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Qualidade de vida: Como enfrentar esse desafio?
Wagner Wey Moreira
Qualidade de vida é o método usado para medir as condições da vida de um ser humano. Envolve o bem físico, mental, psicológico e emocional, além de relacionamentos sociais, como família e amigos e também a saúde, educação, poder de compra e outras circunstâncias da vida. 
Há muitas propostas visando a qualidade de vida, parte do princípio de que, alterando – se as estratégias daquilo que é feito ou alterando – se alguns critérios que balizam ações do dia a dia, será posssível reverter o quadro da desqualificação da vida atual e como , um passe de mágica estaremos desfrutando de vida qualificada.
Evitar equívocos é uma das funções do pensar acadêmico, o que motiva a pensar em alguns alertas.
Primeiro alerta: Aprender com o passado.
Parece ser um acontecimento novo, mas se lembrarmos da Didática Magna de Comênio vamos perceber que já havia preocupação com a qualidade de vida.
Nessa obra o autor enaltece que prolongar a vida está relacionado ao sentido de uso ou utilização que fazemos da vida mostra que, se soubermos fazer bom uso da vida, ela será longa ou suficiente; da mesma forma se gastarmos de forma peculiar, ela será curta ou insuficiente. Também se preocupava com os problemas que poderiam acarretar perdas para o portador dessa vida ou a seus descendentes.
Prolongar a vida hoje torna absoluta a cronologia, traduzida como longetividade e esperança de vida, e a falta de cuidados para atingir esse fim é alertada em campanhas contra seus riscos, pelo valor negativo para as finanças públicas nos gastos com a saúde.
Segundo Alerta: A mudança de paradigmas
A concepção do passado é construído do presente, e na seleção histórica do passado é feita pelo observador no presente com olhos desse observador. Assim, o passado toma seu sentido a partir de uma abordagem posterior que lhe dá o sentido da história.
Terceiro Alerta: è necessário mudar valores.
Tentar caminhar em propostas que visem à qualidade de vida exige de nossa parte entender o mundo e a própria vida. O desafio maior está em caminharmos na direção, de mudar a nossa maneira de pensar, agir e sentir.
Há soluções, mas vão requerer uma mudança radical em nossas percepções, em nossos pensamentos e em nossos valores.
Os valores inerentes a essa nova ética são necessários nos dias de hoje, de forma especial na ciência, pois muitos cientistas normalmente fazem não colaborar para promover ou preservar a vida, mas sim destruí – la.
Há que se construir ciência da vida, em nossa maneira de ver, a responsável pela ética que irá balizarmos valores das propostas de qualidade de vida.
Quarto Alerta: Qualidade de vida e as palavras – chave para o futuro.
A contribuição para este alerta está vinculado ao pensamento de Domenico De Masi (2000) quando analisa com radicalidade os temas pós industrial, do tempo livre, da criatividade, da globalização, do desenvolvimento, do trabalho e do emprego.
Na lógica, o trabalho era como uns deveres desenvolveram princípios de competitividade destrutiva, opressões para mais poder e mais dinheiro, onde, no final da vida do trabalhador, havia a recompensa da “lembrancinha para os aposentados”.
Qualidade de vida deve ser aplicada a todas as idades do ser humano, e não apenas associado ao idoso. Deve ser preocupação no tempo de trabalho e no tempo de não trabalho.
Outras duas palavras chaves para o futuro são “corpo” e “complexidade”. “Corpo”, porque com avanço da tecnologia e virtualização tornamos cada vez mais sedentários, é preciso recompensar em nosso tempo livre a realização de movimento. Quanto à “complexidade”, diz o autor que é necessário educar para essa forma de pensar e agir, para fugirmos ao medo que ela representa hoje.
 A humanidade precisou de milênios antes de entender que o trabalho não era coisa para autorididatas, mas que devia ser ensinado e aprendido, durante anos de paciente dedicação. De quanto tempo ainda precisa para compreender que o tempo livre também precisa de uma longa formação. (De Masi, 2000, p.269.)
Quinto alerta: Por uma epistemologia da motricidade Humana.
Considerando que o objeto de estudo da motricidade é o ser humano quando realiza ações que levam a melhorar – se, ou, em outras palavras, é o estudo do homem que se movimenta intencionalmente visando à auto - superação, necessidade para a garantia da vida, parece – nos que falar em qualidade de vida requer falar em qualidade de movimento, no sentido significativo de nossas ações no cotidiano de nossas vidas.
Atender às formas expressivas da motricidade, como os esportes, os jogos, as atividades de aventura e risco, as danças, os exercícios, põe exemplo, e entende – la, há de exigir de nós uma revisão em muitos dos atuais conceitos e propostas de “programas de Qualidade de Vida”.
Qualidade de vida é compromisso em aperfeiçoar a arte de viver e de conviver.

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