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SAUDE COLETIVA (res )

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Epidemiologia (equivalente ao Tópico 17 do Moodle) 
 
Epidemiologia é o estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas coletividade humanas; 
Epidemiologia é a ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a distribuição populacional e os fatores 
determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados a saúde coletiva, promovendo medidas específicas de 
prevenção controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, 
administração, e avaliação das ações de Saúde. 
A Epidemiologia surgiu a partir da consolidação de um tripé 
de elementos conceituais, metodológicos e ideológicos: 
CLÍNICA, ESTATÍSTICA, MEDICINA SOCIAL. 
- CLÍNICA: Se constituiu nos séculos XVIII e XIX como a 
primeira ciência humana aplicada, baseada em um saber 
diagnóstico, prognóstico e terapêutico individual baseada 
na observação criteriosa e no registro minucioso do 
comportamento de pacientes internados em hospitais. 
- ESTATÍSTICA: Século XVIII para a medida do “estado 
moderno” pela contagem dos seus cidadãos, exércitos e 
riquezas, possibilitou também a contagem das doenças e 
seus efeitos. Inicialmente como uma “aritmética médica”, 
que pretendia uma abordagem diagnóstica e etiológica pela 
comparação entre grupos. 
- MEDICINA SOCIAL: Marcou o campo médico na Europa Ocidental em meados do século passado, no contexto da Revolução 
Industrial, a formação de um proletariado urbano, submetido a intensos níveis de exploração, propiciando um desgaste da 
classe trabalhadora, que deteriorava as condições de saúde. 
Multicausalidade: Como fator no processo saúde doença foi retomado quando da constatação das limitações da biologia 
perante os DETERMINANTES SOCIAIS, cuja importância na rede causal dos principais problemas de saúde da população foi assim 
revalorizada. 
Objetivos da Epidemiologia: 
1- Estudar a ocorrência, distribuição e progressão dos problemas decorrentes das doença e, de modo geral, descrever o nível de 
saúde das populações humanas a fim de proporcionar uma base para o planejamento, avaliação e administração da promoção 
de saúde e dos serviços de recuperação. 
2- Oferecer dados que contribuam para a compreensão da etiologia da saúde e da doença. 
3- Promover a utilização dos conceitos etiológicos para a administração dos serviços de saúde. 
-- FATOR DE RISCO: ATRIBUTO DE UM GRUPO QUE APRESENTA MAIOR INCIDÊNCIA DE UMA DADA PATOLOGIA , EM 
COMPARAÇÃO COM OUTROS GRUPOS POPULACIONAIS. 
-- FATOR PROTEÇÃO : ATRIBUTO DE UM GRUPO COM MENOR INCIDÊNCIA DE UM DETERMINADO DISTÚRBIO EM RELAÇÃO A 
OUTROS GRUPOS, DEFINIDOS PELA AUSÊNCIA OU BAIXA DOSAGEM DE TAL FATOR. 
São medidas da Saúde Coletiva: 
a) O diagnóstico de saúde em nível local, regional ou central; 
b) O planejamento e avaliação das ações de saúde coletivas; 
c) O suporte às ações de intervenção controle ou erradicação de doenças; 
d) Base técnico-científica na definição das prioridades regionais e das políticas de saúde para o país. 
e) Determinar quais são os grupos mais suscetíveis, as faixas etárias mais atingidas, os riscos mais relevantes e os mecanismos 
efetivos de controle para cada caso. 
Importante: 
Prevalência VS Incidência 
 
- Prevalência seria o número de casos, eventos ou problemas que ocorrem em uma dada 
população, em um determinado ponto no tempo. Seria análogo a uma “fotografia” de uma 
situação. 
- Incidência seria o número de novos casos, eventos ou atendimentos que ocorrem em uma 
população definida durante um determinado período de tempo. Seria análogo a uma “filmagem” 
de uma situação. 
 
 
Importante: Tipos de estudo 
Um Estudo por ser classificado segundo vários parâmetros: 
1) Segundo o Alvo da Pesquisa (vulgo Tipo Operativo): 
- Pode ser em escala individual ou agregada. 
- Estudos individuais baseiam-se na coleta de dados de pessoa a pessoa (ou grupos por grupos). 
- Estudos agregados fazem uso de médias preestabelecidas de dados para uma dada população. 
2) Segundo o posicionamento dos pesquisadores: 
- Os pesquisadores podem ser apenas observadores (passivos), ou podem fazer algum tipo de intervenção (ativos). 
- Um estudo observacional (passivo) baseia-se na observação da forma mais metódica e acurada possível, dos processos de 
produção de doenças ou agravos, nas populações. Por exemplo: simplesmente contar os casos de cárie de uma dada população. 
- Um estudo de intervenção (ativo) baseia-se em estratégias de ação do investigador no sentido de interferir nos processos em 
estudo; esforços e manobras de intervenção, buscando-se desencadear processos, controlar interferências externas e isolar 
efeitos. 
3) Segundo a temporalidade do estudo: 
- Estudos podem ser transversais (“instantâneos”, “seccionais”) ou longitudinais (“seriais”). 
- Num estudo transversal, os mesmos dados são coletados de um mesmo grupo apenas 1 vez e analisados. 
- Num estudo longitudinal, os mesmos dados são coletados de um mesmo grupo mais de uma vez, para fins de comparação. Não 
necessariamente há intervenção por parte do pesquisador entre um levantamento e outro. 
- OBS: estudos longitudinais se subdividem em: prospectivos e retrospectivos. 
Para um estudo longitudinal prospectivo, é interessante uma amostra de indivíduos que foram expostos aos fatores de risco da 
doença de interesse, e acompanhá-los ao longo do tempo para saber se contraíram a doença ou não. 
Já para um estudo longitudinal retrospectivo, é interessante uma amostra de indivíduos já com a doença de interesse da 
pesquisa, e questioná-los a respeito de quais fatores de risco eles possivelmente estiveram em contato ao longo de seu passado. 
 
 Características 
 
Tipo de Estudo 
Alvo da Pesquisa (ou 
Tipo Operativo) 
Posição do Pesquisador Temporalidade 
Estudo Ecológico Agregado Observação Transversal 
Série Temporal Agregado Observação Longitudinal 
Ensaio Comunitário Agregado Intervenção Longitudinal 
Estudo Transversal 
(Inquérito ou ‘Survey’) 
Individual Observação Transversal 
Coorte Individual Observação Longitudinal prospectivo 
Caso-Controle Individual Observação Longitudinal retrospectivo 
Estudos de Intervenção 
(ou Ensaio Clínico) 
Individual Intervenção Longitudinal 
 
Perguntas do Moodle 
Índice Swaroop & Uemura (ISU) é a razão entre número total de óbitos (denominador) e o número de óbitos de 50 anos e mais 
(numerador) mesma área e ano. 
O coeficiente de Prevalência de uma determinada doença é a razão entre número de casos existentes de determinada doença 
(numerador) e a população (denominador) na mesma área e ano 
Os indicadores de saúde segundo a OMS que pertencem aos indicadores que traduzem a saúde de um grupo populacional são: 
Coeficiente de Letalidade de uma doença e Índice de Sworoop & Uemura (ISU). 
O coeficiente de Incidência de uma determinada doença é a razão entre número de casos novos de determinada doença 
(numerador) e a população (denominador) na mesma área e ano. 
Os indicadores de saúde segundo a OMS que pertencem aos indicadores que traduzem as condições ambientais de um grupo 
populacional são o Heterocontrole de Flúor na água e Contaminação ambiental por poluentes. 
O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, é um agregado que associa 3 índices: Longevidade, Escolaridade e Renda. 
A Organização Mundial da Saúde Sugere a divisão dos indicadores de saúde em três grupos: Grupo 1 – aqueles que tentam 
traduzir diretamente a saúde (ou sua falta) em um grupo populacional. Grupo 2 – Aqueles que estão relacionados às condições do 
meio ambiente. Grupo 3 - Aqueles que procuram medir os recursos materiais e humanos relacionados às atividades de Saúde. 
O Índice Vital de Pearl (IVP) é arazão entre o número de óbitos (denominador) e número de nascidos vivos (numerador) mesma 
área e ano. 
Survey – Pesquisa do tipo transversal onde observa ao mesmo momento o efeito e a causa do agravo., 
Caso-controle – Estudo do tipo longitudinal com análise retrospectiva, 
Coorte – Estudo do tipo longitudinal com análise prospectiva. 
 
 
Epidemiologia Na Saúde Bucal (equivalente ao Tópico 18 do Moodle) 
 
Etapas 
1) PLANEJAMENTO 
Objetivo(s) – finalidade; 
Objeto – abrangência – profundidade; 
População – Amostra; 
Instrumentos de medida; 
Análise estatística – como será realizada; 
Programação da coleta de dados; 
Cronograma; 
Custos; 
- Método: é o conjunto de normas e regras sobre como proceder ao pesquisar; 
Levantamentos Epidemiológicos 
- Os Levantamentos epidemiológicos, além dos dados referentes às condições de saúde bucal, também associam outras 
informações, na forma de questionários. Por exemplo: Condições socioeconômicas; Hábitos alimentares e de higiene bucal; 
Acesso aos atendimento; Auto percepção dos problemas. 
- Nos levantamentos de saúde bucal, geralmente há uma divisão em grupos de idades. Esses grupos geralmente são: 
5 anos de idade; 
12 anos; 
15 a 19 anos; 
35 a 44 anos; 
65 a 74 anos; 
a) Levantamentos sobre Cárie Dentária 
- Muitos são os índices utilizados para medir a ocorrência de cárie dentária. O índice CPO-D é, contudo, o mais difundido e 
utilizado. Seu valor corresponde, num indivíduo, à soma do número de dentes permanentes cariados, perdidos e obturados. 
Numa população, é a média, ou seja: o número total de dentes atacados pela cárie dividido pelo número de pessoas 
examinadas. 
 
- O componente "C" refere-se aos dentes cariados; o componente "P" refere-se aos dentes já extraídos, portanto, perdidos e o 
componente "O" refere-se aos dentes restaurados, ou "obturados". O índice CPO-D pode assumir valores entre 0 e 32. A letra 
"D" significa que a unidade de medida utilizada é o dente permanente ("D"). Assim é feito para diferenciar o CPO-D do CPO-S, 
situação em que a unidade de medida não é o dente, mas a superfície ("S") dental. O CPO-S varia de 0 a 148, uma vez que são 
consideradas as 5 superfícies de molares e pré-molares e 4 superfícies em caninos e incisivos. 
- Para os dentes decíduos, há o índice ceo-d. Este índice corresponde, num indivíduo, à soma do número de dentes decíduos 
cariados ("c"), com extração indicada ("e") e restaurados ("o"). Varia de 0 a 20. O ceo-d é sempre grafado com letras minúsculas. 
- Os levantamentos epidemiológicos incluem sempre uma etapa de "Calibração", na qual os diferentes examinadores são 
treinados para a interpretação o mais homogênea possível dos critérios e códigos adotados. A calibração propriamente dita 
nada mais é do que uma técnica de análise de discordâncias intra e entre examinadores para padronizar a interpretação dos 
critérios. A OMS preconiza uma "consistência aceitável" de 85 a 90% dos exames. Ou seja: aceita-se que, em 10 a 15% dos 
exames realizados, os examinadores não concordem quanto a uma condição encontrada, sem que isto invalide a aceitação 
estatística dos dados de um levantamento. 
-->> Os levantamentos sobre CÁRIE dentária visam a compreensão de 3 dimensões: 
 
1) A prevalência do agravo, ou seja, a proporção de indivíduos manifestando a doença, independente de quantos dentes 
afetados ou se receberam ou não tratamento. 
 
2) A gravidade (ou “severidade”), que representa o número de dentes atacados pela cárie dentária nos indivíduos. 
 
3) Acesso a serviços, que representa a capacidade do Sistema de Saúde em atender as demandas por atendimento 
odontológicos associadas à manifestação de cárie dentaria. 
 
b) Doença Periodontal 
- Usa o “índice” CPI, na qual avalia-se os dentes por sextantes, com uso de uma sonda específica: 
0 = sextante hígido; 
1 = sextante com sangramento; 
2 = cálculo; 
3 = bolsa com 4-5mm; 
4 = bolsa de 6mm ou mais; 
X = sextante excluído; 
9 = sextante não-examinado; 
c) Prótese Dentária 
- Analisada somente a presença/ausência de próteses e a necessidade do uso, respectivamente: 
 
0 = Não usa prótese dentária; 
1 = Usa uma ponte fixa; 
2 = Usa mais do que uma ponte fixa; 
3 = Usa prótese parcial removível 
4 = Usa uma ou mais pontes fixas & uma ou mais próteses removíveis 
5 = Usa prótese total 
 
0 = Não necessita de prótese; 
1 = Necessita de uma prótese, fixa ou removível para substituição de um elemento; 
2 = Necessita de uma prótese, fixa ou removível para substituição de mais de um elemento 
3 = Necessita de uma combinação de próteses, fixas e/ou removíveis para substituição de um ou mais de um elemento 
4 = Necessita de uma Prótese Total 
9 = Sem Informação; 
d) Outros 
- Também podem ser analisados problemas de oclusão, fluorose dentária, etc. 
 
 
Exercício das Tabelas (solved!) 
 
Os primeiros 2 exercícios eram pra ser feitos por todos os grupos (no dia da aula), só mudava o “Caso”. Mas aqui vou usar como 
exemplo o [Caso 1]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
► Pra preencher essa tabela, não é muito difícil... Para a primeira linha (onde consta “Número”), bastava voltarmos ao 
enunciado do Caso 1 e tirar de lá os números. Então ficava assim: 
 
 
 
 
O primeiro “100” foi a soma de [80 permanentes cariados + 10 dentes restaurados mas com cárie + 10 dentes com extração 
indicada]. 
 
O número “10” em baixo do índice P veio da frase do enunciado que dizia “10 dentes permanentes extraídos”. 
 
O número “50” que colocamos na tabela veio do enunciado onde dizia que havia 50 dentes restaurados. Lembrando que a letra 
“o” de “obturado”, é sinônimo de “restaurado”! 
 
O tal “160” foi a soma do [100 + 10 + 50] da própria tabela! 
 
► Beleza, agora a parte que conta escrito “Média” é mais fácil pra preencher, vamos lá: 
- O enunciado dizia que haviam 50 crianças envolvidas na história, certo? 
- Então precisávamos pegar o número que obtivemos no passo anterior, e dividir por 50. 
- Seguindo o raciocínio pra todas as linhas, chegaríamos nisso: 
 
 
 
 
 
 
 
► Agora, por fim, a parte da tabela que consta “Porcentagem”, é um pouco mais chatinha. Vou exemplificar somente uma vez, 
mas o raciocínio é o mesmo pra todos os quadrados. 
- Vamos pegar como exemplo a coluna da letra “P”, ok? 
- Então a regra-de-três fica: 
 
10 --------------- 160 
X ---------------- 100 
(Sendo que o 10 foi pego da coluna do “P” mesmo, o 160 veio da coluna final, o “X” é o que queremos saber óbvio, e o 100 é de 
“100%”) 
- Resolvendo a regra-de-três, chegaremos que X = 6,25 
- Seguindo o mesmo raciocínio pra todos os quadrados, chegaremos, por fim: 
 
 
 
 
 
O Exercício 3 não era muito difícil, bastava dividir o número que está na coluna do “CPO” pelo número que está na coluna do 
“n”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Então, por exemplo, pra Tabela 1, idade de 7 anos: 
 
22 dividido por 44 é igual a 0,5 
45 dividido por 46 é igual a 0,97 
[e assim por diante] 
No fim, as tabelas com as médias calculadas ficariam assim: 
 
 
 
Por fim o exercício 6 pedia para pegarmos alguns dos valores obtidos e classificarmos o resultado de acordo com algumas 
tabelas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- ...mas eles só queriam os dados relativos à idade de 12 anos, então o que vai interessar pra gente será o 4,30 (pro 
ano de 2000) e o 1,50 (para o ano de 2010). 
- Em 2000 (cuja média foi 4,30), a Prevalência encaixa-se como MÉDIA segundo a Tabela 1. 
- Em 2010 (cuja média foi 1,50), a Prevalência encaixa-se como BAIXA segundo aTabela 1. 
- De acordo agora, com a segunda tabela, a Meta do ano 2000 NÃO foi cumprida em 2000, pois eles desejava-se 
que o CPO-D para 12 anos fosse menor ou igual a 3. Só que deu 4,30. 
- A Meta do ano 2010 NÃO foi cumprida também, pois desejava-se que o CPO-D fosse menor que 1 para o grupo de 
12 anos, só que deu 1,50 no fim das contas. 
 
Ergonomia (Tópico 23 do Moodle) 
 
Recursos Humanos em Odonto 
-- Como Divisão horizontal do trabalho, nós temos os especialistas: 
Odontopediatria 
Radiologia Odontológica e Imaginologia 
Dentística 
Endodontia 
Prótese Dentária 
Ortodontia e Ortopedia Facial 
Implantodontia 
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial 
Prótese Buco – Maxilo – Facial 
Odontologia Legal 
Saúde Coletiva 
Estomatologia 
Disfunção Têmporo Mandibular e Dor Orofacial 
Patologia Bucal 
Odontogeriatria 
Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais 
Odontologia do Trabalho 
-- Como Divisão vertical do trabalho, nós temos os profissionais auxiliares: 
Técnico em Saúde Bucal – TSB 
Auxiliar em Saúde Bucal – ASB 
Técnico em Prótese Dentária – TPD 
Auxiliar em Prótese Dentária – APD 
Técnico em Manutenção de Equipamentos – TME 
-- A Lei 11.889 de Dezembro de 2008 regulamentou melhor o que era e o que não era de responsabilidade do TSB e ASB! 
Art. 5º: Competem ao Técnico em Saúde Bucal, sempre sob a supervisão do cirurgião-dentista, as seguintes atividades, além das 
estabelecidas para os auxiliares em saúde bucal: 
 I - participar do treinamento e capacitação de Auxiliar em Saúde Bucal e de agentes multiplicadores das ações de promoção à 
saúde; 
 II - participar das ações educativas atuando na promoção da saúde e na prevenção das doenças bucais; 
 III - participar na realização de levantamentos e estudos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador; LEI 11.889 DE 24 
DE DEZEMBRO DE 2008 
 IV - ensinar técnicas de higiene bucal e realizar a prevenção das doenças bucais por meio da aplicação tópica do flúor, conforme 
orientação do cirurgiãodentista; 
 V - fazer a remoção do biofilme, de acordo com a indicação técnica definida pelo cirurgião-dentista; 
 VI - supervisionar, sob delegação do cirurgião-dentista, o trabalho dos auxiliares de saúde bucal; LEI 11.889 DE 24 DE 
DEZEMBRO DE 2008 
 VII - realizar fotografias e tomadas de uso odontológicos exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas; 
 VIII - inserir e distribuir no preparo cavitário materiais odontológicos na restauração dentária direta, vedado o uso de materiais 
e instrumentos não indicados pelo cirurgião-dentista; 
 IX - proceder à limpeza e à anti-sepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos, inclusive em ambientes hospitalares; 
LEI 11.889 DE 24 DE DEZEMBRO DE 2008 
 X - remover suturas; 
 XI - aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos; 
 XII - realizar isolamento do campo operatório; 
 XIII - exercer todas as competências no âmbito hospitalar, bem como instrumentar o cirurgião-dentista em ambientes clínicos e 
hospitalares. 
Art. 6º: É vedado ao Técnico em Saúde Bucal: 
 I - exercer a atividade de forma autônoma; 
 II - prestar assistência direta ou indireta ao paciente, sem a indispensável supervisão do cirurgião-dentista; 
 III - realizar, na cavidade bucal do paciente, procedimentos não discriminados no art. 5o desta Lei; e 
 IV - fazer propaganda de seus serviços, exceto em revistas, jornais e folhetos especializados da área odontológica. 
 
Art. 9º: Competem ao Auxiliar em Saúde Bucal, sempre sob a supervisão do cirurgião-dentista ou do Técnico em Saúde Bucal: 
 I - organizar e executar atividades de higiene bucal; 
 II - processar filme radiográfico; 
 III - preparar o paciente para o atendimento; 
 IV - auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções clínicas, inclusive em ambientes hospitalares; LEI 11.889 DE 24 DE 
DEZEMBRO DE 2008 
 V - manipular materiais de uso odontológico; 
 VI - selecionar moldeiras; 
 VII - preparar modelos em gesso; 
 VIII - registrar dados e participar da análise das informações relacionadas ao controle administrativo em saúde bucal; 
 IX - executar limpeza, assepsia, desinfeção e esterilização do instrumental, equipamentos odontológicos e do ambiente de 
trabalho; 
 X - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal; LEI 11.889 DE 24 DE DEZEMBRO DE 2008  
 XI - aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, transporte, manuseio e descarte de produtos e resíduos 
odontológicos; 
 XII - desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção de riscos ambientais e sanitários; 
 XIII - realizar em equipe levantamento de necessidades em saúde bucal; e 
 XIV - adotar medidas de biossegurança visando ao controle de infecção. 
Art. 10: É vedado ao Auxiliar em Saúde Bucal: 
 I - exercer a atividade de forma autônoma; 
 II - prestar assistência, direta ou indiretamente, a paciente, sem a indispensável supervisão do cirurgião-dentista ou do Técnico 
em Saúde Bucal; 
 III - realizar, na cavidade bucal do paciente, procedimentos não discriminados no art. 9o desta Lei; e 
 IV - fazer propaganda de seus serviços, mesmo em revistas, jornais ou folhetos especializados da área odontológica. 
Ergonomia: 
- Ergonomia é um termo que deriva do grego “ergon”, que significa “trabalho” e “nomos”, que significa “leis ou normas”. 
- ERGONOMIA seria, portanto, o conjunto de conhecimentos que visa adaptar a situação de trabalho às necessidades dos 
trabalhadores. Eles englobam as áreas da fisiologia, psicologia, toxicologia, física, matemática, antropometria, sociologia, dentre 
outras, e têm como objetivo melhorar a eficácia, conforto dos trabalhadores e consequentemente a produtividade. 
 Os fatores que otimizam o trabalho da equipe de saúde bucal (ou qualquer outro tipo de equipe ou corpo trabalhista), são 
ditados pela ergonomia. Não só há otimização do trabalho, como também promoção do conforto dos trabalhadores e 
consequente melhoria da produtividade. Estes fatores são, grosso modo, multissetoriais, pois englobam áreas da fisiologia, 
psicologia, toxicologia, física, matemática, antropometria e sociologia, por exemplo (mas não se limitam a estas áreas). Abaixo 
seguem os fatores de destaque: 
 1) Características do ambiente de trabalho devem ser favoráveis: 
a) Temperatura amena: imaginando-se uma equipe de saúde bucal, conclui-se que seria de extremo desconforto para os 
profissionais trabalhar em um ambiente escaldante ou congelante. O desconforto contribui diretamente com a eficácia do 
trabalho (velocidade e qualidade dos procedimentos). 
b) Umidade: não costuma ser uma realidade aqui na região Sudeste, mas, principalmente na região Norte do país, o nível de 
umidade do ar é gritante. Somando-se à alta temperatura, é um fator que contribui para afetar a eficácia do trabalho, devido ao 
desconforto gerado, tanto para o paciente quanto para o profissional. 
c) Presença de substâncias químicas, radiações ou microrganismos: é fato que no ambiente de trabalho da equipe de saúde 
bucal (seja numa clínica de pequeno porte, seja numa clínica modular), há constante tráfego de microrganismos no ar, e 
também de substâncias químicas. É importante que façamos uso de estratégias para evitar que estes fatores prejudiquem a 
eficácia do trabalho. O melhor seria o uso completo de EPI por todos os membros da equipe, e até mesmo o paciente pode fazer 
uso de óculos de proteção, se necessário. 
d) Espaço de trabalho: é preciso saber respeitar a relação espaço-funcionários no ambiente de trabalho. Por exemplo, em 
clínicas ou cômodos que são muito pequenos ou estreitos, seria inviável que o trabalho fosse feito à 6 mãos. A dificuldadedo 
tráfego dos profissionais pelo ambiente de trabalho pode afetar a eficácia e produtividade, além de ser um fator de irritabilidade 
para o paciente na cadeira. 
 2) Instrumentação de trabalho: 
a) Cuidado na manipulação: não é uma realidade em boa parte dos trabalhos, porém, infelizmente, é uma realidade fortemente 
presente na equipe de saúde bucal. Lidamos sempre com instrumentos perfuro-cortantes (como agulhas, seringas, tesouras, 
exploradores, etc.), e é importante que tomemos os devidos cuidados no momento de manuseio destes objetos, pois qualquer 
tipo de inconveniência que ocorrer, irá obstruir a devida otimização e eficácia dos procedimentos. 
b) Acessibilidade à todos os instrumentos: este fator é aliado à Organização do Trabalho, que será vista adiante. É preciso que 
todos os membros da equipe de saúde bucal tenham livre acesso ao instrumental de sua responsabilidade. Por exemplo, se o CD 
ou ASB precisarem ficar constantemente se levantando de seus mochos para pegar algum instrumento, é porque algo está 
errado na dinâmica de organização dos instrumentos. O procedimento é feito com muito mais rapidez e qualidade quando o 
acesso aos instrumentos é facilitado. 
c) Correta apreensão dos instrumentos: cada instrumento deve ser segurado de uma maneira específica, que seja mais 
confortável para o profissional, mais eficiente para o procedimento e o menos incômodo para o paciente quanto possível. 
 3) Organização do Trabalho: 
a) Divisão de tarefas entre a equipe: este é um dos fatores mais importantes para a otimização do trabalho e dos 
procedimentos, ainda mais no contexto de uma equipe de saúde bucal, onde cada um dos componentes (membros) fica 
responsável por uma ou outra tarefa. Depende basicamente da capacidade de trabalho em equipe dos membros, algo que 
infelizmente é mal-abordado na maioria dos cursos de graduação em Odontologia. Qualquer desequilíbrio na distribuição das 
funções levará à sobrecarga ou "subcarga" de funções de um ou mais membros. 
 4) Posição: 
a) Posicionamento dos profissionais da Equipe de Saúde Bucal: independente da função na equipe, todos possuem um tipo de 
indicação de como se posicionar de odo individual, e também em relação ao outro. Por exemplo, o CD precisa estar sempre com 
a coluna reta, preferencialmente encostado no encosto do mocho, e com os pés no chão (e não nas "rodinhas" ou aro de 
suporte), além disso, há um esquema de posicionamento baseado nos números de um relógio analógico, que deve ser 
estritamente seguido para promover a otimização dos procedimentos. Outro exemplo: os ASB costumam ficar em um plano 
mais alto do que os CD, pois precisam ter uma visualização eficiente do campo cirúrgico e também ter acesso aos balcões e 
mesas adjacentes. 
b) Posicionamento do paciente: o posicionamento do paciente em si é muito importante, pois sua variação pode diretamente 
afetar a qualidade e eficiência do procedimento odontológico. 
c) Ginástica laboral: é uma realidade mais presente em empresas de escritório ou telemarketing, onde incita-se os 
trabalhadores a se levantarem e se alongarem de tempos em tempos para promover melhor conforto físico, menos cansaço e 
lesões por movimentos de repetição. Dentre a equipe de saúde bucal, nada impede que também ocorram sessões de 
alongamento, afinal, lidamos com muitos movimentos repetitivos, além de que ficamos muito tempo sentados, o que pode ser 
um risco à saúde (principalmente a circulação, ossos, ligamentos e músculos). O conforto físico é um fator importante para a 
otimização do trabalho. 
 5) Relação profissional-paciente favorável: 
a) Anestesias: deve-se seguir uma série de técnicas que evitem que o paciente tenha contato visual com as agulhas das seringas, 
e, ainda assim, deve explicar com calma o motivo dos procedimentos e as possíveis sensações que o paciente poderá sentir 
durante o processo.

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