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157 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 11 Composto mercadológico – P de produto Você provavelmente já consumiu muitos produtos e serviços; mas já pensou em como eles são pensados ou criados? Para que uma em- presa possa oferecer ao mercado produtos competitivos, é importante que ela faça a análise do composto mercadológico. Assim, a primeira decisão que a empresa precisa tomar está relacionada ao composto do produto; ou seja, a empresa decidirá com qual produto ou serviço pre- tende trabalhar. Não existe empresa ou negócio se não houver produto a ser ofertado ao mercado. Uma vez que a empresa precisa entender claramente quais são as necessidades e os desejos do público-alvo, a definição do produto é mais complexa do que se imagina. Dificilmente uma empresa conseguirá ter 158 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . sucesso se desenvolver um produto sem a definição clara dos valores que ele representará para o cliente. Daí vem a importância de a empresa analisar em qual nível de exigência o produto atenderá as necessidades dos clientes. Várias são as decisões que uma empresa deve tomar sobre o pro- duto com que irá trabalhar. Entre as principais decisões, é importante identificar os atributos do produto, sua marca, a embalagem que será utilizada e os serviços de apoio. Outras decisões também envolvem o desenvolvimento de uma linha de produtos ou do mix de produtos. O nosso ponto de partida é a definição do que é produto. 1 Definição de produto A definição do termo produto é muito mais ampla do que imagina- mos. Segundo Kotler e Keller (2012, p. 200), o produto “[…] é algo que pode ser oferecido a um mercado para apreciação, aquisição, uso ou consumo e que pode satisfazer um desejo ou uma necessidade”. Em síntese, o que podemos observar é que a concepção propriamente dita de um produto está mais associada às vontades do cliente do que a algo material. A definição de produto é ampla: um produto pode ser algo físico (lata de refrigerante); serviços (restaurante); pessoas (político); organizações (escola de samba); lugares (Paris); ou até ideias (“Não fume”). Independentemente de qual seja o produto ofertado pela em- presa, ele é o ponto principal da oferta ao mercado. Para que o produto possa atender as necessidades do mercado em que está inserido, ele deve apresentar alguns atributos; ou seja, algumas características técnicas que permitam oferecer ao mercado diferenciais sustentáveis que auxiliem a comercialização desse produto junto ao seu público-alvo (URDAN; URDAN, 2013). Esses atributos são: • Características técnicas do produto: envolvem a aplicabilidade do produto, que, por sua vez, depende das necessidades e dos 159Composto mercadológico – P de produto M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. desejos dos clientes da empresa. Essas características podem envolver a função do produto; a ação que o produto produz ao ser utilizado; as especificações técnicas; as características da com- posição do produto (como seus tamanhos); a composição física (quais são os materiais utilizados na produção do produto); seu processo de produção; e as tecnologias e métodos utilizados na produção do produto. • Design: é a forma física do produto, sua aparência, sua estética. O design deve ter a capacidade de chamar a atenção do cliente para o produto que a empresa está oferecendo. Na maioria dos produtos, o design deve ser pensado para facilitar o uso do produ- to no cotidiano, podendo ser um ponto de diferenciação quando comparado com outros produtos concorrentes. • Embalagem: é o recipiente onde o produto será acondicionado. A embalagem funciona como uma vitrine de apresentação do produto para o cliente. Nesse caso, é necessário dar atenção a algumas características básicas da embalagem, como a identida- de da marca. A estrutura da embalagem também é uma questão importante. Para isso, cabe analisar quais materiais e formatos são necessários para a embalagem que a empresa quer utilizar. Por fim, existem as cores, que envolvem os aspectos emocionais e que despertam no cliente diferentes sensações. • Serviços de apoio e assistência técnica: muitas vezes o cliente tem problemas ou dúvidas com relação ao uso ou à aplicação do produto. Quando o cliente tem dúvidas sobre o uso do produto, ele recorre aos serviços de apoio. Já nos casos em que o produto ofe- recido pela empresa apresenta algum tipo de problema, a assis- tência técnica deve ser acionada. Estrategicamente falando, esse apoio é fundamental para a continuidade do produto no mercado. É importante destacar que essa definição não é (nem deve ser) algo definitivo. Muito pelo contrário: nenhum produto resiste ao tempo sem 160 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . algum tipo de alteração – seja nas suas características, na embalagem, na forma de se relacionar com seu cliente ou até mesmo em sua com- posição. Dessa forma, algumas empresas, ao longo do tempo, realizam mudanças em seus produtos, na maneira de operar no mercado ou no posicionamento do produto junto ao público-alvo. Em alguns casos, de- vem ir além e inovar como um todo naquilo que oferecem ao mercado: precisam apresentar mudanças que satisfaçam os desejos e as neces- sidades do cliente no momento em que estão disponíveis no mercado. NA PRÁTICA Em artigo publicado no portal da revista Meio e Mensagem (PACETE, 2017) são apresentadas algumas marcas que, ao longo do tempo, pre- cisaram repensar os valores entregues aos seus clientes. Dentre as marcas destacadas estão grandes empresas, como Starbucks, Nike e Disney, que passaram por uma adaptação de seus produtos conforme as necessidades do mercado. As decisões sobre produtos que essas e outras empresas precisaram tomar levaram em consideração diversos atributos do composto de produto. No caso da rede Starbucks, na prestação de seus serviços, a empresa vem procurando atender as necessidades de inclusão social ao contra- tar pessoas portadoras de deficiência e facilitar o acesso dos clientes a suas lojas, onde todos têm lugar. A Nike, por sua vez, tem usado a evolução tecnológica para desenvolver seus produtos. No caso da Disney, a empresa criou um novo serviço para atender as necessidades do mercado: uma plataforma de streaming. 2 Níveis de produtos Um produto apresenta níveis diferentes de benefícios entregues ao cliente, agregando mais benefícios conforme o nível desse produto (KOTLER; KELLER, 2012). Cada um desses níveis fornece algum diferen- cial que o cliente identifica no produto ou serviço que deseja utilizar, ou 161Composto mercadológico – P de produto M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.seja, como algo importante para o cliente. Esses níveis têm por objetivo apresentar melhoras do produto ou serviço conforme os benefícios do ní- vel anterior já não sejam mais valorizados pelo público-alvo. Isso significa que o nível de oferta se altera para os consumidores. São cinco os níveis dos produtos: • Nível de benefício central: é o nível mais básico; ou seja, nesse nível o cliente espera que o produto ou serviço solucione algum problema que ele tem. Exemplo: quando alguém compra um car- ro, o benefício central é o transporte. • Nível de produto básico: quando solucionado o problema central, desperta no cliente a necessidade para que outros problemas se- jam solucionados. Nesse nível, o cliente começa a valorizar as características físicas, como o design e a qualidade, entre outros. No exemplo do automóvel, é a direção hidráulica, que atualmente é considerada um item básico para quem compra um veículo. • Nível de produto esperado: após o cliente já ter encontrado o pro- duto que resolva seu problema principal e escolhido o produto por suas características, surge a necessidade de entregar outros benefícios a ele. Nesse nível, o cliente espera que algumas carac- terísticas estejam associadas ao produto sem ter de solicitá-las. Se essas características não forem encontradas, o cliente passa a rejeitar o produto. No caso do automóvel, por exemplo, é o farol: ele espera que, quando precisar utilizá-lo, ele irá funcionar corre- tamente. Ninguém compra um carro perguntando se o farol liga. O cliente espera que isso aconteça naturalmente. • Nível de produto ampliado: é o “algo a mais”. Nesse nível, o cliente geralmente já foi atendido em suas principais necessi- dades, porém espera por algum tipo de benefício extra além da- queles que já recebeu. Por isso o produto ampliado; ou seja, o cliente deverá encontrar benefícios adicionais no produto ou nos serviços. No caso do automóvel, é o sensor de ré, por exemplo. 162 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Ele é um produto adicional oferecido ao cliente, ou seja, é uma am- pliação dos benefícios. • Nível de produto potencial: existem alguns benefícios que o pro- duto ou serviço ainda não oferece, mas que se configuram como uma oportunidade de mercado que surpreenderia o cliente. Nesse nível a empresa precisa realizar pesquisas para entender quais outros benefícios seus produtos poderiam oferecer. No caso do automóvel, podemos falar nos carros que estão sendo projeta- dos para não precisarem de motorista, ou seja, que “se dirigem” através de um sistema automático. Apesar de ainda não estarem disponíveis para venda, já estão em testes, sendo um produto po- tencial a ser lançado no mercado. 3 Classificação dos produtos Os produtos podem ser classificados em dois grupos: quanto a dura- bilidade e tangibilidade e quanto à classificação dos bens de consumo. Essa classificação tem por objetivo auxiliar na formatação do produto para o mercado (URDAN; URDAN, 2013). 3.1 Classificação quanto a durabilidade e tangibilidade O primeiro grupo diz respeito à durabilidade e à tangibilidade do pro- duto. Os produtos podem ser classificados de acordo com essa durabi- lidade e tangibilidade conforme as seguintes categorias: • Bens não duráveis: esse grupo de produtos tem sua durabilida- de restrita. Em outras palavras, são aqueles produtos utilizados em um curto espaço de tempo, geralmente comercializados por conveniência, para consumo próprio e imediato. Exemplos: chocolate, refrigerante, etc. 163Composto mercadológico – P de produto M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • Bens duráveis: esse grupo de produtos tem uma durabilidade maior. Para adquirir esse tipo de produto, o cliente costuma ana- lisar sua confiabilidade e a possibilidade de manutenção, pois deseja utilizá-lo por um longo tempo. Exemplos: aparelho de TV, automóvel, etc. • Serviços: esse grupo compreende as atividades que não en- volvem produtos físicos, ou seja, são intangíveis. Nele estão in- clusos serviços prestados como suporte às necessidades dos clientes. A variabilidade na prestação de serviços é muito grande. Geralmente o cliente deve estar presente para a realização do ser- viço. Exemplos: consultório médico, lojas de varejo, empresas de entretenimento, etc. 3.2 Classificação dos bens de consumo Quando um cliente compra um produto ou serviço para consumo próprio, podemos dizer que ele comprou um bem de consumo. A classi- ficação desses produtos como bens de consumo é feita de acordo com o comportamento de compra dos consumidores (KOTLER; KELLER, 2012). Os bens de consumo podem ser divididos em quatro categorias conforme a necessidade de compra do cliente: • Bens de conveniência: nesse grupo estão os bens que o con- sumidor compra com frequência e sem muito planejamento de compra. Os esforços que ele irá colocar para consumir são mí- nimos, e não há uma preocupação dele em fazer comparações com outros produtos para decidir qual irá consumir. Geralmente esses produtos ou serviços são fáceis de serem encontrados no mercado com preços baixos, e as empresas precisam investir em promoções voltadas para o maior número possível de clientes. Exemplos: sabonete, chocolates, entre outros. 164 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . • Compra comparada: nesse tipo de compra o cliente já despen- de maior tempo para avaliar, analisar e comparar os produtos e serviços da empresa com os dos concorrentes. A frequência da compra também é menor, uma vez que os preços são mais altos. Há uma restrição no número de lugares onde o consumidor pode- rá encontrar esses produtos ou serviços. As ações promocionais nesse caso podem ser feitas tanto pelo fabricante como pelo va- rejo. Exemplos: roupas, eletrodomésticos, etc. • Bens de especialidade: em relação a esse grupo, o cliente é mais fiel a marcas e tradições, dedicando um empenho maior para en- contrar aquele produto ou serviço que deseja. Geralmente o preço é mais alto, porém não é esse fator que irá influenciar na decisão de compra do consumidor. Entre os fatores que influenciam o cliente para a escolha desse tipo de produto, os que pesam mais são o conhecimento da marca, a qualidade do produto e o status que ele venha a oferecer ao cliente. As ações promocionais são direcionadas para pontos de venda exclusivos, e o cliente aceita se deslocar até lá para adquiri-lo. Exemplo: marcas famosas. • Bens não procurados: muitas vezes o cliente não tem nem mes- mo consciência de que precisa de um determinado produto ou serviço. Geralmente são produtos que não despertam necessida- des específicas nele ou não há vontade em comprá-los. O consu- mo desses bens não sofre nenhuma interferência relacionada a preço ou disponibilidade, uma vez que o cliente só irá comprá-los se for lembrado por uma campanha promocional agressiva ou se não tiver outra alternativa. Exemplos: garantia estendida, seguro de acidentes pessoais, entre outros. 165Composto mercadológico – P de produto M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em cursode Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 4 Características de serviços Como já explicado, diferentemente dos produtos que são bens tangí- veis, os serviços são bens intangíveis; ou seja, o cliente não tem como mensurá-los. A cada ano que passa, os serviços vêm ganhando mais representatividade no mercado. De acordo com Dias (2011, p. 106), “[…] serviço é um bem intangível, podendo ser entendido como uma ação ou um desempenho que cria valor por meio de uma mudança de- sejada no cliente ou em seu benefício”. Existem quatro características que definem um serviço: • Intangibilidade: os serviços não podem ser vistos, tocados ou experimentados antes de o cliente realizar sua compra. Eles são intangíveis: o cliente não tem como usar o tato para senti-los. Esse fato dificulta muitas vezes a percepção do cliente sobre a quali dade do serviço prestado. • Inseparabilidade: um serviço não pode ser executado separada- mente de empresas, profissionais ou máquinas. Ele é dependente de um deles para que ocorra. • Variabilidade: quando um serviço é solicitado, sua execução de- pende diretamente do profissional, do local de prestação do ser- viço e do horário, entre outros fatores. Dependendo da empresa, são vários os profissionais que prestam o serviço, possibilitando assim que haja uma variabilidade, ou seja, diferenças entre as for- mas da prestação do serviço. • Perecibilidade: diferentemente dos produtos e justamente pela sua característica de intangibilidade, não é possível estocar um serviço; ou seja, ele é executado conforme a solicitação do cliente. 166 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Figura 1 – Quatro características dos serviços INTANGIBILIDADE Os serviços não podem ser vistos, tocados, provados, ouvidos ou cheirados antes da compra. INSEPARABILIDADE Os serviços não podem ser separados de seus provedores. SERVIÇOS VARIABILIDADE A qualidade dos serviços depende de quem os executa e de quando, onde e como são executados. PERECIBILIDADE Os serviços não podem ser armazenados para venda ou uso posterior. Fonte: adaptado de Kotler e Keller (2012, p. 217). PARA SABER MAIS Menshhein (2006) apresentou um artigo sobre as características dos serviços em que reforça a importância de se observar essas caracte- rísticas. O autor complementa mencionando que as pessoas que irão prestar os serviços, a definição de processos para sua execução e a evidência física, ou seja, o ambiente onde o serviço será prestado, cola- boram para a prestação de um bom serviço. 5 Decisões de produtos Uma tarefa importante dentro do composto de produto é definir quais são as decisões que uma empresa precisa avaliar. A figura 2 apre- senta um fluxo com as principais decisões que devem ser tomadas. Essas decisões estão relacionadas aos atributos do produto: a marca 167Composto mercadológico – P de produto M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. (branding), a embalagem, a rotulagem e os serviços de apoio e assistên- cia. Veremos detalhadamente cada um deles. Figura 2 – Decisões de produtos Atributos do produto Marca (branding) Embalagem Rotulagem Serviços de apoio e assistência Fonte: adaptado de Kotler e Keller (2012, p. 204). Para o desenvolvimento de um produto ou serviço, a primeira deci- são que a empresa precisa tomar se refere aos atributos do produto. Assim, ela poderá oferecer ao cliente benefícios capazes de influenciar suas decisões de compra. De acordo com Kotler e Keller (2012), os prin- cipais atributos do produto são: • Qualidade do produto: utilizado como uma ferramenta estraté- gica, a qualidade de um produto está diretamente ligada ao seu desempenho. Quando um produto entrega ao cliente os benefí- cios esperados e gera sua satisfação, ele associa que o produto tem qualidade. Para Kotler e Keller (2012, p. 205), “[…] a qualida- de do produto tem duas dimensões: nível e consciência”. O ní- vel está associado ao desempenho prometido pelo produto; já a consciên cia é quando o cliente reconhece que o desempenho do produto atendeu ou não suas expectativas. • Características do produto: as características de um produto po- dem variar de acordo com as necessidades do mercado. Um pro- duto deve se diferenciar ao máximo de seus concorrentes diretos, oferecendo ao cliente algumas características que reconhecida- mente agregam valor. • Estilo e design do produto: além das características oferecidas por um produto, a aparência estética pode chamar a atenção dos 168 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .clientes que procuram por novidades ou produtos mais atraentes. Para definir o design de um produto é importante antes que a em- presa faça um levantamento das necessidades do mercado para que possa entregar algo realmente desejado por ele. Mesmo que o produto tenha uma boa qualidade, boas característi- cas e um bom design, ele precisa desenvolver uma marca (branding). Portanto, essa é a segunda decisão a ser tomada. A empresa precisa encontrar um nome que permita ao cliente identificar todos os benefí- cios do produto. De acordo com Kotler e Keller (2012, p. 206), “[…] uma marca é um nome, termo, sinal, símbolo, desenho – ou uma combina- ção desses elementos – que identifica o fabricante ou vendedor de um produto ou serviço”. Praticamente nenhum produto ou serviço atual- mente é comercializado sem uma marca. A terceira questão a se decidir é a escolha da embalagem. A apre- sentação visual de um produto auxilia no processo de comunicação dos benefícios aos clientes. A embalagem, além de proteger o produto, tem por objetivo também chamar a atenção do cliente para que ele consiga identificar o produto no ponto de venda. A partir daí, podemos destacar a rotulagem. Muitas vezes o cliente busca informações dos produtos nos rótulos das embalagens para de- cidir sobre sua compra (considere os casos de intolerância e alergias alimentares como exemplo). Daí a necessidade de a empresa desen- volver esse rótulo com informações técnicas sobre o produto. Entre as principais informações disponibilizadas estão a composição do produ- to e informações nutricionais, entre outras. Temos também a decisão sobre os serviços de apoio e assistên- cia ao produto. Nesse caso, o cliente, ao utilizar um produto ou serviço, pode precisar de algum tipo de suporte. Caso o produto apresente mau funcionamento ou defeito, a empresa deve oferecer serviços de apoio ou assistência técnica. A oferta desses serviços pode ser considerada um diferencial para o cliente, porém a falta dessa oferta pode levar o cliente a escolher o produto concorrente. 169Composto mercadológico – P de produto M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 5.1 Decisões de linhas de produtos Outro grupo de decisõesligadas ao composto mercadológico do produto está associado às decisões sobre o desenvolvimento de uma li- nha de produtos. Em alguns casos, a empresa pode aproveitar o conhe- cimento que tem do mercado em que atua para desenvolver uma linha de produtos. De acordo com Kotler e Keller (2012, p. 208), “[…] uma linha de produtos é um grupo de produtos intimamente relacionados porque funcionam de maneira semelhante, são vendidos ao mesmo grupo de clientes, são comercializados pelos mesmos tipos de lojas”. Para que uma empresa possa desenvolver uma linha de produtos, precisa antes avaliar seus objetivos e recursos, uma vez que esses po- dem influenciar na sua criação. As influências para sua criação estão relacionadas com as necessidades dos clientes e a capacidade de pro- dução ou entrega de mais produtos por parte da empresa. A empresa pode optar por ampliar sua linha de produtos de duas ma- neiras. A primeira é pela ampliação propriamente dita da linha de produ- tos: a empresa simplesmente aumenta sua linha incluindo variações do produto, como mais sabores, tamanhos, aromas, fragrâncias, etc. Um exemplo para isso é uma marca de desodorante que decide aumentar de dois para seis o número de fragrâncias oferecidas. A segunda maneira para ampliação é por meio da complementação da linha de produtos. Com o objetivo de ampliar seus lucros e aproveitar a força de um produto no mercado, a empresa pode ainda lançar novos produtos que serão complementares aos que ela já tem no mercado. Geralmente os clientes usarão esses produtos para complementar o produto que já utilizam. Um exemplo é uma empresa de xampu e condi- cionador que, para ampliar sua linha de produtos, lança um creme para pentear como um complemento à linha de produtos para cabelos que já oferece ao mercado. 170 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .NA PRÁTICA Em artigo publicado no portal Exame (DEARO, 2017), é possível acompa- nhar o caso da Nestlé, que tomou uma decisão para aumentar sua linha de produtos de chocolates da marca KitKat. A empresa lançou no Brasil a versão branca do chocolate. A ideia surgiu para completar a linha, que já possuía os produtos KitKat tradicional, KitKat Dark e KitKat Mini. A empresa também planejava lançar o KitKat Celebreak. A empresa claramente adotou a decisão de ampliar essa linha de pro- dutos para aproveitar da boa reputação da marca no mercado, além de oferecer ao cliente outros produtos para reforçar o posicionamento da marca. Outra vantagem para a empresa é que os produtos são comerciali- zados nos mesmos tipos de lojas, otimizando assim a operação logística. Este exemplo é classificado como ampliação propriamente dita da linha de produtos, uma vez que o lançamento do produto é uma variação de sabor do produto original. Muito provavelmente a empresa fará estudos futuros para analisar se há espaço no mercado para que sejam lançadas novas variações do produto. 5.2 Decisões do mix de produtos Uma empresa também pode decidir pela elaboração de um mix de produtos a partir de uma variada linha de produtos. De acordo com Kotler e Keller (2012, p. 209), “[…] um mix de produtos ou composto de produtos consiste em todas as linhas de produtos e todos os itens que determinado vendedor põe à venda”. A empresa pode avaliar seu mix de produtos por quatro dimensões: • Abrangência da uma linha de produtos: está relacionada com o número de diferentes linhas de produtos que a empresa con- segue produzir. Como exemplo, uma empresa que tem uma li- nha de canetas, uma linha de aparelhos de barbear e uma linha de produtos para banho. Significa dizer que a empresa tem uma abrangência com várias linhas de produtos para o mesmo cliente. 171Composto mercadológico – P de produto M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • Extensão do mix de produtos: a extensão se refere ao número de itens que a empresa consegue fabricar dentro de cada uma de suas linhas de produtos. No caso da empresa de canetas, seria a quantidade de variações de canetas dentro da linha de canetas; no caso da empresa de aparelhos de barbear, seria a quantidade de variações de aparelhos de barbear dentro desta linha de produtos, e assim por diante. • Profundidade da linha de produtos: a profundidade está associa- da ao número de versões oferecidas por cada um dos produtos de uma linha. No caso da empresa de canetas, é a quantidade de versões de uma caneta azul; por exemplo: caneta azul de bolso, versão escolar, versão escrita macia, etc. • Consistência do mix de produtos: a consistência está relacio- nada com o grau de proximidade das várias linhas de produtos oferecidas pela empresa quanto ao seu uso final, ou nas caracte- rísticas semelhantes na produção ou na utilização dos mesmos canais de distribuição, ou, ainda, quaisquer outras semelhanças que justifiquem a ampliação da sua linha de produtos. No caso da empresa de canetas, a maioria de seus produtos pode ser comer- cializada no mesmo ponto de venda. Considerações finais Após a leitura deste capítulo você pode compreender o que são as decisões de produtos dentro do composto mercadológico do market- ing. Além disso, apresentamos como os níveis de produtos influenciam na escolha dos valores que serão oferecidos aos clientes. É importante entender que cada um desses níveis deve efetivamente entregar algum diferencial para o cliente; caso contrário, ele não reconhecerá o produto como algo importante, podendo deixar de consumi-lo, como explicam Kotler e Keller (2012, p. 201). 172 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Outro tema abordado foi a importância da classificação dos produ- tos, de modo que uma empresa precisa avaliar a durabilidade e tan- gibilidade de seus produtos para que possa pensar em estratégias de marketing capazes de atender o mercado. Outro tipo de classificação se refere ao produto propriamente dito. Nesse caso, a empresa precisa classificar seus produtos quanto a: • conveniência – produtos de consumo rápido e constante; • necessidade de comparação – o cliente irá comparar algumas características entre os concorrentes; • grau de especialidade – o cliente irá consumir um determinado produto por algum detalhe específico, como uma loja de fábrica de uma determinada marca; e • produtos não procurados – aqueles que o cliente não pensa em consumir. Já quanto à decisão de produtos, vimos que a empresa pode decidir pelos atributos especificamente do produto (características, marca, em- balagem, serviços de assistência), decisão pela linha de produtos (de- cisão de aumentar ou não sua linha de produtos) e decisão pelo mix de produtos (se lançará várias linhas de produtos). Entender o conteúdo abordado ao longo deste capítulo é importante, pois é com base no produto que a empresa iniciará todo o processo de relacionamento com o mercado e com o cliente. No próximo capítulo falaremos sobre o segundo elemento do composto mercadológico, o preço, e estudaremos quais são as decisões relacionadas ao preço do produto. 173Composto mercadológico – P de produto M aterialpara uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Referências AMBROSIO, Vicente. 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P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .ROCHA, Angela M. da; FERREIRA, Jorge B.; SILVA, Jorge F. da. Administração de marketing. São Paulo: Atlas, 2012. URDAN, André T.; URDAN, Flávio T. Gestão do composto de marketing: visão in- tegrada de produto, preço, distribuição e comunicação. São Paulo: Atlas, 2013.
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