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O SISTEMA URINÁRIO
A eliminação da urina é feita através do sistema urinário. Os órgãos que compõe o sistema urinário são os rins e as vias urinárias. As vias urinárias compreendem o ureter, a bexiga e a uretra.
Os nossos tecidos, que recebem do sangue as substâncias nutritivas, ao sangue abandonam aqueles compostos químicos tóxicos que neles se formam como resultado do complexo fenômeno da nutrição. Tais substâncias são danosas e devem ser eliminadas para não intoxicar o organismo e pôr a vida em perigo. A maior parte desses produtos é eliminada por trabalho do aparelho urinário; somente uma parte mínima é eliminada pelas glândulas sudoríparas mediante o suor.
O aparelho urinário tem a tarefa de separar do sangue as substâncias nocivas e de eliminá-las sob a forma de urina. Compõe-se ele dos rins, que filtram o sangue e são os verdadeiros órgãos ativos no trabalho de seleção das substâncias de rejeição; dos bacinetes renais com os respectivos ureteres, que conduzem a urina até a bexiga; da bexiga, que é o reservatório da urina; da uretra, canal mediante o qual a urina é conduzida para fora.
Juntamente com as substâncias de rejeição, o aparelho urinário filtra e elimina também água. A eliminação de água é necessária seja porque as substâncias de rejeição estão dissolvidas no plasma, que é constituído, na sua maior parte, de água, seja porque também a quantidade de água presente no sangue e nos tecidos deve ser mantida constante.
PARA QUE SERVE O RIM?
• Regulação do balanço hídrico, do balanço eletrolítico, do volume e
osmolaridades corporais e do equilíbrio ácido-base.
• Manutenção da homesotase!
• Remoção e excreção de produtos metabólicos endógenos, p.ex. uréia.
• Remoção e excreção de substâncias exógenas.
• Gliconeogênese.
• Secreção de hormônios.
• Renina
• Eritropoietina
• Di-hidroxivitamina D
O nosso sangue contém muitas substâncias de que não necessitamos e algumas podem mesmo ser perigosas - água em excesso, sais minerais, células mortas ou alteradas e resíduos das atividades celulares. Por isso têm de ser eliminadas.
Como é constituído o sistema urinário?
Os componentes do sistema urinário são: dois rins, dois ureteres, a bexiga urinária e a uretra. Os rins são os principais órgãos do sistema urinário. Situados na cavidade abdominal, na região lombar, um de cada lado da coluna vertebral e rodeados por um tecido gorduroso, os rins são órgãos em forma de feijão, de cor vermelha escura. Têm o tamanho de um ovo de galinha, medindo cerca de 11 cm de comprimento e 6 cm de largura. O lado côncavo está voltado para a coluna vertebral e é por esse lado que entram e saem os vasos sanguíneos, do qual a artéria renal e a veia renal são os mais importantes.
Os rins extraem os produtos residuais do sangue através de milhões de pequenos filtros, denominadas néfrons, que são a unidade funcional dos rins. Cada néfron apresenta duas partes principais: a cápsula glomerular (ou cápsula de Bowman) e os túbulos renais. Nas figuras os túbulos renais são identificados como túbulo contorcido proximal, alça néfrica (alça de Henle) e túbulo contorcido distal. No interior da cápsula glomerular penetra uma arteríola (ramificação da artéria renal) que se ramifica, formando um emaranhado de capilares chamado glomérulo renal.  A cápsula glomerular continua no túbulo contorcido proximal, que se prolonga em uma alça em forma de U chamada alça néfrica.
Dessa alça segue um outro túbulo contorcido, o distal. O conjunto desses túbulos forma os túbulos renais.
A urina se forma nos néfrons basicamente em duas etapas: a filtração glomerular e a reabsorção renal. É na cápsula glomerular que ocorre a filtração glomerular, que consiste no extravasamento de parte do plasma sanguíneo do glomérulo renal para a cápsula glomerular. O líquido extravasado é chamado filtrado. Esse filtrado contém substâncias úteis ao organismo, como água, glicose, vitaminas, aminoácidos e sais minerais diversos. Mas contém também substâncias tóxicas ou inúteis ao organismo, como a ureia e o ácido úrico. Da cápsula glomerular, o filtrado passa para os túbulos renais. O processo em que há o retorno ao sangue das substâncias úteis ao organismo presentes no filtrado é chamado reabsorção renal e ocorre nos túbulos renais. Essas substâncias úteis que retornam ao sangue são retiradas do filtro pelas células dos túbulos renais. Daí passam para os vasos capilares sanguíneos que envolvem esses túbulos. 
Dos néfrons, os resíduos recolhidos são enviados através dos ureteres para a bexiga. Os ureteres são dois tubos musculosos e elásticos, que saem um de cada um dos rins e vão dar à bexiga. A bexiga é um saco musculado, muito elástico, com um comprimento aproximado de 30 cm, onde a urina (resíduos filtrados) é acumulada. Este reservatório está ligado a um canal - a uretra - que se abre no exterior pelo meato urinário, e a sua base está rodeada pelo esfíncter uretral, que pode permanecer fechado e resistir à vontade de urinar. Válvulas existentes entre os ureteres e a bexiga impedem o retrocesso da urina.
O que é a urina?
A urina é um líquido transparente, amarelado, formado nos rins e que transporta produtos residuais do metabolismo até ao exterior do organismo.
Ela é constituída por 95% por água, na qual a ureia, toxinas e sais minerais, como o cloro, o magnésio, o potássio, o sódio, o cálcio, entre outros (que formam os restantes 5%), estão dissolvidos. Também pode conter substâncias comuns, utilizadas frequentemente pelo organismo, mas que se podem encontrar em excesso, pelo que o corpo tem de se ver livre delas.
Os néfrons estão sempre funcionando?
Sim, a sua atividade é contínua e permanente. Mais de 1000 litros de sangue passam através dos rins diariamente, o que significa que eles filtram todo o sangue do nosso organismo várias vezes por dia (porque no nosso corpo existem apenas 5 litros de sangue). Num período de 24 horas os néfrons produzem cerca 180 litros de urina, mas em média, cada pessoa só excreta cerca de 1,5 litros por dia.
Então, para onde é que vão os restantes litros de urina que os rins produzem?
É verdade que se forma uma muito maior quantidade de urina do que a que realmente é expulsa, ou seja, nem tudo o que sai da corrente sanguínea vai parar ao exterior do corpo. Se os rins diariamente produzem 180 litros de urina, mas apenas são responsáveis pela excreção de 1,5 litros, isto significa que 178,5 litros têm um destino diferente.
Quando o sangue é filtrado, muitas coisas que passam para os rins fazem falta no organismo. Por isso existem mecanismos para que esses produtos não se percam. É o mecanismo designado por reabsorção, que permite que grande parte da água que sai do sangue (cerca de 99%) não chegue a integrar a urina. É que não te esqueças que 70% do nosso corpo é água e para que possamos viver, assim tem de continuar. Se excretássemos todos os litros de urina que se formam, imagina a quantidade de água que não teríamos de beber todos os dias para não morrermos desidratados. É uma questão de conservação do conteúdo hídrico do corpo. Mas para além da água, com outras substâncias acontece exatamente o mesmo. Determinados sais desempenham papéis muito importantes no funcionamento do organismo e a sua saída poderia colocar em risco a saúde. Além disto, seria um desperdício estar a expulsar substâncias que ainda podem ter utilidade. Deste modo o organismo controla as quantidades das substâncias que saem e que ficam.
Os rins formam sempre a mesma quantidade de urina?
Não, pois a quantidade de urina produzida depende do tipo de regime alimentar e obviamente da quantidade de água ingerida. Se ingerirmos alimentos muito salgados, como batatas fritas, ocorre um aumento do nível de sal no sangue. Este aumento faz com que a reabsorção de sal (que acontece normalmente para impedir que este se perca) diminua e por isso a quantidade de sal na urina vai aumentar. Se verificar uma diminuição da quantidade de sal no sangue, o organismo responde com um aumento da capacidade de reabsorção e mais sal volta e entrar na corrente sanguínea. E isto acontecepara muitas outras substâncias. Quando as suas quantidades aumentam no sangue, o organismo possui mecanismos para impedir que elas fiquem no corpo e assim aumenta a sua quantidade na urina. Pelo contrário, se as suas quantidades descerem, a intensidade da reabsorção das substâncias em questão aumenta, para que maiores quantidades sejam mantidas no organismo.
Considerações gerais sobre distúrbios de filtração dos rins
Cada rim contém cerca de um milhão de unidades de filtração (glomérulos). Os glomérulos são feitos de muitos aglomerados microscópicos de vasos sanguíneos minúsculos (capilares) com pequenos poros. Esses vasos sanguíneos fazem o líquido vazar da corrente sanguínea para o sistema de túbulos em miniatura. Os túbulos secretam e reabsorvem as substâncias químicas e outras substâncias do líquido para fazer com que se transformem em urina. A urina, então, é drenada dos túbulos para tubos cada vez maiores até deixar o rim. Normalmente, este sistema de filtragem permite que o líquido e pequenas moléculas (mas quase nenhuma proteína ou glóbulos sanguíneos - Síndrome de proteinúria e hematúria assintomática) vazem entrando nos túbulos. As doenças que afetam os rins podem ser divididas em três categorias com base na forma como elas afetam diferentes partes dos rins:
· A glomerulonefrite (ou síndrome nefrítica) é a inflamação dos glomérulos, que faz com que os glóbulos sanguíneos e proteínas escapem dos capilares glomerulares e sigam para a urina e, algumas vezes, ela é hereditária (sendo então chamada nefrite hereditária).
· A síndrome nefrótica quando a lesão nos capilares dos glomérulos faz com que a proteína vaze para a urina.
· A nefrite túbulo-intersticial é uma inflamação dos túbulos e/ou tecidos que circundam os túbulos (interstício).
Alguns distúrbios possuem características da glomerulonefrite e da síndrome nefrótica.
Outro distúrbio, chamado nefropatia de refluxo devido ao refluxo da urina da bexiga para os rins, aumenta o risco de infecção do trato urinário e também causa inflamação e fibrose renal.
Glomerulonefrite, síndrome nefrótica e nefrite túbulo-intersticial não são distúrbios específicos; são categorias de distúrbios. Muitos distúrbios específicos se enquadram em cada categoria e muitos quadros clínicos específicos podem causar distúrbios em cada categoria. Por exemplo, a glomerulonefrite membranoproliferativa é uma inflamação das células filtrantes dos rins causada por uma resposta imunológica. A resposta imunológica pode ser causada por qualquer dos vários distúrbios autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico (lúpus) ou por uma infecção ou mesmo por um câncer.
Na glomerulonefrite, a inflamação é, com frequência, o resultado de uma reação imunológica anormal. Tal reação pode ocorrer de duas maneiras:
· Os anticorpos (proteínas produzidas pelo organismo para atacar moléculas específicas chamadas de antígenos) podem atacar diretamente as células dos rins ou as moléculas presas neles, causando a inflamação.
· Os anticorpos atacam os antígenos fora dos rins e esses complexos antígeno-anticorpo (ou imunológico) são transportados para os rins pela corrente sanguínea e ficam presos nos glomérulos, causando a inflamação.
Se glomérulos em número suficiente forem lesionados, a função renal diminui. Como resultado, a produção de urina cai e os resíduos se acumulam no sangue. Da mesma forma, quando a lesão é séria, as células inflamatórias e glomerulares acumulam-se e comprimem os capilares existentes dentro dos glomérulos, interferindo na filtração. Pode ocorrer cicatrização, que também prejudica a função renal e reduz a produção de urina. Em alguns casos, coágulos sanguíneos minúsculos (microtrombos) se formam nos vasos sanguíneos pequenos, fazendo com que a função renal diminua ainda mais. A glomerulonefrite raramente resulta de uma doença hereditária. Em outros casos, a glomerulonefrite é causada por inflamação de vasos sanguíneos (vasculite).
A síndrome nefrótica faz com que grandes quantidades de proteína vazem do sangue para a urina. Este vazamento pode ser causado por lesão nos glomérulos devido a processos inflamatórios ou não inflamatórios. Nos processos inflamatórios, os glóbulos vermelhos aparecem na urina. Portanto, a síndrome nefrótica causada por inflamação tem características similares àquelas da glomerulonefrite. Nos processos não inflamatórios, os glóbulos vermelhos não aparecem na urina. Algumas formas de síndrome nefrótica podem ser sérias. Os glomérulos apresentam cicatrizes e ocorre o desenvolvimento de insuficiência renal (perda da maior parte da função renal). Nas formas menos sérias da síndrome nefrótica, a função renal diminui muito pouco.
A nefrite túbulo-intersticial é causada, com frequência, por reações tóxicas ou alérgicas a um medicamento. Glóbulos brancos ou tecidos cicatriciais surgem no rim afetado. A infecção dos rins (pielonefrite) também pode causar nefrite túbulo-intersticial. Quando a inflamação danifica os túbulos e tecidos circundantes, os rins se tornam incapazes de realizar suas funções normais, como concentrar a urina, resultando em urina muito diluída. Os rins também podem ser incapazes de eliminar (excretar) resíduos do corpo ou de equilibrar a excreção de ácido, sódio e outros eletrólitos como o potássio. Se a lesão for grave e afetar ambos os rins, o resultado é insuficiência renal.
Doença renal crônica (DRC)
(insuficiência renal crônica)
· As causas principais são diabetes e pressão arterial alta.
· O sangue se torna mais ácido, anemia se desenvolve, os nervos são prejudicados, o tecido ósseo se deteriora e o risco de aterosclerose aumenta.
· Os sintomas podem incluir micção à noite, fadiga, náusea, coceira, espasmo muscular e cãibras, perda de sensação, confusão, dificuldade em respirar e pele amarelo-castanha.
· O diagnóstico é realizado por exames de sangue e urina.
· O tratamento visa restringir líquidos, sódio e potássio na dieta, o uso de medicamentos para corrigir outros quadros clínicos (como diabetes, pressão arterial alta, anemia e desequilíbrio eletrolítico) e, quando necessário, o uso de diálise ou transplante renal.
(Consulte também Considerações gerais sobre a insuficiência renal.)
Muitas doenças podem danificar ou lesionar os rins de forma irreversível. A lesão renal aguda pode converter-se em crônica, caso a função renal não se recupere após o tratamento e se ela durar mais de três meses. Portanto, qualquer distúrbio que possa provocar a lesão renal aguda pode causar doença renal crônica. Contudo, em países ocidentais, as causas mais comuns da doença renal crônica são
· Diabetes mellitus
· Pressão arterial alta (hipertensão)
Esses dois quadros clínicos lesionam diretamente os pequenos vasos sanguíneos dos rins.
Outras causas de doença renal crônica incluem bloqueio do trato urinário (obstrução), certas anomalias renais (como a doença renal policística e glomerulonefrite) e as doenças autoimunes (como lúpus eritematoso sistêmico [lúpus]), em que os anticorpos danificam vasos sanguíneos minúsculos (glomérulos) e os pequenos canais dos rins (túbulos).
A doença renal crônica causa muitos problemas no corpo:
· Quando a diminuição da função renal é leve ou moderadamente grave, os rins não conseguem absorver a água da urina para reduzir o volume de urina e a concentra.
· Em seguida, a capacidade dos rins de excretar os ácidos normalmente produzidos pelo corpo diminui e o sangue fica mais ácido, um quadro clínico chamado de acidose.
· A produção de glóbulos vermelhos diminui, causando anemia.
· Altos níveis de resíduos metabólicos no sangue podem danificar as células nervosas no cérebro, tronco, braços e pernas. Os níveis de ácido úrico podem aumentar, algumas vezes causando gota.
· Os rins lesionados produzem hormônios que aumentam a pressão arterial. Além disso, esses rins não podem excretar o excesso de sal e água. A retenção de sal e água pode contribuir para a pressão arterial alta e a insuficiência cardíaca.
· A membrana que circunda o coração (pericárdio) pode ficar inflamada (pericardite).
· O nível de triglicerídeosno sangue com frequência fica elevado, o que, junto com a hipertensão arterial, aumenta o risco de aterosclerose.
· A formação e a conservação do tecido ósseo podem ser prejudicadas (osteodistrofia renal), se certos problemas que acompanham a doença renal crônica persistirem durante muito tempo. Esses quadros clínicos incluem nível elevado de hormônio da paratireoide, uma baixa concentração de calcitriol (a forma ativa da vitamina D) no sangue, absorção prejudicada de cálcio e concentração elevada de fosfato no sangue. A osteodistrofia renal pode provocar dores nos ossos e aumento do risco de fraturas.
Sintomas
Os sintomas normalmente se desenvolvem muito lentamente. À medida que a insuficiência renal progride e os resíduos metabólicos se acumulam no sangue, os sintomas evoluem.
A perda leve a moderada da função renal pode causar somente sintomas leves, como a necessidade de urinar várias vezes durante a noite (noctúria). A noctúria ocorre porque os rins não conseguem absorver a água da urina para reduzir o volume e a concentram, como ocorre normalmente durante a noite.
À medida que a função renal piora e mais resíduos metabólicos se acumulam no sangue, as pessoas podem sentir-se cansadas e fracas de modo geral e apresentarem uma diminuição da capacidade mental. Algumas pessoas apresentam falta de apetite e dificuldade em respirar. A anemia também é responsável pela fadiga e fraqueza generalizada.
O acúmulo de resíduos metabólicos também causa náuseas e vômitos e um gosto desagradável na boca, podendo levar à desnutrição e perda de peso. As pessoas com doença renal crônica tendem a formar hematomas ou sangrar por um tempo anormalmente longo após um corte ou outro tipo de lesão. A doença renal crônica também diminui a capacidade do organismo de combater infecções. Gota pode causar artrite aguda com dor nas articulações e inchaço.
A perda grave da função renal resulta no acúmulo de resíduos metabólicos no sangue em níveis mais elevados. A lesão aos nervos e músculos pode causar espasmos musculares, fraqueza muscular, cãibra e dor. As pessoas também podem sentir uma sensação de formigamento nos braços e nas pernas e podem perder a sensibilidade em certas partes do corpo. Podem desenvolver a síndrome das pernas inquietas. Pode surgir encefalopatia, um quadro clínico no qual o cérebro não funciona corretamente, e levar à confusão, letargia e convulsões.
Insuficiência cardíaca pode causar falta de ar. Pericardite pode causar dor no peito e pressão arterial baixa. As pessoas que sofrem de doença renal crônica avançada têm, em geral, úlceras gastrointestinais e sangramento. A pele pode ficar com uma tonalidade amarelo-castanha e, ocasionalmente, a concentração de ureia é tão elevada que se cristaliza no suor, formando um pó branco sobre a pele. Algumas pessoas com doença renal crônica sentem coceira no corpo todo. Também podem ter mau hálito.
Diagnóstico
· Exames de sangue e urina
· Ultrassonografia
· Algumas vezes, biópsia
Exames de sangue e de urina são essenciais. Eles confirmam a diminuição da função renal.
Os médicos devem tentar diagnosticar e iniciar o tratamento de qualquer doença que possa estar causando a disfunção renal, porque a pessoa pode ter uma lesão renal aguda capaz de ser resolvida com o tratamento adequado.
Quando a perda da função renal alcança um certo nível na doença renal crônica, os níveis dos químicos no sangue tipicamente se tornam anormais.
· Ureia e creatinina, resíduos metabólicos normalmente filtrados pelos rins, estão aumentados.
· O sangue fica moderadamente acídico.
· É frequente que o potássio no sangue esteja normal ou levemente aumentado, mas ele pode se tornar perigosamente elevado.
· O cálcio e o calcitriol no sangue diminuem.
· Os níveis de fosfato e do hormônio da paratireoide aumentam.
· Em geral a hemoglobina está diminuída (o que significa que a pessoa tem certo grau de anemia).
O nível de potássio pode tornar-se perigosamente elevado quando a insuficiência renal atinge um estágio avançado ou se as pessoas ingerem grandes quantidades de potássio ou tomam um medicamento para evitar que os rins excretem o potássio.
A análise da urina pode detectar muitas anormalidades, que englobam proteínas e as células anormais.
A ultrassonografia é frequentemente realizada para excluir a obstrução e verificar o tamanho dos rins. Rins pequenos e com cicatrizes frequentemente indicam que a perda da função renal é crônica. Fica cada vez mais difícil determinar uma causa exata, à medida que a doença renal alcança um estágio avançado.
A remoção de uma amostra do tecido do rim para exame (biópsia renal) pode ser o exame mais exato, mas não é recomendável se os resultados de uma ultrassonografia mostrarem que os rins estão pequenos e têm cicatrizes.
Os quadros clínicos que podem causar ou piorar a doença renal crônica e suas consequências, que podem afetar adversamente a saúde em geral, devem ser tratados imediatamente; como
· Diabetes
· Hipertensão
· Obstrução do trato urinário
· Infecções
· Uso de certos medicamentos
Controlar o nível de açúcar (glicose) no sangue, bem como a pressão arterial alta nas pessoas com diabetes substancialmente diminui a deterioração da função renal. Os medicamentos chamados inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA) e os bloqueadores dos receptores da angiotensina II que ajudam a diminuir a pressão arterial, podem diminuir a taxa de diminuição da função renal em algumas pessoas com doença renal crônica.
Os médicos evitam prescrever medicamentos que são excretados pelos rins ou os prescrevem em doses menores. É necessário que muitos outros medicamentos sejam evitados. Por exemplo, pode ser necessário interromper inibidores da ECA, bloqueadores dos receptores da angiotensina II e certos diuréticos (como espironolactona, amilorida e triantereno) em pessoas com doença renal crônica grave e altos níveis de potássio porque esses medicamentos podem aumentar os níveis de potássio.
Obstruções no trato urinário são removidas ou aliviadas. Infecções bacterianas são tratadas com antibióticos.
Medidas nutricionais devem ser tomadas e podem ser prescritos medicamentos para retardar a progressão da doença renal crônica.
Restrição proteica
A diminuição da função renal pode ser levemente retardada através da restrição da quantidade de proteína ingerida diariamente. As pessoas precisam consumir carboidratos em quantidade suficiente para compensar a redução da proteína. Havendo uma restrição significativa da proteína na dieta, é importante que se tenha a supervisão de um nutricionista para ter certeza que o consumo de aminoácidos seja adequado.
Controlando a acidose
Algumas vezes, uma acidose leve pode ser controlada aumentando-se a ingestão de frutas e verduras e reduzindo-se a ingestão de proteína. No entanto, a acidose moderada ou grave pode precisar de um tratamento com bicarbonato de sódio.
Reduzindo os níveis de triglicerídeos
Os níveis de triglicerídeos e de colesterol podem ser controlados de alguma forma limitando-se o conteúdo de gordura na dieta. Os medicamentos como estatinas, ezetimiba ou ambos podem ser necessários para reduzir os níveis de triglicerídeos e colesterol.
Restringindo sódio e potássio
A restrição de sal (sódio) é normalmente benéfica, especialmente se a pessoa tiver insuficiência cardíaca.
Pode ser necessário restringir a ingestão de líquido para evitar que a concentração de sódio no sangue fique muito baixa. Deve-se evitar os alimentos muito ricos em potássio, como alguns substitutos do sal, e os que contêm um teor de potássio um pouco alto, como as tâmaras, os figos e muitas outras frutas, não devem ser consumidos em excesso. (Consulte a publicação da National Kidney Foundation Potassium and Your CKD Diet para obter mais informações).
Um teor elevado de potássio no sangue aumenta o risco de arritmias e paradas cardíacas. Se o teor de potássio ficar alto demais, medicamentos como o sulfonato de poliestireno sódico podem ajudar, mas uma diálise de emergência pode ser necessária.
Controlando os níveis de fósforo
O nível elevado defósforo no sangue pode fazer com que se formem depósitos de cálcio e fósforo nos tecidos, inclusive nos vasos sanguíneos. A restrição ao consumo de alimentos ricos em fósforo, como os produtos lácteos, o fígado, os legumes, as nozes e a maioria dos refrigerantes, diminui a concentração de fosfato no sangue. Os medicamentos que ligam o fosfato, como o carbonato de cálcio, acetato de cálcio, sevelâmer, lantânio e citrato férrico, ingeridos por via oral, podem também diminuir o nível de fósforo no sangue. O citrato de sódio deve ser evitado. O citrato de sódio é encontrado em muitos suplementos de cálcio e está em muitos produtos como aditivos alimentícios (algumas vezes chamado de E333). A vitamina D e substâncias similares são, com frequência, tomadas por via oral para reduzir os altos níveis do hormônio da paratireoide.
Lesão renal aguda (LRA)
(insuficiência renal aguda)
A lesão renal aguda é uma diminuição rápida (em dias ou semanas) da capacidade dos rins de filtrar os resíduos metabólicos do sangue.
· As causas incluem condições que diminuem o fluxo sanguíneo para os rins, que prejudicam os próprios rins ou que bloqueiam a drenagem da urina dos rins.
· Os sintomas podem incluir inchaço, náusea, fadiga, coceira, dificuldade em respirar e sintomas do distúrbio que causa a lesão renal aguda.
· Complicações graves incluem insuficiência cardíaca e altos níveis de potássio no sangue.
· O diagnóstico é feito com exames de sangue e urina e normalmente exames de imagem.
· O tratamento envolve a correção da causa da lesão renal aguda e, algumas vezes, a diálise.
A lesão renal aguda pode resultar de qualquer problema que diminua o fornecimento de sangue aos rins, quaisquer doenças ou substâncias tóxicas (também chamadas toxinas) que afetem os próprios rins ou qualquer quadro clínico que obstrua o fluxo de urina em qualquer lugar ao longo das vias urinárias.
Em muitas pessoas, a causa da lesão renal aguda não pode ser identificada.
Se ambos os rins funcionam normalmente, a lesão em um rim (por exemplo, devido a bloqueio por um cálculo renal) normalmente não causa problemas maiores porque o outro rim saudável pode compensar e normalmente manter as medições laboratoriais da função renal perto do normal. Dessa forma, a lesão renal aguda pode ser difícil de se detectar. A lesão renal aguda causa problemas significativos normalmente quando ambos os rins estão prejudicados ou funcionam de forma anormal.
Sintomas
Os sintomas dependem da
· Gravidade do declínio da função renal
· Velocidade do declínio da função renal
· Causa do declínio da função renal
Os sintomas iniciais incluem
· Retenção de água, causando ganho de peso e edema dos pés e tornozelos ou da face e das mãos.
· Diminuição da quantidade de urina
A quantidade de urina (que para a maioria dos adultos saudáveis é entre 750 mililitros [3 xícaras] e cerca de 2 litros por dia) diminui, em geral, para menos de 500 mililitros (2 xícaras) por dia ou para completamente. A diminuição na produção de urina denomina-se oligúria e a ausência total de produção de urina denomina-se anúria. No entanto, algumas pessoas com lesão renal aguda continuam a produzir quantidades normais de urina.
Posteriormente, à medida que a lesão renal persiste e os produtos residuais se acumulam no corpo, as pessoas podem sentir
· Fadiga
· Menor capacidade para se concentrar em tarefas mentais
· Perda de apetite
· Náusea
· Coceira generalizada (prurido)
As pessoas com lesão renal aguda podem desenvolver sintomas mais sérios como dor no peito, espasmos musculares ou mesmo convulsões. Se houver acúmulo de líquido nos pulmões, as pessoas podem apresentar falta de ar.
Urina da cor de coca-cola pode indicar diversas doenças renais que danificam os glomérulos, unidades de filtração dos rins. A cor marrom resulta do sangue passando pelas unidades de filtração e pode ser o primeiro sinal de uma doença conhecida como glomerulonefrite (inflamação das unidades de filtração). Exemplos incluem glomerulonefrite pós-infecciosa, doença antimembrana basal glomerular e nefrite lúpica.
Se a lesão renal aguda for causada por um bloqueio (uma obstrução), o resíduo da urina presente dentro dos rins faz com que o sistema de drenagem se dilate (um distúrbio denominado hidronefrose - Hidronefrose: Um rim dilatado). A obstrução do trato urinário causa, frequentemente, uma dor constante, indistinta, sob as costelas inferiores, mas pode causar cólicas - variando de leves a excruciantes – normalmente ao longo dos lados (flancos) do corpo. Algumas pessoas com hidronefrose apresentam sangue na urina. Se a obstrução estiver localizada abaixo da bexiga, a bexiga aumentará. Se a bexiga aumenta rapidamente, as pessoas provavelmente sentirão dor forte na pélvis, bem acima do osso púbico. Se a bexiga aumenta vagarosamente, a dor pode ser mínima, mas a parte inferior do abdômen pode inchar devido à distensão da bexiga.
Se a lesão renal aguda ocorrer durante uma internação, a causa frequentemente está relacionada a alguma lesão recente, uma intervenção cirúrgica, um medicamento ou uma infecção. Pode haver um predomínio dos sintomas devidos à causa da lesão renal aguda. Por exemplo, febre alta, hipotensão arterial com risco de morte (choque) e sintomas de insuficiência cardíaca ou insuficiência hepática podem ocorrer antes dos sintomas de insuficiência renal e podem ser mais evidentes e urgentes.
Alguns dos quadros clínicos que causam a lesão renal aguda também afetam outras partes do organismo. Por exemplo, granulomatose com poliangiíte que resulte na síndrome de Goodpasture, que danifica vasos sanguíneos nos rins, pode danificar também os vasos sanguíneos dos pulmões e fazer com que a pessoa produza catarro com sangue ao tossir. As erupções cutâneas são características de algumas causas de lesão renal aguda, incluindo poliangiíte microscópica,lúpus eritematoso sistêmico (lúpus) e algumas exposições a tóxicos.
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS RENAIS?
 Hipertensão arterial (pessoal ou na família)
Diabetes (pessoal ou na família)
História familiar de doença renal
História de doença renal no passado
COMO SABER SE VOCÊ TEM OU PODE TER DOENÇA RENAL?
 
Atenção se apresentar um dos seguintes sinais ou sintomas:
 Hipertensão arterial
 Diabetes melitos
 Inchaço nas pernas ou no rosto
 Cólica renal
 Infecção urinária (ardor para urinar ou dor lombar associada a febre, urina com mal cheiro ou turva, dificuldade para urinar ou sentir vontade de urinar muitas vezes ao dia)
 Sangue na urina
 Fraqueza ou palidez cutânea não explicada por outras causas
Consultado em 10/03/2020 às 17:39. Disponível na Internet em https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/excrecao2.php
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