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AULAS PENAL-1

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ITER CRIMINIS 
 
- Iter criminis são as fases, as etapas do crime doloso majoritariamente 
considerando-se quatro algumas obrigatórias e outras eventuais facultativas; é o 
caminho do crime. As fases ou etapas do crime são: fase interna (cogitação) e 
fase externa (preparação, execução e consumação). OBS > alguns autores 
defendem (Rogério Grecco ), uma quinta etapa qual seja > exaurimento 
Cogitação => É a etapa psicológica em que o autor pensa elabora o fato é 
imaginar, idealizar a prática de um crime, se é uma etapa puramente mental 
“psicológica” esta etapa é absolutamente impunível. Em face do princípio da 
lesividade ou ofensividade é uma etapa absolutamente impunível não havendo 
intervenção do direito penal, muito embora esta etapa seja obrigatória. Ela pode 
ocorrer quase que instantaneamente a execução do crime. 
OBS > equipara-se ao conceito de premeditação sendo uma etapa obrigatória e 
necessária para todo crime doloso, podendo no entanto ter longa ou curta duração. 
Preparação (atos preparatórios) => Caracterizam-se através de atos 
concretos e materializados no mundo real, que visam propiciar organizar a prática 
do crime, porém não ultrapassa a esfera do próprio agente sendo portanto de regra 
impuníveis. Esta etapa é facultativa podendo vir a existir ou não. 
OBS : Há exceções a impunibilidade dos atos preparatórios quando o legislador 
tipifica autonomamente condutas que seriam de mera preparação criando assim 
um tipo penal autônomo e tornando a conduta punível. Ex: petrechos para 
falsificação de moeda. 
Execução (atos executórios) => Se dá através da realização do crime 
quando o agente passa a interferir no bem jurídico alheio permitindo-se assim a 
intervenção penal através da punição ao menos da forma tentada do crime. 
OBS: Para o sistema penal brasileiro, só há crime a partir da fase de execução 
(consoante o artigo 14 inciso II do CP, diz-se o crime tentado quando, iniciada a 
execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente), o que 
permite inferir que a fase de cogitação e os atos meramente preparatórios não são 
puníveis criminalmente. 
 
Critérios de delimitação do início de execução: 
 
1. Objetivo formal: De raízes causalistas determina que o início de execução 
se dá quando o agente inicia o movimento de realização do verbo núcleo do 
tipo penal. Pela prática da conduta formalmente prevista na lei. O inicio de 
execução se dá com o início da ação contida no verbo nuclear do tipo penal. 
2. Objetivo Individual (objetivo subjetivo): O início de execução se dá 
independentemente da concreta realização do verbo núcleo do tipo penal, 
mas sim no momento imediatamente anterior a esta realização, ou seja no 
ultimo momento antes da concreta prática do verbo núcleo do tipo penal 
quando se demonstra o início de realização do “plano criminoso do autor” 
(dolo), quanto a prática do fato previsto na lei penal. Tem base finalista. 
 
Consumação => Se dá quando o crime está completo sendo que isto ocorre de 
três formas: 
1. Com a concreta produção do resultado naturalístico previsto na lei. < 
materialização de um resultado no mundo fático (crimes materiais). 
2. Com a completa realização da conduta formalmente proibida 
independentemente da produção do resultado material previsto. (crimes 
formais). 
3. Com a completa realização da mera conduta proibida não havendo 
qualquer resultado material sequer previsto. (crimes de mera conduta). 
 
Exaurimento => é o esgotamento do crime ou seja quando não há mais nada 
para ocorrer e por isso pode acontecer em qualquer crime. Porém nos crimes 
materiais não será relevante, pois coincide com a própria consumação, através da 
produção do resultado, nos crimes de mera conduta também será irrelevante, pois 
também coincide com a consumação através da prática da conduta (exaurimento 
formal). Nos crimes formais é importante se falar em exaurimento, pois este muitas 
vezes se destaca da consumação já que esta ocorre com a completa prática da 
conduta e o exaurimento apenas com a eventual produção do resultado material 
que não é necessário. 
 
Crime Consumado 
- De acordo com o art. 14, inciso I do CP, diz-se o crime consumado quando 
nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal (houve integral 
cumprimento do iter criminis). 
 Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 Crime consumado 
 I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
 Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à 
vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 Pena de tentativa 
 Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena 
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. 
 Desistência voluntária e arrependimento eficaz 
 Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou 
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. 
 
 
- Se, atingida a consumação, o agente lograr todas as conseqüências que o 
delito permitia, ingressará na fase de exaurimento do crime, que, normalmente, 
deve ser levada em conta no campo de aplicação da pena (conseqüências do crime 
– art. 59 do CP). 
 
Crime Tentado 
 
- Ocorre quando o agente inicia a execução, mas não chega a consumação 
por motivos alheios a sua vontade, trata-se portanto de um crime incompleto. De 
acordo com o art. 14, inciso II do CP, diz-se o crime tentado quando, iniciada a 
execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art14
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art14
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art14
(lembre-se que se a consumação não ocorrer pela vontade do agente, teremos 
desistência voluntária ou arrependimento eficaz). 
 
OBS: O dolo do crime consumado é igual o do crime tentado estes problemas se 
dão no plano objetivo da realização do crime, por isso o agente responderá na 
tentativa pelas mesmas penas em abstrato de um crime consumado e o tipo penal 
será o mesmo, porém como o crime tentado está incompleto pela a ausência de 
consumação a pena também deverá ser incompleta e por isso diminuída de um 
terço a dois terços. 
 
Natureza da tentativa => causa de diminuição da pena. Doutrinariamente 
pode-se afirmar que ela é uma norma de adequação típica indireta ou por 
subordinação mediata ou ainda por extensão. 
 
- trata-se de norma de extensão já que estende a aplicação do tipo 
consumado a quem só tentou e por isso norma de adequação típica indireta por isso 
é preciso se passar pelo art. 14 CP para adequar a conduta de tentar ao modelo 
típico previsto, portanto norma de adequação típica por subordinação mediata já 
que a imputação do crime consumado está subordinada a diminuição de pena do 
artigo 14, por isso é também causa de diminuição de pena. 
 
Classificação doutrinária da tentativa: 
 
Quanto ao “iter criminis” pecorrido ou quanto a execução: 
▪ Imperfeita, inacabada ou propriamente dita: o agente inicia a execução 
mas não consegue acabá-la, por circunstâncias alheias à sua vontade, não 
praticando todos os atos executórios, havendo portanto atos a executar ou 
seja, é impedido de prosseguir na execução do crime (ex. alguém lhe toma 
a arma depois do primeiro disparo). 
▪ Perfeita, acabada ou crime falho: ocorre quando o agente inicia a 
execução e completa a realização dos atos executórios, porém por motivos 
alheios a sua vontade o crime não se consuma ou seja ele pratica todos os 
atos de execução que tinha ao seu dispor, todavia o crime não se consuma 
por circunstâncias alheias à sua vontade (ex. o agente dispara todos os 
projéteis que tinha na arma e alguém socorre a vítima, salvando-a.OBS: A 
tentativa perfeita, (onde se esgota os atos executórios), somente é 
compatível com os crimes materiais. 
 
OBS: Tem jurisprudência norteando a redução da tentativa conforme o maior 
percurso feito no caminho do crime, portanto quanto mais atos executórios menor 
a redução e vice versa. Prevalece portanto que a redução da pena na tentativa 
deve ser inversamente proporcional a proximidade da produção do resultado. 
Concluindo neste caso que quando mais próximo de causar a consumação 
menor será a redução. 
 
Quanto ao resultado produzido na vítima: 
 
▪ Incruenta ou branca: ocorre quando a vítima não é atingida (ex. agente 
descarrega arma em direção à vítima e esta não é atingida não há 
derramamento de sangue, não há resultado material – Ex: tentativa branca 
de homicídio); pode ser perfeita ou imperfeita. 
▪ Cruenta ou vermelha: É aquela em que há concreta lesão material da 
vítima, mas não havendo a consumação. Ocorre na hipótese de a vítima ser 
atingida; pode ser perfeita ou imperfeita. 
 
Quanto a possibilidade concreta de alcançar o resultado: 
 
▪ Inidônea, inadequada, impossível ou quase-crime: O resultado é 
absolutamente impossível de ser alcançado, são as hipóteses de crime 
impossível (CP 17). > é impunível 
▪ Idônea: O resultado, apesar de não alcançado por circunstâncias alheias a 
vontade do agente, era possível. > é punível 
 
Quanto a vontade do agente: 
 
▪ Simples: O resultado não ocorre por circunstâncias alheias a vontade do 
agente. 
▪ Abandonada: O resultado não ocorre por circunstância inerentes a vontade 
do agente. É o nome dado pela doutrina às hipóteses de desistência 
voluntária e arrependimento eficaz (CP 15). (é o gênero do qual são 
espécies a desistência voluntária e do arrependimento eficaz). 
 
Infrações penais que não admitem tentativa: 
 
▪ Crime culposo => Não se pode tentar aquilo que não se quer em face da 
ausência de vontade (dolo) não há tentativa, pois o resultado é involuntário. 
OBS: a culpa imprópria (legítima defesa putativa), na verdade é um crime 
voluntário punido culposamente por razões de política criminal. Prevalece 
que mesmo neste caso não há tentativa. Ou no caso de legítima defesa 
putativa caso a vítima não morra deve o agente responder por lesão 
corporal. A doutrina afirma que há exceção na hipótese de culpa imprópria 
quando em função de um erro de tipo permissivo evitável, é possível a 
tentativa do crime culposo, pois na verdade trata-se de tentativa de crime 
doloso impropriamente punido como crime culposo em razão do erro. 
▪ Crime preterdoloso (além do dolo) => Como nesses crimes há um resultado 
mais grave do que o desejado e que é produzido a título de culpa não há 
como tentá-lo pois ele não foi ou não é desejado sendo produto da falta de 
cuidado, pois o resultado aqui também é involuntário. Ex: lesão corporal 
seguida de morte. OBS: a doutrina admite a tentativa no crime preterdoloso 
quando apesar de ocorrido o resultado culposo, ficou frustada a conduta 
antecedente dolosa. Ex: tentativa de aborto qualificado pela morte da 
gestante. Sobrevivendo o feto. 
▪ Contravenção penal => O 4º da lei das contravenções penais diz que o 
fato não é punível. Subtraindo-se o seguinte entendimento que o fato é 
possível todavia não é punível. 
▪ Crime de atentado => a tentativa é punida com a mesma pena da 
consumação. Já trazendo a tentativa como elementar do tipo incriminador. 
Entendendo alguns doutrinadores que a tentativa é um acontecimento 
possível só não se permitindo a redução da pena. 
▪ Crime habitual => este só existe após a reiteração de atos Doutrina 
majoritária. OBS: tem jurisprudência admitindo a tentativa. Ex: 
curandeirismo > no caso de agente estar atendendo a um paciente e tendo 
vários com hora marcado ou com atendimentos agendados. < esta 
jurisprudência é minoritária. 
▪ Crimes unissubsistentes => A conduta típica é indivisível, infracionável 
portanto ou ocorre por inteiro e o crime s consuma ou não há crime, pois a 
sua execução não admite fracionamento. Ex: crimes omissivos próprios e 
crimes de mera conduta. OBS: excepcionalmente há um crime de mera 
conduta que admite tentativa que é a violação de domicílio < doutrina de 
Flávio monteiro de Barros <= neste caso minoritária. 
▪ Crimes que só são puníveis quando ocorrer determinado resultado => art. 
122 participação em suicídio. OBS: Cezar Roberto Bitencourt discorda. 
▪ (Crimes punidos a título de dolo eventual) => pois para alguns autores o 
agente não quer o resultado apenas assumindo o risco de produzi-lo. 
Prevalece que no entanto da jurisprudência que assumir o risco não deixa 
de ser uma vontade e portanto admite-se sim a tentativa. 
▪ Crimes de mera conduta => Como nesses crimes só há conduta prevista e 
por opção do legislador via de regra essas condutas são unisubsistentes não 
haverá tentativa, já que ou acontece por inteiro e o crime se consuma ou não 
há crime. 
▪ Crimes omissivos próprios => São aqueles a própria lei prevê a omissão e 
por isso não há resultado previsto desta forma são também crimes de mera 
conduta e unissubsistententes e por isso são incompatíveis com a forma 
tentada. 
▪ Crime habitual => como se exige a prática reiterada de atos praticados de 
forma habitual, ou o agente realiza vários em habitualidade e crime se 
consuma ou não há crime com a prática esporádica. 
 
Punibilidade da tentativa: 
- O Código Penal brasileiro adotou a teoria objetiva, ou seja, leva em conta 
a lesão ao bem jurídico; dessa maneira, o art. 14 parágrafo único dispõe: “salvo 
disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, 
diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços)” (note, porém, que pode haver disposição em 
contrário, como é o caso do crime do art. 352 do CP, que pune igualmente 
consumação e tentativa) Evadir ou tentar se evadir > recebendo estes a 
denominação doutrinária de crime de atentado ou de empreendimento. 
- O parágrafo único do art. 14 trata-se, como se vê, de causa obrigatória de 
diminuição de pena, e o vetor determinante do quantum da redução será a 
proximidade com a consumação (se o crime chegou perto da consumação, menor 
a redução da pena pela tentativa; se, porém, ficou longe, maior a redução). 
 
Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz . 
- Como já enunciamos acima, essas figuras são denominadas, pela 
doutrina, tentativa abandonada ou qualificada, estando previstas no art. 15 do CP. 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o 
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados 
Desistência voluntária => Ocorre a desistência voluntária quando o agente, 
voluntariamente (portanto, por vontade própria, não se exigindo espontaneidade), 
interrompe a execução do crime (evidentemente não atinge a consumação). O 
agente abandona a execução do crime quando ainda lhe sobra do ponto de vista 
objetivo uma margem para a ação delituosa. A desistência voluntária não precisa 
ser espontânea e por isso pode ser motivada por um fator externo de natureza 
subjetiva desde que a escolha final seja do agente. Para diferenciar a desistência 
voluntária da tentativa utiliza-se a formula de Frank > Se eu quero prosseguir e 
não posso >tentativa, mas se eu posso prosseguir e não quero > desistência 
voluntária. 
Ex. o agente está em uma casa furtando e depois de reunir todos os objetos na sala, 
resolve abortar a prática criminosa, desistindo da empreitada. Nesse caso, apenas 
responde pelos atos já praticados (invasão de domicílio). A doutrina denomina 
tanto a desistência quanto o arrependimento eficaz de ponte de ouro. < Nelson 
Hungria. 
 
Elementos da desistência: 
▪ - início da execução 
▪ - Não consumação por circunstâncias inerentes a vontade do agente 
▪ - A desistência deve ser voluntária (não se confundindo com 
espontaneidade). 
OBS: formula de Frank na tentativa eu quero prosseguir, mas não posso e na 
desistência eu posso prosseguirmas não quero. 
 
Voluntariedade # espontaneidade 
Voluntariedade => admite interferência externa. > é a desistência sugerida ao 
agente e ele assimila, subjetiva e prontamente. Trata-se de sugestão influência 
externa de outra pessoa. Se a causa que determina a desistência é circunstância 
exterior uma influência objetiva que compele o agente a renunciar o propósito 
criminoso haverá tentativa. 
Espontaneidade > não admite interferência externa. 
Conseqüência => só responde o agente pelos atos já praticados. 
 
Arrependimento Eficaz => Ocorre quando terminada a execução o agente 
atua de forma eficaz impedindo a consumação, sendo que também não precisa ser 
espontânea bastando que a escolha do arrependimento seja feita pelo próprio 
agente, ou seja quando o agente, esgotados os atos executórios, impede 
voluntariamente (portanto, por vontade própria, não se exigindo espontaneidade) 
que o resultado se produza. Ex. o agente descarrega a arma na vítima para matá-
la, todavia, esgotada a capacidade ofensiva, resolve voluntariamente levá-la para 
o hospital e a salva. 
- Nesse caso, igualmente, apenas responde pelos atos já praticados (lesão 
corporal). Também o agente só responde pelos atos já praticados. (ponte de ouro). 
OBS: O arrependimento eficaz não é cabível em crimes formais e de mera conduta 
já que nesses ao realizar integralmente a conduta típica e completar os atos 
executórios logo haverá consumação, desta forma é instituto exclusivo dos crimes 
materiais. 
Natureza jurídica: Duas correntes principais: 
1. São causas de exclusão da tipicidade (em sentido estrito) do fato 
inicialmente pretendido pelo agente. < doutrina e jurisprudência 
majoritária. 
2. Causas de exclusão da punibilidade do fato inicialmente pretendido. < (Luiz 
Regis Prado). 
OBS: para diferenciar a desistência voluntária do arrependimento eficaz pede-se 
utilizar a seguinte frase: eu só desisto daquilo que estou fazendo e me arrependo 
daquilo que já fiz. 
 
Arrependimento Posterior => Tem previsão no art. 16 do CP: Ocorre 
quando após a consumação o agente se arrepende reparando o dano ou restituindo 
a coisa, porém como o crime já está consumado não há como não imputá-lo ao 
agente e por isso havendo arrependimento posterior reduz-se a pena de um terço a 
dois terços. 
Requisitos: 
▪ O crime cometido sem violência ou grave ameaça a pessoa 
▪ O arrependimento tem que se dar até o (recebimento da denúncia ou da 
queixa). < até o início do processo. 
 
Art. 16 - “nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano 
ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a 
pena será diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços)”. A depender do momento da reparação e das 
circunstâncias em que estas se deram. 
Natureza jurídica -> Trata-se de causa obrigatória de redução da pena. (aplicada 
na terceira fase da dosimetria). 
Necessidade da reparação ser integral => Majoritariamente entende-se que a 
reparação deverá ser integral e plena salvo em casos excepcionais quando sendo 
parcial e razoável a vítima aceite esta reparação como ressarcimento do prejuízo. 
a posição predominante é que a reparação deve ser integral. < salvo 
impossibilidade material de fazê-lo essencialmente por culpa da vítima. 
Arrependimento atenuante de pena : art. 65 III b) > Ocorre quando o agente se e 
repara o dano ou restitui a coisa ou ainda atua de qualquer forma para diminuir a 
conseqüência dos seus atos desde que o faça até a sentença condenatória 
independentemente de outros requisitos como: violência, grave ameaça etc.. 
- trata-se neste caso de atenuante genérica prevista na parte geral, tendo 
como limite máximo de diminuição da pena de 1/6 < posição jurisprudencial. 
Pode ser aplicada nos crimes cometidos com violência ou grave ameaça. 
 
CONCURSO DE PESSOAS 
 
Sujeitos do crime 
 
Sujeito ativo 
- Sujeito ativo é o agente que pratica o comportamento descrito no tipo penal 
(autor) ou concorre de qualquer forma para a prática da infração (partícipe). 
- De regra é uma pessoa física capaz com idade igual ou superior a dezoito 
anos. 
- Em algumas oportunidades o legislador exige do sujeito ativo uma 
especial capacidade (de direito, de fato, etc...), ou seja, exige um sujeito ativo 
qualificado (ex. art. 312 CP – peculato – funcionário público); trata-se do 
denominado crime próprio. 
- Em outras exige que o agente pratique pessoalmente o crime - crime de 
atuação pessoal, ou crime de mão própria – (ex. art. 342 CP – falso testemunho – 
somente a testemunha); trata-se do denominado crime de mão própria (este nunca 
terá co-autoria). Podendo haver participação. 
 
Sujeito passivo: formal ou mediato > o estado. 
 
Sujeito passivo material direto > contra quem incidiu a conduta. 
 
 - O código penal de 1890 nos seus artigos 17 a 21 diferenciava autores de 
cúmplices ou instigadores. 
 
O código de 1940 optou por uma inadequada simplificação inspirada no 
código Rocco 1930 (italiano,) trazendo o título pertinente ao assunto da co-autoria, 
informando na exposição de motivos no sentido da abolição da participação 
tornando-se todos os envolvidos no delito autores. 
 Pena da co-autoria 
Art. 25. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este 
cominadas. 
 
 
 - Com a reforma de 84 mudou-se o título para concurso de pessoas, muito 
embora a definição do participe ainda reste em muito prejudicada. Art. 29 § 1º, 
que afirma que cada um que concorrer para a ocorrência do delito responderá 
pela pena a este cominada na medida de sua culpabilidade e se a participação 
for de menor importância a pena será diminuída de 1/6 a 1/3. 
 
 - concorrer significa colaborar, contribuir para a ocorrência de 
determinado ato quando estudamos concurso de pessoas, portanto 
estamos nos ocupamos de compreender qual o tratamento jurídico dado 
para aqueles que concorreram para a ocorrência de um crime. 
 
Teoria sobre o concurso de pessoas: 
 
➢ Teoria pluralista => para os adeptos desta teoria haveria 
tantas infrações penais quanto fossem os números de 
participantes desta forma como cada participante teve seu 
elemento psicológico próprio teve um resultado igualmente 
particular. 
 
➢ Teoria dualista => distingue o crime praticado pelos autores do 
crime praticado pelo participe. Segundo Manzini deveria haver 
crime único para os autores principais e outro crime único para 
os participes. 
 
➢ Teoria unitária ou monista => segundo esta teoria existe um 
crime único atribuído a todos aqueles que de alguma forma 
participaram do delito. OBS: o código penal adotou a teoria 
monista com exceções, o que leva alguns autores a afirmar que o 
CP adotou a teoria monista mitigada (Damásio), matizada ou 
temperada (Luiz Regis Prado). 
 
- O sistema penal brasileiro adotou a teoria unitária, monista ou monística 
(art. 29 caput do CP), ou seja, autor e partícipe respondem pelo mesmo crime. 
 Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas 
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
 
- Há, porém, algumas exceções (ex. arts. 29 § 2º, 124 e 126, 317 e 333, 
todos do CP). A primeira exceção está contida no próprio artigo em análise dispõe 
o § 2º do artigo 29. 
 
 § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos 
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na 
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. 
 
 - O paragrafo 2º do art. 29 trata da figura da cooperação dolosamente 
distinta. Pois se ficar evidenciado que o agente não quis nem assumiu o risco de 
produzir determinado não poderá a este ser imputado o crime. 
 
Requisitos do concurso de pessoas: 
 
▪ Pluralidade pessoas 
▪ Pluralidade de condutas: em primeiro lugar deve haver pluralidade de 
condutas (porque se trata de concurso de pessoas); 
▪ Relevância causal daconduta; alguém somente poderá responder por um 
crime se a sua conduta foi relevante para tanto (relevância causal). 
Liame subjetivo: deve haver liame, adesão subjetiva (o chamado princípio 
da convergência), ou seja, alguém somente responderá pelo crime se 
contribuiu, aderindo subjetivamente, à conduta do outro para que o crime 
seja realizado. 
- Presentes esses requisitos, a conseqüência será: identidade de 
infração para todos os participantes (aplicação da teoria unitária ou 
monista). 
 
Formas do concurso de agentes: 
 
a) Coautoria: quando o crime é praticado por mais de um autor, diz-se que o 
crime foi praticado em co-autoria. 
 
b) Participação: quando o crime é praticado por mais de um partícipe, diz-se 
que houve co-participação. 
 
A participação pode ser moral (por induzimento ou por instigação) ou material 
(auxílio), sendo sempre conduta acessória à do autor. A participação moral por 
induzimento se dá quando alguém faz nascer no outro a idéia criminosa. Já a 
participação moral por instigação se dá quando alguém reforça a idéia criminosa 
preexistente. A participação material se verifica quando alguém auxilia, de modo 
efetivo, o outro na prática do crime. 
 
Conceito de autor: 
 - Em virtude da falta de uma definição de autor e participe pelo código 
penal coube a doutrina definir quem seria autor de um delito. 
 
Teoria acerca da autoria: 
 
1. Teoria Unitária > para essa teoria todos são autores não havendo qualquer 
diferenciação entre autor e participe. É a aplicação da teoria da “conditio 
sine qua non”. 
2. Teoria extensiva > Também é ancorada na teoria da “conditio sine qua 
non”, entretanto mais moderada do que a perspectiva unitária, admitindo 
causas de aumento ou de diminuição de pena com vistas a estabelecer 
diferentes graus de autor, surgindo então a figura do cúmplice que de forma 
simplificada seria o autor menos importante. 
3. Teorias restritivas > estabelece diferenciação, entre autor e participe, a 
autoria não mais é estabelecida por uma simples causação do fato. A teoria 
restritiva se subdivide em três vertentes: 
a. Teoria ou critério objetivo formal – para essa teoria somente é 
considerado autor aquele que pratica o verbo, ou seja o núcleo do 
tipo formal. < ainda hoje é aceita por doutrinadores pátrios. 
b. Teoria ou critério objetivo material – Autor não é aquele que 
realiza o verbo do tipo, mas a contribuição objetiva mais 
importante. 
c. Teoria do domínio do fato – adota um critério objetivo subjetivo, 
segundo o qual autor é aquele que detém o controle final do fato. 
 
Teoria do domínio do fato: 
 - A clássica doutrina, pátria (assim como a jurisprudência) adota em geral, 
a teoria objetiva formal (quem é responsável pela causa é autor; participe é quem 
contribui por uma condição). Desta forma afirma que autor é quem realiza a ação 
nuclear, o verbo núcleo do tipo, sendo participe quem concorre para o delito de 
outra maneira. Ocorre que esta teoria não tinha como explicar os crimes de mando 
onde a conduta de quem, por exemplo, pagava um pistoleiro para matar um 
desafeto. Pois para a teoria objetiva formal o contratante seria participe. 
 - Primeiramente quem trabalhou com a teoria do domínio do fato foi Welzel 
relacionando a teoria do domínio do fato com a do injusto penal. Todavia quem 
aprimorou a mencionada teoria foi Claus Roxin que definiu domínio do fato como 
aquele que: 
a) Tem o domínio da própria ação típica; < o próprio autor ou executor. 
b) Domina a vontade de outra pessoa; < é o caso da autoria mediata ou da 
autoria “longa manus” 
c) Tem o domínio funcional do fato; < É a sua ação na hora da execução que 
permite o sucesso da empreitada. 
 - Para concluir podemos afirmar que não importa se o agente pratica ou 
não o verbo, pois o que se exige é o controle de todos os atos, desde o início da 
execução até a produção do resultado. 
 
Teoria extensiva de autor: 
 
 - Para os adeptos desta teoria que remete a teoria dos equivalentes dos 
antecedentes causais autor é todo aquele que com a sua ação ou omissão deu 
causa ao resultado. Assim sendo não se podendo estabelecer através de 
critérios objetivos quem poderia ser classificado participe coube aos adeptos 
desta corrente buscar critérios subjetivos para definir participe, desta forma 
valorizaram o elemento anímico para realizar a diferenciação onde autor 
seria aquele que possuísse o “animus auctoris” e participe o que agisse com 
“animus socii”. Em outras palavras autor queria o fato como próprio já o 
participe queria o fato como alheio. 
 
Críticas: dentre as críticas a essa teoria podemos mencionar o caso do 
matador de aluguel. 
 
TEORIA restritiva de autor: para esta corrente, autor seria apenas 
aquele que pratica a ação descrita no verbo nuclear do tipo penal. Assim 
sendo conclui-se que a identificação do autor obedece a critérios objetivos e 
portanto é forçosa a conclusão que a classificação do participe também 
obedecerá a critérios objetivos. 
 - Quando adotamos o critério objetivo para definir o participe este 
pode se bifurcar em: 
➢ Objetivo formal => onde autor é compreendido como aquele que 
pratica (executa) a conduta descrita no tipo, onde todos os outros serão 
participes. 
➢ Objetivo material => adotou um critério de maior risco que deve 
assumir a conduta do autor em relação ao participe. Conforme 
Damásio diferencia pela maior contribuição do primeiro em relação 
ao segundo na causação do resultado. 
Criticas: a crítica clássica que se faz a teoria restritiva diz respeito a análise 
da autoria mediata. Onde o autor intelectual não pratica atos executórios. 
 
Teoria do domínio do fato: 
 
 - Para Welzel a característica geral do autor é ter o domínio final do 
fato, em outras palavras senhor do fato é aquele de que depende da sua 
vontade para que o fato se realize ou não. (teoria do domínio final do fato) 
 - Evoluindo o conceito de Welzel muitos autores falam em domínio 
funcional do fato Claus Roxim ensina que domínio será sobre as funções a 
ele atribuídas quando houver divisão de tarefas e que sua função dependa o 
sucesso do intento criminoso. 
 
Pessoa jurídica => existem três correntes: 
 
1. Pessoa jurídica não comete crimes > a responsabilidade penal da pessoa 
jurídica ofende: 
a) princípio da responsabilidade penal subjetiva > não há dolo ou culpa 
b) princípio da culpabilidade > não há potencial consciência da ilicitude 
c) princípio da responsabilidade penal pessoal > trata-se de uma 
responsabilidade coletiva vedada pela CF 
d) princípio da personalidade das penas > a pena ultrapassa a pessoa do 
delinqüente. 
 
2. A pessoa jurídica pode ser autora de crime e portanto responsabilizada 
penalmente: trata-se de responsabilidade objetiva autorizada pela 
constituição federal. A pessoa jurídica deve responder por seus atos, 
adaptando-se o juízo de culpabilidade a suas características, somente os 
efeitos da condenação passa da pessoa do delinqüente. Desde que segundo 
o STJ havia a duplicidade de ação, ou seja, haja o procedimento contra a PJ 
e o administrador. 
 
3. pessoa jurídica não pratica crimes mas pode ser responsabilizada 
penalmente: apresentando determinados Requisitos: 
a) crimes ambientais 
b) praticados por funcionários ou 3º sob sua ordem 
c) em seu benefício 
 
OBS: neste caso a denúncia deve alcançar a pessoa física praticante do delito mais 
a pessoa jurídica é o sistema da dupla imputação Art. 3º da lei 9.605/98. 
 
OBS: A 3ª corrente é adotada pelo STJ. (a responsabilidade penal da pessoa 
jurídica não é nem subjetiva nem objetiva é uma responsabilidade penal social). 
 
PERG: pessoa jurídica pode ser vítima de crimes contra a honra? 
▪ 1ª corrente => pode ser vítima tanto de calúnia como de difamação, 
▪ 2ª corrente => pessoa jurídica pode ser vítima só de difamação corrente 
majoritária 
▪ 3ª corrente => não pode ser vítima de crimes contra a honra (Mirabetti),pois os crimes contra a honra estão no título dos crimes contra a pessoa e 
no caso trata-se de pessoa física. 
PERG: Pessoa jurídica pode ser vítima do crime de extorsão mediante seqüestro? 
 - Pode desde que a ação do seqüestro recaia sobre uma pessoa física, diretor, 
ou funcionário da empresa. 
OBS: a pessoa jurídica pode ser vítima de crimes contra a honra, pois pode haver 
ofensa a honra objetiva. 
 
Espécies de autoria: 
 
▪ Individual: realizado o crime individualmente. 
▪ Coletiva: a autoria é coletiva quando duas ou mais pessoas, sem serem 
co-autoras, participam da execução do fato. 
▪ Sucessiva: ocorre autoria sucessiva quando alguém atinge o mesmo 
objeto material ofendendo com isso o mesmo bem jurídico já ofendido por 
outra pessoa. Ex: aquele que propala calúnia da qual tomou conhecimento. 
 
Autoria colateral > diz-se que houve autoria colateral quando duas ou mais 
pessoas praticam uma ofensa a determinado bem jurídico de forma simultânea sem 
que haja liame subjetivo entre elas. A autoria colateral. Merece atenção jurídica a 
situação de autoria colateral incerta > em que não se tem como apurar quem 
realmente consumou o delito, como no caso do homicídio cometido 
simultaneamente sem liame subjetivo onde não se pôde, constatar quem realmente 
matou a vítima nesse caso por uma questão de política criminal pugna-se por punir 
a ambos por tentativa de homicídio. Situação diversa se tratar de crime 
culposo nesse caso, se não ficar comprovado, quem de fato deu causa ao a morte, 
a solução apontada por vários doutrinadores é absorção, por falta de provas, de ter 
o réu cometido o ilícito, uma vez que não é possível a tentativa de crime culposo. 
 
Autoria indireta 
 
Autoria intelectual: o sujeito é o mentor intelectual de toda ação 
criminosa. 
Autoria mediata: ocorre quando o autor do crime domina a vontade alheia 
e, desse modo, utiliza outra pessoa, que atua como instrumento da realização do 
crime. 
 
Caracteristicas > 
 
a. Há pluralidades de pessoas, mas não co-autoria; 
b. O executor é instrumentalizado; 
c. O autor mediato é quem tem o domínio do fato e domina a vontade do 
executor material; 
d. O autor mediato é chamado de homem de trás; 
e. O agente que atua como instrumento é denominado homem da frente; 
f. O autor mediato em regra é o único que responde pelo delito; 
 
PARTICIPAÇÃO 
 
Teorias da participação 
 
▪ Teoria da acessoriedade mínima => haverá participação punível assim que 
o autor realizar qualquer fato típico. 
▪ Teoria da acessoriedade limitada => Pune a participação se o autor tiver 
levado a efeito uma conduta típica e ilícita. Mesmo que não seja culpável. 
▪ Teoria da acessoriedade máxima => para essa corrente para que o participe 
seja punido o autor tem que praticar um fato típico, ilícito e culpável. 
▪ Teoria da hiperacesoriedade => para essa teoria o sujeito tem praticar um 
fato típico ilícito culpável e punível. devendo ainda incidir sobre o participe 
todas as agravantes e atenuantes do autor principal. Assim se for 
reconhecida a prescrição do fato por motivos pessoais para o autor o 
benefício se estendo ao partícipe. 
- Aplica-se, no Brasil, a teoria da acessoriedade limitada, ou seja, a participação 
é conduta acessória à principal (do autor), mas, para que o partícipe responda pelo 
crime, basta que o autor tenha praticado um fato típico e antijurídico, não 
importando se há culpabilidade de sua parte. No caso de o autor praticar um fato 
típico, mas não ilícito, não haverá crime por parte do partícipe. 
 
 
– participação impunível art. 31 – o ajuste, a determinação ou 
instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, 
se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. “Acessorium sequitur principale”. 
Exemplo de exceção pode ser encontrada nos crimes de atentado ou de quadrilha 
ou bando. 
 
OBS: A depender da natureza jurídica da desistência voluntária e arrependimento 
eficaz, leva-se a conclusões diferentes em relação aos participes em um crime que 
houve desistência voluntária e arrependimento eficaz, pois se considerarmos que 
a desistência voluntária gera atipicidade do fato essa situação comunica-se ao 
participe ficando este isento de qualquer conduta já se considerarmos que a 
desistência voluntária é uma causa de não punibilidade do agente sendo esta de 
caráter pessoal não comunica ao participe respondendo este por crime tentado. 
OBS 2: Se o participe tiver induzido o autor nele incutindo idéia criminosa ao se 
arrepender somente não será responsabilizado se conseguir fazer com que o agente 
principal não pratique a conduta delituosa. Pois o arrependimento deve ser eficaz. 
 
Participação da participação: (participação em cadeia) => é 
perfeitamente possível participação em cadeia. A induz B a auxiliar C. 
 
Participação sucessiva: ocorre quando o mesmo participe concorre para 
a conduta principal de mais de uma forma. 
 
Participação por omissão: é perfeitamente possível desde que o omitente 
insida nos seguintes requisitos: < também denominados crimes comissivos por 
omissão ou omissivos impróprios. 
 
1. Tenha o dever jurídico de evitar o resultado (art. 13 § 2º) 
a. Tenha por lei a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b. De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o 
resultado; 
c. Com seu comportamento anterior criou o risco de produção 
do resultado; 
2. Tenha adesão subjetiva (entenda a situação, ou seja, saiba que deva 
agir.) 
3. Relevância da omissão (que a omissão tenha relevância para o 
cometimento do crime). 
 
OBS: Se o agente não tinha o dever jurídico de agir é a denominada participação 
negativa e nesse caso é impunível. 
 
 Concurso de agentes em crimes omissivos: 
▪ 1ª corrente: crime omissivo não admite concurso de agentes (todos os 
omitentes são autores da sua própria omissão 
▪ 2ª corrente: crime omissivo admite concurso de agente, tanto co-autoria 
quanto participação 
▪ 3ª corrente: crime omissivo admite participação, mas não co-autoria, cada 
omitente é autor da sua omissão. < corrente majoritária. 
 
Concurso de agentes em crimes culposos: 
 
▪ 1ª corrente: crime culposo admite co-autoria, mas não participação > 
qualquer concausação culposa importa em violação do dever objetivo 
de cuidado fazendo do agente autor. < francamente majoritária 
▪ 2ª corrente: admite também participação (Rogério Grecco Filho). 
 
espécies de crimes quanto ao concurso de pessoas 
 
▪ crimes monossubjetivos / unissubjetivos ou de concurso eventual – são 
crimes que podem ser cometidos por um só agente, não se exigindo 
concurso de pessoas (a co-autoria e a participação não são obrigatórias). Ex. 
arts. 121, 155, 157 do CP (é a imensa maioria dos crimes no nosso sistema 
penal). 
▪ b) crimes plurissubjetivos ou de concurso necessário – são crimes que 
exigem, obrigatoriamente, mais de um agente (a co-autoria é obrigatória e 
a participação prescindível). Ex. art. 288 do CP (quadrilha ou bando), que 
exige, no mínimo, quatro autores; art. 137 do CP (rixa), que exige, no 
mínimo, três autores. Requisitos => pluralidade de agentes, relevância 
causal das condutas, liame subjetivo entre os agentes, identidades de 
infrações < a doutrina moderna entende que esta se trata de conseqüência 
da conduta e não requisito. 
 
Aspectos finais 
 
- participação de menor importância art. 29 § 1º - se a participação 
for de menor importância, a pena pode ser diminuída de 1/6 a 1/3. A variação da 
diminuição é proporcional a importância da participação para a efetivação do 
delito. 
 
- cooperação dolosamente distinta art. 29 § 2º – se algum dos 
concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; 
essa pena, todavia, será aumentada até a ½ (metade) se o resultado mais grave era 
previsível. 
 
 
Comunicação entre elementares e circunstâncias art. 30 – 
 
- Circunstâncias > Para capez são dados acessórios, não fundamentaispara a 
existência da figura típica, que ficam a ela agregados, com a função de influenciar 
na pena. 
- Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal 
(condições subjetivas, salvo se elementares do crime e ingressem na esfera de dolo 
do agente concorrente. 
- circunstâncias podem ser: 
• Objetivas > São as que dizem respeito ao fato objetivamente considerado, 
meio ou modo de execução do crime, tempo lugar do crime, condições 
pessoais da vítima. 
• Subjetivas > São as relações do agente com o mundo exterior, motivo, 
estado anímico do agente ou condições pessoais. 
 
Elementares: São componentes básicos de um crime, são todos os dados 
fundamentais para a existência do crime. 
 
 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo 
quando elementares do crime. 
 
Agravantes no caso de concurso de pessoas 
▪ Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
▪ I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a 
atividade dos demais agentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
▪ II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
▪ III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua 
autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
▪ IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou 
promessa de recompensa.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
CONCURSO DE CRIMES 
 
- De acordo com as regras da lógica simples quando um sujeito comete um 
delito uma pena lhe deve ser aplicada; assim sendo se este sujeito cometer mais de 
um delito deve lhe ser aplicada mais de uma pena. Seguindo este raciocínio se o 
agente realizou mais de uma conduta típica, cometeu mais de um delito e, portanto, 
deve ser apenado individualmente, por cada um dos delitos (“princípio da 
individualização da pena”), somando-se posteriormente as penas quando da 
mesma natureza (“sistema do cúmulo material”), para efeito de execução. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62
- O sistema realista puro e simples desembocaria no resultado que na 
pluralidade de crimes, deveriam ser impostas as penas a estes cominadas. Todavia 
já há tempos por uma questão de política criminal vem se procurando atenuar em 
menor ou maior escala este sistema duro, estático, pois em alguns casos há uma 
multiplicação de fatos típicos com uma única decisão do autor (concurso formal), 
procurando, sem se esquecer da gravidade da conduta, criar-se uma ficção legal 
visando atenuar a aplicação do simples somatório das penas. 
- Da mesma forma em certas ocasiões pode se considerar que a reiteração 
de atos considerados criminosos adveio de uma única decisão do autor (crime 
continuado) considerando o legislador “ficção legal” como se um único crime 
tivesse ocorrido com podendo se agravar a pena por reiteração de atos. 
- Ocorre o concurso de crimes quando um ou mais agentes (concurso de 
pessoas), por meio de uma ou mais condutas, pratica(m) dois ou mais delitos. 
- A importância do estudo desse instituto é estabelecer critérios para a 
aplicação das sanções. Para tanto são utilizados dois sistemas: o do cúmulo 
material (acumulação ou acúmulo material), em que são somadas as penas de 
cada infração, e o da exasperação (aplica-se a pena da infração mais grave, ou 
uma delas, se iguais, acrescentando-se determinado percentual). 
- Conforme descreve o código penal, temos três espécies de 
concurso de crimes: concurso material, concurso formal e crime 
continuado. > critério legal. É sempre atual a metáfora de Mezger o cavalo 
branco e de corrida não são dois cavalos é o mesmo cavalo, com qualidades 
diferentes. 
 
Concurso material (real)– art. 69 do cp 
 
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois 
ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de 
liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão 
e de detenção, executa-se primeiro aquela. < OBS esta segunda parte do caput é critério 
geral para execução de pena. 
 § 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa 
de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a 
substituição de que trata o art. 44 deste Código. 
 § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá 
simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. 
 
- Dá-se o concurso material (ou real) quando o agente, mediante mais de 
uma ação ou omissão (conduta), pratica dois ou mais crimes, idênticos (concurso 
material homogêneo) ou não idênticos (concurso material heterogêneo). Nesse caso 
aplica-se o sistema do cúmulo material de penas (as penas de cada infração serão 
somadas). Na lição de Fernando Capez “...prática de duas ou mais condutas, 
dolosas ou culposas, omissivas ou comissivas, produzindo dois ou mais resultados, 
idênticos ou não, mas todas vinculadas pela identidade do agente, não importando 
se os fatos ocorreram na mesma ocasião ou em dias diferentes” 
 
Requisitos: 
a. Pluralidade de condutas típicas 
b. Pluralidades de crimes 
 
Critério de aplicação da pena: 
- Aplica-se o critério do cúmulo material. 
- Dispõe o art. 69 § 1º que “na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver 
sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os 
demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código”. Por sua vez, 
o § 2 º dispõe que “quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado 
cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as 
demais”. 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: 
 
Concurso formal (ideal)– art. 70 do cp 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou 
mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se 
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. 
As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os 
crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo 
anterior. 
 Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 
69 deste Código. 
 
- Dá-se o concurso formal (ou ideal) quando o agente, mediante uma só 
ação ou omissão (conduta), pratica dois ou mais crimes, idênticos (concurso formal 
homogêneo) ou não idênticos (concurso formal heterogêneo). 
Requisitos do concurso formal 
a. Conduta única 
b. Pluralidade de crimes 
 
Espécies de concurso formal: 
Concurso formal perfeito : (com previsão no art. 70 caput 1ª parte do CP), 
aplica-se o sistema de exasperação de penas (toma-se a pena mais grave – se os 
crimes forem diferentes – ou uma delas – se forem iguais – aumentada, em 
qualquer caso, de 1/6 até ½) 
que subdivide em: 
a) Concurso formal perfeito homogêneo > é aquele onde a pluralidade de 
resultados são da mesma espécie. 
b) Concurso formal perfeito heterogêneo > é aquele onde os crimes 
resultantes não são da mesma espécie devendo o julgador escolher o com 
pena de maior gravidade exasperá-la de 1/6 até metadeConcurso formal imperfeito: Quando há desígnios autônomos em relação a 
cada um dos crimes. (com previsão no art. 70 caput parte final do CP), ou seja, 
se a conduta (ação ou omissão) for dolosa e os crimes concorrentes resultarem de 
desígnios autônomos aplica-se o sistema de cumulação de penas (as penas serão 
somadas). 
OBS: No que se refere a aplicação do concurso formal imperfeito a jurisprudência 
vem adotando a tendência de só aplicá-lo quando se tratar de bem jurídicos 
personalíssimos. A exemplo desta tendência podemos citar a situação do roubo. 
 
Crime continuado – art. 71 do cp 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois 
ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de 
execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação 
do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se 
diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
 Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com 
violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os 
antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as 
circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se 
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 
deste Código. 
- Dá-se o crime continuado quando o agente, mediante mais de uma só ação 
ou omissão (conduta), pratica dois ou mais crimes da mesma espécie (do mesmo 
tipo penal) e em condições semelhantes de tempo (dentro de um intervalo de 30 
dias), lugar (exige-se proximidade: no mesmo bairro, bairros próximos, cidades 
vizinhas) e maneira de execução (basta que haja semelhança no “modus operandi” 
e não identidade), de tal modo que os subseqüentes devem ser havidos como 
continuação do primeiro (o Código Penal adota a teoria da ficção, ou seja, presume, 
para aplicação da pena, tenha ocorrido um crime só). 
Requisitos: 
a) Pluralidade de condutas (com um único intento) 
b) Pluralidades de crimes 
c) Crimes da mesma espécies 
d) Elo de continuidade > semelhantes condições de tempo, lugar, modo de 
execução. 
- O Código Penal brasileiro adota a teoria objetiva pura, ou seja, 
basta, para o reconhecimento da continuidade delitiva, que o agente 
pratique crimes em condições objetivas semelhantes, sendo desnecessária 
unidade de desígnios. 
 
Classificação ou espécies: 
a) Crime continuado comum ou simples (com previsão no art. 71 caput do 
CP), aplica-se o sistema de exasperação de penas (toma-se a pena mais 
grave – se os crimes forem diferentes – ou uma delas – se forem iguais – 
aumentada, em qualquer caso, de 1/6 até 2/3). 
b) Crime continuado específico ou qualificado (com previsão no art. 71 
parágrafo único do CP), ou seja, se os crimes forem dolosos, contra vítimas 
diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, o juiz 
poderá aumentar a pena de um dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se 
diversas, até o triplo. 
 
OBS. se o juiz constatar que a regra do crime continuado imporá pena maior que 
a do concurso material, aplicará a regra do concurso material benéfico. 
 
OBS: Na aplicação da pena de multa sempre será obedecida a regra do cúmulo material. 
 
Questões Variadas 
 - 
Concomitância de concurso de pessoas em concurso de crimes. 
 - É perfeitamente possível. 
 
Diferenças entre concurso de crimes e: 
1. Crime complexo > No crime complexo há fusão de dois ou mais crimes 
formando um delito autônomo. 
2. Crime habitual > No crime habitual exige-se uma reiteração de condutas, 
sendo esta habitualidade elementar do tipo, ou seja o conjunto de atos é que 
fundamenta o delito. 
3. Crime de ação múltipla ou de conteúdo variado ou plurinuclear > Nesse 
caso há varias ações nucleares dentro do mesmo tipo penal e a realização 
de qualquer uma delas se configura o delito, todavia a realização de mais 
um verbo não configura novo delito. 
4. Crime de conduta única desdobrada em vários atos > quando na mesma 
situação fática há mais de uma ação, ou seja é uma conduta única 
desdobrada em vários atos. Furto de vários objetos, vários golpes de faca. 
5. Crime massificado > onde há um indeterminado número de vítimas > 
exemplo: subtração de pequenos valores de contas bancárias. 
 
6. Crime Permanente > a consumação do delito se prolonga no tempo, mas há 
crime único. 
 
Natureza jurídica do crime continuado 
 
 - Acerca da natureza jurídica do crime continuado formou-se três teorias: 
1. Teoria da unidade real > Todos os crimes integrantes de fato comporiam 
um único crime. 
2. Teoria Mista > Os crimes integrantes formariam um terceiro crime. 
3. Teoria da ficção jurídica > Todos os crimes seriam um só para efeito de 
aplicação da pena. 
 
OBS: No que se refere a aplicação direta da pena foi adotada a 3ª teoria todavia 
para outros efeitos penais e extra penais os crimes serão considerados de forma 
autônoma. 
 
PERG: É possível o crime continuado quando os crimes integrantes atingirem o 
bem jurídico vida? 
 
RESP: A súmula 605 do STF dispõe que não. Esta súmula foi publicada em 
17/10/84. No mesmo ano no mês de julho foi editada a lei 7.209 que inovou o tema 
no parágrafo único trazendo a responsabilidade de crime continuado em se 
tratando de crimes cometidos com violência ou grave ameaça. Abrindo-se a 
possibilidade da aplicação do referido instituto. 
- Formando-se acerca do tema duas correntes: 
1) Não é possível, pois assunto já teria sido pacificado na jurisprudência 
através da edição da súmula 605 STF. 
2) É possível crime continuado, pois embora a súmula cronologicamente 
tenha sido publicada posteriormente a lei. Os fatores motivadores desta 
foram controvérsias surgidas na lei anterior, sendo a súmula fundamentada 
naqueles argumentos. 
 
PERG: Há necessidade de unidade de desígnios: 
 - Embora haja discordância de alguns autores a grande maioria entende que 
o tipo não requer este elemento, pois se quisesse teria requerido expressamente. 
 
Crime continuado e lei penal gravosa: 
 
 - Caso ocorra que no interstício de um crime e outro, tenha ocorrido o 
advento de lei mais gravosa. Conforme entendimento do STF súmula 711 é 
perfeitamente possível. Em todo caso deve-se ficar atento para a regra do concurso 
material benéfico. 
STF Súmula nº 711 - 24/09/2003 - DJ de 9/10/2003, p. 6; DJ de 10/10/2003, p. 6; DJ 
de 13/10/2003, p. 6. 
Lei Penal Mais Grave - Aplicabilidade - Crime Continuado ou Crime Permanente - 
Vigência e Anterioridade 
 A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a 
sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 
 
Prescrição em crimes continuados: 
 
 - Deve ser levado em consideração cada crimes isoladamente para efeitos 
prescricionais. 
 
Multa no crime continuado: 
 
 - Deve ser seguida a regra do cúmulo material. 
 
Art. 72 do código penal. 
 
PERG: Caso ocorra que após a condenação se descubra um novo crime integrante 
da continuidade delitiva reconhecida em juízo. Como o crime continuado fez coisa 
julgada deve-se, após concluir-se o julgamento, remeter os autos para o juiz da 
execução penal para que este faça novo reajuste. Denomina-se este fenômeno de 
inclusão de crime novo na série anterior ou reunificação das penas. 
DAS PENAS 
 
O art. 32 do Código Penal dispõe as seguintes espécies de penas:h 
I – privativas de liberdade; 
II – restritivas de direitos; 
III – multa. 
 
Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 I - privativas de liberdade; 
 II - restritivas de direitos; 
 III - de multa. 
 
Pena privativa de liberdade: 
 
 
Antecedentes históricos: 
 
- A pena de prisão, no que se refere à história da humanidade ocidental é 
um fenômeno relativamente novo => Em Roma já havia a pena de escravidão,mas 
era cumprida em uma prisão propriamente dita. Em outras palavras na idade antiga 
e na idade média o encarceramento não era uma pena em si, haja vista que 
normalmente as penas eram aflitivas aplicadas diretamente no corpo do apenado, 
sendo o encarceramento (leia-se calabouços) destinado a manter o réu detido até o 
momento da aplicação da pena que em muitas das vezes significava a morte. 
- Podemos afirmar que a origem das prisões remontam as práticas de 
expiação adotadas pela igreja católica, no interior dos mosteiros onde os membros 
das ordens em algumas situações eram alojados em celas isoladas e submetidos a 
regime de silêncio e reflexão. 
 
Espécies. 
 
- As espécies de penas privativas de liberdade são: reclusão, detenção e 
prisão simples. Reclusão e detenção são penas privativas de liberdade reservadas 
para crimes e prisão simples para contravenções penais. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art32
 
Reclusão: 
 
Destinado ao regime fechado > presídios de segurança máxima ou média. art. 33§ 
1º alínea a) < quando a pena de reclusão imposta for superior a 8 anos. 
 
Destinado a semi aberto > cumprido em estabelecimento penal de colônia, 
agrícola, industrial ou em estabelecimento similar; quando a pena aplicada for 
superior a 04 anos e não ultrapassar 08 anos. 
 
 
Destinado ao regime aberto > onde o réu trabalha e freqüenta cursos durante o dia 
se recolhendo a casa de albergados ou estabelecimento similar durante o repouso 
noturno e fins de semana. Quando a pena aplicada for de até 04 anos. 
 
 
 
 
Detenção: 
 
Destinado a semi aberto > cumprido em estabelecimento penal de colônia, 
agrícola, industrial ou em estabelecimento similar; quando a pena aplicada for 
superior a 04 anos. 
 
Destinado ao regime aberto > onde o réu trabalha e freqüenta cursos durante o dia 
se recolhendo a casa de albergados ou estabelecimento similar durante o repouso 
noturno e fins de semana. Quando a pena aplicada for de até 04 anos. 
 
Prisão simples: 
 
- Prevista na lei das contravenções penais deve ser cumprida seguindo a 
metodologia dos crimes apenados com detenção, todavia não podem em hipótese 
nenhuma haver regressão para o regime fechado. 
 
Regras do regime fechado 
 
 Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, 
a exame criminológico de classificação para individualização da execução. 
 
 § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento 
durante o repouso noturno. 
 
 § 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na 
conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que 
compatíveis com a execução da pena. 
 
 § 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou 
obras públicas. <art. 34 Redação dada pela Lei nº 7.209/84 
 
Regras do regime semi-aberto 
 
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado 
que inicie o cumprimento da pena em regime semi-aberto. 
 
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período 
diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. 
 
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos 
supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. 
 
Regras do regime aberto 
 
 Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de 
responsabilidade do condenado. 
 
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, 
trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra atividade autorizada, 
permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. 
 
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato 
definido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não 
pagar a multa cumulativamente aplicada. 
 
Fixação do regime inicial 
 
- A fixação do regime inicial deve ser feita na sentença condenatória pelo 
juiz (se o juiz não fixar, cabe embargos de declaração em virtude da omissão; se 
fixar e gerar inconformismo, cabe apelação). 
 
- A fixação do regime inicial deve se pautar pela quantidade de pena, 
primariedade ou reincidência do condenado e circunstâncias judiciais do art. 59 do 
CP, atentando-se para o teor das Súmulas n. 718 e N. 719 do STF. 
 
Exame criminológico: 
 
 - Será realizado pela comissão técnica de classificação de acordo com o 
artigo 5º da lei das execuções penais. 
 
Comissão técnica de classificação: 
 
 - Órgão colegiado presidido pelo diretor do estabelecimento carcerário e 
composto por um psicólogo, um psiquiatra, e um assistente social, além de dois 
chefes de serviço, desde que se trate de uma pena privativa de liberdade. 
Princípio da individualização da pena: 
 - Individualizar a pena é também adaptar a sua execução as características 
pessoais do condenado, com o objetivo de proporcionar a sua reintegração. 
 
Progressão de regimes 
 
Progressão de regime por saltos: 
 
 - De regra não é permissível a progressão de regime por salto, todavia se o 
apenado já tiver cumprido o período determinado sem que tenha havido progressão de 
regime, pode o ser autorizado o salto em tese porque na verdade o que houve foi o 
cumprimento do regime menos grave no mais grave. 
 
OBS: no que se refere a regressão esta pode acontecer. 
 
Prisão domiciliar fora os casos autorizados de regra não deve ser implementada, todavia 
se não houver vagas no regime aberto tem entendido o STJ ser cabível. 
 
Trabalho do preso 
 Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios 
da Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Legislação especial 
 Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, 
bem como especificará os deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e transferência 
dos regimes e estabelecerá as infrações disciplinares e correspondentes sanções. 
Superveniência de doença mental 
 Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a 
hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento 
adequado. 
 Detração 
 Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo 
de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação 
em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art39
DAS PENAS restritivas de direito 
 
Antecedentes Históricos: 
 
 - Sendo de reconhecimento mundial que as penas privativas de liberdade 
não vinham cumprindo uma de suas principais funções modernas, qual seja, a de 
ressocializar o apenado (prevenção especial positiva), havendo assim a 
necessidade de se buscar medidas alternativas para o encarceramento. 
Reconhecendo esta necessidade foi que a ONU, após a realização de diversos 
debates estabeleceu em 14 de dezembro de 1990 quais seriam as regras mínimas 
para a aplicação de penas alternativas essas regras mínimas foram denominadas 
regras de Tóquio. 
 
8.2. As autoridades competentes podem tomar as seguintes medidas: 
a) Sanções verbais, como a admoestação, a repreensão e a advertência; 
b)Manutenção em liberdade antes da decisão do tribunal; 
c)Penas privativas de direitos; 
d) Penas econômicas e pecuniárias, como a multa e o dia de multa; 
e)Perda ou apreensão; 
f)Restituição à vítima ou indenização desta; 
g) Condenação suspensa ou suspensão da pena; 
h) Regime de prova e vigilância judiciária; 
i) Imposição de prestação de serviços à comunidade; 
j) Afectação a um estabelecimento aberto; 
k) Residência fixa; 
l) Qualquer outra forma de tratamento em meio aberto; 
m) Uma combinação destas medidas.- Podemos afirmar que medida alternativa é qualquer medida que venha a 
impedir a imposição da pena privativa de liberdade. 
 
Classificação das medidas alternativas: 
 
Medidas alternativas: Depedem da concordância do réu; Ex > suspensão 
condicional do processo, transação penal, composição civil na ação privada. 
Perdão judicial, sursis; 
 
Penas alternativas: são aquelas substitutivas a penas privativas de liberdade. 
Sendo, portanto, a pena de multa e restritiva de direito. 
 
OBS: as medidas alternativas diferem das penas alternativas, pois as primeiras 
são uma alternativa processual ao prosseguimento da persecução penal enquanto 
as penas alternativas são sanções penais que podem ser aplicadas pelo julgador em 
virtude de sentença condenatória como alternativa ao encarceramento. 
 
Requisitos para a substituição da pena privativa de liberdade por uma 
restritiva de direito: 
1) Quantidade da pena privativa de liberdade aplicada igual ou inferior a 
quatro anos; 
2) Crime cometido sem violência ou grave ameaça a pessoa; o legislador aqui 
se referiu a violência contra a pessoa; 
3) Não ser o Réu reincidente em crime doloso; deixando de fora a reincidência 
em crime culposo, além é claro da contravenção penal que não gera 
reincidência em relação ao crime. OBS: § 3o Se o condenado for 
reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de 
condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a 
reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. 
4) Culpabilidade, antecedentes, conduta, personalidade ou ainda os motivos e 
circunstâncias assim determinarem. Repetição do art. 59 CP. 
Comportamento da vítima e motivos do crime; 
 
OBS: em se tratando de concurso formal ou crime continuado deve se levar em 
conta a pena total imposta com a exasperação decorrente do concurso. 
 
 
Duração das penas restritivas de direitos: 
 - Com a exceção das de natureza patrimonial que podem ser executada de 
uma única vez a penas restritivas de direito devem ser cumpridas de regra pelo 
tempo das substituídas. 
 
 
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 
1998) 
 I – prestação pecuniária => consiste no pagamento em dinheiro a vista 
ou em parcelas, à vítima aos seus dependentes ou a entidades públicas ou 
privada da importância fixada pelo juiz entre um e 360 salários mínimos. OBS: 
não impedem futura ação civil ex delicto 
 II – perda de bens e valores; => Essa pena consiste no confisco de bens do 
apenado imposto como pena principal substitutiva da pena privativa de 
liberdade. A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a 
legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o 
que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por 
terceiro, em conseqüência da prática do crime. Não podendo ser confundida com a perda 
de objetos e instrumentos utilizados no crime ou os bens produtos da atividade 
criminosa. OBS: a CF afirma que nenhuma pena passará da pessoa do 
condenado. 
 III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art43
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art43
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/Mensagem_Veto/1998/Mv1447-98.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art43
 IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; LEP 
art. 30; => A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste 
na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. A prestação de serviço à 
comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e 
outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. As 
tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser 
cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo 
a não prejudicar a jornada normal de trabalho. 
 
 V – interdição temporária de direitos; => Conforme art. 47 As penas de 
interdição temporária de direitos são: I - proibição do exercício de cargo, função 
ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; II - proibição do exercício 
de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença 
ou autorização do poder público; III - suspensão de autorização ou de habilitação 
para dirigir veículo. IV – proibição de freqüentar determinados lugares. 
 VI – limitação de fim de semana. => Art. 48 - A limitação de fim de semana 
consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas 
diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. - Durante a 
permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou 
atribuídas atividades educativas. Nesse sentido LEP art. 93. 
 Critérios para se estabelecer qual pena restritiva de 
direito é adequada: 
 Art: 44 § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa 
ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode 
ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de 
direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em 
face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se 
tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a 
executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo 
mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da 
execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao 
condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
 Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-
se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 
1998) 
 § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a 
seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de 
importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior 
a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do 
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art45
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art45
montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os 
beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 § 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a 
prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (Incluído 
pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
 § 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, 
ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu 
valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do 
provento obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da prática do 
crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
 Prestação de serviços à comunidade ou a entidadespúblicas 
 Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é 
aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. 
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 § 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste 
na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998) 
 § 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades 
assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, 
em programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 § 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões 
do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de 
condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 § 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado 
cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade 
da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como 
de mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam 
de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art45
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art45
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art45
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art45
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/Mensagem_Veto/1998/Mv1447-98.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art45
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art46
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art46
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art46
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art46
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art46
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art46
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47
 IV – proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 
9.714, de 1998) 
 
 Limitação de fim de semana 
 Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, 
aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou 
outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao 
condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
 
Resolução Nº 03; CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E 
PENITENCIÁRIA - CNPCP 
 
Conceituação e Classificação de Estabelecimentos Penais 
1. Conceituação estabelecimentos penais: todos aqueles utilizados pela Justiça com a 
finalidade de alojar pessoas presas, quer provisórios quer condenados, ou ainda aqueles 
que estejam submetidos à medida de segurança; 
estabelecimentos para idosos: estabelecimentos penais próprios, ou seções ou módulos 
autônomos, incorporados ou anexos a estabelecimentos para adultos, destinados a 
abrigar pessoas presas que tenham no mínimo 60 anos de idade ao ingressarem ou os 
que completem essa idade durante o tempo de privação de liberdade; 
cadeias públicas: estabelecimentos penais destinados ao recolhimento de pessoas presas 
em caráter provisório, sempre de segurança máxima; 
penitenciárias: estabelecimentos penais destinados ao recolhimento de pessoas presas 
com condenação à pena privativa de liberdade em regime fechado; 
Penitenciárias de segurança máxima especial: estabelecimentos penais destinados a 
abrigar pessoas presas com condenação em regime fechado, dotados exclusivamente de 
celas individuais; 
Penitenciárias de segurança média ou máxima: estabelecimentos penais destinados a 
abrigar pessoas presas com condenação em regime fechado, dotados de celas individuais 
e coletivas; 
Colônias agrícolas, industriais ou similares: estabelecimentos penais destinados a 
abrigar pessoas presas que cumprem pena em regime semi-aberto; 
Casas do albergado: estabelecimentos penais destinados a abrigar pessoas presas que 
cumprem pena privativa de liberdade em regime aberto, ou pena de limitação de fins 
de semana; 
Centros de observação criminológica: estabelecimentos penais de regime fechado e de 
segurança máxima onde devem ser realizados os exames gerais e criminológico, cujos 
resultados serão encaminhados às Comissões Técnicas de Classificação, as quais 
indicarão o tipo de estabelecimento e o tratamento adequado para cada pessoa presa; 
hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico: estabelecimentos penais destinados a 
abrigar pessoas submetidas a medida de segurança. 
 
Capacidade dos Estabelecimentos Penais 
- A fixação da capacidade máxima e mínima tem a importância de orientar a 
elaboração e a definição dos projetos para os estabelecimentos penais, pois, sempre que 
se definir uma capacidade, há que se ter em mente a necessidade imediata de 
acomodação e as ampliações que forem projetadas (plano diretor de ocupação da área). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art47iv
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9714.htm#art47iv
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art48
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art47
Além disso, há que se avaliar paralelamente as características administrativas e de 
tratamento do sistema penitenciário da Unidade da Federação, bem como o tipo ou 
regime, a categoria e segurança. Levando tudo isso em conta, esta resolução estima 
diversos padrões de lotação, dispostos na tabela abaixo: 
 
CAPACIDADE GERAL DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS 
Estabelecimento Penal Capacidade Máxima Capacidade Mínima Penitenciária de 
Segurança Máxima Especial 300* 60* 
Penitenciária de Segurança Média ou Máxima 800* 300* 
Colônia Agrícola, Industrial ou Similar 1.000* 60* 
Casa do Albergado ou similar 120* 20* 
Centro de Observação Criminológica 300* 60* 
Cadeia Pública 800* 30* 
Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico 120* 20* 
 
*Casos justificados e aprovados tecnicamente: maior ou menor capacidade 
- O conjunto penal tem capacidade ilimitada, desde que os diversos 
estabelecimentos que o compõem respeitem as capacidades para ele fixadas 
anteriormente e sejam no conjunto independentes entre si ou estanques. 
- Em nenhuma hipótese, um módulo de celas poderá ultrapassar a capacidade 
de 200 pessoas presas. 
- A capacidade de cada refeitório não poderá ser superior à metade da 
capacidade do módulo. 
- Em todas as penitenciárias e cadeias públicas que possuam celas coletivas, 
deverá ser previsto um mínimo de celas individuais (em torno de 5% da capacidade 
total), para o caso de necessidade de separação da pessoa presa que apresente problemas 
de convívio com os demais por período determinado (Portaria Ministério da 
Justiça/DEPEN nº 01, de 27.01.2004, em anexo).

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