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Allan Augusto Platt - Logística e cadeia de suprimentos

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Logística e
Cadeia de Suprimento
Logística e
Cadeia de Suprimento
 Professores
Allan Augusto Platt
Rogério da Silva Nunes
Universidade Federal de Santa Catarina
Centro Sócio-Econômico
Departamento de Ciências da Administração
Logística e Cadeia de Suprimento
 Professores
Allan Augusto Platt
Rogério da Silva Nunes
Florianópolis
2007
Copyright 2007 © Departamento de Ciências da Administração CSE/UFSC.
P719l Platt, Allan Augusto
Logística e cadeia de suprimento / Allan Augusto Platt,
Rogério da Silva Nunes. – Florianópolis: Departamento de
Ciências da Administração / UFSC, 2007.
88p.
Inclui bibliografia
Curso de Capacitação a Distância
1. Logística. 2. Administração de empresas. 3. Cadeia de
suprimentos – Administração. 4. Educação a distância. I. Nunes,
Rogério da Silva. II. Título.
CDU: 658.56
Catalogação na publicação por: Onélia Silva Guimarães CRB-14/071
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Luiz Inácio Lula da Silva
MINISTRO DA SAÚDE
José Gomes Temporão
SECRETÁRIA EXECUTIVA
Márcia Bassit Lameiro da Costa Mazzoli
SUBSECRETÁRIO DE ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS
José de Ribamar Tadeu Barroso Jucá
COORDENADORA GERAL DE RECURSOS HUMANOS
Elzira Maria do Espírito Santo
COORDENADOR DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE
RECURSOS HUMANOS
Rubio Cezar da Cruz Lima
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
REITOR
Lúcio José Botelho
VICE-REITOR
Ariovaldo Bolzan
CENTRO SÓCIO-ECONÔMICO
DIRETOR
Maurício Fernandes Pereira
VICE-DIRETOR
Altair Borgert
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO
CHEFE DO DEPARTAMENTO
João Nilo Linhares
SUBCHEFE DO DEPARTAMENTO
Raimundo Nonato de Oliveira Lima
PROJETO MINISTÉRIO DA SAÚDE/UFSC/CSE/CAD
COORDENADOR
Gilberto de Oliveira Moritz
COORDENADOR PEDAGÓGICO
Alexandre Marino Costa
COORDENAÇÃO TÉCNICA
Marcos Baptista Lopez Dalmau
Alessandra de Linhares Jacobsen
CONSELHO EDITORIAL
Luiz Salgado Klaes (Coordenador)
Allan Augusto Platt
Liane Carly Hermes Zanella
Luís Moretto Neto
Raimundo Nonato de Oliveira Lima
Rogério da Silva Nunes
COORDENADOR DA BIBLIOTECA VIRTUAL
Luís Moretto Neto
COORDENADOR FINANCEIRO
Altair Acelon Mello
COORDENADOR DE APOIO LOGÍSTICO
Sílvio Machado Sobrinho
METODOLOGIA PARA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Denise Aparecida Bunn
Adriana Novelli
Rafael Pereira Ocampo Moré
REVISÃO DE PORTUGUÊS
Sérgio Meira (Soma)
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Annye Cristiny Tessaro
ORGANIZAÇÃO DO CONTEÚDO
Allan Augusto Platt
Rogério da Silva Nunes
Sumário
A p r e s e n t a ç ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
UNIDADE 1
Logística
Origem, evolução e conceito de Logística............................................13
Resumo.....................................................................................26
Atividades de aprendizagem....................................................................27
UNIDADE 2
Logística integrada
Introdução..................................................................................................31
Resumo.....................................................................................44
Atividades de aprendizagem....................................................................45
UNIDADE 3
Cadeia de suprimento
A importância da cadeia de suprimento.....................................................49
Resumo.....................................................................................62
Atividades de aprendizagem....................................................................63
UNIDADE 4
Estratégias de gerenciamento da cadeia de suprimento
A administração da rede de suprimentos.................................................67
Resumo.....................................................................................78
Atividades de aprendizagem....................................................................79
Referências.....................................................................................84
Minicurrículos.....................................................................................88
Curso de Capacitação a Distância
8
Logística em Cadeia de Suprimento
9
Apresentação
Olá, seja bem-vindo(a)!
Você está iniciando o módulo de Logística em Cadeia de Su-
primentos do Curso de Aperfeiçoamento em Administração Hos-
pitalar. Você conhece a origem do termo “Logística”? Sabe onde
vem sendo empregada atualmente e com que objetivo? Então, va-
mos iniciar a apresentação de nosso Curso falando um pouco so-
bre as questões levantadas.
Mesmo com sua origem militar, a Logística – termo deriva-
do da palavra francesa loger que significa alojar – vem sendo
empregada atualmente em diversos os ramos de nossa economia, vi-
sando a racionalização nos processos relacionados ao atendimento
das solicitações de clientes e consumidores, através de uma gestão
eficaz do processamento de materiais de informações e de serviços.
Nas organizações de serviços, sua relevância deve ser ressal-
tada em função das características peculiares relacionadas a este
tipo de organização, sobretudo a produção e o consumo simultâ-
neo, com a participação do cliente no processo de produção do ser-
viço. Assim, são exigidos dos administradores logísticos a capaci-
dade de planejamento, implementação e controle de recursos como
a informação, os materiais e os serviços correlatos, bem como o
gerenciamento eficaz dos processos que utilizam estes recursos,
visando um atendimento consistente, confiável e eficaz às solicita-
ções dos clientes da organização.
Para facilitar seu entendimento sobre o módulo, este foi divi-
dido em 4 Unidades. A Unidade 1 traz o conceito de Logística e
alguns aspectos que estão por trás deste importante assunto para
as organizações. Na Unidade 2, você vai conhecer ou rever, caso já
conheça, o que vem a ser Logística integrada, seus caminhos e
atividades que a compõem. A Unidade 3 vai tratar da cadeia de
suprimentos, conceitos e relacionamentos que a acompanham.
Curso de Capacitação a Distância
10
E, finalmente, na Unidade 4 são identificadas estratégias de
gerenciamento da cadeia de suprimento.
Desejamos que você tire bastante proveito das idéias e con-
teúdos apresentados neste módulo, provocando seu senso crítico,
questionando e analisando a forma como vem realizando suas ati-
vidades profissionais, de modo que permita a reflexão e a inovação
na maneira de produzir seu trabalho no serviço público de saúde.
Desejamos a você bons estudos e sucesso!
Professores Allan Augusto Platt e Rogério da Silva Nunes.
Logística em Cadeia de Suprimento
11
LogísticaLogística
UNIDADE
1
Curso de Capacitação a Distância
12
Objetivo
Nesta Unidade você vai entender o que é Logística, sua
importância para a atividade organizacional e para o
gerenciamento eficaz de todas as atividades relacionadas ao fluxo
de informações, materiais e serviços na organização.
Logística em Cadeia de Suprimento
13
Origem, evolução e
conceito de Logística
Caro participante!
A proposta desta primeira Unidade é traçar um panorama so-
bre a evolução da utilização da Logística nas organizações para,
na seqüência, apresentar as atividades que estão incorpora-
das à definição do termo e, ao final, conhecer os objetivos e
benefícios de sua prática.
Então, não perca tempo! Inicie a leitura e lembre-se que você
não está sozinho, pois estaremos sempre com você.
Bons estudos!
Origem
Mesmo tendo a economia mundial se desenvolvido com o
auxílio de atividades e conhecimentos logísticos, no ambiente or-
ganizacional a Logística permaneceu adormecidapor muito tem-
po, sendo despertada após a 2ª Guerra Mundial, onde as ativida-
des logísticas militares foram utilizadas e influenciaram significa-
tivamente os conceitos logísticos utilizados atualmente.
A Logística, segundo Fleury (2000), é paradoxal, ao ser uma
das atividades econômicas mais antiga e um dos conceitos
gerenciais mais modernos. O autor comenta que, ao abandonar o
extrativismo, o homem iniciou a organização das atividades pro-
dutivas, produção especializada com troca de excedentes com ou-
tros produtores, possibilitando o surgimento de três funções
logísticas essenciais: o estoque, a armazenagem e o transporte.
É moderna, segundo o mesmo autor, ao auxiliar as organi-
zações a se adaptarem às mudanças econômicas, como globaliza-
Curso de Capacitação a Distância
14
ção, aumento das incertezas, proliferação dos
produtos, menores ciclos de vida dos produtos
e maiores exigências dos clientes, e ao utilizar
as inovações tecnológicas visando gerenciar de
maneira mais eficiente e eficaz as operações
logísticas.
Heródoto, descrevendo a preparação de
Ciro para invadir a Grécia, qualificou a
Logística como sendo parte das artes milita-
res que visam garantir às tropas os meios necessários para a sua
sobrevivência no campo de batalha, incluindo melhores condições
de movimentação, abastecimento, alojamento e transporte
(FERRANTE, 1990 apud AZEVEDO 1998).
Dunnigan e Masterson (2000, p. 229) reforçam essa orienta-
ção bélica do termo: “[...] se traduz na rapidez com que um co-
mandante consegue se deslocar e obrigar suas tropas (armadas,
abastecidas e alimentadas) a realizar manobras (de ataque, defesa ou
manutenção do terreno) numa zona de combate”.
Christopher (1999) ressalta a relevância da Logística comen-
tando que a capacidade de fornecer suprimento é fator determinante
de sucesso ou fracasso numa batalha e decide, na maioria das vezes,
o destino de uma guerra.
O uso do conhecimento e práticas logísticas no campo de
batalha para o abastecimento das tropas com suprimentos diver-
sos (armas, munições, alimentos, medicamentos, entre outros.),
rapidamente foi apropriado pelas indústrias manufatureiras para
disponibilizar suas mercadorias junto aos mercados consumidores
e, mais recentemente, pelo segmento dos serviços com o intuito de
planejar e executar de forma mais eficiente suas atividades,
disponibilizando serviços mais sintonizados com as necessidades,
desejos e expectativas de seus clientes e consumidores.
Para saber mais
*HeródotoHeródotoHeródotoHeródotoHeródoto – foi um historiador grego, nasci-
do no Século V a.C., em Halicarnasso (hoje
Bodrum, na Turquia). A sua criação deu-lhe o
título de “pai da história” e a palavra que uti-
lizou para o conseguir, história, que previa-
mente tinha significado simplesmente “pes-
quisa”, tomou a conotação atual de “Histó-
ria”. Fonte: Wikipédia (2007).
Logística em Cadeia de Suprimento
15
Evolução
De acordo com Ballou (1993), até meados do Século XX, a
Logística estava em estado de dormência, sem ser conduzida ou
referenciada por nenhuma filosofia administrativa, ficando suas
principais atividades sob responsabilidade de outras áreas da orga-
nização, conforme o Quadro 1:
O transporte era encontrado freqüentemente sob o comando
gerencial da produção; os estoques eram de responsabilidade de
marketing, finanças ou produção; e o processamento de pedidos
era controlado por finanças ou vendas. Isto resultava no conflito
de objetivos e de responsabilidades para as atividades logísticas.
No entanto como o ambiente organizacional nessa época era do-
minado pelo rápido crescimento e dominante posição da indústria,
fruto de uma demanda reprimida por anos de depressão e pelo pós-
guerra, foi um período marcado pela tolerância.
A partir da 2ª Guerra Mundial, o conceito e a prática da
Logística desenvolveram-se no ambiente organizacional. Novaes
(2001) atribui a este período pós-guerra como a primeira de quatro
fases evolutivas apresentadas pela Logística até os dias de hoje. De
acordo com este autor, algumas características marcaram esta fase:
‰ origem na 2ª Guerra Mundial;
Quadro 1: Atividades-chave da Logística fragmentadas nas demais
áreas da organização
Fonte: adaptado de Ballou (1993, p. 28)
Atividades logísticas
Transporte
Estoques
Processamento de pedidos
Área responsável
Produção
Marketing, finanças e produção
Finanças e vendas
Curso de Capacitação a Distância
16
‰ produtos padronizados para uma família com quatro ou
cinco integrantes;
‰ ausência de sistemas de informação e comunicação avan-
çados; e
‰ os estoques serviam como pulmão, protegendo os distri-
buidores e varejistas contra a incerteza dos fornecimentos.
A Figura 1 ilustra a primeira fase da Logística, denominada
por Novaes (2001) de atuação segmentada:
Figura 1: Primeira fase da Logística
Fonte: adaptado de Novaes (2001, p. 42)
Nas décadas seguintes (1950 e 1960) ocorreu a decolagem
para a teoria e a prática da Logística. O ambiente era propício para
novidades no pensamento administrativo. O marketing estava bem
estabelecido em muitas instituições educacionais e orientava mui-
tas organizações. As condições econômicas e tecnológicas eram tais
que também encorajaram o desenvolvimento da disciplina. Algu-
mas condições-chave foram identificadas por Ballou (1993), alte-
rações nos padrões e atitudes da demanda dos consumidores; pres-
são por custos no setor industrial e avanços na tecnologia de
coputadores. Veja:
‰ alterações nos padrões e atitudes da demanda dos
consumidores: com migrações das áreas rurais para
as urbanas e dos centros das cidades para os subúrbios,
bem como a maior importância dada à variedade de mer-
cadorias. Como conseqüências pode-se verificar:
‰ aumento no número de pontos de vendas;
Manufatura Varejista
 
 
Subsistemas otimizados separadamente, com estoques servindo de pulmão
 
Centro de Distribuição
Logística em Cadeia de Suprimento
17
‰ surgimento serviços de entregas em áreas metropo-
litanas maiores;
‰ manutenção maior de estoques totais; e
‰ desenvolvimento de fornecedores ou centros de dis-
tribuição especializados para efetuarem entregas
mais freqüentes para re-suprimento;
‰ pressão por custos no setor industrial: no final de
1950, o mundo organizacional passou por um crescimen-
to econômico seguido de recessão, levando as organiza-
ções à busca pela produtividade, com relevante contri-
buição da Logística pela redução de custos; e
‰ avanços na tecnologia de computadores: o aumen-
to da complexidade logística com a proliferação de pro-
dutos, maior quantidade de depósitos e mais serviços in-
clusos na seleção de modais possibilitaram o uso mais
intensivo dos computadores e softwares baseados em mo-
delagem matemática: programação linear, teoria de con-
trole, teoria de estoques e teoria da simulação.
A competição mundial, a falta de matérias-primas, a súbita
elevação de preços do petróleo e o aumento da inflação mundial
foram alguns dos fatores econômicos que desencadearam o aumento
dos custos de transporte e manutenção de estoques e o conseqüente
desenvolvimento da Logística a partir de 1970. (BALLOU, 1993)
A Figura 2 ilustra essa fase de integração rígida que caracte-
riza a Logística daquela época:
Figura 2: Segunda fase da Logística
Fonte: adaptado de Novaes (2001, p. 46)
Transporte Transporte Transporte 
Integração formando um duto rígido, com otimização dois a dois.
 
manufatura
 Centro de 
distribuição varejista
 
O controle de custos, a busca incessante pela produtividade e
o controle de qualidade passaram a ser as principais diretrizes de
Curso de Capacitação a Distância
18
melhoria, tendo comofoco o cliente final, aprofundando conceitos
como melhoria contínua e trabalho em equipe (AZEVEDO, 1995)
e culminando com o desenvolvimento da filosofia implementada
pela empresa japonesa Toyota: Just-in-time*. A busca do esto-
que zero, uma das prerrogativas desta filosofia, aliada ao início de
uma integração entre os setores responsáveis pelo gerenciamento
do fluxo de materiais e informações da organização, bem como
com seus fornecedores e clientes, além do uso de tecnologias como
o EDI (Eletronic Data Interchange ou, traduzindo, Intercâmbio
eletrônico de dados) e o código de barras, caracterizaram a década
de 1980, considerada por Novaes (2001) como a 3ª fase da Logística.
A Figura 3 ilustra a terceira fase da Logística:
GLOSSÁRIO
*Just-in-time – ex-
pressão que signifi-
ca “no exato mo-
mento”, e se refere a
um método de pro-
dução no qual, em
cada fase do proces-
so produtivo, cada
componente, peça ou
matéria-prima, é ali-
nhado nos fluxos de
produção, na quanti-
dade e tempo exato.
Fonte: Lacombe
(2004)
A partir de 1990 surge a era da competitividade, baseada em
uma economia globalizada, cujo principal objetivo das organiza-
ções é a sobrevivência, levando a Logística a um período de trans-
formações profundas, tornando-se a “bola-da-vez” da alta admi-
nistração. (AZEVEDO, 1998) Novaes (2001) identifica uma 4ª fase
neste processo evolutivo que vem passando a Logística no ambi-
ente empresarial, caracterizando-a com os seguintes aspectos:
‰ Logística tratada de forma estratégica;
‰ postergação;
‰ organizações virtuais ou agile enterprises e a indústria
sem fumaça;
Figura 3: Terceira fase da Logística: integração flexível
Fonte: adaptado de Novaes (2001, p.47)
Duto flexível adaptável às condições externas
fornecedor
fábrica 
atacadista 
varejista 
consumidor 
Logística em Cadeia de Suprimento
19
‰ impacto da Logística no meio ambiente;
‰ ênfase absoluta na satisfação plena do consumidor final;
‰ formação de parcerias entre fornecedores e clientes, ao
longo da cadeia;
‰ troca de informações estratégicas e operacionais entre os
parceiros; e
‰ busca continuada de esforços visando a otimização da
cadeia.
A Figura 4 ilustra a quarta fase da Logística:
Como você pode ver, os recursos tecnológicos, como o com-
putador e as telecomunicações, causaram grande impacto, possi-
bilitando a evolução da Logística, principalmente no que tange ao
gerenciamento e ao fluxo de informações, permitindo decisões mais
rápidas, diminuição do nível dos estoques, compartilhamento de
informações de previsões e maior monitoramento das operações.
Outro fator que propiciou essa evolução é a relação da
Logística com a área de Marketing, ao perceber as necessidades
cada vez mais personalizadas dos clientes em termos de produtos e
serviços, aumentando a complexidade do fluxo e armazenagem de
materiais, com uma gama cada vez mais ampla de produtos.
A necessidade de reduzir custos também implicou no desen-
volvimento de um planejamento mais eficaz no que tange aos trans-
Figura 4: Quarta fase da Logística
Fonte: adaptado de Novaes (2001, p.50)
Integração plena, estratégica e flexível ao longo de toda a cadeia de suprimento
Legenda:
A –
B –
C – 
D –
E –
 
 Fornecedor de 
matéria-prima 
 Fornecedor de 
componentes 
Manufatura 
 Distribuidor 
 VarejistaA
B
C
D
E
Curso de Capacitação a Distância
20
portes, sobretudo com o aumento significativo no preço dos com-
bustíveis, levando ao desenvolvimento de mão-de-obra e de tecno-
logias especializadas neste setor.
Por último, verificamos também o aumento da preocupação
com o meio ambiente, levando ao desenvolvimento de operações
de fluxo reverso (Logística reversa*) visando o recolhimento dos
materiais e embalagens. Muitas certificações de âmbito internaci-
onal estabelecem padrões para as organizações que visam estar
em sintonia com as melhores práticas de gestão ambiental.
Ações de logística reversa você pode vislumbrar diariamente
na rotina de um hospital através do planejamento do recolhimen-
to de material esterilizado, destinação de resíduos, enfim todo o
gerenciamento e execução das rotinas envolvendo o fluxo inverso
de materiais visando reaproveitá-lo ou descartá-lo de maneira a
manter o nível de serviço oferecido adequado aos padrões de qua-
lidade e eficiência desejados.
Conceito de Logística
As atividades logísticas militares utilizadas na 2ª Guerra
Mundial influenciaram significativamente os conceitos logísticos
que são utilizados atualmente.
O Quadro 2 traz o conceito de Logística apresentado por
Christopher (1997), pelo Conselho de Administração Logística (apud
NOVAES, 2001, p. 36) e por Ballou (2001); e na seqüência a Figu-
ra 5 ilustra a visão de Logística. Veja:
GLOSSÁRIO
*Logística reversa –
é a área da Logística
que trata dos aspec-
tos de retornos de
produtos, embala-
gens ou materiais ao
seu centro produti-
vo. Fonte: http://
e q u i n o x . u n r . e d u /
h o m e p a g e / l o g i s /
reverse.pdf (2007).
Logística em Cadeia de Suprimento
21
Quadro 2: Definições de Logística
Fonte: elaborado pelos autores a partir de Christopher (1997),
Conselho de Administração Logística (apud NOVAES, 2001), Ballou
(2001)
Autor
Christopher (1997)
Conselho de Administra-
ção Logística (Council of
Logistics Management,
1 9 9 9 )
Ballou (2001)
Definição de Logística
O processo de gerenciar estrategicamente a
aquisição, movimentação e armazenagem de
materiais, peças e produtos acabados (e os
fluxos de informações correlatos) através da
organização e seus canais de marketing, de
modo a poder maximizar as lucratividades
presente e futura por meio de atendimento
dos pedidos a baixo custo.
É a parte do processo da cadeia de suprimen-
tos que planeja, implementa e controla o
eficiente e efetivo fluxo de estocagem de bens,
serviços e informações relacionadas, do ponto
de origem ao ponto de consumo, visando
atender aos requisitos dos consumidores.
É o processo de planejamento, implementação
e controle do fluxo eficiente e economicamen-
te eficaz de matérias-primas, estoque em
processo, produtos acabados e informações
relativas desde o ponto de origem até o ponto
de consumo, com o propósito de atender às
exigências dos clientes.
Veja a Figura 5 e imagine todo o gerenciamento de informa-
ções e de materiais entre um hospital, clínica, posto de saúde, cam-
panha de vacinação e seus fornecedores. Determinar as necessida-
des internas de recursos (alimentos, medicamentos, equipamen-
tos, serviços de manutenção, entre outros), identificar e selecionar
as fontes de fornecimento, determinar a freqüência e os prazos de
entrega, os locais de recebimento e as formas de manuseio e acondi-
cionamento, como as áreas internas podem consultar e solicitar o
materiais do estoque, como gerenciar o estoque, enfim tudo que en-
volve o suprimento, armazenagem e distribuição de recursos materi-
ais e serviços destinados a realização da atividade com qualidade, está
incluida no conceito de logística.
Curso de Capacitação a Distância
22
Com base nos três conceitos apresentados e diante da
esquematização (Figura 5) pode-se concluir que
Logística é o processo que cria utilidade de tempo e
localização aos bens e serviços de uma organização.
Figura 5: Visão de Logística
Fonte: elaborado pelos autores
Fornecedor
Informação
Materiais
Logística
Hospital
Transporte
Você pode perceber que os conceitos apresentam a Logística como
responsável pela administração (planejamento, implementação e con-
trole) do fluxo e armazenagem de produtos, serviços e informa-
ções não só entre fornecedores e clientes, mas ao longo de toda acadeia de abastecimento (envolvendo os beneficiadores de matéri-
as-primas, transportadores, depósitos, indústrias, distribuidores,
atacadistas, varejistas, prestadores de serviços e o consumidor fi-
nal), através da racionalização (velocidade, confiabilidade, redu-
ção de custos e qualidade) ao longo deste processo (tanto interna-
mente, dentro de cada organização, como entre as organizações),
visando o encantamento do consumidor (ao atender e até superar
suas expectativas). A Figura 6 ilustra esquematicamente estes fluxos:
Logística em Cadeia de Suprimento
23
Observe a Figura 6 que o fluxo de informações (identifican-
do necessidades, desejos, pedidos) parte dos clientes externos e in-
ternos de um hospital, por exemplo, disparando um processo de
atendimento que deve providenciar, inicialmente dentro da insti-
tuição e com sua indisponibilidade, junto aos seus fornecedores, o
abastecimento (fluxo de materiais) em direção aos solicitantes,
acompanhado pelo fluxo de informações que direcionará e regis-
trará o fornecimento efetuado. A contrapartida financeira vem
equilibrar os fluxos, remunerando o fornecimento.
Proveniente dessa definição verifica-se a amplitude de ativi-
dades sob a responsabilidade da Logística destinadas ao
gerenciamento e execução de todo o fluxo de materiais, serviços e
informações que os tornam disponível aos clientes e usuários finais.
Na Figura 7 você pode ver a ilustração do conceito de Logística
de forma esquemática:
Figura 6: Fluxos logísticos
Fonte: adaptado de Novaes (2001, p.38)
EMPRESA
FORNECEDOR
SUPRIMENTO PRODUÇÃO DISTRIBUIÇÃO
CLIENTE
FLUXO DE INFORMAÇÕES
FLUXO MATERIAL
FLUXO FINANCEIRO
Curso de Capacitação a Distância
24
Você pode observar que a Logística exige inicialmente o
detalhamento de um projeto ou processo a ser executado, passan-
do para atividades de acompanhamento e avaliação, visando ge-
rar feedback para seus gestores.
O fluxo de informações geralmente deve ser disparado pelo
cliente, através da identificação de suas necessidades, com o con-
seqüente fluxo de material e/ou serviços vindo na direção oposta
para atender essa demanda. O fluxo de informação também acom-
panha materiais e serviços visando orientar e monitorar este fluxo.
Missão e questões logísticas
Novaes (2001) enfatiza que todos os elementos do processo
logístico devem focar na satisfação das necessidades e preferências
dos consumidores finais. Para tal, todos os integrantes dessa cadeia
logística devem conhecer as necessidades de seus clientes tanto inter-
nos (departamentos e setores) como externos (integrantes da cadeia)
ao longo do processo, gerando fluxos ágeis, confiáveis e rápidos, com
custos reduzidos.
Figura 7: Visão esquemática do conceito de Logística
Fonte: adaptado de Novaes (2001, p. 36)
Processo de planejar, implementar e controlar
 
Da 
origem
Ao 
destino 
Fluxo e 
armazenagem:
Materiais
Informações
Dinheiro
Satisfazendo as necessidades e 
preferências dos clientes
De forma econômica, 
eficiente e efetiva
Logística em Cadeia de Suprimento
25
Podemos resumir afirmando que a Logística, atual-
mente, visa:
„ prazos previamente acertados e cumpridos integral-
mente, ao longo de toda a cadeia de suprimento;
„ integração efetiva e sistêmica entre todos os seto-
res da organização;
„ integração efetiva e estreita (parcerias) com forne-
cedores e clientes;
„ busca da otimização global, envolvendo a raciona-
lização dos processos e a redução de custos em toda a
cadeia de suprimentos; e
„ satisfação plena do cliente, mantendo nível de ser-
viço preestabelecido e adequado. (NOVAES, 2001)
Ching (1999) também identifica as principais missões da área
de Logística:
‰ fornecer quantidade desejada de serviços aos clientes,
objetivando alcançar níveis de custos aceitáveis e com-
petitivos;
‰ proporcionar subsídios e condições para que se movimen-
tem da maneira mais rápida e eficaz possível; e
‰ contribuir para a gestão comercial da companhia, por
meio da confiabilidade e eficácia da movimentação dos
materiais, bem como nos prazos e metas de atendimen-
to aos pedidos efetuados pelos clientes.
Desta forma podemos identificar algumas questões logísticas
em organizações voltadas à saúde:
‰ Qual o tamanho da demanda? Quantos pacientes pre-
tendo atender?; Quais as características deste público?
‰ Quais as necessidades dos clientes internos (médicos, en-
fermeiros, funcionários, cozinheiros) e externos (paci-
entes) quanto aos recursos requeridos, tempo para en-
trega, etc?
Curso de Capacitação a Distância
26
‰ Qual a variedade de produtos (somente um ou vários
tamanhos de esparadrapos) necessária?
‰ Onde devo instalar os estoques? Num único depósito cen-
tralizado ou em vários almoxarifados?
‰ Quais os métodos mais adequados de movimentação, ma-
nuseio e armazenagem dos medicamentos, alimentos,
equipamentos?
‰ Qual o tamanho do pedido de medicamentos junto ao
fornecedor que possibilite atender a demanda sem in-
correr em excessos que gerem prejuízo, quanto a prazo
de validade, deterioração e mesmo desuso?
RESUMO
Nesta Unidade, você viu que a Logística tem origem
militar e que, após a 2ª Guerra Mundial, seus conceitos de
gerenciamento foram apropriados pelas organizações em
todo o mundo.
Em seguida foi apresentado um breve panorama
evolutivo da área da Logística, a partir de meados do Sécu-
lo XX. Verificou-se que a constante dinâmica da econo-
mia, das inovações tecnológicas, da competitividade orga-
nizacional e das mudanças nos padrões de consumo foram
fatores que contribuíram para o aprimoramento e consoli-
dação de suas atividades e de seu entendimento.
Os conceitos de Logística foram apresentados, desta-
cando que esta área é responsável pelo gerenciamento das
atividades relacionadas ao fluxo de materiais, informações
e serviços, de forma racional e visando sempre atender as
necessidades dos consumidores e clientes.
Logística em Cadeia de Suprimento
27
Por último foi identificada a missão da Logística, bem
como, listadas algumas questões que fazem parte da roti-
na dos profissionais que trabalham nesta área.
Atividades de aprendizagem
Resolva as atividades de aprendizagem propostas, encami-
nhe para seu tutor através do Ambiente Virtual de Aprendi-
zagem e verifique como está seu conhecimento acerca do
assunto. Existindo dúvidas, faça uma releitura dos principais
tópicos e conceitos e, havendo necessidade, busque auxílio
junto ao seu tutor.
1. Que fatores na economia mundial atualmente poderão influ-
enciar o desenvolvimento da Logística no futuro?
2. De acordo com o conceito e os objetivos logísticos apresenta-
dos, em que a Logística pode contribuir para que sua organiza-
ção atenda e até supere as necessidades e expectativas do seu
cliente final?
3. Tente responder às questões apresentadas por Ching (1999)
no final da Unidade, em relação a sua organização.
Finalizamos a Unidade 1, na qual trouxemos ao seu conhe-
cimento o conceito de Logística e os principais assuntos que
circundam este tema. É importante que você tenha compre-
endido todos os conceitos trazidos a respeito do tema, para
que possa dar continuidade ao estudo.
Para facilitar sua compreensão, sugerimos que você organi-
ze sua rotina, separando um tempo para se dedicar aos es-
tudos, pois na modalidade a distância o principal responsá-
vel pela aprendizagem é você.
Bons estudos!
Logística IntegradaLogística Integrada
UNIDADE
2
Curso de Capacitação a Distância
30
Objetivo
Nesta Unidade, você será levado a conhecer o conjunto de
atividades que englobam a Logística, bem como o caminho
para o gerenciamento integrado de suas atividades.
Logística em Cadeia de Suprimento
31Introdução
Caro participante!
Nesta Unidade você vai conhecer as atividades que englobam
a Logística, bem como o caminho para o gerenciamento inte-
grado, que tem por objetivo ligar as diversas atividades logísticas
existentes numa organização.
É importante que você leia atentamente, anote suas dúvidas e
faça contato com seu tutor para discutir o assunto.
Fique atento! Não basta entender somente a teoria aqui apre-
sentada, mas, sim, fazer a relação entre a teoria e a prática
no seu ambiente de trabalho e como esse assunto pode con-
tribuir com seu trabalho na organização em que atua.
Na Unidade anterior, apresentamos um pouco sobre a histó-
ria e a evolução da Logística, seus conceitos e questões abordadas
em sua área de atuação. Através de sua evolução, é possível enten-
der o seu dinamismo, influenciado pelas mudanças constantes do
mercado e da economia, redirecionando constantemente sua abor-
dagem gerencial. A Figura 8 ilustra esta evolução:
Figura 8: Evolução da Logística
Fonte: Ching (1999, p. 21)
Fragmentação
1960,,,
Integração parcial
1980...
Integração total
2000...
Estudo da demanda
Compras
Planif. de pedidos
Planif. produção
Planif. de materiais
Armazenagem
Manipulação de materiais
Transporte
Estoq Prod. Acabados
Planif. distribuição
Processo de pedidos
Embalagem industrial
Serviço ao cliente
ADMINISTRAÇÃO
DE MATERIAIS
DISTRIBUIÇÃO
FÍSICA
LOGÍSTICA
INTEGRADA
Curso de Capacitação a Distância
32
Pudemos verificar que no início as atividades logísticas eram
gerenciadas de maneira fragmentada, por diversos departamentos
da organização. A partir dos anos 1970 surge um delineamento de
uma área de logística, reunindo as várias atividades sob uma úni-
ca responsabilidade gerencial, visando aprimorar o gerenciamento
do fluxo de materiais e informações na organização. Atualmente
temos um conceito que extrapola as fronteiras organizacionais
propiciando uma interação mais eficiente e eficaz entre os parcei-
ros de uma cadeia de suprimentos (fornecedores, clientes, trans-
portadores, operadores logísticos, etc).
Atividades logísticas
Para que você entenda melhor a amplitude das atividades
logísticas, veja o Quadro 3, adaptado de Ballou (2001), que ilustra
o conjunto de atividades que estão inclusas no conceito de Logística
Integrada, relacionado ao gerenciamento do fluxo de materiais,
informações e serviços:
Atividades chave
Padrões de serviço aos clientes, cooperando
com Marketing ao:
„ determinar as necessidades e desejos dos
clientes com relação aos serviços logísticos;
„ determinar a resposta do cliente ao serviço; e
„ estabelecer os níveis de serviço aos clientes.
Transporte:
„ seleção do modo e serviços de transportes;
„ consolidação de cargas;
„ roteirização de transportadores;
„ programação de veículos;
„ seleção de equipamentos;
„ processamento de reclamações; e
„ auditoria de taxas.
Atividades de apoio
Armazenagem:
„ determinação de espaço;
„ layout de estocagem e projeto de docas
(dock);
„ configuração de armazém; e
„ localização de estoques.
Manuseio de materiais:
„ seleção de equipamentos;
„ políticas de substituição de equipamen-
tos;
„ procedimentos de realização (picking) de
pedidos; e
„ armazenamento e recuperação de
estoque.
Quadro 3: Atividades Logísticas (continua)
Fonte: elaborado a partir de Ballou (2001)
Logística em Cadeia de Suprimento
33
Veja o detalhamento das atividades logísticas apresentadas
no Quadro 3:
‰ Padrão de serviço ao cliente: definir como será a po-
lítica de fornecimento de medicamentos, equipamentos,
alimentos, determinando horários e locais de entrega,
volumes a serem transportados, como serão recolhidos,
entre outros são definidos em um plano que configurará
o nível de serviço desejado entre clínica, hospital, posto de
saúde e seus fornecedores, evitando variações no proces-
so que poderão prejudicar as operações de atendimento.
‰ Transporte: todas as atividades relacionadas ao plane-
jamento, execução e controle do transporte estão
inseridas nesta atividade logística que tem como objeti-
vo garantir que o fornecimento não seja interrompido,
chegue com qualidade, e que seja adequado ao orçamen-
to da instituição.
Quadro 3: Atividades logísticas (conclusão)
Fonte: elaborado a partir de Ballou (2001)
Atividades chave
Gestão de estoques:
„ políticas de estocagem de matérias-primas e
produtos acabados;
„ previsão de vendas de curto prazo;
„ composto (mix) de produtos nos pontos de
estocagem;
„ número, tamanho e localização dos pontos de
estocagem; e
„ estratégias de just-in-time, “empurrar” e
“puxar” produção.
Processamento de pedidos:
„ procedimentos de interface entre vendas e
pedidos de inventário;
„ métodos de transmissão de informações de
pedidos; e
„ regras de elaboração de pedidos.
Atividades de apoio
Compras:
„ seleção de fonte de suprimento;
„ oportunidade (timing) de suprimento; e
„ quantidade de compra.
Embalamento de proteção. Projeto para:
„ manuseio;
„ estocagem; e
„ proteção contra perdas e danos.
Cooperação com as Operações para:
„ especificação de quantidades agregadas; e
„ seqüenciamento e tempo do resultado da
produção.
Manutenção da informação
„ coleta, armazenamento e manipulação
de informações;
„ análise de dados; e
„ procedimentos de controle.
Curso de Capacitação a Distância
34
‰ Gestão de estoque: determinar e controlar a quanti-
dade de itens em estoque que viabilize o pleno atendi-
mento das necessidades de um hospital, clínica, posto de
saúde ou programa de vacinação sem incorrer em des-
perdício por solicitar ou manter itens a mais do que o
necessário.
‰ Processamento de pedidos: como viabilizar que as
informações de necessidades de recursos sejam transmi-
tidas rapidamente e consistentemente, tanto dentro da
instituição (entre os setores) como com seus fornecedo-
res, possibilitando que os pedidos sejam atendidos den-
tro dos prazos acordados.
‰ Armazenagem, manuseio e embalagem: envolvem
as atividades que irão garantir qualidade aos recursos de-
mandados, seja na guarda, na forma de movimentação e
manuseio, seja nos tipos de embalagem que os acondicio-
narão e o manterão dentro das especificações desejadas.
‰ Compras: realizar junto as áreas demandantes especificações
corretas que permitam que os recursos adquiridos aten-
dam as necessidades da organização de saúde, identifi-
cando potenciais fornecedores que atendam os requisitos
tanto relativos aos produtos como referentes aos servi-
ços logísticos de entrega (prazo, local, custo), além das
próprias cotações e aquisições são algumas das ações es-
peradas por esta atividade logística.
‰ Cooperação com as operações: determinar de acor-
do com o “plano de operações” de um hospital (cirurgias
realizadas, por exemplo) quais as necessidades de recur-
sos que deverão ser disponibilizados, visando agilizar os
procedimentos de médicos e assistentes nas cirurgias, por
exemplo.
‰ Manutenção da informação: possuir dados e informa-
ções referentes a programas de vacinação já realizados,por
exemplo, permitirão análises mais aprofundadas que irão
facilitar o planejamento de programas futuros, minimizando
perdas e auxiliando na alocação de recursos mais adequa-
dos às ações vindouras.
Logística em Cadeia de Suprimento
35
A classificação entre atividades-chave e de suporte, segundo
o autor, deve-se ao fato de as primeiras sempre ocorrerem no cir-
cuito crítico (ciclo do pedido) “cliente-pedido-estoque-transporte”,
além de contribuírem com a maior parcela dos custos logísticos
totais. Já as atividades de suporte, não estão presentes em todas as
organizações.
Lambert, Stock e Vantine (1998) acrescentam ainda outras
atividades:
‰ localização de instalações: estudosde localização vi-
sando melhorar o nível de serviço ao cliente;
‰ suporte de peças de reposição e serviços: são as ati-
vidades relacionadas ao pós-vendas e que visam propor-
cionar suporte adequado ao cliente, constituindo parte
da Logística reversa através do acionamento de serviços de
assistência técnica, manutenção de estoques estratégicos
de peças de reposição, retirada de produtos com defeitos e
realização de medidas de desempenho, que irão possibili-
tar o gerenciamento de programas de manutenção de equi-
pamentos de clínicas e hospitais, minimizando possíveis
problemas com a interrupção no uso dos mesmos;
‰ reaproveitamento e remoção de refugos: visa con-
trolar e destinar os subprodutos dos processos, como o
lixo hospitalar, por exemplo; e
‰ administração das devoluções: está ligada ao trata-
mento dos produtos rejeitados ou para troca e assistên-
cia técnica.
Você pode verificar que as três últimas atividades estão rela-
cionadas com mais uma ação incorporada pela Logística, que
concerne ao gerenciamento do fluxo de retorno dos materiais, tam-
bém denominada de Logística reversa, fruto de preocupação de
muitas organizações, tanto na assistência ao cliente para obter o
máximo proveito dos produtos e serviços adquiridos, como na
destinação de materiais e mercadorias inservíveis ao cliente.
Curso de Capacitação a Distância
36
Quadro 4: Atividades logísticas em organizações prestadoras de serviços
Fonte: elaborado pelos autores
Serviço
Eventos
Hospitais
Serviços de
abastecimento
Posto de Saúde
Atividades
Localização, layout, fluxo de pessoas, controle de estoque
de materiais de apoio, planejamento e controle de horári-
os, planejamento e controle de translados.
Localização, layout, controle de estoque de materiais de
apoio, planejamento e controle do atendimento (plan-
tões, número de profissionais, especialidades, etc.) e
gestão de filas.
Localização, controle de estoque de materiais de apoio,
planejamento e controle de manutenção preventiva e
corretiva.
Localização, layout, controle de estoque de materiais de
apoio, planejamento e controle do atendimento (horários,
prazos e duração).
O Quadro 4 ilustra como organizações de serviços também
possuem atividades logísticas:
Logística Integrada
Muitas organizações ainda desconhecem o potencial aumento
de eficiência e eficácia em seus resultados quando as atividades do
nível de serviço logístico são organizadas e realizadas em sincronia,
de forma econômica e ajustadas às demandas dos clientes e con-
sumidores (Figura 9).
Lambert, Stock e Vantine (1998) colocam que o conceito de
gestão da Logística Integrada concerne ao tratamento das diver-
sas atividades como um sistema único, eliminando a fragmenta-
ção de um gerenciamento por atividade, com respectivos orçamen-
tos, prioridades e medições. Os autores ressaltam ainda que sem a
abordagem integrada o estoque tende a se acumular nas interfaces
críticas do negócio, como entre o Fornecedor e o setor de Com-
pras; entre este e a Operação; entre a Operação e a Distribuição;
Logística em Cadeia de Suprimento
37
etc. Além disso salientam que a integração intensifica a utilização
dos ativos de transporte e armazenagem, eliminando a duplicação
de tarefas nos departamentos. Esta integração irá facilitar a posi-
ção competitiva da organização direcionando os recursos e esfor-
ços logísticos de acordo com os componentes do mix de marketing
que veremos abaixo:
‰ Produto (ou serviço): quais produtos (e/ ou serviços)
serão postos à venda? Qual o mix de produtos a ser
ofertado em cada região?
‰ Promoção: Quais políticas de promoção e descontos se-
rão oferecidas para cada produto em cada região?
‰ Preço: qual o nível de preço será praticado para cada
produto em cada região? e
‰ Praça: Como o produto será distribuído? Quais locais
serão atendidos? Qual a periodicidade de atendimento?
Qual o nível de serviço quanto a disponibilidade de pro-
duto por região ou tipo de cliente?
Figura 9: Modelo conceitual de Logística integrada
Fonte: adaptado de Lambert e Stock (1993, p. 43)
Promoção
Transporte
Embalagem
Processamento 
de Pedidos
Produto
Preço
Estoque
Logística
Armazenagem
Enquanto a área de Marketing desenvolve atividades relaci-
onadas ao desenvolvimento do produto, estabelecimento de preço
e como promovê-lo, o delineamento das alternativas para torná-lo
Curso de Capacitação a Distância
38
disponível (canais de distribuição) é uma decisão conjunta com a
área de logística e seu composto de atividades.
As atividades logísticas apresentadas, de acordo com o hori-
zonte do planejamento e o impacto de suas decisões, podem ser
organizadas hierarquicamente. Veja no Quadro 5 como as ativi-
dades logísticas possuem amplitude operacional (ações de curto
prazo necessárias a realização da operação no dia-a-dia), táticas
(de aplicação no médio prazo e de cunho gerencial, que irão
impactar nas ações e resultados operacionais) e estratégicas (abran-
gendo um horizonte de planejamento maior que servirá de base
para a realização das atividades táticas e operacionais, sendo de
responsabilidade da alta direção).
Quadro 5: Hierarquia e exemplos de decisões logísticas
Fonte: Ballou ( 2001, p. 42)
Tipo de
Decisões
Localização
Transportes
Processamento
de Pedidos
Serviços ao
cl iente
A r m a z e n a g e m
Compras
Estratégica
Número de
locais, tamanho
e localização
Seleção de
m o d a i s
Seleção e projeto
do sistema de
colocação de
pedidos
Estabe lec imento
de padrões
Leiaute, seleção
de local
Pol í t icas
Tática
Posic ionamento
dos estoques
Sazonalidade do
mix de serviço
Regras de
prior idades
para pedidos de
c l i e n t e s
Escolha sazonal
de espaço
C o n t r a t a ç ã o ,
seleção de
fornecedor
Operacional
Roteir ização,
aceleração e
despacho.
Quantidades e
tempo de reabas-
t e c i m e n t o
Aceleração de
pedidos
P r e e n c h i m e n t o
de pedidos
Liberação de
pedidos
Nível de Decisões
As decisões logísticas passam pela quantificação e racionali-
zação de custos dos níveis de serviços logísticos relacionados ao
lote de compra, ao inventário, às tecnologias para o processamento
de pedidos, ao transporte e à armazenagem. Gerenciá-los de for-
Logística em Cadeia de Suprimento
39
Este assunto você vai
estudar na Unidade 3
ma integrada trará eventualmente maiores custos para algumas
das atividades, porém irá permitir um planejamento e controle mais
amplos e integrados, com reduções nos custos logísticos totais con-
forme você pode verificar na Figura 10:
Figura 10: Processo Integrado da Cadeia de Suprimentos
Fonte: Adaptado de Lambert (1998, p. 43)
Preço
Custo
Estoque
Praça
Serviço ao Cliente
Custo
Compras
Custo
Armazenagem
Custo
Transporte
Custo
Tecnologia de
Informação
Produto
Promoção
Segundo Bowersox e Closs (2007), a Logística eficiente está
embasada na coordenação de um projeto de rede, informação, trans-
porte, estoque, armazenagem, manuseio e embalagem.
O desafio está em administrar cada uma destas atividades, visan-
do atender às demandas estabelecidas, eliminando duplicação e des-
perdício, através de um gerenciamento integrado, tanto na orga-
nização como entre sus fornecedores, que ocasionará em redução
de custos além de ganhos na qualidade dos processos e da imagem
da instituição perante a comunidade.
A Figura 11 ilustra o conceito de Logística Integrada, visto
anteriormente:
Curso de Capacitação a Distância
40
Funções Logísticas
Ching (1999) ressalta que para uma organização desfrutar
dos benefícios da Logística em sua estratégia, deve desenvolver uma
visão estrutural integrada da sua cadeia logística,composta por
três grandes grupos, conforme a Figura 12:
Figura 11: A Logística integrada
Fonte: adaptado de Bowersox e Closs (2007, p. 44)
Figura 12: A cadeia de Logística tradicional
Fonte: AZEVEDO (2002, p. 87)
 
 
Fornecedores 
Supri-
mento
 
 
Apoio à 
manufatura 
Distribuição 
física 
 
Clientes 
Fluxo de materiais 
Fluxo de informações 
Logística em Cadeia de Suprimento
41
Logística de Suprimentos
Esta função reúne as atividades de compras de matéria-pri-
ma, processamento de pedidos, categorização e gerenciamento de
fornecedores, envolvendo toda dinâmica de solicitações e entrega
de medicamentos, alimentos, equipamentos e materiais para que
possam suprir as operações da instituição. Ching (1999) ressalta
ainda que na Logística de suprimentos devem ser alinhados os pla-
nos estratégicos de fornecedores e instituições, direcionando recur-
sos para a otimização das operações e a redução de custos.
Logística de Produção
De acordo com Ching (1999), nesse grupo o importante é a
sincronia da produção com as demandas dos clientes. A agilidade
nas operações de suprimento, aumento da freqüência das entre-
gas, redução do tamanho e padronização dos lotes transportados,
compromisso pela qualidade, envolvimento em atividades inter-
nas do cliente e garantia e confiabilidade de prazos são ações que
Figura 13: Logística de suprimentos
Fonte: elaborada pelos autores
Curso de Capacitação a Distância
42
proporcionarão a realização desses objetivos (Tubino, 1999 apud
AZEVEDO, 2002). Neste caso, podemos incluir as atividades que
irão possibilitar que seringas, esparadrapos, fios de sutura, entre
outros materiais, sejam solicitados pela ala cirúrgica e que possam
de acordo com o tipo de cirurgia, dispor dos itens corretos e quan-
tidades adequadas no momento da operação.
Logística de Distribuição
Envolve as relações entre a instituição, clientes e consumi-
dores, sendo responsável pela distribuição física do produto acaba-
do até os pontos de consumo. As atividades de planejamento e exe-
cução de um programa de vacinação ou de saúde comunitária en-
volvem várias atividades logísticas como o acesso às informações
sobre características da demanda (manutenção da informação), a
determinação da sistemática de realização de pedidos de acordo
com as necessidades das regiões atendidas (processamento de pe-
didos), a determinação e a manutenção de estoques de vacinas,
seringas, remédios, ... que viabilizem o atendimento desta deman-
da (gestão de estoques), a forma como serão armazenados, movi-
mentados, embalados e transportados (armazenagem, movimen-
tação, embalagem e transporte).
Ching (1999) salienta que devem ser formadas alianças com
parceiros a fim de atender às necessidades dos clientes e minimizar
os custos de distribuição. A sincronização entre demanda, fabrica-
ção, distribuição e transporte, com o intuito de repor os produtos
acabados de acordo com as necessidades dos consumidores é o prin-
cipal objetivo desta função de distribuição (Figura 14).
Logística em Cadeia de Suprimento
43
Figura 14: Logística de distribuição
Fonte: elaborado pelos autores
 Como resultados esperados de um gerenciamento integrado
das atividades logísticas no setor hospitalar, Bowersox e Closs
(2007) apontam:
‰ resposta rápida: capacidade de atender às exigências
de serviço ao cliente;
‰ padronização do tempo de atendimento: a variância
é ocasionada por acontecimentos inesperados, como
atrasos no recebimento dos pedidos dos clientes, inter-
rupções na fabricação, avarias nas mercadorias, entre-
gas em local incorreto, etc;
‰ estoque mínimo: ou seja, reduzir os custos com esto-
ques sem comprometer a prestação de serviço ao cliente;
‰ otimização dos custos de movimentação: o trans-
porte, como um dos custos logísticos mais significativos,
tem na consolidação da movimentação, através da utili-
zação do maior carregamento na maior distância possí-
vel, a possibilidade de reduzir o custo unitário transpor-
tado. As atividades desta função precisam estar alinha-
das internamente e com os fornecedores para que o flu-
xo de informação e de materiais não seja interrompido;
Curso de Capacitação a Distância
44
‰ qualidade: a Logística deve ser executada segundo pa-
drões rígidos, evitando o erro, que acarretará em desfa-
zer o serviço para refazê-lo; e
‰ apoio ao ciclo de vida: acompanhar as necessidades
dos clientes em relação aos produtos comercializados,
como o recolhimento de embalagens e de material tóxi-
co, programas de retirada do mercado (Logística reversa),
além do fornecimento de peças de reposição.
Olá! Você viu, ao longo desta Unidade, o conjunto de ativi-
dades logísticas e a necessidade de gerenciá-las de forma
integrada. O resultado disso é fundamental para as organi-
zações, visto que posteriormente possibilitará a elas uma
integração externa com seus fornecedores e clientes, suge-
rindo resultados melhores em termos de investimentos, re-
dução de custos e desempenho do serviço oferecido aos
clientes: é a gestão da cadeia de suprimentos, que você verá
nas próximas Unidades.
RESUMO
Nesta Unidade você viu que a Logística caminha para
uma fase de integração de suas atividades. Estas, que com-
põem o nível de serviço logístico, são: serviço ao cliente, trans-
portes, administração de estoques, fluxo de informações e
processamento de pedidos, compras, armazenagem, manu-
seio de materiais, embalagem, cooperação com a produção/
operações, manutenção da informação, localização de insta-
lações, suporte de peças de reposição e serviços.
Verificou também que essas atividades logísticas são
realizadas nas interfaces com os fornecedores, denomina-
da Logística de suprimentos, no apoio à manufatura
Logística em Cadeia de Suprimento
45
(Logística de produção) e na entrega de produtos acabados
(Logística de distribuição).
Encerrando, foram apresentados os resultados que de-
vem ser alcançados com o gerenciamento integrado das
atividades logísticas: resposta rápida, variância mínima,
estoque mínimo, consolidação da movimentação, qualida-
de e apoio ao ciclo de vida.
Atividades de aprendizagem
Nesta Unidade, você teve a oportunidade de conhecer o
conjunto de atividades logísticas e a necessidade de
gerenciá-las de forma integrada. É importante que você faça
as atividades sugeridas e encaminhe para seu tutor através
do Ambiente Virtual de Aprendizagem, existindo dúvidas,
busque auxílio junto ao seu tutor.
1. Observe a sua organização. Verifique os fluxos de informa-
ção e de materiais que acontecem. Descreva-os e verifique se há
atividades que se repetem. Identifique o(s) sistema(s) de infor-
mação utilizado(s). Tente identificar quais os maiores proble-
mas que acontecem. Analise e veja se esses fluxos podem ser
aprimorados.
2. Dentre as atividades logísticas apresentadas, quais as que po-
deriam contribuir para uma melhor operação em sua organi-
zação?
3. Você acha que as atividades logísticas numa organização de
serviços (pode ser a sua) devem ser gerenciadas de forma inte-
grada? Justifique sua resposta.
Cadeia de suprimentoCadeia de suprimento
UNIDADE
3
Curso de Capacitação a Distância
48
Objetivo
Nesta Unidade, você será levado a conhecer o conceito
de cadeia de suprimento e sua importância para as
organizações, compreender o conceito de canal de
distribuição e analisar as características e as principais
decisões na cadeia de suprimento.
Logística em Cadeia de Suprimento
49
A importância da cadeia
de suprimento
Olá, caro participante!
Preparado para iniciar a Unidade 3 deste módulo? Aqui você
vai encontrar conceitos relacionados à cadeia de suprimen-
tos, além de fatores decisivos à sua estruturação, taiscomo
decisões relativas à localização das instalações, distribuição
física, estoques, transporte, fluxo de informações, estimati-
vas e previsões e relacionamentos.
Você já teve oportunidade de observar que nenhuma opera-
ção de transformação existe isoladamente? As operações
desenvolvidas por uma organização fazem parte de uma rede
maior, que conecta as operações de diferentes organizações.
Podemos citar como exemplo o papel. A folha de papel que
você utiliza para apresentar um relatório, o prontuário de
paciente ou a prescrição de um medicamento faz parte da
rede de fornecimento que começa com uma árvore.
Assim, se todos tivessem a consciência que uma folha de
papel é resultante do processo de transformação de várias
organizações interligadas, será que os cestos de lixo teriam
tanto papel? O processo tem início no abate de uma árvore,
prossegue com o processamento da madeira, com a obten-
ção da celulose, com a fabricação do papel, com a impres-
são feita na gráfica e, finalmente, com o preenchimento da
folha. Será que todos têm a noção de que existem tantas
organizações diferentes viabilizando o formulário que pre-
enchemos?
Este é o ponto principal nesta Unidade: buscaremos esta-
belecer a perspectiva da rede de suprimento para compre-
ender como é importante a gestão da cadeia de suprimento
das operações. Em especial, vamos discutir os impactos que
o gerenciamento da rede de suprimento causa à sociedade
e a necessidade de projetar as relações entre organizações
de maneira integrada, a fim de minimizar os custos sociais
Curso de Capacitação a Distância
50
na aquisição e utilização dos materiais necessários aos pro-
cessos de transformação e atendimento de usuários.
É importante que você fique atento a todos os conceitos,
anotando suas dúvidas e fazendo as atividades sugeridas ao
final desta Unidade. E caso encontre dificuldades na compre-
ensão de algum conceito ou ainda na resolução das ativida-
des, não deixe de buscar ajuda junto ao seu tutor.
Cadeia de suprimento significa supply chain em inglês, e tal
termo costuma ser muito utilizado no Brasil. Apesar do uso cor-
rente do termo em inglês, adotaremos cadeia de suprimento.
De acordo com Bertaglia (2006, p. 4):
Cadeia de suprimento corresponde ao conjunto de proces-
sos requeridos para obter materiais, agregar-lhes valor de
acordo com a concepção dos clientes e consumidores e
disponibilizar os produtos para o lugar (onde) e para a data
(quando) que os clientes e consumidores os desejarem.
Neste conceito existem alguns aspectos que precisam ser des-
tacados para a sua compreensão.
Em primeiro lugar, destacamos que materiais são recursos
necessários à operacionalidade de qualquer organização,
manufatureira ou de serviços, pública ou privada. Uma organiza-
ção necessita de alguns recursos para existir e atuar no ambiente
em que se propõe; entre eles estão os materiais.
É mais fácil visualizar a necessidade de matérias-primas em
organizações manufatureiras. Facilmente percebemos que o aço
se transforma em tesoura em uma organização de cutelaria e que
precisamos de tesouras em procedimentos de serviços de saúde.
No entanto, é comum observarmos notícias de falta de materiais
prejudicando o atendimento de pessoas e é importante estabelecer
que estamos analisando todo o caminho que os materiais percor-
rem para chegar ao usuário.
Logística em Cadeia de Suprimento
51
Um segundo aspecto é a noção de agre-
gar valor de acordo com a concepção dos
usuários. A idéia de que um processo deve
adicionar valor para o usuário foi introduzida
por Taiichi Ohno na Toyota, por volta de 1950,
e esta noção passou a considerar desperdício
qualquer atividade que não seja relevante do
ponto de vista do usuário. Esta é a base do que
se convencionou chamar de Just in Time e de
Sistema Toyota de Produção, exigindo um
questionamento de cada processo buscando a melhoria e agrega-
ção de valor.
Um terceiro aspecto no conceito é a noção de rede e de
conectividade entre organizações. Imagine que em Minas Gerais
exista extração de minério, que no Rio Grande do Sul exista uma
fábrica de tesouras e que um posto de saúde no Piauí necessite de
tesouras. Como é possível estabelecer o fluxo da mina ao posto de
saúde? Quantas organizações estão envolvidas? Como é possível
comprometer-se com prazos de atendimento? Como estão organi-
zadas as operações para que seja possível viabilizar o atendimento
de tal necessidade?
É dessa necessidade que emerge a noção de corrente, carac-
terizando cada organização como um elo. Para Slack et alii (1999),
a rede deve ser dividida em lado do fornecimento e lado da
demanda.
‰ No lado do fornecimento uma operação tem seus forne-
cedores de peças ou informações ou serviços. Estes for-
necedores têm seus próprios fornecedores, que por sua
vez também têm seus próprios e assim por diante.
‰ No lado da demanda a operação tem clientes. Estes po-
dem não ser os clientes finais dos produtos ou serviços
da operação e, ainda, podem ter seu próprio conjunto de
clientes e assim por diante.
Para saber mais
*TTTTTaiichi Ohnoaiichi Ohnoaiichi Ohnoaiichi Ohnoaiichi Ohno (1912 - 1990) – é considera-
do o maior responsável pela criação do Siste-
ma Toyota de Produção. Formou-se em Enge-
nharia Mecânica e entrou para a Toyota
Spinning and Wearing em 1932. Em 1943, foi
transferido para a Toyota Motor Company,
onde exerceu diversas funções até assumir o
cargo de vice-presidente executivo em 1975.
Fonte: Wikipédia (2007)
Curso de Capacitação a Distância
52
A Figura 15 ilustra essa concepção:
Analisar a rede de relacionamentos e de transações entre as
organizações ajuda a identificar pontos críticos de fornecimento e
as dificuldades que serão enfrentadas no suprimento dos materiais
necessários à operacionalidade organizacional. Auxilia, ainda na
elaboração de estratégias de longo prazo que aperfeiçoem o funci-
onamento da rede, gerando melhor qualidade no atendimento às
necessidades dos usuários.
Relacionamentos na cadeia
de suprimentos
Como você deve ter percebido, o estudo da cadeia de supri-
mento implica em compreender as funções dos diferentes agentes
envolvidos nas operações. Bowersox e Closs (2007) explicam os
relacionamentos pelo lado da demanda com a noção de canal de
distribuição*. A função do canal de distribuição é desenvolver
atividades que viabilizem acesso dos usuários ao produto ou servi-
ço que está sendo oferecido. Assim estes canais desenvolvem ativi-
Figura 15: Rede total e imediata de suprimentos
Fonte: Slack et alii (1999, p. 146)
GLOSSÁRIO
*Canal de distribui-
ção – estrutura de
unidades organiza-
cionais dentro da or-
ganização, e agentes
e firmas comerciais
fora dela, atacadis-
tas e varejistas, por
meio dos quais uma
mercadoria, um
produto ou um ser-
viço são comerciali-
zados. Fonte: Baker
(Apud BOWERSOX e
CLOSS, 2007, p. 89)
A rede total de suprimentosA rede imediata de suprimentos
A
operação
Lado do
fornecimento da rede
Fornecedores
de segunda
camada
Clientes
de segunda
camada
Fornecedores
de primeira
camada
Clientes
de primeira
camada
Lado da
demanda da rede
Logística em Cadeia de Suprimento
53
dades de armazenagem, transporte, pesquisa e prospecção de mer-
cado, com a finalidade de facilitar o acesso, diminuindo tempo de
suprimento, tamanho de lotes e melhorando a qualidade da infor-
mação acerca das quantidades necessárias de fornecimento.
Os participantes típicos do canal de distribuição são:
‰ fabricantes: produtores de bens de consumo e de
insumos industriais;
‰ mineração: extratores de matérias primas;
‰ agricultura: plantadores de alimentos e de insumos ne-
cessários a outras organizações;
‰ atacadistas:adquirem de fabricantes e agricultores e
abastece os varejistas; e
‰ varejistas: comercializam bens e serviços junto ao usu-
ário final.
Os participantes especializados são:
‰ transporte: dedicado ao transporte de bens e serviços;
‰ armazenagem: dedicado à guarda de materiais;
‰ montagem: dedicado à montagem dos produtos comer-
cializados; e
‰ comercialização: dedicado à comercialização dos bens
ou serviços, mais comum na comercialização de safras
agrícolas.
De acordo com Bowersox e Closs (2007), canal de distribui-
ção é o meio através do qual as transações de transferência de pro-
priedade de bens e serviços ocorrem. Ou seja, de acordo com a
American Marketing Association:
Canal de distribuição é a estrutura de unidades
organizacionais dentro da empresa, agentes e firmas
comerciais fora dela, atacadistas e varejistas, por meio
das quais uma mercadoria, um produto ou serviço são
comercializados. (BAKER, 1990, p. 47)
Curso de Capacitação a Distância
54
Assim, temos que um canal de distribuição é um grupo de
organizações interessadas que assumem a propriedade de produ-
tos ou viabilizam sua troca durante o processo de comercialização,
do fornecedor inicial até o comprador final.
A Figura 16 ilustra esse relacionamento:
Figura 16: Canais genéricos de distribuição
Fonte: Bowersox e Closs (2007, p. 90)
Por fim, para exemplificar como ocorrem as transações apre-
sentamos a cadeia de suprimento de alimentos (Figura 17):
Fazendas e
matérias-
primas
Fabricantes e usuários
industriais
Atacadistas
Varejistas
Consumidores e governo
Logística em Cadeia de Suprimento
55
Conforme você pode observar na Figura 17, temos os partici-
pantes típicos e os especializados envolvidos em uma série de tran-
sações para atender aos usuários. Um deles poderia ser, por exem-
plo, o hospital universitário de uma universidade qualquer.
Figura 17: Participantes dos canais de distribuição em uma cadeia de
suprimento de alimentos
Fonte: Bowersox e Closs (2007, p. 91)
Insumos
Fornecedores de
insumos agrícolas
Produtores
agrícolas
Entrepostos
locais
Entrepostos
finais
Processadores
varejistas
Fabricantes
Mercados de
importação
Compras de
governo
Mercados de
exportação
Atacadistas
especializados
Atacadistas
inconstitucionais
Atacadistas
integrados
Distribuidores/
atacadistas integrados
de alimentos e serviços
Varejistas de
alimentos e serviços
Varejistas
especializados
Lojas de
varejo
Consumidores
Produção
Agrícola
Entrepostos
Processamento
inicial
Manufatura
Atacado
Varejo
Consumo
Curso de Capacitação a Distância
56
Decisões relevantes na
cadeia de suprimento
As cadeias de suprimento podem envolver relacionamentos
muito complexos. Na Figura 17 você viu, por exemplo, que impor-
tação de produtos pode ser uma atividade da cadeia de suprimen-
to. Esta atividade tem crescido de importância em muitos proces-
sos com materiais nacionais e importados compondo cada vez mais
os produtos, mas trataremos a seguir das decisões relativas à loca-
lização das instalações, distribuição física, estoques, transporte, flu-
xo de informações, estimativas e previsões e relacionamentos.
Localização das instalações
Trata-se de uma decisão importante da cadeia de suprimen-
to definir a localização das organizações que compõem a rede, o
que tem um impacto significativo nos custos e nos fluxos logísticos
e exige estudos acerca da localização dos clientes, dos fornecedores
e das facilidades de transporte.
Imagine, por exemplo, que as matérias-primas e os fornece-
dores primários localizem-se em Roraima, que o mercado consu-
midor esteja predominantemente em Goiás. Qual a melhor locali-
zação para uma organização que desejasse intermediar essa tran-
sação? É preciso analisar algumas variáveis para responder esta
questão, incluindo qualificação de mão-de-obra e incentivos fis-
cais. A análise deve contemplar aqueles aspectos referentes à infra-
estrutura de transporte (existência de ferrovias, rodovias ou
aerovias, custo do frete e regularidade das rotas), à análise do vo-
lume necessário de transporte para viabilizar a operação e à sobre-
vivência ambiental da organização, que resulta da satisfação dos
usuários em relação ao serviço prestado.
Logística em Cadeia de Suprimento
57
Distribuição física
Um segundo aspecto é a definição da distribuição física
dos bens e serviços das organizações que compõem uma determi-
nada rede de suprimento. O fluxo de bens e serviços precisa ser
projetado a partir da análise dos canais de distribuição. A organi-
zação pode optar por entregar seus produtos diretamente aos usu-
ários finais, pode optar por entregar ao varejista para que ele re-
passe aos usuários finais, ou a um distribuidor para que ele repasse
ao varejista e este ao usuário final. É importante salientar que cada
elo na cadeia representa adicionamento de valor e, conseqüente-
mente, aumento no preço final do produto para o usuário.
Há quem opte pelo caminho mais longo? Há, e não são pou-
cos os exemplos. Os medicamentos, por exemplo, costumam ser
distribuídos pelos fabricantes para os centros de distribuição, tam-
bém chamados de distribuidores, que repassam para as farmácias,
que são os varejistas, e estes, por fim, atendem aos usuários finais.
Existem vários motivos para que essa opção ocorra, mas a
explicação passa pela análise da viabilidade da operação, pelos cus-
tos envolvidos e pelo nível de serviço que o fabricante espera pres-
tar aos usuários. A opção por criar centros de distribuição e vare-
jistas para atender ao usuário final costuma diminuir o tempo de
atendimento e, em caso de medicamentos, o tempo de atendimen-
to é uma variável de extrema importância. Por outro lado, cria
estoques em vários elos da cadeia, gerando custos que tendem a
ser repassados para o preço final dos produtos.
Estoques
Outra decisão relevante, e decorrente das anteriores, é a re-
lativa a estoques. A decisão de guardar materiais em diferentes
estágios da cadeia de suprimento representa definir o volume de
capital que ficará investido em materiais à espera de consumo.
A análise é operacional, pois se está definindo políticas de atendi-
mento de usuários, e financeira, pois dinheiro investido em esto-
que pode faltar para outras atividades da organização e sempre se
Curso de Capacitação a Distância
58
corre o risco de perder o investimento em estoque por deteriorar
ou perder a validade do material a ser usado. Há, ainda, a decisão
de onde deve ficar o estoque: no varejista, no distribuidor ou no
fabricante? A concentração do estoque em um destes níveis repre-
senta quem compromete mais e quem compromete menos sua dis-
ponibilidade financeira.
Transporte
Outra decisão relevante é o transporte. O Brasil possui de-
ficiências em sua infra-estrutura de transporte e definir a forma
como circularão os produtos até o usuário final pode representar
um custo significativo, ou perda significativa na qualidade do aten-
dimento aos usuários.
De acordo com o Centro de Estudos de Logística (COPPEAD,
2007), 12% das rodovias brasileiras são pavimentadas e 88% não o
são. Quanto à avaliação da malha rodoviária brasileira, 11% foi
considerada em ótima condição, 14% em boa condição, 38% foi
considerada deficiente, 24% ruim e 12% péssima. Há também defi-
ciências significativas na infra-estrutura de transporte ferroviário,
aéreo e aquaviário no Brasil e, portanto, decidir em relação ao meio
de transporte a ser utilizado pode ser decisivo na viabilização dos
custos de uma transação.
Fluxo de informações
Outra decisão relevante diz respeito ao fluxo de informa-
ções. A tecnologia da informação desempenhahoje papel funda-
mental para a confiabilidade das transações. Os sistemas de infor-
mação do tipo ERP* oferecem muitos recursos referentes à quali-
dade das informações. Superando os fichários manuais, onde ha-
via apenas o controle do estoque físico, os sistemas de informação
atuais permitem visualizar estoques virtuais, ou seja, reservas,
encomendas, estoque remoto e, principalmente, fornecem uma
maior confiabilidade na informação sobre o saldo físico real a qual-
quer momento e a qualquer usuário habilitado no sistema.
GLOSSÁRIO
*ERP (Enterprise
Resource Planning)
– é uma arquitetura
de software que fa-
cilita o fluxo de in-
formações entre to-
dos os departamen-
tos da organização e
suas atividades, tais
como fabricação,
logística, finanças e
recursos humanos. É
um sistema amplo de
soluções e informa-
ções. Fonte: http://
www.softdata.com.br/
erp
Logística em Cadeia de Suprimento
59
Há, então, a necessidade de definir a sistemática de fluxo de
informações privilegiando os sistemas integrados hoje existentes.
No entanto, existem vários fornecedores, diferentes algoritmos*
de funcionamento e diferentes custos de aquisição e manutenção
dos sistemas.
Estimativas e previsões
As decisões relativas às estimativas e previsões possuem im-
pacto significativo na cadeia de suprimento. A questão básica é: quan-
tos atendimentos serão realizados amanhã? O dimensionamento da
cadeia de suprimento se dá em função do volume de transações (de-
manda), e errar a estimativa de demanda pode acarretar o repasse
do erro para todos os elos da cadeia.
Imagine, por exemplo, uma estimativa de vinte cirurgias por
semana em um hospital qualquer. Este dimensionamento implica
em uma determinada quantidade de sangue disponível no banco
de sangue, em um determinado volume de seringas, agulhas, equi-
pamentos de curativos, pessoal qualificado (médicos, enfermeiros,
anestesistas, entre outros), medicamentos para o pré e pós-opera-
tório, no dimensionamento da sala de cirurgia e no número de lei-
tos disponíveis para as unidades de tratamento intensivo, semi-
intensivo e quartos. Suponha, agora, que o volume de atendimen-
tos foi subdimensionado e o mesmo hospital receba duzentos pedi-
dos de cirurgia por semana. Além de deixar de atender uma quan-
tidade significativa de pessoas, teríamos um estresse nos funcio-
nários, pois seriam compelidos a atender ao máximo possível de
usuários, e, principalmente, um desgaste do hospital junto à opi-
nião pública. Os usuários reclamariam muito do atendimento, que
seria taxado de ineficiente, dos prazos que teriam que esperar pelo
atendimento e do não atendimento, comprometendo significati-
vamente a imagem do hospital junto à comunidade.
Imagine, ainda, que o hospital, em meio a um grande esfor-
ço para atender sua comunidade, consiga adequar suas instala-
ções para atender a duzentas cirurgias por semana. Qual seria o
impacto na cadeia de suprimentos? Os fornecedores conseguiriam
GLOSSÁRIO
*Algoritmo – con-
junto de regras lógi-
cas e matemáticas
bem determinadas
para resolver um
problema mediante
um número finito de
passos. Fonte:
Lacombe (2004)
Curso de Capacitação a Distância
60
suprir materiais para este incremento significativo de atendimen-
to? Haveria seringas, curativos, sangue e medicamentos para aten-
der a todos? Não esqueça que os usuários estariam responsabili-
zando o hospital pela falta de atendimento, mas os elos anteriores
da cadeia é que poderiam estar enfrentando problemas no supri-
mento, erro decorrente do erro no dimensionamento da demanda.
Relacionamentos
Por fim, estão os relacionamentos da organização com os
diferentes agentes que compõem a cadeia de suprimento. Existem
diferentes comportamentos e interesses no relacionamento entre
estes agentes.
O primeiro aspecto que destacamos de possível conflito são
os lotes em que cada elo da cadeia viabiliza sua atividade econô-
mica. Voltando à analogia do papel: quantas folhas de papel saem
de uma árvore? O elo da cadeia de suprimento que cuida da extra-
ção da árvore tem esta como unidade; o estoque do extrativista
será uma, duas ou mais árvores, enquanto que o usuário final des-
ta cadeia terá o estoque em folhas de papel e freqüentemente não
possui a menor noção de quantas folhas saem por árvore. Você
sabe quantas folhas de papel saem por árvore?
E, assim, temos que faz parte do relacionamento entre os di-
ferentes elos da cadeia de suprimento a quebra dos lotes, ou seja, a
negociação da quantidade da transação em cada elo da cadeia de
suprimento.
A diferença entre lotes implica em negociar estoques. Va-
mos admitir que a quantidade de folhas de papel necessária ao pron-
tuário do hospital seja equivalente à meia árvore, quem ficará com
a outra metade?
Existem várias alternativas para solucionar essa questão, e
você pode tentar desenvolver algumas destas alternativas. A ten-
dência no momento é que haja um contrato entre fornecedor e
Logística em Cadeia de Suprimento
61
comprador regulando as condições das transações; definindo as-
pectos relevantes da transação, como é caso do prazo de entrega,
quem arca com o custo do frete e, variações na quantidade dos
pedidos; tentando estabelecer vínculos permanentes; e visando a
fidelização do usuário e/ou do fornecedor. Este processo, que im-
plica em compartilhamento de custos e de informações, costuma
ser chamado de parceria.
Saiba mais...
�Artigos e casos publicados pela Associação Brasileira de Logística,
em http://www.aslog.org.br.
�O Instituto COPPEAD de Administração, da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, mantém no Centro de Estudos em Logística (CEL)
uma série de pesquisas sobre o panorama logístico do Brasil. Acesse
http://www.centrodelogistica.com.br/new/fs-
panorama_logistico8.htm e conheça algumas pesquisas sobre a
realidade logística do país.
�A equipe de professores da COPPEAD publicou o livro:
FLEURY, P.F.; FIGUEIREDO, K.F.; WANKE, P. (Org.). Logística e
Gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2004.
Este livro é o resultado de pesquisas realizadas pelo Centro de Estu-
dos em Logística do Instituto COPPEAD de Administração da Univer-
sidade Federal do Rio de Janeiro (CEL/COPPEAD-UFRJ) entre 2000 e
2003. Os textos refletem o amadurecimento da Logística e do
gerenciamento de cadeias de suprimento em organizações brasileiras,
em diferentes áreas relacionadas ao planejamento, execução e controle
do fluxo de produtos e dos recursos associados à sua movimentação.
A obra é referência para aqueles que desejam se manter atualizados
sobre o desenvolvimento da Logística empresarial no Brasil.
Curso de Capacitação a Distância
62
RESUMO
Nesta Unidade você conheceu a importância da cadeia
de suprimento e o conceito de rede de operações, também
conhecido pelo termo supply chain. O conceito chama a
atenção para a noção de que as operações de diferentes or-
ganizações estão interligadas e necessitam de
gerenciamento integrado pelo lado do fornecimento e pelo
lado da demanda.
Também apresentamos o conceito de canal de distribui-
ção, os participantes típicos e os participantes especializados
que agregam valor às operações da cadeia de suprimento.
Discutimos, ainda, as principais decisões relevantes na
cadeia de suprimento: localização das instalações, distri-
buição física, estoques, transporte, fluxo de informações,
estimativas e previsões e relacionamentos entre os agentes
que compõem uma cadeia de suprimento.
Por fim, destacamos entre os relacionamentos dos di-
ferentes agentes a origem das parcerias entre organizações.
Logística em Cadeia de Suprimento
63
Atividades de aprendizagem

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