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Neoplasias pulmonares Julia Muniz Bernardi neoplasias benignas Hamartoma condroide · É a neoplasia benigna mais comum nos pulmões, sendo, normalmente, um achado incidental · Macro: Crescimento expansivo, lesão bem delimitada e necrose e hemorragias ausentes, com localização periférica · · Micro: Presença de epitélio respiratório e tecido cartilaginoso, formando tumoração com esses tecidos desorganizados · Normalmente é assintomático e a conduta é expectante Adenoma pulmonar · Muito raro · Pode ser confundido com adenocarcinoma neoplasias malignas · Carcinoma não pequenas células · Carcinoma de células escamosas: muito associado ao tabagismo · Adenocarcinoma · Carcinoma sarcomatoso · Carcinoma neuroendócrino de grandes células SOE · Carcinoma de pequenas células: Normalmente são tumores neuroendócrinos e são muito associados ao tabagismo · Carcinomas mistos: Sendo que os mais frequentes são os CCE+ adenocarcinoma e CCE+ carcinoma de células pequenas · Imunohistoquimica: define sitio, prognostico, tratamento etiopatogÊNESE · Tabagismo: Leva-se em consideração para uma carga tabágica de mais de 20 maços/ano · DPOC: Devido a inflamação crônica · Exposição industrial: Urânio e asbesto, principalmente, sendo que esses fatores de risco são potencializados quando associados ao tabagismo · Poluentes · HIV · Fibroses/cicatrizes de doenças prévias: Esse fator está mais relacionado ao adenocarcinoma · História familiar (mutações hereditárias) e mutações de novo: · Oncogene K-RAS: · Proteina RAS modificada: Aumento da proliferação celular e motilidade celular e diminuição da diferenciação e apoptose · 20-30% dos carcinomas de não pequenas células pulmonares, sendo mais comum nos adenocarcinomas e fumantes · Mutação indica pior prognóstico e pode ser utilizado como alvo terapêutico · Oncogene EGFR (Receptor do fator de crescimento epidérmico): · Trata-se de um gene anti-apoptótico, permitindo que a célula permaneça mais tempo, aumente de tamanho e aumente a proliferação celular, o que pode levar a um maior risco de mutação e desenvolvimento de uma neoplasia · Mais comum em adenocarcinomas em não fumantes, principalmente aos subtipos micropapilar e de crescimento lepídico · Pode ser um alvo terapêutico e também tem valor prognostico · Oncogene ALK (Anaplastic Lymphoma kinase): · É um receptor transmembrana tirosina-quinase da superfamília de receptores da insulina, e induzem a crescimento celular · Mutação se da pela inversão do braço curto do cromossomo 2 · É o menos frequente das mutações e esta mais associado ao adenocarcinoma em não tabagistas ou com história de tabagismo discreto · Observar que todas as mutações estão mais relacionadas ao adenocarcinoma adenocarcinoma · Acomete, principalmente, mulheres jovens tabagistas ou não · É a neoplasia pulmonar mais prevalente · Localização: Periférica Dx por vídeotoracoscopia com bx ou punção por agulha grossa guiado por TC, quando central, geralmente, está associado ao tabagismo · Pode ser solitário ou múltiplo · Se origina de pneumócitos tipo 2 e células colunares não ciliadas, formando células epiteliais glandulares · Relacionado a cicatrizes e fibroses prévias · As metástases são precoces e podem ser o primeiro achado para dx, sendo que os principais locais de metástase são: Adrenais, fígado, ossos e cérebro (AFOC) · Micro: · Adenocarcinoma in situ: ≤3 cm, com crescimento lepídico sem invasão, podendo ser mucinosos ou não · Adenocarcinoma in situ com crescimento lepídico: As células neoplásicas proliferam revestindo o alvéolo e não a invasão de pleura, estroma e vasos · Adenocarcinoma in situ com crescimento lepídico mucinoso: As células neoplásicas são produtoras de mucina evidenciada pela coloração com PAS · · · Adenocarcinoma minimamente invasivo: ≤3 cm, com predominância de crescimento lepídico e invasão ≤5 mm · Adenocarcinoma invasor: Pode ser com predominância de crescimento lepídico (≥5mm de invasão), papilar, acinar, micropapilar e sólido · · · No adenocarcinoma invasor esses tipos de crescimento podem estar presentes concomitantemente, e o patologista tem que especificar qual o tipo mais predominante · Macro: lesão com superfície de corte homogênea, sólida e de coloração marfim, as vezes com aspecto translucido devido a produção de muco e com localização periférica. · · · Imunohistoquímica: CK5/6 -, P40-, P63- , CK7+, CK20+, TTF-1 +, Napsina A + e mucina + A napsina A e TTF-1 são marcadores específicos do tecido pulmonar, então eles estando positivos, garantem que se trata de um adenocarcinoma com sítio primário pulmonar. Por que a dúvida sobre o sítio primário? O adenocarcinoma pode surgir em outros órgãos que frequentemente tem metástase para pulmão, como mama, próstata, cólon e estômago carcinoma de células escamosas · Acomete, principalmente, homens e tabagistas · Localização: Central (brônquios fonte) · Etiopatogênese: · Tabagismo Metaplasia escamosa nos brônquios Displasia leve Displasia acentuada (carcinoma in situ) Carcinoma de células escamosas · Crescimento lento, com metástase, inicialmente, para linfonodos regionais e a disseminação hematogênica é tardia · Macro: Varia de pequenas tumorações endobrônquicas obstrutivas até grandes massas que sofrem cavitação e hemorragia, por causa da necrose frequente. A massa apresenta crescimento invasivo para as estruturas adjacentes · Dx: Broncoscopia com biópsia · Micro: Proliferação de células epiteliais escamosas atípicas com formação de pontes intercelulares e ceratinização, podendo formar as pérolas córneas (círculo vermelho) e crescimento infiltrativo no parênquima pulmonar (círculo amarelo) · · CCE bem diferenciado Presença de ceratinização · · CCE pouco diferenciado, formado por ninho de células com núcleo hipercromático e citoplasma escasso, na periferia, e células poligonais com citoplasma amplo e eosinofílico, no centro · Imunohistoquímica: CK5/6+, p40+, P63+, CK7-, CK20-, TTF1-, NAPSINA A – e mucina - · Muitas vezes a coloração com HE não é suficiente para dizer se é um CCE ou um adenocarcinoma, pois as células são mais indiferenciadas. A partir disso, utiliza-se da imunohistoquímica para definir a histogênese. Caso seja um CCE não é possível para imunohistoquímica definir se o sítio primário é o pulmão, pois ele não possui nenhum marcador histoquímico do tecido pulmonar carcinoma neuroendócrino de grandes células · Tumor neuroendócrino de alto grau · Também está associado ao tabagismo · Localização: periférica, lobos superiores · Massas grandes, circunscrita, com necrose, podendo invadir pleura · Formado por células grandes, muito indiferenciadas com aspecto organoise, trabecular, padrão de crescimento em rosetas ou células em paliçadas com extensa área de necrose · Imunohistoquímica: cromogranina+ sinaptofisina +, CD56+ carcinoma de células pequenas · Masculino, 60 anos, muito associado ao tabagismo · Possui pior prognostico, pois é muito agressivo, dx é tardio e, raramente, é ressecável. · Tumor neuroendócrino de alto grau · Tem envolvimento precoce de linfonodos hilares, mediastinais e na medula óssea · Localização: Central (brônquios fonte) · Normalmente se origina de células basais do epitélio brônquico com diferenciação neuroendócrina, podendo ter secreção hormonal(ACTH, calcitonina, PTH, gonadotrofina, ADH), estando muito relacionado às síndromes paraneoplásicas · Imunohistoquímica: cromogranina+ sinaptofisina +, CD56+ e TTF-1+ · Macro: · · Localização central com infiltração ao longo dos brônquios · Micro: Formado por células pequenas e uniformes, com núcleo denso (redondo ou oval), cromatina difusa, nucléolo pouco evidente e citoplasma escasso (parecem linfócitos). Apresenta um alto índice mitótico · · A presença do efeito azzopardi é muito sugestivo de carcinoma de pequenas células, que consiste na parede vascular ficar basofílica em virtude da incrustação de DNA das células tumorais necróticas · tumores neuroendócrinos de baixo grau · Antigamente denominados de tumores carcinoides · Originados de células neuroendócrinas do pulmão · Nãotem preferencia por gênero e nem tem relação com tabagismo e acomete indivíduos jovens (<40 anos) · Quadro clínico: · Obstrução brônquica, hemoptise (ulceração da mucosa) · Síndrome carcinoide: Presente quando há produção de aminas vasoativas e serotonina, caracterizada por diarreia, vasodilatação cutânea e broncoespasmo · A maioria dos carcinoides não apresenta atividade secretora e nem metástase para locais distantes, seguindo um curso relativamente benigno por um longo tempo e sendo passíveis de ressecção. · Macro: Pode ser central ou periférico. Quando centrais, crescem como massas que geralmente se projetam para a luz bronquial e que são recobertas por mucosa intacta. Raramente excede 3-4cm e a maioria fica confinada aos brônquios principais · Micro: Histologicamente, é composto por arranjos organoides, trabeculares, em paliçada, faixas ou rosetas separadas por estroma fibrovascular delicado. Os carcinoides típicos têm <2 mitoses por dez campos e não exibem necrose, enquanto os atípicos possuem de 2 a 10 mitoses por dez campos e/ou focos de necrose · · Imunohistoquímica: cromogranina+ sinaptofisina +, CD56+ e TTF-1- carcinoma de células gigantes · O tumor é indiferenciado e tem comportamento altamente agressivo, evoluindo rapidamente para óbito · Lesão é peridérica, subpleural e não se associa a segmento brônquico, tendência a formar grandes massas com áreas de necrose e hemorragia · Na microscopia de luz não apresenta arranjo característico, não há snais de diferenciação escamosa nem formação de estruturas glandulares, o que já é observado na microscopia eletrônica · Formam ninhos de células separadas por escasso tecido conjuntivo · Dx: feito apenas quando p63- e TTF1- · carcinoma sarcomatoide · Encontrado em fumantes, localização preferencial periférica e nos lobos superiores · 10% células fusiformes, células gigantes ou ambas, podendo ter áreas de carcinoma de células escamosas, adenocarcinoma ou áreas indiferenciadas de carcinoma de células não pequena aspectos clínicos · Evolução arrastada com perda ponderal e poucos sintomas associados, os quais, normalmente, são causados pelo efeito de massa que exercem e serão diferenciados, quanto a localização · Centrais: Antes de provocar obstrução brônquica, são oligossintomáticos, com desenvolvimento de tosse seca por irritação da mucosa. Quando há obstrução parcial, pode haver hiperinssuflação pulmonar por mecanismo valvular e com obstrução completa ocorre atelectasia pulmonar. Além disso, ulcerações, necrose do tumor e dificuldade de drenagem das secreções brônquicas predispõe infecções pulmonares. Nas fases avançadas pode ter invasão do mediastino e acometimento de estruturas que passam ali como nervo frênico, VCS e esôfago · Periféricos: Normalmente, causam sintomatologia quando atingem a pleura ou um brônquio. Podem invadir estruturas adjacentes como costelas e vertebras. Quando estão localizados no ápice pulmonar podem causar Síndrome de Horner por compressão extrínseca do plexo simpático cervical, caracterizado, por um quadro clínico de ptose palpebral, enoftalmia, anidrose e miose do mesmo lado da lesão. · · Metástases ocorrem para linfonodos do hilo pulmonar, linfonodos cervicais e abdominais, pleura e pericárdio. Metástases hematogênicas ocorrem no fígado, ossos, cérebro e suprarrenais · Dx: manifestações clinicas e exames complementares (TX e TC), broncoscopia, biopsia de lavado e exame citológico de escarro ou de material obtido por punção aspirativa síndromes paraneoplásicas · As síndromes paraneoplásicas são manifestações extrapulmonares não relacionadas a metástases que, no caso do câncer de pulmão, geralmente se relaciona ao carcinoma de células pequenas. · Carcinomas de pulmão podem se associar a várias síndromes paraneoplásicas devido a produção de alguns hormônios. Os hormônios são: · ADH: induz hiponatremia. Carcinoma de células pequenas · ACTH: induz síndrome de Cushing. Carcinoma de células pequenas · PTH e PgE: hipercalcemia. Carcinoma de células escamosas · Calcitonina: hipocalcemia · Gonadotrofinas: ginecomastia · Serotonina e bradicinina: associadas à síndrome carcinoide. Mais comum em tumores carcinoides · Outras manifestações sistêmicas: · Síndrome miastênica de Lambert-Eaton: fraqueza muscular causada por autoanticorpos contra canais de cálcio neuronais · Neuropatia periférica: geralmente é puramente sensorial · Anormalidades dermatológicas: acantose nigricans · Anormalidades hematológicas: reações leucemioides (síndrome de Trousseau) · Osteoartropatia pulmonar hipertrófica: associada ao baqueteamento digital estadiamento tumoral · Sistema TNM, T-tamanho do tumor, N-metastases em linfonodos regionais ou a distância, M-metastases a distancia · tumores metastáticos · Os pulmões são sedes frequentes de metástases: Carcinomas de estômago, cólon, mama, próstata, tumores ósseos, sarcomas, melanoma e coriocarcinoma, fígado, cérebro · Normalmente formam massas arredondadas e múltiplas e de tamanhos variados, outras vezes, ocorre infiltração intersticial por invasão dos linfáticos peribrônquicos ou dos septos conjuntivos (linfangite carcinomatosa
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