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Sinais e sintomas comuns a muitas enfermidades Edema - “inchaço” · Aumento da quantidade de líquido intersticial e celular · Tem composição variada, dependente de fatores que estão causando o edema · Ocorre um desequilíbrio das pressões (hidrostática ou oncótica). Outros fatores: obstrução de vasos linfáticos, aumento da permeabilidade capilar (pode passar plasma juntamento com hemácias; com a degradação da hemácia ocorre a liberação de ferro que não consegue ser absorvido - hiperpigmentação) · Aumento de líquidos em cavidades serosas: derrames cavitários ou articulares · Derrames cavitários: derrame pleural, derrame pericárdico, ascite (líquido na cavidade abdominal) Sinal de Godet/sinal da fóvel – sinal de edema em membro inferior (mole, depressível - após retirada dos dedos, continua-se as marcas dos dedos). Ex.: hipoproteinemia Derrame pleural - líquido entre as pleuras Edema – caracteres propedêuticos - para edemas periféricos · Localização: circunscrito (para uma só área. Ex.: dedo do pé), regional (ex.: todo o pé edemaciado), generalizado (anasarca – dos pés à cabeça) · Início: localização e tempo (a quanto tempo o indivíduo tem o edema) · Dor (dor pode ser indício de inflamação) · Coloração: pálido, cianótico, vermelho (característica inflamatória) · Fenômenos que acompanham: febre, dispnéia · Consistência: mole ou duro · Evolução · Distúrbios tróficos da pele (edemas crônicos) - atrofia, ulceração, hiperpigmentação (edemas crônicos - presença de ferro) · Alterações de peso – em especial para indivíduos que têm anasarca (peso é um parâmetro para verificar a evolução do edema; aumento de peso abrupto em pouco tempo - retenção de líquido) · Temperatura – quente (pode indicar característica inflamatória; mais quente em relação as outras partes do corpo do paciente); frio (possui a mesma temperatura do restante do corpo) Edema linfático - extravasamento de líquido para o interstício com proteína, acarreta fibrose da derme, epiderme (edema duro); não dói. Pode ter associações de edema, formação de sulcos no membro edemaciado que favorece a infecção por microrganismos (bactérias). Edema por processo inflamatório - alteração de pele associada; pode ter sinal de godet ou não - depende do tempo de inflamação; doloroso. Edema crônico ulcerativo - típico de TVP Mixedema (geralmente em face, região pré-tibial) palpebral - não possui aspecto de linfedema; possui proteínas no líquido extravasado; não há sinal de godet. Ex.: pacientes hipotireoidismo. Membro superior com edema – analisar circulação dos pacientes com edema de membro superior (ex.: mulheres que fizeram mastectomia – drenagem linfática prejudicada) Edemas moles – geralmente por aumento de pressão hidrostática. Temperatura corporal · Produção de calor - fenômenos químicos endocelulares · Eliminação de calor - líquidos orgânicos (ex.: urina), suor, ar expirado · Equilíbrio homeostático endócrino - hipófise, tireóide, adrenais · Regulação hipotalâmica (no hipotálamo está localizado o centro regulador da temperatura corpórea) A temperatura pode ser medida na cavidade oral, no oco axilar ou por via retal (meios mais comuns). O pico de temperatura corpórea ocorre por volta das 18h (regulação hormonal) e as variações diárias entre os valores mínimos e máximos são de 0,5 – 1 grau. As mulheres apresentam temperaturas mais baixas nas duas semanas antes da ovulação e um aumento em torno de 0,6 quando da ovulação. Febre É importante conhecer as diferenças fisiológicas entre os três locais: · Temperatura axilar: 35,5 – 37 graus (média de 36 – 36,5) · Temperatura bucal: 36 – 37,4 · Temperatura retal (suspeita de quadro clínico no abdome; suspeita de processo inflamatório local - afecções pélvicas inflamatórias - ou ainda abdome agudo): 36 – 37,5 (0,5 grau maior que a axilar geralmente) Valor clínico: diferença de temperatura maior que 1 grau entre temperatura axilar e retal. Febre - é uma resposta fisiológica na qual a temperatura corporal é aumentada devido a um reajuste do ponto pré-estabelecido de regulação do calor no hipotálamo (“set point”). O restante do corpo em resposta ao hipotálamo tenta aumentar a temperatura corpórea. Na febre os mecanismos periféricos de perda e/ou conservação de calor encontram-se intactos. Pirogênios exógenos (endotoxina, inflamação, outras estimulações, tais como tumores, reação à vacina) - Sistema imune que produz pirogênios endógenos - citocinas – atuam no hipotálamo – prostaglandinas - elevação do ponto de equilíbrio. Hipertermia (não há relação com o meio interno ou com o “set point”) - é uma síndrome provocada por exposição excessiva ao calor com desidratação, perda de eletrólitos e falência dos mecanismos termorreguladores corporais. Tem como principais causas: · Exposição direta e prolongada ao sol · Permanência em ambiente muito quente · Deficiência dos mecanismos de dissipação do calor corporal Diagnóstico feito pela história clínica. Características propedêuticas da febre · Início: brusco, lento ou insidioso (“foi e voltou”). Com ou sem calafrios (para aumentar a temperatura corporal) - calafrio é uma “dica” de que a febre é alta. · Intensidade: Temperaturas axilares · Baixa – 37,1 – 38 Cº · Moderada – 38,1 – 39 Cº · Alta – superior a 39 Cº · Duração: de horas a dias (quanto tempo está com a febre) · Término: Parâmetro difícil de ser avaliado (geralmente o paciente faz uso de algum antitérmico) · Crise: queda rápida de temperatura – sudorese, palidez, taquicardia (aumento do “metabolismo”) · Lise: queda lenta – geralmente sem os sinais e sintomas citados · Horário e evolução · Contínua: variações menores que 1 Cº · Remitente: diária com variações de mais de 1 Cº, sem períodos de apirexia. · Intermitente: quedas de temperatura até a normalidade · Recorrente: dias ou semanas com temperaturas afebris (ex.: malária - febre terçã, febre quartã) Causas de febre · Infecções (principal causa) · Doenças autoimunes · Neoplasias · Pós operatório imediato (primeiras 72 horas) - devido à lesão tecidual · Drogas (ex.: antibióticos) · Fenômenos alérgicos (mecanismo das citocinas) · Psicógena Síndrome febril · Pele quente e seca · Taquipneia · Taquicardia · Boca seca · Sede · Oligúria (diminuição do volume urinário) · Sudorese (quando a febre está melhorando) · Outros: depressão, ansiedade, delírio, midríase, fenômeno de Faget (dissociação pulso-temperatura. A febre está acompanhada de bradicardia. Ex.: febre amarela) Consequências da febre · Aumento do consumo de oxigênio e aumento do trabalho cardíaco (precipitando insuficiência cardíaca em pacientes com doenças cardíacas prévias) · Indução de convulsão - em crianças ou portadores de doenças neurológicas. · Mal estar físico · Redução da acuidade mental (febres altas) Icterícia · Cor amarelada das conjuntivas oculares, das mucosas e da pele decorrente de hiperbilirrubinemia (nessa ordem) · Metabolismo da bilirrubina (revisar!!) Oclusão do ducto colédoco - icterícia pós hepática - volta para o fígado e de lá para a corrente sanguínea. (geralmente cálculo na vesícula biliar; pode também ser neoplasias do pâncreas devido à proximidade ao pâncreas) Obstrução do ducto cístico - vesícula biliar não consegue eliminar a bile, ou bile vai direto para o duodeno Excesso de produção de bilirrubina direta – fezes hipercoradas Características propedêuticas da icterícia · Início: rápido, lento ou insidioso; com ou sem cólica biliar. · Cor da urina: · Colúrica: escura, cor de coca-cola, com espuma amarela · Acolúrica: não mancha as roupas · Cor das fezes: · Acólicas: descoradas, massa de vidraceiro (obstrução total do ducto colédoco) · Hipercoradas: marrom escuro · Intensidade da coloração · Prurido (icterícia intensa – devido à sal biliar na pele) associado · Astenia ( · Febre e calafrios Por bilirrubina direta: Flavínica - amarelo mais claro; secundária a bilirrubina indireta (visível em bebês recém nascidos; troca de hemoglobina – ocorre hemólise) Por excesso de bilirrubina direta: Verdínica - indivíduo amarelado intenso (quase verde)Rubínica - amarelo com vasodilatação associada (pele também vermelha). Ex.: leptospirose Melânica - Amarelo muito intenso (quase ocre) - muito tempo que o paciente está ictérico. Perturbações do equilíbrio · Expressão: Estática - estabilidade do corpo no espaço em postura sem movimento Dinâmico - estabilidade do corpo no espaço em postura em movimento Vertigem · Fisiológicas (altura, mal de mar) ou orgânicas · Sensação de desequilíbrio rotacional, no sentindo sagital e horizontal do ambiente (vertigem objetiva) ou do corpo do paciente em relação ao ambiente (vertigem subjetiva) · Vertigens verdadeiras ou vestibulares ou periféricas ou labirínticas ou dos canais semicirculares - Relacionam-se com a postura do corpo. Ex.: Síndrome de Meniére - aparecimento paroxístico de vertigem rotatória + hipoacusia + zumbidos + tinidos + náuseas e vômitos de desequilíbrio (eventuais) · Vertigem central - também são vertigens verdadeiras - não estão relacionadas com a posição do corpo (significam lesões nas regiões frontal, temporal ou cerebelar). Lesões: inflamatórias, neoplásicas, degenerativas. · Vertigens falsas – referidas como tontura, estonteamento, “mal estar na cabeça”, “atrapalhação da cabeça”, “nuvem na cabeça”. Não tem a sensação de rotação. Tonturas · Grupo das falsas tonturas · Sensação de perda de equilíbrio sem a rotação do ambiente ou do próprio corpo em relação ao ambiente · Origem periférica ou central · Origem periférica: depende do aparelho ocular - vícios de refração, lesões na retina, lesões da córnea - ajuda o indivíduo a se situar no ambiente. · Origem central - paroxísticas ou permanentes, psicogênica ou orgânica (lesões corticais e subcorticais e do cerebelo) Lipotimia (“acho que eu vou desmaiar, mas eu não desmaio”) · Sensação paroxística e passageira de perda fugaz e não completa da consciência, sem rotação do ambiente, sem relação com a postura da cabeça no espaço e geralmente seguida por palidez (vasoconstrição periférica) e sudorese. Ex.: pode ocorrer por alterações de pressão, hipoglicemia. · Durante a lipotímia há manutenção satisfatória da respiração e da circulação · Causas: · Psicógena · Isquemia encefálica · Hipoglicemia · Esforço acentuado em paciente não adaptado · ICC · Anemias Síncope - alteração do equilíbrio representada pela perda repentina ou permanente da consciência · Causas: isquemia encefálica devido à várias causas incluindo bloqueio cardíacos (ex.: síndrome de Adams-Stokes). Propedêutica física do equilíbrio estático · Sinal de Romberg (fecha-se o olho: não há possibilidade de correção da postura pela visão; analisa-se o labirinto e o cerebelo; cai para determinado lado – é o lado afetado) · Verificação de Astasia (impossibilidade de o paciente permanecer em pé) · Verificação de marcha · Abasia: impossibilidade de andar Tosse · Sintoma representado por golpe brusco expiratório, com a glote semifechada, com ruído laríngeo característico, dependente do reflexo tussígeno. · Produz impacto social negativo · Está sob controle voluntário e involuntário, e consiste das fases inspiratório, compressiva e expiratória, seguindo-se a fase do relaxamento. · Quanto maior a fase inspiratória, maior será a eficácia da tosse · A frequência do estímulo determina o grau da tosse (termos de quanto está atrapalhando a vida do paciente) Benefício · Eliminação das secreções das vias aéreas pelo aumento da pressão positiva pleural · Proteção contra aspiração de alimentos, secreções e corpos estranhos · Efetivo mecanismo quando existe lesão ou disfunção ciliar (como ocorre na asma, discinesia celular) · Proteção contra arritmias potencialmente fatais (ao originar aumento da pressão intratorácica) - por reflexo Mecanismo da tosse · O início do reflexo dá-se pelo estímulo irritativo que sensibiliza os receptores difusamente localizados na árvore respiratória, e posteriormente ele é enviado à medula · Localização: Laringe até a carina Brônquios Cavidade nasal Seios maxilares (nervo trigêmio aferente) Faringe (nervo glossofaríngeo aferente) Pleura Canal auditivo externo Diafragma Esôfago Membrana timpânica Estômago (nervo vago) Pericárdio · Estímulos dos receptores da tosse: mecanismos químicos (gases); mecânicos (secreções, corpos estranhos); térmicos (ar frio, mudanças bruscas de temperatura); inflamatórios (asma, fibrose cística) Obs.: alvéolos e no parênquima pulmonar – receptores não estão presentes. Pode haver pneumonia alveolar sem tosse. · Classificação: Aguda: até três semanas Subaguda: três a oito semanas Crônica: mais de oito semanas · Intensidade (forte ou fraca) · Duração: tempo de aparecimento; é em acessos ou contínua · Horário: Matinal (ex.: toilette matinal - secreção) Diurna ou Noturna Periódica (aparece após período de acalmia) Caracteres propedêuticos da tosse · Tonalidade: Rouca (edema, laringite, tumor ou pólipo em cordas vocais) Bitonal (fica grave e aguda - lesão do nervo laringorecorrente) Atonia (paralisia de ambas as cordas vocais) · Voz – como na tonalidade, caracterizado por alterações das cordas vocais ou glote. · Fenômenos que acompanham: tontura, astenia, mal estar durante crises fortes e continuadas de tosse: pode haver alcalose respiratória. Emetizante – tosse tanto que vomita · Expectoração: ausente (tosse seca) ou presente (produtiva) Se presente: Quantidade: escassa ou grande quantidade (vômica. Ex.: bronquiectasias) Consistência e viscosidade: fluída, espessa, coágulos, tampões mucosos. Cor e composição Esbranquiçado - muco Amarelo ou amarelo-esverdeado – pus Acizentado ou preto (nicotina dos fumantes, antracose) Avermelhado ou róseo com espuma (edema agudo de pulmão) Avermelhado em laivos/estrias: sangramento brônquico/bronquiolar Avermelhado homgêneo (geléia de morango – carcinoma brônquico ou infarto pulmonar) Ferrugem (pneumoria com quatro ou mais dias de evolução - processo inflamatório; degradação das hemácias) Hemoptise (sangue puro, avermelhado, rutilante, espumoso) - hemorragia de trato respiratório Obs.: infarto pulmonar – necrose com hemorragia; pode dar hemoptise, se o infarto estiver em contato com o brônquio. Infarto cardíaco - isquêmico e sem hemorragia
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