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Magreza e Desnutrição Aula de GDME – Gestão de Dietas Modificadas e Especiais. Prof. Viviane Corrêa do Nascimento e Rita Fagge. Elaborado por: Maria Helena Bortolotto Nogueira. Magreza • Qualidade ou estado de magro; magrez. (AURÉLIO,1988) • Magro:‘Que tem pouca ou nenhuma gordura ou sebo’. (AURÉLIO,1988) Magreza ≠ Desnutrição ≠ Subnutrição Desnutrição/ Subnutrição • Num sentido amplo e coloquial, subnutrição e desnutrição geralmente expressam: • a) Carência alimentar ou deficiência da nutrição; • b) Emagrecimento por falta de alimentação. • Desnutrição = Expressão biológica da carência prolongada da ingestão de nutrientes essenciais à manutenção, ao crescimento e ao desenvolvimento do organismo humano. • É um processo orgânico, determinado socialmente, na medida em que o sistema político-econômico regula o grau de acesso aos alimentos. Esse estado refere-se normalmente ao tipo de desnutrição energético-proteica. Desnutrição Desnutrição • Desnutrição crônica = Processo caracterizado pela carência pregressa da ingestão e utilização de nutrientes pelo organismo humano. O processo manifesta-se no deficit de altura. • Desnutrição energético-proteica = Desbalanceamento entre o fornecimento de energia e proteína que o corpo necessita para que seja assegurado o ótimo crescimento e funcionamento, levando-se em conta as características fisiológicas do indivíduo. (OMS). Desnutrição • Fome = alimentação insuficiente ou diminuição da quantidade consumida por falta ou dificuldade de acesso. Desnutrição • Causas da desnutrição: • Primária: Alimentação em quantidade ou qualidade insuficiente em calorias e nutrientes. • Secundária: Ingestão insuficiente por diminuição de consumo ou por necessidades energéticas aumentadas, ou diminuição de consumo por outros fatores. • Exemplo: verminoses, câncer, anorexia, alergia ou intolerâncias alimentares, digestão e absorção deficientes. • Tipos clínicos: • Marasmo: Deficiência energética, caracterizada por redução na massa muscular e emagrecimento (peso 60 por cento abaixo do padrão) e ausência de edema. • Características: • Retardo no crescimento; • Perda marcante de tecido muscular e adiposo subcutâneo; • Não ocorre edema; • Cabelo escasso, quebradiço e às vezes descoloridos; • Crianças irritadiças, apáticas/ tendência a hipotermia; • Sinais e carências de micronutrientes. • Kwashiorkor: • Deficiência energética proteica, causada por desnutrição proteica severa. • Características: • Predomina em crianças acima de 2 anos de idade; • Retardo no crescimento; • Presença de edemas; • Cabelos avermelhados; • Descamação cutânea intensa; • Alterações hepáticas, incluindo infiltração de gordura (Esteatose hepática/hepatomegalia). • Hipoalbuminemia. Desnutrição • Fatores de risco: • Baixo peso ao nascer; • Falta de cuidado no pré-natal; • Tipo de moradia e renda familiar; • Vínculo com serviço de saúde; • Nível educacional dos país; • Número de pessoas no domicílio; • Situação de saneamento básico no domicílio; • Aleitamento materno; • Idade da criança e da mãe; • Vinculo mãe e filho; • História de diarreia e disposição dos dejetos; • Infecções de repetição; • Sistema marital e trabalho dos pais. Desnutrição • Consequências: • Maior morbidade e mortalidade; • Menor interação com o meio ambiente; • Menor resistência à infecções; • Menor capacidade produtiva e cognitiva; • Redução da capacidade intelectual (rendimento escolar); • Pior acesso à trabalho; • Níveis mais altos de doenças crônicas. • Diagnóstico da desnutrição: • Avaliação clínica: Leve, moderado ou grave (realizado por exames físicos, anamnese e exames complementares). • Populacional: Indicadores antropométricos, inclusive medidas de composição corporal. • Índices antropométricos para diagnosticar a desnutrição: • Déficit de altura para idade (A/I): desnutrição de longa duração, crônica; • Déficit de Peso para altura (P/A): desnutrição aguda; • Déficit de peso para idade (P/I): Peso abaixo do esperado para idade. Este indicador não permite diagnosticar a cronologia da perda de peso. • Paradoxo... • Coexistência entre obesidade e insegurança alimentar e nutricional em uma mesma família. • O desnutrido de hoje poderá ser o obeso de amanhã? • Desnutrição crônica (baixa estatura) altera: • Regulação dos mecanismos fisiológicos de conservação de energia e depósito de gordura (diminui a TMB) • Podendo promover a obesidade na vida adulta. Tratamento Dietoterápico na Desnutrição Calórico/Proteico. • Cuidado dietético: • - Densidade energética : aumentar gradativamente a oferta calórica e proteica (açúcar e óleo). Adicionar TCM à dieta. • - Fracionamento/Volume: para melhorar a anorexia, no início do tratamento, utilizar volumes mínimos de alimentos, oferecidos a cada 2 horas. Continuação: • Aumentar a variedade de alimentos; • - Abrandar os alimentos pela cocção para facilitar a digestão; • - Evitar alimentos ricos em fibras para não causar aceleração no trânsito intestinal; • - Utilizar alimentos que contenham proteínas de alto valor biológico; • - Preservar o aleitamento materno (alguns casos, sugerir relactação). • FASE DE ESTABILIZAÇÃO • - 1 – 7 dias, geralmente duram 3 dias; • - Instabilidade clínica; • - Evitar superalimentação e sobrecarga hídrica: • - Oferta hídrica total: 120 – 140 ml/Kg/dia (Dieta Liquida); • - Oferta proteica: 1,5 g/Kg/dia; • - Fórmulas infantis – máx lactose a 1,3%; • - Volumes progressivos de F75 (OMS) ou Fórmulas infantis isentas de lactose disponíveis no mercado (Ex: Nutren Júnior ou Peptamen Júnior); • Fornecer no máximo 100 Kcal/Kg de peso/dia (mínimo aceitável de 80 Kcal/Kg de peso/dia) e 1 a 1,5 g de proteína/Kg de peso/dia. • - Caso ingestão inferior ao GEB – sonda (NE); ESQUEMA PARA ALIMENTAÇÃO UTILIZANDO O PREPARADO ALIMENTAR INICIAL QUE OFERECE 100 KCAL/KG/DIA Dias Frequência Volume/Kg de Peso/refeição Volume/Kg de peso/dia 1-2 2 em 2 horas 11ml 130ml 3-5 3 em 3 horas 16ml 130ml 6-7 + 4/4 horas 22ml 130ml • FASE DE REABILITAÇÃO: • - Estável • - Recuperação ponderoestatural (ganho de peso maior que 10g/Kg/dia). • - Oferta calórica: 1,5 a 2x recomendação para idade (RDA); • - Oferta proteica: 4 – 6 g/Kg/dia; • - F100 (OMS); • - Fórmulas lácteas c/ menor teor de lactose (3 a 4%); • - Monitorização dos parâmetros clínicos, balanço hídrico e oferta calórica. CRITÉRIOS PARA ALTA DO TRATAMENTO - criança • Apetite melhorado, dieta com alimentos tradicionais, mas com adição de açúcar e óleo para aumentar densidade energética, mais vitaminas e minerais. • -Atingir peso adequado para altura, sem a presença de edema e desempenhos clínicos e global forem adequados. • Ou • - Por 15 dias depois do paciente atingir o peso adequado sem edema. Dietoterapia – Adolescentes/Adultos • DIETOTERAPIA ADOLESCENTES • - Necessidade energética média: 45 kcal/kg/dia; • - Proteína: 0,75g/kg/dia. • DIETOTERAPIA ADULTOS • - Necessidade energética média: 40 kcal/kg/dia • - Proteína: 0,6g/kg/dia • Ambas: • -Aumento gradual para cerca de 1,5 vezes a necessidade de energia e 3 a 4 vezes de proteína até o 7º dia; • - Adição de vitaminas e minerais pelo menos 2x as RDAs; • - Exceção: Grávidas – 1 única dose de 60mg ou 200.000UI. CRITÉRIOS PARA ALTA DO TRATAMENTO - adulto • Apetite melhorado, dieta com alimentos tradicionais, mas com adição de açúcar e óleo para aumentar densidade energética, mais vitaminas e minerais. • - Alimentação suplementar, caso haja necessidade, para alimentação externa, até o IMC exceder 15; 16,5 e 18,5, respectivamente, em adolescentes de 11 a 13 anos, adolescentes de 14 a 17 anos e adultos. • PROGRAMA DE COMBATE A FOME: • O FOME ZERO é uma estratégia impulsionada pelo governo federal para assegurar o direito humano à alimentação adequada às pessoas com dificuldades de acesso aos alimentos. Tal estratégia se insere na promoção da segurançaalimentar e nutricional buscando a inclusão social e a conquista da cidadania da população mais vulnerável à fome. Referências • Brasil – Ministério da Saúde (MS) – Manual de atendimento da criança com desnutrição grave em nível hospitalar. Brasília DF, 2005. Disponível em: 189.28.128.100/nutricao/docs/geral/manual_desnutricao_criancas.pdf - Acesso em 14/09/2013. • MENDES, A. – Apostila de Dietoterapia da Faculdade FEFISA, Santo André SP, 2012. • MONTEIRO, C.A. (Org.) – Velhos e novos males da saúde no Brasil: a evolução do país e suas doenças. São Paulo, Hucitec, 2ª Edição,2000. • PARREIRA, l.; - Apostila de saúde pública da FEFISA_ Faculdades Integradas de Santo André. Santo André, 2012. • Política Nacional De Alimentação e Nutrição (PNAN) – Disponível em: nutricao.saude.gov.br – Acesso em 14/08/2013. • Sarni, R.O.S.; Souza, F.I.S., Buzzini, R. - Terapia Nutricional no Paciente • Pediátrico com Desnutrição Energético-Proteica - Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral Associação Brasileira de Nutrologia Sociedade Brasileira de Patologia - 2011. Disponível em: www.projetodiretrizes.org.br/.../terapia_nutricional_no_pacientes_pediat... Acesso em 13/09/2013. http://www.projetodiretrizes.org.br/.../terapia_nutricional_no_pacientes_pediat
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