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O Estado como Sujeito de Direito Internacional

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Disciplina: CCJ0056 - DIREITO INTERNACIONAL
AULA 04: O Estado como sujeito de direito internacional
Conjunto de instituições de regulação e de apoio que têm soberania ao longo de um território definido e com população.
A Convenção Pan-americana sobre Direitos e Deveres dos Estados (Montevidéu, 1933) considera que o Estado pessoa internacional deve ter os seguintes requisitos: 
povoação permanente;
território determinado;
governo;
capacidade de entrar em relações com os demais Estados.
O Estado
2.1.1. Elementos 
O Estado, personalidade originária de direito internacional público, ostenta três elementos conjugados: 
**uma base territorial, 
**uma comunidade humana estabelecida sobre essa área, 
**uma forma de governo não subordinado a qualquer autoridade exterior. É chamado de elemento primário ou fundador.
O Estado
Base Territorial: 
Sobre seu território o Estado exerce jurisdição. O território é a área terrestre do Estado, somada àqueles espaços hídricos de topografia puramente interna, como os rios e lagos que se circunscrevem no interior dessa área sólida. Sobre o território assim entendido, o Estado soberano tem jurisdição geral e exclusiva.
A exclusividade significa que só ele pode, assim, tomar medidas restritivas contra pessoas, detentor que é do monopólio do uso legítimo da força pública. É preciso saber que território em sentido jurídico é mais amplo que o sentido dado pela geografia política, visto que abrange, por exemplo, o domínio marítimo. O território nacional em sentido jurídico pode incluir navios e aeronaves militares, estando subordinados à jurisdição nacional mesmo em território estrangeiro.
O Estado
Base Territorial: 
O controle de uma parte da massa terrestre do planeta é essencial para a existência do Estado.
Ex: Principado de Sealand. 
É possível o estabelecimento de um Estado em Alto Mar?
O Mar enquanto Res Communis.
O Estado
Base Territorial: 
Território e Soberania
No território de um Estado a sua jurisdição é geral e exclusiva. 
Geral - porque o Estado tem todo poder que decorre dessa noção (legislar, usar força física, julgar). 
Exclusiva - competência exclusiva do Estado para tomar medidas jurídicas em seu território.
Ex: proibição da abdução. 
O Estado
População: Comunidade humana estabelecida nesta base territorial. Nacionais e estrangeiros.
Povo:
sentido subjetivo - seria um conjunto de pessoas que desejam viver em comunidade. 
sentido objetivo - revela que povo é um conjunto de pessoas que compartilham a mesma herança étnica, cultural, religiosa, linguística. 
O Estado
Povo:
Autores como Rezek no Brasil e Alan Pellet na França ressaltam não a necessidade de uma população, mas sim a dimensão pessoal do Estado. 
Conceito mais utilizado: população.
O Estado
Governo:
 
“Governo soberano” ou seja, não subordinado a qualquer autoridade exterior.
O governo é o terceiro elemento do Estado e é a sua organização política. O poder existe em toda sociedade como uma necessidade de se manter a própria organização social. O DIP não impõe uma forma de governo para os Estados. A organização política é uma decorrência da soberania do Estado e assegurada pela ordem jurídica internacional. Quando os textos do DIP, como a Carta da OEA, estabelecem como forma de regime a democracia representativa, isto é feito a título programático ou de ideal, sem que se imponha como uma obrigação jurídica, apesar de consagrada em tratado. A sua violação é incapaz de acarretar a responsabilidade internacional do Estado ou de ser imposta pela própria organização. O DIP não tem qualquer predileção por uma determinada forma de governo, e quando ela surge consagrada em texto internacional, por exemplo na OEA, isto é uma decorrência de imposição de uma grande potência da região (no caso, EUA).
O Estado
Governo:
 A inexistência temporária de um governo não impede a sua perpetuação.
 A sociedade internacional garante a existência desses Estados como realidade meramente jurídica.
Ex: Estados Falidos. 
Ex: Estados ocupados durante a Segunda-Guerra.
Ex: Os países bálticos e URSS. 
O Estado
Independência ou Capacidade de estabelecer relações com os demais países:
Sem soberania interna, ou seja, sem governo momentaneamente, o Estado pode existir. Sem soberania externa o país não pode existir. Soberania externa é independência jurídica. 
Ex: Países ligados à Rússia durante a União Soviética.
Ex: Guiana Francesa. 
Ex: Porto Rico 
1. Ocupação: estabelecimento de população em determinado território (res nullius). É diferente de ocupação por guerra de conquista que não é reconhecida pelos princípios de DI e pela Carta da ONU. Hoje já não mais existe território sem dono, à exceção da Antártida, já definida por Tratado e o Ártico.
2. Emancipação: ocorre por sublevação. Um grupo nacional, numeroso e forte, se liberta da metrópole, passando a comandar interna e externamente, seus próprios destinos (Brasil e Portugal, EUA  e Inglaterra, Timor-Portugal).
3. Separação(desmembramento ou secessão): parte de um Estado se desvincula do todo estatal, criando um novo Estado. (Império Autro-húngaro).
4. Fusão: dois Estados passam a formar um só Estado (Unificação Italiana e Unificação Alemã)
Formação normativa: Por acordos internacionais (Vietnam e Vaticano).
A) Formação do Estado:
Características do Reconhecimento de Estado: Ato unilateral, Irrevogável, Incondicional, Retroativo e Discricionário.
Artigo 13 da Carta da OEA
A existência política do Estado é independente do seu reconhecimento pelos outros Estados. Mesmo antes de ser reconhecido, o Estado tem o direito de defender a sua integridade e independência, de promover a sua conservação e prosperidade, e, por conseguinte, de se organizar como melhor entender, de legislar sobre os seus interesses, de administrar os seus serviços e de determinar a jurisdição e a competência dos seus tribunais. O exercício desses direitos não tem outros limites senão o do exercício dos direitos de outros Estados, conforme o direito internacional.
B) O Reconhecimento:
Duas concepções sobre a natureza do reconhecimento:
1 - Constitutiva (atributiva)
É o ato de reconhecimento que constitui o Estado, o qual verdadeiramente constituiria o Estado, atribuindo a ele personalidade estatal. É teoria minoritária.
2 -Declaratória
O reconhecimento é tão somente ato declaratório da existência do Estado, já que a personalidade estatal independe da deliberação de outros Estados. É a teoria adotada pela Carta da OEA e pelo Institut de Droit Internacional. 
B) O Reconhecimento:
Efeitos de Fato do Reconhecimento:
**Só se mantêm relações diplomáticas e, por conseguinte, políticas com Estado que se reconhece. A falta de reconhecimento traz problemas para o reconhecimento dos atos jurídicos do novo Estado: não se atendem pedidos de extradição, não se reconhecem casamentos celebrados no novo Estado, etc.
**O objeto do reconhecimento passa a ser oponível a quem o reconheceu. O Estado reconhecido deverá ter reconhecido seu direito à soberania e ao respeito mútuo. Exemplo – os Estados árabes oferecem o reconhecimento de Israel nas negociações de paz.
B) O Reconhecimento:
Capacidades internacionais que os Estados possuem e outros sujeitos podem titularizar temos: 
-Capacidade de desfrutar de privilégios e imunidades perante tribunais internos e autoridades de outros países.
-Capacidade de oferecer proteção diplomática ou chamada proteção funcional no âmbito das organizações internacionais. 
-Promover reclamações em Tribunais estrangeiros, inclusive protegendo os seus particulares em estado estrangeiro (proteção diplomática ou endosso).
A proteção diplomática ou endosso é um Direito do Estado e não do sujeito. O Direito demandado é o Direito do próprio Estado, visto que seus nacionais tiveram direito violado. 
No atual costume internacional, a proteção diplomática só pode ser concedida a seus nacionais.
No âmbito do direito internacional, cada vez mais são debatidos temas ligados ao domíniopúblico internacional, conjunto de espaços cujo uso interessa a mais de um Estado ou à sociedade internacional como um todo. Nesse sentido, não é tema de domínio público internacional
 a) o espaço aéreo.
 b) o espaço sideral.
 c) o continente antártico.
 d) a Internet.
 e) a Sibéria.
CESPE – MAGISTRATURA FEDERAL – 5ª REGIÃO - 2009
Assunto de Direito Costumeiro X Convenção da ONU (em formação).
Hoje o tema é regulado por dois campos: 
1) responsabilidade subjetiva:
Regulada pelos usos e costumes, doutrina, princípios gerais, tratados.
2) responsabilidade objetiva:
Regulada por tratados multilaterais sobre assuntos específicos.
2.1.3. Responsabilidade Internacional 
Artigo 27 CVT
Direito Interno e Observância de Tratados 
Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado. Esta regra não prejudica o artigo 46.
2.1.3. Responsabilidade Internacional
Questão 02:
Com relação aos tratados internacionais, assinale a opção correta à luz da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, de 1969.
 
A.    Ainda que a existência de relações diplomáticas ou consulares seja indispensável à aplicação de um tratado, o rompimento dessas relações, em um mesmo tratado, não afetará as relações jurídicas estabelecidas entre as partes.
B.     Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado.
C.     Reserva constitui uma declaração bilateral feita pelos Estados ao assinarem um tratado.
D.    Apenas o chefe de Estado pode celebrar tratado internacional.
Exame de Ordem Unificado – 2009.1
QUESTÃO 11
Considerando o sentido jurídico de território, tanto em direito internacional público quanto em direito constitucional, assinale a opção incorreta.
A) Em sentido jurídico, o território nacional é mais amplo que o território considerado pela geografia política, pois abrange áreas físicas que vão além dos limites e das fronteiras ditadas por esta.
B) O território nacional, em sentido jurídico, pode incluir navios e aeronaves militares, independentemente dos locais em que estejam, desde que em espaço internacional e sob a condição de que não se trate de espaço jurisdicional de outro país.
C) O território nacional, em sentido jurídico, pode possuir contornos inexatos, conforme ocorre na delimitação da projeção vertical do espaço aéreo.
D) O território, em sentido jurídico, pode ser mais ou menos abrangente, a depender de manifestações unilaterais dos Estados soberanos.
OAB-Exame unificado 2008/03
1) responsabilidade subjetiva ou por culpa:
Regulada pelos usos e costumes, doutrina, princípios gerais, tratados.
Teoria da culpa, defendida por Hugo Grotius. Para esta corrente, o Estado ou OI só é responsável pelos atos ilícitos que cometeu com culpa, em qualquer de suas três modalidades, ou dolo;
2.1.3. Responsabilidade Internacional 
2) Responsabilidade Objetiva ou Teoria do Risco:
Regulada por tratados multilaterais sobre assuntos específicos.
Sem culpa, ou por risco - é instituto rígido e é regulada por normas especiais escritas que definem tipos também rígidos. Defende que o Estado ou OI é responsável por todo ato ilícito que cometa, ainda que sem culpa ou dolo. 
Ex:(Convenção sobre responsabilidade Civil contra terceiros no campo da Energia Nuclear e convenção sobre Responsabilidade Internacional por danos causados por objetos espaciais e etc.
Ex: Tratado da Antártida sobre Proteção ao Meio Ambiente, assinado em Madri, em 4 de outubro de 1991. 
2.1.3. Responsabilidade Internacional 
Os Estados são responsáveis pelos atos ilegais cometidos por qualquer de seus poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Todos os atos ilícitos internacionais praticados pelo Executivo diretamente ou por seus funcionários e agentes (ainda que incompetentes, desde que aparentemente competentes para o ato lesivo), tanto no âmbito interno como externo, geram responsabilidade internacional para o Estado.
A responsabilidade do Estado por atos de seus agentes é objetiva, mas ocorre apenas quando o Estado não toma as medidas necessárias para a punição dos culpados, válida a mesma regra para o pessoal das Forças Armadas.
Tem-se entendido que certas condutas podem gerar responsabilidade internacional independentemente de acarretarem dano, quando gerarem riscos excepcionais de eventos extremamente danosos, como testes nucleares. Nestes casos, a mera prática do ato responsabiliza o Estado ou OI a quem tal ato puder ser imputado.
Questão20
Sobre as denúncias e o sistema de Responsabilização por violação de Direitos Humanos, perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, assinale a afirmativa
correta.
A) A Comissão poderá responsabilizar tanto o Estado como as pessoas naturais e jurídicas, de direito público ou privado, que cometeram a violação, solidariamente.
B) A Comissão não possui competência para responsabilizar as pessoas naturais, podendo apenas determinar a responsabilidade das pessoas jurídicas, de direito público ou privado, que cometeram a violação.
C) A Comissão poderá responsabilizar tanto o Estado como as pessoas naturais e jurídicas, de direito público ou privado, que cometeram a violação. Neste caso a responsabilidade do Estado será subsidiária.
D) A Comissão não possui competência para atribuir responsabilidades individuais, podendo apenas determinar a responsabilidade Internacional de um Estado membro da OEA.
FGV - X Exame de Ordem Unificado – Prova tipo 1/branca
PARECER CONSULTIVO DA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA, de 11 de abril de 1949 (caso Bernadotte)
No caso casoBernadotte, no qual a Corte Internacional de Justiça entendeu que a ONU tem personalidade jurídica própria para defender seu funcionário. Senão, vejamos:
“(...) Nos tratados constitutivos das Organizações Internacionais mais antigas não havia a preocupação de atribuir, de forma expressa, personalidade jurídica.
A não manifestação expressa atribuindo personalidade jurídica às Organizações Internacionais gerava questionamentos em considerá-las ou não sujeitos de Direito Internacional. Este questionamento ficou elucidado por meio de um parecer Consultivo, datado de 11.04.1949, solicitado pela Assembléia Geral da ONU, à Corte Internacional de Justiça, no caso conhecido como Bernadotte.
Em 1948 a ONU envia, a seu serviço, o diplomata sueco Conde Bernadotte como seu mediador na Palestina. Ele foi assassinado no exercício de suas funções, e a ONU por este motivo resolveu exigir as devidas reparações e indenizações, ocasião em que se questionou a capacidade jurídica da organização de formar o pedido.
O parecer da Corte Internacional de justiça põe termo à discussão ao reconhecer a personalidade jurídica da ONU por entender que ela se constitui o tipo mais elevado de organização Internacional, e não poderia corresponder às intenções de seus fundadores caso ela fosse desprovida de personalidade jurídica.
A Corte entendeu ainda que cinqüenta Estados, representando uma maioria dos membros da Comunidade Internacional, têm o poder, conforme o Direito Internacional de criar uma entidade titular de uma personalidade jurídica objetiva, e não simplesmente uma personalidade reconhecida somente pelos Estados-membros.” (MERCADANTE, Araminta de Azevedo (coordenador). Blocos Econômicos e Integração na América Latina, África e Ásia. Curitiba: Juruá, 2007, p. 107.)
Com relação aos Estados, são considerados pessoas jurídicas internacionais por excelência, pois representam a coletividade na ordem juridical internacional.
Assim, diante do exposto, conclui-se que, além da legitimidade do Estado patrial a Organização das Nações Unidas tem legitimidade para proteger seus funcionários de atos ilícitos. 
 
 No parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça sobre o caso Bernadotte (1949) ficou assentado que:
a) tanto o Estado patrial de um funcionário das Nações Unidas quanto a própria organização têm, em princípio, legitimidade para protegê-lo contra oEstado que lhe tenha causado dano mediante ato ilícito.
b) só o Estado patrial do funcionário tem legitimidade nessa mesma hipótese.
c) a proteção funcional é impossível se o causador do dano, mediante ato ilícito, não for membro das Nações Unidas.
d) a proteção funcional é impossível se o causador do dano, mediante ato ilícito, for o próprio Estado patrial do funcionário das Nações Unidas.
14º Concurso da Magistratura Federal 3ª Região - 2008
Trata a questão dos privilégios e garantias dos representantes de certo Estado soberano junto ao governo de outro. Na atualidade vigem a propósito, com aceitação generalizada, duas convenções celebradas em Viena nos anos sessenta:
Convenção sobre relações diplomáticas (1961).
Convenção sobre relações consulares (1963).
Diplomata: O diplomata representa o Estado de origem junto à soberania local, e para o trato bilateral dos assuntos de Estado. O serviço diplomático, de que cuida a Convenção de 1961, goza de estatuto acentuadamente mais favorável que aquele próprio do serviço consular, versado na Convenção de 1963
Consul:o cônsul representa o Estado de origem para o fim de cuidar, no território onde atue, de interesses privados — os de seus compatriotas que ali se encontrem a qualquer título, e os de elementos locais que tencionem, por exemplo, visitar aquele país, de lá importar bens, ou para lá exportar.
 2.1.4. Imunidade Estatal 
Durante séculos, imperou a máxima segundo a qual um Estado não pode julgar outro sem o consentimento desse último:
“Par in parem non habet imperium/judicium”. 
Esse sistema conhecido como sendo o sistema da imunidade absoluta de jurisdição dos Estados permitia que eles disfrutassem de tal imunidade em relação à todas suas atividades, inclusive as comerciais. A única possibilidade de julgamento acontecia com a renúncia à imunidade de jurisdição. 
Imunidade Estatal Absoluta
IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO ABSOLUTA:
A imunidade dos três grandes como principais representantes do seu Estado continua a ser considerada absoluta segundo o costume internacional. Eles não respondem durante o exercício do cargo nem por seus atos oficiais nem por seus atos particulares. 
Para atos de Império (atos de governo):
 Há imunidade de jurisdição. 
Para atos de gestão ou comércio:
(ex: contratação de jardineiro para trabalhar na embaixada) essa imunidade de jurisdição não existe. Nota-se que a imunidade de jurisdição foi relativizada. No Brasil, o STF - desde 1989 - reconhece o sistema da imunidade relativa de jurisdição. O Caso Genny de Oliveira foi o leading case, uma reclamação trabalhista contra a Alemanha. 
Em matéria trabalhista a competência para julgar é a Justiça do Trabalho.
 2.1.4. Imunidade Estatal 
Imunidade Soberana ou Estatal 
 Ela tem como fonte jurídica o Costume Internacional. As normas de imunidade soberana protegem: 
1 - os Estados enquanto pessoas jurídicas; 
2 - os três grandes no interior de um Estado (o chefe de Estado, o chefe de Governo e o ministro das relações exteriores); 
3 - outros representantes de um Estado em função oficial. 
IMUNIDADE SOBERANA OU ESTATAL NA ATUALIDADE
IMUNIDADE DE EXECUÇÃO:
O Estado goza de imunidade de execução absoluta. Ex: o jardineiro pode ganhar ação na Justiça do trabalho e não receber, pois existe imunidade de execução. O jardineiro só recebe caso o Estado levado à juízo abra mão de sua imunidade de execução. A doutrina minoritária entende que também é possível atingir os bens de embaixada desde que não sejam os bens necessários à sua atividade. 
Obs: Na prática o Estado que é levado a juízo paga o que deve em acordo. 
São fisicamente invioláveis os locais da missão diplomática com todos os bens ali situados.
 2.1.4. Imunidade Estatal 
IMUNIDADE DE EXECUÇÃO:
Informativo 779 do STF
 2.1.4. Imunidade Estatal 
Tema muito atual, principalmente porque houve decisão do STF que decidiu em 2013 pela imunidade de jurisdição das organizações internacionais, principalmente a ONU. Sabendo que as regras de imunidade de jurisdição das organizações internacionais estão no próprio estatuto de sua criação. Como não têm territórios, a imunidade de jurisdição vai se dar onde elas realizam suas missões. 
A ONU e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento possuem imunidade de jurisdição e execução de acordo com decisão de 2013, pelo STF que confirmou a imunidade em matéria trabalhista. Assim, a ONU não pode ser julgada pela Justiça do Trabalho.
IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS:
Diplomatas e Técnicos: 
No âmbito da missão diplomática, tanto os membros do quadro diplomático de carreira (do embaixador ao terceiro-secretário) quanto os membros do quadro administrativo e técnico (tradutores, contabilistas etc..) — estes últimos desde que oriundos do Estado acreditante, e não recrutados in loco — gozam de ampla imunidade de jurisdição penal e civil. São, ademais, fisicamente invioláveis, e em caso algum podem ser obrigados a depor como testemunhas. Reveste-os, além disso, a imunidade tributária.
Exceções quanto à jurisdição civil: não há imunidade no caso de feito sucessório em que o agente esteja envolvido a título estritamente privado, nem na ação real relativa a imóvel particular. Tampouco pode invocar a imunidade o agente que, havendo proposto ele próprio certa ação cível, enfrenta uma reconvenção. A Convenção de 1961 dispõe também que não há imunidade no caso de feito relativo a uma profissão liberal ou atividade comercial exercida pelo agente; mas seu próprio texto proíbe tais atividades paralelas ao diplomata.
Exceções quanto à imunidade tributária: o beneficiário do privilégio diplomático deverá arcar com os impostos indiretos, normalmente incluídos no preço de bens ou serviços, as tarifas correspondentes a serviços que tenha efetivamente utilizado. Possuindo, imóvel particular no território local, pagará os impostos sobre ele incidentes.
A) Grau de Privilégios:
Familiares dos Diplomatas e técnicos: 
Em matéria penal, civil e tributária, os privilégios dos agen­tes das duas categorias acima estendem-se aos membros das respectivas famílias, desde que vivam sob sua dependência e tenham sido incluídos na lista diplomática.
Pessoal subalterno ou pessoal de serviços da missão diplomática: custeado pelo Estado acreditante, só goza de imunidades no que concerne a seus atos de ofício, à sua estrita atividade funcional — o que significa que, neste caso, não cabe falar em extensão do privilégio ao grupo familiar.
 
Criados particulares: 
pagos pelo próprio diplomata, não têm qualquer privilégio garantido pelos textos convencionais.
A) Grau de Privilégios:
Renúncia à imunidade. O Estado acreditante — e somente ele — pode renunciar, se entender conveniente, às imunidades de índole penal e civil de que gozam seus representantes diplomáticos e consulares. 
1 – Segundo a Convenção Pan-americana sobre Direitos e Deveres dos Estados (Montevidéu, 1933) quais são os requisitos do Estado enquanto sujeito de Direito Internacional?
2- Por que motivo o Estado é considerado pessoa originário de Direito Internacional? 
3- Por que o Direito Internacional não pode impor uma forma de governo aos Estados?
 4- Qual a diferença entre o conceito de população e povo de um Estado?
5- Quais são as duas principais concepções sobre a natureza do reconhecimento?
6- Quais são as características do reconhecimento?
7- Levando-se em consideração o Artigo 13 da Carta da OEA qual a concepção sobre o reconhecimento prevalece entre os países membros?
8- Que fontes do Direito Internacional são utilizadas para regular a responsabilidade subjetiva?
9- Que fontes do Direito Internacional são utilizadas para regular a responsabilidade objetiva?
ESTUDO DIRIGIDO:
10- Quando é possível a responsabilização do Estado por atos de seus agentes?
11- Algumas atividades são tão nocivas que sua simples prática leva à responsabilização estatal, pelo risco de dano causado. Dê exemplo de atividade que se amolda a essa regra:
12- Que imunidadessão previstas para os diplomatas?
13- Qual a diferença quanto a imunidade para atos de império e para atos de gestão ou comércio?
14- Por que podemos afirmar que numa ação contra um Estado em matéria trabalhista, um brasileiro que trabalhe como cozinheiro numa embaixada pode viver o ditado popular “ganhou mas não levou”?
15- Aponte exemplos de exceção quanto à imunidade de jurisdição civil dos diplomatas:
16- Comente sobre a imunidade de jurisdição em matéria trabalhista no Brasil:
17 – O diplomata pode renunciar à sua própria imunidade ou de algum membro de sua família? Explique:
ESTUDO DIRIGIDO:

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