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Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:12:42 1 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz DO INÍCIO DA REPÚBLICA À REVOLUÇÃO DE 30 - CONSTRUÇÃO DE GOIÂNIA 1891 – Promulgada a primeira Constituição da República. Eleições para a presidência da República. Deodoro é eleito presidente e Floriano, vice. Golpe de Estado. Deodoro dissolve o Congresso e declara estado de sítio. Contragolpe. Deodoro é substituído por Floriano. Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:12:42 2 Sofrendo contestações no Parlamento e na caserna e com problemas de sustentação em estados importantes, como Minas Gerais e São Paulo, Deodoro dissolveu o Congresso no dia 3 de novembro de 1891, esperando reverter a situação. A medida, inconstitucional, foi logo apelidada de “golpe Lucena”. No dia seguinte, Deodoro decretou o estado de sítio para o Distrito Federal e Niterói. Em manifesto aos brasileiros, explicou sua atitude, argumentando com a necessidade de retificar a Constituição, principalmente para fortalecer o Poder Executivo da União. Para isso, decretou a convocação de eleições de deputados para novo Congresso Constituinte. Em resposta, o Congresso Nacional lançou, no mesmo dia e assinado por 114 parlamentares, entre deputados e senadores, o Manifesto à Nação Brasileira, denunciando a violência do governo. Dos governadores, apenas Lauro Sodré, do Pará, manifestou-se publicamente contra o golpe no dia seguinte. Pouco tempo depois, contudo, estava estruturada a resistência em vários estados, nos setores militares e no meio sindical de Santos (SP) e da capital federal. Floriano participava de reuniões com a oposição. Cauteloso, insistia na necessidade de conquistar a adesão de mais tropas antes de desencadear o contragolpe. No dia 21 de novembro, finalmente, os ferroviários deflagraram uma greve no Rio de Janeiro, enquanto se concluíam os preparativos para a ação militar, iniciada na madrugada de 23: revolta de unidades da Marinha fundeadas na baía da Guanabara, apoiada por contingentes do Exército em terra. Doente, Deodoro ainda esboçou uma reação, mas acabou renunciando na mesma manhã. Floriano Peixoto foi buscado em casa para receber o cargo de presidente da República. Presidente Da República Envolto no clima de mobilização popular que a notícia da renúncia de Deodoro causou na capital federal, Floriano que não teria vice-presidente, porque faria questão – de manter-se nessa condição até o fim de seu mandato − foi empossado no próprio dia 23 de novembro de 1891. No manifesto que lançou então, consignou a ação legalista de setores das forças armadas e de cidadãos, que teriam restabelecido a Constituição e as leis, suspensas pela ação do presidente demissionário. No mesmo dia tornou-se, de acordo com o regulamento da instituição, pelo qual a presidência cabia ao chefe do Estado, presidente do Conselho Supremo Militar e de Justiça. Permaneceria no cargo até julho de 1893, quando seria modificado o modo de escolha do presidente. 1891 – Pedro Ludovico muda-se para o Rio de Janeiro onde iniciará seus estudos em Medicina. 1891 – A Crise das Duas Constituições, em Goiás. Ocorre porque Constâncio Ribeiro da Maya (do clã Fleury) desenvolve política antibulhonista e adia sucessivamente a reunião da Constituinte estadual. No entanto, Leopoldo de Bulhões logra reunir a constituinte e promulga a “Constituinte dos Bulhões” em 1891. Naquele cenário de instabilidade, típica do início da República, a constituinte é dissolvida pelo 20º Batalhão e a nova Constituinte é instalada e promulgada a nova Constituição no dia 1º de dezembro de 1891, que iria durar até a queda de Deodoro da Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:12:42 3 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz Fonseca, quando é oficializada a “Constituição dos Bulhões” foi oficializada. Os Bulhões assumem o poder. 1894 – Eleições presidenciais. Prudente de Morais é eleito como o primeiro presidente civil da história do Brasil. 1896 – O governo organiza expedição contra Canudos. As tropas federais são derrotadas pelos rebeldes. Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:12:42 4 1897 – As tropas do governo federal ocupam Canudos, e Antônio Conselheiro é morto. A chamada Guerra de Canudos, revolução de Canudos insurreição de Canudos, ou foi o confronto entre um movimento popular de fundo sócio-religioso e o Exército da República, que durou de 1896 a 1897, na então comunidade de Canudos, no interior do estado da Bahia, no Brasil. O episódio foi fruto de uma série de fatores como a grave crise econômica e social em que encontrava a região à época, historicamente caracterizada pela presença de latifúndios improdutivos, situação essa agravada pela ocorrência de secas cíclicas, de desemprego crônico; pela crença numa salvação milagrosa que pouparia os humildes habitantes do sertão dos flagelos do clima e da exclusão econômica e social. 1898 – Eleições presidenciais. Campos Sales é eleito presidente. Nas eleições presidenciais de março de 1898, Campos Sales concorreu contra o candidato florianista Lauro Sodré. Após a vitória com larga diferença no computo de votos, Campos Sales dirigiu-se para a Europa junto ao ministro da fazenda Bernardino Campos para renegociar as dívidas com o maior credor do Estado brasileiro, a Casa Rothschild. Dessas negociações acordou-se um empréstimo de consolidação que ficou conhecido como . Em troca do empréstimo de dez milhões de libras para o funding loan país, foram entregues como garantia as rendas das alfandegas do Rio de Janeiro e o comprometimento em reduzir a inflação da moeda brasileira. 1900 – Campos Sales idealiza novo controle do mecanismo de verificação dos poderes na Câmara dos Deputados. Começa a Política dos Governadores. Outra característica importante do governo de Campos Sales foi a busca pelo apoio dos governadores dos Estados ao governo federal. O antecessor de Campos Sales na presidência da república e o primeiro presidente civil do país, Prudente de Morais enfrentou os partidários florianistas que almejaram o retorno da República da Espada; já Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:12:42 5 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz no segundo governo civil da presidência esses embates cessaram. A morte do marechalBittencourt em um atentado promovido por um militar florianista amainou a requisição do retorno do poder militar para a presidência da República. Durante a República da Espada (1889-1894) o principal sustentáculo dos governos era o Exército Nacional, com a emergência dos governos civis esse respaldo foi substituído pela “ ”. As facções partidárias vitoriosas no pleito política dos governadores eleitoral dos respectivos Estados recebiam a chancela do governo federal, desse modo, exercendo apoio mútuo. A Política dos Governadores tem como uma de suas consequências o fortalecimento do coronelismo em nível estadual e em nível local. 1903 – Ocorre a instalação da Faculdade de Direito, em Goiás. Seu principal apoiador foi Leopoldo de Bulhões. José Leopoldo de Bulhões Jardim nasceu na cidade de Goiás, em 28 de setembro de 1856, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1929. Filho do major Inácio Soares de Bulhões Jardim e Antônia Emília de Bulhões Jardim. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de SP (1880). Apaixonado, desde cedo, pelo estudo das finanças, seu colega de turma Horácio Guimarães escreveu, em artigo na Gazeta de Notícias: “Martelava-nos sem cessar com a fixação do câmbio, com o regime monetário e com a necessidade da conversão do papel-moeda”. Havia naquele tempo, em SP, a chamada , sociedade secreta, transplantada das Universidades Burschenschaft germânicas e destinada a auxiliar, sigilosamente, os estudos dos desfavorecidos pela fortuna. Bulhões pertenceu a essa instituição filantrópica, auxiliando o quintanista que a presidia, Santos Werneck. Formado, entrou para a carreira política. Dois anos após a formatura, eleg -se eu deputado-geral pela terra natal, representando o Partido Liberal. Participou, no parlamento, da discussão dos grandes problemas: o abolicionismo, o voto direto, o federalismo. Em 1883, apresentou um projeto de abolição imediata da escravatura, com a cláusula de algum tempo de serviço gratuito prestado pelos libertos. Abria-se a questão que só seria encerrada com a Lei Áurea. Proclamada a República, foi então eleito para a Assembleia Constituinte. Fez parte da comissão de Redação da Constituição de 1891, que subscreveu. Em 1894, foi eleito senador por Goiás, combateu a prorrogação do estado de sítio e o adiamento do Congresso. Depois, defendeu calorosamente a candidatura de Prudente de Morais à presidência da República. Relator na Comissão de Finanças da lei orgânica do TCU, presidiu em 1897 a Comissão Revisora das Tarifas. Em 1898 atuou como líder do governo, defendendo com brilhantismo o programa financeiro do presidente Campos Sales. No governo de Rodrigues Alves foi, finalmente, ministro da Fazenda, realizando modelar administração. Restaurou o Banco do Brasil, fruto da reorganização do Banco da República. De 1907 a 1908, fez parte da diretoria do Banco do Brasil. Quando ascendeu à presidência, Nilo Peçanha chamou-o de novo para o ministério da Fazenda (18 de junho de 1909 15 de novembro de 1910), repetindo a excelente obra – Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:12:42 6 administrativa que o consagrou como um dos grandes estadistas da República. Em 1911, retornou ao Senado. Não sendo reeleito em 1917, dedicou-se às atividades privadas: foi diretor da Cia. América Fabril, presidente da S.A. White Martins, diretor-presidente da Cia. Nacional Nova América, diretor da Empresa de Melhoramentos da Baixada Fluminense. Foi eleito sócio efetivo do IHGB em 28 de abril de 1905, principalmente pelo fato de haver promovido, pela Imprensa Nacional, a edição de números da Revista, mas também pelos relevantes serviços prestados ao país. 1909 – Revolução de 1909, em Goiás. Ao voltar para Goiás, Totó Caiado exerceu a advocacia e desempenhou cargos públicos que o projetariam na vida política do estado. Assim, em 1897 foi eleito deputado estadual e de 1899 a 1902 foi conselheiro municipal da cidade de Goiás. Em março de 1904 e, novamente, em junho de 1908, foi nomeado secretário do Interior, Justiça e Segurança Pública do estado, respectivamente nos governos de José Xavier de Almeida (1901-1905) e de Miguel da Rocha Lima (1905-1909). Xavier de Almeida havia sido eleito com o apoio da família Bulhões, que controlara a política estadual entre 1891 e 1900, mas se afastara dos antigos aliados até chegar à ruptura em fins de 1903 e início de 1904. Nas eleições de 1905, conseguiu eleger como sucessor Miguel da Rocha Lima, derrotando o candidato apoiado pelos Bulhões. A ocasião que estes aguardavam para retornar à cena política goiana se apresentou em 1908: diante da decisão de Xavier de Almeida de apoiar a candidatura de seu sogro, Hermenegildo Lopes de Morais, ao governo do estado, e de lançar sua própria candidatura ao Senado, alguns integrantes da composição política situacionista, entre os quais Totó Caiado, deixaram o governo e aliaram-se a Leopoldo Bulhões e Eugênio Jardim. Em abril de 1909, esse grupo fundaria o Partido Democrata, do qual Totó Caiado seria presidente de 1912 a 1930. Ainda em 1909, a insatisfação da oposição atingiu as proporções de um movimento armado para depor Miguel da Rocha Lima. Os adversários de Xavier de Almeida arregimentaram homens, compraram armas e formaram um contingente diante do qual a força policial do estado se viu impotente. Miguel da Rocha Lima renunciou à presidência do estado no dia 11 de março, sendo substituído pelo vice-presidente Francisco Bertoldo de Sousa. No dia 1º de maio, teve início a chamada Revolução de 1909, com os revolucionários percorrendo a cavalo a cidade de Goiás sob o comando de Eugênio Jardim, com a aprovação de Leopoldo Bulhões. Na mesma data, Francisco Bertoldo de Sousa passou o governo ao segundo vice-presidente José da Silva Batista, que governou até a posse do presidente nomeado pelos revolucionários, Urbano de Gouveia, em 24 de julho. O sucesso do movimento proporcionou o retorno do grupo dos Bulhões ao poder e possibilitou o surgimento de duas fortes lideranças locais: Eugênio Jardim e Totó Caiado. 1911 – Início do “salvacionismo” ou da Política de Salvação do governo Hermes da Fonseca. O governo federal intervém nos estados, procurando desalojar do poder as oligarquias locais. Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:12:42 7 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz Em seu mandato, o presidente Hermes da Fonseca julgou ser possível alterar a correlação de forças políticas entre as oligarquias dominantes tradicionais, beneficiando aliados políticos que eram ligados às oligarquias menos influentes que apoiavam seu governo. Contando com o pleno apoio de parcelas da oficialidade,ou seja, militares importantes, e políticos de sua família, Hermes da Fonseca idealizou a política salvacionista. Ela baseou-se em intervenções militares nos Estados, para destituir os governadores e substituí-los por outros que seriam nomeados pelo próprio presidente da República. Em defesa da política salvacionista, Hermes da Fonseca valeu-se dos argumentos de que seu propósito era o de sanear as instituições republicanas e acabar de vez com a corrupção. Mas seus reais objetivos eram outros. Na prática, a política salvacionista refletia claramente o modo como se travava a luta pelo poder político na Primeira República. As intervenções militares nos Estados desrespeitavam abertamente os princípios republicanos e preceitos constitucionais vigentes. Além disso, a política salvacionista gerou mais instabilidade e crise política, devido as revoltas e rebeliões armadas que eclodiram nos Estados que se insurgiram contra os interventores. Em Goiás, a Política de Salvação de Hermes da Fonseca resultou no fim da hegemonia da família Bulhões e a ascensão ao poder da família Caiado. A ascensão dos caiados ao poder marca o fim da instabilidade política em Goiás durante a República Velha. Entenda quem foi Antônio Ramos Caiado (Totó Caiado) e a participação política de sua família na história do Brasil! Antônio Ramos Caiado nasceu em Goiás Velho, capital da província de Goiás, no dia 15 de maio de 1874, filho de Torquato Ramos Caiado e de Claudina Fagundes Caiado. A família paterna de Totó Caiado, como era conhecido, fixou-se em Goiás no século XVII e Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:12:42 8 destacou-se no exercício de atividades agropastoris e na política. Seu avô, Antônio José Caiado, foi presidente de Goiás de 1883 a 1884, de 1892 a 1893 e em 1895, e ainda senador de 1896 a 1899. Seu pai foi senador estadual de 1905 a 1908. De seus oito irmãos, destacaram-se Brasil Ramos Caiado, presidente de Goiás de 1925 a 1929; Leão Di Ramos Caiado, senador estadual de 1925 a 1928 e novamente de 1929 a 1930; e Arnulfo Ramos Caiado, deputado estadual de 1912 a 1924. Sua irmã Diva Fagundes Caiado casou-se com Eugênio Jardim, presidente de Goiás de 1921 a 1923 e senador de 1924 a 1926. Fez os estudos secundários no Liceu de Goiás e formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1895. Em 1893, ainda nos tempos da faculdade, alistou-se no Batalhão Acadêmico da cidade de São Paulo, que marchou rumo à capital federal para colocar-se ao lado das tropas legalistas que defendiam a permanência de Floriano Peixoto na presidência da República até o fim do quadriênio, em 1894. Tal permanência era tachada por alguns de inconstitucional, já que Floriano assumira o cargo em função da renúncia de Deodoro da Fonseca em novembro de 1891, oito meses após ser eleito presidente pelo Congresso Constituinte, e, segundo o artigo 42 da Constituição, “se no caso de vaga, por qualquer causa, da Presidência ou Vice-Presidência, não houverem ainda decorrido dois anos do período presidencial, proceder-se-á a nova eleição”. Floriano contou com o apoio do Exército, do Partido Republicano Paulista (PRP) e da população da capital federal, mas também enfrentou protestos. Um dos mais graves foi a Revolta da Armada, deflagrada na baía de Guanabara em 6 de setembro de 1893. Totó Caiado participou dos combates que se travaram diariamente na Fortaleza de São João e em Niterói contra os revoltosos, o que lhe valeu a promoção por atos de bravura aos postos de alferes e de tenente honorário do Exército. Ao voltar para Goiás, Totó Caiado exerceu a advocacia e desempenhou cargos públicos que o projetariam na vida política do estado. Assim, em 1897 foi eleito deputado estadual e de 1899 a 1902 foi conselheiro municipal da cidade de Goiás. Em março de 1904 e, novamente, em junho de 1908, foi nomeado secretário do Interior, Justiça e Segurança Pública do estado, respectivamente nos governos de José Xavier de Almeida (1901-1905) e de Miguel da Rocha Lima (1905-1909). Xavier de Almeida havia sido eleito com o apoio da família Bulhões, que controlara a política estadual entre 1891 e 1900, mas se afastara dos antigos aliados até chegar à ruptura em fins de 1903 e início de 1904. Nas eleições de 1905, conseguiu eleger como sucessor Miguel da Rocha Lima, derrotando o candidato apoiado pelos Bulhões. A ocasião que estes aguardavam para retornar à cena política goiana se apresentou em 1908: diante da decisão de Xavier de Almeida de apoiar a candidatura de seu sogro, Hermenegildo Lopes de Morais, ao governo do estado, e de lançar sua própria candidatura ao Senado, alguns integrantes da composição política situacionista, entre os quais Totó Caiado, deixaram o governo e aliaram-se a Leopoldo Bulhões e Eugênio Jardim. Em abril de 1909, esse grupo fundaria o Partido Democrata, do qual Totó Caiado seria presidente de 1912 a 1930. Ainda em 1909, a insatisfação da oposição atingiu as proporções de um movimento armado para depor Miguel da Rocha Lima. Os adversários de Xavier de Almeida arregimentaram homens, compraram armas e formaram um contingente diante do qual a força policial do estado se viu impotente. Migueda Rocha Lima renunciou à presidência do estado no dia 11 de março, sendo substituído pelo vice-presidente Francisco Bertoldo de Sousa. No dia 1º de maio, teve Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:12:42 9 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz início a chamada Revolução de 1909, com os revolucionários percorrendo a cavalo a cidade de Goiás sob o comando de Eugênio Jardim, com a aprovação de Leopoldo Bulhões. Na mesma data, Francisco Bertoldo de Sousa passou o governo ao segundo vice-presidente José da Silva Batista, que governou até a posse do presidente nomeado pelos revolucionários, Urbano de Gouveia, em 24 de julho. O sucesso do movimento proporcionou o retorno do grupo dos Bulhões ao poder e possibilitou o surgimento de duas fortes lideranças locais: Eugênio Jardim e Totó Caiado. No mesmo ano de 1909, Totó Caiado foi eleito deputado federal. Reeleito para as três legislaturas seguintes, permaneceu na Câmara dos Deputados até dezembro de 1920. Em 1921 conquistou seu primeiro mandato no Senado Federal, que renovaria nos anos seguintes. Em 1925, a fim de deter o avanço da Coluna Prestes (1924-1927) dentro do estado de Goiás, organizou uma resistência que ficou conhecida como Coluna Caiado, e consistiu em um “batalhão patriótico” composto por voluntários. A Coluna Caiado se concentrou na Serra Dourada e afugentou a Coluna Prestes, que, por sua vez, mudou de rota e seguiu em direção a Anápolis, onde travou violenta batalha com as forças legalistas. Com a vitória da Revolução de 1930, e a supressão detodos os órgãos legislativos do país, Totó Caiado perdeu seu mandato de senador, foi preso e levado para o Rio de Janeiro, onde ficou retido por longo período e respondeu a várias acusações, mas não foi condenado. Quando voltou para Goiás, dedicou-se às atividades de fazendeiro e pecuarista. Ainda que continuasse a exercer influência política na região, não se candidatou mais a qualquer cargo eletivo, mesmo após a redemocratização do país, em 1945. Foi também jornalista, fundador e diretor dos jornais A República e O Democrata. Faleceu em Goiânia em 1967. Era casado com Iracema de Carvalho, com quem teve nove filhos. Entre eles destacaram-se na vida pública Emival Caiado, deputado federal de 1955 a 1971 e senador de 1971 a 1974, e Ecival Caiado, deputado federal de 1975 a 1979; Edenval Caiado, embora jamais tenha disputado uma eleição, também teve atuação política de relevo em Goiás. Por fim, Ronaldo Caiado, filho de Edenval Caiado, foi deputado federal de 1991 a 1995 e novamente a partir de 1999, em sucessivas legislaturas. Em 2018, Ronaldo Caiado foi eleito governador de Goiás. 1912 – Chegou a Ferrovia de Goiás! Com o propósito de dotar o Estado de Goiás de reais condições de transporte ferroviário, visando integrá-lo ao resto do território brasileiro, surge em 1873 um decreto do Governo Imperial para que tal situação fosse concretizada. Dessa maneira, o então presidente da província goiana Antero Cícero de Assis foi autorizado a contratar a construção de uma estrada de ferro para ligar a cidade de Goiás, ora capital, à margem do Rio Vermelho, partindo da estrada de ferro Mogiana (IBGE, 1954). Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:12:42 10 Em 1896, os trilhos da Estrada de Ferro Mogiana já chegavam a Araguari (MG) e em 1909 outro ramal ferroviário já alcançava Barretos (SP). Também em 1909, iniciava- se a construção da Estrada de Ferro Goiás, a partir de Araguari. Em 1913, a ferrovia avançou em algumas localidades que se formaram e outras existentes. Em 1913 os trilhos chegaram a Anhanguera, Cumari, Catalão e Ipameri, avançando território goiano até chegar em Anápolis em 1935 e a nova capital Goiânia em 1950. A ferrovia sem dúvida alguma foi o primeiro instrumento de comunicação e transporte moderno de Goiás. A ferrovia propiciou a chegada de muitos instrumentos que ajudaram a tirar Goiás do isolamento geográfico e econômico, por exemplo, a primeira agência do Banco do Brasil no estado foi em Ipameri, cidade que era um entreposto de comercialização de gado e que cresceu muito graças a ferrovia. Goiás pôde se comunicar com as principais regiões econômicas do Brasil, pode exportar a produção agropecuária e ainda importar bens. A via-férrea propiciou condições para o escoamento da produção de itens como Arroz, Milho e Feijão, além do gado, com destaque para as charqueadas em Ipameri, Pires do Rio e Catalão. A ferrovia colaborou com o povoamento do território goiano, com o desenvolvimento de outras regiões já existentes. A Estrada de Ferro de Goiás foi fundamental para tirar Goiás da triste situação do século anterior. A ferrovia também foi instrumento para imigração na nossa região. Destaque por exemplo para comerciantes árabes (sírios e libaneses) que se espalharam por diversos pontos de Goiás, entre outros grupos. 1914 – Tem início a Primeira Guerra Mundial. Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:03 11 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz 1916 – Pedro Ludovico retorna a Goiás. 1917 – Os alemães torpedeiam navios brasileiros. Em represália, o Brasil entra na guerra. 1918 – O surto de Gripe Espanhola avança pelo mundo, atingindo o Brasil e, consequentemente, Goiás. Não se sabe ao certo o número de vítimas fatais feitas pela Gripe em Goiás. Segundo um relato feito por um padre da região de Trindade, na época do surto, milhares de pessoas teriam morrido em território goiano, porém há estimativas oficiais que dizem que 50 pessoas teriam falecido em decorrência da Gripe Espanhola em Goiás. No mundo, mais de 18 milhões Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:03 12 de pessoas pereceram em decorrência dessa doença. Chega ao fim a Primeira Guerra Mundial. 1922 – Formação do Partido Comunista Brasileiro. 1922 - Artur Bernardes é eleito presidente do Brasil. Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro. Essa revolta foi a primeira grande revolta do movimento que modificaria a realidade política do Brasil na década de 1920: o tenentismo. Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:03 13 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz O foi um movimento militar brasileiro com cunho político, durante o tenentismo período de 1920 até 1930. O movimento possui essa nomenclatura pela maioria dos integrantes possuírem a patente de tenente. O propósito do tenentismo era reconquistar o poder perdido com a República Velha, e realizar outras propostas políticas como o voto secreto, fim da corrupção, Estado mais forte, reforma escolar, independência do Poder Judiciário, entre outras. Com o crescimento do tenentismo civis também adotaram o movimento, dando mais legitimidade às ideias tenentistas. Para a execução dos planos articulados pelos tenentes foram realizados atos como meio de protesto e o cumprimento das reformas planejadas. As ações tomadas contra o governo vigente foram a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana (1922), a Comuna de Manaus (1924), a Revolução de 1924 e a Coluna Prestes (1925-1927). 1922 - É realizada em São Paulo a Semana de Arte Moderna. Em um período repleto de agitações, os intelectuais brasileiros se viram em um momento em que precisavam abandonar os valores estéticos antigos, ainda muito apreciados em nosso país, para dar lugar a um novo estilo completamente contrário, e do qual, não se sabia ao certo o rumo a ser seguido. No Brasil, o descontentamento com o estilo anterior foi bem mais explorado no campo da literatura, com maior ênfase na poesia. Entre os escritores modernistas destacam-se: Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e Manuel Bandeira. Na pintura, destacou-se Anita Malfatti, que realizou a primeira exposição modernista brasileira em 1917. Suas obras, influenciadas pelo cubismo, expressionismo e futurismo, escandalizaram a sociedade da época. Monteiro Lobato não poupou críticas à pintora, contudo, este episódio serviu como incentivo para a realização da Semana de Arte Moderna. Posteriormente, em Goiás, o movimento modernista encontrará ecos. O Modernismo chega a Goiás atravésdo livro de versos "Ontem" (1928) de Leo Lynce.Considera-se iniciado o período modernista nas letras goianas", consoante COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J.Galante de. Leo Lince. In: Enciclopédia de Literatura Brasileira. 2a. ed. rev.ampl., Global Editora e Distribuidora Ltda., São Paulo, SP, 2001, Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:03 14 p. 933. Depois vieram João Accióli, José Godoy Garcia, Bernardo Élis, José Décio Filho, Cora Coralina e Demóstenes Cristino. A prosa regionalista goiana é marcada pelos textos de Crispiniano Tavares, Hugo de Carvalho Ramos, Pedro Gomes, Bernardo Élis, Carmo Bernardes, Cora Coralina,Regina Lacerda, Waldomiro Bariani Ortêncio e Antônio Geraldo Ramos Jubé. As obras mais importantes da prosa regionalista são Ermos e Gerais e O Tronco, ambos de autoria de Bernardo Élis, único goiano, até o presente, a conquistar a glória de ingressar na Casa de Machado de Assis. Um dos fatos mais importantes da literatura de Goiás foi a eleição, por um júri de alto nível, constituído de dez professores de literatura, bibliófilos, escritores, críticos literários, júri este instituído pelo jornal, O Popular, de Goiânia, edição de domingo,31 de janeiro de 1999, ano LX, número 16.476, páginas 1, 4, 5, 6 e 7 do Caderno 2, dos "20 melhores livros goianos". O que equivale dizer ter O Popular, com este gesto, eleito os cânones da literatura local. Com o seguinte resultado: 10 menções do júri: em primeiro lugar, "Tropas e Boiadas" (1917), contos de Hugo de Carvalho Ramos; em segundo lugar, também com 10 menções do júri, "Ontem" (1928), poesia de Leo Lynce. Com 9 menções: terceiro lugar, "Veranico de Janeiro" (1966), contos de Bernardo Élis; quarto lugar "Pium", (1949) romance de Eli Brasiliense; quinto lugar "Íntima Parábola" (1960), poesia de Afonso Félix de Sousa. Com 7 menções do júri: sexto lugar "Jurubatuba" (1972), romance de Carmo Bernardes; sétimo lugar "Via Viagem" (1970), romance de Carlos Fernandes Magalhães. Com 6 menções do júri: oitavo lugar "Alquimia dos Nós" (1979), poesia de Yêda Schmaltz; nono lugar "Rio do Sono" (1948), poesia de José Godoy Garcia; décimo lugar, "Nos Ombros do Cão" (1991), romance de Miguel Jorge; décimo primeiro lugar, "A Raiz da Fala" (1972), poesia de Gilberto Mendonça Teles; décimo segundo lugar "Joana e os Três Pecados" (1983), contos de Maria Helena Chein. Com 5 menções: décimo terceiro lugar, "Aquele Mundo de Vasabarros" (1982), romance de José J. Veiga; décimo quarto lugar, "Poemas dos becos de Goiás e estórias mais" (1965), poesia de Cora Coralina; décimo quinto lugar, "Relações" (1981), romance de Heleno Godoy; e décimo sexto lugar, "Elos da Mesma Corrente" (1959), romance de Rosarita Fleury. Com 4 menções: décimo sétimo lugar, "A Hora dos Ruminantes" (1967), romance de José J. Veiga; décimo oitavo lugar, "Poemas e Elegias" (1953), poesia de José Décio Filho. Com 3 menções: décimo nono lugar, "Ermos & Gerais" (1944), contos de Bernardo Élis, e, por fim, também com 3 menções e em vigésimo lugar, "Hora Aberta" (1986), poesia de Gilberto Mendonça Teles. Isso quanto às "obras selecionadas pelo júri de O Popular". Porque há outra relação contemplando "os melhores autores". A saber: com 17 menções: Bernardo Élis; 14 menções: Carmo Bernardes; 13 menções: José J. Veiga; 11 menções: Gilberto Mendonça Teles; 10 menções: Hugo de Carvalho Ramos e Leo Lynce; 9 menções: Eli Brasiliense; Afonso Félix de Souza; José Godoy Garcia e Miguel Jorge. 1923 – Tem início o fenômeno Santa Dica. Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:03 15 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz Benedita Cipriano Gomes nasceu em 17 de janeiro de 1903 na Fazenda Mozondó a 40 km de Pirenópolis. Por volta de 7 anos de idade, Benedita, ou melhor Dica como era chamada, caiu enferma culminando com a perda total de seus sinais vitais. Durante o banho do defunto, notou os familiares que Dica suava frio e muito. Com receio de enterrá-la, mantiveram o velório e após três dias, Dica ressurgiu viva da morte eminente. Tal Fato espalhou-se pela região como um milagre. Romarias de fervorosos e crédulos roceiros migravam para pedir-lhe a bênção e conseguir graças. Em poucos anos, já mocinha, Dica comandava legiões de adoradores que seguiam suas ordens com fiel devoção e em torno de sua casa formou-se povoado. Dica instituiu sistema de uso comum de solo e aboliu o uso genérico de dinheiro, fazia curas milagrosas, rezava missas e dava conselhos. Pregava a igualdade, abolição de impostos, a distribuição de terras. Para Dica a terra era de propriedade do Criador e foi feita para todos. Em sua fazenda não existia cercas e todos os recursos, oferendas e colheitas eram revertidos para a comunidade. Para suas curas milagrosas recebia Dica os espíritos do Dr. Fritz, da Princesa Silveira e de um Comandante. Esperava a vinda do Messias para a libertação das doenças e pobrezas. Com tal política chegou a reunir em torno de si 15.000 almas, 1.500 homens capacitados para o uso das armas e cerca de 4.000 eleitores. Seu poder incomodava os coronéis da região, que viam na Dica uma certa reprodução do episódio de Canudos com perdas de trabalhadores e poder sobre a população. Porém a fama de Dica espalhou-se pelos sertões atraindo mais e mais fiéis. Jornais goianos e mineiros denunciavam como um embuste a romaria fervorosa e pediam providências ao governo contra os fanáticos diqueiros, desertores de suas escravagistas fazendas. Até o clero suplicou, em vão. O que era Rio do Peixe foi nominado Rio Jordão e Dica reforçou sua força popular e política editando um jornal manuscrito: "A Estrela do Jordão Órgão dos Anjos, da Corte de Santa Dica". Os adoradores da Santa Dica, armados, juravam protegê-la contra qualquer tentativa de prisão. As autoridades de Pirenópolis com a polícia municipal se declaram impotentes contra os diqueiros. Restou ao Governo Estadual, em março de 1925, mandar um destacamento, sitiar o local e prender Dona Dica. Um mínimo seria o suficiente para o massacre. Quando um tio de Dica atirou contra os policiais choveu projéteis de metralhadoras sobre as palhoças e o sítio de Dica. Pela "boca do povo" diziam que as balas iam de encontro à Dica, enrolavam em seus cabelos, ou batiam em seu corpo, e caiam pelo chão. Tanto que houve apenas três mortes. Dica ordenou a todos que atravessassem o rio Jordão, que passa por trás de sua casa, para Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:03 16 fugir do massacre. Dica foi resgatada por um de seus fiéis puxada do rio pelos cabelos e acabou sendo presa. Dizem na tradição oral que Santa Dica neste episódio amarrou uma sucuri no poção ao fundo de sua casa para que os soldados não pudessematravessar o rio. Até hoje a população de Lagolândia acredita e não nada naquele local com medo da sucuri da Santa Dica. A Prisão de Dica não durou muito tempo. Pressionados pela população e sem provas incriminatórias o governo acabou cedendo e liberou-a. A partir daí Dica ingressou na política, seus seguidores votavam em quem ela mandasse. Formou exército e foi patenteada com a insígnia de cabo do exército brasileiro. Comandava tropa de 400 homens, que ficaram sendo conhecidos como "pés com palha e pés sem palha", pelo motivo de que sendo a tropa integrada por analfabetos confundiam esquerda com direita. Dica então usou o estratagema de amarrar um pedaço de palha em um dos pés para poder ensinar-lhes a marchar. Em 1928 casou com o jornalista carioca Mário Mendes, eleito prefeito de Pirenópolis em 1934, e tiveram cinco filhos e adotaram mais dois. O exército dos "pés com palha e pés sem palha" participou da Revolução Constitucionalista de 1932 indo guerrear, com 150 homens, em São Paulo onde voltou sem nenhuma baixa, resultado atribuído aos milagres da santa. Episódio famoso foi quando seu exército precisava passar pela ponte de Jaraguá, em São Paulo. Esta estava minada e Dica mandou que um de seus soldados a atravessasse de olhos vendados, fato concluído sem detonar nenhuma bomba. E assim foi com a tropa toda que vendados um a um transpuseram a ponte, que veio a ruir após passar o último soldado. Também teve Dica enfrentado a Coluna Prestes. Com uma tropa de 400 homens impediu que os mesmos ingressassem pelo Triângulo Mineiro. Muito milagres foram realizados por ela. Histórias populares contam que ela andava sobre as águas do Rio Jordão, fazia muitas curas milagrosas e sua tropa era protegida milagrosamente, tanto que quando as balas atingiam seus soldados estas caíam no chão como caroços de milho. Morreu Dica em 9 de novembro de 1970, em Goiânia, e foi sepultada, conforme seu desejo, debaixo de uma gameleira em frente à sua casa em Lagolândia. Legiões de seguidores cortejaram e velaram durante três dias o corpo da Santa, demonstrando o amor e devoção cativad pela linda moça da Fazenda Mozondó, guerreira e santa. a os Lagolândia, hoje, é um povoado do município de Pirenópolis, com algumas centenas de habitantes e algumas dezenas de casas, que rodeiam uma bela praça onde o busto de Santa Dica lidera o espaço dividido entre bancos, flores, imagens de Nossa Senhora e o sepulcro sombreado da Santa. Em sua antiga casa descendentes mantém um visitado altar dedicado à Santa e todo o povoado vive a sua memória. 1924 – Levante tenentista em São Paulo. A cidade é bombardeada por tropas do governo federal. Luís Carlos Prestes e Siqueira Campos iniciam o levante no Rio Grande do Sul. Prestes deixa o RS em direção a São Paulo. Seu encontro com o grupo de revoltosos paulistas resulta na formação da Coluna Prestes. Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:03 17 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz Em abril de 1925, Luís Carlos Prestes liderou um grupo de militares no Rio Grande do Sul para formar a Coluna Prestes. Além disso, com o fim da Revolta Paulista em 1924 muito militares liderados por Miguel Costa dispersaram do interior de São Paulo para o estado do Paraná. Assim, encontraram com Prestes que vinha da cidade de Alegrete, no estado do Rio Grande do Sul. Dessa forma, paulistas e gaúchos uniram-se com o mesmo objetivo, percorrer o interior do Brasil promovendo um levante popular contra o governo. A Coluna Prestes iniciou a marcha com cerca de 1.500 homens, a maioria militar. Contudo, civis e mulheres adotaram o levante. O movimento percorreu aproximadamente 25.000 quilômetros e passou por 11 estados brasileiros. Por onde passaram os integrantes da Coluna Prestes informavam a população sobre as ações do governo e a situação social do Brasil, e apontavam suas propostas para melhorar cenário político e social do país.O movimento ganhou apoio da população onde avançava, porém despertou ódio por parte dos coronéis a favor da República Velha. 1927 – A Coluna Prestes se interna na Bolívia. No ano de 1927, os participantes da Coluna Prestes estavam cansados de perseguições do governo e do tempo que marcha perdurava, dois anos. Então, os integrantes do movimento decidiram se exilar em países que faziam fronteira com o Brasil, parte foi para Paraguai e outra na Bolívia. Luís Carlos Preste se exilou na Bolívia, e no ano de 1928 foi para Argentina estudar comunismo, que para ele era a solução para os problemas que existiam no Brasil. As ações realizadas pela Coluna Prestes por meio de comícios e de manifestos nas regiões que percorreram foram importantíssimas para despertar conhecimento político e social na população. Podemos perceber tal relevância diante do apelido que Prestes recebeu pelo povo de “O cavaleiro da esperança”. A levante político e social da Coluna Prestes não teve impacto direto no governo, porém foi fundamental para desestabilizar a Oligarquia Cafeeira. Dando sequência ao próximo levante que enfim destituiu a República Velha, a Revolução de 1930 liderada por Getúlio Vargas. 1928 – Minas Gerais rejeita a candidatura de Júlio Prestes à presidência da República. 1929 – Políticos mineiros e gaúchos entram em acordo e elaboram o programa da Aliança Liberal. É lançada a candidatura de Getúlio Vargas à presidência. Em uma grande coligação oposicionista em âmbito nacional a Aliança Liberal lança em 1930 a candidatura de Getúlio Vargas e João Pessoa em uma aliança entre Minas Gerais e o Rio Grande do Sul. A Aliança Liberal nasce do desentendimento dos políticos mineiros com a escolha de Washington Luís, presidente em exercício, sob a candidatura de Júlio Prestes. Washington Luís como paulista deveria lançar apoio à candidatura de um mineiro, dando sequência assim à política do café com leite. No entanto, ao lançar Júlio Prestes, essa dinâmica é quebrada o que faz que Minas Gerais se una a outros Estados insatisfeitos de estarem de fora da órbita de poder que pairava sobre os dois Estados. Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:03 18 A Aliança Liberal era formada pelo Partido Libertador (PL), do Rio Grande do Sul, unindo-se ao Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) na Frente Única Gaúcha (FUG). Getúlio Vargas (o candidato à Presidência pela oposição) fecha um acordo de garantia de apoio ao governo que, se eleito pela situação com Júlio Prestes, o manteria e reconheceria os candidatos da Aliança Liberal para a Câmara de Deputados. Essa atitude de Vargas é resultado da insegurança gerada por uma parcela de jovens que dentro da Aliança Liberal já cogitavam pegar em armas para garantir a vitória caso as urnas não lhes favorecessem. O acordo firmado entre Vargas e o Presidente WashingtonLuís, no entanto, conhece seu fim mediante a radicalização da campanha. Enquanto a maioria governista da Câmara dos deputados reduz o quórum das sessões impedindo a manifestação dos deputados aliancistas, Vargas passa a viajar pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Santos, realizando comícios que eram sempre recebidos com apoio popular. A eleição presidencial de 1930, como as demais até ali realizadas, foram com grande número de fraudes (feitas de ambos os lados) e diante desse cenário Júlio Prestes foi eleito por 57,7% de votos. Em 19 de março o líder do PRR (Partido Republicano Rio-Grandense) reconhece a vitória de Prestes e encerra a campanha da oposição. No entanto campanha política de oposição dá lugar a um movimento revolucionário que ganha corpo e através de uma organização nacional vem a resultar no fim daquele ano na deposição de Washington Luís e a tomada de poder por uma junta militar. Getúlio Vargas assume como líder da Aliança Liberal e da Revolução que depõe o presidente em exercício antes mesmo da posse de Júlio Prestes. A Revolução de 1930, como ficou conhecida toda a movimentação do pós-eleições, marcou o fim da política café com leite e o início de uma nova era na dinâmica de poder nacional. 1930 – Eleições presidenciais. Vitória de Júlio Prestes. João Pessoa é assassinado. Em 3 de outubro, tem início no Rio Grande do Sul o movimento armado contra o governo. Minas Gerais e Paraíba aderem à revolta. Em 24 de Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:03 19 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz outubro, Washington Luís é deposto, e pouco depois Getúlio Vargas é nomeado chefe do governo provisório. Tem início a Era Vargas! Em virtude do maior peso político que os gaúchos detinham no movimento e sob pressão das forças revolucionárias, a Junta finalmente decidiu transmitir o poder a Getúlio Vargas. Num gesto simbólico que representou a tomada do poder, os revolucionários gaúchos, chegando ao Rio, amarraram seus cavalos no Obelisco da avenida Rio Branco. Em 3 de novembro chegava ao fim a Primeira República e começava um novo período da história política brasileira, com Getúlio Vargas à frente do Governo Provisório. Era o início da Era Vargas. 1930 – O médico Pedro Ludovico torna-se o representante da Revolução de 1930 em Goiás. Pedro Ludovico é a figura mais marcante da política goiana nas décadas de 1930, 40, 50 e 60. Seu legado político ainda poderá ser percebido nos anos de 1970 no estado goiano. Em 21 de novembro de 1930, Pedro Ludovico é nomeado por Getúlio Vargas interventor de Goiás. Graças à disposição política de Ludovico e da nova realidade sócio-política que se desenhava no país a partir da Revolução de 1930, Goiânia será construída. Pedro Ludovico Teixeira nasceu na cidade de Goiás, então capital do estado de Goiás, em 23 de outubro de 1891, filho do médico João Teixeira Álvares e de Josefina Ludovico de Almeida. Transferiu-se para o Rio de Janeiro e bacharelou-se em Medicina. Retornou a Goiás em março de 1916, fixando residência em Bela Vista, onde começou a clinicar. Em 1917 mudou-se para Rio Verde (GO) e no ano seguinte casou com Gercina Borges Teixeira. Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:47 20 Participou da Revolução de 1930. Em 24 de outubro do mesmo ano foi determinada a sua remoção para a cidade de Goiás, mas durante o percurso veio a notícia da vitória da revolução. Assim, Pedro Ludovico chegou ao destino não mais como prisioneiro, mas para assumir a liderança de um movimento vitorioso e o governo provisório do estado. Em 21 de novembro, foi nomeado interventor em seu estado. Em 1933 foi decidida a reconstitucionalização do país, e Ludovico tomou parte ativa na criação do Partido Social Republicano (PSR), que viria a preencher todas as cadeiras da representação goiana na Constituinte de 1934. Em 1935, seguindo as normas da Constituição federal votada no ano anterior, reuniu-se a Assembleia Constituinte do estado de Goiás, que o elegeu governador. Em novembro de 1937, com a decretação do Estado Novo, permaneceu à frente do governo estadual, mais uma vez como interventor. No início de 1945, com a crise do Estado Novo e o surgimento de novos partidos políticos, participou intensamente da criação do Partido Social Democrático (PSD), do qual foi presidente em seu estado. Cinco dias após a queda de Getúlio Vargas, foi substituído na interventoria, depois de 15 anos consecutivos à frente do Executivo estadual. Em dezembro de 1945 foi eleito senador na legenda do PSD para um mandato de oito anos e, dessa forma, tomou parte nos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte de 1946. Membro do diretório nacional desta agremiação política, em 1950 interrompeu seu mandato no Senado para candidatar-se novamente ao governo de Goiás. Foi eleito no pleito de 3 de outubro do mesmo ano, pela coligação entre o PSD e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Empossado em janeiro de 1951, governou por apenas três anos e meio, ao fim dos quais renunciou para desincompatibilizar-se novamente candidatar-se ao Senado. Nas eleições de outubro de 1954 elegeu-se mais uma vez senador na legenda do PSD, com mandato de oito anos. Reeleito em outubro de 1962, sempre com o apoio do PSD, permaneceu no Senado até outubro de 1969. Em novembro de 1964 mobilizou homens armados para a defesa do mandato de seu filho Mauro Borges no governo estadual de Goiás, que este ocupava desde 1º de fevereiro de 1961. Entretanto, não teve sucesso, pois uma intervenção federal afastou Mauro Borages do governo do cargo no dia 26 de novembro. Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:47 21 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz Em outubro de 1965 o Ato Institucional nº 2 (AI-2), promulgado pelo presidente Humberto Castelo Branco, extinguiu os partidos políticos até então existentes. Com o advento do bipartidarismo, Pedro Ludovico filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), representando-o na vice-presidência do Senado até 1º de outubro de 1969 quando a junta militar, que governou o país de 31 de agosto a 30 de outubro desse ano, cassou seu mandato parlamentar com base no Ato Institucional nº 5 (AI- 5). Foi redator do jornal goiano A Voz do Povo e membro honorário da Academia de Letras de São Paulo. Faleceu em Goiânia no dia 16 de agosto de 1979, quando preparava mais um volume de seu livro Memórias. 1932 – O Bispo D. Emanuel Gomes de Oliveira é nomeado Presidente da Comissão para a escolha do local da futura capital do estado de Goiás. 1933 – Pedro Ludovico lança a pedra fundamental de Goiânia. 1934 – É criado o Partido Social Republicano (PSR), partido de Pedro Ludovico.1935 – Goiânia é elevada à condição de Município. O Poder Executivo é transferido para Goiânia. Ocorre a nomeação de Venerando de Freitas Borges (foto logo abaixo) como primeiro prefeito de Goiânia. 1937 – Os Poderes Judiciário e Legislativo são transferidos da cidade de Goiás para Goiânia. 1942 – É inaugurada a nova capital de Goiás, Goiânia, pelo interventor Pedro Ludovico, durante o evento que ficou conhecido como batismo cultural. Pedro Ludovico, após o fim do Estado Novo, em 1945, governaria Goiás mais uma vez, eleito pelo voto direto. Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:47 22 A ideia da mudança da Capital do Estado surgiu da necessidade de localizá-la, de acordo com os interesses econômicos e sociais de todos os municípios goianos. A primeira Capital Goiana tinha sido escolhida, quando a Província era aurífera. Posteriormente, ficou demonstrado que a criação do gado e a agricultura passaram a ser fatores preponderantes no desenvolvimento. Legisladores sustentaram, por algum tempo, a ideia da mudança. A 1º de junho de 1891, os constituintes goianos oficializaram a ideia da transferência da Capital, no texto constitucional, ratificando-a na reforma de 1898, como na de 1918. A primeira Constituição Republicana, em seu texto definitivo, previa em seu art.5º: “A Cidade de Goiás continuará a ser a Capital do Estado, enquanto outra cousa não deliberar o Congresso”. Vagamente abordada até 1930, a ideia mudancista só se firmou no governo de Pedro Ludovico que tomou a decisão de fazer a transferência para local mais apropriado. Em 1932, foi assinado o Decreto nº 2737, de 20 de dezembro, nomeando uma comissão que, sob a presidência de Dom Emanuel Gomes de Oliveira, então bispo de Goiás, escolhesse o local onde seria edificada a nova Capital do Estado. Instalados os trabalhos, a 3 de janeiro de 1933, o Coronel Antônio Pireneus de Souza, um de seus membros, sugeriu a escolha de três técnicos, ou seja, de João Argenta e Jerônimo Fleury Curado engenheiros, e de Laudelino Gomes de Almeida, médico, para realizarem os estudos das condições topográficas, hidrológicas e climáticas das localidades de Bonfim, hoje Silvânia: Pires do Rio Ubatan atualmente Egerineu Teixeira e Campinas, hoje bairro goianiense, a fim de que, baseada no relatório dos técnicos a Comissão se manifestasse. O parecer foi favorável a Campinas, nas proximidades de Serrinha, situada na direção azimutal de 130 graus, ou, em caso de urgência, a Bonfim. Reunida em 4 de março de 1933, a Comissão concluiu pela escolha da região de Campinas, desde que não houvesse urgência na mudança. O relatório da Comissão, depois de submetido ao parecer dos engenheiros Armando Augusto de Godói, Benedito Neto de Velasco e Américo de Carvalho Ramos, foi encaminhado ao Chefe do Governo Estadual. Apesar da forte campanha antimudancista, ficou decidido que a Capital seria construída na região de Campinas. O Decreto nº 3359, de 18 de maio de 1933, determinou que a região, às margens do córrego Botafogo, compreendida pelas fazendas denominadas “Criméia”, “Vaca Brava” e “Botafogo”, no então Município de Campinas, fosse escolhida para nela ser edificada a Nova Capital do Estado. Entre outras medidas, enumerava o ato que a transferência se operasse no prazo máximo de dois anos. Designado o dia 27 de maio de 1933, para início dos trabalhos de preparo do terreno, a 24 de outubro do mesmo ano houve o lançamento da pedra fundamental, no local onde está o Palácio do Governo. Dois anos depois, pelo Decreto nº 327, de 2 de agosto de 1935, organizou-se o Município de Nova Capital, que recebeu o topônimo de Goiânia, sugerido pelo Professor Alfredo de Faria Castro. A 20 de novembro de 1935 instalou-se o Município e, a 13 de dezembro de 1935, foi assinado o primeiro Decreto, que recebeu o nº 560 e determinava a transferência da Secretaria Geral, Secretaria do Governo e Casa Militar para a Nova Metrópole. Posteriormente, foram transferidas a Diretoria Geral da Segurança Pública uma Campanhia de Polícia Militar (1935), e a Diretoria Geral da fazenda (1936). Finalmente, Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:47 23 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz a 23 de março de 1937, foi assinado o Decreto nº 1816, transferindo definitivamente a Capital Estadual da Cidade de Goiás para a de Goiânia. O Batismo Cultural só ocorreu a 5 de julho de 1942, em solenidade oficial realizada no recinto do Cine-Teatro Goiânia, com a presença de representantes do Presidente da República, Governadores dos Estados e dos Ministros, além de outras autoridades e de caravanas de todos os Município Goianos. Na ocasião, realizaram-se o 8º Congresso Brasileiro de Educação e a Assembleia-Geral do Conselho Nacional de Geografia e do Conselho Nacional de Estatística, órgãos do IBGE. Resumo da Formação Administrativa de Goiânia Formação Administrativa Elevado à categoria de município com a denominação de Goiânia, criado com territórios dos extintos municípios de Campinas e Hidrolândia, pelo decreto estadual nº 327, de 02- -1935, desmembrado dos municípios de Anápolis, Bela 08 Vista de Goiás e Trindade. Sede na Cidade de Goiás. Constituído de 3 distritos: Goiás, Campinas e Hidrolândia. Instalado em 13- -1935. A cidade de Goiânia ficou localizada 12 em território do antigo município de Campinas. Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município aparece constituído de 6 distritos: (Goiânia), Campinas, Aparecida, Hidrolândia, São Geraldo e São Sebastião do Ribeirão. Pelo decreto estadual nº 1816, de 23-03 1937, - transfere a capital do estado do município de Goiás para a Goiânia. Pelo decreto-lei estadual nº 557, de 30 de março de 1938, o distrito de São Sebastião do Ribeiro passou a denominar-se simplesmente Ribeirão ex-São Antônio do Ribeirão, sob a mesma lei é extinto o distrito de Campinas, sendo seu território anexado ao município de Goiânia, como simples zona administrativa. Pelo decreto-lei estadual nº 1233, de 31- -1938, o município teve seu território 10 acrescido pelo do extinto município de Trindade, sob a mesma lei é extinto o distrito de Aparecida, sendo seu território anexado ao distrito sede de Goiânia. No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 5 distritos: Goiânia (Capital), Hidrolândia, Ribeirão, São Geraldo e Trindade. Pelo decreto-lei estadual nº 8305, de 31- -1943, desmembra do município de Goiânia o distrito de Trindade. 12 Elevado à categoria de município, sob a mesma lei o distrito de Hidrolândia passou a denominar-se Grimpas, São Geraldo a chamar-se Goianira e Ribeirão tomou a denominação de Guapó. Pela lei estadual nº 171, de 08- -1948, desmembra do município de Goiânia o 10 distrito de Guapó. Elevado à categoria de município.Pela lei estadual nº 223, de 05- -10 1948, desmembra do município de Goiânia o distrito de Grimpas elevado à categoria de município coma denominação de Hidrolândia. Em divisão territorial datada de 1-VII- 1950, o município é constituído de 2 distritos: (Goiânia) e Goianira. Pela lei municipal nº 239, de 31- -1953 é criado o distrito de Senador Canedo ex-povoado, desmembrado 03 do distrito sede de Goiânia e anexado ao município de Goiânia. Pela lei estadual nº 2363, de 09- -1958, desmembra do município de Goiânia o distrito de Goianira. Elevado à 12 categoria de município. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: Goiânia e Senador Canedo. Assim permanecendo em divisão territorial datada Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:47 24 de 1-VII-1983. Pela lei estadual nº 10435, de 09- -1988, desmembra do município de 01 Goiânia o distrito de Senador Canedo. Elevado à categoria de município. Pelo decreto nº 666, de 05- -1990, é criado o distrito de Abadia de Goiás e anexado ao município de 06 Goiânia. Em divisão territorial datada de 1- -1995, o município é constituído de 2 VI distritos: Goiânia e Abadia de Goiás. Pela lei estadual nº 12799, de 27-12 1995, - desmembrado do município de Goiânia o distrito de Abadia de Goiás. Elevado à categoria de município. Pela lei nº de 7257, de 17- -1993, é criado o distrito de Vila Rica e 11 anexado ao município de Goiânia. Em divisão territorial datada de 2003, o município é constituído de 2 distritos: Goiânia e Vila Rica. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007. Resumo das Características de Goiânia: da Fundação à Atualidade Planejada para 50 mil pessoas, Goiânia possui hoje mais de 1,3 milhão de habitantes. Distante 209 quilômetros de Brasília e com área aproximada de 740 quilômetros quadrados, a cidade faz parte da Mesorregião do Centro-Oeste e da Microrregião de Goiânia. Possui uma geografia contínua, com poucos morros e baixadas, tendo terras planas na maior parte de seu território, com destaque para o Rio Meia Ponte. Atualmente, a barragem do Córrego João Leite também é um dos maiores destaques da hidrografia da capital goiana, que vai garantir o abastecimento de água até o ano de 2025. Em 24 de outubro de 1933, em local determinado por Atílio Correia Lima, um — planalto onde atualmente se encontra o Palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica —, Pedro Ludovico lançou a pedra fundamental da nova cidade. Goiânia foi planejada e construída para ser a capital política e administrativa de Goiás, sob influência da Marcha para o Oeste, política desenvolvida pelo Governo de Getúlio Vargas para acelerar o desenvolvimento e incentivar a ocupação do Centro-Oeste brasileiro. Sofreu um acelerado crescimento populacional desde a década de 1960, atingindo um milhão de habitantes cerca de sessenta anos depois de sua fundação. Desde seu início, a sua arquitetura teve influência do Art Déco, que definiu a fisionomia dos primeiros prédios da cidade e a fez conhecida como o maior sítio Art Déco da América Latina. É a segunda cidade mais populosa do Centro-Oeste, sendo superada apenas por Brasília. Situa-se no Planalto Central e é um importante pólo econômico da região, sendo considerada um centro estratégico para áreas como indústria, medicina, moda e agricultura. De acordo com o IBGE, é a sexta maior cidade do Brasil em tamanho, com 256,8 quilômetros quadrados de área urbana. A Região Metropolitana de Goiânia possui mais de 2,2 milhões de habitantes, o que a torna a décima região metropolitana mais populosa do país. Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:47 25 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz Resumo da Carreira Política de Pedro Ludovico Interventor Federal 1930-1933 Governador 1934-1937 Interventor Federal 1937-1945 Deputado Constituinte 1946-1950 Governador 1951-1954 Senador por duas vezes 1955-1970 Resumo Dados Gerais sobre Goiânia: Estado: Goiás Data de Fundação: 24 de outubro de 1933 Gentílico: goianiense População: 1.302.001 habitantes (IBGE 2010 - Censo) População estimada (julho de 2018 – IBGE) 1.495.705 habitantes Área (em km²): 729,018 Densidade Demográfica (habitantes por km²): 1.776 (ano de 2010) Altitude (em metros): 749 Mesorregião: Centro Goiano Resumo Dados Econômicos e Sociais de Goiânia Produto Interno Bruto (PIB): R$ 46,6 bilhões (ano de 2015) Renda Per Capita: R$ 32.594 (ano de 2015) Principais Atividades Econômicas: comércio, serviços públicos, agropecuária e indústria Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM): 0,799 - alto (PNUD - 2010) Taxa de Alfabetização : 97% (ano de 2008) Esperança de vida ao nascer: 75,3 anos (2010) Mortalidade infantil (antes de completar um ano) : 10,85/por 1.000 nascidos vivos (ano de 2014) Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:47 26 Principais Pontos Turísticos Antiga Estação Ferroviária Memorial do Cerrado Parque Zoológico de Goiânia Jardim Botânico de Goiânia Parque dos Buritis Planetário de Goiânia Teatro Goiânia Parque Ecológico de Preservação Ambiental e Florestal "Ulisses Guimarães" Catedral Metropolitana de Goiânia Centro Cultural Martim Cererê Centro Cultural Oscar Niemeyer Museu Estadual Professor Zoroastro Artiaga Museu Pedro Ludovico Teixeira Museu de Arte Contemporânea de Goiânia Dados sobre a Geografia de Goiânia Índice Pluviométrico: 1400 mm por ano Relevo: planície Temperatura média anual: 22º C Clima: tropical semiúmido Bioma: cerrado Um pouco da História da Arte Déco em Goiânia Você sabia que a segunda cidade mais importante de Art Déco nas Américas é Goiânia? Pois é, eu também fui surpreendido com essa informação quando conheci a cidade a convite do . Ao todo vinte e dois prédios e monumentos Holiday Inn Goiânia de Art Déco em Goiânia são tombados pelo Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), fora outros prédios da cidade que também possuem características desse estilo arquitetônico. Um fato significante é que a cidade foi construída com esse tipo de arquitetura, sendo assim de uma maior importância ainda para o estilo. O Art Déco é original da França, onde em 1925 aconteceu a Exposição Internacional de Artes Decorativas, que consagrou esse estilo que usa geometria, materiais luxuosos e estampas. O mundo inteiro ficou encantado pelo estilo Art Déco nos anos 30, o que explica porque Goiânia o adotou em sua construção (a cidade foi fundada em 1933). O responsável pela opção pelo estilo foi Attílio Corrêa Lima, primeiro urbanista brasileiro a se formar em Paris e responsável pelo projeto urbanístico da nova capital do Estado de Goiás. A inspiração francesa serviu tanto para os projetos em Art Déco como para a solução urbanísticade fazer a cidade inspirada no projeto do Palácio de Versalhes. Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:47 27 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz Até hoje é possível fazer um roteiro Art Déco em Goiânia, visitando as principais edificações e monumentos que ainda preservam o estilo da época. A maioria localizada na própria praça ou no entorno da Praça Cívica o coração da cidade. Por isso mesmo é – possível até conhecer alguns deles a pé, numa visita rápida e tranquila de ser feita na cidade. Para facilitar, listei os 22 edifícios e monumentos tombados pelo Iphan, para um roteiro completo sobre Art Déco em Goiânia. Começamos nosso roteiro bem na Praça Cívica, que tem como grande destaque ao centro o belo . A linda sede do governo estadual é um dos Palácio das Esmeraldas principais edifícios em Art Decó na cidade de Goiânia. Ao lado, o Fórum e Tribunal de Justiça; Museu Zoroastro Artiagao , que abrigava o Departamento Estadual de Informação; o Edifício da antiga Delegacia Fiscal; a Procuradoria Geral do Estado, que pertencia antigamente a Chefatura de Polícia; o Centro Cultural Marieta Telles Machado, que abrigava anteriormente a Secretaria Geral; e o Edifício do Tribunal Regional Eleitoral também fazem parte dessa lista. O localizado em frente à Coreto Praça Cívica, assim como a Torre do Relógio (que fica logo atrás, na Avenida Goiás) também são monumentos tombados de Art Déco. Ainda pelo centro, estão na lista o ; o Edifício do Museu Pedro Ludovico Colégio Estadual Lyceu de Goiânia; o Edifício do Grande Hotel; e o Edifício da Antiga Escola Técnica de Goiânia, atualmente IFG. Ainda na região central é preciso destacar o Edifício da , que está sendo reformado para virar um Antiga Estação Ferroviária centro gastronômico, e o belíssimo . Teatro Goiânia Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:47 28 Outros pontos tombados de Art Decó em Goiânia são a e Mureta Trampolim do Lago das Rosas; o Edifício do Antigo Palace Hotel, atualmente Biblioteca Cora Coralina; e o Edifício da Antiga Subprefeitura e Fórum de Campinas. O traçado viário dos núcleos urbanos pioneiros, fontes luminosas e obeliscos com luminárias ainda compõem essa lista. Um pouco da História do Batismo Cultural de Goiânia (1942) O Batismo Cul ral de Goiânia é uma data de suma importância pa a his ria da tu ra tó nossa ca tal, pois, foi um tipo de inau ção ofi al de Goiânia, sobre do, porque essa pi gura ci tu data tornou-se co da em todo o País, e a partir de então, Goiânia passou a ser nheci frequentada por inú ros tu stas, inclu ve, por pes as ilustres do meio artís co, po-me ri si so ti lítico e musical. A ce nia do Batismo Cul ral de Goiânia ocorreu no Teatro Goiânia, que havia rimô tu sido inau do recen mente, e que fora construído no lo arqui co Art Déco, gura te mode tetôni juntamente com inú ros outros pré os da nova ca tal, como os pré os lome di pi di calizados na Praça Cí ca: O Pa cio das Es raldas, o Museu Zo tro Ar aga, a Biblio ca pú-vi lá me roas ti te blica Ma eta Telles Machado, o Co to, a torre do re gio no início da Ave da Goiás, ri re ló ni além do an go prédio do Tri nal Re onal Elei ral e muitos outros lo dos por di-ti bu gi to caliza versos lo is do Centro de Goiânia. ca Algumas Curiosidades sobre Goiânia Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:14:47 29 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz Aeroporto O primeiro aeroporto de Goiânia foi construído na década de 30, na região do Setor Aeroporto. Na foto, de 1937, é possível ver a pista em formato de cruz, tendo como centro o local onde hoje está a Praça do Avião, no Setor Aeroporto. Com o crescimento da cidade, foi necessária a construção de um novo aeroporto, que teve o início de suas operações em 1956. O primeiro ‘Palácio de Governo’ No Centro da cidade, sob uma árvore moreira, um dos nomes populares da amoreira, Pedro Ludovico Teixeira, o fundador de Goiânia, colocava uma mesa e despachava documentos. Por isso, o local é considerado o primeiro ‘Palácio’ da capital. A árvore, localizada na Rua 24, ainda existe, mas sua importância história não é sinalizada e no lote hoje funciona um estacionamento. Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:16:01 30 O Coreto O Coreto da Praça Cívica, palco de manifestações artísticas, culturais e políticas, foi inaugurado em 1942, durante o Batismo Cultural da cidade. Ao longo dos anos passou por várias modificações, como a retratada na foto, quando foi transformado em ponto de informações turísticas. Em 1978 voltou ao seu modelo original, sendo necessária a participação de um pedreiro que havia participado da primeira construção. Teatro Goiânia Criado em 1942, com o nome de Cine Teatro Goiânia, durante o Batismo Cultural da nova capital, o Teatro Goiânia mantém os detalhes arquitetônicos de sua concepção original. Uma das curiosidades sobre o local é que durante a Ditadura Militar o governo tentou construir um túnel que ligasse o Teatro ao Palácio das Esmeraldas, mas a obra Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:16:01 31 GEO-HISTÓRIA DE GOIÁS Prof. Leandro Muniz não chegou a ser concluída. Com o fim da ditadura, o túnel foi fechado e já não existe mais. Lago das Rosas Construído na década de 1940, é o mais antigo parque de Goiânia. Seu nome se deve ao grande canteiro de rosas que abrigava inicialmente. Por anos, foi uma das áreas de lazer preferidas da população de menor renda (os mais ricos preferiam as piscinas do Jóquei Clube), que passava as tardes se divertindo no trampolim. Museu Zoroastro Artiaga O prédio do Museu Zoroastro Artiaga, na Praça Cívica, foi construído em 1942 pelo engenheiro polonês Kazimiers Bartoszevsky para sediar o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). No local, há exposições de arte sacra, arte popular, minerais e rochas características de Goiás, folclore e mais de mil discos em 78 rpm. Impresso por Maria, CPF 112.780.616-57 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 04/12/2019 19:16:01 32 Mercado Central As origens do Mercado Central são anteriores à inauguração da capital. Na foto, de 1975, é possível ver o edifício na Rua 4 do Setor Central, onde atualmente é o Edifício Parthenon Center. Apenas em 1986 o Mercado foi transferido para a Rua 3, onde está até hoje.
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