria.
7. Angola e o Fundo Monetário Internacional
Em 2009, Angola foi duramente atingida pela crise financeira e económica mundial e a consequente descida dos preços das matérias-primas. Esta é uma das conclusões do Fundo Monetário Internacional (FMI) inseridas num relatório sobre a actual situação económica e financeira do país.
Antes do início da crise económica mundial, Angola havia registado um período prolongado de rápida expansão, impulsionado pelo forte crescimento das receitas petrolíferas. Contudo, a inflação permanecia acima dos 10% e a política fiscal mantinha um forte viés pró-cíclico.
O défice fiscal não petrolífero subiu de 50% do PIB (Produto Interno Bruto) não petrolífero em 2006 para cerca de 70% em 2008. Na altura em que despoletou a crise, as políticas fiscais e monetárias expansionistas e, mais recentemente, a sobrevalorização da taxa de câmbio, haviam deixado Angola numa posição vulnerável.
Com a quebra das receitas petrolíferas, o declínio da confiança dos investidores e a pesada intervenção do Banco Nacional de Angola (BNA) para sustentar uma taxa de câmbio gerida muito à justa, as reservas oficiais decresceram um terço no primeiro semestre de 2009.
Angola foi duramente atingida pela crise económica mundial e a resultante descida dos preços das matérias-primas. O preço à vista do barril de “crude” caiu de uma média de 97 dólares norte-americanos (USD) em 2008 para 44 USD no primeiro trimestre de 2009. AOPEP reagiu com um corte nas quotas de produção de petróleo e, como consequência, a quota de Angola foi reduzida em cerca de 20%.
Na sua posição de quarto maior produtor de diamantes no Mundo, Angola também sofreu com a queda acentuada dos preços desse produto.
Com a descida dos preços do petróleo e das receitas, a economia sofreu uma forte desaceleração, as posições fiscal e externa ficaram muito enfraquecidas, a taxa de câmbio depreciou e a inflação apresentou ligeira subida:
As projecções para o PIB real indicam uma posição basicamente estacionária em 2009, como reflexo da quebra na produção de petróleo (-6%) e de uma acentuada desaceleração do ritmo de crescimento da economia não petrolífera (para 6,75 por cento, contra uma média de 19% no período 2005/08).
O declínio das receitas petrolíferas no primeiro semestre de 2009 provocou a transformação dos excedentes das finanças públicas e da posição externa em défices substanciais. Como resultado, até Junho de 2009, as reservas utilizáveis haviam caído 6 mil milhões de USD para 10 mil milhões de USD (2,75 meses de importações, ou um rácio de 1 em relação aos passivos de curto prazo).
A taxa de câmbio oficial depreciou em duas etapas distintas (4% no segundo trimestre e mais 10% após a retoma dos leilões de divisas), enquanto que a taxa de câmbio no mercado paralelo sofreu forte depreciação, tendo atingido uma diferença máxima de 25% em relação ao final de Setembro.
A inflação subiu de uma média de 12,5% em 2008 para 14% nos doze meses findos em Agosto, apesar do abrandamento económico.
8. 
BREVES sobre John Maynard Keynes e Dexter Harry White e o SMI
	John Keynes e Harry White ficaram profundamente ligados ao desenho do Sistema Monetário Internacional da segunda metade do século XX.
	John Maynard Keynes (1883-1946) nasceu em Cambridge e era filho de outro economista famoso, o lógico John Neville Keynes (1852-1949). Keynes começou por estudar no King´s College, em Cambridge, onde se licenciou em Matemática.
	Os estudos sobre Economia tiveram por mestre Alfred Marshall (1842- 1924) e também Pigou. pelo meio ficaram ainda as suas funções de editor do Economic Journal que exerce a partir de 1911 até quase ao fim da sua vida.
	A entrar para a administração pública, Keynes publicou alguns artigos em um livro de destaque, em 1913, Indian Currency and Finance, onde defendeu a criação de um banco central naquele país, para além de uma política monetária e de investimentos públicos de modo a fomentar o crescimento económico. Tanto na I como na II Guerra Mundial fez parte do Tesouro para ajudar ao esforço bélico do reino Unido. No rescaldo da I Guerra Mundial, e dado prestígio adquirido, fez parte da delegação do reino Unido presente nos Tratados de Versalhes. Mostra então a sua discordância para com as pesadas indemnizações a pagar pela Alemanha e mostra isso mesmo no seu livro de 1919, Economic Consequences of the Peace. Em 1921, publica Treatise on Probability naquilo que foi a sua tese para fellow do Kings College.
	Durante a década de 20 tem uma participação activa na vida britânica, sobretudo através a publicação de numerosos artigos numapublicação de nome nation and Athneum.	
	Em 1930 dá-se a publicação de uma importante obra intitulada Treatise on Money, onde Keynes segue, basicamente, as teorias de John Gustav Knut Wicksell (1851-1926). Esta obra dá, de resto, origem à formação de um grupo de discussão formado por vários investigadores prestigiados, como Joan Violet Robinson (1903-1983), ames E, Meade (1907-1995), Richard F. Kahn (1905-1989), Austin Robinson (1897-1994), ou Pedro Sraffa (1898-1983). Este grupo era denominado de The Circus.
	Keynes começa então a escrever e atentar deduzir as relações gerais que pudessem, de uma forma cabal, dar explicações para as questões principais da Economia. Estes escritos são submetidos ao grupo sob forma de drafts, sendo amplamente debatidos e comentados. Esta trova de ideias viria a ter como resultado a publicação da sua célebre obra de 1936.
	De facto, em 1936, Keynes publica o livro que lhe daria notoriedade e, em simultâneo, despertaria aquilo que se chamou a revolução keynesiana: The general Theory of Employment, Interest and Money. Pode dizer-se que o efeito provocado por esta obra foi semelhante àquele que a Riqueza das nações, de Adam Smith, ou O Capital de Karl Marx, provocaram, respectivamente, nos séculos XVIII e XIX. Assim, enquanto que a obra de Smith foi um repúdio ao mercantilismo e a de Marx ao capitalismo, a de Keynes foi a condenação ao laissez-faire ou seja a confirmação de que as políticas do Estado são fundamentais para conduzir a economia ao pleno emprego e, em determinadas circunstâncias, minimizar determinadas malefícios de ordem social: desemprego, baixa do produto, inflação entre outros.
	O objectivo geral da teoria de Keynes foi explicar, o que é que deter mina, num determinado momento, o volume de emprego, seja este pleno emprego ou desemprego, e quer este último seja no sentido amplo ou no sentido restrito do termo. Keynes demonstrou que, quer o emprego, quer a inflação não são inevitáveis. Ambos dependiam do nível de procura efectiva. Ou seja, quando esta procura é insuficiente gera-se desemprego, e quando é excessiva aparece uma situação de inflação.
	Em 1938, devido a problemas de saúde de Keynes, o grupo deixa de existir em sentido formal.
	Em 1944, chefia a delegação britânica à conferência de Bretton Woods, que viria a redundar na criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco de Reconstrução e desenvolvimento Internacional (BIRD) e na instituição de um regime de câmbios fixos. As suas teses são preteridas em favor do conhecido Plano White. O estado de saúde á já nesta altura periclitante (problemas cardíacos que já o apoquentavam há algum tempo). Morre em 1946, vítima de ataque cardíaco, pouco depois de ter conseguido da parte dos EUA um empréstimo para o seu país.
	Harry Dexter White (1893-1948) nasceu em Boston, Massachuchetts, no seio de uma família de emigrantes lituanos. White teve uma infância de muito trabalho e viria a ingressar na marinha norte-americana. Nesta qualidade, desempenharia funções durante a I Guerra Mundial em França. Só depois dos trinta anos é que começa a dedicar-se aos estudos, primeiro na Universidade de Colômbia, depois na Stanford e, finalmente, em Harvard onde conclui em 1930 o doutoramento com uma tese sobre o sistema de pagamentos franceses no período anterior à guerra. White exerceu docência universitária no Lawrence College, em Appleto, e, posteriormente, em Apleton. Seria nesta funções que, em 1934, viria a receber um inesperado convite do Professor Jacob Viner da Universidade de Chicago. Viner que trabalhava no departamento do Tesouro americano, convida-o para o coadjuvar nessas funções.
	Harry White viria então a exercer esta actividade ao longo de doze anos. Os principais problemas com que se deparou tiveram, a ver, nessa altura, com o período posterior à Grande Depressão (1229-1930). Em textos internos, White identificou o principal requisito para a recuperação económica americana: a estabilidade monetária internacional. Em 1935, numa viagem à Inglaterra, conhece pela primeira vez Keynes com quem partilha os seus pontos de vista. Apesar de White não se ter dedicado à escrita – são poucos os seus livros – ganhou respeito intelectual de Keynes devido as suas propostas e ao conhecimento que revelava dos grandes problemas económicos internacionais.
	No entanto, soe em1941, já com os EUA envolvidos na II Guerra Mundial, é que White começaria a desenvolver o seu plano de estabilização do SMI que viria a desembocar na criação do FMI e do BIRD. 
	Em 1944, Harry White foi a principal figura da representação americana presente em Bretton Woods. As suas teses prevaleceriam, como já atrás se referiu, sobre as de Keynes. O Plano White foi, assim, aprovado na sua generalidade. 
	Algumas das suas atitudes durante a guerra (nomeadamente a aliança com a então União soviética), viriam, no pós guerra, causar-lhe grande quantidade de inimigos, bem como investigações mal intencionadas. Mesmo os encontros com a delegação soviética em Bretton Woods seriam alvos de comentários menos abonatórios De igual forma, a ajuda dada à China pelos Estados Unidos foi interpretada como uma forma que White forjou para ajudar Mao Tsé Tung a chegar ao poder.
	Todas estas cabalas contra si ficariam com que viesse a ser chamado a depor no comité das actividades anti-americanas 8também conhecido por comité MaCarty), em Agosto de 1948. O interrogatório a que foi sujeito deixou-o exausto sendo tal facto apontado com, uma causa provável da sua morte, três dias depois. Contava então com 56 anos de idade.	 
III. BANCO INTERNACIONAL PARA A RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO (BIRD) OU BANCO MUNDIAL (BM)
Data da fundação: 
 27 de Dezembro de 1945 
Sede: Washington
Instrumento de adesão
 Acordo sobre o BIRD. O Banco Mundial está definido como uma pessoa de direito. Trata-se de uma instituição do tipo de Sociedade de acções e é uma instituição especializada das Nações Unidas desde 1947. 
Estados membros +98-
 Afeganistão: 14. 7. 1955; África do Sul: 27. 12. 1947; Albânia: 15. 10. 1991; Alemanha: 14. 8. 1952; Angola: 19. 9. 1989; Antigua e Barbuda: 22. 9. 1983; Arábia Saudita: 26. 8. 1957; Argélia: 26. 9. 1963; Argentina: 20. 9. 1956; Arménia: 16 .9. 1992; Austrália: 5. 8. 1947; Áustria: 27. 8. 1948; Azerbaijão: 18. 9. 1992; Bangladesh: 17. 8. 1972; Bahamas: 21. 8. 1973; Barbados: 12. 9. 1974; Barém: 15. 9. 1972; Barma: 3. 1. 1952; Bélgica: 27. 12. 1945; Belize: 19. 3 . 1982; Benin: 10. 7. 1963; Bielorússia: 10. 7. 1992; Bolívia: 27. 12. 1945; Bósnia-Herzogovina: 25. 2. 1993; Botsuana: 24. 7. 1968; Brasil: 14. 6. 1946; Bulgária 25. 9. 1990; Burnei Darussalam: 10. 10. 1995; Burquina Faso: 2. 5. 1963; Burundi: 28. 9. 19963; Butão: 28. 9. 1981; Cabo Verde: 20. 11. 1978; Camarões: 10. 7. 1963; Camboja: 22. 7. 1970; Canadá: 27. 12. 1945; Cazaquistão: 23. 7. 1992; Chade: 10. 7. 1963; Checa (Rep.): 1. 1. 1993: Chile: 31. 12. 1945; China: 27. 12. 1945; Chipre: 21. 12. 1961; Colômbia: 24. 12. 1946; Comores: 28. 10. 1976; Congo: 10. 7. 1963; Congo (Rep. Dem.): 28. 9. 1963; Coreia: 26. 8. 1955; Côte d´Ivoire: 11. 3. 1963; Croácia: 25. 2. 1993; Dinamarca: 30. 3. 1946; Dominica: 29. 9. 1980; Dominicana (Rep.): 28.12. 1945; Egipto: 27. 12. 1945; El Salvador: 14. 3. 1946; Emiratos Árabes Unidos: 22. 9. 1972; Equador: 28.12. 1945; Eritréia: 6. 7. 1994; Eslováquia:1. 1. 1993; Eslovénia: 25. 12. 1993; Espanha: 15. 9. 1958; Estados Unidos da América: 27. 12. 1945; Estónia: 23. 6. 1992; Etiópia: 27. 12. 1945; Federação Russa: 16. 6. 1992; Fidji: 28. 5. 1971; Filipinas: 27. 12. 1945; Finlândia: 14. 1. 1948; França: 27. 12. 1945; Gabão: 10. 9. 1963; Gâmbia: 18. 10. 1967; Gana: 20. 9. 1957; Geórgia: 7. 8. 1992; Granada: 27. 8. 1975; Grécia: 27. 12. 1945; Guatemala: 28. 12. 1945; Guiana: 26. 9. 1966; Guiné: 28. 12. 1963; Guiné Bissau: 24. 3. 1977; Guiné Equatorial: 1. 7. 1970; Haiti: 8. 9. 1953; Honduras: 27. 12. 1945; Hungria: 7. 7. 1982; Iémen: 3. 10. 1969; Índia: 27. 12. 1945;

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