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Anti- Inflamatórios Esteroidais - O que são: anti- inflamatórios hormonais - seu principal representante fisiológico é o cortisol - são utilizados pelo seu efeito imunossupressor e anti- inflamatório - exemplos: Cortisoral Hidrocortisona Meticorten Depo- Medrol Diprogenta - Indicações: Doenças reumáticas Doenças inflamatórias Exemplos: asma, esclerose múltipla DPOC, alergias (principalmente anafilaxias), hepatite autoimune, Herpes Zoster, Lúpus, Artrite reumatóide, Leucemia, linfoma, gota rinite alérgica, vasculites e entre outras) - Aspectos fisiológicos e farmacológicos dos corticosteroides: Corticosteróides são hormônios secretados pela região cortical das glândulas supra- renais - é possível classifica- los em 3 categorias: Mineralocorticoides: aldosterona Glicocorticoides: cortisol Andrógenos: progesterona, estradiol, testosterona - o cortisol é o principal GC natural circulante no ser humano - sua síntese é regulada pelo hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), secretado pela hipófise anterior em resposta a liberação, pelo hipotálamo, do fator liberador de corticotrofina (CRH) - O que pode influenciar o ritmo circadiano da secreção de ACTH? ADH Ocitocina Catecolaminas Febre Hipoglicemia Estresse Alteração do ciclo de sono- vigília Ansiedade Dor excessiva Infecções Traumatismos graves Queimaduras Hipovolemia - tudo isso leva o aumento de ACTH -> cortisol -> 15 a 20x aos valores basais - também existe o mecanismo de feedback negativo feita pelo cortisol - ação curta: hidrocortisona - ação intermediária: prednisona e metilpredisolona - ação longa: betametasona e dexametasona - efeitos fisiológicos: Aumenta a glicose sérica e o glicogênio hepático Provoca resistência à insulina Reduz a síntese proteica e aumenta o catabolismo muscular Deprime a função tireoidiana Deprime a função reprodutiva e a síntese de hormônios sexuais Interfere na absorção intestinal de cálcio, antagonizando a ação intestinal da vitamina D Suprime a inflamação aguda Suprime a resposta imune Acentua o comportamento de euforia Modula a permeabilidade de barreira hematoencefálica e a diversas substâncias Resumo do Livro - a glândula suprarrenal é composta de duas partes: a medula interna, que secreta catecolaminas e o córtex externo, que secreta os esteróides da suprarrenal. - o córtex é composto por 3 zonas concêntricas: Zona glomerulosa (mais externa): produz os mineralocorticoides Zona fasciculada: produz os glicocorticoides Zona reticular: produz precursores de androgênios - os mineralocorticoides regulam o balanço hídrico e eletrolítico (principal representante é a aldosterona) - os glicocorticoides tem ações difusas no metabolismo intermediário, afetando o metabolismo de carboidratos e de proteínas, além de possuírem potente efeito regulatório sobre os mecanismos de defesa (principal representante é a hidrocortisona, também conhecida como cortisol) - foram desenvolvidos esteroides sintéticos nos quais, até certo ponto, foi possível separar as ações dos glicocorticoides das ações dos mineralocorticoides, mas não foi possível separar completamente as ações anti- inflamatórias das outras ações dos glicocorticoides - Glicocorticoides - não são armazenados na suprarrenal, são produzidos por influencia do ACTH e liberados de forma pulsátil para a corrente sanguínea - existe um ritmo circadiano bem definido em sua secreção nos humanos sadios (concentração maior durante a manhã e sofre redução gradual ao longo do dia) - conforme ocorre um aumento nas concentrações sanguíneas de glicocorticóides, a liberação de ACTH e CRF é diminuída (feedback negativo) - além disso, os peptídeos opioides, fatores psicológicos, calor ou frio excessivos, lesões ou infecções, também podem afetar a liberação de ADH e CRF - o precursor dos glicocorticóides é o colesterol Regulada pelo ACTH, a conversão inicial de colesterol em pregnenolona é a etapa limitante da velocidade do processo (os medicamentos utilizados na síndrome de Cushing utilizam essa via) - Os glicocorticoides ligam-se a receptores intracelulares que, em seguida, sofrem dimerização, migram para o núcleo e interagem com o DNA para modificar a transcrição gênica, induzindo a síntese de algumas proteínas e inibindo a síntese de outras. - mecanismos de ação dos glicocorticoides: Os fármacos interagem com receptores intracelulares específicos de glicocorticoides, pertencentes a superfamília dos receptores nucleares Essa superfamília também inclui receptores de mineralocorticoides, de esteroides sexuais, de hormônios tireoidianos, de Vitamina D3 e de ácido retinóico - os fármacos mais comumente utilizados são: hidrocortisona, prednisolona e dexametasona - ações metabólicas: Carboidratos: redução da captação e utilização de glicose e aumento da gliconeogênese; o que causa tendência à hiperglicemia Proteínas: aumento do catabolismo e redução do anabolismo Lipídeos: efeito permissivo sobre os hormônios lipolíticos e redistribuição da gordura, como se observa na síndrome de Cushing - ações reguladoras: Hipotálamo e adeno- hipófise: efeito de feedback negativo, resultando em liberação reduzida de glicocorticóides endógenos (pode levar a atrofia do córtex da suprarrenal) Sistema cardiovascular: redução da vasodilatação, redução da exsudação de líquidos Musculo- esqueléticas: redução da atividade osteoblástica e aumento da atividade osteoclástica Inflamação e imunidade Redução da produção de: citocinas, eicosanoides, IgG, componentes do complemento no sangue Aumento da liberação de fatores anti- inflamatórios (IL-10) Efeitos gerais: redução da atividade da resposta imunológica inata e adquirida, mas também ocorre redução dos sinais protetores da resposta inflamatória e, às vezes, diminuição da cicatrização. - Efeitos metabólicos e sistêmicos gerais Os principais ocorrem no metabolismo de carboidratos e proteínas Aumento do armazenamento de glicogênio (resultado da secreção de insulina em resposta ao aumento de açúcar no sangue) Atrofia do tecido (aumento da quebra de proteínas) Redistribuição da gordura corporal Balanço negativo de cálcio, por reduzirem a absorção de Ca² no TGI e por aumentarem sua excreção nos rins Pode causar osteoporose Além disso, em concentrações não fisiológicas, os glicocorticoides exercem algumas ações de mineralocorticoides, levando a retenção de Na e perda de K - Efeitos anti- inflamatórios e imunossupressores: Os glicocorticoides endógenos mantém um tônus anti- inflamatório de baixo grau e são secretados em resposta a estímulos inflamatórios Já os exógenos são os fármacos anti- inflamatórios por excelência (inibem as manifestações do sistema imune tanto inato como adaptativo) Conseguem reverter praticamente todos os tipos de reações inflamatórias Em casos de uso profilático para inibir a rejeição de enxertos , são mais eficazes ao inibir o início e a propagação da resposta imune Efeitos complexos (modificam a expressão de muitos genes), a regulação varia entre tecidos e mesmo entre momentos diferentes durante a doença Menor saída de neutrófilos dos vasos sanguíneos Redução da ativação de: neutrófilos, macrófagos e mastócitos Redução da transcrição de citocinas (IL-1, IL-2, IL-3, IL-4, IL-5, IL-6, IL-8, TNF- α) e de fatores de adesão Redução da ativação das células “T” Diminuição da cicatrização e reparo (alguns casos) Produção reduzida de prostanoides (inibição da COX2) - Efeitos adversos Doses elevadas ou administração prolongada podem causar efeitos adversos graves Supressão da resposta a infecções ou lesões (infecções oportunistas podem se tornar muitograves) Síndrome de Cushing Osteoporose (os corticoides interferem no metabolismo de cálcio, reduzem a função dos osteoblastos e aumentam a atividade dos osteoclastos) Hiperglicemia (que pode se transformar em diabetes) Desgaste e fraqueza muscular Em crianças, pode ocorrer inibição do crescimento (caso o tratamento dure mais de 6 meses) SNC: euforia, depressão e psicose Glaucoma (em pessoas com predisposição genética) A retirada abrupta desses fármacos (após um período prolongado) pode resultar em insuficiência aguda da suprarrenal A recuperação da função total da glândula suprarrenal demora entre 8 semanas e 18 meses - aspectos farmacocinéticos: Podem ser administrados por via oral, sistêmica ou intra- articular; administrados em aerossóis para o interior do trato respiratório; como gotas, nos olhos, ou em forma de spray, no nariz; aplicados em cremes ou pomadas sobre a pele; ou como enemas de espuma no trato gastrointestinal Por serem moléculas lipofílicas pequenas, provavelmente os glicocorticoides entram em suas células-alvo por difusão simples. A hidrocortisona tem meia-vida plasmática de 90 minutos, embora seus principais efeitos biológicos tenham latência de 2 a 8 hora - Mineralocorticoides - o principal endógeno é a aldosterona - sua principal ação é aumentar a reabsorção de Na+ pelos túbulos distais no rim, com aumento da eliminação de K e H - secreção excessiva de aldosterona leva a: retenção de Na e agua, aumento do LEC, hipocalemia, alcalose e hipertensão - secreção reduzida (como na doença de Adisson), causa perda de Na, queda acentuada do LEC e hipercalemia - regulação da síntese e liberação da aldosterona Depende principalmente da composição eletrolítica do plasma e do sistema angiotensina 2 Concentrações plasmáticas baixas de Na ou elevadas de K afetam as células da zona glomerulosa diretamente - Mecanismo de ação: Diferente do receptor de glicocorticoide, que está presente na maioria das células, o receptor de mineralocorticoide é restrito a poucos tecidos (rim e o epitélio transportador do cólon e bexiga) As células que contem receptores de mineralocorticoides, também possuem a enzima 11beta- hidroxiesteroide desidrogenase tipo 2 (converte o cortisol em sua forma inativa), ou seja, isso assegura que a célula seja afetada apenas por mineralocorticoides a enzima 11β-hidroxiesteroide desidrogenase do tipo 2 é inibida pela carbenoxolona (usado para tratar úlceras gástricas) se essa inibição for marcada, o cortisol se acumula e atua no receptor mineralocorticoide a interação de aldosterona com seu receptor inicia a transcrição e tradução de proteínas específicas, resultando em aumento do número de canais de sódio na membrana apical da célula e do numero de moléculas de Na/K- ATPase na membrana basolateral - Uso clínico dos mineralocorticoides e antagonistas o principal uso clínico ocorre na terapia de reposição de pacientes com a doença de Addison fludrocortisona é a mais usada a espironolactona é um antagonista competitivo da aldosterona, que também impede os efeitos mineralocorticoides no túbulo renal os efeitos adversos incluem ginecomastia e impotência (também bloqueia receptores de andrógenos e de progesterona) É usada no tratamento do hiperaldosteronismo primário e do secundário e, em conjunto com outros fármacos, no tratamento da hipertensão resistente e da insuficiência cardíaca, além do edema A eplerenona possui indicação e mecanismo de ação semelhantes, embora apresente menos efeitos adversos, pois tem menos afinidade para os receptores de hormônios sexuais
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