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FERNANDA MOURA SAHDO TEORIAS DA ENFERMAGEM MANAUS AM 2020 TEORIAS DE ENFERMAGEM Uma teoria é um conjunto de conceitos, definições, relações e pressupostos que formulam leis; explicam um fenômeno; testam as funções da enfermagem; refletemo o domínio de prática de en- fermagem. Dito isso, abordarei as principais teorias de enfermagem. Florence Nightingale (1860) - Teoria Ambientalista. Apresenta como foco principal o meio ambiente, onde todas as condições e influências externas afetam a vida e o desenvolvimento do organismo, e são capazes de prevenir, suprimir, ou contribu- ir para a doença e a morte. Na teoria, a doença é considerada um processo restaurador da saúde, e a função da enfermeira é equilibrar o meio ambiente, com o intuito de conservar a energia vital do paciente a fim de recuperar-se da doença, priorizando o fornecimento de um ambiente estimu- lador do desenvolvimento da saúde para o paciente. Tem-se, então, a concepção do ser humano como um ser integrante da natureza, sendo visto como um indivíduo, cujas defesas naturais são influenciadas por um ambiente saudável ou não. Hildegard Peplau (1952) - Teoria Relacionamento Interpessoal. Tem como característica principal a interação enfermeiro x paciente. Em sua teoria, pretende iden- tificar conceitos e princípios que dêem suporte às relações interpessoais que se processam na prática da enfermagem de modo que as situações de cuidado possam ser transformadas em ex- periências de aprendizagem e crescimento pessoal. Virgínia Henderson (1955) - Teoria Henderson 14 necessidades básicas. Objetiva a independência do paciente. Sua teoria insere·se na linha das necessidades humanas básicas, cujo foco principal é o cuidado para com o individuo baseado nos quatorze componentes de cuidados básicos de enfermagem. Para ela, mente e corpo sao inseparáveis. estando estes em pleno interrelacionamento para o desenvolvimento das funções do ser humano e que o enfermeiro convive num ambiente de sociedade, relacionando-se constantemente com seu próximo. Martha E. Rogers (1970) - Teoria Rogers. Martha Rogers, a mais antiga das autoras de teorias de enfermagem, salientou a importância do compromisso social do enfermeiro em face da realidade em constante transformação. Afirmou que a(o) enfermeira(o) precisa buscar novos propósitos e conhecimentos e ampliar horizontes profis- sionais para ajudar as pessoas/famílias a conseguirem atingir o grau de bem-estar de que neces- sitam. Segundo sua concepção, Enfermagem é ciência que estuda o ser humano e a arte de cui- dar das pessoas, o que exige da(o) profissional profundo conhecimento sobre a natureza e o de- senvolvimento do homem desde o nascimento até a morte. Enfatizou a necessidade de produzir tecnologias a serviço da humanidade que possam ser utilizadas no "fazer" do enfermeiro, na reali- dade da prática profissional. Acreditava que o conhecimento do passado é fundamento necessário para a compreensão pre- sente da enfermagem, para a evolução das teorias e dos princípios que devem orientar sua práti- ca. A cientista declarou que sua teoria é resultante de estudos, pesquisas e análises lógicas sobre o ser humano, como ocorre em todas as ciências. A base de sua teoria é a Teoria Geral dos Siste- mas. Callista Roy (1970) - Teoria da Adaptação. Callista Roy define a Enfermagem como "ciência e prática" da promoção da adaptação de indiví- duos e grupos em situação que envolvem saúde e doença. A adaptação faz-se necessária para o equilíbrio da pessoa em termos de saúde, em relação às mudanças do meio interno e externo. As respostas adaptativas constituem uma função dos estímulos oriundas das mudanças do meio e do nível de adaptação da pessoa/grupo. Com base nesses pressupostos, Callista Roy expôs o pro- cesso de enfermagem para assistir as pessoas/grupos como segue: identificação de problemas; diagnóstico de enfermagem ou classificação sumária do comportamento da pessoa/grupo; deter- minação dos objetivos da assistência; intervenção de enfermagem; avaliação de enfermagem. A aplicação do processo de enfermagem Modelo Roy já é rotina em instituições de saúde de alguns países. Nos Estados Unidos está em vias de transformação em critério para credenciamento de Hospitais e Escolas de Enfermagem. Dorothea Orem (1971) - Teoria Autocuidado, Déficit do Autocuidado e Sistemas de Enfer- magem. Sua teoria foi desenvolvida a partir de um marco conceitual no qual OREM acredita que o profissi- onal de enfermagem juntamente com o cliente, deve identificar déficits de capacidade no atendi- mento das necessidades individuais de auto-cuidado, procurando desenvolver nestes indivíduos os potenciais já existentes para a prática do auto-cuidado. Desta forma, o profissional de Enferma- gem funciona no auto-cuidado como regulador do sistema. Ele identifica os déficits de competên- cia em relação à demanda de auto-cuidado, faz pelo indivíduo aquilo que ele não pode fazer, ensi- na, orienta e promove o desenvolvimento das capacidades do indivíduo para que ele possa se tor- nar independente da assistência de enfermagem assumindo seu auto-cuidado. Imogene M. King (1971) - Teoria de King (comunicação). Os fenômenos de enfermagem, segundo King, são organizados em três sistemas dinâmicos de in- teração,quais sejam: - Sistemas pessoais (individuais); - Sistemas interpessoais (duplas, trios, grupos pequenos e grandes); - Sistemas sociais (família, escola, empresas, sistemas de assistência à saúde). O enfermeiro, assim, deve buscar interagir com o cliente/paciente, considerando cada indivíduo como um sistema pessoal, em que são importantes a percepção, o ser, o crescimento e o desen- volvimento, a imagem corporal, o espaço, o aprendizado e o tempo. O enfoque no sistema pesso- al é a pessoa. No sistema interpessoal, King considera o relacionamento interativo entre as pessoas, quando em grupos pequenos ou grandes, onde os conceitos relevantes são a interação, a comunicação, a transação, o papel (de cada um dos elementos no grupo) e o estresse (interação indivíduo-ambi- ente para manter equilíbrio, com troca de energia), buscando a interação. Nos sistemas sociais estão incluídos grupos religiosos, família, sistema educacional, sistema de trabalho e grupos de amigos, nos quais os conceitos que predominam são a organização, autori- dade, poder, estado, tomada de decisão e controle. A teoria de obtenção de metas proposta por King foi fundamentada a partir desses conceitos e dos sistemas de sua estrutura conceitual. O enfermeiro, nesse processo, interage com o cliente/paci- ente por intermédio da percepção, comunicação, transação, o ser, o papel de cada um, o estresse envolvido, o crescimento e desenvolvimento, o tempo e o espaço, estabelecendo-se metas a se- rem obtidas. Madeleine Leininger (1978) - Teoria da Enfermagem Transcultural. Esta teoria enfatiza que há diversidades no cuidado humano, com características que são identifi- cáveis e que podem explicar e justificar a necessidade do cuidado transcultural de enfermagem, de forma que este se ajuste. As crenças, valores e modos das culturas, para que um cuidado be- néfico e significativo possa ser oferecido. Os atos do cuidado cultural que são congruentes com as crenças e valores do cliente são considerados como sendo o conceito mais significativo, unificador e dominante para se conhecer, compreender e prever o cuidado terapêutico popular. O cuidado baseado culturalmente é o fator principal e significativo na afirmação da Enfermagem como curso e como profissão, e no fornecimento e manutenção da qualidade do cuidado de enfermagem pres- tado aos indivíduos, s famílias e aos grupos comunitários. Jean Watson (1979) - Teoria do Cuidado Transpessoal. A autora afirma que sua teoria tanto é ciência como arte, e busca na inter-relação de conceitos, uma ciência humana própria da enfermagem, que evolui por meio da interação enfermeiro e clien- te ,visando ao cuidado terapêutico. Considera o cuidado humano transpessoal como o contato dos mundos subjetivos do enfermeiro e do cliente, o qualtem o potencial de ir além do físico-material ou do mental-emocional, já que entra em contato e toca o mais alto senso espiritual do "self", da alma, do espírito. O cuidado humano transpessoal ocorre numa relação eu-tu, e este contato é um processo que transforma, gera e potencializa o processo de heling. Wanda Horta (1979) - Teoria das Necessidades Humanas Básicas. A teoria das necessidades humanas básicas de Wanda é o modelo teórico mais conhecido e utili- zado em nosso país. Apoiada nas 3 leis que regem os fenômenos Universais: a lei do equilíbrio, lei da adaptação e a lei do holismo. A autora fez uso da teoria da motivação humana, de Maslow, onde cita que o comportamento motivacional é explicado pela necessidades humanas. Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma hierarquia, ou seja, uma escala de valores a serem transpostos. Isto significa que, no momento em que o indivíduo realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem meios para satisfazê-las. Maslow classificou as necessidade humanas básicas em cinco níveis: necessidades fisiológicas, segurança, amor, estima e auto-realização. É fundamental que o enfermeiro entenda o ser humano como um todo corpo, mente e espírito. Quando o corpo ou a mente sofre, a pessoa é afetada em sua totalidade. Segundo Wanda, o ser humano se distingue dos demais seres do universo por sua capacidade de reflexão, por ser dota- do do poder de imaginação e poder unir presente, passado e futuro, assim, essas características permitem sua unicidade, autenticidade e individualidade. Segunda ela também, as necessidades não-atendidas ou atendidas inadequadamente trazem desconforto, e se este se prolonga é causa de doença. Estar com saúde é estar em equilíbrio dinânimo no tempo e espaço.
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