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Maria Daiane Cavalcante da Silva Especialista em Educação com formação inicial em História e Pedagogia, Psi- copedagoga e mestranda do curso de Formação para Formadores pela PUC. Gestora da rede pública de São Paulo, com mais de 10 anos em experiência na Educação Básica e palestrante com ênfase da formação inicial e continua- da de docentes e gestores educacionais. POR DENTRO DA BNCC SUMÁRIO INTRODUÇÃO Os marcos legais que embasam a BNCC Os fundamentos pedagógicos da BNCC ESTRUTURA DA BNCC A etapa da Educação Infantil A etapa do Ensino Fundamental Caro colega, Certamente você já ouviu falar da BNCC nas redes sociais, sala dos professores e talvez já te- nha até participado de formações em sua escola. Esse trabalho foi feito por educadores para educadores, um diálogo para te empoderar das propostas da Base para a educação brasileira. Estamos em movimento para favorecer essa implantação e entendemos que esse importante documento só se efetivará se nós, professores(as), compreendermos e a efetivarmos na prática. De maneira clara e objetiva, pretendemos dialogar sobre a Nova Base Nacional homologada pelo Ministério da Educação em dezembro de 2017. Democratizar as informações e compreen- der as concepções de educação que irão orientar os currículos e as práticas pedagógicas das escolas e redes do Brasil é urgente e fundamental para o nosso trabalho. Como essas mudanças afetam você, o sistema educacional e a sociedade como um todo? O novo sempre nos causa estranhamento e por vezes nos assusta, no entanto podemos esco- lher por permanecer paralisados por ele ou transformá-lo em combustível que irá nos impul- sionar e nos empoderar das mudanças, acreditando que elas representam um avanço para a educação do nosso país. Precisamos ressignifi car nossa prática para acompanhar todas as mudanças que estão aconte- cendo no mundo. Como nos diz o mestre Rubem Alves: “desaprender para aprender de novo, raspar as tintas com que me pintaram”. INTRODUÇÃO Mas afi nal, o que é a BNCC? Como foi elaborada? O que muda para os educadores? Como está estruturada? A BNCC foi aprovada. E agora? A BNCC tira a autonomia docente? Como a BNCC muda nosso contexto escolar diário? Essas e outras perguntas serão norteadoras das refl exões formativas propostas no decorrer deste material. Acreditamos que ninguém é tão sabedor das necessidades de mudanças no panorama atual do que quem está no contexto das escolas como os “pés no chão” das salas de aula, os educadores. A BNCC está estruturada ano a ano, etapa por etapa, explicitando as competências que os alu- nos devem desenvolver ao longo de toda a Educação Básica e em cada etapa da escolaridade, como expressão dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento de todos os estudantes. Iremos detalhar as duas etapas já aprovadas pelo MEC (Educação Infantil e Ensino Fundamental) buscando esclarecer como as aprendizagens estão organizadas em cada uma dessas etapas. A BNCC propõe mudanças signifi cativas da Educação Infantil ao Ensino Fundamental, portan- to, faz-se necessário focarmos nosso olhar para esse documento acreditando nas possibilida- des de mudanças propostas por ele. O documento é normativo e regulatório, foi debatido por centenas de educadores das diversas regiões do Brasil e, antes de julgarmos e validarmos as diversas críticas feitas a BNCC no decorrer do seu processo de elaboração, precisamos de um tempo para vivenciá-la em nossas práticas. Só assim poderemos propor mudanças efetivas, pontuando em nossas escolas a melhor forma de trabalhá-la com nossos alunos. Os estados e munícipios de todo o país já estão escrevendo seus currículos; as editoras, revi- sando os materiais e você, educador(a), não pode fi car para trás nessa. Vamos embarcar nessa jornada e juntos esclarecer todas as dúvidas sobre a Base. Mas que história é essa de BNCC que esse povo não para de falar? Essa história é antiga, é uma necessidade do nosso país, e está prevista na nossa Constitui- ção Federal/88. Como assim? Vou te explicar como essa história começou. Os marcos legais que embasam a BNCC Na nossa Constituição de 1988, no Artigo 210, já estava previsto a necessidade de que fossem “fi xados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação bá- sica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais” (BRASIL, 1988). Ou seja, dentro de todo o nosso território, os alunos precisariam ter aprendizagens mínimas para garantia de qualidade e, principalmente, igualdade de oportunidades. A constituição pre- vê ainda que, devido à nossa diversidade, esse currículo leve em consideração as peculiarida- des de cada região. É, pensando em um país enorme e com as desigualdades sociais como o nosso, tudo isso faz muito sentido. E não é só a Constituição que prevê esses conteúdos. A LDB n. 9394/96 afi rma que cabe à União estabelecer, em colaboração com as redes as competências e diretrizes para a Edu- cação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum. (BRASIL, 1996; artigo 9.) O primeiro passo dado pelo Conselho Nacional de Educação foi organizar Diretrizes Curri- culares Nacionais e concepções de educação que definissem direitos e objetivos de apren- dizagens necessários para qualidade da educação, ou seja, os saberes essenciais para a população brasileira e a forma de mobilizar no cotidiano esses saberes, competências e habilidades da educação. A Base defi ne o conjunto de aprendizagens comuns a todos os estudantes brasileiros. Ao longo da educação básica, ela diz o que ensinar e as nossas redes de ensino e escolas irão se reunir para decidir o como ensinar. A BNCC vem desenhando para nós ano a ano, nas diversas áreas de conhecimentos, as habilidades educacionais essenciais para o desenvolvimento pleno dos nossos alunos. Os fundamentos pedagógicos da BNCC <professora 1> Falando em competências e habilidades, a coordenadora pediu que eu elabo- rasse um plano de aula com base na competência 9 da BNCC. Disse que diz respeito a EMPATIA e COOPERAÇÃO. Sou professora de Matemática, como vou elaborar isso? Constituição Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB); Dire- trizes Curriculares Nacio- nais (DCN). Plano Nacional de Educação (PNE). 1988 1996 2014 Vamos por partes. Vou te explicar como trabalhar com os conceitos de competências e ha- bilidades. Você irá perceber que independentemente do componente curricular podemos utilizar nossas práticas pedagógicas para desenvolver todas as competências que a BNCC propõe. E olha que estamos falando de dez competências. + Saberes (conhecimento) + Habilidades (capacidade de aplicar esses saberes) + Valores (basear os saberes e as habilidades em direitos universais, demonstração de preocupação com mundo físico, social, agindo com sustentabilidade, solidariedade, ética e justiça social) + Atitudes (utilizar esses saberes e habilidades na vida cotidiana) As competências e as habilidades norteadoras da BNCC estão comprometidas com o desenvolvi- mento integral dos alunos, ou seja, sua capacidade intelectual, social, física, emocional e cultural. Os educadores, ao longo de 3 anos de elaboração da Base e diversas conferências pelos estados e munícipios do Brasil, selecionaram dez competências consideradas essenciais para o projeto de educação que queremos para o futuro, refl etindo e sempre instigados por questões como: Quais saberes são importantes para a formação integral dos alunos? Como propiciar a aprendi- zagens de habilidades para que esses saberes sejam ferramentas para solucionar os problemas que a sociedade atual está enfrentando? Para mobilizar esses saberes e exercê-los na socieda- de, posicionando-se com atitudes, precisamos desenvolver quais valores? As dez competências apresentadas pela Base devem ampliar a capacidade dos nossos alunos, preocupar-se não só com os saberes “tradicionais”. A ideia ésair dos muros da escola e se proje- tar em uma sala de aula macro chamada mundo. Diante disso, as dez competências que serão os pilares da Base são: 1. Conhecimento; 2. Pensamento científi co, crítico e criativo; 3. Repertório cultural; 4. Comunicação; 5. Cultura digital; 6. Trabalho e projeto de vida; 7. Argumentação; 8. Autoconhecimento e autocuidado; 9. Empatia e cooperação; 10. Responsabilidade e cidadania. A proposta agora é prepararmos nossas aulas refl etindo essas competências. Como os alunos irão mobilizar os saberes específi cos dos componentes curriculares compartilhados em aula com as necessidades para a vida no século XXI? Na rotina das aulas de matemática, por exemplo, os conceitos trabalhados auxiliarão nossos alunos a compreender o mundo ao qual estão inseridos, as aprendizagens precisam ser pen- sadas a partir de situações reais, com metodologias ativas, os alunos precisam começar nossas aulas instigados, tendo em vista a necessidade de compreensão da problemática. Precisamos ter algumas perguntas-chaves: Por que esse conceito é importante para a socieda- de do século XXI? Qual a relevância social dessa atividade proposta? Estou mobilizando a partir desse plano de aula quais atitudes em meus alunos? O foco principal agora é a preocupação com a mobilização desses saberes. Não adianta obter o conhecimento e não conseguir utilizá-lo, transformá-lo e ressignifi cá-lo com atitudes que estejam comprometidas com os princípios universais de ética, justiça social, igualdade, solida- riedade, direitos humanos e sustentabilidade. “Mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.” (Defi nição de competências presente na BNCC) Posso realmente preparar uma aula para os meus alunos relacionando os conceitos matemá- ticos com EMPATIA e COOPERAÇÃO. Surgiram muitas ideias, jogos de tabuleiros, gincanas, pesquisa com construção de gráfi cos e tabelas. O professor tem total autonomia para preparar as estratégias. A BNCC mostra o cami- nho, agora como vamos chegar lá é conosco. Na sala de aula a criatividade é nossa e do nosso grupo. Vamos começar a aprofundar nossa conversa sobre as dez competências, e a seguir teremos informações mais detalhadas pensando na nossa prática em sala de aula. Para facilitar nosso diálogo vamos compreender a estrutura da BASE: As competências gerais: Muitas dúvidas surgem referentes à articulação das competências com a nossa prática; a pre- tensão agora é fazer com que você consiga pensar a elaboração do seu planejamento dentro da escola, refl etindo sobre as estratégias para as aulas, dia a dia. Iremos detalhar as competências, sugerindo refl exões diante de atividades simples. Não temos receitas prontas, até porque acre- ditamos que a diferença na educação é a criatividade docente que inova e transforma sempre, mesmo diante das inúmeras diversidades. Os exemplos dados a seguir não são grandes ino- vações e nem têm a pretensão de ser, ao contrário, queremos que percebam como atividades que consideramos rotineiras podem se tornar signifi cativas e contextualizadas se abordarmos com um novo olhar. ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA: 1. EDUCAÇÃO INFANTIL 2. ENSINO FUNDAMENTAL 3. ENSINO MÉDIO FAIXA ETÁRIA DE ORGANIZAÇÃO DA BASE: EDUCAÇÃO INFANTIL Bebês (0 a 1 ano e 6 meses) Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses) ENSINO FUNDAMENTAL Anos Iniciais: 1º ao 5º ano (6 a 10 anos) Anos Finais: 6º ao 9º ano (11 a 14 anos) A educação para o século XXI precisa partir de aprendizagens em contextos reais, desafiadores e problematizadores, na perspectiva de um aluno pesquisador, transformador, inventivo, criati- vo e responsável por suas aprendizagens. O professor tem papel fundamental nesse processo, mas não mais com um transmissor de conhecimento. Seu papel vai para o além de transmitir, é preciso fomentar ideias, mediar conhecimentos, articular e problematizar os saberes. Nosso papel é construir junto, incentivar os alunos, auxiliando-os na compreensão do mundo e na apropriação desses saberes e experiências para que possam viver com qualidade e responsabi- lidade, como preveem os princípios de cidadania. Para construirmos uma sociedade que vise aos princípios de justiça, democracia e inclusão pre- cisamos desenvolver nos nossos alunos conhecimentos, atitudes e valores que os desenvolvam de forma integral. No entanto, como fazer isso? ESTRUTURA DA BNCC A etapa da Educação Infantil Na primeira etapa da educação básica, de 0 a 5 anos e 11 meses, os bebês, as crianças bem pe- quenas e as crianças pequenas precisam ter direito de aprendizagens garantidos por força de lei, para que cresçam com condições para aprender e se desenvolver. Devem ser asseguradas a elas essas aprendizagens sempre com base em dois grandes eixos: INTERAÇÕES E BRINCADEIRAS. A BNCC propõe seis direitos de aprendizagem que serão trabalhados na Educação Infantil em campos de experiências: DIREITOS DE APRENDIZAGEM CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS Conviver Brincar Participar Explorar Expressar Conhecer-se O eu, o outro e o nós Corpo, gestos e movimentos Traços, sons, cores e formas Escuta, fala, pensamento e imaginação Espaços, tempos, quantidades, relações e transfor- mações Para auxiliar os professores na compreensão das aprendizagens, os campos de experiências estão divididos por faixas etárias, cada uma com seus objetivos de aprendizagens e conheci- mentos detalhados por códigos alfanuméricos. Vamos entender essa organização da BNCC por códigos: OBJETIVO DE APRENDIZAGEM: HABILIDADE EI 02 TS 01 : Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente. EI: O primeiro par de letras indica a etapa de Educação Infantil. 02: O primeiro par de números indica o grupo por faixa etária: 01 = Bebês (zero a 1 ano e 6 meses); 02 = Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses); 03 = Crianças pe- quenas (4 anos a 5 anos e 11 meses). TS: O segundo par de letras indica o campo de experiências: EO = O eu, o outro e o nós; CG = Corpo, gestos e movimentos; TS = Traços, sons, cores e formas; EF = Escuta, fala, pensamento e imaginação; ET = Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. 01: O último par de números indica a posição da habilidade na numeração sequencial do cam- po de experiências para cada grupo/faixa etária. A Educação Infantil no contexto da Educação Básica Os professores de Educação Infantil sempre foram guerreiros da educação brasileira. Tiveram um percurso difícil e lento para seu reconhecimento. Com as mudanças na legislação essa pri- meira etapa foi reconhecida como fundamental para o desenvolvimento infantil e tornou-se etapa obrigatória na Educação Básica. 1988 1996 2006 2009 1998 2009 2017 A Constituição Federal estabelece que o atendimento em creche e pré-escola é um dever do Estado e um direito da criança de 0 a 6 anos de idade. A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) reconhece a Educação Infantil como um segmento que promove a aprendizagem e parte integrante da Educa- ção Básica. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) é publicado, como parte dos docu- mentos dos Parâmetros Curricula- res Nacionais. Ele reúne objetivos, conteúdos e orientações didáticas. O acesso ao Ensino Fundamen- tal é antecipado para os seis anos de idade, por conta de uma alteração na LDB. A partir da publicação da Emenda Constitucional nº 59, de 11 de no- vembro de 2009, a Educação In- fantil passa a ser obrigatória para as crianças de 4 e 5 anos. As Diretrizes Curriculares Nacio- nais para a Educação Infantil (DC- NEI) surgem para orientar o pla- nejamento curricular das escolas. Propõem a organização por eixos de interações e brincadeira. Além disso, traz como marco conceitual a indissociabilidade entre o cuidare educar. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) institui e orienta a implan- tação de um planejamento curricu- lar ao longo de todas as etapas da Educação Básica. Na Educação In- fantil, ela dialoga com a DCNEI, mas traz um detalhamento maior ao lis- tar os objetivos de aprendizagem. A proposta da BNCC é diminuir a distância entre a legislação e a realidade. O documento deixa claro a importância dessa etapa para o processo de ensino e aprendizagem na primeira in- fância, organizando o que já era previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil em direitos de aprendizagem e campos de experiências. Muitas escolas e professores já desenvolvem em seus currículos o que está previsto na BNCC para Educação Infantil, não estamos diante de uma grande novidade ou de um “quebra-cabeça”. A ideia é olhar para nossa prática, nossos Projetos Políticos Pedagógicos e revisa-los, perguntar- mos a nós e ao nosso grupo: O que as nossas crianças precisam para viver na sociedade hoje? E o que irão precisar para viver no futuro? Diante disso e com o documento em mãos, os professores têm total autonomia para preparar as atividades, desenvolver sua proposta didático metodológica. A base não é um manual de instrução, ela é um documento fl exível, aberto a inventividade docente a ideia e criar junto, é modifi car, aprimorar, através da interação, e rever e criar, olhar para o que já temos com novos olhares, fazendo novas perguntas, pensando nas crianças hoje, ressignifi cando nossa prática e inovando nossas aulas. Como podemos organizar atividades para que as crianças consigam aprender e se desenvol- ver plenamente, interagindo e brincando de acordo com a BNCC? A BNCC nos propõe diversas refl exões. O primeiro passo é refl etir a nossa prática, nossos cur- rículos e consequentemente nossos planos de aula, pensando quem são essas crianças, seu contexto, suas famílias, suas particularidades. Então preciso rever as aulas que já tenho planejadas, não refazer tudo? A BNCC foi feita de braços dados com os documentos que já trabalhamos, ela foi criada se- guindo as concepções das diretrizes para Educação Infantil e referenciais curriculares para Educação Infantil. No entanto, ela nos traz um passo a passo mais detalhado por etapa de desenvolvimento, com habilidades e competências ano a ano para ajudar o professor na or- ganização de seus planejamentos. Na prática então eu preciso fazer como? Na prática você precisa pensar nas suas atividades olhando para suas crianças como sujeitos ativos, que precisam aprender em ambientes desafi adores, instigantes, interagindo com os colegas, adultos, espaços, objetos e esta interação deve acontecer nas brincadeiras que é uma das formas mais naturais e divertidas de formar conhecimento. Vygotsky, nosso mestre da psicologia histórico-cultural, construiu sua teoria afi rmando que o sujeito se constitui ao se relacionar com os outros em atividades “caracteristicamente huma- nas”. A brincadeira é uma maneira de a criança se expressar e formar sentidos sobre o mundo. Tendo em vista os eixos estruturantes das DCNI (interações e brincadeiras) e as 10 compe- tências gerais da Educação Básica propostas pela BNCC, os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento têm a pretensão de assegurar para as crianças ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir signifi- cados sobre si, os outros e o mundo social e natural de forma ativa e participativa. 1. Conviver 2. Brincar 3. Participar 4. Explorar 5. Expressar 6. Conhecer-se Conviver Esse direito nos parece óbvio se não pensarmos na intencionalidade de nossas ações enquanto educadores. As crianças assim que entram na escola já começam a conviver com outros adul- tos, crianças e espaços diferentes do seu habitual. No entanto esse direito vai além desse con- viver, e precisa do cuidado e da intencionalidade educativa em suas práticas pedagógicas para propiciar momentos para as crianças vivenciarem o convívio com diferentes culturas, regras, valores, expondo suas vontades, desafios, convivendo coletivamente com um grupo plural que ela irá aprender a respeitar interagindo e brincando. Esse direito desafia as crianças a aprende- rem pensando no outro, exercitando desde bem pequenos a empatia e a alteridade. Brincar As brincadeiras devem estar presentes na rotina da criança, em todas as atividades. Os educa- dores precisam planejar esses momentos pensando em como as brincadeiras podem contri- buir para potencializar as aprendizagens ao mesmo tempo que tornam-se momentos de ludi- cidade e alegria. As crianças precisam brincar todos os dias, de diferentes maneiras em diferentes espaços e com diferentes atores, ampliando e diversificando seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. Participar As crianças precisam participar das decisões, da vida cotidiana da escola, desde a escolha das brincadeiras a elaboração das regras dos jogos, desenvolvendo suas diferentes linguagens e formas de se expressar. É possível envolver nossas crianças em todas as decisões. Falamos tanto em desenvolvimento de autonomia, mas na prática costumamos levar as atividades prontas, os jogos escolhidos e até as brincadeiras com regras pré-estabelecidas, sabemos que precisamos planejar a intencionalidade educativa dessas atividades, mas a participação das crianças na escolha é fundamental para o sucesso desses momentos. Precisamos muitas vezes voltar a ser crianças para nos sentirmos como crianças e entendermos que os nossos desejos não são os delas e que elas são capazes de escolhas conscientes e produtivas. Explorar Esse direito está presente em toda rotina da Educação Infantil, no explorar diário das crian- ças que aprendem a todo tempo em todos os momentos com sua curiosidade e criatividade constante. Assim que chegam no espaço escolar tudo é novo, e esse novo com o tempo vai se inovando com suas criações. As crianças precisam ser instigadas a explorar os movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, his- tórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. Expressar Além de participar das decisões ativamente, as crianças têm o direito de expressar-se como sujeitos dialógicos, criativos e sensíveis suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hi- póteses, descobertas e opiniões. Na Educação Infantil as rodas de conversa já são frequentes, mas sabemos que só elas não são suficientes para que os pequenos consigam se expressar. As crianças podem demonstrar suas emoções de diversas formas e com diferentes linguagens e para isso precisamos propiciar ati- vidades para que esses momentos aconteçam rotineiramente em nossas salas de aula. Ter uma escuta ativa e sensível buscando compreender as expressões de nossas crianças no choro, riso, desenho, músicas e nas diversas formas que eles encontraram de expressar-se conosco. Conhecer-se Conhecer-se, aprender a cuidar de si e do outro, não só em seus aspectos físicos, mais em sua integralidade, emocional, cultural, social. Os educadores precisam favorecer atividades que o façam reconhecer-se, diferenciar-se dos outros e respeitar essas diferenças. Apreciando as particularidades e reconhecendo a importância delas para nossa constituição enquanto seres únicos que convivem coletivamente. Esse direito é de extrema importância para o século que vivemos, nossas crianças precisam ser estimuladas a reconhecer suas preferências, limitações, aprender a lidar com frustações, medos, reconhecer pontos fortes e fragilidades para que pos- sam encontrar novos caminhos e desenvolver-se. Os jogos são fundamentais nessas aprendizagens, despertam nossa capacidade de conviver com regras, aprendercom as derrotas e vitórias e competir sabendo que todos são capazes de vencer quando compreendem as regras e treinam seus pontos fracos. “Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição esco- lar e em seu contexto familiar e comunitário”. BNCC A ideia então é preparar atividades sempre pensando nesses direitos de aprendizagem? Exatamente. Uma atividade pode propiciar o desenvolvimento de todos esses direitos. Na es- colha de um jogo para o campo dirigido você pode explorar muito mais do que imagina. Por que levar uma opção de jogo? Vamos levar várias opções e organizar plenárias, pedir para que votem, deixe-os escolher, deixe-os mudar as regras do jogo, aguce-os a criar. Com os bebês, observe suas preferências, explique a eles tudo que está fazendo. Acredite, conversar com eles é fundamental para criar vínculos e despertar neles a confi ança em expressar-se conosco. Os campos de experiências 1. O eu, o outro e o nós 2. Corpo, gestos e movimentos 3. Traços, sons, cores e formas 4. Corpo, gestos e movimentos 5. Escuta, fala, pensamento e imaginação Para que todos esses direitos se efetivem na prática, a Base propõe campos de experiência que indicam quais são as experiências fundamentais para que a criança aprenda e se desenvolva. Não são disciplinas e não devem ser vistos como práticas fechadas a serem organizadas em linhas do tempo ou em momentos específi cos do dia. A ideia é que sejam referências para as atividades da criança ao longo da passagem pela escola na Educação Infantil, na sala de aula, durante as trocas de fralda, na alimentação, brincadeiras no pátio, etc. Os campos precisam ser vistos como práticas orgânicas e articuladas, difi cilmente iremos de- senvolver atividades que contemplem somente um Campo de Experiência, eles se completam. Dentro de cada campo iremos encontrar objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, que a BNCC vincula a três grupos etários como já vimos: 1. Bebês (de zero a um ano e seis meses). 2. Crianças bem pequenas (um ano e sete meses a três anos e onze meses). 3. Crianças pequenas (quatro anos a cinco anos e onze meses). Diferente do Ensino Fundamental, no qual os componentes curriculares estão divididos por habilidades, os campos de experiências na Educação Infantil substituem as áreas do conheci- mento do Ensino Fundamental. O eu, o outro e o nós Sabemos que levamos a vida toda para construirmos nossa identidade, mas esse trabalho co- meça lá na Educação Infantil. Quando o bebê vem ao mundo ele já começa a ter suas primeiras sensações e vivencias do eu, do outro e do mundo que o cerca. As crianças se descobrem interagindo, convivendo com a família, colegas, professores, e os diversos adultos que lhe são apresentadas a partir de uma sociedade com costumes e valo- res que já estavam ali quando elas nasceram. Nessa imensidão de diversidades e conceitos as crianças constituem seu modo próprio de agir, de sentir e pensar o mundo. Quando passam pelas primeiras experiências na coletividade, elaboram perguntas sobre si e os demais, percebem que a rotina na escola é diferente da sua casa, que a forma que o amiguinho se expressa não é igual a sua, que as brincadeiras são diferentes, que ele precisa dividir e convi- ver com um “universo” que não estava acostumado. Nesse momento começam uma jornada de aprendizagem que será eterna, as crianças come- çam a se perceberem, nelas, no outro, conhecerem suas vontades e oposições, concordarem com seus pares ou discordarem, entendendo os sentimentos, entrando em confl itos e apren- dendo a conviver. Essa primeira etapa da Educação Básica é fundamental para desenvolvermos aprendizagens que valorizem o conhecimento de outros grupos sociais, outros modos de vida, por meio de narrativas, do contato com outras culturas, formas de linguagens, expressão, am- pliando o modo de perceber o outro e desfazendo estereótipos e preconceitos. As crianças aprendem a conviver nas relações sociais e ao mesmo tempo aprendem a cuidar do próprio corpo, a respeita-lo a construir etapa por etapa sua autonomia e senso de autocuidado com o “eu, o outro e o nós”. Na prática, esse campo é trabalhando por nós diariamente de diversas formas, nas chamadi- nhas, na entrega de objetos, nas atividades que buscamos descobrir as preferências dos alunos ( brincadeiras, músicas, cores, sabores prediletos) , painel de fotos com os colegas, com as fa- mílias, apresentação da rotina da escola, dos limites e espaços disponíveis para cada atividade. Quando convidamos as famílias para partilhar suas histórias, culturas, resgatando suas origens, nas narrativas pessoais dos alunos, as crianças se reconhecem como parte de uma sociedade, relacionam papeis sociais, conhecem sua própria cultura e são apresentadas aos diversos ou- tros grupos culturais de sua sala. Nas rodas de conversas, as crianças são convidadas a diariamente construírem uma aprendi- zagem que vai do falar ao ouvir o colega. As rodas precisam começar desde o berçário, para que as crianças criem o habito de expressar suas necessidades, mostrar objetos ou brinquedos prediletos, contar sobre algo que as incomodam, posicionando-se e apreciando as narrativas dos colegas. As músicas favorecem brincadeiras que poderão auxiliar no conhecimento e cuidado do corpo além dos contextos culturais trabalhados que são imprescindíveis na construção da identida- de. O professor pode usar a criatividade nesse campo para explorar uma diversidade de mate- riais artísticos na construção de registros sobre si próprio, dos colegas e das famílias. Brincar, dançar, jogar, pular, dramatizar, perceber os próprios movimentos, os limites e as con- quistas faz parte da construção da identidade. Observar o outro e interagir com ele comple- menta o processo. Na prática Vamos pensar em um exemplo de atividade da rotina na Educação Infantil que contemple um objetivo de aprendizagem e desenvolvimento desse campo de experiência previsto na BNCC? (EI02EO05) Perceber que as pessoas têm características físicas diferentes, respeitando essas di- ferenças. Por meio de fotos das crianças em seu dia a dia e de materiais básicos, o professor pode criar interações em que elas percebam a si e aos outros, identifi quem diferenças, se enxergando como parte de um grupo mais complexo e se reconhecendo como indivíduo. O plano pode ser dividido em três etapas: “eu, eu e eu”, “eu, tu, eles” e “nós e todo mundo”. Use a sua criatividade e o seu olhar atento aos direitos de aprendizagem e poderá relacionar essa atividade com outros campos de experiência e enriquecer as aprendizagens com movimento, músicas e artes. Corpo, gestos e movimentos O corpo, no contato com o mundo, é essencial na construção de sentidos pelas crianças, inclu- sive para as que possuem algum tipo de defi ciência, transtornos globais de desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação. Por meio do tato, do gesto, do deslocamento, do jogo, da marcha, dos saltos, as crianças expressam-se, percebem, interagem, emocionam-se, reconhe- cem sensações, brincam, habitam espaços e neles se localizam, construindo conhecimento de si e do mundo. As crianças começam a explorar o corpo assim que nascem. Na escola, nosso papel é encorajar as crianças a vivenciarem os desafi os impostos a elas, levando-as a sentir e entender seu corpo e a relação dele com o meio e com o mundo. Elas vão se descobrindo em sua corporeidade, percebendo os sentidos, captando os sons, os cheiros, sabores e cores por meio do seu corpo, desenvolvem-se e exploram o mundo ao seu redor vivenciando essas diferenciadas sensações, percepções e emoções. Podem ampliar suas linguagens: corporal, gestual e oral, expressando- -se de diversas formas na sua relação com adultos e outras crianças, conversando, dramatizan- do, imitando, cantando, desenhando, jogando. Assim,a criança irá gradativamente incorporar essas vivências e tomar consciência de seu corpo. Esse campo de experiência nos convida a com criatividade desenvolver a sensibilidade e a ca- pacidade motora dos nossos alunos, sem perder de vista os eixos estruturantes da educação infantil que são o brincar e o interagir. Na prática (EI03CG03) Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas como dança, teatro e música. Cantigas e brincadeiras de roda são fundamentais para estimular a audição, não apenas pelo ritmo delas, mas também pela interação entre a fala e os sons do ambiente, além das brinca- deiras de circuitos em que as crianças gostam de se imaginar em trilhas, desafi os, aventuras. Circuitos permitem despertar essa criatividade. É possível construir um caminho com cones, cordas, bambolês, etc. Eles poderão desenvolver relações espaciais, pular, correr, subir caixas, entre outros movimentos. Esse campo valoriza as brincadeiras de faz de conta, nas quais as crianças podem representar o cotidiano ou o mundo da fantasia interagindo com as narrativas literárias, teatrais, com a música, etc. Traços, sons, cores e formas Nascemos em um mundo musical, artístico e completamente multicultural. As rotinas nas es- colas devem promover a participação e fruição das crianças nas diferentes manifestações artís- ticas, culturais e científi cas, locais e universais, possibilitando experiências diversifi cadas atra- vés de múltiplas linguagens, como as artes visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografi a, etc.), a música, o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras. Com base nessas experiências, elas aprendem a expressar-se por várias linguagens, criando suas próprias produções artísti- cas ou culturais, exercitando a autoria (coletiva e individual) com sons, traços, gestos, danças, mímicas, encenações, canções, desenhos, modelagens, manipulação de diversos materiais e de recursos tecnológicos. Essas experiências contribuem para que, desde muito pequenas, as crianças desenvolvam senso estético e crítico, o conhecimento de si mesmas, dos outros e da realidade que as cerca. Na prática (EI01TS01) Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente. A dança é mais que uma brincadeira, ajuda a criança a conhecer seu corpo e a se expressar por meio de seus movimentos, e pode ser explorada em atividades em sala de aula. Esse campo da ênfase a valorização do repertório musical, ao desenvolvimento e exploração de diferentes objetos sonoros ou instrumentos musicais, a identifi cação dos sons, da musicalidade regional e das festas populares, preocupando-se também com a promoção de experiências que agucem a sensibilidade visual, valorizando a atividade produtiva das crianças. Escuta, fala, pensamento e imaginação Esse campo de experiência preocupa-se com a participação das crianças em situações comuni- cativas cotidianas com as pessoas com as quais interagem. O professor deverá organizar seu plano de aula promovendo no cotidiano experiências nas quais as crianças possam falar e ouvir, potencializando sua participação na cultura oral, pois é na escuta de histórias, na participação em conversas, nas descrições, nas narrativas elaboradas individualmente ou em grupo e nas implicações com as múltiplas linguagens que a criança se constitui ativamente como sujeito singular e pertencente a um grupo social. Desde cedo, a criança manifesta curiosidade com relação à cultura escrita quando acompanha a leitura de textos feita por adultos ou outras crianças, quando observa seus familiares com suas diversas formas de escrita ou ao acompanhar os pais em mercado, parques, passeios, em todos esses contextos ela vai construindo sua concepção de língua escrita, reconhecendo dife- rentes usos sociais da escrita, gêneros, suportes, portadores, etc. Ao chegar na escola as crianças já foram imersas na cultura escrita é por isso devemos partir do que as crianças conhecem e das curiosidades que deixam transparecer sempre permitindo: • Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão. • Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações e tentando identifi car palavras conhecidas. • Recontar histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros de vídeos e de encenações, defi - nindo os contextos, os personagens, a estrutura da história. • Selecionar livros e textos de gêneros conhecidos para a leitura de um adulto e/ou para sua própria leitura (partindo de seu repertório sobre esses textos, como a recuperação pela memó- ria, pela leitura das ilustrações etc.). Na prática (EI03EF06) Produzir suas próprias histórias orais e escritas (escrita espontânea), em situações com função social signifi cativa. (EI01EF02) Demonstrar interesse ao ouvir a leitura de poemas e a apresentação de músicas. O livro pode ser um dos melhores amigos da criança, e é possível incentivar essa relação já nos primeiros anos. O professor pode prever atividades para os pequenos e criar o hábito de escu- tar histórias e de ter contato com textos, enriquecer a imaginação e fortalecer os momentos em grupo, além de deixá-los livres para manusear os livros, recontar as histórias e criar suas próprias histórias. Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões, em um mundo constituído de fenômenos naturais e socioculturais. Curiosas, buscam compreender este am- biente em que vivem, estão sempre atrás de respostas para as diversas indagações que irão surgindo com crescimento e o ampliar dos “como” e “porquê” das coisas. No cotidiano, elas aprendem a observar, a medir, a quantifi car, a estabelecer comparações, a criar explicações e registros, criando uma relação com o meio ambiente, com a sustentabilidade do planeta, com os conhecimentos tradicionais e locais, além do patrimônio científi co, ambiental e tecnológico. Na prática Este campo da Educação Infantil precisa promover experiências das quais as crianças possam fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas curiosidades e indagações, crian- do oportunidades para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e socio- cultural e possam utilizá-los em seu cotidiano. (EI01ET01) Explorar e descobrir as propriedades de objetos e materiais (odor, cor, sabor, tem- peratura). Um bom exemplo é ter dentro da sala diversas caixas com objetos variados para uma multipli- cidade de aprendizagens. Alguns exemplos: Caixa bolas – Bolas de diferentes tamanhos, cores, texturas e com sininhos dentro. A brincadei- ra fez muito sucesso, e as bolas passearam de mãozinha em mãozinha entrando e saindo de diversas caixas. Caixa cama de gato – Caixa com furos para prender a trama feita com fi o de malha. Dentro da caixa, diferentes objetos não estruturados para os pequenos explorarem livremente. Caixa encaixa e empilha – Caixas de diferentes tamanhos, uma dentro da outra, para encaixar ou empilhar. Caixa o que é? – Na caixa, uma cobra colorida feita de pedaços de tule amarrados. “Será que são as tranças da Rapunzel?”. Crie situações e faça perguntas para aguçar a criatividade da criançada. Caixa natureza – Pedras, pinhas, conchas, gravetos, folhas de diferentes tamanhos e cores. Caixa garrafas sonoras – Chocalhos coloridos e divertidos, cada qual com o seu barulho. Todos devidamente explorados, chacoalhados, tirados e colocados dentro da caixa muitas e muitas vezes. (EI02ET06) Utilizar conceitos básicos de tempo (agora, antes, durante, depois, ontem, hoje, amanhã, lento, rápido, depressa, devagar) etc. O calendário é algo tão corriqueiro na vida das pessoas que as crianças, muitas vezes, têm contato com ele em casa, vendo os pais planejando a semana ou marcandocompromissos na agenda. Na Educação Infantil ele pode auxiliar na aprendizagem de diversos conceitos impor- tantes para relações temporais, contagem etc. A etapa do Ensino Fundamental Seguindo a legislação vigente, o Ensino Fundamental com nove anos de duração atende es- tudantes entre 6 e 14 anos, portanto, crianças e adolescentes que, ao longo desse período, passam por uma série de mudanças relacionadas a aspectos físicos, cognitivos, afetivos, sociais, emocionais, entre outros. Como já indicado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos (Resolução CNE/CEB nº 7/2010), a BNCC organiza-se em cinco áreas de conhecimento, cada uma estabelece competências específi cas da área. Ao longo dos nove anos do Ensino Fun- damental, essas serão desenvolvidas, tendo como base de sustentação as dez competências gerais que deverão ser articuladas aos diversos componentes curriculares. LINGUAGENS: LÍNGUA PORTUGUESA (LP); ARTE (AR); EDUCAÇÃO FÍSICA (EF); E LÍNGUA INGLE- SA (LI). MATEMÁTICA (MA). CIÊNCIAS DA NATUREZA: CIÊNCIAS (CI). CIÊNCIAS HUMANAS: GEOGRAFIA (GE) E HISTÓRIA (HI). ENSINO RELIGIOSO (ER). Nas áreas que abrigam mais de um componente curricular (Linguagens e Ciências Humanas), são defi nidas competências específi cas do componente (Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa, Geografi a e História) a ser desenvolvidas pelos alunos ao longo dessa etapa de escolarização. As competências específi cas (LP, GE, HI, ER, etc.) possibilitam a articulação entre as áreas. Lin- guagens conversará com Ciências da Natureza, que poderá conversar com Matemática, Ciên- cias Humanas e Ensino Religioso. Essa articulação organiza-se de forma vertical também, ou seja, a progressão entre o Ensino Fundamental – Anos Iniciais e o Ensino Fundamental – Anos Finais e a continuidade das experiências dos alunos, considerando suas especifi cidades. Para garantir o desenvolvimento das competências específi cas, cada componente curricular (Língua Portuguesa, Artes, Matemática, Inglês, etc.), apresenta um conjunto de habilidades. Essas habilidades estão relacionadas a diferentes OBJETOS DE CONHECIMENTO – aqui enten- didos como CONTEÚDOS, conceitos e processos –, que, por sua vez, são organizados em UNI- DADES TEMÁTICAS. Agora que estou mais inteirada de como a BNCC está organizada e sua história, minha preocupação é com a parte prática. Sou de professora de Matemática, para organizar meu plano de aula, vou precisar organizar por objetos de conhecimentos, unidades temáticas. Como assim? Vamos novamente por partes, minha amiga. Logo, todos esses termos serão habituais para nós. Na prática A BNCC de Matemática organizou os saberes matemáticos importantes para os alunos em 5 unidades temáticas: 1. Números; 2. Álgebra; 3. Geometria; 4. Grandezas; 5. Medidas, probabilidade e estatística. Cada uma dessas unidades temáticas tem suas expectativas de aprendizagens por anos, ou seja, ao fi nal de cada ano do Ensino Fundamental espera-se que os alunos tenham desenvolvi- do um conjunto de habilidades. Isso signifi ca que quando você for preparar um plano de aula para o seu 5º ano referente à unidade temática Números, por exemplo, os objetos de conhecimento poderão ser: sistema de numeração decimal, números naturais, racionais, problemas de adição, multiplicação, etc. Cada objeto de conhecimento tem habilidades específi cas esperadas, organizadas por códigos alfanuméricos, como na Educação Infantil. Exemplifi cando: Área do conhecimento: Matemática Componente Curricular: Matemática Etapa: Ensino Fundamental I Ano: 5º Unidade temática: Números Objeto de conhecimento: Sistema de numeração decimal: leitura, escrita e ordenação de nú- meros naturais (de até seis ordens). Habilidade: (EF05MA01) Ler, escrever e ordenar números naturais até a ordem das centenas de milhar com compreensão das principais características do sistema de numeração decimal. Proposta de atividade: Total autonomia docente para elaboração. A base nos ajuda mostrando ONDE precisamos chegar, mas COMO iremos chegar é conosco. EF 05 MA 01– HABILIDADES: EF: O primeiro par de letras indica a etapa de Ensino Fundamental 05: O primeiro par de números indica o ano (01 a 09) a que se refere a habilidade, ou, no caso de Língua Portuguesa, Arte e Educação Física, o bloco de anos, como segue: Língua Portuguesa/Arte 15 = 1º ao 5º ano 69 = 6º ao 9º ano Língua Portuguesa/Educação física 12 = 1º e 2º anos 35 = 3º ao 5º ano 67 = 6º e 7º anos 89 = 8º e 9º anos MA: O segundo par de letras indica o componente curricular: AR = Arte CI = Ciências EF = Educação Física ER = Ensino Religioso GE = Geografia HI = História LI = Língua Inglesa LP = Língua Portuguesa MA = Matemática 01: O último par de números indica a posição da habilidade na numeração sequencial do ano ou do bloco de anos. As dez competências As Competências Gerais integram o capítulo introdutório da Base Nacional Comum Curricular e foram definidas a partir dos direitos éticos, estéticos e políticos assegurados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e dos conhecimentos, habilidades, atitudes e valores essenciais para a vida no século XXI. Competência 1 – Conhecimento Essa competência propõe de um aluno ativo, que consegue compreender e reconhecer a im- portância do que foi aprendido, refletindo sobre essa aprendizagem. Busca-se desenvolver autonomia para aprender a valorizar e utilizar os conhecimentos histori- camente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital. Os estudantes precisam ser capazes de entender e explicar a realidade, colaborando para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. BUSCA DE INFORMAÇÃO Busca, análise e curadoria de fontes e informações. Respeito a normas de citação, direitos de propriedade intelectual e priva- cidade. Uso ético. APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO Listagem, resumo, seleção, conexão, atribuição de signifi cado e organização de conhecimentos adquiridos. Incorporação de estratégias para reter conhecimentos. Utilização do conheci- mento para solucionar problemas diversos. APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA Motivação, responsabilidade e autonomia para aprender. Co- laboração com a aprendizagem dos demais. Reconhecimento da importância do conhecimento para a vida e para intervir na sociedade. METACOGNIÇÃO Consciência sobre o que, como e por que aprender. Defi nição de necessidades/metas e utilização de estratégias/ ferramen- tas de aprendizagem adequadas. Avaliação do que se aprende. CONTEXTUALIZAÇÃO SOCIOCULTURAL DO CONHECIMENTO Discussão de ideias. Compartilhamento e construção coletiva de conhecimento. Compreensão e respeito a valores, crenças e contextos sociais, políticos e multiculturais que infl uenciam a produção do conhecimento. Todas as áreas do conhecimento desenvolvem essa competência em suas diferentes áreas te- máticas. Nossos estudantes precisam ser capazes de avaliar a pertinência e confi abilidade de fontes diversas e acessar informações para resolver problemas, compreendendo conceitos como o direito de propriedade intelectual e o direito à privacidade para fazer um uso ético do que for coletado. Na prática Área do conhecimento: Linguagens Componente curricular: Língua Portuguesa Unidade temática: Campo jornalístico Objeto de conhecimento: Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos Ano: 7º Habilidade: (EF07LP01) Distinguir diferentes propostas editoriais – sensacionalismo, jornalismo investigativo etc. –, de forma a identifi car os recursos utilizados para impactar/chocar o leitor que podem comprometer uma análise crítica da notícia e do fato noticiado. Competência 2 – Pensamento científico, crítico e criativo Os estudantes precisam desenvolver o raciocínio do que deve ser feito por meio de várias es- tratégias, privilegiando o questionamento, a análise crítica e a busca por soluções criativas e inovadoras. Recorrer à abordagem própria das ciências,incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conheci- mentos das diferentes áreas. EXPLORAÇÃO DE IDEIAS Testagem, combinação, modificação e geração de ideias para atingir objetivos e resolver problemas. CONEXÕES Conexão entre ideias específicas e amplas, prévias e novas, a partir de diferentes caminhos. CRIAÇÃO DE PROCESSOS DE INVESTIGAÇÃO Criação de planos de investigação para pesquisar uma questão ou solucionar um problema. SOLUÇÕES Questionamento e modificação de ideias existentes e criação de soluções inovadoras. EXECUÇÃO Experimentação de opções e avaliação de riscos e incertezas para colocar ideias em prática. FORMULAÇÃO DE PERGUNTAS Formulação de perguntas para garantir base sólida para a inves- tigação. INTERPRETAÇÃO DE DADOS Interpretação de dados e informações com precisão. Posiciona- mento crítico a partir de critérios científicos, éticos e estéticos. LÓGICA E RACIOCÍNIO Uso de raciocínio indutivo e dedutivo para analisar e explicar re- cursos, soluções e conclusões de processos de investigação. DESENVOLVIMENTO DE HIPÓTESES Formulação de hipóteses. Explicação da relação entre variáveis. Sus- tentação de raciocínio com intuição, observação, modelo ou teoria. AVALIAÇÃO DO RACIOCÍNIO E EXPLICAÇÃO DE EVIDÊNCIAS Análise de argumentos, raciocínios e evidências. Aprimoramen- to da lógica da investigação. SÍNTESE Comparação, agrupamento e síntese de informações de diferen- tes fontes para produzir conclusões sólidas e evitar erros de lógica. Na prática Área do conhecimento: Linguagens Componente curricular: Arte Unidade temática: Artes visuais Objeto de conhecimento: Elementos da linguagem visual Ano: 1º ao 5º ano Habilidade: (EF15AR02) Explorar e reconhecer elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, cor, espaço, movimento etc.) (EF15AR23) Reconhecer e experimentar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas. Competência 3 – Repertório cultural Essa competência estabelece como importante que os alunos conheçam, compreendam e re- conheçam a importância das mais diversas manifestações artísticas e culturais. E acrescenta que eles devem ser participativos, capazes de se expressar e atuar por meio das artes. FRUIÇÃO Fruição das artes e da cultura para vivenciar, compreender e valorizar sua própria identidade e contextos sociais, culturais, históricos e ambientais, desenvolvendo sentimento de perten- cimento. EXPRESSÃO Expressão de sentimentos, ideias, histórias e experiências por meio das artes. Experimentação, documentação, apresentação, compartilhamento, revisão e análise de obras criativas. INVESTIGAÇÃO E IDENTIDADE CULTURAL Identifi cação e discussão do signifi cado de eventos e manifesta- ções culturais e da infl uência da cultura na formação de grupos e identidades. CONSCIÊNCIA MULTICULTURAL Senso de identidade individual e cultural. Curiosidade, abertura e acolhimento a diferentes culturas e visões de mundo. RESPEITO À DIVERSIDADE CULTURAL Experimentação de diferentes vivências, compreensão da im- portância e valorização de identidades, manifestações, trocas e colaborações culturais. MEDIAÇÃO DA DIVERSIDADE CULTURAL Reconhecimento de desafi os e benefícios de se viver e trabalhar em sociedades culturalmente diversas. Mediação cultural. Na prática Habilidade + Competência: Planejar e produzir, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, recados, avisos, convites, receitas, instruções de montagem, dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana, que possam ser repassados oralmente por meio de ferramentas digitais, em áudio ou vídeo, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto/finalidade do texto, desenvolvendo consciência sobre sua própria identidade e cultura ao observar o uso desses textos. Área do conhecimento: Linguagens Componente curricular: Língua Portuguesa Unidade temática: Campo da vida cotidiana Objeto de conhecimento: Produção de texto oral Ano: 1º ano Habilidade: (EF15LP05) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, conside- rando a situação comunicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalida- de ou o propósito (escrever para quê); a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e forma do texto e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações necessárias à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas. Competência 4 – Comunicação Essa competência nos aponta que para se comunicar bem os estudantes necessitam entender, analisar criticamente e saber se expressar utilizando uma variedade de linguagens e platafor- mas. Enfatiza a importância de que a comunicação ocorra por meio da escuta e do diálogo. Utiliza as diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corpo- ral, visual, sonora e digital – bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. ESCUTA Compreensão e processamento do que é dito por outras pes-soas com atenção, interesse, abertura, ponderação e respeito. EXPRESSÃO Expressão de ideias, opiniões, emoções e sentimentos com cla- reza. Compartilhamento de informações e experiências com diferentes interlocutores. Domínio de aspectos retóricos da co- municação verbal com garantia de compreensão do receptor. DISCUSSÃO Expressão de ideias originais com clareza, conectando-as com as ideias de seus interlocutores e promovendo o entendimen- to mútuo. Utilização de perguntas/resumos e análise de argu- mentos e evidências para preservar o foco do debate. MULTILETRAMENTO Comunicação por meio de plataformas multimídia analógicas e digitais, áudio, textos, imagens, gráficos e linguagens verbais, artísticas, científicas, matemáticas, cartográficas, corporais e multimodais de forma adequada. Na prática Habilidade + Competência: Discutir as transformações históricas, o processo de esportivização e a midiatização de uma ou mais lutas, valorizando e respeitando as culturas de origem e ouvir os outros com atenção, interesse e respeito por suas ideias e sentimentos. Área do conhecimento: Linguagens Componente curricular: Educação Física Unidade temática: Lutas Objeto de conhecimento: Lutas do mundo Ano: 9º ano Habilidade: (EF89EF18) Discutir as transformações históricas, o processo de esportivização e a midiatização de uma ou mais lutas, valorizando e respeitando as culturas de origem. Competência 5 – Cultura digital A competência reconhece o papel fundamental da tecnologia e estabelece que o estudante deve dominar o universo digital, sendo capaz de fazer um uso qualifi cado e ético das diversas ferramentas existentes e de compreender o pensamento computacional e os impactos da tec- nologia na vida das pessoas e da sociedade. UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DIGITAIS Utilização de ferramentas multimídia e periféricos para aprender e produzir. PRODUÇÃO MULTIMÍDIA Utilização de recursos tecnológicos para desenhar, desenvolver, pu- blicar, testar e apresentar produtos para demonstrar conhecimento e resolver problemas. LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO Utilização de linguagens de programação para solucionar problemas. DOMÍNIO DE ALGORITMOS Compreensão e escrita de algoritmos. Avaliação de vantagens e des- vantagens de diferentes algoritmos. Utilização de classes, métodos, funções e parâmetros para dividir e resolver problemas. VISUALIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS Utilização de diferentes representações e abordagens para visualizar e analisar dados. MUNDO DIGITAL Compreensão do impacto das tecnologias na vida daspessoas e na sociedade, incluindo nas relações sociais, culturais e comerciais. USO ÉTICO Utilização das tecnologias, mídias e dispositivos de comunicação mo- dernos de forma ética, comparando comportamentos adequados e inadequados. Na prática Habilidade + Competência: Resolver, com o suporte de imagem e/ou material manipulável, problemas simples de contagem, como a determinação do número de agrupamentos possí- veis ao se combinar cada elemento de uma coleção com todos os elementos de outra, utilizan- do estratégias e formas de registro pessoais, utilizando representações visuais de problemas, estruturas e dados (por exemplo, gráfi cos, tabelas, diagramas de rede, fl uxogramas). Área do conhecimento: Matemática Componente curricular: Matemática Unidade temática: Números Objeto de conhecimento: Problemas de contagem Ano: 4º ano Habilidade: (EF04MA08) Resolver, com o suporte de imagem e/ou material manipulável, pro- blemas simples de contagem, como a determinação do número de agrupamentos possíveis ao se combinar cada elemento de uma coleção com todos os elementos de outra, utilizando estratégias e formas de registro pessoais. Competência 6 – Projeto de vida A competência valoriza a importância da compreensão da capacidade de gerir a própria vida. Os estudantes devem conseguir refl etir sobre seus desejos e objetivos, aprendendo a se or- ganizar, estabelecer metas, planejar e perseguir com determinação, esforço, autoconfi ança e persistência seus projetos presentes e futuros. Inclui a compreensão do mundo do trabalho e seus impactos na sociedade, bem como das novas tendências e profi ssões. DETERMINAÇÃO Compreensão do valor e utilização crítica de estratégias de planeja- mento e organização, com estabelecimento e adaptação de metas e caminhos para realizar projetos presentes e futuros. Manutenção de foco, persistência e compromissos. ESFORÇO Compreensão do valor do esforço e do empenho para alcance de objetivos e superação de obstáculos, desafi os e adversidades. Inves- timento na aprendizagem e no desenvolvimento para melhoria cons- tante. Construção de redes de apoio. AUTOEFICÁCIA Confi ança na capacidade de utilizar fortalezas e fragilidades pessoais para superar desafi os e alcançar objetivos. PERSEVERANÇA Capacidade de lidar com estresse, frustração, fracasso, ambiguida- des e adversidades para realizar projetos presentes e futuros. Busca e apreciação de atividades desafi adoras. AUTOAVALIAÇÃO Refl exão contínua sobre seu próprio desenvolvimento e sobre suas metas e objetivos. Consideração de devolutivas de pares e adultos para análise de características e habilidades que infl uencia sua capa- cidade de realizar projetos presentes e futuros. COMPREENSÃO DO MUNDO DO TRABALHO Visão ampla e crítica sobre dilemas, relações, desafi os, tendências e oportunidades associadas ao mundo do trabalho na contemporanei- dade. Identifi cação de espectro amplo de profi ssões e suas práticas. Reconhecimento do valor do trabalho como fonte de realização pes- soal e transformação social. PREPARAÇÃO PARA O TRABALHO Análise de aptidões e aspirações para realizar escolhas profi ssionais mais assertivas. Capacidade para agir e se relacionar de forma ade- quada em diferentes ambientes de trabalho. Acesso a oportunida- des diversas de formação e inserção profi ssional. Estabelecimento de perspectivas para a vida profi ssional presente e futura. Na prática Habilidade + Competência: Propor iniciativas individuais e coletivas para a solução de proble- mas ambientais da cidade ou da comunidade, com base na análise de ações de consumo cons- ciente e de sustentabilidade bem-sucedidas e abraçar novos desafi os sobre o tema. Área do conhecimento: Ciências Componente curricular: Ciências Unidade temática: Vida e evolução Objeto de conhecimento: Hereditariedade/Ideias evolucionistas/Preservação da biodiversidade Ano: 9º ano Habilidade: (EF09CI13) Propor iniciativas individuais e coletivas para a solução de problemas ambientais da cidade ou da comunidade, com base na análise de ações de consumo conscien- te e de sustentabilidade bem-sucedidas. Competência 7 – Argumentação Os estudantes precisam desenvolver-se sendo capazes de construir argumentos, conclusões ou opiniões posicionando-se de forma respeitosa com os colegas. Com consciência e valoriza- ção da ética, dos direitos humanos e da sustentabilidade social e ambiental como referências essenciais no aprendizado dessa competência para orientar o posicionamento dos estudantes, argumentando com base em fatos, dados e informações confi áveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. AFIRMAÇÃO ARGUMENTATIVA Desenvolvimento de opiniões e argumentos sólidos, por meio de afi r- mações claras, ordenadas, coerentes e compreensíveis para o interlo- cutor. INFERÊNCIAS Desenvolvimento de inferências claras, pertinentes, perspicazes e ori-ginais. CONFRONTO DE PONTOS DE VISTA Expressão de pontos de vista divergentes com assertividade e respeito. Escuta e aprendizagem com o outro. PERSPECTIVA GLOBAL Interesse e exploração de questões globais, compreendendo as inter- -relações entre problemas, tendências e sistemas ao redor do mundo. CONSCIÊNCIA SOCIOAMBIENTAL Reconhecimento da importância, visão sólida e atitude respeitosa em relação a questões sociais e ambientais. Engajamento na promoção dos diretos humanos e da sustentabilidade social e ambiental. Na prática Habilidade + Competência: Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de confl itos e tensões na contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas regionalizações a partir do pós- -guerra e fazer inferências pertinentes sobre esses conceitos. Área do conhecimento: Ciências Humanas Componente curricular: Geografi a Unidade temática: Conexões e escalas Objeto de conhecimento: Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem eco- nômica mundial Ano: 8º Habilidade: (EF08GE05) Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de confl itos e tensões na contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas regionalizações a partir do pós-guerra. Competência 8 – Autocuidado e autoconhecimento Competência importantíssima para o contexto atual, as crianças e jovens devem adquirir a res- peito de si mesmos, sendo capazes de identifi car seus pontos fortes e fragilidades, lidar com suas emoções e manter a saúde física e o equilíbrio emocional. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diver- sidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. AUTOCONSCIÊNCIA Consciência coerente e integrada sobre si mesmo e sobre como sua identidade, perspectivas e valores infl uenciam sua tomada de decisão. AUTOESTIMA Compreensão e desenvolvimento de pontos fortes e fragilidades de maneira consciente, respeitosa, assertiva e constante para al- cançar realizações presentes e futuras. AUTOCONFIANÇA Utilização de seus conhecimentos, habilidades e atitudes com confi ança e coragem para aprimorar estratégias e vencer desafi os presentes e futuros. EQUILÍBRIO EMOCIONAL Reconhecimento de emoções e sentimentos, bem como da in- fl uência que pessoas e situações exercem sobre eles. Manutenção de equilíbrio em situações emocionalmente desafi adoras. SAÚDE E DESENVOLVIMENTO FÍSICO Avaliação de necessidades e riscos relativos à saúde, com incorpo- ração de estratégias para garantir bem-estar e qualidade de vida. Capacidade de lidar com mudanças relativas ao crescimento. ATENÇÃO PLENA E CAPACIDADE DE REFLEXÃOManutenção de atenção. Refl exão sobre a sua própria maneira de pensar. Na prática Habilidade + Competência: Experimentar diferentes papéis (jogador, árbitro e técnico) e fruir os esportes de rede/parede, campo e taco, invasão e combate, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo e construir um senso coerente de si mesmo como indivíduo distinto, sendo capaz de compreender a perspectiva dos outros e identifi car quando essas perspectivas são diferentes das suas. Área do conhecimento: Linguagens Componente curricular: Educação Física Unidade temática: Esportes Objeto de conhecimento: Esportes de rede e parede / Esportes de campo e taco / Esportes de invasão / Esportes de combate Ano: 8º Habilidade: (EF89EF01) Experimentar diferentes papéis (jogador, árbitro e técnico) e fruir os esportes de rede/parede, campo e taco, invasão e combate, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo. Competência 9 – Empatia e cooperação A competência preocupa-se com o desenvolvimento social da criança e do jovem, propondo posturas e atitudes que devem ter em relação ao outro. Fala da necessidade de compreen- der, de ser solidário, de dialogar e de colaborar com todos, respeitando a diversidade social, econômica, política e cultural, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de confl itos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. VALORIZAÇÃO DA DIVERSIDADE Reconhecimento, valorização e participação em grupos e contex- tos culturalmente diversos. Interação e aprendizado com outras culturas. Combate ao preconceito e engajamento de outros com a diversidade. ALTERIDADE (RECONHECIMENTO DO OUTRO) Compreensão da emoção dos outros e do impacto de seu com- portamento nos demais. Relativização de interesses pessoais para resolver confl itos que ameaçam a necessidade de outros ou demandam conciliação. ACOLHIMENTO DA PERSPECTIVA DO OUTRO Compreensão de motivações e pontos de vista do outro. Atuação em favor de outras pessoas e comunidades. DIÁLOGO E CONVIVÊNCIA Utilização de diálogo para interagir com pares e adultos. Constru- ção, negociação e respeito a regras de convivência para melhoria do ambiente. COLABORAÇÃO Trabalho em equipe, planejando, tomando decisão e realizando ações e projetos de forma colaborativa. MEDIAÇÃO DE CONFLITOS Mediação e negociação para evitar e resolver desentendimentos. Na prática Habilidade + Competência: Identifi car, em seus lugares de vivência, marcas de contribuição cultural e econômica de grupos de diferentes origens e valorizar diversas perspectivas. Área do conhecimento: Ciências Humanas Componente curricular: Geografi a Unidade temática: O sujeito e seu lugar no mundo Objeto de conhecimento: A cidade e o campo: aproximações e diferenças Ano: 3º Habilidade: (EF03GE02) Identifi car, em seus lugares de vivência, marcas de contribuição cultu- ral e econômica de grupos de diferentes origens. Competência 10 – Responsabilidade e cidadania A décima competência se preocupa com o desenvolvimento na criança e no jovem da cons- ciência de que eles podem ser agentes transformadores na construção de uma sociedade mais democrática, justa, solidária e sustentável, agindo pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, fl exibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. INCORPORAÇÃO DE DIREITOS E RESPONSABILIDADES Posicionamento sólido em relação a direitos e responsabilida- des em contextos locais e globais, extrapolando interesses in- dividuais e considerando o bem comum. TOMADA DE DECISÕES Tomada de decisão de forma consciente, colaborativa e res- ponsável. PONDERAÇÃO SOBRE CONSEQUÊNCIAS Consideração de fatores objetivos e subjetivos na tomada de decisão, com avaliação de consequências de suas ações e de outros. ANÁLISE E INCORPORAÇÃO DE VALORES PRÓPRIOS Identifi cação e incorporação de valores importantes para si e para o coletivo. Atuação com base em valores pessoais apesar das infl uências externas. POSTURA ÉTICA Reconhecimento e ponderação de valores confl itantes e dile-mas éticos antes de se posicionar e tomar decisões. PARTICIPAÇÃO SOCIAL E LIDERANÇA Participação ativa na proposição, implementação e avaliação de solução para problemas locais, regionais, nacionais e glo- bais. Liderança corresponsável em ações e projetos voltados ao bem comum. SOLUÇÃO DE PROBLEMAS AMBÍGUOS E COMPLEXOS Interesse e disposição para lidar com problemas do mundo real que demandam novas abordagens ou soluções. Na prática Habilidade + Competência: Realizar pesquisa envolvendo variáveis categóricas e numéricas, organizar dados coletados por meio de tabelas, gráfi cos de colunas, pictóricos e de linhas, com e sem uso de tecnologias digitais, e apresentar texto escrito sobre a fi nalidade da pesquisa e a síntese dos resultados, vivenciar diferentes situações de liderança ao realizar pesquisa en- volvendo variáveis categóricas e numéricas, organizar dados coletados por meio de tabelas, gráfi cos de colunas, pictóricos e de linhas, com e sem uso de tecnologias digitais, e apresentar texto escrito sobre a fi nalidade da pesquisa e a síntese dos resultados. Área do conhecimento: Matemática Componente curricular: Matemática Unidade temática: Estatística e probabilidade Objeto de conhecimento: Leitura, coleta, classificação interpretação e representação de dados em tabelas de dupla entrada, gráfico de colunas agrupadas, gráficos pictóricos e gráfico de linhas. Ano: 5º Habilidade: (EF05MA25) Realizar pesquisa envolvendo variáveis categóricas e numéricas, or- ganizar dados coletados por meio de tabelas, gráficos de colunas, pictóricos e de linhas, com e sem uso de tecnologias digitais, e apresentar texto escrito sobre a finalidade da pesquisa e a síntese dos resultados.
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