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O QUE É SOCIOLOGIA - Resumo.doc

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O QUE É SOCIOLOGIA
Carlos Benedito Martins
Capítulo primeiro: O surgimento
O autor parte do princípio que a sociologia é o resultado de uma tentativa de compreender as novas situações sociais, criada a partir dos momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista.
A instalação definitiva da sociedade capitalista com a Revolução Francesa e a Revolução Industrial no século XVIII é um marco importante para o surgimento da sociologia. As mudanças econômicas, políticas e culturais que ocorreram com maior rapidez a partir dessa época trouxeram problemas nunca vistos para as pessoas que experimentavam as mudanças que aconteciam. Algumas dessas transformações foram: o crescimento de pequenas cidades, a urbanização e o surgimento de indústrias. Essas mudanças acarretavam consequências como a reordenação da sociedade rural, a destruição da servidão, o desmantelamento da família patricial etc. A transformação da atividade artesanal em manufatureira e, por último, em atividade fabril, desencadeou uma maciça emigração do campo para a cidade. Mulheres e crianças engajaram em jornadas de trabalho nas indústrias em pelo menos 12 horas, sem férias e feriados, ganhando salários inferiores aos homens. As cidades passavam por um vertiginoso crescimento demográfico, sem possuir, no entanto, uma estrutura de moradias, de serviços sanitários, de saúde, capaz de acolher a população.
O surgimento da sociologia prende-se em parte aos abalos provocados pela revolução industrial, pelas novas condições de existência por ela criadas.
O objetivo dos iluministas era demonstrar que as instituições daquela época eram injustas e irracionais, impedindo assim a liberdade do homem. Reivindicavam a liberação do indivíduo de todos os laços sociais tradicionais, tal como as corporações e autoridade feudal, pois o enxergavam como dotado de razão destinado à igualdade social e à liberdade. Com a crescente racionalização da vida social, não somente os filósofos, mas qualquer homem poderia construir um estudo científico sobre a sociedade, pois eles deixavam de ver as instituições sociais e as normas como fenômenos permanentes e, passaram a enxergar como produtos de suas atividades, que poderiam ser conhecidas e alteradas.
Em 1789 a burguesia investiu decididamente contra os fundamentos da sociedade feudal, procurando construir um Estado que assegurasse sua autonomia em face da Igreja e que protegesse e incentivasse a empresa capitalista, com objetivo de abolir a antiga forma de sociedade e promover profundas inovações na economia, na política e na vida cultural.
Muitos intelectuais se assustavam com a nova realidade da época, Tocqueville, Durkheim, Saint Simon, Comte, Le Play, entre outros, se propuseram a dar racionalidade à nova ordem, para encontrar um estado de equilíbrio na nova sociedade. Segundo eles, seria necessário conhecer as leis que regem os fatos sociais, instituindo uma ciência da sociedade. A tarefa que os fundadores da sociologia assumem é a de estabilização da nova ordem.
A sociologia assumia a tarefa de repensar o problema da ordem social, dando ênfase em algumas instituições como a família, a autoridade e hierarquia social, revestindo-se de um conteúdo estabilizado e ligando-se a movimentos conservadores da sociedade. A sociologia de inspiração positivista isola a filosofia negativa e da economia política, procurando criar um objeto autônomo “O social”, postulando uma independência dos fenômenos sociais em face dos econômicos. O proletariado buscará seu referencial teórico no pensamento socialista e não nesta sociologia criada e moldada pelo espírito positivista, para poder levar adiante as suas lutas na sociedade de classes. É nesse contexto que a sociologia vincula-se ao socialismo e a nova teoria crítica da sociedade passa a estar ao lado dos interesses da classe trabalhadora. 
A sociologia sempre foi algo mais do que mera tentativa de reflexão sobre a moderna sociedade.

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