Buscar

Apostila de Práticas de Bioquímica

Prévia do material em texto

Estácio Fase de Sergipe 
 
 
APOSTILA DE 
PRÁTICAS DE 
BIOQUÍMICA 
 
 
 
 
Professora Luana Seraphim 
 
2 
 
Todas as aulas devem gerar um relatório, que juntos irão contribuir para a nota. 
O relatório deve ser entregue na formatação do formulário do Anexo I. 
O aluno só poderá realizar a aula prática devidamente paramentado, trajando 
jaleco, calça comprida e calçados fechados. 
O aluno deverá estar com o roteiro de práticas em mãos para realizar os 
procedimentos práticos 
 
 
NORMAS DE SEGURANÇA E DE CONDUTA NO LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA 
 
 
1. Ao entrar no laboratório, observe o local dos acessórios de segurança, tais 
como: chuveiro de segurança, lava-olhos, pontos de água corrente, extintores de 
incêndio etc. Verifique os tipos de fogo que os extintores podem apagar. 
2. Procure deixar seu material (mochila, celulares, livros, pastas e fichários) na 
prateleira destinada a conter esse material que não será utilizado na realização da 
aulas práticas. 
3. Não use saia, bermuda, ou calçados abertos (chinelo, sandália ou sapatilha). 
4. Pessoas com cabelos compridos devem mantê-los presos enquanto estiverem no 
laboratório. 
5. Não fume, não coma e não beba alimentos dentro do laboratório. 
6. Obedeça às orientações do professor durante as aulas práticas. 
7. Mantenha total atenção sobre o que está manipulando. 
8. Não deixe frascos ou vidrarias próximos à borda das bancadas. 
9. Evite circular com frascos pelo laboratório. 
10. Antes de usar reagentes que não conheça, consulte o professor. 
11. Assim que retirar a quantidade necessária de reagente do frasco, feche-o. 
12. Não introduza espátulas úmidas ou contaminadas nos frascos de reagentes. 
13. Não deixe frascos abertos na bancada. 
14. Nunca pipete líquidos com a boca: Utilize a pêra de sucção. 
15. Não use a mesma pipeta para medir soluções diferentes. 
16. Nunca adicione água sobre ácidos e sim ácidos sobre água. 
17. Nunca coloque o produto ou frasco diretamente sob o nariz. 
18. Quando estiver manipulando frascos ou tubos de ensaio, nunca dirija sua 
abertura na sua direção ou na de outras pessoas. 
19. As operações com manipulação de ácidos, compostos tóxicos e reações que 
exalem gases nocivos devem ser realizadas na capela de exaustão. 
20. Identifique as soluções e reagentes dispostos em béqueres, tubos de ensaio ou 
balões volumétricos etiquetando-os. 
21. Fique atento às operações onde for necessário realizar aquecimento. Não deixe 
vidros ou objetos quentes em lugares onde pessoas possam pegá-los 
inadvertidamente. 
22. Use luvas de isolamento térmico ao manipular material quente. 
23. Não jogue restos de reagentes nas pias. 
24. Lembre-se de lavar bem as mãos antes de deixar o recinto. 
25. Limpe a bancada após o uso. 
25. Só deixe o laboratório após o professor verificar sua bancada de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
PPRRÁÁTTIICCAASS DDEE BBIIOOQQUUÍÍMMIICCAA 
 
Primeira Prática: APRESENTAÇÃO DE VIDRARIA E EQUIPAMENTOS DO 
LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA 
 
Vidraria de laboratório 
 
É de fundamenta importância para quem trabalha em laboratório 
distinguir e usar convenientemente cada vidraria. A vidraria de laboratório pode 
ser usada para armazenar material sólido ou líquido, preparar soluções, fazer 
reações, medir líquidos, etc. 
Quanto a exatidão ou não de suas medidas, a vidraria pode ser de dois 
tipos , a saber: as que são calibradas para transferir um certo volume, 
aproximado, mas não exato ( exibem a sigla TC, to contain, gravada no vidro) e 
as que são calibradas para transferir volumes dentro de certos limites de 
exatidão (exibem a sigla TD, to deliver , gravada no vidro). 
Qualquer vidraria apresenta o problema da aderência do fluído nas suas 
paredes internas, mesmo estando limpa e seca. Por isso, um frasco construído 
para conter um determinado volume de líquido (TC), sempre escoará um 
volume menor. 
A vidraria do tipo (TD) tem seu volume corrigido para a aderência do 
fluido, e por essa razão, escoará o volume indicado. Ainda assim é necessário 
saber que a quantidade do líquido escoado por essa vidraria dependerá, 
principalmente, da sua forma, de sua limpeza, do tempo de escoamento, da 
viscosidade e da tensão superficial do líquido. 
Antes de passarmos ao conhecimento dos recipientes de vidro do 
laboratório, é necessário conhecer o significado de três termos freqüentemente 
aplicados a eles, quais sejam, calibrado, volumétrico e graduado. 
 Calibrado é um termo que indica a capacidade máxima de volume 
que uma vidraria é capaz de medir. 
 Volumétrico refere-se a capacidade da vidraria de fazer medidas 
de volumes exatas. Pipetas volumétricas e balão volumétrico são exemplos de 
recipientes volumétricos. 
 Graduado indica a marcação da fração de volume ao longo da 
vidraria. Pipetas graduadas, provetas, buretas, beckers e erlenmeyers são 
exemplos de vidraria graduada. 
 
3.1 Os recipientes mais comumente usados no laboratório são: 
 
Becker - copo de vidro graduado ou não, de vários tamanhos. O becker 
tem funções diversas como preparar soluções, pesar substâncias sólidas, etc. 
O becker não é uma vidraria de medida exata, por isso não deve ser usado 
para fazer medidas precisas de volume. 
 
Balão volumétrico - vidraria volumétrica, possui a forma de uma pêra, um 
fundo chato, um gargalo longo e é provido de uma tampa de vidro esmerilhada 
ou de teflon. O gargalo apresenta um traço fino gravado na sua parte superior, 
que indica até onde o nível do líquido deve ser elevado para completar o 
4 
 
volume da solução. É usado tanto na preparação de soluções de concentração 
conhecida como na diluição de soluções já preparadas. 
Erlenmeyer - frasco de vidro de forma cônica, com gargalo, graduado ou 
não. É usado em titulações, agitação e aquecimento de líquidos; a sua forma 
evita respingos. 
 
Pipeta - tubo de vidro graduado de diâmetro reduzido e tamanhos 
variados, com bico e bocal. É utilizada para medir e transferir pequenos 
volumes de líquidos, ou seja, pipetar. 
 
Proveta - cilindro de vidro graduado, com pé. É encontrada em 
tamanhos diversos e serve para medidas exatas de líquidos. 
 
Tubo de ensaio - tubo de vidro de tamanhos variados, fundo redondo ou 
chato. Alguns possuem tampa rosqueada. É utilizado para fazer reações em 
pequena escala, ensaios biológicos e cultura de microrganismos. 
 
Kitassato ou kitazato - frasco cônico de vidro, com paredes espessadas 
e gargalo com saída lateral. É usado em filtração a vácuo. 
 
Vidro de relógio - tipo de "pires" côncavo, de vidro, de diversos 
tamanhos. É usado para pesar substâncias, receber pequenos organismos e 
órgãos. 
 
Frasco estoque - frasco de vidro ou de plástico, com tampa esmerilhada 
ou não. Serve para guardar substâncias químicas e soluções; pode ser claro ou 
escuro ( este último é adequado para as substâncias e soluções fotorreativas). 
 
Funil de vidro ou de plástico - Serve para filtrações simples e transferir 
líquidos de um recipiente para outro. 
 
Bastão de vidro - haste de vidro usada para agitar soluções e auxiliar na 
transferência de líquidos de um recipiente para outro. 
 
Placa de Petri - tipo de prato, de vidro ou de plástico transparente que 
encaixa com outro um pouco maior. É usada para cultivar microrganismos e em 
preparações histológicas. 
 
Funil de separação - Utilizada para separar líquidos não miscíveis. 
 
Gral e pistilo - Recipiente e macerador de porcelana. Servem para 
pulverizar ou macerar sólidos e preparar pastas. 
 
Bureta - Tubo de vidro graduado provido de uma torneira para 
escoamento controlado do líquido. Serve para medir líquidos com precisão e é 
usado em titulações. 
Materiais de vidro 
1. Tubo de ensaio: utilizado principalmente para efetuar reações químicas em pequena 
escala. 
5 
 
2. Béquer: recipiente com ou sem graduação, utilizado para o preparo de soluções, 
aquecimento de líquidos, recristalizações. 
3. Erlenmeyer: frasco utilizado para aquecer líquidos ou para efetuar titulações. 
4. Kitassato: frascode paredes espessas, munido de saída lateral e usado em 
filtrações sob vácuo. 
5. Balão volumétrico: recipiente calibrado de precisão, destinado a conter um 
determinado volume de líquido, a uma dada temperatura; utilizado no preparo de 
soluções de concentrações definidas. 
6. Proveta: frasco com graduações, destinado a medidas aproximadas de volume de 
líquidos. 
7. Bureta: equipamento calibrado para medida precisa de volume de líquidos. Permite 
o escoamento do líquido e é muito utilizada em titulações. 
 
Pipeta: equipamento calibrado para medida precisa de volume de líquidos. Existem 
dois tipos de pipetas: pipeta graduada (8) e pipeta volumétrica (9). A primeira é 
utilizada para escoar volumes variáveis e a segunda para escoar volumes fixos de 
líquidos (de precisão). 
10. Funil: utilizado na transferência de líquidos de um frasco para outro ou para efetuar 
filtrações simples. 
11. Vidro de relógio: usado geralmente para cobrir béqueres contendo soluções e para 
realizar pesagens. 
12. Dessecador: utilizado no armazenamento de substâncias quando se necessita de 
uma atmosfera com baixo teor de umidade. Também pode ser utilizado para manter as 
substâncias sob pressão reduzida. Existem vários tipos. 
13. Pesa-filtro: recipiente destinado à pesagem de sólidos. 
14. Bastão de vidro: usado na agitação e transferência de líquidos. 
15. Funil de separação: equipamento para separar líquidos não miscíveis. Existem 
vários modelos. 
6 
 
 
Condensador: Equipamento destinado à condensação de 
vapores, em destilações ou aquecimento sob refluxo. 
Existem três tipos básicos, condensador reto ou liso (16), 
de bola (17) e espiral (18). O condensador de bolas é 
usado para refluxo, enquanto os outros modelos são mais 
utilizados em destilações. 
19. Termômetro: Usado para medidas de temperatura. 
Materiais de Porcelana 
20. Funil de Büchner: utilizado em filtrações por sucção, 
devendo ser acoplado a um kitassato. 
21. Cápsula de porcelana: usada para efetuar evaporação 
de líquidos. 
22. Cadinho: usado para calcinação de substâncias. 
23. Almofariz (gral) e pistilo: destinados à pulverização de 
sólidos. Além de porcelana, podem ser feitos de ágata, 
vidro ou metal. 
 
 
 
 Socorros de emergência 
 
Em qualquer acidente no laboratório, identifique a causa e procure 
imediatamente assistência médica. 
 
a) Substâncias químicas nos olhos: 
 
Solução alcalina (básica): lavar imediatamente com bastante água e 
depois com solução saturada de ácido bórico 2% ou de ácido pícrico 1%. 
 
7 
 
 
Solução ácida: lavar abundantemente com água e depois com uma 
solução de ácido bórico 2%. O ácido bórico é usado em queimaduras por 
causa de suas ações bactericida e fungicida. 
 
b) Queimaduras: 
 
Pelo calor: tratar a queimadura com álcool ou com solução de ácido 
pícrico 1%. 
Por ácidos: lavar rapidamente com uma solução de bicarbonato de sódio 
5% e depois com água. 
Por bases: lavar rapidamente com uma solução de ácido acético 5% ou 
ácido bórico 2% ( água boricada) e depois com água. 
Estas regras de segurança não devem ser vistas como um manual de 
proibições, mas como orientações que devem ser observadas para um melhor 
desempenho do aluno no laboratório. 
 
 
 
Classificação dos reagentes químicos quanto ao risco que oferecem no 
manuseio 
 
Corrosivos - substâncias que em contato com os materiais de 
tubulações, equipamentos e com o tecido vivo (pele, mucosas) exercem uma 
ação destrutiva. Precaução: ao manipular reagentes corrosivos deve-se evitar o 
respingo deles em sua vestimenta, pele e olhos. Os reagentes corrosivos são 
representados por um símbolo de um ácido ativo. Exemplos: Hidróxido de 
sódio, ácido fosfórico, ácido sulfúrico, ácido clorídrico. 
 
Inflamáveis - substâncias que em temperatura ambiente, podem entrar e 
combustão espontaneamente em contato com o ar. Em geral emitem gases e 
vapores. Precaução: ao trabalhar com esse tipo de substância deve-se evitar 
contato com materias ignitivos (ar, água). As substâncias Inflamáveis são 
representadas por uma chama ou letra F. Exemplos: Hexano (solvente de 
extração), etanol, acetona, etc. 
 
Explosivos - substâncias muito sensíveis ao fogo, ao calor e à fricção 
(choques, atritos). Ao trabalhar com esses reagentes deve-se evitar batida, 
empurrão, fricção, faísca e calor Exemplos: nitroglicerina metano, propano, 
butano, etc. 
 
Comburente – são as substâncias que podem acender ou facilitar a 
combustão, impedindo o combate ao fogo. Ao manipular esses reagentes 
deve-se evitar o contato deles com materiais combustíveis. Exemplos: 
oxigênio, nitrato de potássio, peróxido de hidrogênio, etc. 
Irritantes substâncias não corrosivas que, por contato imediato, 
prolongado ou repetido com a pele ou com as mucosas, podem provocar uma 
reação inflamatória. Precaução: Os gases não devem ser inalados, quanto aos 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Oxig%C3%AAnio
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Nitrato_de_pot%C3%A1ssio&action=edit
8 
 
líquidos deve-se evitar respingos dessas substâncias com a pele e olhos. As 
substâncias irritantes são representadas por uma cruz de Santo André ou pelas 
letras Xi, Exemplos: Cloreto de cálcio, carbonato de sódio, formol, etc. 
 
Nocivo - substâncias que por inalação, ingestão ou penetração através 
da pele, podem produzir doenças. Precaução: deve ser evitado o contato 
dessas substâncias com o corpo humano, assim como sua inalação. As 
substâncias nocivas são representadas por uma cruz de Santo André ou pelas 
letras Xn. Precaução: Deve-se evitar qualquer contato dessas substâncias com 
o corpo humano. Exemplos: Clorofórmio, etanal, diclorometano, cloreto de 
potássio, etc. 
 
Tóxico - são aquelas substâncias químicas que, em determinadas 
concentrações podem causar danos graves à saúde, podendo inclusive levar 
uma pessoa à morte. Precaução: Deve-se evitar qualquer contato dessas 
substâncias com o corpo humano. A representação por pictograma é de uma 
caveira sobre tíbias cruzadas ou pela letra T. Ex. Metanol, cloreto de bário, 
monóxido de carbono, etc. 
 
Perigosa para o ambiente – são os reagentes que liberados no meio 
ambiente, podem provocar danos a curto ou longo prazo. Precaução: devido ao 
seu risco em potencial, não deve ser liberado em encanamentos, no solo ou no 
ambiente. Tratamentos especiais devem ser tomados. A representação por 
pictograma é uma cena mostrando um ambiente degradado em que se vê 
peixe e árvore mortos. A letra N representa esse risco Exemplos de reagentes 
que oferecem riscos ao ambiente benzol, cianureto de potássio, o inseticida 
lindan (hexaclorociclohexano), etc. 
 
 Símbolos de segurança utilizados em reagentes de laboratório 
A identificação do grau de risco de um reagente deve ser feita tanto por 
seus nomes como pelos símbolos, como descrito acima, e ambos descritos em 
etiquetas ou rótulos dos reagentes. Os símbolos de risco são pictogramas 
representadas em forma quadrada, impressos em preto e fundo laranja-
amarelo, utilizados em rótulos ou informações de produtos químicos. Eles 
servem para lembrar o risco do manuseio do produto, representando nos 
pictogramas os primeiros sintomas com o contato com a substância. 
Tabela 1 representação com pictogramas e letras dos riscos de 
reagentes de laboratório 
Risco Pictogram
a 
Letra 
Corrosivo 
 
C 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pictograma
9 
 
Inflamável 
 
F 
Tóxico 
 
T 
Irritante 
 
Xi 
Nocivo 
 
Xn 
Explosivos 
 
E 
Comburent
es 
 
O 
Perigosa 
para o ambiente 
 
N 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
(1) (2) 
(3) 
(4) 
(5) 
(6) 
(7) (8) 
(9) 
(10) 
11 
 
 
Figura 1 – Vidraria comum no laboratório de Bioquímica. 1- Grau e 
pistilo; 2- Pregador ou pinça de madeira; 3- Balão de fundo chato; 4- Balão 
volumétrico; 5-Becker; 6- Bureta; 7- Erlenmeyer; 8- Suporte para tubos, 
bancada ou grade; 9- Proveta; 10- Tubo de ensaio; 11- Funil de Buchner;12- 
Funil de vidro; 13- Pisseta; 14- Vidro de relógio; 15- Suporte.(11) 
(12) (13) 
(14) 
(15) 
12 
 
Materiais Metálicos 
Suporte (24), mufa (25) e garra (26): peças 
metálicas usadas para montar aparelhagens em 
geral. 
Grampos: peças de vários tipos, como Mohr (27) 
e Hoffmann (28), cuja finalidade é impedir ou 
reduzir o fluxo de líquidos ou gases através de 
tubos flexíveis. 
Pinça Casteloy (29): usada para segurar objetos 
aquecidos. 
30. Tela de amianto: tela metálica, contendo 
amianto, utilizada para distribuir uniformemente o 
calor, durante o aquecimento de recipientes de 
vidro à chama de um bico de gás. 
31. Triângulo de ferro com porcelana usado 
principalmente como suporte em aquecimento de 
cadinhos. 
32. Tripé: usado como suporte, principalmente de 
telas e triângulos. 
33. Bico de gás (Bunsen): fonte de calor 
destinado ao aquecimento de materiais não 
inflamáveis. 
34. Banho-maria: utilizado para aquecimento até cerca de 100C. Existem vários 
modelos. 
 
 
 
13 
 
35. Argola: usada como suporte para funil de vidro ou tela metálica. 
36. Espátula: usada para transferir substâncias sólidas. Existem vários modelos. 
37. Furador de rolhas: utilizado na perfuração de rolhas de cortiça ou borracha. 
 
Materiais Diversos 
38. Suporte para tubos de ensaio. Existem vários modelos de diversos tamanhos e 
materiais. 
39. Pinça de madeira: utilizada para segurar tubos de ensaio. 
40. Pissete: frasco geralmente contendo água destilada, álcool ou outros solventes, 
usado para efetuar a lavagem de recipientes ou materiais com jatos do líquido nele 
contido. 
41. Trompa de água: dispositivo para aspirar o ar e reduzir a pressão no interior de um 
frasco; muito utilizado em filtrações por sucção. 
42. Estufa: equipamento empregado na secagem de materiais, por aquecimento, em 
geral até 200C. 
 
 
14 
 
43. Mufla: utilizada na calcinação de substâncias, por aquecimento em altas 
temperaturas (até 1000 ou 1500C). 
44. Manta elétrica: utilizada no aquecimento de líquidos inflamáveis, contidos em balão 
de fundo redondo. 
45. Centrífuga: instrumento que serve para acelerar a sedimentação de sólidos em 
suspensão em líquidos. 
46. Balança: instrumento para determinação de massa. Existem vários modelos com 
diversos tipos de precisão. 
 
 
 
 
 
 
 
1. Objetivos 
 
 Nesta aula o aluno deverá conhecer as vidrarias e equipamentos básicos de 
um laboratório, bem como aprender a manuseá-los corretamente tornando-os 
aptos a desenvolverem quaisquer procedimentos experimentais para demais 
aulas. 
 
2. Procedimento 
 
1. Serão apresentadas as vidrarias mais comuns num laboratório como béquer, bastão 
de vidro, balões fundo chato, erlenmeyer, funil simples, tubo de ensaio, vidro de 
relógio; 
 
2. Será demonstrado como se devem utilizar vidrarias de medição de volumes como 
balões volumétricos, provetas, pipetas graduadas e pipetas volumétricas. Mostrará 
também como se deve aferir o menisco. 
 
3. Serão apresentados os materiais mais comuns num laboratório de química como 
espátula, estante para tubos de ensaio, “pêra”, bico de Bunsen, pinças e pissetes. 
 
15 
 
Material necessário para apresentação de vidraria por grupo (2 a 3 alunos por 
grupo): 
(uma amostra de cada vidraria para apresentação). 
 
 Béquer; 
 Bastão de vidro; 
 Erlenmeyer; 
 Funil simples; 
 Tubo de ensaio; 
 Vidro de relógio; 
 Pipetas volumétricas; 
 Pipetas graduadas; 
 Proveta; 
 Balões volumétricos. 
 
Questões para discussões: (DEVEM SER DISCUTIDAS EM GRUPO E 
RESPONDIDAS NO RELATÓRIO) 
 
1) Explique a diferença que existe entre a pipeta graduada e a pipeta volumétrica. 
2) Descreva a função e o que são o béquer e o erlenmeyer. 
3) Qual a finalidade da estufa num laboratório de bioquímica? 
4) Qual a diferença entre a balança analítica e a semi-analítica? Que tipo de 
balança há no laboratório de bioquímica? 
5) Que tipo de vestimentas os alunos de bioquímica devem estar utilizando para 
participação das aulas práticas de bioquímica? 
 
 
Segunda Prática: MEDIDAS DE VOLUMES E PIPETAGEM 
 
Os líquidos são medidos em vidrarias denominadas volumétricas com aferição 
de determinada capacidade de volume. São utilizados dependendo da necessidade de 
maior ou menor precisão. 
Na medida de volume de um líquido, compara-se seu nível com as marcações 
da vidraria. Lê-se assim o nível do líquido, baseando-se no menisco que é a superfície 
curva do liquido. 
Alguns líquidos apresentam-se incolores, outros coloridos. Um líquido incolor 
ou colorido pode caracterizar uma mistura, que são denominadas soluções líquidas. 
Para realizar a leitura de volume de uma solução líquida deve-se obedecer à 
posição do menisco, ou seja: soluções incolores por convenção a leitura se dá pela 
tangente do menisco inferior e para soluções coloridas pelo menisco superior. Dessa 
forma determina-se com precisão a leitura de volume de qualquer que seja a solução 
líquida. 
Erros mais comuns: 
 
 Leitura da graduação volumétrica obtida pela parte superior do menisco. 
 Medição de volume de soluções quentes. 
 Uso de instrumento inadequado para medir volumes. 
 Uso de instrumento molhado ou sujo. 
 Formação de bolhas nos recipientes. 
 Controle indevido da velocidade de escoamento. 
 Erro de paralaxe. 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Objetivos 
 
Nesta aula o aluno deverá utilizar pipetas e provetas para medição de volumes 
empregando as técnicas corretas. 
 
2. Procedimento 
 
1. Transfira 5 mL de água destilada usado a pipeta graduada de 5 mL, com o 
auxílio de uma pêra de sucção, para um béquer vazio de 100 mL; 
2. Transfira 10 mL de corante diluído em água usado a pipeta graduada de 10 
mL, com o auxílio de uma pêra de sucção, para o béquer de 100 mL; 
3. Transfira 2 mL de água destilada usado a pipeta volumétrica de 2 mL, com o 
auxílio de uma pêra de sucção, para o béquer de 100 mL; 
4. Transfira 50 mL de corante diluído em água do béquer de 100 mL contendo a 
mistura para a proveta de 50 mL. 
 
 
Material por grupo (2 a 3 alunos por grupo): 
 
 1 pêra de sucção; 
 1 béquer vazio 100 mL; 
 1 béquer com água destilada 100 mL; 
 1 béquer com corante diluído em água 100 mL; 
 1 proveta de 50 mL; 
 1 pipeta graduada de 5 mL; 
 1 pipeta graduada de 10 mL; 
 1 pipeta volumétrica de 2 mL. 
 
Questões para discussão: 
 
1) Para pipetar exatamente 10 mL qual a pipeta é mais indicada (graduada ou 
volumétrica)? Justifique a sua resposta. 
2) Um aluno gostaria de medir um volume de 100 mL e possui duas opções. Qual 
vidraria apresenta maior precisão: o béquer ou a proveta? Justifique a sua 
resposta. 
3) Ao pipetar líquidos fortemente corados emprega-se como referência qual parte 
do menisco (superior ou inferior)? E qual a referência para líquidos incolores? 
17 
 
4) Explique a razão de se usar as pêras de sucção para operações de pipetagem. 
 
Terceira Prática: PREPARO DE SOLUÇÕES 
 
A química em soluções e amplamente utilizada nas mais diversas áreas. Nesse 
sentido o conhecimento sobre o preparo de soluções tem fundamental importância 
tendo em vista que grande parte das reações realmente ocorre em solução aquosa e 
não aquosa. Uma solução é uma mistura homogênea de uma ou mais substâncias 
que podem ser iônicas ou moleculares. A substância em maior quantidade é o 
solvente. As outras substâncias são chamadas de solutos. 
 
 
Primeiro procedimento: PREPARO DE SOLUÇÃO FISIOLÓGICA 0,9% NaCl 
 
 
1. Objetivo 
 Utilizar os conhecimentos adquiridos na aula anterior para o preparo de uma 
solução, assim como trabalhar as unidades de medidas e suas conversões. 
 
2. Procedimento 
 
 Pese a massa de soluto necessária no vidro relógio; 
 Transfira o soluto para um béquer lavando o vidro de relógio com solvente de 
modo a arrastar todo o soluto; 
 Dissolva todo o soluto utilizando apenas uma parte do solvente agitando com 
um bastão de vidro; 
 Verta a solução para o balão volumétrico, com auxílio de um funil, lavando o 
béquer, o bastão de vidro e o funil com solvente para arrastar todoo soluto; 
 Complete até a marca de referência, primeiro com a pissete e depois com 
conta-gotas; 
 Tampe o balão e homogeneíze a solução invertendo três vezes o balão de 
volumétrico. 
 
Material por grupo (2 a 3 alunos por grupo) : 
 
 Espátula; 
 Vidro relógio; 
 Frasco contendo NaCl; 
 Pissete de água destilada; 
 Funil; 
 Bastão de vidro; 
 Conta-gotas; 
 Béquer; 
 Balão volumétrico de 100 mL (com tampa); 
 Equipamento: balança semi-analítica. 
 
Questões para discussão: 
 
1) A solução fisiológica preparada deve ser estocada em qual vidraria? 
2) Qual foi a referência usada em relação ao menisco do balão volumétrico para o 
preparo da solução fisiológica (inferior ou superior)? 
3) Descreva quais os cuidados você e o seu grupo tiveram para assegurar que a 
solução fisiológica apresentasse 0,9% de NaCl. 
 
 
18 
 
Segundo procedimento: PREPARO DE SOLUÇÃO ACÉTICA 
 
O ácido acético, que habitualmente é adquirido na forma de ácido acético 
glacial, tem um grau de pureza de 99,7%, o que significa que é praticamente puro e 
como tal é considerado. 
A medição de volume com pipeta volumétrica e a preparação da solução em 
balão volumétrico garantem o rigor da preparação da solução. 
 
1. Objetivo 
 
Preparar adequadamente a solução de ácido acético. 
 
2. Procedimento 
 
 Adicione cerca de 50 mL de água destilada no balão volumétrico; 
 Meça 2 mL de ácido acético puro com pipeta volumétrica vagarosamente; 
 Transfira o reagente para o balão volumétrico de 100 mL contendo 50 mL de 
água (um ácido deve ser adicionado à água); 
 Completar até a marca de referência, primeiro com a pissete e depois com 
conta-gotas; 
 Tampe o balão e homogeneizar a solução invertendo três vezes o balão de 
volumétrico; 
 Transfira para um frasco de vidro. 
 
Material por grupo (2 a 3 alunos por grupo) : 
 
 Pipeta volumétrica de 2 mL; 
 Pêra de sucção; 
 Balão volumétrico de 100 mL (com tampa); 
 Frasco contendo ácido acético puro; 
 Frasco de vidro; 
 Pissete de água destilada; 
 Conta-gotas; 
 Equipamento: capela de exaustão. 
 
 
Questões para a discussão: 
 
1) Quais os cuidados o grupo teve no preparo da solução de ácido acético para 
garantir a sua concentração precisa? 
2) Qual a concentração da solução de ácido acético preparada? 
3) Por que o ácido acético puro foi manipulado na capela de exaustão? 
 
Quarta Prática: CARACTERIZAÇÃO DE PROTEÍNAS 
 
 As proteínas são as macromoléculas mais abundantes nas células vivas. São 
cadeias de aminoácidos, constituídas por 20 diferentes aminoácidos em muitas 
combinações e seqüência diversas, interligados por ligações peptídicas. 
Existem vários métodos de identificação e quantificação de proteínas. A 
escolha do método a ser empregado depende de fatores como: natureza da proteína, 
presença de interferentes, rapidez, sensibilidade, eficiência e custos de 
operacionalização. 
 
Primeira Parte: Identificação das proteínas através do Método de Biureto 
 
19 
 
1. Objetivos 
 
Realizar reações de identificação das proteínas através do Método de Biureto. 
 
2. Procedimento 
 
Método do Biureto 
 
Compostos contendo duas ou mais ligações peptídicas são capazes de reagir 
com sais de cobre e magnésio em meio alcalino. Esta reação resulta num produto que 
desenvolve uma coloração violeta. A cor formada é um complexo de coordenação 
entre o íon cúprico e quatro grupos –NH das cadeias peptídicas como esquematizado 
abaixo: 
 
Complexo de cor violeta 
 
 
 
Este método tem o nome de “Método Biureto” por razões históricas. Já se tinha 
conhecimento de que a reação de íons cúpricos com o composto denominado Biureto 
resultava num produto que desenvolvia uma coloração similar àquela apresentada na 
reação entre íons cúpricos e as cadeias polipeptídicas. Observe a similaridade entre 
as estruturas do Biureto e das ligações peptídicas! 
 
 
 
 
H2N – C – NH – C – NH2 
II II 
 O O 
 Biureto 
 
 Este método pode ser utilizado para a identificação de proteínas de vários tipos 
de amostra. 
 
Amostras da Aula Prática: 
 
Tubos AMOSTRA CuSO4 a 0,5% (mL) NaOH a 10% (mL) 
1 Água, 2 mL 0,5 0,5 
2 Clara de ovo(a), 2 mL 0,5 0,5 
3 Gema de ovo(b), 2 mL 0,5 0,5 
4 Leite(c), 2 mL 0,5 0,5 
5 Extrato de Soja(d), 2 mL 0,5 0,5 
 
 
20 
 
Preparo das amostras: 
 
 Soluções preparadas por: a) homogeneização de 1 clara de ovo com 50 mL de 
água; 
 b) homogeneização de 1 gema de ovo com 50 mL de água; 
 c) homogeneização de 50 g (5 colheres médias) de leite em pó com 100 mL de 
água; 
 d) homogeneização de 10 g de farinha de soja em 100 mL de água destilada. 
 
Observe que em alguns tubos haverá formação de uma coloração violeta, 
característica de reação positiva, enquanto que em outros tubos haverá formação de 
cor azul escura característica do cobre em meio alcalino (formação de Cu(OH)2 e de 
óxidos de Cu). Discuta os resultados obtidos no relatório. 
 
Material por grupo (2 a 3 alunos por grupo) : 
 
 5 tubos de ensaio; 
 Estápula; 
 1 ovo inteiro; 
 50 g de leite em pó; 
 10 g de farinha de soja; 
 NaOH a 10%; 
 CuSO4 a 5%; 
 5 béquers (de pelo menos 100 mL); 
 Proveta de 100 mL; 
 Bastão de vidro; 
 Pissete de água destilada; 
 Pêra de sucção; 
 2 pipetas de 1 mL; 
 5 pipetas de 2 mL; 
 Equipamento: balança. 
 
 
Segunda Parte: Precipitação protéica pelo calor 
 
 A solubilidade de uma proteína (assim como a sua estrutura tridimensional) é 
dependente de concentração e natureza dos sais, polaridade do solvente, pH e 
temperatura. As proteínas possuem uma estrutura tridimensional bem definida que 
está relacionada com suas propriedades físicas e biológicas. A desnaturação pode ser 
definida como a modificação na estrutura tridimensional nativa de uma proteína com 
conseqüente alteração de suas propriedades. Em geral, a desnaturação é 
caracterizada por diminuição de solubilidade (seguida de precipitação), perda da 
atividade biológica, aumento da reatividade dos grupos da cadeia protéica, etc. 
 
1. Objetivo 
 
 Desnaturação proteica por agentes desnaturantes. 
 
 Avaliar a precipitação de proteínas por agentes desnaturantes. 
 
 Avaliar a precipitação de proteínas pelo calor. 
 
2. Procedimento 
 
21 
 
 Coloque 300 mL de etanol em um backer, em seguida acrescente quebre um 
ovo dentro do backer, observe, aguarde 1h, em seguda volte a observar. 
Questões: 
1-O que aconteceu com o ovo e porque? 
 
 
 Pipete 2mL de solução de caseína 1% para um tubo de ensaio (identifique o 
tubo); 
 Pipete 2mL de solução de ovoalbumina 1% para outro tubo de ensaio 
(identifique o tubo); 
 Aqueça os dois tubos de ensaio em banho-maria de água fervente; 
 Observe os resultados. 
 
RESULTADO SOLUÇÃO DE 
CASEÍNA 1% 
SOLUÇÃO DE 
OVOALBUMINA 1% 
PRECIPITAÇÃO 
 
 
 
Material por grupo (2 a 3 alunos por grupo) : 
 
 1 backer de 500ml 
 e 1 ovo 
 2 pipetas de 2mL; 
 Solução de 1% de caseína; 
 Solução de 1% de ovoalbumina (diluir clara de ovo 10 vezes e filtrar se 
necessário); 
 2 tubos de ensaio; 
Equipamento: banho-maria. 
 
 
Questões para discussão: 
 
1) Relacionar pelo menos três funções das proteínas que demonstram sua 
importância para os seres humanos. 
2) Responda quais ligações entre aminoácidos que não são rompidas pela 
desnaturação protéica. 
3) Uma proteína desnaturada perde seu valor nutritivo? Justifique a sua resposta. 
 
 
 
 
Décima prática: Escurecimento enzimático 
 
 
 
 
Quando a maioria das frutas e vegetais é amassada, cortada ou triturada, 
rapidamente se torna escura. Esta descoloração é oriunda de reações catalisadas por 
22 
 
uma enzima genéricamente conhecida como polifenoloxidase (PPO). A ação dessa 
enzima em várias frutas e vegetais in natura acarreta perdas econômicas 
consideráveis, além de diminuição da qualidade nutritiva e alterações do sabor desses 
alimentos. 
Esse escurecimento é iniciado pela oxidação enzimática de compostos 
fenólicos pelas polifenóis oxidases (PPO). O produtoinicial da oxidação é a quinona, 
que rapidamente se condensa, formando pigmentos escuros insolúveis, denominados 
melanina, ou reage não enzimaticamente com outros compostos fenólicos, 
aminoácidos e proteínas, formando também melanina. 
Três componentes devem estar presentes para que a reação enzimática 
ocorra: enzima, substrato e oxigênio. No caso de ausência ou bloqueio na participação 
de um desses componentes na reação (seja por agentes redutores, temperatura ou 
abaixamento de pH), esta não prosseguirá. 
 
1. Objetivo 
 
 Observar o escurecimento enzimático que ocorre com a batatinha. 
 
2. Procedimento 
 
 Descasque uma batatinha e corte a mesma em 4 pedaços; 
 Mergulhe um pedaço completamente em água; 
 Deposite o outro pedaço em uma placa de Petri; 
 Deposite o terceiro pedaço em um béquer contendo água e aqueça em banho-
maria 85°C por 5 minutos; 
 O último pedaço coloque em solução de ácido cítrico 1%. 
 Observe e discuta em grupo qual dos tratamentos apresentou o maior e o 
menor escurecimento enzimático. 
 
TRATAMENTOS 
DA BATATINHA 
ÁGUA SEM NADA TRATAMENTO 
TÉRMICO 
85°C/5 min 
Solução de 
ácido cítrico 
1% 
ESCURECIMENTO 
 
 
 
Material por grupo (2 a 3 alunos por grupo) : 
 
 1 batatinha; 
 1 faca; 
 3 béqueres de 100mL; 
 Solução de ácido cítrico 1%; 
 1 placa de Petri; 
Equipamento: banho-maria. 
 
 
Questões para discussão: 
 
1) Toda enzima é uma proteína? 
2) Determine o tratamento em que ocorreu maior escurecimento enzimático e 
justifique a razão desse maior escurecimento. 
3) Determine o tratamento em que ocorreu menor escurecimento enzimático e 
justifique a razão desse menor escurecimento. 
 
 
 
23 
 
Quinta Prática: CARACTERIZAÇÃO DE CARBOIDRATOS 
 
 
Os monossacarídeos por meio de condensações, podem se ligar formando 
longas cadeias conhecidas como polissacarídios. Vários polissacarídios são 
conhecidos, sendo que o amido, o glicogênio e a celulose são os mais importantes 
para os sistemas vivos. Todos três são constituídos de unidades de glicose diferindo 
na estrutura e, portanto, nas propriedades químicas. Na celulose as unidades de 
glicose estão ligadas por ligações beta-glicosídicas, em contraste, no amido e 
glicogênio estão envolvidas ligações alfa-glicosídicas. 
 
 
1. Objetivo 
 
 Executar teste qualitativo para reconhecimento do amido. 
 
2. Procedimento 
 
Teste de Iodo para Amido 
 
 O amido é formado por dois polissacarídios, amilose e amilopectina, que 
interagem com o iodo formando uma coloração azul e vermelha respectivamente. 
Essa cor azul ocorre devido à presença do iodo no interior da hélice de amilose a qual 
é mantida por ligações de hidrogênio. 
 
Esquema da interação amilose-iodo: 
 resfriar 
Hélice da amilose + Iodo  Interação hélice da amilose-iodo  Amilose + Iodo 
  desespiralada 
 (incolor) (amarelo) (azul) (amarelo) 
 
 
Primeira Parte: 
 
 Adicione a três tubos de ensaio: 1 mL de solução 1% de glicose, 1 mL de 
solução 1% de amido e 1 mL de água destilada; 
 Identifique as soluções presentes em cada tubo; 
 Adicione a cada tubo 1 gota de Lugol; 
 Note o aparecimento da cor azul; 
 Registre os resultados. 
 
Segunda Parte: 
 
 Tome apenas o tubo com a solução de amido/iodo e diluí-la 1:3; 
 Aqueça o tubo em banho-maria fervente; 
24 
 
 Observe a mudança de coloração; 
 Resfrie o tubo em água corrente; 
 Observe a mudança de coloração. 
 
Material por grupo (2 a 3 alunos por grupo) : 
 
 Três tubos de ensaio; 
 Estante para tubos de ensaio; 
 Solução 1% de glicose; 
 Solução 1% de amido; 
 Pissete de água destilada; 
 Cinco pipetas graduadas de 1 mL; 
 Pêra de sucção; 
 Frasco com Solução de Lugol (Iodo a 5% em iodeto de potássio a 10%); 
 Equipamento: banho-maria. 
 
Questões para discussão: 
 
1) Compare as estruturas do amido e do glicogênio. 
2) Embora a celulose não seja fonte de glicose para o organismos humano, sua 
presença na alimentação diária é muito importante. Justifique sua resposta. 
3) Caracterize a enzima amilase que possuimos em nosso organismos, 
destacando a sua importância. 
 
 
Sexta Prática: CARACTERIZAÇÃO DE LIPÍDIOS 
 
 
O termo geral lipídeo engloba um grupo diversificado de compostos, incluindo 
óleos, gorduras, ceras e componentes correlatos, encontrados em alimentos e no 
organismo humano. Estas biomoléculas apresentam as seguintes propriedades: são 
insolúveis na água e são solúveis em solventes orgânicos, como éter e clorofórmio 
podendo ser extraídas de amostras animais e vegetais utilizando-se estes solventes. 
 
1. Objetivo 
 
 Caracterizar os triacilgliceróis quanto à solubilidade. 
 
2. Procedimento 
 
 Numere 4 tubos de ensaio; 
 Coloque, respectivamente, nos tubos 2 mL dos seguintes solventes: água, 
etanol, éter etílico e clorofórmio; 
 Adicione 1 mL de óleo de soja a cada tubo e agite-os; 
 Deixe em repouso por quatro minutos; 
 Verifique a solubilidade em cada tubo, justificando a sua resposta no relatório. 
 
SOLVENTES ÁGUA ETANOL 
CH3CH2OH 
ÉTER 
(CH3CH2)2O 
CLOROFÓRMIO 
Cl3CH 
SOLUBILIDADE 
 
 
 
Material por grupo (2 a 3 alunos por grupo) : 
 
25 
 
 4 tubos de ensaio; 
 2 Béqueres; 
 Estante para tubos de ensaio; 
 Frasco contendo etanol a 95%; 
 Frasco contendo éter etílico; 
 Frasco contendo clorofórmio; 
 Pissete de água destilada; 
 Óleo de soja; 
 Pêra de sucção; 
 5 pipetas de 2 mL; 
 2 pipetas de 1 mL. 
 
Questões para discussão: 
 
1) Cite quatro funções gerais dos lipídios. 
2) Descreva as diferenças entre óleos vegetais e gorduras animais, utilizados na 
alimentação humana, quanto: à digestibilidade, proporção de ácidos graxos 
insaturados, teor de ácidos graxos essenciais e teor de colesterol. 
3) Os pontos de fusão de uma série de ácidos graxos de 18 átomos de carbono 
são: ácido esteárico (69,6ºC), ácido oléico (13,4ºC), ácido linoléico (-5ºC) e 
ácido linolênico (-11ºC). Qual apecto estrutural desses ácidos graxos de 18 
carbonos pode ser correlacionado com o ponto de fusão? Forneça uma 
explicação molecular para esta tendência de ponto de fusão. 
 
 
Sétima Prática: CARACTERIZAÇÃO DE LIPÍDIOS (Continuação) 
 
 
A maioria das gorduras naturais é constituída por 98 a 99% de triacilgliceróis, 
que por sua vez, são primariamente constituídos por ácidos graxos. O remanescente 1 
ou 2% inclui traços de monoacilgliceróis e diacilgliceróis, ácidos graxos livres, 
fosfolipídios e substâncias não saponificáveis contendo esteróis. 
As propriedades físicas dos triacilgliceróis são determinadas pela proporção e 
estrutura química de seus ácidos graxos constituintes. Misturas de triacilgliceróis 
formados por ácidos graxos mais curtos e mais insaturados caracterizam os óleos 
líquido à temperatura ambiente. Gordura são sólidas, pois se constituem de misturas 
de triacilgliceróis que contêm grandes quantidades de ácidos graxos saturados de 
cadeia longa, como ácido palmítico (C16:0) e esteárico (C18:0). 
 
 
1. Objetivo 
 
 Compreender as reações de hidrólise alcalina (saponificação) que ocorrem 
com os triacilgliceróis. 
 
 
2. Procedimento 
 
Reações dos Triacilgliceróis: SAPONIFICAÇÃO 
 
Quando um triacilglicerol é hidrolisado com base, ocorre a formação de sais de 
ácidos graxos ou sabões. 
26 
 
 
Os sabões de metais alcalinos são solúveis enquanto que sabões contendo os 
metais alcalinos terrosos e metais pesados são insolúveis. 
 
 Num tubo de ensaio grande coloque 1 mL de óleo de soja; 
 Adicione um pequeno fragmento de hidróxido de sódio ou potássio com o 
auxílio de uma espátula; 
 Em seguida, adicione 10 mL de etanol medido numa proveta; 
 Aqueça com precaução em banho-maria e deixe ferver por 10 minutos (ligar 
o bico de Bunsen com chama baixa); 
 Apagueo gás e retire o tubo; 
 Coloque-o em banho de água fria por 5 minutos; 
 Adicione 15 mL de água destilada à pasta de sabão obtida, para se obter uma 
solução límpida de sabão de sódio; 
 Experimente: agite o tubo! Justifique o fenômeno observado. 
 Escreva no relatório a reação de saponificação ocorrida com a trioleína 
(principal triacilglicerol do óleo de soja). 
 
 
Material por grupo (2 a 3 alunos por grupo) : 
 
 1 tubos de ensaio grande; 
 Espátula; 
 Proveta; 
 Hidróxido de sódio ou potássio em fragmentos; 
 Frasco contendo etanol a 95%; 
 Pissete de água destilada; 
 Óleo de soja; 
 Pêra de sucção; 
 1 pipeta de 25 mL; 
 2 pipetas de 1 mL; 
 Equipamento: banho-maria. 
 
Questões para discussão: 
 
1) Quais as características físico-químicas dos sabões? Identifique entre os 
lipídios encontrados nas células os que apresentam características de sabões. 
Relacione as características com a função celular. 
2) Represente a estrutura química os seguintes triacilgliceróis: 
a) Triestearina; 
b) Triacilglicerol contendo os seguintes ácidos graxos: láurico, palmitoléico e 
linolênico. 
27 
 
3) Qual local da célula é mais suceptível de sofrer a ação de radicais livres, 
principalmente dos derivados de oxigênio? Quais substâncias podem ser 
usadas para neutralizar estes radicais? 
 
 
Normas para redação do relatório de aulas práticas de bioquímica 
 
A elaboração de um relatório é uma etapa de importância crucial no trabalho 
científico, pois ele relata os resultados finais do trabalho, quer seja de um 
estudo de levantamento bibliográfico, de pesquisa laboratorial, etc. Deverá ser 
um relato completo que possa permitir a qualquer pessoa que o leia adquirir 
uma visão global do estudo realizado, proporcionando uma consulta fácil e 
fornecendo de modo objetivo a informação mais relevante. A forma para se 
redigir o relatório deve ser respeitada, uma vez que a avaliação do mesmo é 
feita de acordo com esta orientação. Assim todo relatório devera conter os 
seguintes itens: 
 
5.1 Capa 
Esse item deverá conter um cabeçalho, em que se identifica a universidade, o 
departamento e a disciplina. 
No centro da página o título da prática e alguns espaços abaixo do título o 
nome do aluno. 
Na margem inferior desta página deve conter o local e ano, sem qualquer 
necessidade de especificar dia e mês. A capa desse manual de bioquímica 
oferece um bom modelo de como deve ser esta capa. 
 
5.2 Objetivos 
É o item do relatório que descreve de forma precisa as metas a que a prática 
pretende atingir. 
 
5.3 Introdução 
 
Esse item deve conter informações teóricas sobre o assunto da aula do 
laboratório explorando várias literaturas que devem ser citadas a medida em 
que são usadas no texto através de números ou por nome dos autores e 
relacionadas no item Referências Bibliográficas. 
Devem-se usar referências no texto sempre que se cita ou se usa resultados 
de outros autores. A referência deve ser referenciada apenas pela sua 
indicação, sem explicitar a palavra referência, exceto quando se usam 
referências numéricas e se está no início de uma frase: 
No meio de uma frase, referencia-se assim [4], sem citar o autor ou a 
palavra referência. A referência [3], no entanto, mostra que há casos em 
que se precisa explicitar a palavra referência. 
 
5.4 Materiais e métodos 
 
28 
 
Descrever os materiais utilizados na prática, quais sejam: a vidraria, os 
regentes, material biológico e os equipamentos. Neste item descreve-se de 
forma detalhada os procedimentos executados na realização da prática. Essa 
descrição deve ser precisa, de forma que alguém que veia a ler o que está 
escrito seja capaz de repetir a prática 
 
5.5 Resultados e discussão: 
 
O item resultados é parte do relatório em que se apresenta de forma concisa os 
resultados obtidos nos experimentos práticos. Os resultados podem ser 
apresentados em forma de texto descritivo, figuras, tabelas ou gráficos. Eles 
são numerados seqüencialmente e em seguida discutidos. Quando possível os 
resultados experimentais obtidos devem ser comparados com dados de 
literatura e suas diferenças (quando houver) discutidas. Uma boa discussão 
necessita de bases teóricas (pode-se utilizar referências bibliográficas) e 
devem ser relacionadas aos resultados obtidos avaliando a prática com relação 
aos objetivos propostos. Um erro freqüentemente cometido na discussão é 
repetir dados teóricos constantes da introdução. A discussão exige que os seus 
dados sejam comparados ao de outros grupos de pesquisa, publicados na 
literatura, o que dessa forma enriquece os seus resultados. Em diversos 
trabalhos científicos como artigo científico, dissertação, tese, a discussão é um 
item à parte. 
 
5.6 Conclusão: 
 
Nesse item deve-se destacar de modo claro e objetivo as conclusões que 
puderam ser observadas da aula pratica. . Muito comumente a conclusão vem 
descrita na forma de itens. Atenção, a conclusão não deve ser confundida com 
um resumo dos resultados do trabalho. 
 
 
 
5.7 Referências bibliográficas: 
 
Nesse item se deve mencionar toda a bibliografia consultada, descrita de 
acordo com as normas da ABNT. Os exemplos abaixo descrevem como deve 
ser feita a referência bibliográfica. 
Como citar referências de artigos de periódicos, revistas científicas: Descreve-
se primeiro os nomes dos autores pelos últimos sobrenomes, seguidos das 
iniciais dos primeiros nomes e dos sobrenomes intermediários. Escreve-se em 
seguida o título do artigo e em seguida o nome abreviado da revista, o ano da 
publicação, número do volume e as páginas do artigo. 
Costa VP, Vasconcelos JP, Comegno PEC, Jose NK. O uso de mitomicina C 
em cirurgia combinada. Arq Bras Oftalmol 1999;62:577-84. 
Como citar referências de livros: Descreve-se o nome do autor pelo ultimo 
sobrenome, seguido das iniciais do primeiro nome e dos sobrenomes 
29 
 
intermediários. Escreve em seguida o título do livro, logo após o nome da 
cidade de publicação e a editora, seguido do ano da publicação. 
Bicas HEA. Oftalmologia: fundamentos. São Paulo: Contexto; 1991. 
Capítulos de livros. Descreve-se o nome dos autores pelos últimos 
sobrenomes, seguidos das iniciais dos primeiros nomes e dos sobrenomes 
intermediários. Em seguida o título do livro, logo após o nome da cidade de 
publicação e a editora, seguido do ano da publicação e das páginas do 
capítulo. 
Gómez de Liaño F, Gómez de Liaño P, Gómez de Liaño R. Exploración del 
nino estrábico. In: Horta-Barbosa P. editor. Estrabismo. Rio de Janeiro: Cultura 
Médica; 1997. p. 47-72. 
Documentos Eletrônicos: 
Monteiro MLR, Scapolan HB. Constrição campimétrica causada por vigabatrin. 
Arq Bras Oftalmol [periódico online] 2000 [citado 2001 Jan 31]; 63(3): [9 telas]. 
Disponível em: URL: http://www.cbo.com.br/abo/abo63511.htm

Continue navegando