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VINICIUS VARGAS LAGE A d v o g a d o AULA 03 - DIREITO PENAL I https://www.youtube.com/watch?v=-UBfK--mvh4 https://massilonneto.jusbrasil.com.br/artigos/121935042/direito-penal-descomplicado-unidade-1-3 interpretação da norma penal muito bom OBS. (MANUAL DE DIREITO PENAL Professor Ricardo Antônio Andreucci – 2013, pag 55 e seguintes e DIREITO PENAL Professor Cleber Masson pag 105 e seguintes) INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL - é a atividade consistente em identificar o verdadeiro alcance e significado da norma penal; é a tarefa mental que procura estabelecer a vontade da lei, ou seja, o seu conteúdo e significado. Assim, deve buscar a vontade da lei (mens legis), isto é, o sentido normativo nela contido e não de quem a fez (mens legislatoris). A ciência que disciplina este estudo é a hermenêutica jurídica. A atividade prática de interpretação da lei é chamada de exegese (interpretação gramatical). Pode a interpretação ser classificada levando-se em conta: a) O sujeito responsável pela sua realização · quanto ao sujeito, levando em consideração aquele que realiza a interpretação: · quanto ao modo, considerando os meios empregados para a interpretação ou meios em que se serve o intérprete; · quanto ao resultado, tendo em conta a conclusão a que chegou o exegeta (intérprete), ou seja, os resultados obtidos. DITAR. Vale destacar que é fonte formal imediata do direito penal, uma vez que por expressa determinação constitucional, tem a si reservado exclusivamente, o papel de criar infrações penais e cominar-lhes as penas respectivas. Vale lembrar que sua estrutura apresenta dois preceitos, um primário chamado conduta e outro secundário chamado pena. Vale observar que a lei penal não é proibitiva, mas descritiva, pois não proíbe a conduta de matar alguém, e sim descreve tal comportamento como criminoso, impondo a pena a ser aplicada caso seja ele praticado. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL QUANTO AO SUJEITO (quanto ao sujeito que interpreta a norma) - a interpretação pode ser autêntica, doutrinária ou judicial (jurisprudencial). · Interpretação autêntica - também chamada de legislativa, é aquela que emana do próprio órgão encarregado da elaboração do texto legal, podendo ser: a) contextual, quando feita no bojo do próprio texto interpretado (exemplo: art. I50 e § 4º. do CP e o conceito de casa; o conceito de funcionário público previsto no artigo 327 do CP); b) não contextual ou posterior - a interpretação autêntica é aquela feita pelo próprio legislador que criou a norma. Ou seja, o legislador faz uma nova lei esclarecendo determinada norma. (exemplo: caso não houvesse conceito de casa teria que fazer outra lei para esclarecer) · Interpretação doutrinária - é aquela feita pelos estudiosos do Direito, em livros, artigos, teses, monografias, comentários etc. (doutrinadores, estudiosos e articulistas); · Interpretação jurisprudencial - é a interpretação executada pelos membros do Poder Judiciário, na decisão dos litígios que lhe são submetidos. Em regra não tem força obrigatória, salvo em dois casos: na situação concreta (em virtude de coisa julgada material) e quando constituir súmula vinculante, nos termos do artigo 103A da CF; DITAR. jurisprudência é a reiteração de decisões no mesmo sentido, lançadas em casos idênticos, por meio da interpretação e aplicação do Direito ao caso concreto. Da mesma forma que a doutrina, não se trata de fonte do Direito, mas, antes de procedimento interpretativo. DITAR. a interpretação sempre é necessária, ainda que a lei se mostra, inicialmente, inteiramente clara, pois podem surgir dúvidas quanto ao seu efetivo alcance, o que ela abrange de modo imediato eventualmente não é tudo quanto pode incidir no seu campo de atuação. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL QUANTO AO MODO (meios ou métodos para a interpretação) – cuida-se do meio de que se serve o intérprete para descobrir o significado da lei penal, sendo que a interpretação pode ser gramatical ou lógica. · Interpretação gramatical - também chamada de literal ou sintática, é aquela fundada nas regras gramáticas, levando em consideração o sentido literal das palavras. Despreza quaisquer outros elementos que não os visíveis na singela leitura do texto legal. É a mais precária, em face da ausência de técnica científica. · Interpretação lógica - igualmente chamada teleológica, é aquela que procura descobrir (desvendar) a vontade do legislador (da lei), assim como a finalidade com a qual a lei foi editada. É mais profunda e, consequentemente, merecedora de maior grau de confiabilidade. DITAR. serve-se o intérprete de todos os elementos que tem à sua disposição, quais sejam, histórico que é a evolução histórica da lei e do objeto nela tratado, sistemático que é a análise da lei em compasso com o sistema em que se insere, direito comparado que é o tratamento do assunto em outros países e, inclusive, de elementos extrajurídicos, quando o significado de determinados institutos se encontra fora do âmbito do Direito (exemplo: conceito de veneno, relacionados à química) INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL QUANTO AO RESULTADO ALCANÇADO - a interpretação pode ser declaratória (declarativa ou estrita), restritiva e extensiva. · Interpretação declarativa - é aquela que dá à lei o seu sentido literal, sem extensão nem restrição, correspondendo exatamente ao intuito do legislador, ou seja, é aquela que resulta da perfeita sintonia entre o texto da lei e a sua vontade; · Interpretação restritiva - é aquela que, concluindo ter dito mais do que queria o legislador, restringe seu sentido. Aos limites da norma. · Interpretação extensiva - é a que se destina a corrigir uma fórmula legal excessivamente estreita, quero dizer, que a lei disse menos do que desejava dizer, amplia-se o texto da lei para amoldá-lo à sua efetiva vontade, ou seja, é aquela que, concluindo ter a lei dito menos que queria o legislador, estende seu sentido para que corresponda ao da norma. Para os alunos pesquisarem es discutirem em sala de aula - Posição STF: “o princípio da legalidade estrita, de observância cogente (é aquela que se torna obrigatória, de maneira coercitiva, mesmo que venha a constranger a vontade do indivíduo a que se aplica, bastando haver a relação de casualidade para que a norma incida sobre ele) em matéria penal, impede a interpretação extensiva ou analógica da normas penais”. DITAR. por se tratar de mera atividade interpretativa, buscando o efetivo alcance da lei, é possível a sua utilização em relação aquelas de natureza incriminadora, exemplo disso é o artigo 159 do CP, legalmente definido como extorsão mediante sequestro, que também abrange a extorsão mediante cárcere. Duas espécies de interpretação extensiva se apresentam: a interpretação extensiva ampliativa e a interpretação extensiva analógica. DITAR. Em regra, o sentido da lei, em matéria penal, não pode ser estendido, ampliado, sob pena de se atentar contra o princípio da reserva legal. Excepcionalmente, entretanto, admiti-se a interpretação extensiva, havendo aqueles doutrinadores que defendem a aplicação do princípio in dúbio pro reo sempre na interpretação. A interpretação extensiva analógica pode ser classificada em: · (intra legem), quando o próprio texto legal induz à aplicação da analogia em relação a alguma circunstância ou fato (ex.: art. I2I, § 2º , III do CP – “ com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel...”); · in bonam partem, quando o texto da lei é estendido de forma a beneficiar o réu. (ex.:art. 128, II, do CP – “se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal”. Permite-se o aborto legal também no caso de gravidez resultante de atentado violento ao pudor). O mesmo ocorre com o estupro de vulnerável e a lei não menciona sobre abortar mas é perfeitamente cabível a analogia. __________________________________________________________________________________________ Rua Amaro Genari, 40 – sala 01 – Bairro Assunção – SBC/SP CEP 09810-270 Tels. (11) 94003-1549(11) 94448-4721 email: vinicius_adv@adv.oabsp.org.br
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