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DIVÓRCIO: DO PROCESSO PSICOLÓGICO, DO LUTO E DOS EFEITOS NA CRIANÇA.

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DIVÓRCIO: DO PROCESSO PSICOLÓGICO, DO LUTO E DOS EFEITOS NA CRIANÇA.
Inicialmente o texto explica as duas maneiras que irá delimitar a compreensão do texto, o primeiro, quanto ao Direito da família que considera a dissolução do laço matrimonial como particularmente sensível aos aspectos emocionais do ser humano.
O segundo vem como a quebra de paradigmas históricos no conceito de família que rompe a rigidez do conceito de família patriarcal e dá espaço aos novos princípios e estilos de vida, visto que novas relações e constituições familiares vêm surgindo ao longo dos anos, configurando na necessidade de se pensar no direito ao afeto. 
Com o advento da Emenda Constitucional nº 66, a verdade jurídica se ateve à verdade social, não mais se justificando qualquer forma de burocratização para o rompimento das relações familiares, antes limitada pela obrigatoriedade da propositura da ação de separação para, posteriormente, rumar ao processo de divórcio e, finalmente, romper em definitivo com o vínculo conjugal.
A maioria dos divórcios não é resolvida de forma satisfatória e há de se observar a maneira que as pessoas encaram essa experiência e a forma que reagem diante dessa dissolução. Nota-se que os processos jurídicos e psicológicos não são necessariamente paralelos, mas se inter-relacionam e interpenetram-se.
A partir de todo esse processo houve a necessidade de se pensar sobre os efeitos emocionais e psicológicos causados tanto no casal, mas nos filhos ainda mais quando ainda crianças.
O processo psicológico demanda tempo e alguns desses aspectos podem ser da ordem do inconsciente, regido por um tempo interno e que depende de muitas variáveis, porém sabemos que o inconsciente é atemporal. O curso desse processo depende muito da personalidade do sujeito, dos mecanismos de defesa que a pessoa enfrenta a perda, etc. E vários fatores irão influenciar na solução dessas questões até o fim do processo judicial.
No processo psicológico o sujeito firma um compromisso consigo mesmo, fenômeno intrapessoal, já o processo judicial resolvem conflitos de ordem interpessoal.
A percepção nesse processo tem uma função personalíssima porque cada envolvido emergirá de maneira diferente dependendo do processo de luto que se encontra. 
CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROCESSO PSICOLÓGICO DA ELABORAÇÃO DO LUTO
No que tange ao luto, diga-se de passagem, explicado pela Psicanálise o processo de transferência, o individuo projeta no outro todas as suas expectativas e começa a viver sobre esse olhar como se o outro fosse uma extensão daquilo que queira ser, e esse amor pode ser convertido no seu oposto. Em Klüber-Ross13 (1994) quem estabeleceu e sistematizou as etapas do processo psicológico do luto, identificando cinco estágios:
1) Estágio do Choque e Negação: O choque é sempre a primeira reação decorrente do impacto da informação traumática que a perda envolve, havendo um estado de confusão e negação acerca de sua real ocorrência.
 2) Estágio da Raiva: Sentimentos de frustração, injustiça, impotência, frustração e atribuição de culpa ou responsabilidade a terceiros surgem frente à perda logo após a etapa do choque e da negação.
 3) Estágio da Negociação ou Barganha: Nesta etapa de elaboração do luto, a pessoa tenta negociar a sua condição. Avaliando os contras, mas conseguindo ver também algum fator positivo (possibilidade de tratamento, por exemplo), se estabelece uma forma de avaliação da situação acompanhada do desejo de que alguma transação com a perda seja viável.
 4) Estágios da Depressão: Nessa fase aparecem os sinais de depressão: ● Desesperança; ● Tristeza profunda; ● Retraimento; ● Isolamento; ● Fraqueza emocional; ● Perda de sentido das coisas; ● E, as vezes, ideação suicida. 
5) Estágio da Aceitação e Superação: Nesse estágio deve ocorrer a compreensão da morte ou perda como um acontecimento inevitável, um fato que faz parte da vida, surgindo sentimentos de apaziguamento e conforto emocional frente àquilo sobre o que a pessoa não tem o poder de transformar.
Quando o processo de luto é mal elaborado pode ocorrer sérias conseqüências, a pessoa sofre e revive de maneira terrorífica a experiência conflituosa da perda, denominada pelo TEPT (Transtorno de Estresse Pós Traumatico). De acordo com Carter e McGoldrick,15 para que cada cônjuge possa seguir com sua vida, é necessário libertar-se emocionalmente, recuperar o senso de si próprio que lhe permita seguir em frente sozinho.
OS EFEITOS DO DIVÓRCIO NA CRIANÇA
Quando se pensa no processo litigioso de um casal, logo se pensa na condição emocional e psicológica dos filhos, já que estes são dependentes dos pais, principalmente quando crianças. A perda propriamente falando, pois nesse processo há uma desvinculação desse âmbito familiar com a desestruturação da organização familiar irá ser denominada pela forma que cada membro conduz os fatos e o conflito emocional gerado pelo processo de litígio.
Muitos autores apontam os efeitos comportamentais, psicológicos e emocionais presentes nos filhos, ocasionados pelo processo de separação dos pais. Nos primeiros 2 a 4 anos é o período mais difícil para os filhos. Os sentimentos de raiva, mágoa e vingança, que transitam de um lado para o outro, quase sempre envolvem os filhos, que passam a sofrer mais a tensão e a sobrecarga da separação (divórcio), dificultando o encontro de novo equilíbrio.
Muitos fatores influenciam nesse processo readaptação dos filhos para com a separação dos pais. Seus genitores usam a fragilidade dos filhos como forma de ameaçar ou atacar o ex-companheiro de maneira que coloque em cheque a dúvida quanto com quem ficar em quem acreditar ou até mesmo em relação ao espaço que tem na vida dos pais, sendo que para os filhos é importante ter o afeto de ambos.
A manipulação do comportamento da criança pode contribuir para o desenvolvimento da Alienação Parental, compreendida esta, consoante dispõe o artigo 2ª da Lei nº 12.318, como a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. Os efeitos prejudiciais que a Alienação Parental pode provocar nos filhos variam de acordo com a idade da criança, com as características de sua personalidade, com o tipo de vínculo anteriormente estabelecido, e com sua capacidade de resiliência (da criança e do cônjuge alienado), além de inúmeros outros fatores, alguns mais explícitos, outros mais recônditos.
Os filhos submetidos a essas situações, em geral, não têm consciência das verdadeiras causas de seu comportamento, preferindo aceitar as restrições transmitidas pelas mensagens do alienador quando eles próprios não possuem razões para se afastar do alienado. Ademais, na falta de motivos reais para estarem com o cônjuge alienado, as vítimas aderem às retaliações do alienador, nem sempre sutis.
Podevyn (apud Trindade, 2011) ressalta os problemas que a Alienação Parental pode produzir na criança, tais como depressão crônica, incapacidade de adaptação em ambiente psico-social normal, transtornos de identidade e de imagem, desespero, sentimento incontrolável de culpa e isolamento, comportamento hostil, falta de organização, dupla ou múltipla personalidade e, em casos extremos, tentativa de suicídio. São muitos os prejuízos ocasionados pela Alienação Parental, que precisa ser identificada o mais rápido possível. Somente assim será dado à criança o direito de um adequado desenvolvimento emocional, social, comportamental e cognitivo. Muitas crianças somatizam, isto é, deslocam os seus conflitos emocionais para o corpo através de sintomas como enurese, diurna ou noturna, distúrbios do sono, perda do apetite, vômitos, febre, faringite, asma entre tantos outros. O impacto da separação (divórcio) só é menor para as crianças quando os pais priorizam e preservam as relações saudáveis dos filhos, buscam mediar o conflito de forma amenaPA ra que não traga tantos danos e prejuízos para o desenvolvimento de seus filhos,buscam melhor lidar com o fato e tendem a garantir que esse processo seja um tanto quanto menos difícil e doloroso.
OBSERVAÇÃO: As considerações finais eu não pontuei, e a parte que trata de alienação parental e outras partes que eu vi necessidade de ser colocada eu copiei do texto.

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