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MODULO 1 praticas pedagogicas educação infantil

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CURSO: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
MÓDULO 1
A PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
1- INTRODUÇÃO:
Os conceitos e conhecimentos que serão apresentados neste curso são destinados à educação infantil. 
Ressaltamos que, mesmo sendo direcionado para a educação infantil, os conteúdos deste curso podem ser adaptados para serem usados com outros níveis de ensino.
Este curso foi elaborado de forma que seus módulos possam ser realizados de forma independente. Desta forma, um estudante poderá fazer apenas um dos módulos e receber o certificado sobre a realização do mesmo. 
Apresentamos, portanto, de modo muito carinhoso e honesto um conteúdo que julgamos fundamental para quem deseja atuar na área da educação infantil, trazendo importante apoio em todos os aspectos deste segmento de ensino.
De acordo com o MEC – Ministério da Educação, na Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. 
(BRASIL, 2009) estabelece que:
Educação Infantil:
Primeira etapa da educação básica, oferecida em creches e pré-escolas, às quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social. É dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção.
FIGURA 1: Criança feliz – Protagonista
de sua própria história
Fonte: Centro Científico Conhecer
Criança:
Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.
Currículo:
Conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade.
Proposta Pedagógica:
Proposta pedagógica ou projeto político pedagógico é o plano orientador das ações da instituição e define as metas que se pretende para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças que nela são educados e cuidados. É elaborado num processo coletivo, com a participação da direção, dos professores e da comunidade escolar.
Matrícula e faixa etária:
- É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de crianças que completam 4 ou 5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula.
- As crianças que completam 6 anos após o dia 31 de março devem ser matriculadas na Educação Infantil.
- A frequência na Educação Infantil não é pré-requisito para a matrícula no Ensino
Fundamental.
- As vagas em creches e pré-escolas devem ser oferecidas próximas às residências das crianças.
Jornada:
É considerada Educação Infantil em tempo parcial, a jornada de, no mínimo, quatro horas diárias e, em tempo integral, a jornada com duração igual ou superior a sete horas diárias, compreendendo o tempo total que a criança permanece na instituição.
O profissionalismo:
 
A creche é uma experiência educativa envolve a criança, mas envolve também os adultos que a conduzem. Particularmente na creche, o educador é colocado a trabalhar sem uma específica preparação nem em puericultura, nem em técnicas de intervenção didática, nem em conhecimento sobre o desenvolvimento, nem em dinâmicas relacionais entre adulto e criança e entre adultos - frente à própria tarefa educativa (BONDIOLI & MANTOVANI, 2003). Este educador terá a responsabilidade por todas as atividades, que envolvem inclusive, a segurança da criança.
Esta falta de apoio das instituições, em particular das prefeituras, por ocasião do oferecimento de creches públicas, retrata o descaso tanto para com o educador bem como com as famílias que necessitam deste serviço. 
2- A PROPOSTA PEDAGÓGICA
A Coordenação Geral de Educação Infantil (COEDI), órgão ligado ao MEC, buscou conhecer as propostas pedagógico-curriculares em curso nas diversas unidades da Federação e investigou os pressupostos em que se fundamentavam essas propostas, as diretrizes e os princípios que norteavam o processo no qual foram construídas e as informações sobre a prática do cotidiano dos estabelecimentos de Educação Infantil. Nesse momento, também foram fornecidas orientações metodológicas para subsidiar as instâncias executoras de Educação Infantil na análise, na avaliação e/ou na elaboração de suas propostas pedagógico-curriculares. O estudo realizado trouxe à tona a fragilidade e a inconsistência de grande parte das propostas pedagógicas em vigor. Ao mesmo tempo, durante a realização do diagnóstico, foi possível evidenciar a multiplicidade e a heterogeneidade de propostas e de práticas em Educação Infantil, bem como aprofundar a compreensão a esse respeito (BRASIL, 2006)
Para apoiar no desenvolvimento da proposta pedagógica, colocamos como leitura anexa a este módulo do curso, a publicação: Orientações para (re) elaboração, implementação e avaliação de proposta pedagógica na Educação Infantil, elaborada pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná.
O Projeto Político-Pedagógico:
O estabelecimento de Educação deve possuir o seu Projeto Político-Pedagógico (PPP) e o Regimento Escolar. A comunidade escolar como um todo (funcionários, professores, famílias, etc.) deve estar envolvida na elaboração, implementação e avaliação do PPP (PORTO ALEGRE, 2003).
O PPP pode ser continuamente melhorado e avaliado, considerando as experiências educacionais e opiniões dos envolvidos no processo.
Um projeto pedagógico deve ter por objetivo o desenvolvimento permanente das crianças e deve estar em constante reflexão e avaliação, garantindo os direitos da criança no interior da instituição de Educação Infantil para que esses se efetivem em sua totalidade. Dessa forma, tanto o PPP quanto o Regimento Escolar estarão concretizando uma concepção de Criança como Sujeito de Direitos, expressa no Estatuto da Criança e do Adolescente (PORTO ALEGRE, 2003).
A proposta pedagógica é um processo e precisa sempre estar sendo revisto e reescrito.
A proposta deve ser elaborada com o objetivo de respeitar as diferenças de idéias, de opiniões. A experiência curricular não resulta apenas do que temos considerado tradicionalmente como conhecimento: o domínio de informações e o desenvolvimento do raciocínio. A criança desenvolve modos de pensar, mas também diferentes modos de sentir, de se expressar, de agir com criatividade, de se movimentar. Na Educação Infantil, tudo faz parte da experiência curricular.
Na primeira parte de uma proposta pedagógica deve ser feita uma apresentação da realidade. Devem ser apresentadas respostas para questionamentos objetivos que podem ser feitos, ou seja, mesmo sem apresentar perguntas, devem ser contempladas questões tais como:
· Quem são as pessoas que vão participar da discussão e elaboração da proposta?
· Quais são os seus objetivos?
· Para quem é esta proposta? Ou seja, quem são as crianças e os adultos envolvidos?
· A proposta pode ser criticada e alterada?
· Qual o diagnóstico a respeito da situação de educação destas crianças?
· Quais são os principais problemas detectados? E que sugestões para superá-los serão apresentadas?
A proposta deve ter fundamentos teóricos. É desejável que toda a equipe que esteja envolvida com o trabalho defina e explicite quais são os fundamentos teóricos que irão sustentar a proposta educacional da instituição. 
Alerta: Em alguns casos isto não é possível em função da rotatividade de funcionários ou desconhecimento de concepções educacionais. Desta forma, aumenta a responsabilidade de participação das pessoas que possuem mais conhecimento. 
A escola sendo pública ou particular, é interessante que acreche/pré-escola relate como é o seu funcionamento, a sua estrutura e o seu cotidiano.
É fundamental que, na proposta pedagógica, seja apresentada a política de seleção, de formação, de aperfeiçoamento e de valorização dos profissionais. Outra abordagem importante para o estudo sobre a elaboração de uma proposta pedagógica é a análise das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.
Consta nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil:
Art. 3º [...]
I – As Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação Infantil devem respeitar os seguintes fundamentos norteadores:
a) Princípios éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum;
b) Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do Exercício da Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática;
c) Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, da Ludicidade e da Diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais.
As creches/pré-escola devem oferecer oportunidades para as crianças desenvolverem a autonomia, a responsabilidade, a solidariedade e o respeito ao bem comum. Temos que saber nossos direitos e deveres, as leis e as regras que organizam a vida em sociedade.
Lei 9.131/95. Art. 3º [...]
II – As Instituições de Educação Infantil ao definir suas Propostas Pedagógicas deverão explicitar o reconhecimento da importância da identidade pessoal de alunos, suas famílias, professores e outros profissionais, e a identidade de cada Unidade Educacional, nos vários contextos que se situem.
Cada criança pensa, sente e sonha de uma forma especial, só sua. Sabemos que ela pertence a um ambiente social, mas não podemos deixar de respeitar as suas especificidades.
Lei 9.131/95. Art. 3º [...]
III- As Instituições de Educação Infantil devem promover em suas Propostas Pedagógicas, práticas de educação e cuidados que possibilitem a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivo-lingüísticos e sociais da criança, entendendo que ela é um ser completo, total e indivisível.
Para integrar as práticas de educação e cuidado com as crianças, precisamos estar articulados com outros profissionais que podem influenciar na qualidade de vida das crianças pequenas.
Lei 9.131/95. Art. 3º [...]
IV- As Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação Infantil, ao reconhecer as crianças como seres íntegros, que aprendem a ser e conviver consigo próprios, com os demais e o próprio ambiente de maneira articulada e gradual, devem buscar a partir de atividades intencionais, em momentos de ações, ora estruturadas, ora espontâneas e livres, a interação entre as diversas áreas de conhecimento e aspectos da vida cidadã, contribuindo assim com o provimento de conteúdos básicos para a constituição de conhecimentos e valores.
Devemos elaborar currículos e programas para a Educação Infantil que façam pontes ligando a vida de nossos alunos e de suas famílias aos acontecimentos do Brasil e do resto do mundo.
Lei 9.131/95. Art. 3º [...]
V – As Propostas Pedagógicas para a Educação Infantil devem organizar suas estratégias de avaliação, através do acompanhamento e dos registros de etapas alcançadas nos cuidados e na educação para crianças de 0 a 6 anos, “sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental”.
É evidente que os objetivos serão diferentes para os vários níveis de desenvolvimento e de situações específicas. No entanto, é através da avaliação, entendida como instrumento de diagnóstico e tomada de decisões, que os professores poderão, em grande medida, verificar a qualidade de seu trabalho. O mais importante não é o resultado, mas o percurso que atravessamos para alcançá-lo.
Lei 9.131/95. Art. 3º [...]
VI – As Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação Infantil devem ser criadas, coordenadas, supervisionadas e avaliadas por educadores, com, pelo menos, o diploma de Curso de Formação de Professores, mesmo que da equipe de Profissionais participem outros das áreas de Ciências Humanas, Sociais e Exatas, assim como familiares das crianças. Da direção das instituições de Educação Infantil deve participar, necessariamente, um educador com, no mínimo, o Curso de Formação de Professores.
VII – O ambiente de gestão democrática por parte dos educadores, a partir de liderança responsável e de qualidade, deve garantir direitos básicos de crianças e suas famílias à educação e cuidados, num contexto de atenção multidisciplinar com profissionais necessários para o atendimento.
VIII – As Propostas Pedagógicas e os regimes das Instituições de Educação Infantil devem, em clima de cooperação, proporcionar condições de funcionamento das estratégias educacionais, do uso do espaço específico, do horário e do calendário escolar, que possibilitem a adoção, execução, avaliação e o aperfeiçoamento das diretrizes.
Elementos do Projeto Político-Pedagógico:
Sumário: Deve constar o nome de todos os capítulos, títulos e subtítulos, e números de páginas.
Identificação: Dados da escola (nome, endereço, etc.)
Introdução - A escola apresenta seu projeto político pedagógico, explicitando suas concepções quanto a esta matéria e relata aspectos que julgar importantes do processo de elaboração do documento, incluindo envolvimento com as famílias.
Histórico – Apresentar a história da escola; como surgiu, como é mantida, qual comunidade atende, houve mudanças de local, qual a influência do trabalho realizado pela escola na comunidade, etc.
Diagnóstico - Descrever a comunidade e a situação do entorno da escola, características da comunidade (culturais e sociais), situação socioeconômica das famílias atendidas, como acontece a inserção da escola nesta comunidade (relações), diagnóstico da realidade global na qual a instituição está inserida (cidade, bairro), explicitar como a instituição “vê” o mundo ao seu redor.
Fundamentos - A escola apresenta as concepções e princípios que norteiam seu projeto político pedagógico, detalha como embasa suas concepções no que se refere a: criança, infância, desenvolvimento infantil, aprendizagem, escola e educadores; como prevê e pensa a educação inclusiva, o acolhimento às diferenças de gênero, etnia, raça e religião. Definir sua linha pedagógica e quais teóricos utilizados para embasar sua prática pedagógica diária. Levar em conta os princípios:
• Filosóficos: Visão de mundo, sociedade, homem, conhecimento, criança, infância, instituição de Educação Infantil, educadores.
• Socioantropológicos: Visão do contexto sociocultural das crianças e de suas famílias, concepções sobre as relações com as famílias, com a comunidade, com outras entidades, movimentos sociais, órgãos da cidade.
• Psicopedagógicos: Visão de desenvolvimento infantil, de ensino-aprendizagem, de construção do conhecimento.
Planejamento – Explicitar a concepção de planejamento e a organização interna (espaços e tempos), fundamentando com base em referencial teórico. Como planeja sua ação educativa, como organiza os espaços e tempos, como faz as reuniões, com que periodicidade, quem participa, quem planeja, como documenta e registra o planejamento.
Organização da ação educativa - Explicitar como a escola planeja a ação didático-pedagógica, qual metodologia é utilizada (pedagogia de projetos, rede temática, tema gerador, linguagens geradoras...), bem como a fundamentação teórica que a sustenta. Explicitar quais eixos de trabalho são priorizados e como garantem acesso às diferentes manifestações culturais, respeitando as diversas linguagens e expressões, como promove a integração entre elas, como integra as diversas áreas do conhecimento e os aspectos da vida cidadã numa abordagem interdisciplinar. 
Acompanhamento e registro – Explicitar concepções e critérios sobre a avaliação. Explicar como avaliam, para quê, quem participa do processo, como documentam, qual a periodicidade. Esclarecer o que compõe o documento final (relatório, ficha, produções das crianças, portfólio...), de que maneira é entregue e para quem. Informar que é avaliado: crianças, profissionais,escola, comunidade, família.
Organização dos grupos etários – Definir como estão organizados os grupos e quais os critérios utilizados para esta classificação, nome dos grupos e se há diferença na organização entre os turnos. Citar a legislação referente ao número de crianças e adultos que as atendem, e também a relação criança/m². 
Citar a Resoluções do Conselho Municipal de Educação para esta finalidade.
Organização do Ambiente Físico - Apresentar o espaço físico destacando a funcionalidade dos ambientes relacionando com a fundamentação pedagógica de opção da escola. Não são necessários o detalhamento do ambiente e a descrição do mobiliário. Preferencialmente, utilizar seu referencial teórico.
Equipe Multiprofissional – Apresentar toda a equipe que trabalha na escola, informando a qualificação, e a forma de inserção destes profissionais no currículo da escola. Informar se existem atividades e oficinas extras, definindo por que são oferecidas e como acontecem. No caso de serem opcionais, explicitar como é o atendimento às crianças que não participam destas. Citar a formação dos profissionais e se está em conformidade com as resoluções Conselho Municipal de Educação para esta finalidade.
Referências - Item no qual a escola coloca as referências bibliográficas e/ou virtuais que foram utilizadas na construção do Projeto Político-Pedagógico.
Para estudo e consulta, selecionamos um exemplo de projeto Político-Pedagógico, do CENTRO EDUCACIONAL PRIMEIROS PASSOS, O mesmo está nas leituras anexas deste curso. 
Dicas
 - Evitar nomes próprios, ano e números que possam ser alterados anualmente;
 - Entregar cópia sem encadernar;
 - Fazer correção ortográfica geral do texto;
 - Informações da Internet devem ser mencionados nas referências;
 - Na edição final utilizar as normas da ABNT;
Concepção de Proposta Pedagógica:
Na observância das Diretrizes, a proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve garantir que elas cumpram plenamente sua função sóciopolítica e pedagógica:
- Oferecendo condições e recursos para que as crianças usufruam seus direitos civis, humanos e sociais;
- Assumindo a responsabilidade de compartilhar e complementar a educação e cuidado das crianças com as famílias;
- Possibilitando tanto a convivência entre crianças e entre adultos e crianças quanto à ampliação de saberes e conhecimentos de diferentes naturezas;
- Promovendo a igualdade de oportunidades educacionais entre as crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens culturais e às possibilidades de vivência da infância;
- Construindo novas formas de sociabilidade e de subjetividade comprometidas com a ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do planeta e com o rompimento de relações de dominação etária, socioeconômica, étnicoracial, de gênero, regional, linguística e religiosa.
Objetivos da Proposta Pedagógica:
A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças.
Proposta Pedagógica e Diversidade:
As propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil deverão prever condições para o trabalho coletivo e para a organização de materiais, espaços e tempos que assegurem:
- O reconhecimento, a valorização, o respeito e a interação das crianças com as histórias e as culturas africanas, afro-brasileiras, bem como o combate ao racismo e à discriminação;
- A dignidade da criança como pessoa humana e a proteção contra qualquer forma de violência – física ou simbólica – e negligência no interior da instituição ou praticadas pela família, prevendo os encaminhamentos de violações para instâncias competentes.
Proposta Pedagógica e Crianças Indígenas:
Garantida a autonomia dos povos indígenas na escolha dos modos de educação de suas crianças de 0 a 5 anos de idade, as propostas pedagógicas para os povos que optarem pela Educação Infantil devem:
- Proporcionar uma relação viva com os conhecimentos, crenças, valores, concepções de mundo e as memórias de seu povo;
- Reafirmar a identidade étnica e a língua materna como elementos de constituição das crianças;
- Dar continuidade à educação tradicional oferecida na família e articular-se às práticas socioculturais de educação e cuidado coletivos da comunidade;
- Adequar calendário, agrupamentos etários e organização de tempos, atividades e ambientes de modo a atender as demandas de cada povo indígena.
Proposta Pedagógica e as Infâncias do Campo:
As propostas pedagógicas da Educação Infantil das crianças filhas de agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e acampados da reforma agrária, quilombolas, caiçaras, povos da floresta, devem:
- Reconhecer os modos próprios de vida no campo como fundamentais para a constituição da identidade das crianças moradoras em territórios rurais;
- Ter vinculação inerente à realidade dessas populações, suas culturas, tradições e identidades, assim como a práticas ambientalmente sustentáveis;
- Flexibilizar, se necessário, calendário, rotinas e atividades respeitando as diferenças quanto à atividade econômica dessas populações;
- Valorizar e evidenciar os saberes e o papel dessas populações na produção de conhecimentos sobre o mundo e sobre o ambiente natural;
- Prever a oferta de brinquedos e equipamentos que respeitem as características ambientais e socioculturais da comunidade.
3- Práticas Pedagógicas da Educação Infantil
Eixos do currículo:
As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores às interações e as brincadeiras e garantir experiências que:
- Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança;
- Favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical;
- Possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos;
- Recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais;
- Ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e coletivas;
- Possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar;
- Possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e conhecimento da diversidade;
- Incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a
indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza;
- Promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura;
- Promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais;
- Propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e tradições culturais brasileiras;
- Possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas fotográficas, e outros recursos tecnológicos e de midia. As creches e pré-escolas, na elaboração da proposta curricular, de acordo com suas características, identidade institucional, escolhas coletivas e particularidades pedagógicas, estabelecerão modos deintegração dessas experiências.
Em outro módulo abordaremos exemplos de práticas pedagógicas de sucesso.
Avaliação:
As instituições de Educação Infantil devem criar procedimentos para acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação, garantindo:
- A observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das crianças no cotidiano;
- Utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.);
- A continuidade dos processos de aprendizagens por meio da criação de estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pela criança (transição casa/instituição de Educação Infantil, transições no interior da instituição, transição creche/pré-escola e transição pré-escola/Ensino Fundamental);
- Documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho da instituição junto às crianças e os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança na Educação Infantil;
- A não retenção das crianças na Educação Infantil.
Dica:
Uma metodologia interessante, adotada por muitas escolas é a de criar uma pasta específica para cada aluno, onde são colecionadas as atividades realizadas pelo aluno. Este instrumento é importante para o acompanhamento das atividades pela direção, supervisão escolar e principalmente da família da criança. Nestas atividades poderá ser constatada a evolução da criança bem como a sua visão do mundo que a cerca.
Articulação com o Ensino Fundamental:
Na transição para o Ensino Fundamental a proposta pedagógica deve prever formas para garantir a continuidade no processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, respeitando as especificidades etárias, sem antecipação de conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental.
4- Práticas promotoras da igualdade racial
Ao iniciar este assunto, apresentamos parte de pesquisa realizada por (CORSI & LIMA, 2010), que revela um aspecto conflituoso da construção pelo aluno de sua própria identidade: 
A professora sai um pouco da sala e o Júlio levanta e vem conversar comigo. (...) Enquanto os alunos estão ao meu lado, começam a olhar a revista que está em cima da mesa e um deles aponta a mulher mais bonita (Na capa da revista havia quatro fotos de mulheres, sendo três brancas e uma negra). Pergunto para o Leandro (pardo) quem ele acha mais bonita e ele aponta a foto de uma mulher branca e a da mulher negra. Pergunto qual ele acha a mais feia e ele aponta a loira. Pergunto para o Júlio (negro) e ele aponta como mais bonita uma das mulheres brancas e diz que a mais feia é a negra. Pergunto porquê e ele diz que não gosta de preto. Diz que não queria ser preto, queria ser como o irmão que é branco. O Flávio (negro) aponta a negra como a mais feia, quando pergunto porque, ele diz “porque sim” (diário de campo). A professora revelou, em vários momentos, a percepção que tinha do aluno com relação à aprendizagem, como no dia em que o aluno conversava com outro e ela disse: “Você (Júlio) já não faz nada, ainda fica dando atenção para ele (Lucas)”. Também quando o aluno levou o caderno para ser corrigido e a professora reclamou: “Sujo, cheio de orelha, nem capricho está tendo, né Júlio?”.
O estudo realizado por estas duas pesquisadoras, ressalta a importância da participação da professora na formação da identidade da criança, e que isto influenciará toda a sua vida estudantil. Caso esta participação seja negativa, conforme apresentado no texto acima, trará consequencias desastrosas.
Legislação sobre igualdade racial:
BRASIL (2012), informa que: Lembremos que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assegura a toda criança o direito de igualdade de condições para a permanência na escola, de ela ser respeitada pelos educadores, de ter sua identidade e seus valores preservados e ser posta a salvo de qualquer forma de discriminação, negligência ou tratamento vexatório.
Em anexo a este curso, colocamos o ECA para ser consultado.
É importante salientar que as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEIs) estabelecem que a “identidade étnica, assim como a língua materna, é elemento de constituição da criança”.
Alterações recentes na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) estabeleceram dois artigos: 26-A e 79-B, que prevêem o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena e a inclusão no calendário escolar do dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra.
Orientamos que este seja um dos dias comemorativos na escola, quando podem ser realizadas atividades culturais sobre o tema. Neste dia deve ser destacado o importante papel da pessoa afro-descendente na composição do Brasil atual.
A especificidade do trabalho educativo para crianças de 0 a 5 anos está na busca do desenvolvimento integral que se faz de modo intencionalmente planejado. Afinal, qual cidadão queremos formar?.
Para que todas as crianças tenham acesso aos diferentes conhecimentos que advêm do processo educativo, na variedade de experiências com objetos, materiais e espaço, e na interação com pessoas que as cercam. No entanto, a constatação da discriminação e do preconceito racial ainda existente na sociedade brasileira tem onerado as crianças negras impossibilitando-lhes ocupar-se tão somente dessas experiências de forma produtiva e integral. Pa ra elas, o contato cotidiano com a rejeição à sua aparência e a desvalorização de suas heranças culturais causam impacto no seu pleno desenvolvimento, e muitas vezes as tornam presas à crença na impossibilidade de sucesso na escola do aluno que é negro, já que requer grande equilíbrio emocional conviver com tal situação e ainda ter disposição e energia para aprender (BRASIL, 2012).
As instituições organizadas com base em aspectos das culturas africanas e do povo negro no Brasil fornecem um conjunto de conhecimentos imprescindíveis
ao trabalho educativo. Museus físicos ou virtuais, espaços culturais, bibliotecas, escolas de samba, grupos de dança, capoeira podem ser convidados para enriquecer o dia a dia das instituições educativas (BRASIL, 2012).
Outro elemento educacional importante é a organização do espaço escolar. Sempre pensar em contemplar a igualdade racial. É importante que as crianças se sintam representadas nas imagens de pessoas que estão nos murais da escola, bem como a imagem dos seus familiares.
A escola deve incluir em seu projeto pedagógico a escolha de imagens que vão fazer parte da decoração da escola, das paredes, murais, cortinas, capas de livros, etc.
Este cuidado é importante, pois a criança deve sentir-se respeitada e valorizada e que aprenda a respeitar o outro.
Escolha de brinquedos e de livros:
BRASIL (2012) informa que: Ter em mãos bonecas e bonecos negros, instrumentos musicais usados nas manifestações afro-brasileiras e livros que contemplem personagens negros representados de modo positivo é fundamental para o desenvolvimento de uma educação para a igualdade racial.
Ao escolher bonecas e bonecos negros, é preciso olhar para a diversidade de tonalidades de pele, de traços e de tipos de cabelo. Será que as bonecas escolhidas expressam essa diversidade? Assim como a boneca loira e de olhos azuis não traduz a diversidade de tipos da raça branca, também ao escolher as bonecas e os bonecos negros devemos procurar aqueles que representam os negros na sua variedade de tons de pele e tipos de cabelo, a pluralidade fenotípica que caracteriza a população negra. Além disso, há os critérios básicos que jamais deveriam ser esquecidos: os bonecos são bonitos e bem feitos? Dá vontade de brincar com eles? São interessantes para as crianças?
Com relação à escolha de livro, é importante considerar:
- Há pessoas negras que ocupam diversas posições sociais e profissionais, como médicos, professores, empresários etc.
- As crianças negras encontram-se em posição de destaque de um modo positivo.
- A imagem de pessoas negras é apresentada de modo positivo e não pejorativamente.- A população negra é apresentada como protagonista importante de fatos históricos e não apenas como escrava.
BRASIL (2012), afirma: pensamento racial começam muito cedo, ao contrário do que pensa o senso comum. As crianças percebem as diferenças físicas, principalmente a cor da pele e o tipo de cabelo.
Se as crianças negras receberem mensagens positivas dos adultos e de seus colegas acerca de seus atributos físicos e demais potencialidades, aprenderão a se sentir bem consigo mesmas. De outro lado, se as crianças brancas aprendem que seus atributos físicos e culturais não são melhores nem os únicos a ser valorizados, os dois grupos aprenderão a considerar as diferenças como parte da convivência saudável.
É fundamental que o educador de Educação Infantil adote uma atitude de observação cuidadosa de cada criança. Além disso, ao utilizar seu corpo de modo expressivo, em cada gesto, no modo de olhar, sorrir, abraçar, pegar no colo, ele também constitui um modelo para as crianças, e por isso deve estar atento à intenção comunicativa e à qualidade de seus movimentos na interação com elas. 
É importante ter atitudes que favoreçam o processo de desenvolvimento infantil, reconhecendo e validando os avanços e as conquistas de cada criança, estimulando a interação entre pares e crianças de diferentes faixas etárias. A tomada de consciência do próprio corpo pela criança, sua capacidade de perceber cada parte sem perder a noção de unidade, de conhecer e reconhecer a sua imagem como parte da construção de uma identidade positiva, requer um trabalho específico.
Em todas as ações realizadas na escola, mas principalmente nas que tratam da imagem física, é importante observar como as crianças interagem com parceiros de diferentes tons de pele. O educador deve estar atento às falas depreciativas em relação aos colegas, às exclusões de brincadeiras, e deve mediar conflitos surgidos entre elas que tenham como motivo questões raciais. 
Dica:
Desde o berçário, o uso do espelho é aconselhado para que a criança possa se ver, identificar a cor de sua pele e saber que é bonita. 
Música e dança:
A dança, importante herança dos povos africanos, proporciona alegria, autoconhecimento e sociabilidade, que é capaz de muitas possibilidades expressivas e o aperfeiçoamento dos gestos, que merece lugar de destaque na Educação Infantil.
O samba, o bumba meu boi, o frevo, o baião, o maracatu, a lambada, a capoeira, o maculelê, a catira etc. são manifestações que, em originalmente estavam restritas aos negros, hoje fazem parte do patrimônio cultural dos brasileiros e das práticas sociais de comemorações familiares, festas e grandes eventos públicos.
O trabalho com a música e a dança originárias dessas manifestações deve fazer parte do cotidiano da educação.
Na educação voltada para a valorização da diversidade, é importante que o repertório de músicas apresentado às crianças seja amplo e diversificado, composto de músicas de origem européia, africanas, indígenas, asiáticas etc., cantadas ou instrumentais. Um repertório diversificado qualificará a escuta das crianças, que podem aprender que há muitos tipos de música, não apenas aquela relacionada a um universo supostamente “infantil”. Quanto mais diversificado o repertório, mais as crianças terão condições de identificar, reconhecer elementos e desenvolver preferências musicais.
Participação:
Em momento de roda de conversa, mediadas pelo educador, todas as crianças deve ter a oportunidade de se expressar e devem saber ouvir seus colegas.
O momento de participação é interessante para que o educador possa compreender mais sobre o universo da criança. É importante observar:
- A participação: Se ela ocorre ou não. Muitas crianças tem timidez natural ou simples vergonha de se expor. Em outros casos, a não participação pode ser reflexo de um ambiente familiar opressivo.
- Como participa: A criança pode querer falar mais alto do que o necessário ou querer participar o tempo todo. É importante que a criança compreenda que ou outros também desejam participar.
- Comportamento: A criança pode demonstrar antipatia com um ou mais colegas, por qualquer motivo que seja, quando está falando ou quando um destes colegas está falando. Este comportamento deve percebido pelo educador e a criança orientada a saber que todos os colegas devem ser respeitados.
Em todos os casos a criança deve ser estimulada a participar e as pessoas devem demonstrar que esta participação é importante. 
5- Parâmetros nacionais de qualidade para a educação infantil
A necessidade da definição de parâmetros para a educação infantil seja feita com qualidade em todas as regiões do Brasil, originou diversos debates e encontros que culminaram no seminário técnico realizado em maio de 2005, em Brasília. 
Após as contribuições feitas por diversos segmentos da sociedade, o MEC estabeleceu diretrizes para estes parâmetros de qualidade, que assim são definidos por BRASIL (2006):
Uma distinção conceitual deve ser feita entre parâmetros de qualidade e indicadores de qualidade. Entende-se por parâmetros a norma, o padrão, ou a variável capaz de modificar, regular, ajustar o sistema (Houaiss e Villar, 2001). Parâmetros podem ser definidos como referência, ponto de partida, ponto de chegada ou linha de fronteira. Indicadores, por sua vez, presumem a possibilidade de quantificação, servindo, portanto, como instrumento para aferir o nível de aplicabilidade do parâmetro. Parâmetros são mais amplos e genéricos, indicadores mais específicos e precisos. Um parâmetro de qualidade inquestionável, por exemplo, é a formação específica das professoras e dos professores de Educação Infantil. Nesse caso, o indicador seria a série e o nível propriamente dito de formação dos profissionais que atuam nas instituições de Educação Infantil. A qualidade seria considerada ótima em um determinado município se o parâmetro definido neste caso fosse a formação exigida por lei, e todos os profissionais que atuam nas instituições de Educação Infantil tivessem essa formação em nível superior.
6- Concepção de criança e de pedagogia da Educação Infantil:
A criança é um sujeito social e histórico que está inserido em uma sociedade na qual partilha de uma determinada cultura. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também contribui com ele (BRASIL, 1994). A criança, assim, não é uma abstração, mas um ser produtor e produto da história e da cultura (FARIA, 1999).
Muitas vezes vista apenas como um ser que ainda não é adulto, ou é um
adulto em miniatura, a criança é um ser humano único, completo e, ao mesmo tempo, em crescimento e em desenvolvimento. É um ser humano completo porque tem características necessárias para ser considerado como tal: constituição física, formas de agir, pensar e sentir. É um ser em crescimento porque seu corpo está continuamente aumentando em peso e altura. É um ser em desenvolvimento porque essas características estão em permanente transformação. As mudanças que vão acontecendo são qualitativas e quantitativas. O recém-nascido é diferente do bebê que engatinha, que é diferente daquele que já anda, já fala, já tirou as fraldas. O crescimento e o desenvolvimento da criança pequena ocorrem tanto no plano físico quanto no psicológico, pois um depende do outro.
Embora dependente do adulto para sobreviver, a criança é um ser capaz de interagir num meio natural, social e cultural desde bebê. A partir de seu nascimento, o bebê reage ao entorno, ao mesmo tempo em que provoca reações naqueles que se encontram por perto, marcando a história daquela família. Os elementos de seu entorno que compõem o meio natural (o clima, por exemplo), social (os pais, por exemplo) e cultural (os valores, por exemplo) irão configurar formas de conduta e modificações recíprocas dos envolvidos.
Crianças expostas a uma gama ampliada de possibilidades interativas têm seu universo pessoal de significados ampliado, desde que se encontrem em contextos coletivos de qualidade. Essa afirmativa é considerada válida para todas as crianças,independentemente de sua origem social, pertinência étnico-racial, credo político ou religioso, desde que nascem.
A intenção de aliar uma concepção de criança à qualidade dos serviços educacionais a ela oferecidos implica atribuir um papel específico à pedagogia desenvolvida nas instituições pelos profissionais de Educação Infantil. Captar necessidades que bebês evidenciam antes que consigam falar, observar suas reações e iniciativas, interpretar desejos e motivações são habilidades que
profissionais de Educação Infantil precisam desenvolver, ao lado do estudo das diferentes áreas de conhecimento que incidem sobre essa faixa etária, a fim de subsidiar de modo consistente as decisões sobre as atividades desenvolvidas,
o formato de organização do espaço, do tempo, dos materiais e dos agrupamentos de crianças.
Pesquisas realizadas desde a década de 1970 (HARDY; PLA-TONE; STAMBACK, 1991) enfatizam que todas as crianças podem aprender, mas não sob qualquer condição. Antes mesmo de se expressarem por meio da linguagem verbal, bebês e crianças são capazes de interagir a partir de outras linguagens (corporal, gestual, musical, plástica, faz-de-conta, entre outras) desde que acompanhadas por parceiros mais experientes. Apoiar a organização em pequenos grupos, estimulando as trocas entre os parceiros; incentivar a brincadeira; dar-lhes tempo para desenvolver temas de trabalho a partir de propostas prévias; oferecer diferentes tipos de materiais em função dos objetivos que se tem em mente; organizar o tempo e o espaço de modo flexível são algumas formas de intervenção que contribuem para o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças. As iniciativas dos adultos favorecem a intenção comunicativa das crianças pequenas e o interesse de umas pelas outras, o que faz com que aprendam a perceber-se e a levar em conta os pontos de vista dos outros, permitindo a circulação das idéias, a complementação ou a resistência às iniciativas dos parceiros. A oposição entre parceiros, por exemplo, incita a própria argumentação, a objetivação do pensamento e a reflexão das crianças. (MACHADO, 1998).
FIGURA 2: A Individulidade
Fonte: Centro Científico Conhecer
Da mesma forma que defendemos uma perspectiva educacional que respeite a diversidade cultural e promova o enriquecimento permanente do universo de conhecimentos, atentamos para a necessidade de adoção de estratégias educacionais que permitam às crianças, desde bebês, usufruírem da natureza, observarem e sentirem o vento, brincarem com água e areia, atividades que se tornam especialmente relevantes se considerarmos que as crianças ficam em espaços internos às construções na maior parte do tempo em que se encontram nas instituições de Educação Infantil. Criando condições para que as crianças desfrutem da vida ao ar livre, aprendam a conhecer o mundo da natureza em que vivemos, compreendam as repercussões das ações humanas nesse mundo e sejam incentivadas em atitudes de preservação e respeito à biodiversidade, estaremos difundindo uma concepção de educação em que o ser humano é parte da natureza e não seu dono e senhor absoluto (TIRIBA, 2005).
FIGURA 3: Crianças em contato com a natureza
Fonte: Centro Científico Conhecer
Em síntese, para propor parâmetros de qualidade para a Educação Infantil, é imprescindível levar em conta que as crianças desde que nascem são:
• cidadãos de direitos;
• indivíduos únicos, singulares;
• seres sociais e históricos;
• seres competentes, produtores de cultura;
• indivíduos humanos, parte da natureza animal, vegetal e mineral.
As crianças precisam ser apoiadas em suas iniciativas espontâneas e incentivadas a:
• brincar;
• movimentar-se em espaços amplos e ao ar livre;
• expressar sentimentos e pensamentos;
• desenvolver a imaginação, a curiosidade e a capacidade de expressão;
• ampliar permanentemente conhecimentos a respeito do mundo da natureza
e da cultura apoiadas por estratégias pedagógicas apropriadas;
• diversificar atividades, escolhas e companheiros de interação em creches, pré-escolas e centros de Educação Infantil.
A criança, parte de uma sociedade, vivendo no Brasil, tem direito:
• à dignidade e ao respeito;
• autonomia e participação;
• à felicidade, ao prazer e à alegria;
• à individualidade, ao tempo livre e ao convívio social;
• à diferença e à semelhança;
• à igualdade de oportunidades;
• ao conhecimento e à educação;
• a profissionais com formação específica;
• a espaços, tempos e materiais específicos.
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, como Resolução CNE/CEB n° 1 de 07/04/1999 (BRASIL, 2010). Essas diretrizes têm caráter mandatório para todos os sistemas municipais e/ou estaduais de educação, diferentemente do Referencial, que se constitui apenas em um documento orientador do trabalho pedagógico. A resolução que instituiu essas diretrizes foi precedida por um parecer que trata de várias questões relativas à qualidade (Parecer CNE/CEB nº 22/98, de 17/12/98). Por exemplo, na relação adulto-criança, indica a seguinte proporção:
• 1 professor para 6 a 8 bebês de 0 a 2 anos ;
• 1 professor para cada 15 crianças de 3 anos;
• 1 professor para cada 20 crianças de 4 a 6 anos.
Posteriormente foram aprovadas as Diretrizes Operacionais para a Educação Infantil (Parecer CNE/CEB nº 04/00, de 16/02/00), as quais deliberam sobre a vinculação das instituições de Educação Infantil aos sistemas de ensino e sobre vários aspectos que afetam a qualidade do atendimento: proposta pedagógica, regimento escolar, formação de professores e outros profissionais, espaços físicos e recursos materiais. Essas diretrizes definem também a responsabilidade de autorizar com validade limitada, avaliar e supervisionar as instituições de Educação Infantil.
Política Nacional de Educação Infantil: pelo direito das crianças de 0 até 6 anos à educação (BRASIL, 2006), Parâmetros Nacionais de infra-estrutura para instituições de Educação Infantil (BRASIL, 2005a) e Parâmetros Básicos de infra-estrutura para instituições de Educação Infantil (BRASIL, 2005b). O primeiro contém diretrizes, objetivos, metas e estratégias para a área, o segundo e o terceiro apresentam alguns parâmetros básicos de infra-estrutura para as instituições de Educação Infantil na perspectiva de subsidiar os sistemas de ensino em adaptações, reformas e construções de espaços de Educação Infantil. As sugestões apontadas não são mandatórias, cabendo a cada sistema de ensino adequá-las à sua realidade, respeitando as características da comunidade na qual a instituição está ou será inserida.
Neste contexto, ressaltamos que um dos problemas mais recorrentes é que, especialmente os documentos legais de Secretarias Municipais de Educação que apresentam a busca de melhoria da qualidade como meta não especificam claramente o que ela seria, como se expressaria ou em quais critérios poderia se pautar e, mais sério, quais seriam as ações concretas que viabilizariam o alcance de uma “nova” qualidade. (CORRÊA, 2003)
Centro Científico Conhecer www.conhecer.org.br Pág 1

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