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ADRENOCORTICOSTEROIDES Trabalho de Farmacologia Prof. Ricardo Patuléa Enfermagem – 3º Período Alunas: Elisa Neissius, Jéssica da Cruz, Thayna Catilho, Juliana Lahora e Layane Alves Junho, 2019. CORTICOSTEROIDES Os corticosteroides, ou mais conhecidos como corticoides, são hormônios secretados pelo córtex adrenal da glândula suprarrenal a partir do colesterol. São divididos em duas categorias principais: glicocorticoides e mineralocorticoides. Tanto os corticosteroides naturais como os sintéticos são utilizados no diagnóstico e no tratamento de distúrbios da função suprarrenal. São também empregados no tratamento de uma variedade de distúrbios inflamatórios e imunológicos. corticosteroides Glicocorticoides: Podem alterar o metabolismo dos carboidratos e diminuir a resposta inflamatória. Nos humanos o principal glicocorticoide é o cortisol. São agentes importantes no tratamento de: Distúrbios inflamatórios Distúrbios imunológicos Distúrbios hematológicos A aplicação dos glicocorticoides estimulou o desenvolvimento de vários esteroides sintéticos. Em geral, são produzidos a partir do ácido cólico, obtido de bovinos, e de sapogeninas, encontradas em plantas. Corticosteroides Mineralocorticoides: Possuem influência no equilíbrio eletrolítico: balanço de íons, especialmente sódio e potássio, e da água do corpo. O principal mineralocorticoide é a aldosterona, que é produzida na zona glomerulosa da glândula adrenal. Corticosteroides Corticosteroides Sintéticos Todos os corticoides sintéticos são mais potentes do que o cortisol natural, exceto pela hidrocortisona, que apresenta uma potência semelhante. Corticosteroides Meio fisiológico O córtex adrenal é composto por três camadas: Zona glomerulosa (Aldosterona) Zona fasciculada Zona reticular Corticosteroides Síntese e liberação: É regulada pelo hipotálamo em função de diversos estímulos. Estes incluem o ritmo circadiano, assim como estímulos dolorosos e situações de stress, que induzem a liberação de CRH. Níveis elevados de corticosteroides têm um efeito inibitório. Formam um circuito de feedback negativo responsável pelo controle deste mecanismo. Corticosteroides Síntese e liberação Em resumo, a CRH atua sobre a adenohipófise, estimulando a liberação de ACTH para a circulação sistêmica. O alvo fisiológico da ACTH é a glândula adrenal, onde causa a libertação de corticosteroides. Corticosteroides Fisiologia O papel dos corticosteroides no organismo é variado, estando associado à atividade normal assim como à resposta a stress de diversas origens (infecções, lesão traumática, queimaduras, hemorragias, dor, situação de medo e luta, etc). Possui diferentes vertentes: Metabolismo intermediário dos açúcares, gorduras e proteínas: aumentam a disponibilidade de "ingredientes" no sangue para a produção de energia. Manutenção do tônus muscular dos vasos sanguíneos: mantêm certo grau de contração dos vasos, que impede uma dilatação exagerada destes. Regulação do balanço hidroelétrico: atuam no rim aumentando a reabsorção de sódio e consequentemente de água, por troca com potássio e prótons (H+). Corticosteroides Farmacocinética do cortisol (hidrocortisona) O cortisol, denominado também como hidrocortisona - composto F, exerce uma ampla variedade de efeitos fisiológicos, incluindo regulação do metabolismo intermediário, função cardiovascular, crescimento e imunidade. No adulto normal, e na ausência de estresse, são secretados 10 a 20 mg de cortisol por dia. No plasma, o cortisol liga-se às proteínas circulantes. A globulina CBG, sintetizada pelo fígado, liga-se a cerca de 90% do hormônio circulante em circunstâncias normais. O restante encontra-se na forma livre ou frouxamente ligada à albumina, estando disponível para exercer seus efeitos nas células-alvo. Corticosteroides Farmacocinética do cortisol (hidrocortisona) Absorve-se bem por via oral Existem preparações para serem administrados por qualquer via (parenteral, oral, tópica, etc.) O tempo de meia vida é de cerca de 60 a 90 minutos Os corticoides sintéticos (hidrocortisona) possuem uma biodisponibilidade maior que o cortisol É metabolizado pelo fígado, em compostos hidrossolúveis, e excretado pela urina. Corticosteroides Farmacodinâmica do cortisol (mecanismo de ação) Corticosteroides Farmacodinâmica do cortisol (mecanismo de ação) Os efeitos são mediados por receptores de glicocorticoides, que são proteínas de receptores nucleares (vitamina D, hormônio tireoidiano, ácido retinoico, entre outros ligantes que são desconhecidos ou inexistentes – receptores órfãos). O cortisol ligado ao receptor, entra na célula-alvo, ultrapassando a membrana plasmática com facilidade, por conta das suas características lipofílicas (derivadas do colesterol). Corticosteroides Farmacodinâmica do cortisol (mecanismo de ação) O complexo ligante-receptor é então transportado ativamente até o núcleo, onde interage com o DNA e as proteínas nucleares. Após isso, faz transcrição dos genes, levando à uma alteração na síntese proteica, que nos músculos diminui, causando atrofia muscular, e no fígado aumenta. Além disso, aumenta a síntese de triglicerídeos, provocando o aumento do tecido adiposo. Corticosteroides Farmacodinâmica do cortisol (mecanismo de ação) Entre 10 a 20% dos genes expressos em uma célula são regulados por glicocorticoides. Os efeitos dos glicocorticoides são principalmente derivados das proteínas sintetizadas a partir do RNA transcrito por seus genes- alvo. Corticosteroides Efeitos do cortisol A)Efeitos fisiológicos: Os glicocorticoides e as células do organismo. Importantes efeitos através da insulina e glucagon. Diminuição da resposta às catecolaminas. B) Efeitos metabólicos: Os glicocorticóides e os macronutrientes. Estimula a liberação de insulina e inibe a captação de glicose. Corticosteroides Efeitos do cortisol C) Efeitos catabólicos e antianabólicos Exercem tais efeitos nos tecidos linfoides e conectivo, no músculo, na gordura periférica e na pele. D)Efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores Essa propriedade resulta de seus efeitos profundos na concentração, na distribuição e na função dos leucócitos periféricos, bem como seus efeitos supressores nas citocinas e quimiocinas inflamatórias e em outros mediadores da inflamação. Corticosteroides Outros efeitos Os glicocorticoides em quantidades aumentadas costumam produzir distúrbios do comportamento, como: insônia e euforia (no início) e depressão (posteriormente). Podem aumentar a pressão intracraniana. Quando administrados de forma crônica, suprimem a liberação de ACTH, hormônio do crescimento, hormônio estimulante da tireoide e hormônio luteinizante. Promovem redistribuição da gordura do corpo Aumentam o número de plaquetas e de eritrócitos. A deficiência do cortisol compromete a função renal Corticosteroides Mineralocorticoides A aldosterona e outros esteroides com propriedades mineralocorticoides promovem a reabsorção de sódio. Atuam por meio de sua ligação ao receptor de mineralocorticoides das células-alvo. Afinidade pelo cortisol. Níveis excessivos de aldosterona podem causar tumores. Antagonistas dos corticosteroides Os inibidores da síntese de esteroides atuam em várias etapas diferentes, e um antagonista dos glicocorticoides atua no nível do receptor. Aminoglutetimina Cetoconazol Etomidato Metirapona Trilostano Abiraterona Mitotano Cuidados de enfermagem com o uso de corticosteroides CONTROLE DO PESO DIÁRIO; CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL; DIETA HIPOSSÓDICA; ORIENTAR O PACIENTE A NÃO ADMINISTRAR MEDICAMENTOS COM LEITE; OBSERVAR SINAIS E SINTOMAS DE: HIPERNATREMIA, CEFALEIA, EDEMA, OLIGÚRIA E ANÚRIA; ORIENTAR O PACIENTE A NUNCA SUSPENDER O USO DE CORTICOIDE SEM CONHECIMENTO MÉDICO; NÃO FAZER AUTOMEDICAÇÕES COM CORTICOIDE. Referências KATZUNG, Bertram G.; TREVOR, Anthony J. Farmacologia básica e clínica. 13. ed. PortoAlegre: AMGH, 2017. Whalen, Karen; FINKEL, Richard; PANAVELIL, Thomas A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. CLAYTON, B; STOCK, Y. Farmacologia na prática de enfermagem. 15.ed. Rio de Janeiro: Elsivier, 2012.
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